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Resumo Saúde da Criança (1)

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Resumo: Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento | 
Manuel Plácido – Acadêmico de Medicina na FPS 
2ºPERÍODO 
MÓDULO4 
2013 
SAÚDE DA CRIANÇA: CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO 
 
S a ú d e d a C r i a n ç a : C r e s c i m e n t o e D e s e n v o l v i m e n t o P á g i n a | 2 
M a n u e l P l á c i d o - 2 0 1 3 
 
Sumário 
I. CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO NA SALA DE PARTO ...............................................................4 
A SECAGEM DO RECÉM-NASCIDO .................................................................................................................................................... 6 
DESOBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA ........................................................................................................................................................ 6 
AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO .................................................................................................................................................... 6 
MEDIDAS DE MANUSEIO DO RN SAUDÁVEL ............................................................................................................................... 7 
INICIATIVA HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA ............................................................................................................................ 10 
TOCOTRAUMATISMO ........................................................................................................................................................................... 10 
BANHO ......................................................................................................................................................................................................... 11 
COMO AVALIAR A NECESSIDADE DE REANIMAÇÃO? ......................................................................................................... 11 
MEDIDAS DE REANIMAÇÃO ............................................................................................................................................................. 11 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................... 12 
II. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO NEONATO E EXAME FÍSICO ..................................................... 13 
FISIOLOGIA DA TRANSIÇÃO ............................................................................................................................................................. 13 
ANAMNESE DO NEONATO ................................................................................................................................................................. 16 
ORIENTAÇÕES ANTES DA ALTA ..................................................................................................................................................... 19 
TAQUIPNÉIA TRANSITÓRIA DO RECÉM-NASCIDO - TTRN ............................................................................................... 20 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................... 20 
III. RNPT, RNT E RNPOT. ................................................................................................................................. 21 
FOLLOW-UP .............................................................................................................................................................................................. 21 
FATORES FREQUENTEMENTE ASSOCIADOS AO RCIU........................................................................................................ 21 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO RNPT ......................................................................................................................................... 22 
DOENÇAS DO RN..................................................................................................................................................................................... 23 
DOENÇAS DO RNPT ............................................................................................................................................................................... 23 
DOENÇAS DO RNPOT ........................................................................................................................................................................... 24 
REPERCUSSÕES NO RN DEVIDO AO MAU HÁBITO MATERNO ....................................................................................... 24 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................... 25 
IV. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ...................................................................... 26 
CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................................................................................................. 26 
FATORES QUE INFLUENCIAM O CD .............................................................................................................................................. 26 
CRESCIMENTO ......................................................................................................................................................................................... 26 
DADOS E ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS .................................................................................................................................... 28 
DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................................................................................ 29 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................... 30 
V. O PERÍODO PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR (DOS 2 AOS 11 ANOS) .................................................... 31 
O PRÉ-ESCOLAR ...................................................................................................................................................................................... 31 
MARCOS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO PRÉ-ESCOLAR ................................................................... 33 
PARTICULARIDADES DO PRÉ-ESCOLAR .................................................................................................................................... 33 
O ESCOLAR ................................................................................................................................................................................................ 34 
MARCOS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ESCOLAR .............................................................................. 35 
A INFLUÊNCIA DA CULTURA, DA RELIGIÃO E DA CONVIVÊNCIA SOCIAL NO DESENVOLVIMENTO E 
CRESCIMENTO DA CRIANÇA ............................................................................................................................................................ 35 
A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS E DA TECNOLOGIA NO CD DAS CRIANÇAS .................................................................... 36 
ANTROPOMETRIA ................................................................................................................................................................................. 37 
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................................................................................37 
VI. ALEITAMENTO MATERNO ....................................................................................................................... 38 
LEGISLAÇÃO E AÇÕES DO GOVERNO ........................................................................................................................................... 38 
O LEITE MATERNO ................................................................................................................................................................................ 39 
O ALEITAMENTO MATERNO ............................................................................................................................................................ 40 
COMO ORDENHAR O LEITE HUMANO ......................................................................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................... 44 
 
 
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VII. NUTRIÇÃO ..................................................................................................................................................... 45 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................................... 45 
OS 10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ....................................................................................................... 45 
A PARTIR DOS 6 MESES DE VIDA ATÉ O FIM DO 1º ANO. ................................................................................................. 45 
DO PRIMEIRO AO FIM DO 2º ANO. ................................................................................................................................................ 46 
ALIMENTAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR ................................................................................................................................................ 47 
ALIMENTAÇÃO DO ESCOLAR ........................................................................................................................................................... 47 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................... 47 
VIII. VACINAÇÃO ................................................................................................................................................... 48 
BCG............................................................................................................................................................................................................48 
HEPATITE B (RECOMBINANTE) ..................................................................................................................................................... 48 
PENTA .......................................................................................................................................................................................................... 48 
VIP E VOP ................................................................................................................................................................................................... 49 
PNEUMO 10 (CONJUGADA) ............................................................................................................................................................... 49 
ROTAVÍRUS (VORH) ............................................................................................................................................................................. 49 
MENINGO C (CONJUGADA) ................................................................................................................................................................ 49 
FEBRE AMARELA ................................................................................................................................................................................... 49 
TRÍPLICE VIRAL E TETRA VIRAL ................................................................................................................................................... 50 
TIPOS DE VACINAS ................................................................................................................................................................................ 50 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................................................... 51 
 
Nota 
Os Casos 9 e 10 não terão resumos desta vez, me desculpem por não conseguir ter feito a 
tempo. 
O resumo de LARA AGUIAR está muito bom, na falta do meu, eu recomendo o dela. 
Obrigado e boa prova! Espero ter ajudado o máximo possível! 
 
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I. Cuidados com o recém-nascido na sala de parto 
 
No Brasil, anualmente, nascem cerca de 3 
milhões de crianças, das quais 98% em 
hospitais. É dever de todo profissional de 
saúde que atende dentro das salas de parto 
conhecer e ter habilidade de reanimação 
neonatal e estar a postos mesmo quando a 
criança nascer hígida e sem hipóxia ou asfixia 
ao nascer. 
A Atenção Integrada às Doenças na Infância 
(AIDPI) é a principal intervenção disponível para controlar e melhorar as condições de saúde 
na infância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preparo para a Assistência 
O preparo para atender ao RN na sala de parto requer: 
1. Anamnese Materna: 
Conhecer fatores antenatais e relacionados ao parto que ofereçam maior risco de 
necessidade de reanimação neonatal, como ausência de pré-natal, diabetes, cesariana 
de emergência, infecção materna, uso de fórceps etc. é de suma importância para 
sucesso da intervenção de emergência. 
2. Equipe treinada em reanimação neonatal 
3. Checagem do material 
Todo o material deve ser checado, testado e ser de fácil acesso. 
Mesa de Reanimação Aspirador de secreções 
Equipamento para ressuscitação (Máscara 
e ambu neonatal) 
Sondas ou cateteres para aspiração 
(nº 6 e 8) 
Kit para o cordão umbilical Estetoscópio para RN 
Relógio com ponteiro de segundos Incubadora ou Berço aquecido 
Termômetros clínicos e para hipotermia. Campos ou cobertores para o RN 
Balança Pesa-bebê Fonte de O2 
Material de Ventilação e acessórios Laringoscópio Neonatal e acessórios 
Medicações Fonte de calor externa 
4. Os princípios de higiene devem ser seguidos à risca. 
As mãos devem estar sempre lavadas, e nas unidades de saúde deve-se usar luvas 
estéreis. O períneo deve estar limpo, assim como a mesa de parto. Apenas materiais 
estéreis. Não se deve colocar nada no coto. 
Na região das Américas morrem 
anualmente 500.000 crianças 
menores de 5 anos. Sendo 20% 
decorrentes de doenças infecciosas 
e distúrbios nutricionais. 
O processo da AIDPI descreve como atender à criança de 0 a 5 anos de idade que 
chega a um consultório por estar doente ou para uma consulta de rotina 
programada para avaliar o desenvolvimento ou estado de imunização. Os modelos 
oferecem instruções sobre a maneira de avaliar sistematicamente uma criança por 
sinais gerais de doenças frequentes, desnutrição, anemia e para identificar outros 
problemas. Além do tratamento, o processo incorpora atividades básicaspara 
prevenção de doenças e como atender à gestante. 
 Manual AIDPI Neonatal de 2012 do Ministério da Saúde. 
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aluno
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aluno
Realce
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M a n u e l P l á c i d o - 2 0 1 3 
 
 
Figura I-1. Diagrama resumindo os passos do processo de manejo integrado de casos AIDPI. 
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A Secagem do recém-nascido 
A perda de calor é o principal estímulo fisiológico para o início da respiração. Entretanto, se o 
recém-nascido não for secado rapidamente pode entrar em hipotermia (temperatura corporal 
abaixo de 36ºC). Por isso, é necessário que a sala tenha 26ºC de temperatura e secar o RN 
imediatamente após o parto, trocando o campo toda vez que encharcar. 
 
Desobstrução de Via Aérea 
Na vida intrauterina, o oxigênio era fornecido pela mãe, a qual também se encarregava de 
recolher o gás carbônico. O pulmão, portanto, não era funcional. A partir do nascimento, o 
pulmão começa a se expandir, o ar chega aos alvéolos e a circulação pulmonar se estabelece. A 
limpeza das vias aéreas pode evitar que o RN aspire secreções (como muco, sangue, líquido 
amniótico claro ou com mecônio) que podem o levar para hipóxia ou pneumonias. Esta 
limpeza é feita com gaze ou compressa cirúrgica de forma delicada das secreções que estejam 
na boca do RN. A aspiração pode ser feita se houver indicação, mas não é feita rotineiramente 
em bebês vigorosos. 
Avaliação do Recém-Nascido 
Prossegue a avaliação quanto à vitalidade do RN rapidamente, a fim de se identificar os que 
necessitam de cuidados especiais. Se saudáveis devem ser dados à mãe imediatamente. 
Os primeiros critérios a se avaliar são: 
1. Respiração Espontânea e Batimentos Cardíacos 
O RN deve respirar nos primeiros 30 s e sua frequência cardíaca deve estar acima dos 
100 bpm. 
2. Peso ao Nascer e Idade Gestacional 
O primeiro peso deve ser obtido na primeira hora de vida. Deve ter mais de 2.500g e 
ter nascido a termo (mais que 37 semanas). 
3. Procuras de Anomalias congênitas ou tocotraumatismos. 
Para assegurar o tratamento adequado o mais rápido possível. 
A cor não é mais um critério de avaliação, visto que nos primeiros momentos de vida a 
saturação de O2 não chega a 100% imediatamente e a cor não apresenta especificidade 
suficiente para determinar hipóxia ou asfixia. 
 
Classificação do RN 
Feita a primeira avaliação se segue os cuidados de acordo com a classificação dada ao RN. Se 
saudável, asfíxico, de baixo peso, com anomalias ou traumatismos especificados. 
O RN pode ser classificado quanto a/ao. 
1. Peso 
a. Baixo Peso ao Nascer (BPN) 
b. Muito Baixo Peso ao nascer (MBP) 
c. Extremo Baixo Peso ao nascer (EBP) 
2. Idade Gestacional 
a. Pré-termo – Se nascido com menos de 37 semanas 
b. A termo – Se nascido entre 37 e 
c. Pós-termo 
3. Associação do peso com a idade gestacional 
a. GIG – RN grande para a Idade Gestacional (Percentil > 90); 
b. AIG – RN adequado para a idade Gestacional (percentil entre 10 e 90); 
c. PIG – RN pequeno para a idade gestacional (percentil abaixo de 10). 
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Medidas de manuseio do RN saudável 
Manuseio do RN saudável 
1. Dê o bebê à mãe; 
2. Promova o aleitamento materno; 
3. Fazer o teste de Apgar do 1º minuto 
4. Faça os procedimentos profiláticos 
(Corte o cordão umbilical, Vitamina K, 
profilaxia ocular, BCG, antropometria, 
Identificação do RN, Sorologia para 
sífilis e HIV, detecção do tipo 
sanguíneo). 
5. Fazer teste de Apgar do 5ª minuto e 
de Capurro 
 
Cuidados com o cordão umbilical 
O corte do cordão e manuseio da placenta 
pode ser limitado a tradições pessoais, então o médico deve estar atento ao desejo da família 
e procurar saciá-lo se não acarretar em riscos à mãe ou ao RN. O cordão não pode ser 
clampeado muito precocemente, com o perigo de o RN desenvolver anemia nos dois primeiros 
meses, ou muito tardiamente (podendo o RN desenvolver hipervolemia e aumentar a 
viscosidade sanguínea, o que predispõe sobrecarga cardíaca e problemas respiratórios). Com a 
hemoglobina estável, o cordão pode ser cortado assim que as pulsações desaparecerem, em 
média 3 minutos após o parto. Após cortado avaliar se possui duas artérias e uma veia, 
procurando anomalias congênitas. 
 
Vitamina K 
Prevenção de sangramento por deficiência de vitamina K. Administrar 1 mg SC ou IM, se o 
peso for maior que 2 kg. Menores de 2 kg, administrar 0,5 mg. 
 
 
Diversos estudos mostram que 
além de promover a síntese de 
leite, a ocitocina estreita o 
vínculo afetivo entre mãe e filho 
desde a primeira mamada na 
primeira hora de vida. 
Figura I-2. Curva de Lubchenco. Principal meio de se classificar o RN se GIG, AIG ou PIG. 
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Profilaxia Ocular 
Deve ser feito antes da primeira hora de vida. Retira-se o vérnix do olho do RN com gaze seca 
ou umedecida com água. Sendo proibido o uso de soluções salinas. A seguir pinga-se uma gota 
de Nitrato de Prata 1% no fundo do saco lacrimal de cada olho, no caso de dúvida ou da gota 
cair fora, repetir o procedimento. A seguir, massagear suavemente a pálpebra para se 
certificar da solução chegar a toda conjuntiva. Limpar com gaze seca o excesso. Este 
procedimento visa previnir oftalmias gonocócicas. 
 
Identificação 
O Estatuto da Criança e do Adolescente regulamenta a identificação do RN com sua impressão 
plantar e digital e da impressão digital da mãe. Essa identificação é feita no prontuário e nas 
três vias da Declaração de Nascido Vivo. Ao mesmo tempo pulseiras com o nome da mãe, 
registro hospitalar e hora do nascimento devem ser colocados no RN e na mãe. O transporte 
da mãe e do filho para o alojamento deve ser feito junto. Em casos em que isso não é possível, 
o RN deve ser mostrado à mãe antes de ser transportado. 
 
B.C.G 
É administrada em dose única 
em crianças acima de 2kg para 
proteção contra tuberculose. 
Dados do Ministério da saúde 
dizem que 99% dos RN 
brasileiros recebem a vacina. 
 
Antropometria 
Faz-se o exame físico 
simplificado, pesa-se o RN, e 
tira suas medidas cefálica, 
abdominal e torácico. 
 
Sorologia para sífilis e HIV 
Coletar sangue materno para fazer o teste de VDRL e o teste rápido de HIV, este último, caso a 
mãe não um resultado cuja coleta date no último trimestre da gravidez. Caso positivo, 
zidovudina deve ser administrada antes do parto. 
 
Detecção do tipo sanguíneo 
Determinar o tipo sanguíneo materno e o do RN. Se a mãe for Rh-, prosseguir com testes a 
procura de hipersensibilidade e testar no RN Hb, Ht, BTF, coombs direto e reticulócitos. 
 
Teste de Apgar 
É feito no primeiro minuto e no quinto minuto. Não deve ser critério para determinar o início 
da reanimação. É um bom aferidor da higidezdo RN ou da resposta às manobras de 
reanimação realizadas pela equipe de saúde. Se no 5 º minuto a pontuação não for maior que 
7, deve-se fazer o teste de Apgar de 5 em 5 minutos até chegar no 20º minuto de vida do RN. 
 
O primeiro exame físico do recém-nascido tem como 
objetivo: 
 Detectar a presença de malformações congênitas, 
de sinais de infecção, de distúrbios metabólicos; 
os efeitos causados sobre o RN decorrente de 
intercorrências gestacionais e do uso de 
medicamentos pela mãe durante o trabalho de 
parto. 
 Avaliar a capacidade de adaptação do recém-
nascido à vida extrauterina. 
 O exame físico deve ser realizado com a criança 
despida, mas em condições técnicas satisfatórias. 
 
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Tabela I-1. Critérios com pontuação do Teste de APGAR 
Teste de Capurro 
É um método para estabelecer a idade gestacional do RN. É dividido em somático e 
neurológico. 
Critério Aspecto e Pontuação CAPURRO SOMÁTICO 
Formação 
do Mamilo 
 
A 
Pouco visível e sem 
aréola. 
 
0 
Mamilo nítido. 
Aréola lisa, 
diâmetro < 0,75 
cm 
5 
Mamilo puntiforme. De 
bordas não elevadas. 
10 
Mamilo puntiforme 
De bordas elevadas. 
 
20 
 
Textura da 
Pele 
 
 
B 
Fina e Gelatinosa 
 
 
0 
Fina e Lisa 
 
 
 
5 
Algo mais grossa, com 
discreta descamação 
superficial. 
 
20 
Grossa, com sulcos 
superficiais, 
descamação de 
mãos e pés. 
15 
Grossa, 
apergaminhada 
com sulcos 
profundos. 
20 
Forma da 
Orelha 
 
 
C 
Chata, disforme com o 
pavilhão não 
encurvado. 
 
0 
Pavilhão 
parcialmente 
encurvado na 
borda 
5 
Pavilhão parcialmente 
encurvado em toda a 
borda superior. 
10 
Pavilhão totalmente 
encurvado 
 
 
20 
 
Tamanho da 
glândula 
mamária 
D 
Ausência de Tecido 
mamário 
 
0 
Diâmetro < 5 mm 
 
 
5 
5 < Diâmetro > 10 mm 
 
10 
Diâmetro > 10 mm 
 
 
20 
 
Sulcos 
Plantares 
 
 
E 
Ausentes 
 
 
 
0 
Marcas mal 
definidas na 
metade anterior 
da planta 
5 
Marcas bem definidas 
na metade anterior e no 
terço anterior. 
 
10 
Sulcos na metade 
anterior da planta. 
 
 
15 
Sulcos em mais 
da metade 
anterior da planta 
 
20 
 CAPURRO 
NEUROLÓGICO 
 
Sinal do 
Xale 
(posição do 
cotovelo) 
F 
Na linha axilar do lado 
oposto 
 
 
0 
Entre a linha 
axilar do lado 
oposto e a linha 
média. 
6 
Ao nível da linha média 
 
 
12 
Entre a linha média 
e a linha axilar 
anterior ipsolateral. 
 
18 
 
Posição da 
cabeça ao 
levantar o 
RN 
G 
Totalmente 
deflexionada 
 = 270º 
 
0 
 Entre 180º e 
270º 
 
 
4 
 = 180º 
 
 
 
8 
 < 180º 
 
 
 
12 
 
Para calcular: 
Somático: Somatório dos pontos em A, B, C, D, E + 204/7. 
Somático-neurológico: Somatória dos pontos em B, C, D, E, F e G + 200/7. 
aluno
Realce
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1. Iniciativa Hospital Amigo da Criança 
O aleitamento materno é o método que mais previne mortes em crianças até os 5 anos de 
idade. Muitos são os esforços governamentais, dos profissionais de saúde e da sociedade no 
sentido de promover, proteger e apoiar esta prática, destacando-se a instalação de políticas e 
ações para propiciar à criança o melhor início de vida possível. 
Os critérios globais da IHAC compreendem a adesão aos “Dez Passos para o Sucesso do 
Aleitamento Materno” e a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e 
Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). 
Estudos realizados em diferentes países, incluindo o Brasil, concluem que a IHAC é uma 
estratégia efetiva para o incremento da prevalência e da duração da amamentação exclusiva e 
total. 
Tocotraumatismo 
 
São traumas originados no parto, e podem ser maternos ou no recém-nascido. Geralmente 
ocorrem durante trabalhos de parto muito longos ou muito rápidos, ou em intervenções 
cirúrgicas, ou não. 
Quando no RN, podemos classificar o trauma em: 
 Trauma tipo I ou Leve: 
 Hemorragia conjuntival, lesões de pele, ferimentos cortocontusos de partes 
moles, bossa serossanguínea, fratura de clavícula. 
 Trauma tipo II ou moderado: 
 Parestesia braquial e facial, céfalo-hematoma, lesão de ouvido, laringe, 
estrabismo. 
 Trauma tipo III ou grave 
 Paralisia facial, braquial, bilateral das cordas vocais. 
 Hemorragia intracraniana; Trauma da coluna vertebral e medula espinhal. 
 Fratura de ossos da face, crânio, ossos longos. 
 
 
 
 Os 10 critérios do IHAC 
1. Ter uma política de aleitamento materna escrita que seja rotineiramente transmitida a toda a equipe 
de cuidados de saúde. 
2. Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para implementar esta 
política. 
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno. 
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento. 
Interpretação: colocar os bebês em contato pele a pele com suas mães, imediatamente após o parto, 
por pelo menos uma hora e orientar a mãe a identificar se o bebê mostra sinais que está querendo 
ser amamentado, oferecendo ajuda se necessário; 
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vier a ser separadas dos seus 
filhos. 
6. Não oferecer a recém-nascidos alimento ou bebida que não seja o leite materno, a não ser que haja 
indicação médica. 
7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e bebês permaneçam juntos - 24 horas por dia. 
8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda. 
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas. 
10. Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na 
alta da maternidade. 
Tabela I-2. Os 10 passos do IHAC. 
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Quando na Mãe pode ser classificadas em: 
 Laceração de 1º grau 
 Quando somente a fúrcula é lesada. 
 Laceração de 2º grau 
 Fúrcula + proximidade da região esfincteriana. 
 Laceração de 3º grau ou completas 
 Fúrcula + esfíncter anal, laceração de vagina, laceração de colo uterino, 
ruptura uterina, ruptura de bexiga, edema de vulva, laceração de ânus com ou 
sem comprometimento de reto, hematoma da vagina, hematoma da vulva, 
hematoma do períneo. 
Banho 
O banho deve ser dado com no mínimo 6 horas após o nascimento, se o RN estiver com 
temperatura normal. Sendo breve no banho e tomando todos os cuidados para preservar a 
temperatura do RN. 
Como avaliar a necessidade de reanimação? 
Se o RN é pré-termo ou se, logo após nascer, não estiver respirando e/ou apresenta-se 
hipotônico, indicam-se os passos iniciais, que consistem em: 
 Prover calor. 
 Posicionar a cabeça em leve extensão. 
 Aspirar vias aéreas,se excesso de secreções. 
 Secar e desprezar os campos úmidos (se RN > 1.500g). 
 Reposicionar a cabeça, se necessário. 
 
Medidas de Reanimação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela I-3. Fluxograma da Reanimação neonatal 
 
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Referências 
IMIP, Fernando Figueira: Pediatria. 4ª Ed. 2011 
http://www.uff.br/mmi/neonatologia/graduacao/internato/obrigatorio/capitulos%20essencial
%20rn/capitulo%203.pdf 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_recem_nascido_%20guia_profissionais_s
aude_v1.pdf 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/antropometria_geral.pdf 
http://www.hospitaldaluz.pt/index.aspx?showMinisiteId=2&showPainelId=8&showRefId=98 
http://www.portalneonatal.com.br/livros/arquivos/Neonatologia/ManualdeNeonatologia-
UFJN2005.pdf 
http://abenfo.redesindical.com.br/arqs/manuais/083.pdf 
http://www.faculdademedicina.ufpa.br/doc/Avaliacao%20da%20Idade%20Gestacional.pdf 
http://www.uff.br/mmi/neonatologia/graduacao/internato/obrigatorio/capitulos%20essencial
%20rn/capitulo1.pdf 
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=37384 
http://www.amrigs.com.br/revista/54-02/09-513_tocotraumatismo.pdf 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/modulo1_ihac_alta.pdf 
http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_a
rea=124&CO_NOTICIA=14540 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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II. Alterações fisiológicas no neonato e exame físico 
 
As condições de vida do feto e do neonato mudam drasticamente, e por isso é necessário que 
após o nascimento, o recém-nascido passe por mudanças fisiológicas importantes para sua 
adaptação à vida extrauterina. 
 
Fisiologia da Transição 
Sistema Cardiovascular 
Enquanto feto, o sistema cardiovascular é muito peculiar. O sistema é estruturado de forma 
que possa suprir com eficiência as necessidades de um organismo em crescimento rápido num 
ambiente de hipóxia relativa. O pulmão está colabado e cheio de líquido em seu interior, o que 
provoca um aumento da resistência vascular deste órgão. Então, ao invés de ser o órgão que 
promove as trocas gasosas, neste período ele apenas se beneficia do oxigênio carregado pelo 
sangue. E é função da placenta promover a hematose. Neste período não há diferença 
significativa da pressão do átrio esquerdo do direito. Assim como a espessura da parede são 
praticamente as mesmas. 
O que caracteriza, principalmente, a circulação fetal são os bypasses: 
1. Ducto venoso 
É uma comunicação entre a veia umbilical e a veia cava inferior. O sangue oxigenado 
na placenta volta ao corpo fetal pela veia umbilical, a qual deveria desembocas na veia 
porta. Mas devido a essa comunicação, boa parte desse sangue vai direto para o 
coração com uma saturação mais alta, do que se tivesse se misturado com o sangue da 
veia hepática. 
2. Forame Oval: 
É uma comunicação entre o AD e o AE, por onde o sangue mais 
oxigenado proveniente da cava inferior passa direto lado direito 
para o esquerdo, onde será ejetado diretamente no VE e 
passará para a circulação sistêmica com o máximo de saturação 
de O2 possível. Alimentando o cérebro e as artérias coronárias, 
principalmente. 
3. Canal Arterial 
É uma comunicação entre a artéria pulmonar e a artéria aorta, 
promovendo maior saturação de oxigênio para a aorta 
descendente, e poupando o pulmão de alguma sobrecarga. 
 
Após o nascimento esses shunts devem desaparecer, configurando a circulação extrauterina. 
Após o nascimento, o músculo liso das veias umbilicais se contrai dentro de poucos minutos, 
promovendo o fechamento fisiológico destas estruturas e cessando a circulação placentária. 
Apenas dentro de 2 a 3 meses é que ocorre o fechamento anatômico desta estrutura. As veias 
e o ducto venoso demoram um pouco mais a se fechar e em geral ainda não estão totalmente 
obliteradas quando clampeamos o cordão umbilical. 
O fechamento funcional do forame oval se dá pela diferença de pressão que o coração vai 
possuir após ocorrer a permeabilização da circulação pulmonar. O fechamento anatômico 
acontece apenas em cerca de um ano. 
O canal arterial, por fim, vai se fechar funcionalmente até o fim do 3º dia. Em geral, a 
presença elevada de O2 e bradicinina proveniente da expansão pulmonar e ausência de 
prostaglandinas placentárias são os responsáveis pela contração da musculatura lisa dessa 
estrutura, e consequente impermeabilização do canal. O fechamento anatômico ocorre entre 
o 1º mês e o fim do 3º mês de vida. Nos 4 primeiros dias, cianose transitória pode ser 
observada no RN, dado que o canal ainda está aberto o que pode prejudicar o transporte de 
oxigênio para o corpo. É a persistência desta estrutura que causa a tetralogia de Fallot. 
Figura II-1. Detalhe do forame oval. 
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Figura II-2. Resumo esquemático da circulação fetal 
 
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Figura II-3. Representação esquemática da circulação na vida extraembrionária. 
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Sistema Respiratório 
A produção de surfactante pelos pneumócitos se torna expressiva a partir da 24ª semana. 
Ainda dentro do útero, o feto apresenta movimentos respiratórios que continuamente leva o 
fluido pulmonar para o líquido amniótico. A realização deste movimento ainda na vida 
intrauterina é importante para a maturação do controle neuromuscular da respiração. 
No nascimento, a compressão torácica é importante para a expulsão do fluido pulmonar. Nos 
nascidos de cesárea, há maiores chances de complicações respiratórias, já que não há essa 
expulsão de líquidos. O choro é o momento que marca a expansão dos alvéolos e entrada de 
ar nos pulmões, em geral é estimulada pela asfixia (hipoxemia, hipercapnia e acidose) e pelo 
frio provocado pela evaporação dos líquidos fetais da sua pela. Estudos mostram que para a 
saturação de O2 atingir valores superiores a 90% pode levar até 10 minutos. 
 
Sistema Hematopoiético 
Com o nascimento, a saturação de O2 aumenta, inibindo a liberação da eritropoietina 
(hormônio renal), reduzindo assim a produção de hemácias, podendo levar a anemia 
fisiológica. 
Os leucócitos são insuficientes e por isso o aleitamento é importante para a prevenção de 
doenças no RN. 
 
Sistema Gastrointestinal 
No útero, o TGI é praticamente inativo já que a sua função é exercida pela placenta. O líquido 
amniótico é constantemente engolido e qualquer alteração no trato deve influenciar na 
quantidade de liquido fetal. O mecônio é a primeira evacuação e é constituída de bile, resíduos 
deglutidos do liquido amniótico e bilirrubina não conjugada. A passagem do mecônio é rara 
antes da 35ª semana, sendo sua presença um sinal de sofrimento fetal, principalmente por 
asfixia, a qual causa aumento da peristalse e relaxamento do esfíncter anal. 
 
SAM – Síndrome deAspiração do Mecônio 
Líquido amniótico tingido de mecônio é um problema comum e ocorre cerca de 16% das 
gravidezes. Sendo o SAM presente em 2% destes partos. 
Em sinais de sofrimento fetal, os movimentos respiratórios, que eram expulsivos, puxam e 
depositam nos pulmões o líquido amniótico, e se este conter mecônio poderá desenvolver o 
SAM, o qual acarreta em resposta inflamatória alveolar, obstrução de brônquios ou 
bronquíolos, atelectasias, pneumonite química com destruição tecidual, dentre outras 
complicações. 
Anamnese do Neonato 
Como sempre, a história tem grande valor na anamnese bem feita. Deve-se colher a história 
perinatal, a qual abarca a História materna, familiar, gestacional, condições do parto e 
nascimento e da história do RN após o parto até o momento da consulta. 
O exame físico deve ser feito sempre que possível na presença da mãe. O bebê deve estar 
desnudo e a temperatura e a iluminação da sala devem estar adequadas. O exame deve incluir 
a observação do estado geral, fácies, atitude, atividade espontânea, tônus muscular, postura, 
coloração da pele, tipo respiratório, estado de hidratação e estado de consciência 
(características variáveis de acordo com a idade gestacional). Estes exames são feitos no 
Alojamento Conjunto 
1. Medidas 
O peso e os perímetros devem ser medidos. Avaliar a IG fazendo Capurro 
somático+neurológico e avaliação da maturidade neuromuscular pelo método de New 
Ballard, se o neonato estiver calmo e em alerta e já tiver entre 12 e 20h de nascido. 
Medir a temperatura. A perda de peso ponderal é de cerca de 10% nos primeiros dias, 
voltando a crescer novamente a partir do 5º dia. 
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2. Inspeção Geral 
Nesta etapa se deve observar: 
 A atitude do RN (deve estar em flexão generalizada) 
 Se existe alguma anomalia congênita 
 Verificar se a respiração fez a transição esperada 
 Se alguma medicação feita na hora do parto (analgésicos, anestésicos) 
tiveram repercussão na criança. 
 Verificar a coloração da pele, estado nutricional e fácies. 
3. Exame Regional 
a. Pele 
As crianças brancas assumem um aspecto mais róseo, enquanto as negras um 
aspecto avermelhado (eritrodermia fisiológica). Deve-se avaliar com cuidado 
se algum RN apresentar cianose em extremidades ou nos lábios. 
 Vérnix Caseoso 
É secretado na pele na vida uterina e serve para proteger o feto da maceração 
do líquido amniótico. Favorece o deslizamento durante o parto e é um isolante 
térmico. Em geral desaparece nas primeiras 12 h e nos RN a termo está 
presente apenas nas dobras das articulações. 
 Lanugo 
São pelos finos que aparecem os RNT e mais ainda nos RNPT. Desaparecem em 
poucos dias. Concentram-se no dorso, na face e nas orelhas, em geral. 
 Mancha mongólica 
Não tem relação com nenhum processo patológico. São manchas azul-
esverdeadas localizadas habitualmente no dorso e regiões lombossacra e 
glútea. Traduz a imaturidade cutânea na migração dos melanócitos e a 
expressão “mongólica” provém da maior incidência desta na raça mongólica 
(ou amarelos, asiáticos, orientais etc.). 
 Milium sebáceo ou facial 
O estrógeno materno obstrui as glândulas sebáceas do recém-nascido e isso se 
traduz no aparecimento do Milium. São pontinhos amarelo-esbranquiçados 
que aparecem na face. 
 Eritema Tóxico 
Lesão eritemopapulosas, que aparecem nos primeiros dias de vida e regride 
espontaneamente. Acredita-se que se trata de uma reação alérgica ao meio 
ambiente, já que é relacionada com a presença de eosinófilos e pode confluir 
com a migração destas células, se esparsando pelo corpo. É classificado como 
enxantema benigno. 
 Equimose, cianose e edema. 
São comuns. A equimose, sobretudo, nos prematuros e sua localização 
depende da apresentação fetal na hora do parto. A cianose de extremidade é 
mais acentuada nos membros inferiores e se deve à instabilidade vasomotora. 
O edema pode ser observado nos locais da apresentação, em membros 
inferiores e na região genital. 
 Icterícia fisiológica 
Surge nos primeiros dias de vida e é transitória. Como o fígado ainda não 
possui a maturidade suficiente para metabolizar a bilirrubina proveniente da 
destruição das hemácias. Ela se acumula no sangue e é eliminada através da 
pele, urina e fezes. 
 
 
Figura II-4. RN com lanugo. 
Figura II-5. RN com Milium 
Sebáceo 
Figura II-6. RN com Mancha 
mongólica 
Figura II-7. RN com icterícia na 
luz fluorescente. 
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 Hemangioma Capilar 
Manchas vermelhas frequentemente na nuca, fronte e pálpebras superiores, 
devido à dilatação capilar superficial, que deve desaparecer com o 
crescimento. Algumas apresentações devem ser acompanhadas pelo pediatra 
e se for o caso intervenções cirúrgicas poderão ser necessárias. 
 Descamação Fisiológica 
A descamação ocorre nos primeiros 15 - 30 dias de vida. A pele se descama em 
pequeninas lâminas, enroladas e orientadas no sentido do eixo longitudinal do 
corpo. É encontrada geralmente no abdômen, tórax, pés e mãos. 
 
b. Cabeça: 
Procuram-se assimetrias, cavalgamentos, disjunção das suturas, 
tocotraumatismos ou qualquer outra anormalidade. A cada consulta deve-se 
fazer a medição do PC e observar seu crescimento. Em RNT o comum PE PC de 
34 a 35 cm. Em RNPT, 33 cm. O crescimento, em média é de 2 cm/mês no 
primeiro trimestre, 1 cm/mês no segundo, e 0,5cm/mês no terceiro e quarto. 
c. Face: Olhos, Nariz, Boca e Orelhas: 
Observa a expressão do RN, tentando compreender se está confortável, 
sentindo dor ou qualquer outro achado. 
Os olhos, em geral, apenas são examinados após o 3º dia, pois antes as 
pálpebras estão inchadas, impedindo a realização do exame. Procura-se por 
hemorragias, exsudatos, reflexo vermelho, isocoria, simetria. Observa-se a 
coloração da Iris e abertura pupilar. 
No nariz, observa-se simetria, se há obstrução ou secreção. Procura-se 
por anomalias congênitas ou má-formações. 
Na boca, devem-se avaliar os lábios, o palato duro, a gengiva, a língua, 
a úvula e o palato mole como um todo. Procura-se por má-formações, 
infecções, desvios da comissura labial. 
Na orelha, observa-se o tamanho, a simetria, a implantação e a forma 
do pavilhão auricular, Faz-se a pesquisa da acuidade auditiva (reflexo cócleo- 
palpebral). 
d. Pescoço 
Avaliar se está curto, grosso e hipotônico, Explorando a mobilidade, o tônus e 
se há crepitações. Procurar por anormalidade como inchaços, bócio. Verificar a 
simetria cervical e a quantidade de pele na área. Palpar clavículas e procurar 
por hematomas, fístulas ou qualquer outro achado anormal. 
e. Tórax 
Observar a frequência respiratória (40-60 rpm. Verificar se a respiração é 
abdominal, periódica. Ver o PT, passando a fita métrica por cima dos mamilos. 
PT em RNT é em média 32 cm. Nos RNPT 29-30 cm. Procura-se assimetrias, 
escavações, abaulamentos, retrações etc. Palpa-se a procura de pontos 
dolorosos e o frêmito torçado vocal (enquanto o bebê estiver chorando). Na 
ausculta, sopros e arritmias podem ser escutados nos primeiros dias. 
f. Pulsos 
As palpações são imperiosas e oferecem muitas informações sobre a vitalidade 
cardiovascular do RN. A palpação do pulsoradia e femoral é obrigatória. 
g. Abdome 
Deve ser semigloboso. Avalia-se o aspecto da parede abdominal, faz o PA, e 
deve ser 2-3 cm menor que o PC. Ob serva-se a mobilidade do abdome, ondas 
peristálticas, distensão ou retração, ou qualquer outra anormalidade. A 
permeabilidade do orifício anal deve ser obrigatoriamente pesquisada. 
Certificar que o RN já eliminou o mecônio. 
Figura II-8. Hemangioma 
Capilar num RN. 
Figura II-10. Excesso de pele 
no pescoço de um RN. 
Figura II-9. Exame nos olhos 
de um RN. 
Figura II-11. Tórax de um RN. 
Figura II-12. Ausculta no 
tórax do RN. 
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Nota
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radial
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Observa-senull
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h. Genitália 
Observa-se a permeabilidade uretral, procuram-se fístulas, anormalidades 
anatômicas e distúrbios metabólicos relacionados a estas anormalidades. 
Ginecomastia fisiológica. Observa-se a aderência dos pequenos lábios e do 
prepúcio. Pesquisa-se a permeabilidade do hímem. A primeira diurese ocorre 
nas primeiras 48h e urina avermelhada é comum devido à presença de uratos. 
Observa-se a região umbilical e faz a assepsia com álcool 70%. 
i. Dorso 
Observar se há a presença de manchas mongólicas. Avaliar a presença de 
fístulas, espinha bífida ou de qualquer outro achado anormal. Verificar o 
tamanho, a forma, simetria e postura. 
j. Membros inferiores e Quadril 
Observa-se a simetria, procura-se por edemas, equimose ou qualquer outro 
achado. Avaliar a postura dos pés. Aplica-se a manobra de Ortolani para 
procurar por luxação congênita do quadril. 
k. Choro 
Observa-se a intensidade e a vitalidade do choro. Assim como tenta-se 
descobrir os motivos pelos quais a criança chora. 
l. Sistema Nervoso, 
Observação da atitude e da reatividade. Evitar a realização do exame 
neurológico nas primeiras 12 horas de vida, para minimizar a influência do 
estresse do parto. Sempre se atentar para o estado de alerta da criança. RN a 
termo apresentam-se com hipertonia em flexão dos membros, choro forte e 
reflexos primitivos: 
 Reflexo do Abraço 
 Reflexo da sucção 
 Marcha Reflexa (até os 2 meses de idade) 
 Reflexo da Preensão palmar e plantar 
 Reflexo de Busca 
 Cutâneo Plantar 
 Reflexo da Propulsão 
 
 
4. Correlação e avaliação dos achados ao exame físico 
Avaliar, comparar e correlacionar os achados do exame físico com os números e 
critérios preconizados pelo Ministério da Saúde. Sempre informando e explicando aos 
pais e familiares os resultados. 
 
Orientações antes da Alta 
Checar o conhecimento da mãe quanto às necessidades e como se portar diante do RN. Sanar 
as dúvidas, treinar e ajudar a mãe quanto aos cuidados com o RN. Reforçar a importância do 
aleitamento materno, assepsia do coto umbilical, vacinação e exame do pezinho, orelhinha e 
olhinho. Agendamento de consulta de revisão e orientação sobre como previnir os domésticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura II-16. Choro de um RN. 
Figura II-13. Abdome de um 
RN. 
Figura II-14. Dorso de um RN 
Figura II-15. Membros 
inferiores de um RN. 
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Abdome
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os acidentes
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 Taquipnéia Transitória do Recém-nascido - TTRN 
Aumento da frequência respiratória do RN que não perdeu o transudato que preenche os 
pulmões antes do nascimento. Acontece, com maior frequência, nos partos por cesariana, em 
que não existe a compressão torácica através do canal do parto, a qual contribui para a 
expulsão deste liquido. Prematuros, asfixia ao nascer e administração de sedativos na mãe 
durante o parto também são fatores de risco. Não há tratamento específico, apenas medidas 
de suporte, como decúbito elevado, manter bocas e narinas pérvias, pescoço bem 
posicionado, ambiente térmico neutro. 
 
 
 
Referências 
IMIP, Fernando Figueira: Pediatria. 4ª Ed. 2011. Editora MEDBOOK. 
Nelson - Tratado de Pediatria, 18ª Ed. 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X1997000900013&script=sci_arttext 
http://www.famema.br/ensino/embriologia/sistemacardiovascularfetal.php 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAgWMAE/circulacao-fetal-neonatal 
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/html/286/body/08.htm 
ftp://ftp.unilins.edu.br/SilviaManfrin/MULHER%20E%20RN/7-
%20FISIOLOGIA%20DO%20RN%20E%20ADAPTA%C7%C3O%20PERINATAL.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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III. RNPT, RNT e RNPoT. 
 
Quanto à classificação em recém-
nascido pré-termo (RNPT), recém-
nascido a termo (RNT) e recém-
nascido a pós-termo (RNPoT), se 
convenciona da seguinte maneira: 
1. RNPT – Antes das 37 
semanas 
2. RNP – Entre 37 e 42 semas 
3. RNPoT – Além de 42 
semanas 
Há um novo subgrupo, chamado de 
pré-termos tardios, que são 
nascidos entre 34 e 36 semanas e 6 dias. 
Os neonatos pré-termos precisam realizar grandes ajustes fisiológicos para se adaptar ao meio 
extrauterino e se recuperarem das diversas patologias neonatais. Grandes progressos 
aconteceram nos últimos anos no manejo desta população, permitindo que fetos de 24 e até 
23 semanas sobrevivam, há uma grande discussão ética acerca do benefício destas práticas. 
Até onde é válido ir sem ter a garantia de qualidade de vida e desconsiderando o sofrimento 
promovido pelas repercussões no desenvolvimento? 
Follow-up 
Recém-nascidos a pós-termo apresentam, segundo várias pesquisas, maior tendência a 
problemas cognitivos, sociais, dificuldades educacionais, sequelas motoras e atraso no 
desenvolvimento fisiológico e motor. Os resultados levam todos à conclusão de que a 
prematuridade, mesmo que de apenas 1 semana, aumenta o rico de morbimortalidade 
neonatal. 
Fatores frequentemente associados ao RCIU 
O Retardo do Crescimento Intrauterino, ou RCIU, pode-se relacionar com fatores fetais, 
placentários ou maternos. 
 
Fetais Placentários Materno 
Anomalias Cromossômicas Tumores Toxemia 
Infecção fetal crônica Descolamento Hipertensão, doença renal 
Gestação Múltipla Infartos Anemia Falciforme) 
Anomalias Congênitas Placentite vilosa Doença crônica 
Irradiação Síndrome da transfusão entre 
gêmeos 
Hipoxemia (prob. Cardíacos, 
altas altitudes, etc) 
Hipoplasia Pancreática/ 
deficiência de insulina 
Redução do Peso placentário, 
celularidade ou ambos. 
Uso de drogas (álcool, 
narcóticos) 
Deficiência do fator de 
crescimento 
Diminuição da área de 
superfície 
Má nutrição (deficiência de 
micro ou macro nutrientes 
Tabela III-1. Fatores associados ao RCIU 
 
 
 
 
 
Discute-se que prematuridade não é o termo 
mais adequado para se tratar de crianças que 
nasceram fora do termo, pois a estigmatização 
promovida pela ideia errônea de imaturação e de 
inacabado por diversas vezes afasta os pais do 
cuidado e atenção com os filhos, quando na 
verdade eles estão madurossim para sua idade 
gestacional, só não se desenvolveram 
intrauterinamente no período correto. 
 
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M a n u e l P l á c i d o - 2 0 1 3 
A fisiopatologia do parto prematuro é um mecanismo desconhecido, entretanto, fatores 
relacionados a ele são: 
 NO FETO 
 Sofrimento Fetal 
 Gestação Múltipla 
 Eritroblastose 
 Hidropsia não-imune 
 NA PLACENTA 
 Disfunção 
 Placenta prévia 
 Descolamento 
 UTERINO 
 Útero bicorno 
 Dilatação prematura 
 MATERNA 
 Pré-eclâmpsia 
 Infecções 
 Doenças crônicas 
 Uso de drogas 
 OUTROS 
 Ruptura prematura das 
membranas 
 Poliidrâmnio 
 Iatrogênica 
 Trauma 
 Adolescência
 
Características Físicas do RNPT 
 Peso: menor que 2.5 kg 
 Comprimento menor que 45 cm 
 Pouco tecido adiposo 
 Sistema musculoesquelético 
subdesenvolvido 
 Fácies enrugadas 
 Tônus muscular diminuído 
 Imaturidade do TGI 
 Imaturidade hepática 
 Deficiência de vitamina K 
 Hipotermia 
 Função respiratória 
subdesenvolvida 
 SNC subdesenvolvido e imaturo 
 Problemas imunológicos 
Classificação do RNPT 
 RNPT limítrofe 
 35 a 36 semanas 
 45 cm a 46 cm de 
comprimento 
 Baixa mortalidade 
 Principais problemas 
 Hipotermia frequente. 
 Icterícia 
 Dificuldade para se 
alimentar 
 Moderadamente pré-termo 
 31 a 34 semanas 
 Menos de 2 kg 
 Genitália pouco 
desenvolvida 
 Principais problemas 
 Problemas respiratórios - 
principalmente DPMH. 
 Anóxia 
 Infecção 
 Hipoglicemia 
 Icterícia 
 Extremamente pré-termo 
 Gravidez inferior a 30 
semanas. 
 Menos de 1.500g. 
 PC menor que 29 cm 
 Principais problemas 
 Asfixia perinatal – muito 
frequente 
 Insuficiência respiratória 
 Apneia 
 Infecções 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Doenças do RN 
Anemia 
Por vezes, a perda de sangue, desnutrição, produção ineficiente de eritrócitos ou uma 
combinação destes pode levar a um quadro de anemia num RN. Entretanto, descolamento 
prematuro de placenta, laceração ou clampeamento prematuro do cordão umbilical, excesso 
de retirada de sangue para análises laboratoriais e na doença hemolítica do recém-nascido 
também podem levar a um quadro anêmico no RN. 
Hipotermia 
Se não bem manejados, todos os RN estão sujeitos a fazer hipotermia. 
Hiperbilirrubinemia 
Todos os RN estão sujeitos a desenvolver icterícia nos primeiros dias de vida. 
Sepse 
Devido à imaturidade do sistema imunológico. 
Hipoglicemia 
Hipoglicemia pode acontecer tanto nos RNPT quanto nos RNPoT. Filhos de mães diabéticas 
também tendem a apresentar baixa de glicose no sangue. Muitos recém-nascidos com 
hipoglicemia não apresentam nenhum sintoma. Outros estão apáticos, alimentam-se 
pouco, têm escasso tônus muscular, estão nervosos, respiram com rapidez ou deixam de 
respirar de vez em quando (apneia). Podem produzir-se convulsões. 
Hipocalcemia 
A hipocalcemia transitória corre frequentemente durante o primeiro e/ou segundo dia de 
vida nos RN que nasceram em mau estado geral. Os prematuros corre ainda mais perigo 
de desenvolverem hipocalcemia mais grave. 
 
Doenças do RNPT 
A prematuridade é a principal causa de morbimortalidade neonatal. Dentre as doenças mais 
comuns neste grupo, as principais são: 
SARRN ou Síndrome do Distress ou Doença da membrana hialina 
A Síndrome da Angústia Respiratória do Recém-Nascido (SARRN) é quase exclusivamente uma 
doença dos pré-termos e nos filhos de mães diabéticas. Caracteriza-se pela incapacidade dos 
alvéolos de permanecerem abertos por conta da alta tensão superficial intrapulmonar. 
Geralmente é necessário intervenção, inclusive com gotejamento de surfactante e um 
respirador de pressão positiva. 
TTRN 
Taquipnéia Transitória do Recém Nascido não é tão grave quando o SAARN e é transitória. É 
causada pelo acúmulo de líquido no pulmão do RN. É questão de tempo até que os vasos 
linfáticos drenem todo o líquido e o RN normaliza. Raramente é necessária uma intervenção 
com pressão positiva ou respirador artificial. 
Apneia do Prematuro 
O RN deixa de respirar transitoriamente por cerca de 15 a 20 segundos. Pode apresentar-se 
em crianças com menos de 34 semanas, e a causa, provavelmente se dá pela imaturidade do 
centro respiratório. 
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Retinopatia do prematuro 
Os vasos sanguíneos que se encontram atrás da retina, na prematuridade, podem se 
desenvolver anormalmente, levando a derrames oculares e, em casos mais graves, 
descolamento de retina e cegueira. Além da prematuridade, altas PO2 promovem a 
Retinopatia. Por isso se deve dosar com precisão a concentração do oxigênio em crianças em 
ventilação artificial. 
Enterocolite Necrosante 
Caracterizada pela inflamação, provavelmente devido à hipóxia, da superfície interna do 
intestino. Que pode evoluir pra necrose, extravasamento do conteúdo para o peritônio, 
fazendo uma peritonite e levar a um quadro de sepse generalizada, resultando em óbito. 
Hipernatremia 
Uma excessiva ingestão de cálcio, ou excessiva perda de líquido pode provocar hipernatremia, 
em especial nos prematuros. Outro fator agravante é a imaturidade renal deste grupo, que 
não consegue poupar água para controlar. 
 
Doenças do RNPoT 
Hipertensão Pulmonar 
Os vasos sanguíneos pulmonares estão contraídos, aumentando a resistência vascular e 
limitando a circulação sanguínea. Geralmente, nestes casos, forame oval e/ou ducto arterial 
continuam pérvios, diminuindo a oxigenação nos tecidos. A doença se apresenta mais 
frequentemente em crianças do pós-termo e em filhos de mães que abusaram de aspirina 
durante a gravidez. 
Síndrome de Aspiração do Mecônio - SAM 
Líquido amniótico tingido de mecônio é um problema comum e ocorre cerca de 16% das 
gravidezes. Sendo o SAM presente em 2% destes partos. 
Em sinais de sofrimento fetal, a asfixia modifica os movimentos respiratórios, que de 
expulsivo, passam a ser do tipo “gasping”. Ao inspirar o mecônio o feto deposita nos pulmões 
o excreta e este pode irritar o tecido pulmonar, desencadeando inflamação atelectasias, 
pneumonite química com destruição tecidual, dentre ou obstruir brônquios e/ou bronquíolos, 
causando hiperinsuflação, o que pode evoluir para pneumotórax. 
Policitemia 
Situação inversa à Anemia, aqui ocorre aumento do número de glóbulos brancos. Geralmente 
com Ht acima de 65%. A criança pode ter a pele de cor avermelhada ou então com partes 
azuladas. Tende a ser mais lenta, alimentar-se menos, taquipnéico e taquicárdico e está 
sujeito to a convulsões. 
 
Repercussões no RN devido ao mau hábito materno 
Síndrome alcoólica Fetal 
Quando a mãe faz uso de bebidas alcoólicas ela está colocando em risco a saúde do filho não 
apenas durante a gravidez, mas durante toda a vida dele. Cerca de 40 mil crianças nascem com 
transtornos devido ao uso de bebidas alcoólicas todos os anos. Bebês nascidos com a 
síndrome costumam apresentar malformações na face, cabeça menor que a média (o que 
sugere anormalidades cerebrais, como falta de coordenação motora e distúrbios de 
comportamento e até retardo mental), malformações em órgãos como rins, pulmões e 
coração. Quando vão para a escola geralmente enfrentam dificuldades de aprendizado, 
memorização e atenção. 
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Consumode drogas durante a gravidez 
O uso de cocaína, ainda que raro, pode provocar anomalias renais, cerebrais, e em outros 
sistemas. Além de poder promover o aborto. Opiácios, como a heroína, não provocam 
anomalias, mas passam pela placenta e pode viciar o feto, que após nascer apresenta crises de 
abstinência (irritabilidade, com choro excessivo, nervosismo, tensão muscular, vômitos, 
diarreia, suor, respiração acelerada e convulsões). 
 
Referências 
IMIP, Fernando Figueira: Pediatria. 4ª Ed. 2011. Editora MEDBOOK. 
Nelson: Tratado de pediatria. 18ª Ed. 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2941.pdf 
http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2011/AVALIACAO
/155-2011.pdf 
http://www.manualmerck.net/?id=278&cn=1400&ss= 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IV. Crescimento e Desenvolvimento da Criança 
Considerações gerais 
“Crescimento é a modificação física, do peso, do volume e do tamanho dos tecidos e dos 
órgãos do organismo decorrente de alterações no número ou volume das células.” 
“Desenvolvimento é a modificação funcional 
(aquisição ou aperfeiçoamento, habitualmente) 
das células, tecidos ou órgãos.” 
IMIPÃO 
 
O CD (processo de crescimento e 
desenvolvimento) é a interação entre o potencial 
genético e o ambiente físico e social, por isso é 
dinâmico e assume uma complexidade, caracterizada por deformidades, descontinuidade e 
sujeito a grandes variabilidades peculiares a cada indivíduo. O CD está, ainda, estritamente 
relacionado com as características normais e da saúde do individuo. Sua avaliação é feita 
através de mudanças e maturação do organismo. 
O acompanhamento é uma ação básica e imprescindível à atenção na saúde da criança, e é um 
dos melhores indicadores da saúde de uma população, por apresentar forte relação com os 
fatores socioambientais. 
Fatores que influenciam o CD 
1. Genéticos; 
 Especialmente nas crianças menores de 5 anos, os fatores ambientais têm 
influencia mais expressiva que os genéticos. Se em um ambiente adequado, as 
variações de crescimento respondem cerca de 80% ao potencial genético. Em 
um ambiente hostil decresce para 50/60% 
2. Nutrição; 
 A nutrição inadequada interfere na manifestação do potencial genético, em 
especial nos dois primeiros anos de vida. 
3. Doenças agudas repetitivas ou crônicas; 
 Desequilibram o metabolismo da criança, desregulando o CD. 
4. Fatores ambientais, sociais e econômicos; 
 Condições de vida ruins, como deficiência de saneamento básico, moradia e 
baixo nível socioeconômico interagem com os demais fatores influenciando 
negativamente o CD. O contrário também é verdadeiro. Melhorias na 
qualidade de vida impulsionam o CD. A isto se soma a tendência secular de 
crescimento, ou seja, a comprovação nítida de tendência para aceleração ou 
retardo do crescimento no decorrer das gerações, tanto físico como na 
maturação. 
5. Sistema Neuroendócrino; 
 As maiores alterações se relacionam com o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. 
No hipotálamo ocorre secreção de GnRH (gonadotrófico), o qual estimula a 
liberação de gonadotrofinas hipofisárias (LH e FSH), que por sua vez atuam 
estimulando proliferação celular e síntese dos hormônios esteroides. 
 
Crescimento 
Durante os dois primeiros anos, há uma importante relação entre crescimento e falta, 
deficiência ou má absorção de nutrientes. O crescimento é aferido com os dados e índices 
antropométricos. Dos quais são construídos os indicadores. 
Crescimento e desenvolvimento nem 
sempre são sinônimos de incremento. 
Redução física ou funcional também 
pode ser o curso normal desses 
processos. 
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Figura IV-1. Gráfico do crescimento do menino segundo o novo padrão (OMS) de avaliação da estatura. 
Crescimento compensatório: É a aceleração ou 
desaceleração, que ocorre após uma diminuição 
ou aceleração do ritmo do CD, seja por causas 
fisiológicas ou por causas patológicas. Pode ser 
rápido e intenso, lento e prolongado, completo 
e incompleto, total ou parcial. 
Tendência Secular: Consiste na aceleração dos 
parâmetros do CD ao longo do tempo, 
decorrente da melhoria das condições de vida 
das populações, o que favoreceu a expansão do 
potencial genético. As migrações também 
influenciaram, pois, geneticamente, indivíduos 
heterozigotos são mais propícios a se submeter 
a influencia do meio. 
 
Os tecidos crescem de forma diferente, num 
processo chamado de alometria. 
 
 
 
Figura IV-2. Curva de crescimento de diferentes tecidos do 
corpo 
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Dados e índices Antropométricos 
Dados: 
São critérios absolutos para 
caracterizar o CD 
 
Índice: 
São relações matemáticas entre os 
dados, a fim de se obter taxas 
estatísticas para caracterizar o CD. 
 
1. Peso 
 Reflete precocemente alterações 
do crescimento, sendo de grande 
importância nos primeiros meses 
de vida. 
2. Comprimento/Altura 
 Reflete respostas mais tardias aos 
agravos nutricionais e exige 
cuidados maiores na aferição. 
Comprimento é usado para 
crianças até 2 anos de idade, e é 
feita com ela em decúbito. Altura 
para crianças acimas dos 2 anos, 
é aferida com a criança em pé. 
3. PC – Perímetro cefálico 
 Modificações do PC sugerem 
anormalidades neurológicas. 
Importante de se fazer de rotina 
nos 2 primeiros meses 
4. PT e PA – perímetro torácico e 
abdominal 
 Feito de rotina e com achados de 
valores importantes durante o 
período neonatal. 
 
1. Peso para a idade 
 Relação entre a massa corporal e 
idade cronológica 
2. Estatura para a idade 
 Representa o crescimento linear. 
Anormalidades é indicativo de 
problemas da saúde de modo 
cumulativo. 
3. Peso para a estatura 
 Relação do peso com a estatura. 
Bom indicador na avaliação de 
casos de desnutrição e de 
sobrepeso. Tende a ser 
substituído pelo IMC. 
4. Velocidade de crescimento 
 É a relação do crescimento num 
dado período de tempo. Achados 
anormais sugerem problemas 
metabólicos, como 
hipotireoidismo. É importante ter 
em mente que os sistemas do 
corpo crescem de maneira 
desigual (alometria). E o estudo 
desta relação tem valor na 
avaliação.
A Caderneta da criança 
É um dos primeiros documentos oficiais da criança. Nela se encontram informações desde a 
vida intrauterina, até o 9ª ano de vida, quando é substituída pela caderneta do adolescente. 
Além de informações sobre o parto, APGAR e antropometria do RN, na caderneta deve conter 
os achados de cada consulta médica realizada, o peso e a altura e suas atualizações ao fim de 
cada nova consulta. Não pode faltar, ainda, o cronograma de vacinação, os “marcos do 
desenvolvimento” e informações necessárias para os pais acompanharem o CD dos filhos. O 
desenvolvimento encontra-se intimamente ligado com o crescimento e maturação cerebral. 
 
 
 
 
 
 
Peso 
No 1º trimestre: 700g/mês 
No 2º trimestre: 600g/mês 
No 3º trimestre: 500 g/ mês 
 
OBS: A criança pode perder cerca de 10% do 
peso nos 10 primeiros dias, por perda de 
mecônio e da diurese. 
 
Estatura 
No primeiro ano: 15 cm no 1º semestre 
e mais 10 cm no 2º. 
No segundo ano: 2 cm/mês 
Dos 2-9 anos: 5 – 7 cm/ano 
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Desenvolvimento 
É a progressão da complexidade dos movimentos, atividades e resposta a estímulos da criança. 
A tabela abaixo mostra alguns dos principais “marcos do desenvolvimento” da criança. 
 
Tabela IV-1. Resumo dos principais marcos do desenvolvimento da criança relacionando com a idade. 
 
 
 
 
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 Referências 
IMIP, I. d. (2011). Fernando Figueira: Pediatria. 4ª ed. Recife: MedBook. 
Marcondes, E. (2003). Pediatria Básica tomo I 9ª ed. 
Mattos, S. S. (Setembro de 1997). “Fisiologia da Circulação Fetal e Diagnóstico das Alterações 
Funcionais do Coração do Feto”. Acesso em Novembro de 2013, disponível em Scielo: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X1997000900013&script=sci_arttext 
 
 
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V. O PERÍODO PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR (DOS 2 AOS 11 ANOS) 
 
O pré-escolar 
A idade pré-escolar se situa entre 2 e 6 anos de idade. A classificação etária deve coincidir com 
o conceito sociocultural que o nome sugere. 
O desenvolvimento normal 
 A criança deve se comunicar com seus amigos da mesma idade. 
 Os medos de escuro, de animais, da morte e de barulhos ocorrem principalmente 
no pré-escolar. 
 Diminui seu egocentrismo progressivamente 
 A construção da autoestima a É dependente do apoio social que a criança recebe 
dos pais, colegas, amigos e professores. 
 
2 anos – O egocentrismo começa a desaparecer
 
A maturação neurológica já é suficiente para a criança controlar diurnamente os esfíncteres, 
passando a ter controle primeiramente do esfíncter vesical e depois do anal. Mas apenas o 
controle não é suficiente para ensiná-la os princípios de higiene, sendo necessário um 
desenvolvimento psicológico que permita reconhecer e adiar sua vontade de urinar ou evacuar 
assim que chega o impulso, e deve também dar sinais e que os adultos entendam para que as 
auxiliem a usar o banheiro. Os pais devem prontamente reconhecer e ajudar a criança, sempre 
ensinando e recapitulando o que deve ser feito, e como fazê-lo. Nesta época a criança explora 
muito seu ambiente e os objetos que nele estão, devendo sempre um adulto estar atento para 
proteger e impor limites quando for necessário. A figura paterna passa a ter um papel maior e 
a criança começa a ter sentimentos ambivalentes, pois quando os pais a limitam e contrariam 
gera um sentimento de frustração e raiva, o que contradiz o amor que sente por eles. Brincar é 
uma necessidade, e é parte fundamental para seu desenvolvimento, mas é uma atividade 
isolada, mesmo que crianças estejam brincando próximas, não desenvolvem um jogo com um 
objetivo comum entre si. É a fase de pico do egocentrismo e aqui acontecem muitas situações 
de birra. A libido se encontra no ânus (fase anal). 
 
Motor Grosseiro: Lança uma bola por cima da cabeça e chuta para frente 
Motor Fino: Empilha 6 cubos e faz rabiscos horizontais e circulares 
Compreensão: compreende afirmações negativas; escolhe objetos de acordo com o tamanho; 
entende ordem simples; entendo o uso de objetos; conhece seu nome. 
Fala: Responde a perguntas simples; fala de 50 a 100 palavras; fala seu nome; comunicação 
telegráfica. 
 
3 anos – Fase fálica 
 
O domínio dos esfíncteres está mais amplo, mas não são incomuns episódios de incontrole. A 
criança passa a respeitar regras por confiar nos adultos significativos e querer agradá-los. A 
libido se desloca progressivamente para os genitais (fase fálica). A criança começa a perceber a 
interdição cultural ao incesto. Consegue compartilhar brinquedos e o espaço, mas não realiza 
jogos com objetivos comuns com outras crianças. Articula melhor as sentenças e utiliza seus 
desenhos como meio de comunicação, expressando seus sentimentos e medos. É muito 
curiosa e observadora. Isso inicia a fase das perguntas de “como, quando e qual o porquê das 
coisas”. Vive plenamente seus sentimentos e expressa sua ambivalência com facilidade. 
Consegue brincar de faz de conta e imita os pais. É o período de pico de incidência dos medos. 
 
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Motor Grosseiro: Equilibra-se sobre um dos pés por 1 segundo, consegue dar saltos e pedalar 
o velocípede. 
Motor Fino: Copia círculos e faz torres de 8 cubos ou pontes. 
Compreensão: Memoriza canções e histórias, podendo imitar os personagens e interferir nas 
histórias com o chamado “pensamento mágico”; compreende o uso de objetos; identifica 
meninos e meninas; compreende palavras de ações; compreende os opostos. 
Fala: Usa formas interrogativas simples (Quem? O que? Onde?); usa o plural; usa 4 a 5 palavras 
numa sentença; usa formas negativas e conta até 10. 
 
4 anos – A criança já está plena para iniciar a sociabilidade 
 
A criança se sente mais segura para aventurar-se um pouco mais fora do ambiente de casa e 
começa a introjetar a rotina, o que lhe dá segurança, posto que conhecendo a sequencia 
normal dos acontecimentos do dia, a criança consegue desenvolver a sensação de 
normalidade. Isso é muito importante para no futuro saber lidar com o desconhecido e saber 
administrar situações inesperadas. Está na fase edípica. Enquanto se sente muito feliz por 
pertencer e ser aceito por aquela família, começa a se sentir excluído quando percebe os pais 
enquanto casal. Surge a curiosidade de como surgiram os bebês, e elas começam a explorar e 
manipular mais ativamente o próprio corpo. É, também, a fase do aprendizado (andar de 
bicicleta, jogos com bolas, jogos com regras já definidas) e sente prazer em brincar em grupo. 
Começa a perceber as doenças, da morte dos parentes, dos problemas dos pais. A criança 
consegue distinguir o real do imaginário e é o primeiro ano de vida em que muitas pessoas 
conseguem ter lembranças. 
Motor Grosseiro: Equilibra-se em um dos pés por 5 segundos. 
Motor Fino: Faz portões de cubos, copia cruzes e depois quadrados. 
Compreensão: Compreende o tamanho em comparação (maior/menor); compreende 
pronomes (ele/ela); Obedece a comandos com duas ou três frases. 
Fala: Fala a maioria dos sons corretamente; conversa com a maioria das pessoas e elas 
entendem. 
5 anos – Lidando com fortes sentimentos 
 
A criança já observa e analisa com certa independência o ambiente fora da sua casa e ela já é 
capaz de compreender convenções sociais. Esta época é marcada por muitos conflitos 
internos, pois ao adquirir a citada independência, ela começará a solidificar sua identidade ao 
mesmo tempo em que se depara a ambientes e situações diferentes daquelas que usualmente 
vivencia. Tendo que lidar com a necessidade do outro e aprender a conviver em grupo. Tudo 
isso demanda capacidade de tolerar certo grau de frustração. Ao conviver em novos 
ambientes, a criança se deparará com novos hábitos, regras, crenças e normas, que podem até 
contradizer as normas já conhecidas. Diante dessa confusão toda, a criança irá atrás de 
explicações e regras claras para se sentir mais seguro. Aos poucos começa o processo de 
identificação com um grupo de colegas, solidificando sua autoafirmação e sociabilidade. É 
nesta época que elas começam a questionar os hábitos e regras da casa, quando conhecem 
hábitos e regras novas. Todo esse conflito gera insegurança nas crianças. É nesta fase que as 
crianças começam a ser mais racionais e menos idealistas. 
Motor Grosseiro: Equilbra-se com um pé por mais de 10 segundos, salta em um pé só, segura

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