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DIREITO PENAL

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DIREITO PENAL - CONCURSO DE CRIMES
 Indubitavelmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu para modificar o rumo da
história da administração pública no país, cujo ideal é proporcionaruma importante
contribuição no aumento das receitas próprias, permitindo que os recursos sejam utilizados
em prol da sociedade beneficiando a população, uma vez que reforça os alicerces do
desenvolvimento econômico sustentado, sem endividamento excessivo, pois não cria
artimanhas para encobrir erros de uma gestão fiscal ruim.
Concurso de crimes quer dizer que o agente ou um grupo de agentes cometeu dois ou mais crimes mediante a prática de uma ou várias ações. Portanto, dentro de uma mesma dinâmica há a pratica vários crimes. 
O concurso de crimes está previsto nos artigos 69, 70 e 71 do Código Penal. Ele é subdividido em concurso material, concurso formal e crime continuado.
a)    Concurso Material
Ocorre quando o agente mediante mais de uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Exemplo: Fulano, armado com um revolver, atira em Cicrano e depois atira em Beltrano, ambos morrem. Neste exemplo, há duas condutas e dois resultados idênticos.
Quando os resultados são idênticos, utiliza-se o termo homogêneo e quando os resultados são diversos utiliza-se o termo heterogêneo.
No concurso material, o agente deve ser punido pela soma das penas privativas de liberdade.
Guilherme Nucci explica quanto ao critério para a aplicação da pena “torna-se imprescindível que o juiz, para proceder à soma das penas, individualize, antes cada uma. Ex. três tentativas de homicídio em concurso material. O magistrado deve, em primeiro lugar, aplicar a pena para cada uma delas e, no final, efetuar a adição”.
Importante observar que se houver a soma das penas antes da individualização ocorrerá a inobservância do princípio da individualização da pena, e consequentemente a anulação da sentença.
No caso da sentença cumular pena de reclusão e detenção, aquela deverá ser cumprida primeiramente.
Em relação ao juiz competente para aplicar a regra do concurso material, Fernando Capez explica que “se houver conexão entre os delitos com a respectiva unidade processual, a regra do concurso material é aplicada pelo próprio juiz sentenciante. Em não havendo conexão entre os diversos delitos, que são objeto de diversas ações penais, a regra do concurso material é aplicada pelo juízo da execução, uma vez que, com o trânsito em julgado, todas as condenações são reunidas na mesma execução, momento em que as penas serão somadas (LEP, art. 66, III, a)”.
b)   Concurso Formal
Ocorre quando o agente mediante uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Exemplo: Fulano atropela três pessoas e elas morrem. Neste exemplo, nós temos três resultados idênticos diante de uma única conduta. 
Portanto, os requisitos para que se configure o concurso formal são: Única conduta e dois ou mais resultados que sejam fatos típicos e antijurídicos.
Em relação a punição, Gilherme Nucci explica que “No Concurso formal, o agente deve ser punido pela pena mais grave, ou uma delas, se idênticas, aumentada de um sexto até a metade, através do sistema de exasperação”, enquanto que se houver desígnios autônomos a pena será cumulativa conforme previsto nos crimes materiais. 
A exasperação, de acordo com Guilherme Nutti, é “o critério que permite, quando o agente pratica mais de um crime, a fixação de somente uma das apenas, mas acrescida de uma cota-parte que sirva para representar a punição por todos eles. Trata-se de um sistema benéfico ao acusado e adotado, no Brasil, nos arts. 70 (concurso formal) e 71 (crime continuado)”.
Desígnios autônomos quer dizer que o agente tem a intenção (dolo) de praticar dois ou mais crimes mediante uma única conduta. Nesse sentido, a pena será cumulada (soma das penas). 
Vejamos um exemplo para entender a dinâmica da aplicação da pena no crime formal. Ex. Fulano quer matar os pais para ficar com a herança da família. Ele coloca veneno no chá e oferece aos pais, que tomam e morrem por envenenamento. Neste exemplo, Fulano queria matar a mãe e o pai para ficar com a herança – desígnios autônomos –, portanto, aplica-se a soma das penas. Outro exemplo, Fulano queria matar o pai, porque ele era uma pessoa violenta, agressiva que chegava bêbado em casa e espancava sua esposa e seus irmãos. Fulano oferece o chá ao pai que toma e morre por envenenamento. Porém, a mãe de Fulano, acidentalmente, toma o chá envenenado e também morre em decorrência do envenenamento. Neste exemplo, configurar-se-á o aumento da pena, pois não foram identificados os desígnios autônomos, ou seja, a intenção de matar tanto o pai quanto a mãe.
A doutrina denomina crime formal perfeito quando se aplica a pena do crime mais grave com aumento. O crime formal imperfeito ocorre quando há somatória das penas.
O resultado pode ser heterogêneo quando o resultado é diverso. Ex. Atropelo duas pessoas, uma se fere levemente e a outra morre.  E homogêneo quando o resultado é idêntico. Ex. Atropelo duas pessoas e as duas se ferem levemente.
O parágrafo único do artigo 70 do Código Penal trata do concurso material benéfico que quer dizer que mesmo se tratando de concurso formal a aplicação da pena poderá ser feita utilizando as regras do concurso material caso esta for mais benéfica do que a pena aumentada. Guilherme Nucci explica “se o réu está respondendo por homicídio doloso e lesões culposas, em concurso formal, valendo-se da regra do art. 70, a pena mínima seria de 6 anos – pelo homicídio simples – acrescida de um sexto, diante da exasperação prevista, resultando em 7 anos de reclusão. Se fosse aplicada a pena seguindo a regra do concurso material, a pena ficaria em 6 anos de reclusão e 2 meses de detenção. Portanto, já que o concurso formal é um benefício ao réu, deve ser aplicada a pena como se fosse concurso material. Observa-se que o concurso é formal, embora a aplicação da pena siga a regra do concurso material. É a opção do legislador pelo sistema do acúmulo material.”
c)    Crime continuado
Ocorre quando o agente, reiteradamente, mediante mais de uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes da mesma espécie , nas mesmas condições de tempo, ação e lugar. Por exemplo, a empregada que furta toda semana da carteira da patroa R$ 10,00. 
Quais as condições de tempo? Toda semana. Ação? Furto. Lugar? Carteira da patroa.
A rigor, cada vez que a empregada furta R$ 10,00 é considerado um crime de furto qualificado, pois, acrescenta-se o abuso de confiança entre a empregada e a patroa. O furto qualificado tem uma pena mínima de 2 anos, portanto, se ocorresse 50 crimes desta natureza, a empregada teria uma pena de 100 anos. Isso seria um tanto quanto injusto, pois quem mata uma pessoa tem pena mínima de 6 anos, enquanto que nesse caso ela teria uma pena de 100 anos. Portanto, identificando que houve a prática reiterada, as mesmas condições de tempo, ação e lugar, aplica-se a pena de um só crime se idêntico ou a mais grave se diferentes, aumentada a pena. O crime continuado nada mais é do que um concurso material de crimes, porém com regra de apelamento de concurso formal.
De acordo com Fernando Capez, há o crime continuado comum – sem violência ou grave ameaça - no qual se aplica a pena do crime mais grave aumentada de 1/6 a 2/3 ou o crime continuado específico – com violência ou grave ameaça – no qual se aplica a pena mais grave aumentada até o triplo. No entanto, se a aplicação da regra do crime continuado, a pena resultar superior à que restaria se somadas as penas, aplica-se a regra do concurso formal (concurso material benéfico).
A prescrição nos casos dos crimes de concurso material, formal e crime continuado devem obedecer ao texto do art. 119 do Código Penal que diz “no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente”.
As citações realizadas dos autores Fernando Capez e Guilherme Nucciencontram-se nos livros: Código Penal Comentado, 11° Edição, Editora Malheiros, Guilherme de Souza Nutti e Curso de Direito Penal, Volume 1, 16° Edição, Editora Saraiva, Fernando Capez.
CULPABILIDADE – [3° SUBSTRATO DO CRIME]
A culpabilidade integra o crime, ou seja, esta junto de fato típico e ilicitude?
1 cr.: BIPARTIDA – a culpabilidade não integra o crime. Objetivamente para existência do crime, é prescindível a culpabilidade. O crime existe por si mesmo com os requisitos: fato típico e ilicitude. Mas, o crime só será ligado ao agente se este for culpado. A culpabilidade é mero juízo de reprovação, pressuposto de aplicação da pena. Se esta diante de uma dirimente, o crime permanece, apenas isenta de pena. Adotam esta corrente: [RENE ARIEL DOTTI; DAMASIO; MIRABETE]
2cr.: TRIPARTIDA – a culpabilidade é o terceiro substrato do crime. Juízo de reprovação extraído da analise como sujeito ativo, se situou e posicionou, pelo seu conhecimento e querer, diante do episodio com qual se envolveu [fato típico e ilícito]. Adotam esta corrente: [Maioria da doutrina]
1- TEORIAS DA CULPABILIDADE:
	Teoria Psicológica
	Teoria Psicológica Normativa
	Teoria Normativa pura [Extremada]
	Teoria limitada da culpabilidade
	Base: Causalista
	Base: NEOKANTISTA
	Base: Finalista
	Base: Finalista
	Reconhece espécies de culpabilidade:
a) dolo
b) culpa
	Reconhece a culpabilidade sem espécies.
	__
	__
	Reconhece o Elemento da culpabilidade:
a) imputabilidade
	Reconhece Elementos na culpabilidade:
a) imputabilidade
b) exigibilidade de conduta diversa
c) dolo ou culpa
	Reconhece Elementos na culpabilidade:
a) imputabilidade
b) exigibilidade de conduta diversa
c) Potencial consciência da ilicitude.
	Reconhece Elementos na culpabilidade:
a) imputabilidade
b) exigibilidade de conduta diversa
c) Potencial consciência da ilicitude.
	Critica: reunir como espécies da culpabilidade fenômenos tão distintos [dolo e culpa].
	Critica: Dolo e culpa integrarem a culpabilidade.
	Critica: __
	
	
	Explicações: Migrou: o dolo e culpa da espécie para elementos da culpabilidade e acrescentou em elementos a exigibilidade de conduta diversa.
- o dolo é constituído dos elementos: consciência; vontade e consciência atual da ilicitude[elemento normativo], o dolo aqui é chamado de dolo normativo.
	Explicações: Migrou o dolo e culpa da culpabilidade para o fato típico. Mas o dolo que vai para fato típico vai despido do elemento normativo, ficando assim o dolo do fato típico constituído somente consciência e vontade, tornando-se o dolo natural. O elemento normativo do dolo que ficou na culpabilidade, torna-se elemento: e de consciência atual da ilicitude vai para Potencial consciência da ilicitude.
	Explicações: há uma só diferença entre a teoria anterior e esta: No tratamento da Descriminante putativa sobre situação de fato: é tratada erro tipo, ao contrario da teoria normativa pura que trata como erro de proibição.
	
	Dolo normativo: adotado pelos neokantista, adeptos da teoria: teoria- psicológico normativa da culpabilidade, integra a própria culpabilidade. Sendo formado por:
a)consciência; b)vontade;
c) consciência atual da ilicitude(elemento normativo).
	Dolo natural: adotados pelos finalista, adeptos da teoria normativa pura da culpabilidade, passa integrar o fato típico constituído de consciência e vontade. O elemento consciência da ilicitude não mais pertence a dolo, mais sim a culpabilidade, porem como potencial consciência.
	
Questão: Qual importância de da consciência deixar de ser atual para ser potencial na teoria normativa pura?
-Questão: o que valoração paralela da esfera do profano?
R: quando na teoria psicológica normativa, a consciência atual da ilicitude, composição do dolo. Não se exige uma consciência de jurista para saber que esta praticando o crime, basta um conhecimento leigo.
-Questão: A culpabilidade é do fato ou do autor do fato?
Lfg e maioria da doutrina: diz que culpabilidade é do fato, e critica que quem defende do autor é um direito penal do autor.
[Fernando de Almeida Pedroso, Rogério rebate: a imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e potencial consciência da ilicitude são do agente, sendo assim a culpabilidade é do autor.
O direito penal é do fato, só se tipifica fato, pois somente fato pode ser crime.
A culpabilidade é do autor, se censura o autor do fato.
2 – Destrinchando a culpabilidade:
2.1 – IMPUTABILIDADE
A imputabilidade entendida como pressuposto da culpabilidade, conjunto de condições pessoais que confere ao sujeito ativo a capacidade de discernimento e compreensão, para entender seus atos e determinar-se conforme esse entendimento. É capacidade de ser responsabilizado penalmente pelos seus atos.
-Questão: imputabilidade é sinônimo de responsabilidade? R: tem doutrina que diz que sim, mas para Rogério a responsabilidade é uma decorrência da imputabilidade. A imputabilidade é pressuposto e responsabilidade é sua conseqüência.
-Questão: Todo imputável é responsável? Não, é caso das imunidades, como imunidade parlamentar absoluta. Ex: parlamentar, diplomata. São imputáveis mas não tem responsabilidade.
O CP não traz definição imputabilidade, mas traz conceitos de inimputabilidade, assim se extrai o conceito de imputabilidade.
2.1.1 – Critérios para definir a imputabilidade:
a) Biológico: leva em conta apenas o desenvolvimento mental do agente. [doença mental ou idade], independentemente da sua capacidade de entendimento no momento da conduta.
b) Psicológico: oposto do biológico, considera-se apenas se o agente, ao tempo da conduta tinha capacidade de entendimento, independentemente da sua condição mental.
c) Biopsicológico: é inimputável o agente com desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que ao tempo da conduta não tinha capacidade de entendimento.
Em regra o Brasil adotou o critério biopsicológico, mas em exceção o biológico.
2.1.2 – Hipóteses de inimputabilidade:
a) inimputabilidade em razão de anomalia psíquica [Art. 26 caput]:
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
-Questão: o Art. 26 caput, adotou qual critérios de imputabilidade? Amarelo biológico [doença mental, deve ser tomada em sua maior amplitude e abrangência, isto é, qualquer enfermidade que venha a debilitar as funções psíquicas] e azul psicológico, assim biopsicologico, no Brasil tem todo louco é inimputável.
- No processo há uma absolvição IMPROPRIA, pois impõe a medida de segurança, que é uma espécie de sanção penal.
Obs.: O § único traz hipótese imputabilidade, com responsabilidade diminuida. Não traz hipótese de inimputabilidade.
-No processo há uma condenação, o juiz opta por pena diminuída ou substituição de medida de segurança.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um terço a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 98. Na hipótese do parágrafo único do artigo 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de um a três anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1o a 4o.
-Ao invés da nomenclatura de semi-imputação, prefira imputável com responsabilidade penal diminuída.
-Questão: O semi-imputável pode responder por causas de aumento subjetivas, ou qualificadoras subjetivas [ligados ao motivo ou estados anímico do agente]?
1cr.: é compatível pois a semi-imputabilidade não exclui dolo.[prevalece]
2cr.: a semi-imputabilidade, é incompatível, não coaduna com circunstâncias subjetivas do crime.
b) inimputabilidade em razão da idade do agente [Art. 27]
Art.27. Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
- Art. 228 da CF.
- Art. 1o da Lei no 2.252, de 1o-7-1954 (Lei da Corrupção de Menores).
- Art. 7o, parágrafo único, da Lei no 7.170, de 14-12-1983 (Lei da Segurança Nacional).
- Art. 104 do ECA.
-O Art. 27, adotou o critério biológico.
-Questão: A razão dos 18 anos?R:
Art. 5°, 5 – Convenção americana de DH. [NÃO DA IDADE DO MENOR]
Art. 228 CRF [ESTABELECEU A MENORIDADE EM 18 ANOS]
CP seguiu a CRF. [a idade de 18 anos foi ditados por critérios de política criminal e não postulados científicos]
-Questão: Pode alterar a menoridade na constituição?
1cr. Art. 228 CRF – é clausula pétrea não pode ser alterado. [LFG E MAIORIA]
2cr. Não dá ao Art. 228 CRF status de clausula pétrea, logo poderá ser alterado por emenda. [CAPEZ]
- A imputabilidade é analisada no Art. 4° CP.
- Eventual emancipação no cível, não antecipa a responsabilização penal.
b1) Emoção e Paixão
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
I – a emoção ou a paixão;
Emoção: é um estado súbito e passageiro.
Paixão: sentimento crônico e duradouro.
-Dependendo do grau da paixão, o desequilíbrio pode ser considerado doente mental, sendo suscetível de tratamento.
-Emoção pode gerar atenuante [Art.65, III, c] privilegio [Art.121, §1°]
Mas nenhuma delas exclui a imputabilidade.
c)inimputabilidade em razão de embriaguez
	Art. 306 CTB – embriaguez [prova-se: bafômetro(não sou obrigado); exame de sangue (não sou obrigado); exame clinico (prova a embriaguez, mas não prova a quantidade); outro meio(apura a embriaguez, mas não a quantidade).
Só responde pelo crime, que não souber a lei ou quiser. O STJ não aceito o bafômetro, por analisa o álcool na concentração de ar; o perito da Unicamp diz que o exame de sangue também não serve.
Embriaguez
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1o É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2o A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Embriaguez: é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool, cujos efeitos, pode progredir de uma ligeira excitação ate o estado de paralisia e coma. O CP compara o álcool qualquer substancia de efeitos análogos.
	ORIGEM
	GRAU
	ACIDENTAL:
Caso Fortuito:
Força maior: o agente é obrigado a ingerir a substancia inebriante.
	Completa [II,§1°, Art. 28] do: Isento de pena.
Incompleta: diminuição de pena [II, §2° do Art. 28]
	NÃO ACIDENTAL:
Voluntaria: o agente quer beber e embriagar-se.
Culposa: advêm de negligência do agente.
	Completa: Não exclui a imputabilidade
Incompleta: Não exclui a imputabilidade.
Art. 28,II
	PATOLOGICA [DOENTIA]
	Completa ou incompleta: Deve ser tratada como doença mental.
	PREORNDENADA
Embriaga-se para praticar o crime.
	Completa: não exclui imputabilidade e gera agravante de pena.
Incompleta: não exclui imputabilidade e gera agravante de pena.
Na embriaguez NÃO ACIDENTAL completa e na PREORDENADA completa, aplica-se a teoria ACTIO LIBERA IN CAUSA, que permite punir os agentes que se encontram em embriaguez completa.
ACTIO LIBERA IN CAUSA:
O ato transitório revestido de inconsciência decorre de ato antecedente que foi livre na vontade, transferindo para esse momento anterior a constatação da imputabilidade.
-A aplicação indiscriminada desta teoria, pode redundar em responsabilidade penal objetiva. [JACOBS]
	ATO ANTECEDENTE LIVRE NA VONTADE
	ATO TRANSITÓRIO REVESTIDO DE INCONSCIENCIA.
	RESPONDE
	-Bebe
-Prevê atropelamento e quer realizá-lo
	-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre
	DOLO DIRETO
	-Bebe
-Prevê atropelamento e assume o risco
	-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre
	DOLO EVENTUAL
	-Bebe
-Prevê atropelamento e não assume o risco, entende poder evitar.
	-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre
	CULPA CONSCIENTE
	-Bebe
-Não prevê o atropelamento, mas era previsível
	-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre.
	CULPA INCONSCIENTE
	-Bebe
-Não prevê o atropelamento, mas o resultado era imprevisível [ex: bêbado dormindo no meio da rodovia]
	-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre
	SEM DOLO E SEM CULPA.
OBS: não se pode aplicar a teoria actio libera in causa, sob pena de aplicar a responsabilidade penal objetiva.
2.2 – POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE
Para que o fato típico e ilícito seja também culpável não basta o seu agente ser imputável, sendo indispensável que este mesmo agente tenha a possibilidade de conhecer a ilicitude do seu comportamento.
Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Agente:
	1° - Ignorar a lei – há possibilidade de conhecer a ilicitude Atenuante de pena
	2° - Ignorar a lei – ignora a ilicitude [não sendo possível conhecer a proibição do comportamento Erro de proibição[isenta de pena, se inevitável]
	3° - Conhece a lei – ignora a ilicitude Erro de proibição [isenta de pena, se inevitável]
ERRO DE TIPO – O agente não sabe o que faz.
Divide em:
Inevitável: exclui dolo e culpa.
Evitável: exclui dolo
O erro de tipo, exclui o dolo, porque exclui a consciência. O erro de tipo inevitável exclui a previsibilidade por isso exclui a culpa.
ERRO DE PROIBIÇÃO – o agente sabe o que faz, mas desconhece sua ilicitude.
Divide em:
Inevitável: isenta de pena
Evitável: diminui a pena
O erro de proibição inevitável isenta de pena, porque não há atual e nem potencial consciência da ilicitude. O evitável apenas diminui a pena, porque não há atual mas permanece a potencial ou possibilidade de conhecer a ilicitude.
****Qual o interesse pratico da atual consciência da ilicitude da teoria psicológica normativa passar a ser potencial consciência da ilicitude na teoria normativa pura?
****Qual a repercussão da passagem da teoria psicológica normativa para normativa pura no campo do erro de proibição?
R: para a teoria psicológica normativa a consciência da ilicitude, para que o fato seja culpável deve ser atual. Assim, qualquer erro quanto a ilicitude [inevitável ou evitável] isenta o agente de pena. Já para teoria normativa pura, para que o fato seja culpável a consciência da ilicitude basta ser potencial [possível de ser conhecida] desse modo, apenas o erro inevitável quanto a ilicitude isenta o agente de pena, pois o evitável reconhece que a ilicitude era possível de ser conhecida.
	Psicológica normativa
	Teoria normativa pura
	Culpabilidade:
a) imputabilidade
c) exigibilidade de conduta diversa
-culpa
-dolo:
*consciência
*vontade
* atual consciência da ilicitude
	Culpabilidade:
a) imputabilidade
b)exigibilidade conduta diversa
c) potencial consciência ilicitude
2.3 – EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
Não é suficiente que o sujeito seja culpável e tenha cometido fato com possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito para que surja a reprovação social [culpabilidade]. Exige-se ainda que nas circunstâncias de fato fosse possível o agente agir de maneira diversa.
Dirimente da culpabilidade:
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
a) Coação irresistível: só é punível o autor dacoação. Do coato era inexigível conduta diversa.
Ex: [A] coagiu moral e de forma irresistível [b] que mata [c].
[A] : na condição de autor mediato será denunciado por homicídio [Art. 121] e tortura [Art. 1, I, b da lei 9455]
Requisitos:
I - Deve ser moral: a doutrina define a coação no Art. 22, como moral, em razão de exclusão da coação física que exclui a tipicidade.
O mal prometida não precisa atingir diretamente o coagido, pode se dirigir a parentes.
Obs.: a coação física, exclui conduta, logo exclui o próprio fato típico.
II – Deve ser irresistível: é aquela em que o coato não tem condições de subtrair-se, ou seja, tem que se render a situação.
Obs.: coação resistível: pode configurar atenuante de pena [Art. 65, III, ‘c’ CP]
-Questão: pode se alegar coação moral irresistível da sociedade? R: A sociedade não pode delinqüir, pois onde ela existe, ai está o direito. Assim, a coação irresistível há que partir de uma pessoa, ou de um grupo, nunca da sociedade.
b) Obediência Hierárquica
b1) Requisitos:
I – que a ordem não seja manifestamente ilegal [claramente]
Deve ser entendida segundo as circunstancias do fato e condições de inteligência e cultura do subordinado. [analise do caso concreto]
II – que a ordem oriunda de superior hierárquico
Ordem de superior hierárquico é manifestação de vontade do titular de uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado, no sentido de que realize uma conduta [positiva ou negativa].
Estão excluídas as hierarquias privadas, familiares e religiosas ou eclesiásticas.
-O subordinado que limitar ao cumprimento da ordem.
b2) Conseqüências: só é punível o autor da ordem.
Três situações: responde pelo que?
-ordem manifestamente ilegal: superior:crime \ subordinado: crime
-ordem legal: ambos estão no estrito cumprimento de um dever legal.
-ordem não manifestamente ilegal: superior:crime \ subordinado: não culpável.
	CULPABILIDADE
	EXCLUIDA OS ELEMENTOS
	ROL É?
	IMPUTABILIDADE
	Art. 26, 27, 28,§1° CP
	TAXATIVA
	POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE
	Art. 21- ERRO DE PROIBIÇAO SE INEVITAVEL
	TAXATIVA
	EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
	Art. 22, 1° PARTE
Art. 22, 2° PARTE
	EXEMPLIFICATIVA
-Questão: Existe causa supra-legal de exclusão da culpabilidade? Por mais previdente que seja o legislador não pode prever todos os casos em que a inexigibilidade de outra conduta deve excluir a culpabilidade. Assim, é possível outras hipóteses excludentes figurando como causas supra-legais.
Ex: legitima defesa futura e certa – Rogério x Fernandinho beira-mar.
-Cláusula de consciência: nos termos da clausula de consciência estará isento de pena aquele que, por motivo de consciência ou crença praticar algum delito desde que não fira direitos fundamentais individuais. [ex: pai que não permita a transfusão de sangue por ser testemunha de Jeová – desde que não resulte morte da criança]
Desobediência civil: a desobediência civil é o fato que objetiva em ultima instância, mudar o ordenamento sendo, no final das contas, mais inovador do que destruidor. Exige-se:
a) que desobediência esteja fundada na proteção de direitos fundamentais.
b) que dano causado não seja relevante.
[Ex: Invasões de terras pelo MST, mas sem depredação do patrimônio]
-Questão: o que culpabilidade funcional? R: é culpabilidade construída por ROXIN. Pois ele diz que o crime é [FT, ILIC, REPROVABILIDADE (imputabilidade; potencial consciência da Ilicitude; exigibilidade conduta diversa; necessidade da pena [culpabilidade: é analisada como limite da pena). Assim culpabilidade funcional é analise do limite da pena.
TERMINOU OS SUBSTRATOS DO CRIME [FATO TIPICO; ILÍCITO E CULPAVEL] Começa agora a punibilidade: que não integra o crime, aparece como conseqüência jurídica.
PUNIBILIDADE
1 - Conceito: é o direito que tem o Estado de aplicar a pena cominada no preceito secundário da norma penal incriminadora, contra quem praticou ação ou omissão descrita no preceito primário, causando dano ou lesão jurídica.
A punibilidade não é requisito do crime, mas sua conseqüência jurídica.
[FREDERICO MARQUES]
2 - Direito de punir sofre limites:
a) Limite temporal: prescrição
b) Limite espacial: princípio da territorialidade
c) Limite modal: princípio da humanização das penas[proibidas penas: cruéis, desumanas e degradantes]
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE
1- Previsões legais:
 Art. 107 [parte geral]
Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII e VIII – Revogados. Lei no 11.106, de 28-3-2005;
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
 Art. 312,§3°[parte especial] – peculato culposo:
§ 3o No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
 Transação penal – suspensão condicional processo da lei 9099 [ legislação penal extravagante]
 Imunidade parlamentar absoluta (divergente) [CRF 88]
-mas para o STF exclui a tipicidade.
 sumula 554 STF [supra-legal]
	CAUSAS SUPRA-LEGAL DE EXCLUSÃO.
	FATO TIPICO
	ILICITUDE
	CULPABILIDADE
	PUNIBILIDADE
	PRINCÍPIO DA INSIGNIFICANCIA
	CONSEQUENCIA OFENDIDO
	DESOBEDIENCIA CIVIL
ABORTAMENTO DE FETO ANENCEFALICO
	SUMULA 554 – pagamento do cheque sem fundo, antes do recebimento da denúncia, porque depois não impede prosseguimento da ação penal.
ANALISE DO ART. 107 CP:
1 - MORTE DO AGENTE:
extingue a punibilidade a qualquer tempo. É fundamento pelo princípio da pessoalidade da pena. Art. 5°, XLV CRF.
Agente: significa indiciado, réu, recorrente, reeducando, abrange o autor do crime em qualquer momento da persecução penal.
-a morte do agente extingue alem da punibilidade, todos os efeitos penais da condenação, mas permanece os efeitos extra-penais, ou seja, direito de reparação do dano.
A morte do agente é comprovada pela certidão de óbito original, a vista do MP. Art. 62 CPP. É uma exceção da liberdade de provas, pois é uma prova tarifaria.
A doutrina moderna admite a sentença que presume a morte gerar a extinção de punibilidade.
- A extinção da punibilidade fundada em certidão de óbito falsa: conseqüências:
1cr. Considerando o transito em julgado da sentença e a vedação da revisão criminal “pro societate”, só resta ao MP deflagrar investigação do crime falsidade documental.
2cr. A certidão certificou fato inexistente, a sentença baseada em fato inexistente não sofrem qualidade de coisa julgada material. Respondera pelo crime de falsidade documental e pelo crime anterior.
O STF adota a 2 corrente. HC 60095-6 RJ
-Questão: a morte do condenado impede a revisão criminal? Não impede. É possível a revisão criminal, pelo fato dos efeitos extra-penais. Não é possível a reabilitação.
A morte da vitima na ação penais personalíssimas, extingue a punibilidade do agente. Art. 236 CP – induzir o erro o contraente de casamento.
2 - ANISTIA, GRAÇA E INDULTO:
Forma de o Estado renunciar ao seu direito de punir.
Questão: É possível este institutos na APPriv? R: Se o direito punir continua com Estado, pois so se passa ao particular transfere somente a titularidade da ação, assim pode o Estado aplicar anistia, graça e indulto a APPriv.
2.1) ANISTIA
É uma espécie de ato legislativo federal (congresso nacional), ou seja, lei penal devidamente sancionada pelo executivo através do qual Estado em razão de clemência política ou social, esquece um fato criminoso, apagando todos efeitos penais de eventual condenação.
Questões de concurso:
Não se concede através decreto, mas sim por lei penal anômala.
Apaga os efeitos penais da condenação, os efeitos civis, ou seja, extra-penais permanecem.
** Não confunda anistia com abolitio criminis:
	ANISTIA
	ESQUECE O FATO[O tipo incriminador permanece]
	FATO
	CASO CONCRETO
	ABOLITIO CRIMINIS
	SUPRESSÃO DE FIGURA CRIMINOSA
	[O tipo incriminador é abolido]
	LEI
	FATO ABSTRATO
2.1.1) Classificação doutrinaria:
1) PROPRIA E IMPRÓPRIA
1.1 – própria: quando concedida antes da condenação.
1.2 – imprópria: quando concedida após a condenação.
2) RESTRITA E IRRESTRITA
2.1 – restrita: quando a lei exige condição pessoal do destinatário. Ex: ser primário.
2.2 – irrestrita: tem destinatário indeterminado, não se exige qualidade especial do destinatário
3) CONDICIONADA E INCONDICIONADA
3.1 – condicionada: exige o preenchimento de certas condições para a concessão do beneficio. Ex: reparação do dano.
3.2 – incondicionada: não depende de condição para concessão do beneficio.
4) CRIMES COMUNS E ESPECIAIS
4.1 – comum: quando atinge crime comum
4.2 – especial: quando atinge crime político
-Questão: o congresso discute projeto de lei, que visa anistiar os crimes do mensalão, e aprova a lei, vai para o presidente sanciona, a população se revolta, o congresso faz outra lei revogando a anistia, é válido esse processo, evita anistia dos mensaleiros? R: Uma vez concedida, não pode a anistia ser revogada, porque a lei posterior prejudicaria os anistiados e clara violação ao princípio constitucional do que a lei não pode retroagir para prejudicar o acusado.
2.2) GRAÇA E INDUTO
Beneficio concedido pelo Presidente ou por delegado seu, via decreto presidencial extinguindo os efeitos executórios penais da condenação. Os demais efeitos penais e civis permanecem.
Conceito: Espécies de renuncia estatal ao direito de punir. Institutos extintivos da punibilidades concedidos ou delegados pelo presidente da república, via decreto presidencial [Art. 84, XII CRF] atingindo apenas os efeitos executórios penais da condenação, subsistindo o crime e efeitos secundários.
	GRAÇA
	INDUTO
	Tem destinatário certo. [beneficio individual]
	Não tem destinatário certo. [beneficio coletivo]
	Depende de provocação.
	Não depende de provocação.
	Conhecido com indulto individual
	Conhecido indulto coletivo
Sempre se ensinou que graça e indulto pressupõem transito em julgado da condenação. Mas a doutrina moderna, acompanhada pela jurisprudência, admite graça e indulto com mera condenação provisória.
 Vedava-se a execução provisória, hoje permitindo tal execução.
Condenado provisório preso – pode ser objeto de execução provisória, para antecipar os benefícios da execução penal
Sumula 716 STF. [Admite-se execução provisória pró réu]
716. Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
Resolução 19 CNJ. Art. 1°.: A guia de recolhimento provisório será expedida quando da prolação da sentença ou acórdão condenatórios, ainda sujeitos a recursos, sem efeitos suspensivo.
Condenado provisório solto – não pode ser objeto de execução provisória.
2.2.1) Classificação doutrinaria:
1) PLENO E PARCIAIS
1.1 – Plenos: extingue totalmente a pena
1.2 – Parciais: diminui ou comutam [substituem] a pena. Ex: restritiva de liberdade para restritiva de direito
2) CONDICIONADA E INCONDICIONADA
2.1 – condicionada: exige condição para a concessão do beneficio. Ex: reparação do dano.
2.2 – incondicionada: não depende de condição para concessão do beneficio.
2.2.2) CRIMES INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA [Art. 5°, XLIII]
Crimes hediondos:
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Evolução histórica legislativa:
a) A constituição: Insuscetíveis: graça e anistia
b) Lei 8072\90: Insuscetíveis: graça, anistia e indulto
-Questão: é constitucional acrescentar indulto na lei de hediondos?
1cr.: Inconstitucional. A constituição traz vedações máximas, não pode o legislador ordinário acrescentar outras. Argumentando a corrente as hipóteses de prisão civil estão na CRF e não pode acrescentar outras o legislador ordinário. [LFG]
2cr.: Constitucional: a constituição traz vedações mínimas. Argumento que inciso é aberto pois fala em ‘a lei definirá’. Graça é espécie de indulto em sentido amplo. [STF decide desta maneira]
c) lei 9455\97 lei de tortura (Art. 1°, §6°): insuscetível: anistia, graça
1cr.: houve uma revogação tácita do Art. 2° da lei 8072\90 – princípio da isonomia: permitindo para o indulto, permite-se para os demais.
2cr.: A lei de tortura é lei especial – princípio da especialidade: o indulto é só para tortura. [STF]
d)Lei 11343\06(Art. 44): insuscetíveis: anistia, graça e indulto.
-Questão: é possível conceder indulto a medida de segurança? Tem doutrina, admitindo [lfg], mas a maioria discorda quem deve atestar a cessação da periculosidade é o medico através de pericia e não o presidente.
3 – DECADÊNCIA, PEREMPÇÃO E PRECLUSÃO
3.1)DECADÊNCIA Art. 38 CPP, 103 CP:
Conceito:
É a perda do direito de ação pela consumação do termo prefixado pela lei para oferecimento da queixa (nas ações penais de iniciativa privada) ou representação (nas ações publicas condicionadas), demonstrando, claramente, a inércia do seu titular.
O titular perde o direito de ação e Estado conseqüentemente perde o direito de punir.
Termo em regra: 6 meses. Art. 103. Salvo disposição em contrario:
Exceção:
Lei de impressa: 3 meses – prazo suspenso pela ADPF 130. Está aplicando o prazo regra de 6 meses.
Este prazo é contado pelo Art. 10 CP.: computo o dia do inicio, excluindo o dia do fim. - A data em que a vitima tomou conhecimento da autoria.
- Exceção: APPriv subsidiaria da publica é do dia esgotar o prazo para MP oferecer denuncia. Art. 38 CP.
A.P.Priv. subs Pub
MP – tem 15 dias ---- vitima tem 6 meses (queixa substitutiva)-----hipótese de co-legitimidade ---- passados o 6 meses volta para o MP a legitimidade --- não extingue o direito de punir do Estado.
Legitimidade:
Menor 18 anos = representante legal
Antes do CC a vitima entre 18 e 21 anos tinha co-legitimidade
Depois do CC a vitima de 18 anos tem legitimidade total.
1 cr.: Se o representante legal não representar quando a vitima era menor de 18, decai no seis meses do fato.
2 cr.: Se o representante legal não representar quando a vitima era menor de 18, quando a vitima completar 18 passa ter um prazo decadencial próprio.
Situação
-Se a vitima tem 17 e 10 meses, o representante tem 2 meses, e a vitima tem o restante de 4 meses.
-No caso de continuidade delitiva o prazo é para cada crime.
Questão:
É possível prescrição sem decadência? Prescrição vença ante da decadência? R: é possível por ter termos iniciais diferentes.
Termo inicial:
A decadência: ciência da autoria.
A prescrição: da data da consumação.
Ex: crime de estupro.
O fato ocorre em 01/01/1990-----prosseguindo o prazo sem conhecer o agente.
O prazo decadencial diferentemente do prescricional, não se interrompe; não se suspende; não se prorroga.
3.2) PEREMPÇÃO
Previsão legal: Art. 60 CP.
Conceito: Instituto decorrente do principio da disponibilidade da APPriv. Significa a morte da ação penal já proposta. É uma sanção processual imposta ao querelante inerte ou negligente.
Em APPriv subsidiaria da Publica existe a perempção para querelante subsidiário, e o MP retoma a titularidade da ação penal. Este fenômeno do MP retomar a titularidade e chamada de Ação penal indireta.
3.2.1) Hipóteses de perempção:
1 – Deixar de dar andamento 30 dias seguidos pelo querelante.
O prazo de 30 dias corre independentemente de intimação, trata de sanção automática, mas tem jurisprudência minoritária exigindo a intimação.
O prazo de ser 30 dias corridos, não pode somar negligencias parciais.
2 – Falecimento do querelante, e não aparecer ninguém no 60 dias
3 – duas hipóteses:
*Querelante não aparece ato processual sem justo motivo:
-Se querelante nãocomparece na audiência de conciliação antes do recebimento da queixa pelo juiz:
1 cr. perempção: ato de comparecimento obrigatório.
Equivoco: a audiência de conciliação não é obrigatória; aplicar perempção, que sanção processual, pois ainda não existe ação penal ainda pois o juiz não recebeu a queixa.
2 cr. significa que não quer conciliar prosseguimento da petição.
*Pedido de condenação em alegações finais.
Nas alegações o querelante deve demonstrar pelas argumentações a intenção de condenação do querelado.
Se autor pedir absolvição o juiz pode condenar?
Se autor for MP pode condenar, se for querelante não pode pela perempção.
4 – pessoa jurídica se extingue sem deixar sucessor.
Exemplo de crime: Pj vitima de difamação
Questões:
Querelante ganha a condenação do querelado, este apresenta apelação,e querelante não apresenta contra-razoes?
R: Ocorre a perempção, na não apresentação de contra razoes na apelação.
Apresentação das razoes em recurso fora do prazo ocorre a perempção?
R: não gera perempção a apresentação intempestiva.
**Ocorrida a perempção não se pode intentar novamente ação penal.
3.2.2) RENUNCIA E PERDAO: desdobramento lógico do principio da oportunidade da ação privada, de exercício facultativo.
3.2.2.1) RENUNCIA:
Conceito: ato unilateral do ofendido ou representante legal, abdicando do direito de promover a ação privada.
Questão:
É possível a renuncia e APPriv sub da Pub? Existe a renuncia do querelante subsidiário, voltando ao MP a titularidade.
É possível a renuncia e APPubl ? R: é possível Art. 74 da L. 9099/99, nas infrações penais menor potencial ofensivo condicionada a representação.
Classificação:
Renuncia antecede a ação penal:
EXTRAPROCESSUAL:
1 – expressa: Art. 50 CPP.
2 – tácita: Art. 104, § ú CP.
Questões:
-O acordo entre as partes de reparação de danos não gera renuncia, salvo no juizado.
-Se a vitima renuncia a um dos autores, renuncia com relação a todos. Art. 49 CP. Chamado de critério de extensibilidade da renuncia em razão do principio da indivisibilidade da ação penal.
-Se a duas vitimas cada uma tem o direito autônomo e independe de renunciar ou não.
-Não existe retratação da renuncia.
3.2.2.2)PERDÃO DO OFENDIDO
Conceito: Instituto decorrente do principio da disponibilidade da ação privada. É o ato pelo qual ofendido ou seu representante legal, desiste de prosseguir. Com andamento do processo já em curso, desculpando o ofensor pela pratica do crime.
Questões:
É possível perdão em APPriv subsidiaria? Sim, mas não extingue a punibilidade, fazendo surgir ação penal indireta, que o MP retoma a titularidade.
É possível perdão em APP? Nunca. Só na privada.
-diferentemente da renuncia o perdão do ofendido pressupõe processo em curso. ´
-diferentemente da renuncia o perdão é ato bilateral, deve ter anuência das duas partes.
-o perdão pode ser ato condicionado? Não existe perdão condicional, e nem aceitação condicionado.
Não cabe perdão na fase de execução. Art. 106, §2° CP.
	PERDÃO
	ACEITAÇÃO
	RECUSA
	EXTRA PROCESSUAL: em cartório
	EXTRA
	EXTRA
	PROCESSUAL
	PROCESSULAL
	PROCESSUAL
	EXPRESSO
	EXPRESSA
	EXPRESSA
	TÁCITO
	TACITA
	NUNCA(SILENCIO CONFIGURA ACEITAÇAO TACITA.
Pluralidade de réus: o perdão de um réu, estende aos demais. Mas depende de aceitação do réus expressamente, se um não aceitar o processo continua.
Vitimas diversas: direitos autônomos e independentes.
Diferenças:
	RENUNCIA
	PERDÃO DO OFENDIDO
	Decorre do P. da oportunidade
	Decorre do P. da disponibilidade
	Ato unilateral
	Ato bilateral
	Cabe em APP condicionada L. 9099/95
	Somente APPrivada
	Obsta a formação do processo
	Pressupõe processo em curso
	Somente Extra processual
	Pode ser Extra ou processual
4) RETRATAÇÃO: Art.107, VI CP
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
Conceito: Retratar-se não significa simplesmente negar ou confessar o fato. É mais: é retirar totalmente o que disse, trazendo a verdade novamente à tona.
HIPOTESES DE RETRATAÇÃO:
1 – Calunia[Art. 138 CP]
2 – difamação [Art. 139]
Essas previstas no Art. 143 CP
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
3 – Falso testemunho
4 –Falsa pericia
Essas prevista no Art. 342, §2° CP
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Obs: Na lei de imprensa: era permitido por injuria,difamação, calunia,mas não esta em vigor, dispositivos suspensos pelo STF.
-A retratação é possível até a sentença de primeiro grau, nos crimes de difamação e calunia, e nos crimes de falso, até a sentença de primeiro grau nos processos onde ocorreu o falso.
Comunicação em concursos:[MAGISTRATURA SP]
Art. 143 – o querelado fica isento de pena circunstancia subjetiva= é incuminavel a participes.
Art. 342, §2° - o fato deixa de ser punível circunstancia objetiva = é comunicável a participes.
Mas tem parcela da doutrina que não aceita que retratação comunique com os demais agentes.
5) PERDÃO JUDICIAL
É o instituto pelo qual o juiz, não obstante a pratica de um injusto penal por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar a pena, nas hipóteses taxativamente previstas em lei. Levando em consideração determinadas circunstancias que concorrem para o evento. Em caso tais o Estado perde o interesse de punir.
Perdão judicial, diferentemente do perdão do ofendido, é ato unilateral, dispensa a concordância do perdoado.
É direito subjetivo do réu, uma vez preenchido os requisitos legais.
Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial:
1cr.: sentença condenatória.
-Interrompe a prescrição
-Serve como titulo executivo
-Pressupõe devido processo legal [CAPEZ]
- Não pode ser concedido na fase do I.P.
Art.120 CP- pressupõe sentença condenatória
-Para segunda fase defenda essa.
2cr.: sentença declaratória extintiva da punibilidade[PREVALECE]
-Não interrompe a prescrição
-Não serve como titulo executivo
-Pode ser concedida na analise do IP. [CAPEZ]
SUMULA 18 STJ:
18. A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
6 - PRESCRIÇÃO
Conceito: é a perda em face do decurso do tempo, do direito do Estado punir(direito de o Estado punir) ou executar punição já imposta. (direito do Estado concretizar a pena aplicada)
Os crimes por mais grave que sejam, prescrevem, o Estado não pode eternizar no seu direito de punir.
Exceções:
a) Art. 5° XLII - racismo
b) Art. 5° XLIV – crime de grupos armados contra ordem constitucional
O examinador costuma colocar genocídio, este prescreve.
Fundamento da prescrição pode assim ser resumido:
Genérico: o tempo faz desaparecer o interesse social de punir.
-O tempo torna inócua a finalidade da pena.
-O tempo faz que Estado puna pessoa diversa psicologicamente da que praticou o crime.
-O tempo faz desaparecer a segurança da punição. Pois o tempo desaparecer as provas.
-O tempo faz com que a pena deixa ser um exemplo a sociedade e sim mera vingança.
6.1) ESPECIES DE PRESCRIÇÃO:
	
	Quando ocorre?
	Tipos?
	PRESCRIÇÃO PRETENSÃO PUNITIVA
	-Ocorre antes do transito em julgado da condenação.
-Apagando todos efeitos de eventual condenação provisória.
	1 – PPP em abstrato: Art. 109 cp
2 – PPP superveniente: Art. 110 §1° cc 109 cp
3 – PPP retroativa: Art. 110, §2° cc 109 cp
4 – PPP em perspectiva/ por prognose/ antecipada/ virtual: criação jurisprudencial
	PRESCRIÇÃO EXECUTÓRIA
(jamais prescreve)
Art. 110 c.c
	-Pressupõe transito em julgado da condenação.
-Faz desaparecer apenas os efeitos executórios (subsistindo os efeitos secundários da condenação. )
	
6.2) TIPOS DE PRESCRIÇAO:
6.2.1) PRESCRIÇÃO PUNITIVA
6.2.1.1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA EM ABSTRATO OU PROPRIAMENTE DITA: ART. 109 CP:
Tendo o Estado, a tarefa de buscar a punição do agente deve dizer quando essa punição já não mais o interessa. Eis a finalidadedo Art. 109 CP que considera a pena máxima em abstrato previsto no tipo.
Na busca de pena máxima ou em abstrato considera-se:
CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO:
a) causa de aumento: se for variável a causa de aumento [ 1/3 ou metade de aumento] -- se a pena é máxima busca a causa de aumento de pena máximo. TEORIA DA PIOR DAS HIPOTESES.
b) causa de diminuição: a menor possível que sempre piora a situação do réu. No caso de diminuição for variável [ex: 1\3 a 2\3 ] considera a menor diminuição]
Não se considera: pois a lei não diz nem o mínimo nem máximo, fica a critério do juiz.
CIRCUNSTANCIA AGRAVANTE E ATENUANTE: não se considera para encontrar a pena máxima para o crime.
Art. 119 CP = concurso formal e nem material não são considerados na busca da pena máxima a analise e na pena de cada um.
Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.
Exceção:
Art. 115 CP – menoridade e maioridade de 70.
Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta anos.
6.2.1.1.1) RECONHECIDA A PRESCRIÇÃO:
CONSEQÜÊNCIAS:
a) desaparece para o Estado seu direito de punir, inviabilizado qualquer analise do mérito, mas também com mudança do CPP 2008, o novo Art. 397, IV CPP, o instituto da absolvição sumária:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
IV – extinta a punibilidade do agente.
b) eventual condenação provisória é RESCINDIDA, não é anulada o extinta, apenas rescindida. Não operando qualquer efeito, penal ou extra-penal.
c) acusado não será responsabilizado pela custas processuais.
d) direito a restituição da fiança se a houver prestado.
6.2.1.1.2) QUANDO SE INICIA O PRAZO PARA CONTAR P.P.P.ABSTRATO.
a) TERMO INICIAL: Art. 111 CP.
Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
I – do dia em que o crime se consumou; (REGRA)
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; [ULTIMO ATO EXECUTÓRIO]
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (CASO VILMA SEQUESTRADORA)
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.(CASO VILMA SEQUESTRADORA)
É crime habitual (crime de reiteração de ato (casa de prostituição) começa quando?
R: Deve ser tratado como crime permanente. Min. Marco Aurélio – discorda. Inicia-se a partir da segunda pratica do crime, pois se tratá-lo como crime permanente estaria se fazendo analogia in malen part.
6.2.1.1.3) PERIODO PRESCRICIONAIS (111 c.c 117 CP)
111 CP – termo inicial 117 CP – causa interruptivas (zeram o cronometro)= esta combinação resultam em balizas prescricionais, analisados nos ritos diversos ou do júri.
Até o inciso IV é causa da extinção punitiva as outra são da executória:
Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se:
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II – pela pronúncia;
III – pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
(Questão MP SP) - §1° - A interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
a) Rito que não é do júri:
Termo inicial: data do fato: [Art.111]
1 – baliza – vai ate o recebimento da inicial[Art. 117, I]
2 – baliza – vai ate publicação da condenação[Art. 117, IV]
3 – baliza – até o transito em julgado definitivo
b) Rito que é do júri:
Termo inicial: data do fato: [Art.111]
1 – baliza – recebimento da inicial
2 – baliza – pronúncia[Art. 117,II]
3 – baliza – confirmação da pronuncia[Art. 117,III]
4 – baliza – condenação dos jurados
5 – baliza – até transito em julgado final para as partes.
-Questão: Se na condenação há uma desclassificação criminal no procedimento júri de onde começa contar a prescrição no rito do juri ou diverso do juri?
191. A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.
R: continua valendo a pronúncia, como baliza da prescrição.
Obs.: sendo a prescrição matéria de ordem de oficio, podendo ser reconhecido a prescrição a qualquer tempo de oficio.
-Questão: Existe prescrição de ato infracional?
R: No ato infracional o Estado educa não pune.
1 cr. não tem prescrição, pois Estado não tem direito de punir para ser extinto. O Estado tem o direito de educar.
2 cr. tem prescrição. Sumula 338 STJ – A PRESCRIÇAO PENAL É APLICAVEL NAS MEDIDAS SOCIO – EDUCATIVAS.
AULA 5\12\2008
6.2.1.2) PRESCRIÇAO PRETENÇAO PUNITIVA SUPERVINIENTE. Art. 110,§1° CP:
Antes da sentença recorrível não se sabe a quantidade ou tipo de pena a ser fixada pelo juiz, razão pela qual o lapso prescricional regula pela pena máxima prevista em lei.
Contudo fixado a pena e transitando em julgado para acusação, ou sendo seu recurso improvido, não mais existe razão para se levar em conta a pena máxima em abstrato, já que veda-se a reformatio in pejus. Conclusão trabalha-se com pena em concreto.
6.2.1.2.1) CARACTERISTICAS:
a) pressupõe sentença ou acórdão penal condenatório.
b) os prazos prescricionais são os mesmos do Art. 109 CP.
c) conta-se a prescrição da publicação da sentença condenatória ate o transito em julgado final.
d) pressupõe transito em julgado para a acusação, no que diz respeito a pena aplicada (SE NÃO TIVER ESSA É ABSTRATO)
e) trabalha com a pena efetivamente imposta na sentença.
f) tem as mesmas conseqüência da prescrição da pretensão punitiva em abstrato.
-Obs: se o MP recorre só quanto ao regime, a prescrição começa correr da pena em concreto. Se recorrer de tudo a prescrição é a PPP Abstrato.
-O Juiz deve reconhecer a prescrição antes mesmo do tribunal.
6.2.1.3) PRESCRIÇAO DA PRETENÇAO PUNITIVA RETROATIVA. Art. 110§2° c.c 109 CP.
A PPPR tem o mesmo fundamento, e as mesmas características e conseqüências da PPPR, com a diferença de que o seu termo inicial é da publicação da condenação para trás.
a) pressupõem sentença condenatória
b) pressupõem transitado em julgado
Quando de acordo com pena em concreto se estabelece o prazo prescricional em certo prazo, se este já se passou antes da condenação ocorre a prescrição.
EX: Réu condenada em 1 ano o prazo de prescrição é de 4 anos. Se o Estado demorou por exemplo 6 anos para processar e julgar. A prescrição retroativa acontece.
6.2.1.3.1 ) PRESCRIÇÃO PRETENÇAO PUNITIVA EM PERSPECTIVA[prognose, virtual, antecipada] (CRIAÇÃO JURISPRUDENCIA)
É quando, por exemplo, a prescrição vai ser de 4 anos, e o juiz vai dar 1 ano, e o recebimento da denuncia demorou 7 anos. Antes mesmo de receber o juiz vê que já tem prescrição.
A Prescrição em perspectiva, considerando as circunstancias do fato, bem como as condições pessoais do agente, antevê [antecipa] a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva retroativa, configurando clara hipótese de carência de interesse de agir.
Na defesa escrita, pede a absolvição sumaria [Art. 397]:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
IV – extinta a punibilidade do agente.
OBS: O STF NÃO RECONHECE A PRESCRIÇÃO PERSPECTIVA.
6.2.2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA Art. 110 CP.
6.2.2.1) Características:
1 – pressupõe transito em julgado para duas partes
2 – regula-se pela pena em concreto
3 – os prazos prescricionais são os mesmos do Art. 109 CP
4 – este prazo prescricional é aumentados em 1\3 se o condenado é reincidente[somente válido PPE e não PPP]
Reconhecida a prescrição da pretensão executória, extingue-se a pena aplicada, sem, contudo, rescindir a sentença condenatória [que produz os demais efeitos penais e extrapenais].
Exemplo: crime de furto de
	
	PPA
	
	PPAPPA
	
	
	DF
	|-----|
	RI
	|-----|
	PUBL.
COND
	|-----|
	T. JULG. DEFIN
	
	
	PPR
	
	PPR
	
	PPPS
	
	PPE
[termo inicial no TJ para o MP] e no caso de fuga computa a diminuição do que já foi cumprido da pena em concreto, faz-se nova conta do resto da pena no Art. 109
6.3 ) TERMO INICIAL DA PRETENSAO EXECUTÓRIA;
Art. 112. No caso do artigo 110 deste Código, a prescrição começa a correr:
I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena.
Assim condenado por um ano em 10/10/90 ocorre o transito em julgado em 08/11/90 para o MP e transito em julgado para ambas as partes em 23/01/93.
A prescrição começa a contar de 08/11/90.
No caso de revogação de livramento ou fuga: desconta o tempo cumprido de pena e restante que falta faz a conta para prescrição que falta.
Art. 113. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
6.4) INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO
 No caso do inciso II aplica:
Art. 117 CP:
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI – pela reincidência.
Basta a pratica do novo crime, não precisa ser julgado pelo novo crime, e maioria entende não ferir o princípio da presunção de inocência.
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Obs.: I A IV – P.P.PUNITIVA; V e VI – P.P EXECUTORIA
6.5) REDUÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL.
O Art. 115 aplica-se a todas as espécies de prescrição seja executiva ou punitiva:
Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta anos.
O novo CC não aboliu a causa de redução de prescrição para os menores de 21 anos, o CP preocupa-se com idade biológica.
Para o menor de 21 anos - no momento da ação ou omissão.
Para o maior de 70 anos – o beneficio vale apenas na data da 1° sentença que primeiro o condena. Se for ter mais de 70 apenas no acórdão confirmatório, aqui não vale. Ressalvada se na primeira condenação foi absolvido, e no acórdão condena e tem mais 70 anos, aplica o Art. 115.
Obs.: o STF afirma que o estatuto do idoso que escabele ser idoso com 60 anos, não mudou o Art. 115 CP.
6.6) SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO.
Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;
II – enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
	INTERRUPÇÃO DO PRAZO
	SUSPENSÃO DO PRAZO
	-desconsidera o tempo pretérito
-começa novo lapso prescricional
- Art. 117
-zera o cronometro
	- considera o tempo pretérito
-aproveita o lapso anterior
- Art. 116
-para o cronometro.
Art. 116:
INCISOS I e II – suspensão para prescrição punitiva
EX: do inciso I : bigamia – enquanto não resolver por exemplo ação de anulação de casamento no cível, suspende o criminal. [isto é uma questão prejudicial]
Questão prejudicial: [Art. 92 a 93 CPP ]- obrigatória – suspende e a facultativa – suspende se o juiz acatá-la.
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa.
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.
PAR. ÚNICO – suspensão para prescrição executória.
Ex: só vai correr a prescrição da nova pena depois que cumprir pena de crime anterior.
 Existem outras causas suspensivas fora do Art. 116:
1 – parcelamento de debito tributário
2 – Art. 366 CPP – o STF diz fica suspenso ate o réu ser encontrado.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no artigo 312.
3 – Art. 53 da CRF.
4 – suspensão condicional do processo. [Art.89,§6° da Lei 9099/95]
Causa extra:
Denunciado e no decorrer do processo sobreveio doença mental, o juiz suspende o processo, mas NÃO suspende a PRESCRIÇÃO.
6.7) PRESCRIÇÃO COM PENA DE MULTA.
Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I – em dois anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
Obs:
Deve se combinar ao Art. 114 com as causas suspensiva e interruptiva da prescrição da execução fiscal.
O prazo é do CP.
	PPPUNITIVA
	CONSEQUENCIA
	PPEXECUTIVA
	CONSEQUENCIA
	Priv.lib ou multa
	Prescreve junto com pena
	Priv. Lib. e multa
	Prescreve junto com pena
	Priv. Lib e multa
	Prescreve junto com pena
	Multa
	Prescreve em 2 anos
	Multa
	Prescreve em 2anos
	
	
Com advento da 9268\96 a multa não paga deve ser executada como divida ativa. Neste casos as causas suspensivas e interruptivas são da Lei de execução fiscal.
OBSERVAÇÕES ADICIONAIS:
1 - MEDIDA SEGURANÇA:
Prescreve:
PPP ABSTRATO: PENA MAXIMA.
PPP SUPERVINEITE: O PRAZO MINIMO DE INTERNAÇÃO.(1ANO)
PP EXECUTORIA: PRAZO MINIMO DE INTERNAÇÃO.
A sentença de medida de segurança é absolutória imprópria. Ai conta do recebimento da denuncia. Se é um ano, o prazo é de 4 anos.
INTER CRIMINIS
Caminho percorrido pela infração penal.
1 – CONCEITO: É conjunto de fases que se sucedem cronologicamente no desenvolvimento do delito doloso. É divido em duas macrofases: interna [cogitação e atos preparatórios] e externa [execução e consumação]
OBS.: Em regras 4 fases:
-O crime doloso material percorre as 4 fases.
-O crime culposo não percorre a duas primeiras.
-O crime formal e de mera conduta dispensa o sequer tem resultado naturalístico.
2 - FASES DO CRIME:
2.1 – cogitação: fase interna do ‘inter’. Obs. Em razão do Principio da materialização do fato, esta fase jamais é punida.
2.2 – atos preparatórios: inaugura uma fase externa do‘inter’. Chamada de fase “conatus remotus”.Aqui o agente procura criar condições para realização da conduta delituosa.
Obs. Em regra considerando o Princípio da lesividade esta fase impunível.
Exceção Art. 288 CP a formação de quadrilha e bando, houve aqui uma impaciência do legislador em punir. A doutrina moderna tem criticado esta exceção, o ato preparatório também é impunível; a quadrilha não é ato preparatório e sim ato executório do tipo de quadrilha, pode ser preparatório de crime futuro que não precisa nem acontecer. A corrente que prevalece é que admite exceção.
Art. 288. Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
Pena – reclusão, de um a três anos.
2.3 – execução: traduz pela qual a maneira o agente atua exteriormente para realizar o núcleo do tipo.
2.3.1 ) Teorias que diferenciam de atos preparatórios e executórios: [MP minas e mpf]
a) teoria da hostilidade ou critério material: há execução quando ato ataca o bem jurídico, provocando concreto perigo de lesão. (Hungria).
b) teoria objetiva formal: ato executório é que inicia a realização do núcleo do tipo. (Frederico marques e Fernando Capez)
c) teoria objetivo-individual: atos executórios são aqueles de acordo com plano do agente, realizam-se no período imediatamente anterior a execução do núcleo do tipo. (Eugenio Raúl Zaffaroni) – Teoria que prevalece.
FLAVIO MONTEIRO DE BARROS: fala que deve se aplicar as três teorias concomitantemente.
ex: furto de veiculo:
a) é muito ambíguo: a critério do juiz quando se inicia.
b) é preciso iniciar o núcleo do tipo: é preciso roubar o carro
c) agente so de subir o muro para roubar o carro já é punível
2.4 – resultado ou consumação: assinala o instante da composição plena do fato criminoso.
2.4.1 - CONSUMAÇÃO: considera-se crime consumado a realização do tipo penal por inteiro, nele encerrado o inter criminis.
Conceito legal: I, Art. 14 CP.
Art. 14. Diz-se o crime:
Crime consumado
I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Sumula 610 STJ: latrocínio é subtração tentada e morte consumada. Esta sumula ofende o Art. 14, I, CP. O STF esta considerando a consumação do crime por partes e não por inteiro. [Rogério Greco]
610. Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.
**A consumação não se confunde com exaurimento. Diz-se crime exaurido (esgotado plenamente) os acontecimentos posteriores ao termino do inter criminis, ou seja, os acontecimentos posteriores ao fim pretendido pelo agente. O crime exaurido deve ser mais severamente punido, é considerado na fixação da pena.
Ex: concussão exigir propina (consumação), receber a vantagem (exaurimento).
Crime permanente é aquele cuja consumação se protrai no tempo, cessando com encerramento do comportamento ilícito do agente. Ex. extorsão mediante seqüestro.
3 - CLASSIFICAÇÃO DO DELITO QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO
a) delito material: o tipo penal descreve: uma conduta mais resultado naturalístico que é indispensável[imprescindível] à consumação. Ex. 121, 155, 157.
b) delito formal: chamado também de crime de consumação antecipada; o tipo penal descreve conduta mais resultado naturalístico, mas é dispensável[prescindível] o resultado para consumação, se ocorre é mero exaurimento. Ex: Art. 158, 159, 316.
c) delito mera conduta: o tipo penal descreve uma mera conduta; crime que não tem resultado naturalístico. Ex. ato obsceno 135; omissão de socorro 235, 150 e maioria dos omissivos próprios.
 Doutrina moderna diferencia consumação formal e consumação material do delito:
Consumação formal: Se dá quando ocorre o resultado naturalístico nos crimes materiais o quando o agente concretiza a conduta descrita no tipo formal e mera conduta.
Consumação material: Se dá quando presente a dá relevante e intolerável lesão ou perigo lesão ao bem jurídico lesado.
Obs.: se reparte a tipicidade formal e material deve repartir a consumação formal e material.
4 – CRIME TENTADO
4.1 - Conceito doutrinário e legal: Art. 14 , ll CP.
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
4.2 - NATUREZA JURIDICA: Norma de extensão temporal. Amplia a proibição contida na norma incriminadora a fatos humanos praticados de forma incompleta.
Obs1.: O correto é falar tentativa de crime e não crime de tentativa, porque a tentativa não constitui crime sui generis, com pena autônoma. É ela violação incompleta da mesma norma de que o crime consumado representa a violação plena. Portanto, não há crime de tentativa e sim tentativa de crime.
É adequação típica indireta. Ex: tentar matar alguém, o Art. 14, ll ajuda subsumir ao tipo do 121. Se não houvesse esse artigo, seria fato atípico.
-Questão: Qual o único crime só é punível se tentado se consumado é atípico?
R: Crimes de lesa pátria. Gênero da espécie de crimes da lei de segurança nacional. São crimes que se pune tentativa, mas a consumação é atípica. Art. 11 da lei 7170\83
Art. 9º Tentar submeter o Território Nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro País.
Pena – reclusão, de quatro a vinte anos.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até um terço; se resulta morte, aumenta-se até a metade.
Art. 11. Tentar desmembrar parte do Território Nacional para constituir País independente.
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
4.3 - Elementos da tentativa:
1 – inicio da execução
2 – não consumação por circunstancia alheias a vontade do agente.
-Tem doutrina que coloca o terceiro elemento.
3 – dolo de consumação. (LFG e Fabio Monteiro de Barros)
4 – resultado possível – [NÃO COLOQUE EM CONCURSO [ ROGÉRIO SANCHES]
4.4 – Conseqüência da tentativa [§ ú Art.14 CP.]:
Pune-se a tentativa com pena correspondente do crime consumado, diminuída uma a dois terços.
Em regra: o Brasil adotou o critério objetivo, é chamado de tipo manco. Pois critério de subjetivo é completo e objetivo incompleto.
	CRIME CONSUMADO
	CRIME TENTADO
	SUBJETIVAMENTE COMPLETO
	SUBJETIVAMENTE COMPLETO
	OBJETIVAMENTO COMPLETO
	OBJETIVAMENTE INCOMPLETO
[ REDUÇAO DE PENA]
Excepcionalmente há crimes que a tentativa é punida com mesma pena do crime consumado, adotando o critério subjetivo.
 São chamados os crimes de atentado ou de empreendimento. É caso que a tentativa vai ter a mesma pena da consumação, adotando critério subjetivo.
Exemplos:
-Evadir ou tentar evadir
Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
-No código eleitoral- votar o tentar votar no nome de outro
-Abuso de autoridade.
-Genocídio
AULA 12\12\2008
4.5 - CLASSIFICAÇÃO
1 – QUANTO A ‘INTERCRIMINIS’ PERCORRIDO
a) tentativa imperfeita (tentativa inacabada): o agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de praticar atos executórios a sua disposição.
b) tentativa perfeita (tentativa acabada) (crime falho): o agente esgotou os atos executórios que pretendia realizar, não consumando o intento por circunstancias alheias a sua vontade.
Crime falho sinônimo de crime de tentativa perfeita.
Obs.: Tentativa perfeita (onde se esgota os atos executórios) somente é compatíveis com os crimes materiais. Nos crimes formais ou mera-conduta a tentativa perfeita torna o crime consumado, assim não existindo este instituto para estes crimes.
Obs.: quanto à dessimetria da pena na tentativa:
1cr.: Tem jurisprudência norteando a redução da pena na tentativa conforme o maior percurso percorrido no caminho do crime. Quanto mais atos executórios, menor a redução, quanto menos atos executórios, maior a redução.
2cr.: Prevalece, no entanto, que a redução da pena na tentativa, deve ser inversamente proporcional a proximidade do resultado. Quanto mais próximo de causar o resultado menor a redução, quantos menos próximo maior a redução.[prevalece]
2 – QUANTO AO RESULTADO PRODUZIDO NA VÍTIMA
a) cruenta: a vitima é atingida. [Tentativa vermelha] – maior punição
b) incruenta: a vitima não é atingida. [Tentativa branca]
3 – QUANTO A POSSIBILIDADE DE ALCANÇAR O RESULTADO PRETENDIDO
a) idônea: o resultado apesar de não alcançado por circunstâncias alheias à vontade do agente era possível. – é punível
b) inidônea: o resultado não alcançado era absolutamente impossível em face de ineficácia do meio ou impropriedade do objeto. Sinônimo de crime impossível. – é impunível
4 – QUANTO A VONTADE DO AGENTE
a) Tentativa simples: o resultado não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente.
b) Tentativa qualificada [abandonada]: o resultado não ocorre por circunstâncias inerentes à vontade ao agente. É gênero da desistência voluntária e arrependimento eficaz.
INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
a) crime culposo: não tem vontade no resultado, este é involuntário.
obs: Tem doutrina admitido tentativa na culpa imprópria, que na verdade é um crime voluntário punido culposamente por razões de política criminal. Ex: o agente erra, imagina estar na iminência de ser atacado, e contra-ataca seu desafeto, se este não morre, e sendo o erro do agente evitável, responderia por tentativa de Art. 121,§3° CP, mas prevalece que responderá pela lesão corporal culposa consumada Art. 129, §6°CP
b) crime preterdoloso: não tem vontade no resultado, este é involuntário.
A doutrina admite tentativa no crime preterdoloso, quando, apesar de ocorrido o resultado culposo, ficou frustrada a conduta antecedente dolosa. Ex: tentativa de aborto pela morte da gestante = age com dolo no aborto e culpa na morte da gestante, se no caso concreto o aborto fica frustrado, e ocorre a morte da gestante. Resultando assim tentativa no crime preterdoloso
c) crime unissubsistentes: a execução pode ser fracionada.
c1: omissivos puros: omissão de socorro
c2: mera conduta:
Obs.: temos crimes mera conduta que admite tentativa, que por sua vez não é unissubsistente: ex: tentar entrar em residência – violação de domicilio. FLAVIO MONTEIRO DE BARROS
d) contravenção penal: não se pune a tentativa. Art. 4° da LCP. Significa ser possível de fato a tentativa, somente não é punível.
e) crime de atentado: a tentativa é punida na mesma pena do crime consumado.
Para ROGERIO GRECO o crime de atentado admite tentativa, ficando impedido somente da redução de pena.
f) crime habitual: para sua consumação depende de reiteração de atos. Se você tem um ato, fato atípico, precisa de reiteração de atos para consumação. Assim não se admite tentativa.
Tem jurisprudência admitindo a tentativa: Art. 216 –A : insistente oportunação [ assedio sexual admite tentativa? R: para maioria admite. Constrangimento por bilhete escrito interceptado.]
g) crimes que só são puníveis quando ocorre determinado resultado.
Crime material + plurissubsistente que não admite tentativa? R: Induzir ou instigação ao suicídio. Mesmo se suicídio não se consuma o crime já ocorreu.
CESAR BITENCURT – admite tentativa na forma de lesão grave. [minoria]
h) dolo eventual: não admite tentativa. O agente não quer resultado admite, apenas assumindo o risco de produzi-lo.
Obs.: prevalece na jurisprudência que admite a tentativa.
DESISTENCIA VOLUTARIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ – Art. 15 CP
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
1 Desistência voluntaria: o agente abandona a execução do crime, quando ainda lhe sobra do ponto vista objetivo uma margem de ação. [Art. 15, 1° parte]
2 Arrependimento eficaz [RESIPISCÊNCIA- ZAFFARONI]: ocorre quando o agente, desejando retroceder na atividade delituosa percorrida, desenvolve nova conduta, após terminada a execução criminosa. [Art. 15, 2° parte]
No arrependimento esgota os atos executórios, e passa agir de maneira inversa para impedir o resultado, e desistência voluntária o agente abandona no meio da execução.
Somente em crime materiais, admite arrependimento eficaz, pois nos de mera conduta e formais já se consumou o resultado.
	
	Art. 14, II CP
TENTATIVA
	Art. 15 CP 1° parte
DESISTÊNCIA VOLUNTARIA.
	Art. 15 CP 2° parte
ARREPENDIMENTO
EFICAZ
	ELEMETOS
	1 - inicio da execução
2 – não há consumação por virtudesalheias a vontade do agente
3 – eu quero prosseguir, mas não posso.
4 - Se a causa que determina a desistência é circunstancia exterior, uma influencia objetiva externa que compele o agente o agente a renunciar o propósito criminoso haverá tentativa. Ex: acende a luz da casa e o furtador foge.
	1 - inicio da execução
2 - não consumação por circunstancia inerente a vontade do agente.
3- eu posso prosseguir, mas não quero.
4 – A desistência deve ser voluntária, não necessariamente que deva ser espontânea. Voluntaria é desistência sugerida ao agente e ele assimila, subjetiva e prontamente. Trata-se de sugestão, influencia externa de outra pessoa.
	1- início da execução
2 – não consumação por circunstâncias inerentes a vontade do agente.
3 – arrependimento deve ser voluntario e eficaz, pois se for ineficaz é mera atenuante.
	CONSEQUÊNCIA
	Mesma pena do crime consumado com redução
	Responde pelos atos ate praticados
	Responde pelos atos ate então praticados.
-Questão: Adiamento da execução configura desistência voluntaria? R:
1cr.: A desistência momentânea é irrelevante, pois deve ser sempre definitiva para configurar a tentativa abandonada.
2cr.: Se o agente apenas suspende a execução e continua a praticar posteriormente, aproveitando-se dos atos já cometidos responde por tentativa[ponte de ouro de VOLLIST. Se não renova a execução por sua própria vontade, configura desistência voluntária.
NATUREZA JURIDICA DO Art. 15 CP
A desistência voluntária e arrependimento eficaz não respondem por tentativa. Razão:
1cr.: o Art. 15 configura hipótese de atipicidade da tentativa.[doutrina moderna – prevalece hoje]
2cr.: o Art. 15 extingue a punibilidade da tentativa, por razões de política criminal.
3 ARREPENDIMENTO POSTERIOR Art. 16
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
3.1 - Natureza jurídica: é causa geral de diminuição de pena.
- É direito subjetivo do réu e não mera faculdade do juiz. O critério para diminuição da pena é ligada a rapidez da reparação do dano.
3.2 - REQUISITOS:
1) cometidos sem violência ou grave ameaça
-Não impede o beneficio a violência culposa, somente violência dolosa
-Violência contra a coisa não impede o beneficio.
-Violência presumida não impede o beneficio somente violência real.
Ex: não há violência no roubo com boa noite cinderela. Art. 157. Tem doutrina que discorda, (reduzir a impossibilidade de resistência- violência imprópria, mas não deixa de ser violência.)
2) reparação e restituição integral ate o recebimento da denuncia
Obs: se restituir depois do oferecimento da denuncia é mera circunstância diminuição de pena.
- Estelionato mediante cheque sem fundo. Sumula 554 STF - é causa extintiva de punibilidade. Não instaura a ação penal.
554. O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.
- Crime contra ordem tributaria: reparado o dano não se instaura ação. Extingue a punibilidade, não aplicando o Art. 16.
- Peculato culposo: Art. 312,§3° - extinção da punibilidade e antes da sentença e não recebimento da denúncia.
Tem jurisprudência que não admite com arrependimento posterior, no peculato doloso, pois a moralidade administrativa não consegue ser integralmente reparada.
LEI 11719\08 – lei de reforma do CPP sobre o momento do recebimento da inicial:
Procedimento ordinário:
	1° corrente
	2° corrente
	1 – oferecimento inicial
2 – recebimento – Art. 396
3- citação
4 – defesa escrita
5 – possibilidade absolvição

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