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Quick Message da Estação de Pediatria DOENÇA DIARREICA AGUDA As questões referentes a doença diarreica aguda geralmente então intimamente relacionadas ao Estado de Hidratação Lembrete: Parâmetro mais objetivo é o déficit de peso! Condutas: Sem desidratação: • Alta hospitalar em uso de Soro de Reidratação Oral (SRO) após perdas (episódios de vômito ou diarreia) e orientações quando a sinais de desidratação. Desidratação leve/moderada: • Terapia de Reidratação Oral (TRO). • Administrar o SRO na dose 50-100ml/kg em um total de 4-6 horas no hospital. • Reavaliar paciente a cada hora quanto a sinais de hidratação, peso e diurese • Deve-se suspender alimentação durante a TRO exceto o aleitamento materno Desidratação grave: • Hidratação venosa com solução cristaloide durante a fase de expansão PNEUMONIA • Principal agente etiológico no lactente: PNEUMOCOCO (Streptococcus pneumoniae) • Quadro clínico: Tosse, febre, desconforto respiratório • RX de Tórax: condensação pulmonar, broncogramas aéreos, derrame pleural, etc.. • Ao exame físico: Taquipnéia, tiragem subcostal, intercostal, retração de fúrcula e batimento de asa de nariz. Ausculta: estertores creptantes, subcreptantes, roncos. • Dado do exame físisco de maior valor preditivo e fundamental para o diagnóstico: presença de FR aumentada (taquipnéia). • Indicações de internação: o Pneumonia em < 2 meses o Tiragem subcostal o Hipoxemia/cianose o Complicações radiológicas (derrame pleural, pneumonia extenção, pneumatocele) o Incapacidade de ingerir líquidos o Indicações sociais • Tratamento de primeira escolha: o Internado: Penicilina Cristalina o Ambulatorial: Amoxicilina o Obs: se tratamento ambulatorial é necessária reavaliação em 48h TUBERCULOSE NA INFÂNCIA • Crianças menores de 10 anos de forma geral não são bacilíferas. • O diagnóstico de tuberculose em menores de 10 anos é PRESUMÍVEL. • Baseado em um Escore de Pontos do Ministério da Saúde: o 40 pontos ou mais: Diagnóstico Muito Provável o 30-35 pontos: Diagnóstico possível o < 30 pontos: Diagnóstico Improvável QUADRO 2 | DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE PULMONAR EM CRIANÇAS E EM ADOLESCENTES NEGATIVOS À BACILOSCOPIA Tratamento em menores de 10 anos: • Esquema tríplice: o Rifampicina + isoniazida + pirizinamida (2 meses iniciais) o Rifampicina + isoniazida (por mais 4 meses) Investigação dos contactuantes: • Deve ser realizado PPD + RX de tórax. • Se diagnóstico de Infecção Latente de Tuberculose tratar com isoniazida por 6 meses. CRUPE VIRAL • Principal Agente Etiológico: Parainfluenza vírus • Quadro clínico: o Mais comum em crianças menores de 5 anos, frequentemente associada a quadro sugestivo de Infeção de Vias Aéreas Superiores (IVAS) o Tosse típica (tipo “latido”), não produtiva, que piora à noite, estridor, disfonia e obstrução alta. o Febre geralmente baixa, sem toxemia • Tratamento: o Suporte clínico o Casos graves: inalação com adrenalina + corticoide (dexametasona) o Observação em pronto-socorro mínima de 3 a 6 horas após inalação com adrenalina (possível efeito rebote CHOQUE SÉPTICO + MENINGOCOCCEMIA • Paciente em choque: o Sinais que sugerem estado de choque: Taquicardia Pulsos finos Perfusão lentificada Hipotensão (não precisa necessariamente estar presente para diagnóstico de choque) o Classificação Choque compensado: Pressão arterial normal Choque hipotensivo: Pressão arterial baixa o Tratamento geral do choque séptico Tratar a causa: » Antibioticoterapia Reverter o choque » Expansão volumétrica (inicialmente até 3x 20ml/kg em bôlus de solução cristaloide) » Drogas Vasoativas: Se choque compensado: Iniciar com dopamina Choque frio: Adrenalina Choque quente: Noradrenalina Choque refratário Associar hidrocortisona o Fundamental que o tratamento seja rápido e eficaz dentro da primeira hora de reconhecimento do choque séptico (“hora de ouro do reconhecimento do choque séptico”) • Meningite meningocócica o Agente etiológico: Meningococo (Neisseria meningitidis) o Coco gram negativo o Necessita isolamento o Coleta de Líquor (somente após retirar paciente de estado de choque) o Características do Líquor Aumento de celularidade Proteinorraquia aumentada Glicorraquia diminuída Evidencia de diplococo gram negativo o Tratamento: Ceftriaxone PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA • Identificar rapidamente a parada o Criança não responde o Criança não respira o Chamar ajuda o Checar o pulso (5 a 10 segundos) o Caso não apresente pulso iniciar manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) • Manobras de RCP em pediatria (até criança ter sinais de puberdade) o 30 compressões : 2 ventilações (1 socorrista) o 15 compressões: 2 ventilações (2 ou mais socorristas) • Reconhecer os ritimos o Ritmos desfibriláveis: Fibrilação Ventricular Taquicardia Ventricular Sem Pulso o Ritmos não desfibriláveis Assistolia Atividade Elétrica Sem pulso • Carga da desfibrilação o Caso indicada: 1o choque: 2J/kg 2o choque: 4J/kg 3o choque em diante: considerar aumentar até um máximo de 10J/kg • Drogas: o Ritmos desfibriláveis: Adrenalina: dose 0,01mg/kg com intervalo de 3 a 5 min Amiodarona: dose 5mg/kg com intervalo de 3 a5 min (máximo de 15mg/kg no total) o Rimos não desfibriláveis Adrenalina: dose 0,01mg/kg com intervalo de 3 a 5 min • Relembrar as causas reversíveis de Parada Cardiorrespiratória: o Regra dos H’e T’ H’s: » Hipóxia » Hipovolemia » Hipo / Hipercalemia » Hipoglicemia » Hipotermia » H+ (acidose) T’s: » Tamponamento cardíaco » Tensão do Tórax (Pneumotórax) » Tromboembolismo pulmonar maciço » Toxinas » Trombose de coronária REANIMAÇÃO NEONATAL Todo RN ao nascer fazer 4 perguntas: 1) é de Termo? 2) Respirando ou chorando? 3) Tônus adequado? 4) Ausência de Mecônio? No ambiente da sala de parto se o recém-nascido (RN) for de termo, não apresentar mecônio, apresentar tônus adequado e respiração regular deverá ser recebido em campos aquecidos, levado ao contato materno, o clampeamento do cordão umbilical pode ser realizado de maneira tardia (entre 1 a 3 minutos de vida), e o aleitamento deve ser preconizado na primeira hora de vida. Entretanto, em RN de termo que ao nascer apresente hipotonia e/ou que não tenha respiração regular evidente o cordão umbilical deve ser clampeado imediatamente. • Os próximos passos são prover calor (o saco de polietileno está preconizado somente para RN com peso menor que 1500g), posicionar cabeça em leve extensão, aspirar vias aéreas superiores (se necessário), secar e retirar panos úmidos, reposicionar o RN e então avaliar frequência cardíaca e respiração • Se RN apresentar FC < 100bpm ou respiração irregular/apnéia estará indicada a ventilação com pressão positiva (VPP). Uma vez iniciada a ventilação com pressão positiva recomenda-se a utilização da oximetria de pulso em membro superior direito (pré-ductal). • Se após 30 segundos da 1a VPP o RN mantiver FC < 100bpm ou respiração irregular/apnéia está indicada a 2a VPP com oxigênio suplementar • Se após 30 segundos da 2a VPP o RN mantiver FC < 100bpm ou respiração irregular/apnéia está indicada a intubação orotraqueal e ventilação por mais 30 segundos. • Após este momento, se RN apresentarFC < 60bpm deve-se iniciar massagem cardíaca da proporção 3 compressões : 1 ventilação. Reavaliar em 45-60 segundos. • Se RN ainda apresentar FC < 60 iniciar adrenalina (1a dose na cânula orotraqueal, 2a dose pela veia umbilical) Conduta no RN banhado em Mecônio A conduta na sala de parto frente a presença de liquido amniótico meconial depende da vitalidade ao nascer do recém-nascido (RN). I) Se ao nascer o RN apresentar movimentos respiratórios rítmicos e regulares, tônus muscular adequado e FC >100 bpm, levar o RN à mesa de reanimação, colocar sob fonte de calor radiante, posicionar sua cabeça com uma leve extensão do pescoço, aspirar o excesso de secreções da boca e do nariz com sonda de aspiração traqueal n°10 e, a seguir, secar e desprezar os campos úmidos, verificando novamente a posição da cabeça e, então, avaliar a respiração e a FC. Se a avaliação resultar normal, o RN receberá cuidados de rotina na sala de parto. II) Caso este paciente, logo após o nascimento, não apresentar ritmo respiratório regular e/ou o tônus muscular estiver flácido e/ou a FC <100 bpm, deve-se realizar a retirada do mecônio residual da hipofaringe e da traqueia sob visualização direta, sob fonte de calor radiante. A aspiração traqueal deve ser realizada através da cânula traqueal conectada a um dispositivo para aspiração de mecônio. Deve-se aspirar o excesso de mecônio uma única vez; se o RN permanecer com FC <100 bpm, respiração irregular ou apneia, iniciar a ventilação com pressão positiva (VPP). CONDUTA FRENTE ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO EM AMBIENTE EXTRA- HOSPITALAR No bebê < 1 ano de idade: 1) Confirme obstrução grave. Verifique se houve início súbito de grande dificuldade para respirar, tosse ineficaz ou silenciosa, choro fraco ou silencioso 2) Aplique 5 golpes nas costas e 5 compressões torácica 3) Repita a etapa 2 até obter efeito ou a vítima parar de responder (Manobra de 5 golpes nas costas e 5 compressões torácicas) Caso o paciente pare de responder iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar Em maiores de 1 ano: • Realizar manobra de Heimlich AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E PRESSÃO ARTERIAL Lembrar cálculo do IMC: • IMC= peso(kg) / estatura2 (metros) Classificação segundo o IMC O estado nutricional em relação ao IMC para crianças menores que 5 anos de acordo com o escore Z da OMS é o seguinte: • Z escore < - 3 → magreza acentuada • - 3 ≤ Z escore < - 2 → magreza • -2 ≤ Z escore < +1 → eutrofia • +1 ≤ Z escore < +2 → risco para sobrepeso • + 2 ≤ Z escore ≤ +3 → sobrepeso • Z escore > +3 → obesidade O estado nutricional em relação ao IMC para crianças entre 5 a 19 anos de acordo com o escore Z da OMS é o seguinte: • Z escore < - 3 → magreza acentuada • - 3 ≤ Z escore < - 2 → magreza • -2 ≤ Z escore < +1 → eutrofia • +1 ≤ Z escore < +2 → sobrepeso • + 2 ≤ Z escore ≤ +3 → obesidade • Z escore > +3 → obesidade grave Em relação a Pressão arterial: • A pré-hipertensão é definida a partir de valores de PA ≥ ao percentil 90 e < ao percentil 95 para idade, sexo e percentil de estatura, ou para o adolescente, como valores ≥ 120/80 mmHg e < percentil 95 para idade, sexo e percentil de estatura . • Hipertensão arterial pediátrica é definida a partir de valores de PA ≥ ao per- centil 95 para idade, sexo e percentil de estatura, confirmados em 3 ocasiões subsequentes. • Hipertensão “estágio 1” se caracteriza por valores de medida contidos no intervalo entre o percentil 95 e 5mmHg acima do percentil 99 • Hipertensão “estágio 2”, por valores de medida acima do limite superior do “estágio 1”.
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