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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS UNIDADE DE ENSINO 05 PÁRA-RAIOS CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS RESUMO DE CONCEITOS • Os equipamentos e demais componentes do SEP podem ser submetidos a sobretensões provocadas por agentes externos (descargas atmosféricas) ou internas (manobras no sistema); • Para evitar sua danificação, é necessário que se instalem dispositivos de proteção, os quais, na prática, são designados PARA-RAIOS; • Tratam-se, portanto, de dispositivos de dimensões reduzidas, simples do ponto de vista construtivo e de baixo custo quando comparados aos equipamentos que eles protegem. COMO AS SOBRETENSÕES PODEM OCORRER NOS SISTEMAS ELÉTRICOS A. SOBRETENSÕES DE ORIGEM EXTERNA • Desenvolvidas na atmosfera (nuvens ionizadas, ou seja, carregadas eletrostaticamente); • Sua duração é de apenas alguns micro-segundos (µs); • São designadas SOBRETENSÕES DE IMPULSO ou DINÂMICAS; • Como se tratam de ocorrências de efeito rápido no domínio do tempo, podem também ser designadas SURTOS DE TENSÃO DE IMPULSO; B. SOBRETENSÕES DE ORIGEM INTERNA • Desenvolvidas por ações dentro do próprio sistema elétrico (manobras de chaveamento, desligamentos devidos a perdas de isolamento, entre outras); • Sua duração está na faixa de micro segundos (µs) até milissegundos (ms); • São designadas SOBRETENSÕES DE MANOBRA ou SEMI-DINÂMICAS; CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS • Como se tratam de ocorrências de efeito rápido no domínio do tempo, podem também ser designadas SURTOS DE TENSÃO DE MANOBRA; Obs.: Neste grupo podem ser incluídas ainda as sobretensões de maior duração (alguns ciclos) designadas SOBRETENSÕES DE FREQUÊNCIA INDUSTRIAL (Hz) ou TEMPORÁRIAS. ILUSTRANDO: FORMA DE ONDA DAS SOBRETENSÕES DEVIDAS AOS SURTOS (DESCARGA ATMOSFÉRICA E MANOBRAS INTERNAS) Uma onda originada por um surto de tensão, pode ser designada através de dois intervalos associados à sua geometria, a saber: 1. Apresentam um rápido crescimento (frente de onda) em um tempo t1 ou “x” µs, atingindo um valor máximo de crista; 2. Decai em seguida até metade do valor de crista que atingiu, gastando um tempo t2 ou “y” µs; 3. Por estas razões, em muitas literaturas esta onda é designada como sendo uma onda de x . y µs. Graficamente, sua representação é a seguinte: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS A – tempo zero virtual da onda de corrente B – tempo zero virtual da onda de tensão Exemplificando: Uma onda de tensão de 30.000 V; 1,2 . 50 µs, pode ser entendida como sendo: a) A onda que atinge 30.000 V (ou 30 kV) até o valor de crista no tempo de 1,2 µs a partir do tempo zero virtual de tensão e b) Decai para 15.000 V (ou 15 kV) em 50 µs a partir do tempo zero virtual de tensão. T1 = 1,2 µs, T2 = 50 µs VALORES USUAIS DAS ONDAS XXXX . . . . YYYY µs 1. Valor de crista (ou de pico) da corrente: no máximo 400kA; 2. O tempo de frente de onda (t1) se situa na faixa de 1 a 10 µs; CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 3. O tempo de cauda (t3) desde o início da onda até a mesma atingir a metade deste valor se situa na faixa de 10 a 100 µs; 4. Os valores usuais normalizados para as ondas de impulso são: Ondas de tensão: Norma ANSI: 1,2 . 50 µs; IEC: 1,4 . 40 µs Ondas de corrente: Normas ANSI e IEC: 8.20 µs 5. Os valores usuais normalizados para as ondas de manobra são: 100. 2500 µs e 200 . 2500 µs É de se observar que, durante os ensaios de fabricação dos equipamentos, na aplicação das ondas de tensão de impulso ou de manobra podem ser aplicadas, adicionalmente, ondas com formas diferentes das ondas plenas (ou completas). São elas: Tc = Tempo de cauda DETERMINAÇÃO DOS VALORES DAS SOBRETENSÕES DEVIDAS ÀS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS Como se sabe, as ondas acumuladas eletrostaticamente nas nuvens, se descarregam em forma das chamadas “ondas viajantes”. Especificamente nos casos das descargas diretas sobre uma linha energizada eletricamente, quando as ondas se deslocam em uma direção única, temos que: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Vd = Id . Zs Sendo: Vd = Sobretensão (kV) Id = Corrente de Descarga (kA) Zs = Impedância da Linha (Ω) Caso a onda ao se descarregar se desloque em duas direções opostas, o valor da sobretensão será: Id . Zs Sendo: Vd = Sobretensão (kV) Id = Corrente de Descarga (kA) Zs = Impedância da Linha (Ω) 2 Vd = s d d d Sendo: Zc = Impedância do cabo terra Lc = Indutância da linha Vd = (Id . Zc) + Lc . di / dt O EQUIPAMENTO PARA-RAIOS – CONCEITUAÇÃO DE ACORDO COM A NORMA ABNT – De acordo com a Norma ABNT 5470, o equipamento para-raios é um dispositivo destinado a proteger os equipamentos e demais componentes do sistema elétrico contra sobretensões transitórias elevadas, bem como limitar a duração e a intensidade da corrente subsequente. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Tem, portanto, por objetivo proteger o sistema elétrico, atenuando as ondas viajantes de sobretensão originadas por descargas atmosféricas ou chaveamentos (manobras) que, porventura, atinjam o referido sistema, sendo o meio mais eficiente utilizado para esta finalidade. Os para-raios são conectados usualmente: a) Entre linha e terra (quase que em sua totalidade); b) Entre fases, em casos mais específicos (p.ex.: entradas e saídas de reguladores de tensão para proteção dos surtos que poderiam penetrar no equipamento) CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS FUNÇÕES DOS PARA-RAIOS 1. Atuar como um circuito aberto durante a operação normal do sistema (60Hz); Obs.: no estudo dos para-raios, durante uma falta para a terra, o sistema é considerado como estando em operação normal. 2. Promover um caminho de baixa impedância para a terra durante os surtos de tensão e, consequentemente, limitar as tensões transitórias a níveis seguros, ou seja, a valores inferiores à TSI (Tensão Suportável ao Impulso) dos equipamentos ou dispositivos que o para-raios se destine a proteger; Obs.: Surto de Tensão – onda de tensão transitória que se propaga ao longo do sistema elétrico, caracterizada por uma elevada taxa de crescimento inicial, seguida de decréscimo mais lento da tensão. 3. Retornar à sua condição normal de operação (sistema elétrico operando em 60Hz), tão logo os transientes de tensão sejam escoados para o potencial de terra, ou seja, interrompendo o fluxo de corrente e reselando (selando novamente) o sistema contra curto-circuitos para a terra. O PARA-RAIOS IDEAL É possível definir um pára-raios ideal como sendo um dispositivo de proteçãocontra sobretensões que possua as seguintes características: Apresentar uma impedância infinita entre os seus terminais nas condições de regime permanente do sistema, ou seja, comportar-se como um circuito aberto até a ocorrência de uma sobretensão no sistema; Ter a capacidade instantânea de entrar em condução quando da ocorrência de uma sobretensão, mantendo esse nível de tensão no início de condução e durante toda a ocorrência da sobretensão; Parar de conduzir, ou seja, retornar à condição de circuito aberto assim que a tensão do sistema retorne ao seu estado inicial, com sua característica “tensão x corrente” original restaurada. Tal operação não deve causar nenhum distúrbio ou degradação ao sistema ou ao próprio para- raios. A figura apresentada a seguir mostra a característica “tensão x corrente” de um pára- raios ideal. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Característica “tensão x corrente” de um pára-raios ideal: Os pára-raios atualmente disponíveis, no entanto, não têm a capacidade de atender plenamente a nenhum dos requisitos de um pára-raios ideal. A tecnologia mais aprimorada e próxima de um pára-raios ideal é representada pelo pára-raios de Óxido de Zinco (ZnO) sem centelhadores, os quais representam o que há de mais moderno após desenvolvimentos e aperfeiçoamentos sucessivos e que tiveram início com os centelhadores a ar, ainda hoje utilizados em algumas aplicações específicas. EVOLUÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÕES A. Centelhadores (GAP’s); B. Para-raios com resistores não lineares e GAP’s (Centelhadores); C. Para-raios com resistores não lineares e GAP’s (Centelhadores) ativos; D. Para-raios apenas com resistores não-lineares e, portanto, sem GAP’s. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS A. Centelhadores (GAP’s): Dispositivos inicialmente utilizados para proteção dos equipamentos em SE’s e cadeias de isoladores de LT’s. Quando uma sobretensão alcança um valor tal que supere as distâncias ajustadas (A), (B) e (C) em ensaio entre os dois eletrodos, ocorre o disparo, limitando a sobretensão nos dispositivos por eles protegidos. Como grande desvantagem, os centelhadores podem apresentar o estabelecimento de um curto-circuito que deve ser eliminado pela proteção do sistema elétrico. B. Para-raios com resistores não lineares e GAP’s (Centelhadores): B1 – Concepção Com o objetivo de evitar o estabelecimento de um curto-circuito no sistema e suas consequências, foram desenvolvidos os primeiros dispositivos compostos por um conjunto de resistores não-lineares em série com centelhadores (GAP’s) como forma de limitar a corrente de descarga. Tais dispositivos são utilizados desde a classe de distribuição até os níveis de 138kV nominais. B2 – Curvas de atuação • Em operação normal, o para-raios comporta-se como um circuito aberto. Quando o surto se estabelece (conexão ao potencial de terra) inicia-se uma corrente de descarga disparada por GAP’s (centelhadores) e limitada por resistores não-lineares (cuja função é a de impedir que a tensão entre seus terminais - linha e terra - ultrapassem um determinado valor); • A corrente de descarga somente é interrompida quando a tensão passar pelo primeiro zero do ciclo após a descarga. As curvas de atuação estão mostradas adiante. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Sendo: Np = Nível de Proteção (TSI) Ua = Tensão disruptiva Up = Tensão Residual Us = Tensão Devida ao Surto U = Tensão Normal de Operação Ia = Corrente de Descarga (surge current) In = Corrente subsequente ao surto (60Hz) (follow current) B3 – Características dos Resistores não-lineares • Nos para-raios com GAP’s (centelhadores) é utilizado como material para os resistores não-lineares o SiC (Carboneto de Silício) em blocos; • Sua não-linearidade indica que a corrente fluindo através dos resistores de SiC para a terra à tensão nominal de operação é da ordem de 200 A. Em razão desta elevada não-linearidade, é necessária a adição de GAP’s (centelhadores) em série com o bloco de resistores; • A característica não linear “tensão x corrente” dos blocos de resistores SiC pode ser expressa por: I = K . Vⁿ, sendo: • I = corrente no para-raios; V = Tensão aplicada nos seus terminais; “k” = constante dependente do tipo do para-raios e n = fator característico não-linear (para o para-raios a SiC “n” é da ordem de 4 a 6). As curvas a seguir mostram a não-linearidade dos blocos de resistores SiC: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 1 4 2 5 3 B4 – Principais componentes de um para-raios SiC com GAP’s 1. Terminal de linha; 2. Centelhadores (GAP’s) – Discos metálicos (eletrodos) intercalados por pequenas pastilhas isolantes designadas esteatita; 3. Resistor não-linear SiC; 4. Invólucro de porcelana ou borracha polimérica; 5. Terminal de aterramento C. Para-raios com resistores não-lineares e GAP’s (Centelhadores) ativos: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Sendo: Is – corrente de controle Ia – corrente de descarga (surge current) In – corrente subsequente ao surto (60 Hz) (follow current) Ra – resistores não lineares Rb – resistores de by-pass Rs – resistores equalizadores (grading resistors) B – bobina de sopro magnético (blow out coil) E – eletrodos dos centelhadores (spark gap electrode) K – câmara de extinção do arco A – ponto de início do arco M – linhas de fluxo magnético L – arco elétrico UL – tensão desenvolvida no arco URa – tensão nos resistores não lineares Np – nível de proteção Ua – tensão disruptiva Up – tensão residual Us – surto de tensão U – tensão normal de operação Considerações sobre a figura anterior: A – Nesta figura, estão mostradas as 4 etapas do processo da operação de um para-raios com GAP’s, estando indicados, portanto, os 4 instantes distintos com relação à tensão no sistema e à corrente no para-raios; B – Apenas com a finalidade de melhor ilustrar estas etapas do processo de condução no para- raios, as grandezas elétricas estão mostradas fora de escala e seus componentes estão apresentados de forma esquemática. Por exemplo: a corrente que se descarrega continuamente (corrente Is) está ampliada (são somente poucos ms), enquanto que a corrente de descarga Ia está reduzida (são vários kA), sendo que a duração do surto de tensão bem como da corrente de descarga estão em escalas ampliadas. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Análise da sequencia das etapas de atuação do para-raios Etapa 2: Durante o processo de condução propriamente dito (figura ao lado), a corrente de descarga (Ia) circula pelos “GAP’s" (E) e resistores de "by-pass“ (Rb), uma vez que as indutâncias das bobinas de sopro magnético (B) impedem a circulação desta corrente com alta taxa de crescimento (altas frequencias), ou seja: XL = 2 pi . f . L . Como f é elevada, XL também será elevada. Desta forma, a corrente (Ia) circula inicialmente através dos GAP’s(E) onde a distância é menor, sendo que este processo é iniciado quando a tensão (residual) nos terminais do pára-raios (Up) é ultrapassada pela tensão disruptiva (Ua). Ua Up Análise da sequencia das etapas de atuação do para-raios Etapa 1: Na figura ao lado, está indicada a operação do sistema elétrico em condições normais. Nesta situação a corrente que circula pelo pára-raios é apenas de alguns miliampères (Is), sendo limitada pelos resistores não lineares (Ra) e pelos resistores equalizadores Rs. Esta pequena corrente assegura que a tensão do sistema (U) aplicada aos terminais do pára-raios se distribua uniformemente através dos “GAP’s“ (Centelhadores) (E) e demais componentes do equipamento. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Análise da sequencia das etapas de atuação do para-raios Etapa 3: Após escoado o surto inicial de corrente (Ia), os “GAP’s“ (E) se encontram altamente ionizados. Uma corrente provocada pela tensão do sistema (U) – designada corrente subseqüente 60 Hz (In) – passa a fluir no pára-raios. Como essa corrente possui uma pequena taxa de variação (f nominal baixa) e, portanto, XL pequeno, seu caminho natural será atravessar a bobina de sopro (B), deixando, portanto, de circular através dos resistores de “bay-pass” (Rb). Cria-se, então, um forte campo magnético que fará alongar expandir a corrente In, esticando-a para fora dos GAP’s (E). Este alongamento contribui na limitação da corrente subsequente e sua consequente expulsão até que se complete a sua extinção. Análise da sequencia das etapas de atuação do para-raios Etapa 4: Após escoada a corrente devida ao surto e a corrente subsequente a 60Hz (In) for totalmente extinta, o para-raios retorna à sua condição normal, ou seja, apenas as tensões e correntes a 60Hz estarão presentes no sistema elétrico. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS D. Para-raios apenas com resistores não-lineares e, portanto, sem GAP’s Curva de não-linearidade dos blocos de ZnO: Com isso, a não-linearidade dos blocos de ZnO permitiu que se fabricassem para-raios sem a presença de GAP’s, o que simplificou extremamente a sua construção e elevou a sua confiabilidade. Exemplo da curva de não-linearidade de um para-raios ZnO 500 kV: Atualmente, o “estado da arte” ou tecnologia da fabricação dos para-raios utiliza resistores não- lineares, porém sem a presença dos “GAP’s” centelhadores. Isto porque são utilizados como blocos de resistores não-lineares o Óxido de Zinco (ZnO), de altíssima não-linearidade, uma vez que possui um fator carcterístico não-linear “n” da ordem de 25 a 30, com base na expressão: I = k . Vⁿ CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Principais componentes de um para-raios ZnO: Isolamento Convencional Isolamento a Gás SF-6 Dispositivos de alívio de sobrepressão interna: 1. Têm por finalidade impedir que o para-raios seja danificado de forma explosiva quando de uma solicitação superior à aquela para a qual foi especificado evitando, inclusive, a possibilidade de danificar outros equipamentos nas proximidades e colocar em risco o pessoal que se encontre próximo da instalação no instante da ocorrência; 2. Sua atuação ocorre da seguinte forma: Os gases quentes que se formam no interior do para-raios originados por uma excessiva solicitação dos mesmos devem ser transferidos para o ambiente exterior, impedindo a explosão do equipamento. Os pontos de exaustação são alinhados, facilitando a formação de um arco, conforme mostrado na figura ao lado. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 1. Duto de Exaustão 2. Placa de Vedação 3. Junta de Vedação 4. Invólucro 5. Flange Composição dos elementos do bloco de ZnO: O bloco de resistores não-lineares de ZnO é composto de pastilhas formadas a partir de uma gramometria de pó de Óxido de Zinco, no qual são aditivados outros óxidos, sendo o produto misturado, prensado e sinterizado, circundado por finas camadas de material intergranular. Como o bloco de ZnO comporta-se para atuar como para-raios: 1. Os grânulos de ZnO possuem uma baixa resistividade e, como mencionado anteriormente, são circundados e separados por finas camadas de material intergranular. Nessas camadas, a condução dos elétrons é controlada em função da intensidade do campo elétrico a que o material está submetido. O fenômeno de condução sob forma acentuadamente não-linear ocorre quando as camadas inter- granulares iniciam uma condução mediante grande solicitação elétrica. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 2. Quando o bloco de ZnO é solicitado por tensões moderadas, a relação entre a resistividade do material que compõe a camada inter-granular e a resistividade dos grânulos de Óxido de Zinco é da ordem de 10¹º. Isso significa que, quando o para- raios não está conduzindo, ou seja, está apenas conectado ao sistema elétrico operando normalmente em 60 Hz, praticamente toda a tensão aplicada é dividida entre as camadas inter-granulares. 3. A medida em que a tensão aplicada vai aumentando, as camadas inter-granulares permitem maior movimentação de elétrons de um grão para outro, até que ocorra a formação de túneis através dos quais os elétrons passam livremente. A resistência à corrente que era antes predominante nas camadas inter-granulares passa a ser predominante nos grânulos de ZnO. Portanto, a tensão residual de um para-raios ZnO (tensão esta que define o nível de proteção do para-raios) é diretamente dependente das dimensões e da resistividade dos grãos de ZnO. 4. A figura ao lado mostra que, devido à ação regenerativa da camada inter-granular, a diminuição da tensão aplicada provoca uma inversão no processo descrito anteriormente, ou seja, com a redução da solicitação elétrica, as camadas inter- granulares voltam a ter alta resistividade e o material entra na região de alta não- linearidade, isto é, permite apenas o escoamento de correntes baixas (< 1mA) durante a operação no sistema elétrico. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS PARA-RAIOS 1. TENSÃO NOMINAL (kV rms) • É a máxima tensão rms de frequência fundamental para a qual o para-raios foi projetado e em relação à qual todas as demais características estão relacionadas. Com este valor, aplicado aos seus terminais, o para-raios deve operar corretamente, sem alterar suas características. Ressalva-se que, embora esta definição não faz referência, esta tensão depende da forma do aterramento do neutro do sistema elétrico no ponto de instalação do para-raios. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 2. TENSÃO MÁXIMA DE OPERAÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO (kV rms) • É a maiortensão eficaz de linha que pode ser mantida sob condições normais de operação, em qualquer ponto do sistema. � Esta tensão não é necessariamente a tensão máxima de operação dos equipamentos ligados ao sistema; � Nesta definição excluem-se os “curto-circuitos” e as “sobretensões temporárias” que possam ocorrer no referido sistema. 3. CENTELHAMENTO • Descarga disruptiva que ocorre em um dielétrico gasoso ou líquido. 4. SISTEMA NEUTRO ISOLADO • Sistema de potência cujo neutro não tem ligação condutor intencional com o potencial de terra. N 5. SISTEMA NEUTRO ATERRADO • Sistema de potência cujo neutro é aterrado intencional com o potencial de terra ou via impedância. N OU Zn 6. SISTEMA ATERRADO VIA IMPEDÂNCIA a) Por ressonância: o neutro é aterrado via reator, cuja XL neutraliza a componente Xc da corrente de falta para a terra. b) Por resistência: o neutro é aterrado via resistência R, limitando a corrente de falta para a terra. N XL N R CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 7. SISTEMA EFICAZMENTE ATERRADO Em um ponto determinado do sistema elétrico trifásico (geralmente o local onde será instalado o para-raios), tem-se que: 0 < < 3 X1 X0 0 < < 1 X1 R0e Sendo: X0 = reatância de sequência zero X1 = reatância de sequência positiva R0 = resistência de sequência zero 8. SISTEMA NÃO-EFICAZMENTE ATERRADO Em um ponto determinado do sistema elétrico trifásico (geralmente o local onde será instalado o para-raios), tem-se que: < 0 X1 X0 OU Sendo: X0 = reatância de sequência zero X1 = reatância de sequência positiva R0 = resistência de sequência zero R1 = resistência de sequência positiva < 0 X1 R0 > 3 X1 X0 ; OU > 1 X1 R0 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Fa = 9. FATOR DE ATERRAMENTO (OU FATOR DE FALTA PARA TERRA) Em um ponto determinado do sistema elétrico trifásico (geralmente o local onde será instalado o para-raios), o “fator de aterramento” pode ser definido como a seguinte relação: Sendo: Fa = fator de aterramento Vmax.Ø-t(rms) = valor rms da tensão mais elevada à frequência nominal em uma fase sã durante uma falta (Ø – t) que porventura atinja uma ou as outras duas fases em qualquer ponto do sistema elétrico. Vmax.Ø-Ø(rms) = valor rms da tensão mais elevada à frequência nominal em uma fase sã durante uma falta (Ø – Ø) sem a ocorrência de falta à terra. Vmax.Ø-Ø(rms) Vmax.Ø-t(rms) 10. COMO DETERMINAR O FATOR DE ATERRAMENTO Fa O fator de aterramento Fa pode ser determinado através das curvas abaixo que foram desenvolvidas para simplificar os cálculos: Obs.: • Os valores entre as curvas são percentuais (%); • Foi considerado R1 = R2 = 0. R 0 / X 1 X0 / X1 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS A partir dos valores X0 / X1 e R0 / X1 levados ao gráfico, as curvas indicarão o valor Fa (%). 100% (1,0)Efetivamente aterrado 80% (0,8)Não-efetivamente aterrado ou isolado FaSistema Elétrico VALORES USUAIS ENCONTRADOS NA PRÁTICA 100% (1,0)Efetivamente aterrado 80% (0,8)Não-efetivamente aterrado ou isolado FaSistema Elétrico VALORES USUAIS ENCONTRADOS NA PRÁTICA 11. TENSÕES NOMINAIS RECOMENDADAS PARA SELEÇÃO DOS PARA-RAIOS (*) escolher os valores de tensão padronizados imediatamente superiores (ver tabela adiante) 246198245230 145120145138 756072,569 39333834,5 15121513,8 Fa 100%Fa 80% Vn do para-raios (kV crista*)Vmáx do sistema (kV) Vn do sistema (kV) 246198245230 145120145138 756072,569 39333834,5 15121513,8 Fa 100%Fa 80% Vn do para-raios (kV crista*)Vmáx do sistema (kV) Vn do sistema (kV) 12. TENSÕES NORMALIZADAS DOS PARA-RAIOS (kV) 3910,5 369 337,5 306 274,5 243 210,660 180,500 150,280 120,175 3910,5 369 337,5 306 274,5 243 210,660 180,500 150,280 120,175 -120 -108 -102 19890 18684 17475 15060 13854 13251 12642 -120 -108 -102 19890 18684 17475 15060 13854 13251 12642 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 13. FORMA PRÁTICA DE DETERMINAR A TENSÃO NOMINAL DO PARA-RAIOS Os níveis principais de isolamento (classes nominais de tensão do sistema) estão apresentadas na tabela a seguir: Vn = Fa . Vmax 60Hz 4601050245230 275650145138 14035072,569 702003834,5 341101513,8 Ensaio à freq. Indust. (HIPOT) (kV)TSI (kV crista)Vmáx 60Hz (kV)Vn (kV) 4601050245230 275650145138 14035072,569 702003834,5 341101513,8 Ensaio à freq. Indust. (HIPOT) (kV)TSI (kV crista)Vmáx 60Hz (kV)Vn (kV) NÍVEIS DE ISOLAMENTO 14. TENSÃO DISRUPTIVA DO PARA-RAIOS (SPARKOVER VOLTAGE) É o valor da tensão na qual o para-raios começa a conduzir para a terra o surto de tensão. Deve ser, portanto, inferior à TSI do componente ou equipamento protegido. U0 Up Ua Ia UIn Sendo: U0 = TSI do componente protegido Ua = Tensão disruptiva Up = Tensão residual Ia = Corrente devida ao surto U = Tensão Nominal do Sistema In = Corrente Subsequente 15. TENSÃO DISRUPTIVA MÁXIMA PARA SURTOS ATMOSFÉRICOS (kV de pico) É o valor máximo da tensão disruptiva do para-raios quando submetido a uma onda x . y µs normalizada típica para surtos atmosféricos. Os valores preferenciais de ensaio são: 1,5 . 40 µsNORMA IEC 1,2 . 50 µsNORMA ANSI 1,5 . 40 µsNORMA IEC 1,2 . 50 µsNORMA ANSI CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 16. TENSÃO DISRUPTIVA MÁXIMA PARA SURTOS DE MANOBRA (kV de pico) É o valor máximo da tensão disruptiva do para-raios quando submetido a uma onda x . y µs normalizada típica para surtos de manobra. Os valores de ensaio se situam na faixa de 100 a 500 (frente de onda) e 2500 µs (cauda). Valores preferenciais: 100 . 2500 µs 250 . 2500 µs 500 . 2500 µs 17. TENSÃO DE RESELAGEM (RESEAL VOLTAGE) É a maior tensão para a qual o para-raios tem condições de interromper a corrente subsequente ao surto. Isto é, após escoada a corrente devido ao surto, o para-raios não deve conduzir novamente no primeiro semi-círculo seguinte da tensão. 18. TENSÃO RESIDUAL (RESIDUAL VOLTAGE) É a tensão medida entre os terminais de linha e de aterramento do para-raios quando o mesmo está conduzindo a corrente devido ao surto. U0 Up Ua Ia UIn 19. MÁXIMA TENSÃO DE OPERAÇÃO EM REGIME CONTÍNUO (MCOV) É o valor máximo de tensão (kV rms) à frequência nominal para a qual o para-raios foi projetado, de modo a operar continuamente com esta tensão aplicada entre seus terminais de linha e de aterramento. 20. CAPACIDADE DE SOBRETENSÃO TEMPORÁRIA DO PARA-RAIOS (COV) É uma função da suportabilidade, tensão vs. tempo de duração. Através de curvas, define-se o tempo permitido para se aplicar uma tensão superior à MCOV entre os terminais do para-raios. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 21. CAPACIDADE DE ABSORÇÃO DE ENERGIA DO PARA-RAIOS Trata-se de um parâmetro de grande importância nos sistemas de extra alta tensão (EAT) e ultra alta tensão (UAT), onde a energia dissipada através do para-raios é elevada (kW / kV detensão nominal do para-raios). 7 a 8ZnO (Óxido de Zinco) 5SiC (Carboneto de Silício) ORDEM DE GRANDEZA (kW / kV)TECNOLOGIA DO PARA-RAIOS 7 a 8ZnO (Óxido de Zinco) 5SiC (Carboneto de Silício) ORDEM DE GRANDEZA (kW / kV)TECNOLOGIA DO PARA-RAIOS 22. CORRENTE NOMINAL DE DESCARGA DO PARA-RAIOS (kA) É o valor da corrente com onda 8,20 µs que o para-raios é capaz de escoar. São valores usuais recomendados pelas literaturas: 10De 69 a 138 20Acima de 138 5Até 36 In DE DESCARGA (kA)CLASSE DE TENSÃO (kV) 10De 69 a 138 20Acima de 138 5Até 36 In DE DESCARGA (kA)CLASSE DE TENSÃO (kV) 23. CORRENTE SUBSEQUENTE AO SURTO É a corrente de frequência nominal (60Hz) que flui através do para-raios em seguida à passagem da corrente nominal de descarga, até que o mesmo pare de conduzir. U0 Up Ua Ia UIn CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Comparação entre o desempenho dos para-raios com centelhadores (SiC) e sem centelhadores (Zno) MEIO CICLO (SiC) MEIO CICLO (ZnO) 24. CLASSES DOS PARA-RAIOS Os para-raios de alta tensão são classificados de três formas em função da tensão de operação do sistema elétrico. 69 a 138Intermediária (subtransmissão) Acima de 138Estação Até 36Distribuição CLASSE DE TENSÃO (kV) 69 a 138Intermediária (subtransmissão) Acima de 138Estação Até 36Distribuição CLASSE DE TENSÃO (kV) ESCOLHA DO PARA-RAIOS A escolha do para-raios depende, entre outros fatores, dos seguintes: • TSI do equipamento ou dispositivo a ser protegido; • Custo do equipamento ou dispositivo a ser protegido; • Expectativa de descargas através do para-raios. • Importância no sistema elétrico do equipamento ou dispositivo a ser protegido; • TSI do equipamento ou dispositivo a ser protegido; • Custo do equipamento ou dispositivo a ser protegido; • Expectativa de descargas através do para-raios. • Importância no sistema elétrico do equipamento ou dispositivo a ser protegido; CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS COMENTÁRIOS/SUGESTÕES PARA A ESCOLHA DO PARA-RAIOS • Subestações acima de 20 MVA • Onde se deseja uma garantia de não interrupção da energia • Onde a corrente de defeito é elevada • Proteção de equipamentos que possam ser expostos a altas energias devidas à surtos de manobra PARA-RAIOS CLASSE ESTAÇÃO • Subestações e máquinas rotativas de 1 a 20 MVA • Proteção de cabos isolados • Seccionamentos de equipamentos • Transformadores secos • Proteção econômica para os equipamentos de média tensão PARA-RAIOS CLASSE INTERMEDIÁRIA • Linhas aéreas conectadas diretamente às máquinas rotativas • Máquinas rotativas abaixo de 1000 kVA • Transformadores (a óleo ou seco) até 1000 kVAPARA-RAIOS CLASSE DISTRIBUIÇÃO • Subestações acima de 20 MVA • Onde se deseja uma garantia de não interrupção da energia • Onde a corrente de defeito é elevada • Proteção de equipamentos que possam ser expostos a altas energias devidas à surtos de manobra PARA-RAIOS CLASSE ESTAÇÃO • Subestações e máquinas rotativas de 1 a 20 MVA • Proteção de cabos isolados • Seccionamentos de equipamentos • Transformadores secos • Proteção econômica para os equipamentos de média tensão PARA-RAIOS CLASSE INTERMEDIÁRIA • Linhas aéreas conectadas diretamente às máquinas rotativas • Máquinas rotativas abaixo de 1000 kVA • Transformadores (a óleo ou seco) até 1000 kVAPARA-RAIOS CLASSE DISTRIBUIÇÃO DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA ATUAÇÃO DE UM PARA-RAIOS Quando uma onda de tensão (t1) incide em direção a um transformador (T) através da linha (L), o pára- raios (PR) absorve uma onda de corrente (Ia) fazendo com que a tensão terminal no transformador seja apenas a onda (t2). No caso de uma sobretensão atmosférica, a amplitude de (t2) não danificará o isolamento do transformador se a distância (Ld) for suficientemente pequena. A distância adequada entre o pára-raios e o transformador é convenientemente verificada através de simulações em programas digitais de transitórios eletromagnéticos. LOCALIZAÇÃO DO PARA-RAIOS A posição mais eficaz para todos os pára-raios, considerando-se uma forma ideal, é o mais próximo possível dos terminais do equipamento a ser protegido. Por uma série de razões, às vezes os pára-raios acaba situando-se a alguma distância do equipamento a ser protegido ou, em algumas situações, um pára-raios pode ser usado para CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS proteger mais de um equipamento. Instalar um pára-raios distante do equipamento a ser protegido reduz a sua margem de proteção. Para isso, uma análise tem que ser feita para determinar qual a distância que um pára-raios pode se localizar em relação ao equipamento a ser protegido e ainda assim fornecer uma proteção adequada. A norma IEEE Std. C62.22 (1997) auxilia nos cálculos dessas distâncias. No entanto, pode-se recorrer a regras simples e práticas a partir da experiência acumulada por inúmeras instalações existentes. Senão, vejamos: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS ACESSÓRIOS DOS PARA-RAIOS Alguns acessórios podem ser adquiridos adicionalmente ao equipamento. Os principais são: Terminal de linha Terminal de aterramento Abraçadeira para cruzeta de madeira CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS • Contador de descargas. • Anéis equalizadores de potencial; CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS NORMALIZAÇÃO ABNT: • NBR 5287, NBR 5424, NBR 8186 ANSI / IEEE: • C.62.11 – Normas para Para-Raios ZnO, C.62.11 – Guia de Aplicação para Para-Raios ZnO IEC: • 60099-5/96 ALGUNS FABRICANTES NO BRASIL • ABB; • AREVA; • TOSHIBA; • DELMAR; • BALESTRO;
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