Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* BIOENERGÉTICA * Estudo do aproveitamento da energia e da transformação de uma forma de energia em outra. Transformações orgânicas (sistemas geradores de energia): Síntese de novos materiais celulares; Trabalho osmótico (transporte); Trabalho mecânico (contração muscular); Produção de calor (temperatura corporal). * * ATP – adenosina trifosfato Como a energia liberada durante a “quebra” dos alimentos não pode ser diretamente usada para realizar trabalho, o ATP serve como substância química energética intermediária neste processo; ADENOSINA-P-P-P (ligações de alta energia que podem ser rompidas liberando energia); ATP ADP + Pi + 7 A 12 kcal * FONTES DE ATP Um adulto de 70 kg, em repouso, degrada 190 kg de ATP em 24 horas e é capaz de armazenar apenas 50g (WANNMACHER & DIAS, 1992); Existem 3 processos básicos de ressíntese de ATP na célula muscular: 2 anaeróbicos e 1 aeróbico. * SISTEMA DOS FOSFAGÊNIOS A PC libera grande quantidade de energia quando seu grupo fosfato é removido; Fonte mais rápida de ressíntese de ATP: está armazenada no próprio músculo, não precisa oxigênio suficiente, nem de uma série de reações químicas. PC Pi + C + energia energia + ADP + Pi ATP * * SISTEMA DA GLICÓLISE ANAERÓBICA No corpo humano, os CHO ingeridos são convertidos em glicose, que pode tanto ser utilizada imediatamente como pode ser armazenada na forma de glicogênio; De um ponto de vista químico, a glicólise é bem mais complicada pois requer 12 reações químicas seqüenciais (Embden & Meyerhof, 1930); * Ocorre no citoplasma; Há a formação de lactato; A enzima fosfofrutoquinase decide se o piruvato forma lactato ou vai ao Ciclo de Krebs; Libera moléculas de NAD, carreadores de H+ derivados da vitamina B; Glicogênio 2 lactato + energia energia + 3 ADP + 3 Pi 3 ATP * * SISTEMA OXIDATIVO É capaz de utilizar como combustíveis CHO, gorduras e proteínas; Ocorre principalmente na mitocôndria; Pode ser dividido em 3 séries principais: Glicólise aeróbica, Ciclo de Krebs, Sistema de transporte de elétrons. * Glicólise Aeróbica Diferencia-se da anaeróbica pela presença suficiente de oxigênio, o que inibe o acúmulo de lactato; O piruvato é desviado para dentro da mitocôndria, entrando no Ciclo de Krebs; Oxidação completa do CHO formando em última instância CO2 + H2O + 36ATP * Ciclo de Krebs Piruvato Acetil CoA Ciclo de Krebs No Ciclo de Krebs ocorrem 3 eventos importantes: produção de CO2; oxidação e redução; formação de 2 ATP através da conversão de GTP (guanosina trifosfato). * * Sistema de transporte de elétrons Os íons H+ e elétrons que são removidos durante o Ciclo de Krebs são transportados até o oxigênio por carreadores eletrônicos, formando H2O; À medida que os elétrons são carreados, ocorre a liberação de energia para a ressíntese de ATP em reações acopladas; Para cada par de elétrons carreado ocorre liberação de energia suficiente para formar 3 ATP; São removidos 12 pares de elétrons de 1 mol de glicogênio, gerando 36 moles de ATP. * * METABOLISMO DE GORDURAS Os triglicerídeos são desintegrados em glicerol + 3 moléculas de ácidos graxos; Os ácidos graxos sofrem “-oxidação” para entrar no CK como acetil-CoA; O glicerol pode ser aceito em reações anaeróbicas de glicose e ser degradado em piruvato; O nº de ATP formados depende do tipo de ácido graxo (ex.: Ác. Palmítico = 130 ATP) * * * METABOLISMO DE PROTEÍNAS Na forma de aminoácidos, sofrem a deaminação (retirada de Nitrogênio) principalmente no fígado; Resíduos deaminados entram no CK em vários estágios intermediários ou na glicólise; No sistema oxidativo, as proteínas contribuem com no máximo 15%. * * REPOUSO Sistema metabólico predominante é o oxidativo; 2/3 do combustível provém das gorduras e 1/3 dos CHO; Há uma pequena quantidade de lactato no sangue (± 10 mg/100ml); O consumo de oxigênio é baixo (± 0,3 l/min). * EXERCÍCIO DE CURTA DURAÇÃO/ALTA INTENSIDADE Sistema dos fosfagênios até depleção das reservas; Sistema da glicólise anaeróbica predomina; Principal combustível são os CHO com uma pequena participação das gorduras; Há um acúmulo de lactato no sangue de até ± 200 mg/100 ml, sendo um indicativo do sistema de energia. * EXERCÍCIO DE LONGA DURAÇÃO/MÉDIA INTENSIDADE No início predominam os sistemas anaeróbicos e assim que o organismo entra em estado de equilíbrio fisiológico, passa a predominar o sistema oxidativo; Não há acúmulo de lactato, pois é formado pouco e é metabolizado na mesma velocidade; Com baixa intensidade, não há acúmulo de lactato acima dos níveis de repouso, pois o sistema dos fosfagênios é capaz de suprir a demanda até o estado de equilíbrio. * Interação entre os sistemas metabólicos durante o exercício Os três sistemas metabólicos são ativados durante o exercício de forma integrada. Desde o início do exercício todos os sistemas contribuem em parte para a liberação de energia, e conforme a intensidade, há o predomínio de um sobre os outros. * * SISTEMA CAPACIDADE POTÊNCIA (kcal disponíveis) (kcal/min) Fosfagênios 11 36 Glicólise 15 16 Oxidativo 167280 10 * RESERVAS ENERGIA DISPONÍVEL Glicogênio muscular 2000 kcal Glicogênio Hepático 280 kcal TG Tecido adiposo 141000 kcal Proteínas Corporais 24000 kcal * RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO FÍSICO Período caracterizado pela transição de uma fase agudamente catabólica (quebra, desintegração) para uma fase anabólica (construção, restabelecimento). * Oxigênio de Recuperação Quantidade de oxigênio que é consumida acima dos níveis de repouso após o exercício. Didaticamente dividido: Componente Rápido: restauração da mioglobina e hemoglobina com O2; reposição dos fosfagênios no músculo. Componente Lento: normalização da temperatura corporal; oxidação do lactato e atividade aumentada do miocárdio. * * RECUPERAÇÃO DAS RESERVAS DE ENERGIA Havendo oxigênio suficiente e fluxo sangüíneo adequado, os fosfagênios depletados são repostos em até 5 minutos (70% em 30 segundos); A reposição do glicogênio muscular requer alto consumo de CHO e 48 horas, após exercício prolongado e dieta normal e 24 horas, após exercício intenso intervalado (quantidade significativa em 30 minutos a 2 horas); * A reposição do glicogênio hepático acontece através da gliconeogênese; 95% do lactato acumulado é removido em ± 1 hora de repouso após exercício máximo, e tende a ser mais rapidamente oxidado com recuperação ativa; O oxigênio na mioglobina é reposto em segundos de disponibilidade suficiente de O2. * RESUMO FINAL * * * MENSURAÇÃO DE ENERGIA Medida direta: através da produção de calor, pois o metabolismo dos nutrientes de energia e seus valores calóricos equivalem-se à quantidade de calor liberado * * Medida indireta: através do consumo de oxigênio, pois já se demonstrou que a quantidade de O2 consumido, expresso em equivalentes calóricos será igual ao calor produzido pelo corpo. * Mensuração do VO2 Diretamente através de aparelhos como Vmax e Teem 100 acoplados ao espirômetro durante um exercício; Indiretamente através de protocolos de avaliação validados, podendo ser em ergômetros (ciclo, esteira, piscina, etc.) ou de campo (caminhada, corrida). Normalmente, faz-se uma estimativa através de variáveis como tempo, distância, velocidade, inclinação, FC e peso corporal. * Valores de referência do VO2max (ml/kg.min-1) * * QUOCIENTE RESPIRATÓRIO Para que se possa expressar o consumo de oxigênio (VO2) em unidades equivalentes ao calor produzido (kcal) deve-se saber qual nutriente energético está sendo predominantemente metabolizado devido a composição química do nutriente; QR = divisão do volume de CO2 expirado (VCO2) pelo volume de O2 consumido (VO2). * CHO: C6H1206 + 6 O2 6 CO2 + 6 H20 (QR = 6 VCO2/6 VO2 = 1) GORDURAS: C16H3202 + 23 O2 16 CO2 + 16 H20 (QR = 16 VCO2/23VO2 = 0,70) PROTEÍNAS: Não são apenas oxidadas em CO2 e H2O, são primeiro deaminadas no fígado. Por isto o QR não serve para proteínas. * Equivalente calórico (kcal/l O2) * Fatores que interferem no QR Hiperventilação – produz níveis anormais de CO2 e o QR excede 1; Exercícios intensos de curta duração – sofrem o efeito do tamponamento do lactato, que causa aumento desproporcional na produção de CO2 e o QR excede 1; Período de recuperação – retenção de CO2 baixando o QR. * MET – equivalente metabólico Forma de determinar o custo energético de determinada atividade; Representa o gasto energético (consumo de oxigênio) necessário para a manutenção das funções vitais do ser humano em repouso; 1 MET = 3,5 ml/kg.min-1; Muito utilizado para a prescrição de exercícios, especialmente para hipertensos, diabéticos, obesos, situação pós-cirúrgica. * * * * FC e GASTO ENERGÉTICO Variável de fácil mensuração; A FC tem uma relação linear com o consumo de oxigênio: a medida que aumenta o VO2, aumenta a FC. * Fatores que interferem nesta relação: temperatura; alimentação; posição corporal; emoções; grupos musculares envolvidos. * AVALIAÇÃO DAS POTÊNCIAS AERÓBICA E ANAERÓBICA Avalia-se a quantidade de ATP produzido pelas vias metabólicas aeróbica e anaeróbica. Esta é uma medida importante até mesmo na avaliação de determinadas doenças. * CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO PROTOCOLO Validade – grau em que o teste mede aquilo a que se propõe medir. É determinada através da comparação com resultados obtidos em testes de validade conhecida. Fidedignidade – grau de consistência dos resultados, que se reproduzem quando examinados pelo mesmo observador em diferentes momentos. É determinada através da correlação entre os resultados obtidos no teste e reteste aplicados nas mesmas condições, com alguns dias de diferença. Objetividade – grau de consistência dos resultados quando teste é aplicado por diferentes indivíduos no mesmo grupo. É determinada através da correlação entre os resultados obtidos pelos diferentes avaliadores. * Os protocolos podem ser: de campo ou de laboratório, máximos (até exaustão) ou submáximos (com critérios de interrupção e predição de valores), contínuos ou intervalados. Os testes de campo são mais baratos e pode-se realizar com mais pessoas ao mesmo tempo, enquanto os de laboratório são mais fidedignos, pois controla-se melhor todas as variáveis. Os testes máximos são mais objetivos, pois levam o indivíduo ao seu limite máximo, enquanto os submáximos são mais seguros e menos cansativos. * Resistência Anaeróbica Teste de Wingate (1970): após e familiarização e aquecimento o indivíduo pedala no cicloergômetro em velocidade máxima. Então lhe é aplicada uma carga de 1 Newton/kg peso corporal e ele deve pedalar por 30 segundos mantendo a velocidade. Este protocolo avalia resistência anaeróbica através da via metabólica da glicólise, predominantemente. Resist. Anaer (Watt) = rpm x 0,98 x (60/duração do teste em segundos) x carga (N) * A potência de pico pode ser obtida considerando-se os 5 segundos iniciais. Há uma adaptação do Teste de Wingate para membros superiores. * Teste de Margaria-Kalamen (1964): o indivíduo fica a 6 metros de uma escadaria. Quando quiser, corre e sobe a escada de 3 em 3 degraus (3º. 6º e 9º degraus). Registra-se o tempo entre o 3º e 9º degraus em centésimos de segundo. Executa-se 3 tentativas e registra-se o melhor resultado. Este protocolo avalia resistência anaeróbica através da via metabólica dos fosfagênios, predominantemente. Resist. Anaer (kgm/seg) = W x D / t onde W=peso corporal, D=distância vertical entre 3º e 9º degraus e t=tempo entre 3º e 9º degraus. * Resistência Aeróbica Teste de Cooper: o indivíduo deve percorrer a maior distância possível em 12 minutos. É um protocolo de campo e submáximo. VO2 máximo (ml/kg.min -1) = 3,126 x (distância percorrida em metros) – 11,3 * Teste de Rockport: o indivíduo deve caminhar 1 milha (1609,35m) o mais rápido possível. Mede-se a FC logo após o término. É um protocolo de campo e submáximo. VO2 máximo (ml/kg.min -1) = 132,853 – (0,0769 x peso corporal em libras) – (0,3877 x idade) + (6, 315 x gênero) – (3,2649 x tempo) – (0,1565 x FC ao final) gênero masculino = 1 e feminino = 0 1 kg = 2,205 libras * Testes de Laboratório: Astrand-Rhyming, ACSM, Balke, Bruce, etc. Alguns são máximos e outros submáximos. Deve-se escolher conforme o público alvo. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Compartilhar