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* * APOSTILA 2 PARTE 1 Direito Civil: Contratos * * Contrato de Compra e Venda Origem vinculada à TROCA Posteriormente Certas Mercadorias passaram a ser usadas como padrão Mais comum: gado (pecus, dando origem à pecúnia) Posteriormente os Metais Preciosos Depois passaram a ser cunhados com o seu peso Surge a moeda * * Conceito Artigo 481 do Código Civil “Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”. Vendedor se obriga a entregar a coisa vendida, com a transferência do seu domínio Comprador se obriga a pagar preço em dinheiro $$$ NEGÓCIO JURÍDICO * * Observações OBSERVAÇÃO 1 Para ser caracterizado contrato de compra e venda é necessário que o PREÇO seja pago em dinheiro, ao menos em sua maior parte. Caso o preço seja estipulado na forma de um bem pelo outro, o contrato será de TROCA. * * Observações OBSERVAÇÃO 2 Estará perfeito e acabado o contrato mediante o simples acordo de vontades sobre a coisa e o preço (artigo 482) Deste acordo de vontade surgem as obrigações Pelo contrato de compra e venda os contratantes obrigam-se reciprocamente. O Contrato é o INSTRUMENTO para a aquisição de bens, mas por si só não transfere a propriedade. A transferência do DOMÍNIO ocorre MÓVEIS – TRADIÇÃO (art. 1226 e 1267 CC) IMÓVEIS – REGISTRO (art. 1227 e 1245 CC) * * Natureza Jurídica do Contrato de Compra e Venda SINALAGMÁTICO: Gera obrigações recíprocas: Para o comprador = pagar $ Para o vendedor = entregar CONSENSUAL O contrato está perfeito, desde que as partes acordem no preço e no objeto. Em certos casos é SOLENE (artigo 108 CC), quando a lei exige uma forma para celebração (bens imóveis) CONSENTIMENTO PREÇO COISA * * ONEROSO Ambos os contratantes fazem sacrifícios A paga preço e recebe coisa B entrega coisa e recebe preço COMUTATIVO As prestações são certas e conhecidas ÀS VEZES ALEATÓRIO Ex: Compra de uma colheita de campo de trigo (artigo 483 e 458) Natureza Jurídica do Contrato de Compra e Venda * * Elementos do Contrato de Compra e Venda Elemento Subjetivo: Vontade de uma parte de transferir a coisa e vontade da outra parte de adquirir coisa alheia. Requisitos Gerais Agentes Capazes Objeto lícito, possível Forma prescrita e não defesa em lei (imóveis) ELEMENTOS ESSENCIAIS Coisa (RES) Preço (PRETIUM) Consentimento (CONSENSUS) * * CONSENTIMENTO Está relacionado com a capacidade das pessoas, previstas no artigo 3º e 4º do CC Partes devem ser capazes para celebrar o contrato de compra e venda, sendo que essa capacidade pode ser suprida pela representação, pela assistência ou pela autorização judicial. Caso contrário a vontade estará viciada CONSENTIMENTO * * CONSENTIMENTO OBSERVAÇÃO: o CONSENTIMENTO NÃO pode estar eivado de ERRO DOLO COAÇÃO Não basta a capacidade genérica. Para vender deve-se possuir a capacidade específica de alienar, de dispor da coisa. Ao comprador basta a capacidade de obrigar-se. CONSENTIMENTO * * CONSENTIMENTO Lei impôs RESTRIÇÃO ESPECÍFICA: limitação à liberdade de vender Ex: venda de ascendente a descendente sem que os demais descendentes e o cônjuge expressamente consintam. (artigo 496) CÔNJUGE: não deverá consentir se o regime for da separação obrigatória CONSENTIMENTO * * CONSENTIMENTO Ex: Proibição de adquirir bens atinentes ao oficio ou à profissão (artigo 497): tutores, curadores, servidores públicos na administração, servidores e serventuários da justiça, leiloeiros Ex: Condôminos (não se aplica ao condomínio edilício) não podem vender sua parcela a terceiro, sem antes oferecer aos demais consortes, tanto por tanto (artigo 504) Se vender a terceiro, o consorte interessado deve depositar o preço no prazo de 180 dias. + de 1 interessado: 1º. que tem mais benfeitorias, 2º. maior quinhão, 3º. ou o que depositar primeiro em caso de quinhões = CONSENTIMENTO * * CONSENTIMENTO Ex: Vedada a compra e venda entre marido e mulher que tenha por objeto bem que integre a comunhão (artigo 499) Ex: Não pode o cônjuge celebrar contrato de compra e venda de bens imóveis, sem a anuência do outro (artigo 1647, I), exceto quando o regime é o da separação absoluta dos bens CONSENTIMENTO * * CONSENTIMENTO OBSERVAÇÃO Doutrina não tem exigido o requisito do CONSENTIMENTO, na compra e venda de bens de pequenos valores, feita por incapazes, quando estes adquirem bens de consumo para utilização pessoal Ex: Pipoca na cantina da escola, sorvete na praia Não será nula a compra de um doce Trata-se de uma relação contratual de fato (conduta social típica, fato incorporado aos costumes da sociedade) Pontes de Miranda: Ato-Fato Jurídico (direito reputa irrelevante o consentimento, importa o resultado) CONSENTIMENTO * * PREÇO É o segundo elemento essencial Deve ser pago em dinheiro (artigo 481) ou Documento redutível a dinheiro (título de crédito: cheque) Se for “pago” mediante entrega de coisa = troca prestação de serviços = inominado PREÇO * * PREÇO Preço deve ser SÉRIO REAL Não pode ser FICTÍCIO Ex: Compra de uma casa por R$ 1,00 Compra e venda Fictícia = Doação simulada No entanto o preço pode ser INJUSTO salvo os casos de lesão (artigo 157) PREÇO CONTRAPRESTAÇÃO DEVE SER REAL * * PREÇO Preço deve ser CERTO DETERMINADO ou DETERMINÁVEL Estipulado em Moeda Corrente Nacional Devendo ser CONVENCIONADO entre as partes, sendo NULO o contrato quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço (489) Ex de Nulidade: rede de postos que faz cartel, tabelando o preço do combustível em valor muito alto Ex de Não nulidade: Compra de produtos expostos em vitrine onde o preço é colocado pela loja, preço esse que pode, ou não, ser aceito pelo consumidor PREÇO * * PREÇO Permite-se a fixação do preço referente à “taxa do mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar” (artigo 486) No caso de variação considera-se a média do dia. Ex: Variação do Preço do petróleo (Tonelada da soja hoje 25/08 = R$ 1390,00) Permite-se fixar o preço em função de índices ou parâmetro de suscetível determinação (487) Ex: inflação, correção monetária PREÇO * * PREÇO Preço pode ser estipulado por TERCEIRO (485) desde que as partes assim convencionem Ex: venda de imóvel em que as partes chamam uma imobiliária para estipular o preço Implicitamente as partes renunciam o direito de impugnar o laudo. No entanto as partes podem demandar a nulidade do contrato por dolo PREÇO * * PREÇO SEM PREÇO (Artigo 488) Na ausência de preço em razão das características do negócio, quando não houver tabelamento, entende-se que as partes se sujeitam aos preços habituais. Ex: Posto que compra combustível toda semana Depósito de bebida que compra cerveja PREÇO * * COISA A coisa deve atender a três requisitos: EXISTÊNCIA INDIVIDUAÇÃO (Determinável) DISPONIBILIDADE (Alienável) COISA * * EXISTÊNCIA A coisa deve EXISTIR, ainda que futuramente Lei se contenta com a existência potencial da coisa Ex: Safra futura, bezerro da vaca prenha Art. 483 contrato fica sem efeito se a coisa não vier a existir, salvo se as partes assinaram contrato aleatório (artigo 459) COISA * * EXISTÊNCIA Venda de COISAS INCORPÓREAS (crédito / sucessão aberta) tem o nome de CESSÃO DE DIREITOS (creditórios / hereditários) É proibida A VENDA DE HERANÇA de pessoa viva (artigo 426), salvo no caso de SUCESSÃO ABERTA, quando o ato ganhará o nome de Cessão de Direitos Hereditários COISA * * INDIVIDUAÇÃO (Determinável) A coisa deve ser DETERMINADA OU DETERMINÁVEL Por DETERMINADO entende-se o que é ESPECÍFICO, quando a coisa é certa Ex: Fusca 1977 Placas ABD 2508 Por DETERMINÁVEL entende-se o que é GENÉRICO, quando a coisa é incerta, quando se faz alusão ao gênero e quantidade Ex: 1000 sacas de café (1 saca café verde = 60 Kg) COISA * * INDIVIDUAÇÃO (Determinável) Artigo 484 Venda por protótipo, amostra ou modelo Objeto deve ter a qualidade da coisa que foi exibida. ATENÇÃO: A qualidade do que foi exibido PREVALECE sobre o que está descrito no contrato. COISA * * DISPONIBILIDADE (ALIENÁVEL) A coisa deve encontrar-se DISPONÍVEL (ALIENÁVEL) no mercado Não podem ser alienadas por indisponibilidade: NATURAL: ar LEGAL: no caso de penhora VOLUNTÁRIA: inalienabilidade colocada em doação São igualmente inalienáveis: Direitos da personalidade (art 11 CC) Órgãos do corpo humano (art 199 CF) COISA Privacidade, intimidade, alimentos, Integridade física e psíquica * * DISPONIBILIDADE OBSERVAÇÕES VENDA LEGÍTIMA = possibilidade de transferência efetiva do domínio Pode-se alienar coisa litigiosa (art. 457 CC) Não se compra o que já é seu Não se pode vender o que não é seu (venda a non domino) Contrato fica anulável e poderá perder a eficácia COISA *
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