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1 Biodigestor Anaeróbico Bruno Mafra Negro, Daniel De Vila Cirimbelli, Renato da S. Gastaldon, Simon A. Agostinho Departamento de Engenharia Elétrica Faculdade SATC Criciúma – Santa Catarina,Brasil bruno_mafra_@hotmail.com daniel.cirimbelli@hotmail.com renatogastaldon@hotmail.com, simon_agostinho@yahoo.com.br Resumo — Este artigo demonstra o projeto de um biodigestor em escala com ambiente controlado. A escolha do dejeto de suínos ocorreu pela grande disponibilidade na região e pela alternativa em utilizar esse resíduo minimizando impactos ambientais, assim como a umidade do material que contribui na atividade bacteriana. Palavras chave: Anaeróbia; biodigestor; dejeto; fermentação; suíno I. INTRODUÇÃO O biodigestor pode ser feito a partir de um recipiente hermeticamente fechado (sem contato com o ar atmosférico), onde é depositada a matéria orgânica em questão e água. No interior do recipiente a matéria orgânica é metabolizada através da fermentação das bactérias anaeróbias preexistentes dando origem ao gás metano, além do gás é possível obter biofertilizante que é a parte “sólida” contida no interior do recipiente resultante do processo. II. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é controlar a temperatura no ambiente que está o biodigestor, para que a produção seja constante em qualquer estação do ano. III. PRECAUÇÕES A. Inexistência de ar A inexistência de ar é obrigatória, pois o oxigênio (O2) é letal para as bactérias anaeróbicas. Se houver oxigênio no ambiente do biodigestor, elas paralisam seu metabolismo e deixam de se desenvolver, e com isso as bactérias aeróbicas (que se desenvolvem na presença de oxigênio) aumentam gradativamente. As bactérias aeróbicas produzem dióxido de carbono (CO2) como produto final de sua respiração. As Archaeas metanogênicas (bactérias anaeróbicas) produzem metano (CH4). Enquanto o metano é um gás rico em energia química e pode ser usado como combustível, o dióxido de carbono já está totalmente oxidado e não podendo ser usado. B. Temperatura O controle de temperatura é de extrema importância para a geração do gás metano, pois as archeas (bactérias anaeróbias) que produzem o gás são sensíveis a alteração da temperatura e uma temperatura inferior a 15 graus Celsius ou superior a 45 graus Celsius comprometerá a atividade bacteriana e por conseqüência paralisará a produção do biogás. IV. PROTÓTIPO A. Externo (Ambiente climatizado) A estrutura no formato de uma “caixa” tem como medidas externas 1m x 1m x 0,6m. Na parte de interna da caixa está o recipiente de plástico (Biodigestor), uma resistência para fazer o aquecimento e um ventilador para fazer o resfriamento. Fora da caixa, o protótipo possui um reservatório para o armazenamento do gás produzido. Fig. 1 – Estrutura física do Ambiente/Biodigestor. B. Interno Na parte interna da caixa foi utilizado um galão plástico com volume de 100 litros, onde serão depositados 50kg de dejetos suínos e 65 litros de água (estimasse 130% de água para 1kg de dejeto, ou seja a cada 1kg de dejeto suíno é acrescentado 1,3 litros de água), considerando 16% de umidade referente ao dejeto suíno. C. Controles Foi utilizado um arduino para controlar a temperatura conforme programação pré-definida. O controle é PI (ação proporcional e ação integral) e foi definido através do método Cohen e Coon. V. SENSORES A. Temperatura Foram utilizados três sensores, um para medição da temperatura do ambiente controlado, outro para temperatura externa e outro para a temperatura do biodigestor. 2 Foi estabelecido um set point de 30ºC, com tolerância de 2% para mais ou para menos com relação à temperatura estabelecida. Ao diminuir a temperatura interna da caixa o controlador aciona a resistência, que faz o aumento da temperatura. Com o aumento da temperatura, é acionado o ventilador até que a temperatura atinja o valor estabelecido através do programador. Fig. 2 – Display do controlador (controle de temperatura). B. Pressão A pressão é monitorada para se ter o conhecimento da quantidade de gás que está sendo gerado através do biodigestor. VI. CONTROLADOR O controlador Arduíno foi implantado em uma placa de circuito impresso de cobre junto a uma interface LCD- 20x4B. Junto a placa estão acoplados resistores, botões, bornes, triacs e leds, conectados com o arduíno. Fig. 3 – Diagrama de blocos – Controle do Arduíno VII. VALORES OBTIDOS Após realizado as ligações do equipamento, iniciou a coleta de dados da temperatura no interior do ambiente afim de definir a curva de temperatura do sistema. Foram coletadas 60 medições em intervalos de 30 segundos e para o cálculo da função de transferência. Gráfico 1 – Curva de temperatura sem controle. Foi obtido através da análise do gráfico 01 a seguinte função de transferência: FT = 1 . 4,5s + 1 Utilizando o método Cohen e Coon obtivemos um valor de Kp = 11,70 e Ki = 0,15. Estes valores foram atualizados na programação que resultou na seguinte curva de temperatura: Gráfico 2 – Curva de temperatura com controle PI VIII. CONCLUSÃO Foi comprovado que é possível a utilização de um controle PI para manter a temperatura do ambiente em que se encontra o biodigestor, assim não havendo diferenças de temperatura o que é indesejado para o sistema. A produção de Gás foi constante durante o mês de medição. Recomenda-se para trabalhos futuros a utilização do gás produzido na geração de energia elétrica. IX. REFERÊNCIAS [1] OGATA, Katsuhik. Engenharia de Controle Moderno. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 4ª edição, 2003. [2] Gaier, Micael Bronzatti. Aprendendo a Programar em Arduíno. Cuiaba: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Mato Grosso, 2011. [3] DISEL, R.; Miranda, C. R.; Perdomo, C. C. Coletânea de Tecnologias sobre dejetos suínos. Concórdia EMATER/RS e EMBRAPA Suínos e Aves, 2002. [4] BGS, Blog. Mini Biodigestor. Curitiba: BGS Equipamentos para biogas, 2014.
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