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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS UNIDADE DE ENSINO 07 RELIGADORES E SECCIONALIZADORES CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS Segundo dados estatísticos, 80 a 95% dos curtos-circuitos que ocorrem nos condutores nus dos sistemas aéreos de distribuição, são de natureza transitória. As causas mais comuns são: • Galhos de árvores que tocam as fases; • Pequenos animais ao subirem nas estruturas; • Pássaros com asas de grande envergadura ao pousarem nas estruturas ou nos condutores; • Ventanias fortes que levam os condutores a se tocarem; • Ações de vândalos atirando materiais contra a rede; • Descargas atmosféricas ou surtos de manobra que provocam disrupção nos isoladores; • Acidentes com veículos ao colidir com as estruturas (postes); • Outras. É importante ressaltar que estas causas estão vinculadas às redes construídas com condutores nus e aéreos. Hoje, a tendência é a construção de redes de distribuição com condutores isolados. Com isso, elimina-se boa parte desses problemas, aumenta-se a segurança das pessoas e animais contra choques elétricos e melhora-se, consideravelmente, a continuidade do fornecimento de energia elétrica. Em razão dos problemas das redes aéreas, construídas utilizando-se condutores nus conforme acima mencionado, foi desenvolvido um equipamento que realiza, automaticamente, uma seqüência de desligamentos (ou disparos) e religamentos, para que se possa detectar se o defeito é permanente ou transitório. Este equipamento, denominado RELIGADOR, interrompe o circuito quando ocorre um curto-circuito, e religa-o após um pequeno intervalo de tempo (da ordem de segundos ou menos). Com isso, neste período é alta a probabilidade de que o defeito tenha desaparecido. CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO • Um religador é constituído, basicamente, por um mecanismo automático projetado para abrir e fechar circuitos em carga ou em curto-circuito, comandado por relés de sobrecorrente de ação indireta (alimentados por TC’s, geralmente de bucha), que realizam as funções ANSI 50 e 51, e por um relé de religamento (função ANSI 79). CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS • Os dispositivos sensores e de controle de um religador moderno são microprocessadores dedicados que realizam as funções 50, 51 e 79, além de outras. São os chamados religadores “microprocessados” ou “numéricos” de multifunção. • Para extinguir os arcos elétricos inerentes às operações de chaveamento de circuitos em carga ou curto-circuito, os religadores utilizam mecanismos e meios de interrupção similares aos dos disjuntores. Os meios de interrupção mais comuns são: óleo isolante, vácuo e gás (SF6). Na atualidade, este último é o mais empregado. • O religador, ao sentir uma condição de sobrecorrente, interrompe o circuito, religando- o automaticamente, após um tempo predeterminado. Se perceber, no momento do religamento, que o defeito ainda persiste, repete a seqüência “disparo x religamento”, até três vezes consecutivas. Após o quarto disparo, o mecanismo de religamento é travado, deixando aberto o circuito. • A repetição da seqüência “disparo x religamento”, permite que o religador teste repetidamente se o defeito desapareceu, possibilitando diferenciar um defeito transitório de um permanente. • Geralmente, um religador é projetado para realizar, no máximo, 3 religamentos seguidos por 4 disparos; entretanto, permite ajuste para trabalhar com 1, 2 ou 3 disparos, sendo que, após o último, tudo previamente programado, ele permanecerá aberto, até que seja fechado pela ação do operador. Os disparos podem ser rápidos (ou instantâneos) e lentos (ou temporizados). CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS FORMA DE OPERAÇÃO • Para melhor entendimento da operação, consideremos um religador R instalado na saída de um alimentador da subestação, ajustado para desenvolver quatro disparos, dois rápidos (ou instantâneos), seguidos por dois lentos (ou temporizados), conforme a seqüência representada a seguir, considerando-se IF a corrente de falta e F o ponto de defeito. Religador instalado na saída do alimentador na SE Seqüência de operação do religador • Exemplo numérico: Seqüência de operação do religador: 2 rápidas + 1 retardada CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS • Se a falta for permanente, o religador desenvolverá a seqüência completa, isto é, realizará 3 religamentos e 4 disparos. Após o quarto disparo, permanecerá aberto até receber o comando de fechamento, local ou remotamente. • Se a falta desaparecer antes do último desligamento, o religador não bloqueará o circuito e, dentro de um certo intervalo de tempo (tempo de rearme, de reset ou de restabelecimento), da ordem de segundos (s), rearmará ou restabelecerá, ficando preparado para realizar novamente a seqüência para a qual está ajustado. Na maioria dos religadores este tempo é ajustado previamente. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS Para se especificar corretamente um religador, os seguintes itens devem ser observados: • Tensão nominal (kV): Igual ou superior a tensão máxima entre fases (tensão de linha) do circuito no qual irá operar; • Corrente nominal (A): Deverá ser maior do que a corrente de carga máxima do circuito multiplicada pelo fator de crescimento ou de transferência de carga (corrente de operação do sistema); • Capacidade de interrupção (kA): Igual ou maior do que a corrente de curto-circuito máxima, valor assimétrico, no ponto de instalação; • TSI (kV): Compatível com a classe de tensão do circuito que vai ser ligado. • Correntes e curvas de atuação ajustáveis (ajustes): São valores que permitem a coordenação e/ou seletividade com outros equipamentos de proteção a montante e a jusante. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS (*) (*) Religador com câmara a vácuo. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS OUTRAS FORMAS CONSTRUTIVAS CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS VISTA INTERNA DE UM RELIGADOR EXEMPLOS DE INSTALAÇÃO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS APLICAÇÃO A aplicação básica dos religadores é na proteção de alimentadores primários da rede de distribuição. São instalados geralmente na saída de alimentador da subestação: � em ponto do tronco que, por razões técnicas, se faz necessário diminuir a zona de proteção do equipamento a montante; � em derivações longas e carregadas; � em circuitos que passam por áreas muito arborizadase/ou sujeitas a grande intensidade de descargas atmosféricas (índice ceraúnico elevado). VANTAGENS � Redução do investimento em estruturas nas subestações; � Redução de obras civis nas subestações (bases, canaletas etc.); � Possibilidade de redução no espaço físico ocupado pelos equipamentos (barramentos mais compactos e operações mais simples); � Registra as quedas de operação (desligamentos); � Possibilita sequência de eventos e oscilografia das faltas; � Permite a utilização de modernos relés microprocessados; � Integração em um único painel das funções de proteção, controle, supervisão (automação) � Padronização dos equipamentos (redução do risco de operações indevidas); CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS � Possibilidade de garantia ao atendimento dos requisitos da imunidade a surtos e interferências magnéticas; � Economia na aquisição de TC’s; � Economia na instalação dos circuitos auxiliares; � Disponibiliza um contador de operações; � Monitoramento do desgaste dos contatos; � Localizador de faltas (redução no prazo da pesquisa); � Monitoramento no sistema interno do circuito de carga e supervisão das baterias VCC; � Registro do perfil de carga (auxilia no estudo de planejamento). COMPARATIVO NA APLICAÇÃO DOS RELIGADORES x DISJUNTORES • Para uso em subestações; • Fornecidos com seus circuitos de controle e proteção integrados; • Parâmetros elétricos tais como TSI, capacidade de interrupção, ciclo de operações diferenciados quando comparados com os dos religadores; DISJUNTORES • Para aplicações ao longo de redes de distribuição; • Fornecidos com seus circuitos de controle e proteção completos; • Aplicados onde os níveis de curto-circuito são baixos; • Têm facilitada sua aplicação em função do mercado incorporar continuadas melhorias nas tecnologias (microprocessamento, automação, etc.); • Com isto, os religadores hidráulicos e eletromecânicos perderam espaço no mercado. RELIGADORES RELIGADORES x DISJUNTORES: QUAL DELES UTILIZAR NO SEP? • Para uso em subestações; • Fornecidos com seus circuitos de controle e proteção integrados; • Parâmetros elétricos tais como TSI, capacidade de interrupção, ciclo de operações diferenciados quando comparados com os dos religadores; DISJUNTORES • Para aplicações ao longo de redes de distribuição; • Fornecidos com seus circuitos de controle e proteção completos; • Aplicados onde os níveis de curto-circuito são baixos; • Têm facilitada sua aplicação em função do mercado incorporar continuadas melhorias nas tecnologias (microprocessamento, automação, etc.); • Com isto, os religadores hidráulicos e eletromecânicos perderam espaço no mercado. RELIGADORES RELIGADORES x DISJUNTORES: QUAL DELES UTILIZAR NO SEP? SECCIONALIZADORES • Após o religador (R), foi desenvolvido um novo equipamento denominado seccionalizador (S). Este dispositivo conta o número de disparos do religador. Após um certo número de contagem previamente ajustado, o seccionalizador abre seus contatos, isolando o trecho defeituoso (F). • Os seccionalizadores são, portanto, dispositivos projetados para operar em conjunto com um religador, ou com um disjuntor comandado por relés de sobrecorrente dotados CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS da função de religamento (função ANSI 79). Portanto, devem ser ligados a jusante destes equipamentos, conforme pode ser observado na figura abaixo. • Os modernos sistemas de controle dos seccionalizadores são digitais ou microprocessados, que realizam multifunções: proteção, medição (correntes, potências, fator de potência, etc.), registros de eventos (número de interrupções, tempo de duração de interrupções, natureza da interrupção, etc.). Estas informações são colhidas do circuito ao qual estão conectados, através de transformadores de corrente e de potencial (TC`s e TP`s). • Mecanicamente, os seccionalizadores se comportam como chaves de manobras automáticas projetadas apenas para abertura ou fechamento dos circuitos em carga (possuem meios de interrupção de arco: SF6 e vácuo), local ou remotamente (através de unidades remotas interligadas por sistemas de comunicação). • Não possuem capacidade de interrupção de correntes de curtos-circuitos. As interrupções destas correntes são feitas pelo religador ou disjuntor de retaguarda, comandado por relés com as funções ANSI 50, 51 e 79. PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO • A função de proteção realizada pelo seccionalizador se desenvolve de forma bastante simples: a cada vez que o interruptor (religador) de retaguarda efetua um disparo ou abertura (desligamento do circuito) interrompendo a corrente de falta, o seccionalizador “conta” a interrupção. • Após atingir o número de contagens previamente ajustado (uma, duas ou, no máximo, três), o seccionalizador abre os seus contatos, SEMPRE COM O CIRCUITO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS DESENERGIZADO PELO INTERRUPTOR DE RETAGUARDA, isolando o trecho defeituoso sob sua proteção, do restante do sistema. • Para melhor entendimento, considerem-se as seguintes condições para o circuito apresentado: uma falta permanente F, na zona de proteção do religador R e do seccionalizador S; o religador está ajustado para quatro disparos; e o seccionalizador está ajustado para três contagens. Portanto, o seccionalizador deverá isolar a área defeituosa (toda a área a jusante), logo após o religador efetuar o terceiro desligamento: • É importante observar que, conforme foi dito anteriormente, no momento da abertura do seccionalizador (após a terceira contagem), o circuito já estará desenergizado pelo religador. Portanto, o mesmo irá manter desligada a área defeituosa sem a necessidade de interromper a corrente de curto- circuito. Isto é uma solução técnica bastante inteligente, uma vez que não é necessário dotar o seccionalizador de capacidade para interromper o curto-circuito, tornando o conjunto religador+ seccionalizador mais econômico do que um disjuntor. VISTA INTERNA DE UM SECCIONALIZADOR CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS • Portanto, de acordo com o princípio de operação do seccionalizador S, deve ficar claro que o seu funcionamento, como dispositivo de proteção, depende de duas condições básicas: a) Na sua retaguarda deverá estar instalado um religador R que realize disparos e religamentos automáticos; b) Os dispositivos sensores desses religadores deverão atuar para todos os curtos- circuitos na zona de proteção do seccionalizador, comandando, portanto, as aberturas e fechamentos desses religadores e, consequentemente, ficando a cargo do seccionalizador desenvolver as suas contagens. Transcorrido o número previamente ajustado, deverá abrir seus contatos, isolando o trecho defeituoso. • Se o religador R ligado à retaguarda do seccionalizador S não possuir a função de religamento, este irá funcionar como uma chave automática de manobra, sem a função de proteção, podendo ser aberto ou fechado com carga, no local ou remotamente. • A abertura dos contatos pode ser feita de duas maneiras: automaticamente, quando o seccionalizador realiza a função de proteção ou pela a ação do operador, no local ou remotamente. Uma vez abertos, só poderão ser fechados através de comando dado pelo operador. CARACTERÍSTICASELÉTRICAS As características elétricas dos seccionalizadores são as seguintes: • Tensão nominal (kV): É especificada de acordo com a tensão máxima de operação do circuito ao qual irá operar; • TSI (kV): Função da classe de tensão do circuito ao qual irá operar; • Corrente Nominal (A): É especificada de acordo com corrente de carga máxima, passante, no local da instalação, levando-se em conta possíveis fatores de crescimento e de transferência de carga (corrente de operação do sistema); • Faixa de ajuste de corrente dos sensores de faltas envolvendo as fases: Geralmente possui uma faixa ampla de corrente (por exemplo : 20 a 800A); • Faixa de ajuste de corrente dos sensores de faltas envolvendo a terra (ground trip): Geralmente possui uma faixa ampla de corrente (por exemplo : 10 a 600A); CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS • Contador do número de interrupções: Conta o número de vezes que o circuito é interrompido pelo religador de retaguarda. Geralmente, é ajustado em um, dois ou três, dependendo da seqüência de operação do religador; • Tempo de reset (reset time) ou tempo de rearme (s): Tempo necessário para o circuito de controle rearmar. Isto é, apagar as contagens efetuadas e voltar a condição inicial (geralmente é ajustável dentro de uma faixa que varia entre 5 e 180s). CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS As características construtivas dos seccionalizadores são similares àquelas apresentadas para os religadores. APLICAÇÃO São instalados nos “bays” de saída das subestações alimentadoras da classe distribuição, em postes do circuito principal alimentador ou em derivações longas de redes de distribuição, onde se justifique o investimento. SECCIONALIZADORES ELETRÔNICOS MONOFÁSICOS TIPO CARTUCHO Considerações iniciais: Os seccionalizadores são usados nas redes de distribuição há muitos anos, desde os modelos hidráulicos com bobina série, passando pelas tecnologias do vácuo e SF6 até os trifásicos mais modernos. O “estado da arte” no entanto, inclui seccionalizadores mais modernos com controle eletrônico e restritores de corrente "inrush". O princípio de funcionamento desse equipamento não inclui curvas tempo x corrente e envolve apenas a contagem da quantidade de operações de um religador na retaguarda, permitindo, assim, agir em perfeita coordenação com aquele equipamento. No entanto, os seccionalizadores anteriormente utilizados não permitiam o uso de restritores de correntes de inserção de transformadores (corrente de “inrush”), o que provocava, em determinadas condições, operações indevidas do equipamento. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Características construtivas: O seccionalizador eletrônico monofásico do tipo cartucho utilizado tem a aparência de um porta-fusível conforme ilustrado abaixo, estando seus componentes principais apresentados abaixo. Características operacionais: Quando a corrente da rede supera o valor de “pick-up” ajustado e, em seguida, atinge valores próximos a zero (da ordem de alguns mA), devido a abertura do religador de retaguarda, o seccionalizador eletrônico inicia a contagem da operação daquele equipamento. Quando o circuito lógico atinge o número de operações ajustado, é enviado um sinal elétrico ao atuador do seccionalizador que dispara e promove a sua abertura, de forma similar à de uma chave fusível quando ocorre o rompimento do elo fusível. Da mesma maneira que para os demais seccionalizadores, o número de operações que o seccionalizador eletrônico monofásico tipo cartucho irá contar deve ser sempre um a menos que o número de religamentos do religador de retaguarda. A lógica de operação do equipamento é realizada através de uma placa de circuito impresso alojada dentro do tubo condutor, o qual atua como uma blindagem e evita interferências eletromagnéticas no circuito eletrônico. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Um transformador de corrente envolvendo o tubo condutor fornece energia para o atuador e uma amostra da corrente da rede ao circuito lógico, encarregado de fazer a contagem do número de operações do religador de retaguarda. O atuador então dispara ao ser atingido o número de operações ajustado. O seccionalizador tipo cartucho não interrompe correntes de curto-circuito, nem pode ser aberto em carga. Para abri-lo, é necessária a utilização de uma ferramenta especial designada “loadbuster” (de forma similar àquela que opera uma chave fusível sob carga) ou instalação de um abafador de arco, como mostrado abaixo. Quando a corrente da rede supera o valor de “pick-up” ajustado e, em seguida, atinge valores próximos a zero (da ordem de alguns mA), devido a abertura do religador de retaguarda, o seccionalizador eletrônico conta a operação daquele equipamento. Quando o circuito lógico atinge o número de operações ajustado, é enviado um sinal elétrico ao atuador que dispara e promove a abertura do seccionalizador, da mesma forma que uma chave fusível quando ocorre o rompimento do elo fusível. Da mesma maneira que para os demais seccionalizadores, o número de operações que o seccionalizador eletrônico monofásico tipo cartucho irá contar deve ser sempre um a menos que o número de religamentos do equipamento de retaguarda. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS A figura abaixo mostra um gráfico da operação de um seccionalizador com duas operações e um religador de retaguarda com três religamentos. Formas de Instalação na Rede de Distribuição: A instalação do seccionalizador eletrônico monofásico tipo cartucho é feita de maneira análoga à de uma chave-fusível, sendo instalado na cruzeta de madeira utilizada nas redes de distribuição, conforme mostrado na figura ao lado. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS Vantagens Técnicas: • Redução acentuada do tempo de interrupções da rede; • Facilidade e maior segurança na instalação e operação; • Melhor coordenação com o religador; • Do ponto de vista econômico, embora o investimento inicial seja maior quando comparado a chaves fusíveis; • Propicia ao longo do tempo uma maior economia, uma vez que foi verificada uma redução no número de deslocamentos para manutenção propiciando uma melhor continuidade do serviço. • Permite uma melhor coordenação entre falhas transitórias e permanentes. • Segurança na operação. Caso o defeito na rede não seja localizado ou corrigido após a verificação do circuito, ocorrerá novamente a operação do religador quando do fechamento do seccionalizador. Isto pode ser considerado como sendo uma vantagem, pois, caso estivesse sendo utilizada uma chave fusível, ocorreria a queima do elo com o conseqüente arco devido à interrupção, com riscos para o eletricista. • Quando da ocorrência de defeitos na rede causados por sobretensões, ocorrerá apenas a atuação do religador de retaguarda eliminando a falta, que, de forma geral, é de caráter transitório e o circuito é restabelecido. Dessa forma, é proporcionada uma melhor continuidade de serviço com redução do DEC (Duração Equivalente ao Consumidor) e do número de intervenções na rede. Acessórios: 1. Terminaisde conexão; 2. Chave “loadbuster”; 3. Abafador de arco para operação sobre carga; 4. Suporte para instalação em cruzeta de madeira; CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS 1. Terminais de conexão; 2. Chave “loadbuster”; 3. Abafador de arco para operação sobre carga; 4. Suporte para instalação em cruzeta de madeira; 1. Terminais de conexão; 2. Chave “loadbuster”; 3. Abafador de arco para operação sobre carga; 4. Suporte para instalação em cruzeta de madeira; 1. Terminais de conexão; 2. Chave “loadbuster”; 3. Abafador de arco para operação sobre carga; 4. Suporte para instalação em cruzeta de madeira; CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – NOTAS DE AULAS NORMAS APLICÁVEIS • ABNT NBR 8177:83 – Religadores Automáticos – Especificação • ANSI C37-60 – Reclosers ALGUNS FABRICANTES • Cooper Power Systems; • Allis Chalmers; • McGraw Edison.
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