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Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 2 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO Tem por objetivo identificar e divulgar o valor da riqueza gerada por uma entidade e como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente, para a sua geração. Segundo a CPC nº 09, a DVA é destinada a evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada pela entidade em determinado período e a sua distribuição. As informações devem ser extraídas da contabilidade e os valores informados devem ter como base o princípio contábil da competência. O valor adicionado (ou valor agregado) constitui-se das receitas obtidas pela empresa em razão de suas atividades deduzidas dos custos dos bens e serviços adquiridos de terceiros para a geração dessas receitas. É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto – PIB do país. Item 1.1 - As vendas de mercadorias, produtos e serviços inclui os valores do ICMS, IPI e demais tributos incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde à receita bruta ou ao faturamento bruto. Devem ser deduzidas as devoluções de vendas, bem como os abatimentos e os descontos incondicionais concedidos, se houver. Item 1.2 - As provisão p/ devedores duvidosos, inclui os valores referente à contabilização da provisão, representando valores positivos na baixa ou reversão e negativos na constituição. Item 1.3 - As receitas não operacionais representa os valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais como ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, de investimentos etc. O item 2.1 (custo das mercadorias, produtos e serviços vendidos) não inclui os gastos com pessoal próprio, que serão evidenciados somente no item 8.1 da demonstração (remuneração do trabalho). O item 2.2 considera as matérias-primas e demais insumos incluídos no custo das mercadorias e dos produtos vendidos. Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 3 O item 2.3 materiais, energia, serviços de terceiros etc.; engloba os valores relativos a aquisições e pagamentos feitos a terceiros. Nesses três itens deverão ser considerados todos os tributos incluídos nas aquisições, recuperáveis ou não. A Perda/Recuperação de valores ativos (item 2.4) inclui valores referentes a perdas de ativos, como as relativas à realização de estoques ou investimentos ou à variação do valor de mercado. Se, no período, o valor líquido for positivo, ele deverá ser somado. As retenções do item 4.1 (depreciação, amortização e exaustão) incluem as despesas contabilizadas no período. O item 6.1 (resultado de equivalência patrimonial e dividendos) abrange também os valores recebidos como dividendos relativos a investimentos avaliados pelo custo. O resultado da equivalência poderá representar receita ou despesa; no segundo caso, deverá ser informado entre parênteses (valor negativo). O item 6.2 (receitas financeiras) inclui as receitas financeiras independentemente de sua origem. Rigorosamente falando, os ganhos de equivalência patrimonial e os dividendos não representam geração de valor adicionado, mas transferências de riqueza criadas pelas sociedades investidas. Do mesmo modo, as receitas financeiras são transferências de parcelas da riqueza criada por terceiros, resultantes da aplicação do capital da entidade nos seus empreendimentos. A remuneração do trabalho (ou dos agentes colaboradores), expressa no item 8.1, engloba os encargos com salários, comissões, honorários da diretoria, férias, 13.º salário, FGTS, alimentação, transporte, participações nos lucros etc., apropriados ao custo do produto ou resultado do período. Não inclui encargos previdenciários ou com entidades do Sistema “S” (contribuições corporativas), que são considerados remuneração do governo. Além das contribuições previdenciárias e corporativas, o item 8.2 (remuneração do governo) abrange as demais espécies tributárias, como o imposto de renda, a contribuição social s/ lucro líquido – CSLL e todos os demais impostos, taxas e contribuições devidas ao Poder Público federal, estadual e municipal. Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 4 Os valores relativos aos tributos recuperáveis (ex: ICMS e IPI) deverão ser considerados como os valores devidos ou já reconhecidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item 2 (insumos adquiridos de terceiros). Os tributos que não forem pagos em decorrência de incentivos fiscais devem ser apresentados como redução desse item. A remuneração do capital de terceiros (ou dos agentes financiadores), disposta no item 8.3, considera as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto às instituições financeiras, entidades do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo as despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros, exceto para entidades financeiras classificáveis no item 2. O item 8.4 (remuneração dos acionistas) inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas, a título de juros sobre o capital próprio ou dividendos. Os juros sobre o capital próprio contabilizado como reserva deverão constar do item 8.5. O item 8.5 (remuneração retida) abarca os lucros do período retidos pela entidade, destinados às reservas de lucros. � Pessoal – remuneração direta (salários, férias, 13º salário, PLR), benefícios (alimentação, transporte, planos de aposentadoria, assistência médica) e FGTS. � Governo – tributos (impostos, taxas e contribuições), inclusive o INSS a cargo do empregador. Os impostos compensáveis (ICMS, PIS, COFINS e IPI) devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, isto é, a diferença entre os valores a pagar e os valores a recuperar. � Remuneração de capitais de terceiros – são os valores pagos aos financiadores externos de capital, através de juros (despesas financeiras), aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) e outros (royalties, franquias, direitos autorais). � Remuneração de capitais próprios – são as remunerações atribuídas aos sócios e acionistas (dividendos e juros sobre o capital próprio), lucros retidos/prejuízo do exercício e participação dos acionistas não controladores nos lucros retidos (só para consolidação). Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 5 EXERCÍCIOS 1- (Contador da BR Distribuidora/ Questão 52) - Pela legislação vigente, qual tipo de empresa está obrigada a publicar a Demonstração do Valor Adicionado? (A) Sociedade anônima com capital fechado (B) Sociedade limitada (C) Empresa individual (D) Sociedade civil (E) Sociedade anônima com capital aberto 2- (CONTADOR – BNDES/2011 - 38) A elaboração e divulgação da demonstração do valor adicionado (DVA), para atender aos requisitos estabelecidos no Pronunciamento Técnico CPC 09 e na legislação societária, entre outros aspectos relevantes, deverá (A) conter a variação ocorrida no capital circulante líquido. (B) ser elaborada como base no princípio contábil da competência. (C) ser elaborada com base no princípio contábil da atualização monetária. (D) permitir o cálculo do Produto Interno Bruto do segmento onde atua a empresa. (E) analisar os efeitos do valor econômico agregado sobre a liquidez da empresa. 3 - (contador/ trans 11-39 ) - A Demonstração doValor Adicionado (DVA) é formada, basicamente, por duas partes, sendo que, na primeira parte, deve apresentar a riqueza criada pela entidade, incluindo, em seu detalhamento, a receita de vendas de mercadorias, produtos e serviços. As vendas de produtos pelas empresas industriais devem ser demonstradas na DVA pelo valor da(s): (a) receita bruta ou do faturamento bruto (b) vendas menos o ICMS e o IPI a recuperar (c) vendas menos o ICMS a recuperar (d) vendas menos o IPI a recuperar (e) vendas líquidas Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 6 4 - (Contador Júnior /Petrobras BR 2010) - Segundo a definição legal, a DVA deverá refletir o valor da riqueza gerada pela companhia e a distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza. Quais os elementos que devem constar como beneficiários da distribuição da riqueza? (a) Empregados, fornecedores, autoridades, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída (b) Empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída (c) Empregados, financiadores, fornecedores, autoridades, acionistas, governo e outros (d) Empregados, financiadores, fornecedores, autoridades, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (e) Fornecedores, autoridades, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 5 - (Contador/EPE 2010) - De acordo com a legislação pertinente, “o valor da riqueza gerada pela Companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída” serão identificados em qual demonstrativo contábil? (a) Balanço Patrimonial. (b) Demonstração do Resultado do Exercício. (c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. (d) Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos. (e) Demonstração do Valor Adicionado. Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 7 NOTAS EXPLICATIVAS DAS DF’s – ART 176 § 5o São obrigatórias e devem conter, no mínimo, informações quanto: � Principais critérios de avaliação � Investimentos relevantes � Reavaliações � Garantias Reais � Empréstimos � Capital Social � Opções de Ações � Ajustes de Exercícios Anteriores � Eventos Subseqüentes O nível exigido de informações em notas explicativas tem sido constantemente elevado pela CVM em suas instruções. Como exemplo, podemos citar a nota explicativa para financiamentos que possui um modelo padrão estipulado pela CVM, bem detalhado e realmente informativo. LEGISLAÇÃO PERTINENTE Art. 176..... § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o). Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 8 d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo. f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior ao valor nominal de 20.000 (vinte mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional, não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos. § 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) § 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. . § 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Contabilidade das Demonstrações Contábeis 2014 – Prof. Moisés Moura 9 EXERCÍCIOS 1- (Contador da Casa da Moeda- 2012 / Questão 30) [...] devem indicar: a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo. A citação acima é um trecho da Lei no 6.404/1976 e refere- se a: (A) notas explicativas (B) método de custeio (C) custo dos produtos vendidos (D) demonstrações financeiras (E) demonstração do resultado do exercício
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