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Aula 08 Lingustica e o Ensino de Lngua Portuguesa Cont. Met. e Prat. de Ensino da Lngua Portuguesa

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Aula 08 – Linguística e o Ensino de Língua Portuguesa – Cont. Met. e Prat. de Ensino da 
Língua Portuguesa 
1. Entender a importância das competências e habilidades a desenvolver na formação do leitor; 
2. Entender o critério de estratégias de leitura no espaço escolar; 
3. Perceber o papel do professor na mediação da leitura em sala de aula. 
Introdução 
Nesta aula, vamos chamar a atenção para o desenvolvimento das competências e 
habilidades a desenvolver na formação do leitor. 
Destacaremos a importância das práticas de leitura na sociedade atual. 
Vamos ressaltar o papel do professor na mediação das práticas de leitura. 
Habilidades e competências no ensino da língua portuguesa 
Ler em voz alta, ler em silêncio, ser capaz de carregar na mente bibliotecas íntimas de 
palavras lembradas são aptidões espantosas que adquirimos por meios incertos. Todavia, 
antes que essas aptidões possam ser adquiridas, o leitor precisa aprender a capacidade 
básica de reconhecer os signos comuns pelos quais uma sociedade escolheu comunicar-se: 
em outras palavras, o leitor precisa aprender a ler. 
(MANGUEL, 1997, p.85) 
A citação de Manguel marca o início de nossa aula que pretende discutir as competências 
e habilidades em leitura. Manguel nos informa que antes do indivíduo decodificar as 
palavras, antes de aprender as estruturas mais complexas da leitura, ele deve, 
primeiramente, inserir-se no mundo, na sua comunidade, no seu grupo de modo pleno 
efetivo, a fim de reconhecer as práticas de leitura como um caminho de compreensão e 
construção do olhar a partir da leitura de mundo que Freire falava e tratamos em nossas 
aulas. 
No Dicionário Aurélio escolar da Língua portuguesa (2005, p.540), leitor é “aquele que lê 
ou que tem o hábito da ler, ledor”. 
Por esta definição, notamos o quanto a prática da leitura deve tornar-se efetivamente 
uma presença constante na vida de todo e qualquer indivíduo, pois a leitura não é um 
processo apenas escolar, até mesmo porque, muitas das vezes, aprendemos a ler e 
começamos a ter contato com livros, revistas e outros meios de leitura antes mesmo de 
adentrarmos a escola. 
Logo, dentro do espaço escolar, a figura do professor será de fundamental relevância na 
construção de práticas de leitura, pois não se pode imaginar que os procedimentos de 
leitura sejam apenas uma mera didatização e alfabetização de palavras e textos sem 
conexão com os espaços sociais que o aluno está inserido. 
Nesta aula, pretendemos ter como base de nossa discussão os indicativos do MEC e do INEP 
no que se refere aos objetivos do ensino de língua portuguesa e as suas diretrizes com 
relação ao ensino das práticas de leitura. 
Seguindo este princípio, o Ministério da Educação indica que o ensino de Língua Portuguesa 
deve voltar-se para a função social da língua como requisito básico para que o indivíduo 
ingresse no mundo letrado e possa construir seu processo de cidadania e integrar-se à 
sociedade como ser participante e atuante. 
De acordo com os PCNs de língua portuguesa: 
“O trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes e, 
consequentemente, a formação de escritores (Não se trata, evidentemente, de formar 
escritores no sentido de profissionais da escrita e sim de pessoas capazes de escrever com 
eficácia.), pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de 
leitura, espaço de construção da intertextualidade e fonte de referências modelizadoras. 
A leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita: o que escrever. Por 
outro, contribui para a constituição de modelos: como escrever. 
EXERCÍCIO 
Todo ponto de vista é a vista de um ponto 
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E 
interpreta a partir de onde os pés pisam. 
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como 
são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. 
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o 
lugar social de quem olha. 
Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, 
que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o 
animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. 
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4. ed. RJ: Sextante, 1999. 
A expressão “com os olhos que tem”, no texto, tem o sentido de: 
( ) enfatizar a leitura. 
( ) incentivar a leitura. 
( x ) individualizar a leitura. 
( ) priorizar a leitura. 
( ) valorizar a leitura. 
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do 
significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, 
sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador 
(O termo “portador” está sendo utilizado aqui para referir-se a livros, revistas, jornais e 
outros objetivos que usualmente portam textos, isto é, os suportes em que os textos foram 
impressos originalmente.), do sistema de escrita, etc. Não se trata simplesmente de 
extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-
se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos 
começam a ser construídos antes da leitura propriamente dita. 
Qualquer leitor experiente que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a 
decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê: a leitura fluente 
envolve uma série de outras estratégias como seleção, antecipação, inferência e 
verificação, sem as quais não é possível rapidez e proficiência (Uma estratégia de leitura 
é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informação. As estratégias são um 
recurso para construir significado enquanto se lê. Estratégias de seleção possibilitam ao 
leitor se ater apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes; de antecipação 
permitem supor o que ainda está por vir; de inferência permitem captar o que não está 
dito explicitamente no texto e de verificação tornam possível o “controle” sobre a eficácia 
ou não das demais estratégias. O uso dessas estratégias durante a leitura não ocorre de 
forma deliberada — a menos que, intencionalmente, se pretenda fazê-lo para efeito de 
análise do processo.). É o uso desses procedimentos que permite controlar o que vai sendo 
lido, tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, arriscar-se no texto a 
comprovação das suposições feitas, etc. 
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre 
os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. 
Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender 
a essa necessidade. 
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa 
aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que 
estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários 
sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a 
partir da localização de elementos discursivos. 
“Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura 
de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno da diversidade 
de textos que circulam socialmente. Esse trabalho pode envolver todos os alunos, 
inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente.” (págs. 35-36) 
Ler é um processo de emancipação. A experiência e o conhecimento adquiridos pelo 
indivíduo nas suas relações com o mundo são instrumentos necessários à compreensão do 
material escrito. O ato de ler é parte integrante e fundamental do ser humano. Quanto 
mais conhecimento textual o leitor tiver e quanto maior sua exposição a todotipo de 
texto, mais fácil será a sua compreensão. Desse modo, a leitura é de suma importância, 
pois o indivíduo torna-se capaz de: compreender a mensagem; compreender-se na 
mensagem e compreender-se pela mensagem. Faz-se necessário que o ser humano se situe 
no mundo, que saiba diagnosticar a leitura como sendo um bem primordial à sua 
existência, pois apenas assim saberá se posicionar diante dos fatos. 
O ato de ler se faz presente em todos os meios educacionais das sociedades letradas. É 
um ato imprescindível para a formação de um cidadão crítico, participativo e consciente 
de seu papel na sociedade. Apesar da leitura ser tão requisitada e estar presente em todas 
as propostas de enriquecimento na aquisição de experiências, ela ainda é pouco praticada 
e é grande fonte de inquietação no processo educacional brasileiro, tal como afirma o 
autor Ezequiel Theodoro, em seu livro Fundamentos Psicológicos para uma nova Pedagogia 
da Leitura. 
O acesso à cultura se relaciona diretamente com o acesso ao livro, uma vez que o 
patrimônio cultural, histórico e científico da humanidade, encontra-se registrado por meio 
de escritos, e estes registros, como fonte de conhecimento, dão a possibilidade de 
promover discussões e reflexões, de mudança de hábitos e de vivenciarmos novas 
experiências, interagindo com o mundo à nossa volta. 
Segundo Júlio Bueno, presidente da BR Distribuidora: “Cada vez mais o executivo tem que 
ter uma visão diversificada do mundo. Em muitos casos, as habilidades técnicas podem 
ser superadas pelas habilidades culturais e os livros são o motor deste conhecimento. A 
leitura de uma vasta bibliografia é tão importante quanto um grande conselheiro no 
processo decisório de qualquer executivo.” (em Notícias do Salão, edição especial 
- nº 2 – novembro de 2001). 
EXERCÍCIO 
Canguru 
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de uma língua nativa australiana e quer dizer 
“Eu Não Sei”. Segundo a lenda, o Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele 
estranho animal dando saltos de mais de dois metros de altura, perguntou a um nativo 
como se chamava o dito. O nativo respondeu guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, 
“Eu não sei”. Desconfiado que sou dessas divertidas origens, pesquisei em alguns 
dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa pequena 
Bíblia – numa outra versão. 
Definição precisa encontrei, como quase sempre, em Partridge: Kangarroo; wallaby 
As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são acompanhadas pelos sufixos rôo 
e by, dois sons aborígines da Austrália, significando quadrúpedes. 
Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores. 
Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável linguista e grande amigo de 
Aurélio Buarque de Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do nome canguru. 
Mas acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. Também acho. 
Millôr Fernandes, 26/02/1999, In <http://www.gravata.com/millor>. 
Pode-se inferir do texto que: 
( ) as descobertas científicas têm de ser comunicadas aos linguistas. 
( x ) os dicionários etimológicos guardam a origem das palavras. 
( ) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: puladores e saltadores. 
( ) o dicionário Aurélio apresenta tendência religiosa. 
( ) os nativos desconhecem o significado de canguru. 
Em contrapartida, o que observamos é uma sociedade voltada às informações televisivas 
e mediáticas, que são oferecidas, muitas vezes, de forma padronizada, impossibilitando o 
indivíduo a desenvolver um olhar mais crítico, diante dos problemas que assolam a 
sociedade em que convive. 
Por isso, a leitura tornar-se de fato uma atividade indispensável a qualquer área do 
conhecimento da vida de um ser humano. O ato de não ler acarreta a todos os indivíduos 
um processo de alienação da herança cultural do seu país. Tornando-o um ser fora do 
contexto social, logo, limitado aos progressos oferecidos pela evolução política, 
econômica, social e cultural. 
Devemos reconhecer que o leitor está sujeito às transformações, críticas, reflexões e 
manifestações de conhecimentos quando se propõe a ler. 
É necessário, desse modo, resgatar a importância e a necessidade da leitura, 
reconhecendo-a como essencial ao conhecimento, ao sucesso acadêmico e profissional, à 
interação, alargando experiências de vida de cada indivíduo. 
A leitura é, sem dúvida, o alicerce fundamental da humanidade. 
A formação do leitor, ampliando seu acesso aos diversos tipos de textos presentes em 
nossa indústria cultural deve ser o processo norteador das práticas escolares. É 
fundamental destacar a importância de trabalhar com a perspectiva de construção do 
sentido de cidadania com as crianças, jovens e adultos, por meio de atividades de reflexão 
crítica da realidade. 
Ao trabalhar a leitura como construção da inventividade e criticidade do indivíduo, 
permitimos que cada um possa construir a sua história de leitura através de outras leituras, 
pois acreditamos que ler é abrir janelas que ampliam as possibilidades de se conhecer 
mais e melhor a si mesmo e ao mundo. 
O objetivo das práticas de leitura no espaço escolar é de buscar caminhos, de fazer a 
criança e o jovem experimentarem um contato diferente com a leitura, que proporcione 
prazer, alegria, reflexão, surpresa, emoção e tudo mais que os bons textos nos provocam. 
Em algumas pesquisas e projetos de leitura desenvolvidos em encontros com as crianças, 
jovens e adultos, percebemos que após o convívio com as variadas formas de expressão e 
motivados pela leitura, têm revelado sonhos, histórias de vida, drama e percepções. Como 
nos diz, Magda Soares (2003): “Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, 
um mapa de quem você é, e de tudo que você pode ser”. 
A leitura literária, por exemplo, tem um importante papel na formação dos valores, 
conceitos e da afetividade do indivíduo, pois a cada obra ou texto lido e assimilado, vai 
se construindo algo de significativo. O universo do livro possibilita abrir estradas, 
desvendar mistérios, construir e realizar sonhos. 
Partindo desse princípio, o professor tem um importante papel no processo de mediação 
da leitura como prazer, inventividade e formação do pensamento crítico. Segundo Marc 
Soriano (citado por Pires, 1976), 
“A leitura não é apenas uma técnica de informação e educação, é também um prazer – 
um dos raros que a humanidade inventou – um processo regulador que por uma série de 
identificações e compensações, nos permite uma adaptação mais rápida à sociedade, 
permanecendo nós mesmos. É uma conquista decisiva e insubstituível para a humanidade, 
como o fogo é e o erguer-se sobre os pés, que nos compete manter a todo o custo. Um 
homem que não lê, que não se cultiva, que não utiliza plenamente seus dons, constitui 
um intolerável desperdício, é a mais preciosa energia que não foi empregada e ameaça 
ser perdida num mundo que tem tanta necessidade de se tornar melhor.” (p.137) 
PIRES, Nice. Crianças, jovens e a literatura. Fundação Getúlio Vargas, 1976. 
O que se discute é a formação do leitor que busca a leitura pelo prazer, pelo conhecimento 
e autoconhecimento, para a reflexão sobre o status quo, que busca novos horizontes, que 
forma e transforma uma consciência crítica do mundo, que através da leitura realiza 
viagens fantásticas no mundo imaginário, trazendo para o mundo exterior e concreto seus 
sonhos, anseios, medos. Um leitor capaz de escolher e decidir que obra deseja ler, quando 
começar e quando parar. Um leitor que tem a visão ampla do mundo e que tem um gosto 
variado e consciente do que há para ler. 
Como afirma Lajolo (1997): 
“Cada leitor, na individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de 
suas leituras com os vários significados que, ao longo da história de um texto, este foi 
acumulando. Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto,a história das suas. 
Leitor maduro é aquele que, em contato com o texto novo, faz convergir para o 
significado deste o significado de todos os textos que leu. E, conhecedor das 
interpretações que um texto já recebeu, é livre para aceitá-las ou recusá-las, e capaz de 
sobrepor a elas a interpretação que nasce de seu diálogo com o texto.” (p.106) LAJOLO, 
Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1997. 
As diretrizes que norteiam as provas de Língua Portuguesa do SAEB² e da Prova Brasil³ 
estão baseadas na questão da leitura, que requer a competência de apreender o texto 
como construção de conhecimento em diferentes níveis de compreensão, análise e 
interpretação. A proposta requer que o aluno tenha competência no uso da língua, de 
modo que saiba interagir, por meio de textos, em qualquer situação de comunicação. 
SEAB e Prova Brasil - Os testes do SAEB e da Prova Brasil apresentam o texto como a 
unidade significativa que indica, efetivamente, as competências e habilidades linguísticas 
relacionadas às situações cotidianas. 
PCN’S - Entretanto, de acordo com os PCNs, tem-se criticado muito os critérios adotados 
nas escolas com relação ao ensino de língua portuguesa no que concerne às questões de 
leitura e escrita. 
Entretanto, de acordo com os PCNs, tem-se criticado muito os critérios adotados nas 
escolas com relação ao ensino de língua portuguesa no que concerne às questões de leitura 
e escrita. Entre as críticas mais frequentes destacam-se: 
� A desconsideração da realidade e dos interesses dos alunos. 
� A apresentação de uma teoria gramatical inconsistente - uma espécie de gramática 
tradicional mitigada e facilitada. 
� O ensino descontextualizado da metalinguagem, normalmente associado a exercícios 
mecânicos de identificação de fragmentos linguísticos em frases soltas. 
� A excessiva escolarização das atividades de leitura e de produção de texto. 
� O uso do texto como expediente para ensinar valores morais e como pretexto para o 
tratamento de aspectos gramaticais. 
� A excessiva valorização da gramática normativa e a insistência nas regras de exceção, 
com o consequente preconceito contra as formas de oralidade e as variedades não 
padrão. 
Nota-se, assim, que o aprendizado da língua deve nortear a representação do mundo no 
qual cada um de nós está inserido, como também, envolver através de todas as áreas do 
conhecimento as práticas de leitura com objetivo de formar leitores competentes. 
A escola deve apresentar a leitura como foco central, propondo atividades diárias que 
seduzam o aluno e desenvolva gradativamente sujeitos críticos, capazes de investigar, 
articular e descobrir os caminhos do mundo. 
O convívio com práticas sociais de leitura permitirá ao aluno ampliar seu conhecimento 
de mundo através da diversidade de textos que propiciará um universo de referências e 
familiaridade crescente com expressões culturais e científicas cada vez mais complexas. 
Atenção! 
Nota-se, assim, que o aprendizado da língua deve nortear a representação do mundo no 
qual cada um de nós está inserido, como também, envolver através de todas as áreas do 
conhecimento as práticas de leitura com objetivo de formar leitores competentes. 
EXERCÍCIO 
RETRATO 
Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, 
nem o lábio amargo. 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração 
que nem se mostra. 
Eu não dei por esta mudança, 
Tão simples, tão certa, tão fácil: 
— Em que espelho ficou perdida a minha face? 
MEIRELES, Cecília. Poesia. Por Darcy Damasceno. Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20. 
O tema do texto é: 
( x ) a consciência súbita sobre o envelhecimento. 
( ) a decepção por encontrar-se já fragilizada. 
( ) a falta de alternativa face ao envelhecimento. 
( ) a recordação de uma época de juventude. 
( ) a revolta diante do espelho. 
Segundo Kleiman (2000), é importante sim desenvolver estratégias de leitura na escola. 
Pois estas são formas de abordar o texto a partir da compreensão que o leitor faz do texto. 
As respostas que o aluno constrói, os resumos, as resenhas, as paráfrases, além de destacar 
e sublinhar palavras ou expressões são formas de desenvolver as habilidade linguísticas. 
Entretanto, Kleiman(2000) afirma que o desenvolvimento de estratégias cognitivas e 
metacognitivas são importantes para o desenvolvimento das competências e habilidades 
em leitura. Tais estratégias destacam-se do seguinte modo: 
Metacognitivas - As metacognitivas seriam o desenvolvimento consciente da leitura, 
através da qual o aluno saberá informar o quanto entendeu ou não o texto ou qual a 
importância da leitura daquele texto para o momento. 
Cognitivas - Já as cognitivas seriam o desenvolvimento inconsciente a partir de uma 
leitura que busca atingir um objetivo do texto, tenta depreender de modo implícito o que 
o texto subentende. As inferências sobre o texto são parte deste processo. 
Nesse sentido, percebe-se que alguns alunos apresentam melhor desempenho em uma 
situação de leitura do que em outra, o que justifica a inclusão de diversos tipos de textos 
nas estratégias de leitura. 
Segundo Kleiman(2000), para formar leitores devemos ter paixão pela leitura. A autora 
apresenta a ideia que o autor francês Bellenger faz sobre a leitura: 
“Em que se baseia a leitura? No desejo. Esta resposta é uma opção. É tanto o resultado 
de uma observação como de uma intuição vivida. Ler é identificar-se com o apaixonado 
ou com o místico. É ser um pouco clandestino, é abolir o mundo exterior, deportar-se 
para uma ficção, abrir o parêntese do imaginário. Ler é muitas vezes trancar-se (no 
sentido próprio e figurado). É manter uma ligação através do tato, do olhar, até mesmo 
do ouvido (as palavras ressoam). As pessoas leem com seus corpos. Ler é também sair 
transformado de uma experiência de vida, um apelo, uma ocasião de amar sem a certeza 
de que se vai amar. Pouco a pouco o desejo desaparece sob o prazer.” (BELLENGER, Lionel. 
Os métodos de leitura. p.17) 
Por isso, o professor deve propiciar este ambiente de paixão, de desejo pela leitura. O 
professor deve ser o mediador de uma leitura que pressupõe a construção de sentido da 
diversidade de gêneros textuais que circulam na sociedade. 
Conforme os PCNs de língua portuguesa (1998): 
“Procurando desenvolver no aluno a capacidade de compreender textos orais e escritos e 
de assumir a palavra, produzindo textos em situações de participação social, o que se 
propõe ao ensinar os diferentes usos da linguagem é o desenvolvimento da capacidade 
construtiva e transformadora. O exercício do diálogo na explicitação, contraposição e 
argumentação de ideias é fundamental na aprendizagem da cooperação e no 
desenvolvimento de atitudes de confiança, de capacidade para interagir e de respeito ao 
outro. A aprendizagem desses aspectos precisa, necessariamente, estar inserida em 
situações reais de intervenção, começando no âmbito da própria escola.” 
PCNs de Língua Portuguesa – Terceiro e Quarto ciclos do Ensino Fundamental. 
 
EXERCÍCIO 
A Ciência é Masculina? 
Attico Chassot 
Editora Unisinos, RS (51) 590-8239. 
104 págs. 
O autor procura mostrar que a ciência não é feminina. Um dos maiores exemplos que se 
pode dar dessa situação é o prêmio Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências foram 
laureadas em 202 anos de premiação. O livro apresenta duas hipóteses, uma histórica e 
outra biológica, para a possível superação do machismo em frase como a de Hipócrates 
(460-400 a.C.) considerado o pai da medicina, que escreveu: “A língua é a última coisa 
que morre em uma mulher”. 
Revista GALILEU, fevereiro de 2004 
A expressão “dessa situação” refere-se ao fato de: 
( x ) a ciência não ser feminina. 
( ) a premiação possuir 202 anos. 
( ) a língua ser a última coisaque morre em uma mulher. 
( ) o pai da medicina ser Hipócrates. 
( ) o Prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres. 
 
Síntese da Aula 
Neste aula, você: 
• Compreendeu a relevância no desenvolvimento das competências e habilidades a desenvolver na 
formação do leitor. 
• Aprendeu também a importância das práticas de leitura na sociedade atual. 
• Assimilou as diretrizes com relação ao ensino da leitura em língua portuguesa conforme INEP. 
• Percebeu o papel do professor na mediação das práticas de leitura.

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