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Responsabilidade social
e ambiental | UNISUAM 
U3
Objetivo do estudo
- Ao final desse tópico você deverá ser capaz 
de compreender a gênese e evolução da 
sustentabil idade enquanto novo paradigma 
e os cenários que se apresentam e discutir a 
possibilidade do avanço tecnológico e econômico 
sem esgotar os recursos naturais.
Meio ambiente e 
desenvolvimento 
sustentável
Desenvolvimento sustentável
2
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
3 T1 Desenvolvimento sustentável como novo paradigma; Degradação ambiental; Consumo; Críticas à modernidade
As questões ambientais e do trabalho vêm assumindo novas configurações com o 
aprofundamento do processo de globalização, com a reestruturação produtiva e a adoção 
das políticas econômicas de corte neoliberal. Constata-se um duplo movimento: a dissolução 
das fronteiras políticas e econômicas ao desenvolvimento do capitalismo globalizado e 
desregulamentado e a emergência de “novas” fronteiras ambientais que não podem ser 
desconsideradas em longo prazo por este modo de produção.
Esta situação lança desafi os à questão democrática, particularmente no caso brasileiro, que 
foi um país que por muitos anos, no passado, foi profundamente marcado por uma cultura 
política autoritária e excludente, que impediu a sedimentação de uma experiência democrática 
e o exercício da cidadania de forma plena. Nesse momento você deve estar se perguntando:
- Como ocorrerá a participação da sociedade, a representação de interesses 
e, particularmente, a governabilidade do espaço ambiental dadas as limitações 
impostas por processos econômicos sem fronteiras?
- Como enfrentar a exclusão de amplos segmentos da população ocasionada 
por novas formas de organização da produção e do trabalho que os impedem de 
exercer plenamente seus direitos como trabalhadores e cidadãos?
- Que propostas de educação podem ser encaminhadas como contribuição para 
a formulação de um projeto de desenvolvimento ancorado na “sustentabilidade 
democrática”, no contexto atual do capitalismo internacionalizado?
Essas perguntas nortearão esse primeiro tópico de estudo. Para começarmos a entender 
melhor os impactos provocados no meio ambiente iremos estudar o processo da gênese e 
evolução da sustentabilidade.
A degradação ambiental e a crise da sociedade do trabalho e a consequente queda na 
qualidade de vida e aumento da desigualdade/exclusão social, estão a exigir no nosso 
entender uma discussão que aprofunde a articulação entre trabalho, meio ambiente e 
desenvolvimento econômico, pois se questiona até que ponto os recursos naturais e a 
humanidade suportarão o modelo hegemônico de produção, trabalho e consumo.
Antes de mais nada, é necessário defi nir Meio Ambiente.
Será possível desenvolver-se economicamente sem 
causar danos ao meio ambiente? Caso seja possível, 
que caminhos seguir para utilizar os recursos naturais 
sem degradar a natureza? Pense sobre isso!
pare e reflita
3
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Meio Ambiente é onde estamos inseridos, nosso trabalho, nossa casa, nossa escola e 
faculdade, nossa rua e nossa cidade. É tudo que nos cerca. São as diferentes interações 
que formamos com os seres abióticos (sem vida, construções, pontes, terra, água e ar) e os 
seres bióticos ou seres vivos (nós, as plantas e até mesmo as bactérias).
 
Desta forma, não estamos sós no cenário atual, e nossas relações com o ambiente afetam 
e são afetadas pela economia, educação e saúde. Tudo está inter-relacionado. 
Em uma conjuntura permeada por transformações econômicas, políticas, sociais, institucionais 
e culturais intensifi cam-se as crises socioambientais e do mundo do trabalho. 
Suas origens relacionam-se, por um lado, à desterritorialização da política, em que a soberania 
do Estado é colocada em xeque pelos padrões de internacionalização do processo decisório e 
de globalização das atividades políticas, provocando a crise dos sistemas democráticos e, por 
outro, ao movimento crescente de desterritorialização de empresas e conglomerados industriais 
em direção àqueles países com oferta de condições operacionais favoráveis, ou seja, melhores 
preços da força de trabalho, economia de transportes e recursos de infraestrutura, além de 
uma baixa preocupação em relação ao cumprimento das legislações trabalhista e ambientais.
Esta mobilidade das empresas decorre das novas formas de organização da produção, que 
são muito mais fl exíveis do que as baseadas no modelo fordista, pois permitem adaptações às 
fl utuações das demandas de produtos e serviços e um aproveitamento melhor das vantagens 
comparativas em diferentes locais do mundo.
O aprofundamento do processo de globalização econômica traz novas demandas e exigências 
às empresas que utilizam, como estratégias de busca de competitividade, o emprego maciço 
de novas tecnologias e de novas formas de organização da produção e do trabalho. As novas 
tecnologias, basicamente a microeletrônica, as biotecnologias e os novos materiais têm como 
característica comum, sua aplicação universal, tanto no desenvolvimento de produtos, quanto 
na organização da produção.
4
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
O uso das biotecnologias e dos novos materiais redefi ne a relação da produção industrial e 
agrícola e dos seres humanos com a natureza, com implicações para o meio ambiente no 
local de trabalho, comunidades/sociedade e em escala planetária.
Com as novas formas de gestão do trabalho no padrão da acumulação fl exível surgem novas 
tendências em relação ao trabalho: este se torna mais abstrato, intelectualizado, autônomo, 
coletivo e complexo. Não somente nos setores onde vigoram os novos conceitos de produção, mas 
em toda a estrutura produtiva são demandadas novas qualifi cações e competências profi ssionais 
para os trabalhadores, dentre as quais se incluem as relacionadas à temática ambiental.
Entretanto, se os processos de intensifi cação do uso de 
novas tecnologias e de novas formas de organização da 
produção fl exíveis, enxutas e racionais trazem, por um lado, 
a possibilidade de um trabalho revalorizado, mais qualifi cado, 
acarreta, por outro lado, o desemprego e a exclusão de 
trabalhadores, pela racionalização de custos e a otimização 
da produtividade industrial e de serviços. 
Os refl exos do processo de modernização capitalista têm 
se revelado particularmente perversos em países como o 
Brasil, onde a adoção de novos conceitos de produção está 
associada a formas políticas e empresariais autoritárias, 
levando à exclusão política e econômica das classes 
populares, ao aumento do desnível das esferas econômica 
e social e à degradação ambiental.
Com a globalização da produção observa-se, por um lado, 
o aumento em alguns países da parcela dos incluídos no 
consumo de massa (Extremo Oriente e Sudeste Asiático), 
com hábitos importados do Ocidente e, por outro, o 
crescimento do número de excluídos do mercado de trabalho 
em escala nunca antes vista.
biotecnologias
5
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Ambos os processos causam severos impactos ao meio ambiente: a incorporação ao 
mercado consumidor mundial de um grande número de pessoas, além de contribuir para a 
redução da diversidade cultural e, consequentemente, da diversidade biológica, reforça os 
efeitos do consumismo (como o lançamento de gases na atmosfera/aquecimento global, 
elevada e concentrada produção de resíduos sólidos e esgotos sanitários em áreas urbanas 
densamente povoadas).
Com o início do século XVIII, surge a Era Industrial. A criação de vários produtos novos, 
criou um novo modelo econômico nos países ocidentais, o Consumismo. Muitas vezes, 
compramos porcomprarmos, não sendo realmente uma necessidade efetiva, mais por ser 
um item cobiçado pela maioria.
E o que fazer com o que não mais utilizamos? Jogamos fora? Criando um círculo vicioso de 
geração de resíduos. 
O resíduo sólido, o lixo urbano e industrial, é um problema mundial. Este gera além dos 
incômodos conhecidos, o odor e ocupação de espaço, também é responsável pela geração 
de dióxido de carbono. O dióxido de carbono ao se acumular na atmosfera, tem elevado a 
temperatura global devido ao efeito estufa.
E o que fazer com o que 
não mais utilizamos?
6
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
https://www.youtube.com/watch?v=nKy3HHTrSj8
aprofundando
O efeito estufa é um processo físico, onde parte do calor que provem do Sol penetra a camada 
de ozônio e não consegue sair da atmosfera, fi cando parcialmente retido. Este calor mantém 
a Terra aquecida. Sem ele nunca teríamos saído da Era Glacial (gelo). A Terra sem o efeito 
estufa teria em sua superfície a temperatura média de – 15ºC. Isto impossibilitaria a vida na 
Terra. Nenhuma planta, nossa base da cadeia alimentar, e nenhum animal seria capaz de 
sobreviver a uma temperatura média dessas. Entretanto o aumento sucessivo de dióxido 
de carbono vem primeiramente elevando a temperatura do planeta e posteriormente com a 
destruição da camada de ozônio irá fazer com que a Terra retorne a uma Era Glacial. 
Aliado a produção de lixo, resíduos sólidos, o desmatamento, o esgoto em “céu aberto” sem 
tratamento adequado, vem também aumentando o nível de dióxido de carbono na atmosfera.
poluição
Novas formas de tratamento de resíduos sólidos necessitam 
ser criadas e a prática dos três “R” é necessária: Reduzir, 
Reciclar e Reaproveitar.
7
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Em 2007, um relatório do Pinel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), criado 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), demonstrou que o aquecimento global se devia 
a: emissões de gás carbônico provocadas pelo ser humano (na própria respiração e com o 
aumento da população mundial), na queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e seus 
derivados por motores, industrias e usinas) e em menor grau, mas ainda importante, pelas 
queimadas das fl orestas. O relatório prevê um aumento entre 1,8ºC a 6,4ºC na temperatura 
global ainda neste século. 
O aumento da temperatura pode provocar a elevação dos níveis dos oceanos e mares, devido 
à expansão térmica da água e degelo de parte das calotas polares. Com isso, grandes áreas 
do litoral podem ser inundadas. Ilhas podem fi car submersas. Pessoas fi caram desabrigadas. 
A água que surgir devido ao degelo, modifi cará as correntes marítimas, modifi cando o 
regime de ventos e chuvas. O clima de várias regiões será modifi cado. Verões e invernos 
mais intensos. Estiagem de chuva e podendo haver seca prolongada em regiões que nunca 
tiveram seca. Além disso, mudanças climáticas, afetam diretamente, a agricultura e o cultivo 
de determinadas plantas. Também leva ao aumento de proliferação de insetos transmissores 
de doenças, como a Dengue e a Malária, provocando um descontrole e desequilíbrio do 
Ecossistema (Bioma). Além dos insetos causadores de doenças, muitas “pragas”, insetos que 
destroem plantações, se reproduzem melhor em temperaturas mais elevadas. Finalmente a 
mudança climática com elevação da temperatura global, o aquecimento global, poderá levar 
a extinção de espécies. 
Os países industrializados e ricos, são os principais atores que elevam a temperatura 
provocando o Aquecimento Global. Eles vêm emitindo níveis elevados de gás carbônico 
desde a Era Industrial (Revolução Industrial), e consomem muito mais energia e para tal 
gastam muito mais combustíveis fósseis para gerá-la.
https://www.youtube.com/watch?v=Q3YqeDSfdfk
aprofundando Em 2005 entrou em vigor o Protocolo de Kyoto, onde a maioria dos países se comprometia a reduzir os níveis de 
emissão de gás carbônico. Utilizou-se como referência as 
emissões mensuradas de 1990 a 2012. As cotas variam 
entre 6% a 8% de redução. Para tal é necessário investir 
em energias renováveis (Eólica, Solar, Maré Motriz, 
Biomassa), melhorar a efi ciência de produção de produtos 
industrializados para que haja menos resíduos após 
manipulação da matéria prima.
carbono
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Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m /
watch?v=mJdiLSWyUEA
aprofundando
Uma forma dos países ricos e mais industrializados tem de fi nanciar este tipo de recurso, 
chamado de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, é o fi nanciamento de países em 
desenvolvimento, como o Brasil, de projetos de biocombustíveis (motores que utilizam 
biodiesel e etanol), melhorar a automação de industrias para evitar o desperdício e geração 
de resíduos sólidos.
Uma outra alternativa é a criação dos Créditos de Carbono. Países não poluidores devem 
aumentar sua efi cácia em produção de energia, e continuarem sem poluir, sem emitir gás 
carbônico e para tal recebem uma recompensa econômica. Em resumo, eu pago para que 
você não polua e eu possa continuar a poluindo.
Um outro fato importante é, a marginalização socioeconômica 
que implica em que um signifi cativo contingente populacional 
passa a subsistir graças aos recursos naturais ou causando 
grande impacto sobre o meio ambiente (extinção de espécies 
vegetais e animais dos ecossistemas, corte e queima da 
vegetação para venda de carvão, entre outros). Importa 
destacar, por um lado, que desigualdade social e degradação 
ambiental sempre andaram juntas no Brasil, conformando 
uma questão socioambiental e, por outro, que as agressões 
ao meio ambiente afetam as pessoas que dele dependem 
para viver e trabalhar, de modo desigual ou segundo sua 
vinculação ao modo de produção hegemônico (como residir 
próximo às indústrias poluidoras, lixões, margens dos cursos 
d’água e áreas com elevada declividade), determinando que 
grupos em piores condições socioeconômicas fi quem mais 
expostos do que outros a riscos ambientais.
desigualdade social
desigualdade social e 
degradação ambiental 
sempre andaram juntas 
9
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Para saber mais sobre o Relatório Brundtland 
(1987), Nosso Mundo Comum, clique acesse 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABIioAA/
relatorio-brundtland
Saiba mAIS
Frente a este quadro de crise social e ambiental de dimensão 
planetária, verifi ca-se a formulação de diferentes propostas de 
modelos de desenvolvimento ambientalmente sustentáveis. 
Entretanto, devemos estar atentos às concepções existentes 
sobre desenvolvimento sustentável, pois estas estão 
ancoradas em diferentes matrizes teóricas que informam a 
intenção de efetivar distintos projetos políticos, segundo os 
interesses em confronto, que se refl etem nas abordagens e 
práticas educacionais.
Isto nos esclarece porque distintas representações e valores vêm 
sendo associados à noção de sustentabilidade: são discursos em 
disputa pela expressão que se pretende a mais legítima. Pois a 
sustentabilidade é uma noção a que se pode recorrer para tornar 
objetivas diferentes representações e ideias. 
Uma primeira concepção de desenvolvimento sustentável 
origina-se no interior do discurso desenvolvimentista e é 
defendida pelo Estado e empresariado. Foi proclamada 
pelo Relatório Brundtland (1987), produzido pela Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU:
Desenvolvimento sustentável é aquele que atende 
às necessidades do presente sem comprometer a 
possibilidade das gerações futuras atenderem às suas 
próprias necessidades, isto é, aquele que garante um 
crescimento econômico vigoroso e, ao mesmotempo, social 
e ambientalmente sustentável.
Esta concepção de desenvolvimento sustentável é reiterada 
pela Agenda 21, (criada na Eco- 92 em 1992 no Rio de janeiro) 
que se inicia com a afi rmação da primazia da economia como 
motor do desenvolvimento sustentável e aponta, em seus 
vários capítulos, a necessidade de um ambiente econômico 
e internacional ao mesmo tempo dinâmico e propício, de 
políticas econômicas internas saudáveis, da liberalização do 
comércio e de uma distribuição ótima da produção mundial, 
sobre a base das vantagens comparativas, na perspectiva 
da lógica e da hegemonia do mercado. 
Tanto a Comissão Brundtland (1987), quanto a Agenda 
21(1992), propõem uma nova relação entre produção, meio 
ambiente e desenvolvimento econômico inspirada em uma 
noção de sustentabilidade pautada por uma visão econômica 
dos sistemas biológicos, onde caberia ao desenvolvimento 
econômico apropriar-se dos fl uxos tidos como excedentes 
da natureza sem, no entanto, comprometer o “capital 
natural”. Sua estratégia conjuga crescimento econômico 
com progresso técnico capaz de poupar recursos materiais, 
mas sem restrição aos ritmos da acumulação capitalista. 
O mercado é apresentado como “o ambiente institucional 
mais favorável à consideração da natureza como capital”, 
convertendo-se o desenvolvimento sustentável, nesta 
concepção, em um ambientalismo de livre mercado.
sustentabilidade é uma noção a que se pode recorrer para tornar sustentabilidade é uma noção a que se pode recorrer para tornar 
objetivas diferentes representações e ideias. objetivas diferentes representações e ideias. 
Uma primeira concepção de desenvolvimento sustentável Uma primeira concepção de desenvolvimento sustentável 
origina-se no interior do discurso desenvolvimentista e é origina-se no interior do discurso desenvolvimentista e é 
defendida pelo Estado e empresariado. Foi proclamada defendida pelo Estado e empresariado. Foi proclamada 
pelo Relatório Brundtland (1987), produzido pela Comissão pelo Relatório Brundtland (1987), produzido pela Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU:Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU:
O desenvolvimento sustentável seria um dado objetivo 
que, no entanto, não se conseguiu ainda apreender, 
será uma construção social?
 Poderá também compreender diferentes conteúdos 
e práticas?
pare e reflita
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Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
Adam Smith
Na abordagem mercadológico-ambiental de desenvolvimento sustentável, a palavra-chave é a 
eficiência, e as inovações tecnológicas devem garantir um melhor aproveitamento dos recursos 
naturais e diminuir os efeitos nocivos das atividades produtivas. Embora se reconheça a 
responsabilidade do atual padrão de produção e consumo pela crise ambiental, o que se propõe 
é a relativa redução de consumo de matéria e energia a partir da maior eficiência tecnológica. 
Desta forma “a noção de sociedade sustentável ancora-se na redução máxima do desperdício 
ou poupança de recursos” e a racionalidade do sistema, em seu conjunto, implica considerar o 
desperdício no quadro da produção socioeconômica, tendo como noção reguladora o princípio 
da otimização de recursos ou poupança, ou da relação ótima custo-benefício, isto é, a eficiência.
http://ordemlivre.org/system/
posts/10671/images/normal/
ivst.jpg?1385411226
Esta concepção de desenvolvimento sustentável tem, 
portanto, como princípio norteador, o crescimento econômico 
e a eficiência na lógica do mercado, e seus pressupostos 
estão ancorados na economia política clássica, no 
liberalismo econômico de Adam Smith, e na sua atualização 
contemporânea, o neoliberalismo de Friedrich August von 
Hayek. O eixo da teoria de Smith (1985) é o crescimento 
econômico e sua ideia central é a de que a riqueza das 
nações é determinada pelo aumento da produtividade 
do trabalho, que tem origem em mudanças na divisão e 
especialização do processo de trabalho.
11
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Conheça a biografi a de Adam Smith . Acesse 
http://www.suapesquisa.com/biografi as/adam_
smith.htm
Refletindo o que estudamos Para aprimorar o 
conhecimento adquirido nessa aula, sugerimos que 
você faça uma breve refl exão sobre a frase a seguir
 “A refl exão sobre o meio ambiente, com o objetivo 
de se alcançar o desenvolvimento sustentável, 
exige o estabelecimento de paradigmas que 
alterem a relação homem/natureza verificada 
desde o período colonial. ”
Saiba mAIS
PARE E REFLITA
O crescimento da produtividade do trabalho, que produz um 
excedente de valor sobre seu custo de reprodução, permite 
o crescimento do estoque de capital (acumulação) e amplia 
o tamanho dos mercados. Para assegurar a prosperidade 
das nações é preciso que haja liberdade dos indivíduos 
- compreendidos como agentes econômicos - para agir, 
inspirando-se em seus próprios interesses, e essa ordenação 
natural é mais capaz de favorecer a geração da riqueza do 
que as coordenações artifi ciais, como as exercidas pelo 
Estado, cujo papel deve ser reduzido ao mínimo. Para 
Smith (1985), não há antagonismo, mas harmonia entre os 
interesses individuais e o interesse geral, sendo a liberdade 
na procura da riqueza a condição de todo o progresso. 
Segundo Hayek (1985), o Estado regulador do mercado 
destrói a liberdade dos cidadãos e a competição, sem as 
quais não há prosperidade.
A análise dos pressupostos que norteiam a concepção de 
desenvolvimento sustentável permite-nos compreender 
a necessidade do aumento da competição, da maior 
mobilidade de capital, dos processos de acumulação e de 
alocação de capital, de busca cada vez maior de aumento 
da produtividade do trabalho pelo capital e de efi ciência, 
na dinâmica capitalista de geração de valor. Permite-
nos compreender, igualmente, que na concepção de 
desenvolvimento sustentável centrada na lógica do capital, 
o livre mercado é o instrumento da alocação efi ciente dos 
recursos planetários e, neste sentido, a relação trabalho e 
meio ambiente está subsumida à supremacia do capital, com 
sérias consequências para o mundo do trabalho e para os 
recursos naturais.
T2 Alternativas no tratamento dos problemas dos recursos naturais, do meio ambiente: 
Preservacionismo e Desenvolvimento 
Sustentável.
Na aula anterior aprendemos sobre a origem e a evolução do termo sustentabilidade, 
vamos dar continuidade nessa aula sobre as alternativas para solucionarmos os problemas 
relacionados ao consumo excessivo dos recursos naturais.
Ao fi nal do estudo desse tópico você deverá ser capaz de apresentar alternativas para lidar 
com os problemas relacionados ao consumo dos recursos naturais e discutir a importância 
de medidas preservacionista em busca de uma responsabilidade socioambiental.
Não se esqueça que a preservação é a saída para uma melhor qualidade de vida para as 
gerações futuras. Antes de iniciarmos a nossa conversa, pense sobre a seguinte questão:
12
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
Entretanto, o assunto sustentabilidade e diminuição de impactos ambientais deixaram de ser 
específi co a ambientalistas; passando a fazer parte da vida organizacional da empresa, pois 
este conceito passou a representar nos dias de hoje pré-requisito para que organizações 
alcancem a gestão da qualidade e venham a se manter no mercado de forma competitiva. 
A gestão da qualidade representa o aperfeiçoamento contínuo de todas as organizações.
A industrialização mundial
A industrialização mundial foi o marco do desenvolvimento tecnológico e econômico na 
utilização desenfreada de matérias-primas e energia. Todo esse desenvolvimento gerou rejeitos 
resultantes de processos produtivos que passaram a ser parte do cenárioambiental, onde 
seu acúmulo no meio ambiente excedeu a capacidade de absorção passando, então, a ser 
considerado como fator poluente em caráter global afetando a qualidade e a saúde da sociedade.
Resíduo Impacto
Tintas, pigmentos e solventes Quando feitos à base de chumbo, mercúrio ou cádmio, e solventes orgânicos, descartados no lixo poluem a água e 
os alimentos.
Embalagens contento resíduos de pesticidas Sob a ação da chuva poluem o solo, as águas superficiais e subterrâneas e introduzem-se na cadeia 
alimentar.
Pilhas e aterias
Liberam metais pesados poluindo o solo, os cursos d’água e 
os lençóis freáticos, afetando a fl ora e a fauna das regiões 
circunvizinhas e atingindo o homem pela cadeia alimentar.
Resíduos e seu impacto no meio ambiente Fonte: Eigenher, Emílio (2000)
O setor industrial, por ser o que mais provoca danos ao meio ambiente – seja devido ao seu 
processo produtivo, seja pela fabricação de produtos poluentes e sua disposição fi nal após 
a utilização –, é considerado um dos maiores facilitadores da degradação ambiental, mas 
nos dias atuais as indústrias também passaram a possibilitar maior efi ciência na utilização 
de recursos naturais e na substituição parcial de insumos no processo produtivo. Dessa 
forma, quando o desenvolvimento tecnológico segue em direção a um padrão de produção 
que não seja signifi cativamente agressivo ao meio ambiente, passa a ser considerado uma 
solução parcial do problema em questão.
13
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
 Leia sobre Tecnologia e despoluição acessando o site
http://www.sindipetro.org.br/extra/cartilha-
ut/17tecnologia.htm
Saiba mAIS
Em outras palavras: é necessário para a sociedade o 
desenvolvimento tecnológico, por ser o condutor do 
crescimento econômico, mas o desenvolvimento tecnológico 
deve ser trabalhado de forma mais limpa, a fi m de conseguir 
sustentabilidade ambiental, pois se deve ter sempre em 
mente que os recursos naturais devem servir às gerações 
atuais e vindouras e que os níveis de poluição têm que ser 
reduzidos, independentemente do aumento da produção.
Rejeitos Industriais
Os rejeitos industriais representam desperdício econômico, 
por serem passíveis de reaproveitamento. Essa concepção 
é fi rmada por vários ambientalistas, que também consideram 
esses rejeitos como desperdício e um indício da inefi ciência 
dos processos produtivos realizados, o que na maioria 
das vezes gera perda de matérias-primas e insumos. Na 
industrialização, devido ao fato de os princípios da qualidade 
e da efi ciência inexistirem, a quantidade de rejeito é maior 
por não se reaproveitar em outro processo produtivo e pelo 
uso desenfreado da matéria-prima.
Quando esses princípios são considerados no processo de industrialização, a qualidade e a 
efi ciência resultam na diminuição desses rejeitos e na consciência da utilização de matéria-
prima. Reforçando essa ideia, Mello (2009) apresenta princípios a serem considerados no 
processo produtivo e seus benefícios:
Foco no Cliente – Propicia a formulação de estratégias e políticas internas em relação ao 
relacionamento com os clientes; se adéqua as necessidades do cliente e suas expectativas.
Liderança – Delega-se poder e envolve pessoas nos objetivos organizacionais e motiva e 
capacita a força de trabalho.
Envolvimento das pessoas – contribui para a melhoria das estratégias e envolve os 
funcionários em decisões e processos de melhoria.
Abordagem de processo – Melhora o uso das matérias-primas resultando num custo mais 
baixo e previne erros.
Abordagem sistêmica – permiti uma visão da efi cácia de processos identifi cando as causas 
de problemas e possíveis ações de melhoria.
Melhoria contínua – Proporciona a melhoria dos processos, sistemas e produtos.
Abordagem para a tomada de decisão – Consolida as informações de forma a compreensão 
dos processos e sistemas no intuito de orientar as melhorias e prevenir futuros problemas.
À medida que organizações vão aderindo aos princípios da qualidade, cria-se uma 
convergência de interesses técnicos, econômicos e comerciais que fará com que organizações 
reduzam a geração de poluentes, tornando-se mais efi cientes.
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Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
http://welcome.curupira.com/wp-content/
uploads/2015/04/consumo.sustent%C3%A1vel.
global.jpg
Saiba mAIS
O desenvolvimento econômico atrelado à manutenção do meio ambiente está associado à 
sustentabilidade, o que, nos tempos atuais, tornou-se fator competitivo entre as organizações, 
devido à procura da população por produtos que satisfaçam sua necessidade mas que não 
agridam o meio ambiente. Por isso é fundamental entender o comportamento do consumidor 
e suas necessidades, para poder satisfazê-las.
Para que o crescimento econômico venha a ser contínuo, com distribuição igualitária dos 
benefícios resultantes e para que siga em direção ao desenvolvimento sustentável, se faz 
necessária uma mudança no atual padrão tecnológico, de forma a diminuir a degradação 
existente. Isso não signifi ca que devemos terminar com as indústrias e seu processo de 
industrialização, mas primar por um desenvolvimento de forma sustentável, visto que esse 
é o resultado dos elevados índices de consumismo criado pela sociedade, que se agravam 
cada vez mais com o seu crescimento.
É importante lembrar!
Não há como atingir o desenvolvimento sustentável se os processos produtivos e o 
consumismo por parte da sociedade não sofrerem modifi cações, pois consumidores que 
não dão a devida importância ao consumo consciente representam enorme ameaça, por 
provocarem um impacto signifi cativo no meio ambiente. Atualmente, acredita-se que as 
necessidades e expectativas da sociedade devem ser conjuntas, com forte campanha para 
a mudança de conceitos.
À medida que a preocupação com a matéria-prima cresce, 
ou seja, a partir do momento em que a preservação 
do meio ambiente se tornou preocupação mundial, 
consequentemente tornou-se também o diferencial entre 
uma organização e outra; este diferencial passou a ser uma 
oportunidade de negócio.
A procura por produtos que além de oferecer qualidade 
sejam também provenientes de organizações que 
estejam comprometidas com o meio ambiente aumentou. 
No caso o preço do produto deixou de ser o único fator 
estimulador da compra.
Motivação da compra Porcentagem
Investimento no meio ambiente 42%
Sem critério 30%
Promoções em ações sociais 28%
Tab. 2: Comprometimento dos consumidores Fonte: Tigueiro (2005)
15
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Gestão 
ambiental é 
um conjunto 
de medidas e 
métodos bem 
alicerçados
https://www.youtube.com/watch?v=FDUXQTY3X9Y
saiba mais
Como você pode observar, esta tabela mostra que há 
aumento signifi cativo na procura por produtos oriundos 
de empresas que investem no meio ambiente e em ações 
sociais. Essa concepção está recebendo a adesão de 
algumas organizações que perceberam essa demanda no 
atual mercado, não se preocupando somente com preço, 
mas também com o bem-estar da sociedade como um 
todo. Ou seja, a organização que se preocupa com o meio 
ambiente acredita que passa a reduzir seu potencial de 
impacto, de forma a até mesmo levar em consideração a 
forma omo é a colheita da matéria-prima utilizada.
Nesse caso, a utilização de processos, práticas e produtos 
que proporcione a redução ou o controle da poluição 
produzida pela organização resulta em um diferencial 
competitivo em relação às demais. É extremamente vital 
para as organizações nos dias de hoje reconhecer que a 
gestão ambiental funciona como uma questão estratégica no 
que depende da capacidade de responder às expectativas, 
interesses e necessidades dos clientes e de outrosdetentores de interesses.
Com a realização da Conferência das Nações Unidas em 
Estocolmo, em 1972, a relação entre o meio ambiente e 
as organizações empresariais tornou-se um tema político 
e estratégico. Esta conferência propiciou a criação do 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) 
e a criação da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento. O relatório resultante desta comissão 
consagrou a expressão desenvolvimento sustentável e 
estabeleceu o papel importante das empresas na gestão 
ambiental. Estas, em particular as indústrias, revelaram-se 
grandes propulsores da degradação ambiental na atualidade
A gestão ambiental está diretamente voltada às organizações; 
é defi nida como um conjunto de políticas, programas e 
práticas administrativas e operacionais que levam em 
consideração a saúde e a segurança das pessoas e a 
proteção do meio ambiente, pela eliminação ou minimização 
dos impactos e danos ambientais causados pelas empresas.
Por isso, Valle (2002) nos apresenta a seguinte defi nição:
Gestão ambiental é um conjunto de medidas e métodos bem 
alicerçados que, quando aplicados, promovem a redução e 
o controle dos impactos produzidos por um empreendimento 
sobre o meio ambiente, que levam em consideração a origem 
e a forma com que se é providenciada a matéria-prima até 
a eliminação efetiva dos resíduos gerados. 
Gestão ambiental é o reflexo do somatório de aspectos 
da função social, econômica e ambiental, por arquitetar 
a orientação da proteção física, psíquica, social e 
econômica do ser humano, ou seja, harmoniza a 
economia e o meio ambiente.
16
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
É importante lembrar!
A partir do momento que a gestão ambiental passou a ser mais bem entendida em decorrência 
de seus resultados, passou-se a pensar mais em termos de ecossistemas e ecorregiões. O 
ambiente passou a ser encarado de forma sistemática e a gestão ambiental passou a ser 
vista como questão de natureza estratégica.
A gestão ambiental deve ter como pilar o comprometimento da alta direção da empresa, que 
a defi nirá de forma clara e objetiva, norteando suas atividades em relação ao meio ambiente, 
e se torna um compromisso assumido perante a sociedade, categorizando suas intenções 
e princípios com relação ao seu desempenho ambiental.
Quando as empresas se dirigem para os mercados internacionais, reconhecem a importância 
da gestão ambiental e a sustentabilidade envolvida nesse processo de aceitação, encontrando 
formas de administrar essas questões e passando a defi nir os passos estratégicos para 
chegar ao desenvolvimento sustentável.
1) Estratégia baseada em artifícios – a organização encerra suas atividades naquele local 
e se instala em outra região em que o controle ambiental seja menos rigoroso.
2) Estratégia baseada em respostas – a organização responde aos incidentes e 
regulamentações ambientais que venham a ser cobrados. Não possui nenhum programa 
preventivo que administre ou que identifi que as questões ambientais envolvidas; simplesmente 
paga pelo dano causado.
3) Estratégia baseada na conformidade – a organização possui um programa que identifi ca 
os requisitos regulatórios; implanta medidas que satisfaçam os requisitos regulatórios, 
controlando os riscos e a responsabilidade de acordo com a lei.
4) Estratégia baseada na gestão ambiental – a organização mantém gerenciamento 
sistemático de suas atividades em relação às questões ambientais, o que é encarado como 
investimento e forma de reduzir o custo nas operações e aumentar sua receita.
5) Estratégia baseada na prevenção da poluição – em todas as atividades exercidas pela 
empresa existe a preocupação com o fator poluidor e seu impacto.
6) Estratégia baseada no desenvolvimento sustentável – a organização se preocupa com 
os impactos sociais, ambientais e econômicos ocasionados por suas atividades.
Podemos verifi car, nesses seis passos estratégicos, que houve evolução nas atitudes 
organizacionais em relação ao meio ambiente. As estratégias possuem um início de 
despreocupação com a questão ambiental, seguindo para o conceito de que o ambiente 
é um custo indesejável e culminando no conceito de que o ambiente passou a ser fonte 
de renda e vantagem competitiva; as questões ambientais passaram a ser vistas como 
responsabilidade social, moral e ética.
A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) resultante da política ambiental 
adotada pela organização deve ter como um de seus objetivos o aperfeiçoamento contínuo 
de suas atividades em harmonia com o meio ambiente; este é o primeiro passo para a 
certifi cação da organização nas normas da série ISO 14000.
Após essa discussão sobre as estratégias encontradas para melhor exploração dos recursos 
ambientais, vale à pena parar e fazer uma refl exão sobre o efetivo cumprimento dessas propostas.
17
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
T3
As mediações entre o ambiental e a noção de 
sustentabilidade
- w w w . e s p a c o a c a d e m i c o . c o m .
br/029/29cruscheinsky.htm 
Educação Ambiental e desenvolvimento sustentável
- www.ufmt.br/revista/arquivo/rev10/educacao_
ambiental_e_desenvolvim.html
saiba mais
Ampliação do conceito de sustentabilidade: 
sustentabilidade ambiental e social
Vamos começar esse tópico refl etindo sobre algumas questões: 
Qual a relação entre sustentabilidade ecológica e sustentabilidade social? 
Que difi culdades podem existir para estabelecer a integração entre sustentabilidade 
ambiental e social?
Enfi m, após refl etir sobre essas questões, damos início à nossa terceira aula; nela o conceito 
de sustentabilidade será ampliado, contemplando os aspectos ambientais e sociais. A sua 
dedicação e empenho na leitura serão fundamentais para o melhor entendimento dessa 
relação. Para tornar mais didático esse processo, optamos por estabelecer a relação entre 
uma região de fl oresta e a sociedade que atua sobre esse espaço.
Qualquer análise da sustentabilidade, seja qual for a perspectiva teórica, requer estabelecer 
as inter-relações entre a sociedade humana e o mundo circundante. Um primeiro nível de 
análise deve ser, então, a relação entre o espaço em estudo – com suas características físico-
naturais – e a sociedade que atua sobre tal espaço, com suas características econômicas, 
demográfi cas e sociais.
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da_Serra_do_Mar2.JPG
18
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
regiões com praias têm forte 
ocupação costeira, o que marca 
uma diferença substancial
Para facilitar essa relação, vamos analisar um ecossistema caracterizado por mata atlântica. 
Esse ecossistema é de topografia variável, relevo montanhoso, planícies aluviais e bancos de 
areia. Predominam os solos com baixa aptidão agrícola, devido às limitações topográficas, 
à baixa fertilidade natural e ao encharcamento do solo característicos do litoral. O clima 
predominante é o tropical, super úmido, com verões quentes, temperaturas médias anuais 
de 22ºC e precipitações elevadas – média de 2.365mm anuais em 207 dias de chuva.
A vegetação é de floresta pluvial, densa, composta por várias espécies de árvores e arbustos. 
Nessa região é significativa uma espécie de palmeira, pela grande dispersão e importância 
econômica. Outras formações de importância econômica são os manguezais. Essa região, 
porém, representa só 5% do que esse sistema era um século atrás. Ainda assim, permanece 
relativamente isolada, se comparada com outras áreas da costa brasileira. E isso se deve 
a uma simples razão: trata-se de uma zona sem praias, onde o mangue cobre a costa, 
diferentemente de áreas onde as praiascondicionaram a ocupação de tipo turístico.
Portanto, o isolamento se dá porque:
a) não há estrada totalmente asfaltada;
b) o transporte de mercadorias e pessoas predominou e ainda ocorre, em grande 
medida, por via fluvial;
c) a densidade demográfica não tem justificado maiores investimentos em 
infraestrutura.
A perspectiva comparativa entre regiões naturais deve ser sempre o ponto de partida da 
análise da sustentabilidade, já que a ocupação de um ambiente é, por natureza, desigual e 
relativa. Ao mesmo tempo, permite destacar os elementos e as restrições determinantes do 
tipo de ocupação de outros, geralmente acessórios. Neste caso, por exemplo, as restrições 
impostas pelas baías de mangue determinaram historicamente o tipo de ocupação.
Essa distinção não poderia ser percebida ao se analisar a região em si mesma. Por certo, 
outros fatores naturais – como a topografia – ou de ordem histórico-política – como o atraso 
relativo do desenvolvimento do capitalismo dessa região quando comparado com regiões 
vizinhas – também explicam seu isolamento relativo. Mas a especificidade desse local aqui 
estudado só pode ser explicada pela negativa: a inexistência de praias.
Em comparação, regiões com praias têm forte ocupação costeira, o que marca uma diferença 
substancial. Após tecer essa comparação entre regiões, você deve estar se perguntando:
Que fatores são determinantes para a ocupação e consequente alteração no ambiente natural?
Indo um pouco além, podemos ainda questionar a relação entre o social e o ambiental, ou 
seja, entre aspectos econômicos e culturais e a velocidade de ocupação e degradação de 
uma dada região natural.
19
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Analisadas essas condições naturais ou restrições (mangue e ausência de praias), todos os 
outros determinantes da viabilidade da região estão marcados pela sustentabilidade social. 
Aqui estamos utilizando o conceito de sustentabilidade social em sentido amplo, incluindo os 
aspectos econômicos. Qualquer sistema de produção implica a combinação de uma forma de 
organização social da produção, com um nível de desenvolvimento tecnológico determinado, 
junto a uma base natural dada.
Neste caso, o primeiro elemento a se destacar é que na região o ecossistema de floresta 
atlântica nunca foi arrasado, não se implantou um sistema de produção que, ao estilo da 
indústria urbana ou agrícola mecanizada, transformasse na raiz as condições naturais. Ao 
contrário, os diferentes sistemas de produção se incorporaram marginalmente em termos de 
espaço ocupado e de impacto, ocasionando impactos significativos.
Toda aplicação de trabalho sobre o ecossistema tem como consequência a modificação 
do grau de fertilidade do solo. Mas é necessário distinguir a fertilidade natural, resultado 
dos nutrientes do solo, sua topografia, clima etc., da ‘’fertilidade’’ econômica. Nesta, além 
dos fatores naturais, intervêm a tecnologia, a organização, a infraestrutura e a localização 
frente aos mercados.
Na medida em que os investimentos de capital são cada vez mais significativos, a fertilidade 
natural dá vez a que os investimentos de capital sejam determinantes do resultado econômico. 
O atraso relativo dos investimentos em capital fez com que os sucessivos ciclos de produtos 
– como cana-de- açúcar, arroz, café, banana e mandioca – não tivessem êxito, porque não 
podem competir com outras regiões onde a fertilidade econômica – e não só a natural – é maior.
Uma vez contemplado o nível relativo de desenvolvimento da produtividade do trabalho, é 
necessário determinar a forma de produção à qual a sustentabilidade se refere. Essa distinção 
é da maior importância. Uma fábrica, por exemplo, pode dar lucro a seu dono e manter um 
sistema de produção relativamente limpo, com pouca degradação do meio ambiente. Nesse 
sentido, pode ser considerada sustentável tanto para – como por – seu dono e pela sociedade 
em seu conjunto. Porém, é possível que os trabalhadores da dita fábrica não achem que 
sua relação salarial seja sustentável; dessa maneira, a análise da sustentabilidade deve ser 
explícita com relação ao sujeito do qual está tratando.
Insustentabilidade
A insustentabilidade de certa região não se dá, de 
nenhuma maneira, por um problema ecológico, de baixa 
fertibilidade natural, nem por dificuldades de acesso à 
terra. Tampouco a causa pode ser atribuída exclusiva ou 
majoritariamente à legislação ambiental e a seu impacto 
nas práticas econômicas. Isso não significa negar o 
papel da legislação, a qual tem importância como maior 
regimento das questões ambientais.
A causa da insustentabilidade está no mercado, na 
competitividade frente a outras regiões, para não falar da 
competitividade dos mercados internacionais, que também 
se fez sentir. 
20
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
O fato de que a causa da insustentabilidade esteja no mercado 
leva-nos a refl etir sobre a proposta desta aula, ou seja, a 
relação entre sustentabilidade ambiental e sustentabilidade 
social. É impossível pensar a sustentabilidade no nível local 
diante de produtores integrados a um mercado que os torna 
sujeitos a dinâmicas de preços regulados em nível regional 
e até mundial.
No entanto, ao pensarmos em termos exclusivamente 
naturais, vemos que a competitividade mercantil, cujos 
elementos afetam diretamente a sustentabilidade social, 
é a causa dos impactos ambientais que dificultam a 
sustentabilidade do ecossistema. Isso é claro em vários 
casos de produtos naturais, que passam a ser praticamente 
o único produto com preço competitivo, razão pela qual os 
habitantes de uma região eliminam sistematicamente as 
árvores que os produzem; isso acontece claramente no 
caso da banana, do gengibre ou de sistemas emergentes, 
como o do palmito.
http://i.ytimg.com/vi/yr-zQY98-Ds/maxresdefault.jpg
palmito
A competitividade mercantil obriga à introdução de tecnologias que podem afetar a 
sustentabilidade ecológica, como os herbicidas, que têm e poderão ter – na medida de seu 
incremento – mais efeitos secundários, com impactos potenciais sobre os ecossistemas 
aquáticos. O mesmo ocorre com os sistemas especulativos, como a criação de búfalos, que 
causa comprovados impactos ao ecossistema (desfl orestação) e ao solo (compactação/erosão).
De toda forma, no que se refere à sustentabilidade ambiental, cabem duas ressalvas 
importantes.
21
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Duas ressalvas importantes.
1ª - com relação ao produto a ser explorado. Ainda que saibamos que o recurso é afetado, não 
sabemos qual é o efeito sobre o sistema global (ecossistema de floresta atlântica, como no 
nosso exemplo anterior). Este é claramente um caso de perda específica de biodiversidade. 
Mas essa perda de biodiversidade é suficientemente importante para afetar o ecossistema 
como um todo? Isto é difícil de estabelecer. Ademais, a perda de biodiversidade, seu nível e 
seu impacto nos ecossistemas é ainda uma incerteza. Pare neste momento da aula e reflita 
sobre essa questão.
2ª - quando se refere à área ocupada. Quando se analisa o impacto ambiental da agricultura 
sobre a vegetação, observa-se que há alterações nessa paisagem natural. Além dessa 
constatação, vale lembrar ser discutível que o desmate/queima em áreas agrícolas afete a 
biodiversidade e, por conseguinte, o funcionamento dos ecossistemas. Ao contrário, há indícios 
de que essa atividade, se adequadamente praticada, pode incrementar a biodiversidade e 
contribuir para um maior grau de sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
Nesse sentido, os seres humanos estabelecem relações sociais e, por meio delas, atribuem 
significados à natureza (econômico, estético, sagrado, lúdico, econômico-estéticoetc.). 
Agindo sobre ela (a natureza), instituem práticas e, alterando suas propriedades, garantem 
a reprodução social de sua existência. Essas relações (dos seres humanos entre si e com o 
meio físico natural) ocorrem nas diferentes esferas da vida societária (econômica, política, 
religiosa, científica, jurídica, afetiva, étnica etc.) e assumem características específicas 
decorrentes do contexto social e histórico em que acontecem. Portanto, são as relações 
sociais que explicam as múltiplas e diversificadas práticas de apropriação e uso dos recursos 
ambientais (inclusive a atribuição de significado econômico).
A existência de determinado risco ou dano ambiental (poluição do ar, contaminação 
hídrica, pesca predatória, aterramento de manguezais, emissões radiativas etc.), para ser 
compreendida em sua totalidade, deve ser analisada a partir da inter-relação de aspectos 
que qualificam as relações na sociedade (econômicas, sociais, políticas, éticas, afetivas, 
culturais, jurídicas etc.) com os aspectos próprios do meio físico-natural. Tudo isso sem perder 
de vista que outras ações sobre o meio físico natural podem gerar novas consequências 
sobre o meio social.
Assim, as decisões tomadas no meio social é que definem as alterações do meio físico- 
natural. Desse modo, a problemática ambiental coloca a questão do ato de conhecer como 
fundamental para praticar a gestão ambiental. Por sua complexidade, a questão ambiental não 
pode ser compreendida segundo a ótica de uma única ciência. A questão ambiental convoca 
diversos campos do saber a depor. A questão ambiental, na verdade, diz respeito ao modo 
como a sociedade se relaciona com a natureza. Nela estão implicadas as relações sociais e as 
complexas relações entre o mundo físico-químico e orgânico. Nenhuma área do conhecimento 
específico tem competência para decidir sobre ela, embora muitas tenham o que dizer.
A necessidade que a problemática ambiental coloca, de buscar um outro modo de conhecer, 
que supere o olhar fragmentado sobre o mundo real, coloca também o desafio de se organizar 
uma prática educativa em que o ato pedagógico seja um ato de construção do conhecimento 
sobre este mundo, fundamentado na unidade dialética entre teoria e prática. Portanto, o 
reconhecimento da complexidade do conhecer implica assumir a complexidade do aprender.
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Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
Historicamente, os seres humanos estabelecem relações sociais e, por meio delas, atribuem 
signifi cados à natureza. Agindo sobre o meio físico-natural, instituem práticas; alterando suas 
propriedades, garantem a reprodução social de sua existência. Essas relações (dos seres 
humanos entre si e com o meio físico-natural) ocorrem nas diferentes esferas da vida societária 
(econômica, política, religiosa, jurídica, afetiva, étnica etc.) e assumem características 
específi cas decorrentes do contexto social e histórico em que acontecem. Portanto, são as 
relações sociais que explicam as múltiplas e diversifi cadas práticas de apropriação e uso dos 
recursos ambientais (inclusive a atribuição desse signifi cado eminentemente econômico).
Ambientaleconômico
social social
No Brasil, em virtude do estabelecido na Constituição Federal, cabe ao Poder Público ordenar 
essas práticas, promovendo o que se denomina gestão ambiental pública. O Poder Público, 
como principal mediador desse processo, é detentor de poderes estabelecidos na legislação 
que lhe permitem promover desde o ordenamento e controle do uso dos recursos ambientais, 
inclusive articulando instrumentos de comando e controle com instrumentos econômicos, 
até a reparação e mesmo a prisão de indivíduos responsabilizados por práticas causadoras 
de danos ambientais. Nesse sentido, o Poder Público estabelece padrões de qualidade 
ambiental, avalia impactos ambientais, licencia e revisa atividades efetiva e potencialmente 
poluidoras, disciplina a ocupação do território e o uso de recursos naturais, cria e gerencia 
áreas protegidas, obriga a recuperação do dano ambiental pelo agente causador e promove o 
monitoramento, a fi scalização, a pesquisa, a educação ambiental e outras ações necessárias 
ao cumprimento da sua função mediadora. 
Por outro lado, observa-se, no Brasil, que o poder de decidir e intervir para transformar o 
ambiente, seja ele físico-natural ou construído, e os benefícios e custos dele decorrentes 
estão distribuídos, social e geografi camente, de modo assimétrico. Por serem detentores de 
poder econômico ou de poderes outorgados pela sociedade, determinados grupos sociais 
possuem, por meio de suas ações, capacidade variada de infl uenciar direta ou indiretamente 
na transformação (de modo positivo ou negativo) da qualidade do meio ambiente.
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Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
A importância da Educação Ambiental
http://www.atitudessustentaveis.com.br/
conscientizacao/a-importancia-da-educacao-
ambiental- sustentabilidade/
Educação Ambiental www.peld.uem.br/
Relat2001/pdf/educacao_ambiental.PDF
aprofundando
T4 A Pratica da responsabilidade ambiental em ambientes formais e não formais de ensino
Nos tópicos anteriores você estudou os aspectos relacionados à origem do termo sustenta- 
bilidade. Neste último, veremos a proposta de uma educação pautada em questões 
relacionadas aos problemas ambientais, com o objetivo de formar cidadãos mais preocupados 
com essa problemática. Além disso, este trabalho visa conscientizar a sociedade de seu papel 
na construção de um planeta mais saudável.
No fi nal deste tópico, você perceberá que também é responsável pela formação desses 
indivíduos e verá a importância dessa conscientização global.
Vamos começar?
Qualquer proposta de ação em meio ambiente precisa ser realizada por uma ótica 
multidisciplinar, mas desenvolvendo um processo de trabalho interdisciplinar. Sabemos 
que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem 
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. 
Ele contém dois conceitos-chave:
- conceito de necessidades, sobretudo as necessidades dos pobres do mundo, que 
devem receber a máxima prioridade;
- a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe 
ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.
O processo de caminhar para um desenvolvimento sustentável subentende que é preciso 
minimizar os impactos adversos sobre a qualidade do ar, da água e de outros elementos 
naturais a fi m de manter a integridade global do ecossistema. O desenvolvimento sustentável 
também requer a promoção de valores que mantenham os padrões de consumo dentro do 
limite das possibilidades ecológicas a que todos podem aspirar.
Esse tipo de desenvolvimento é mais do que crescimento. Ele exige uma mudança no 
teor qualitativo do crescimento, a fi m de torná-lo menos intensivo de matérias-primas e de 
energia e mais equitativo em seu impacto. Os profi ssionais da área deverão saber lidar com 
questões como o uso inteligente dos recursos naturais, a redução das infrações ambientais 
e a destinação fi nal adequada dos rejeitos.
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Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
Você sabe o que foi a Rio + 20?
Para saber um pouco mais acesse:
http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/
ciencia/2012/06/12/o-que-e-a-rio20-saiba-
mais.htm e http://www.rio20.gov.br/
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=dX-
tu2ODL5g
aprofundando
Eles também poderão estruturar e modular programas de educação ambiental para empresas 
e comunidades, uma vez que a educação ambiental no trabalho pode se transformar num 
programa educacional completo e pode ser dada com efi cácia e ser adaptada, com baixo 
custo, às necessidadesde qualquer organização. A educação ambiental requer mudança de 
comportamento e de atitudes em relação ao meio ambiente interno de qualquer organização 
e externo a ela.
A Recomendação 96 da Conferência das Nações Unidas de Estocolmo, em junho de 1972, 
já reconhecia o desenvolvimento da educação ambiental como elemento-chave para o 
combate às crises ambientais no mundo. No plano nacional, desde 1981 a Lei Nº 6938, já 
completando vinte anos no alvorecer do terceiro milênio, dispõe sobre os fi ns, mecanismos 
de formulação e aplicação da Política Nacional de Meio Ambiente e consagra a educação 
ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade.
Como vimos nos estudos anteriores, vários documentos foram criados a partir da Conferência 
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio 92, entre eles a 
Agenda 21, que apresenta plano de ação para o desenvolvimento sustentável a ser adotado 
pelos países a partir de uma nova perspectiva de cooperação internacional.
http://crystalenvironment.net/
wp-content/gallery/eco-friendly/
environmental.gif
A educação ambiental é identifi cada como instrumento de 
revisão dos conceitos sobre o mundo e sobre a vida em 
sociedade, conduzindo os seres humanos à construção 
de novos valores sociais, à aquisição de conhecimentos, 
atitudes, competências e habilidades para a conquista e a 
manutenção do direito ao meio ambiente equilibrado.
O índice de sustentabilidade ambiental, lançado em 
janeiro de 2000 como parte do encontro anual do Fórum 
Econômico Mundial, é um valioso esforço para medir a 
habilidade das economias para conseguir desenvolvimento 
ambientalmente sustentável.
25
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
A evolução do conceito de educação ambiental acompanhou a evolução do conceito e da 
percepção de ambiente. Evoluiu de um enfoque mais ecológico no sentido das ciências 
biológicas para uma dimensão que incorpora as contribuições das ciências sociais fundamentais 
para a melhoria do ambiente humano. Assim, pode-se pensar o ambiente e a educação ambiental 
de forma a reduzi-los aos aspectos relativos a fauna, fl ora, ar, solo e água.
Pode-se, no entanto, ampliar o conceito e adotar o modelo que aborda os aspectos políticos, 
éticos, sociais, científi cos, econômicos, tecnológicos, culturais e ecológicos, por exemplo. 
Todavia, compartilho de um pensamento no qual o ponto de partida é o ambiente interno de 
cada ser humano. Não no sentido antropocêntrico, mas porque parto do princípio de que 
o ambiente interno de cada ser humano está conectado com o planeta e com o cosmos. É 
onde começa a compreensão do conceito de rede, de interconexão, de interdependência, 
de teia da vida. 
A Conferência de Tbilisi considera a educação ambiental como:
“um processo permanente no qual indivíduos tornam-se conscientes do seu 
ambiente e adquirem conhecimento, valores, habilidades, experiências e a 
determinação para agir individual e coletivamente, prevenindo e resolvendo 
problemas presentes e futuros.” (Tbilisi, CEI, de 14 a 26 de outubro de 1977)
Assim como o ambiente precisa ser percebido na sua totalidade, a educação ambiental 
também precisa ser vista e praticada na sua integralidade. É comum a prática de uma 
educação ambiental voltada para o cuidado externo, com o oikos: nosso planeta-casa. No 
entanto, a primeira casa habitada pelo ser humano é constituída pelo seu próprio ser, seu 
próprio corpo. A visão do corpo como oikos é encontrada tanto na cultura oriental quanto 
na tradição indígena ou cristã. Dessa forma, a educação ambiental precisa ser praticada 
tanto nas diferentes dimensões do ambiente interno de cada um (físico, mental, emocional, 
espiritual) quanto nas dimensões do ambiente externo (relacionamentos interpessoais e com 
a as demais manifestações da natureza).
Fauna, flora, ar, solo e água
http://www.fecomerciomg.org.
br/wp-content/uploads/2014/09/
ges tao_soc ioambien ta l_
strong1.jpg
26
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
Nestes tempos em que a informação assume papel cada vez 
mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, educação 
para a cidadania representam a possibilidade de motivar 
e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas 
formas de participação na defesa da qualidade de vida. 
Nesse sentido, cabe destacar que a educação ambiental 
assume cada vez mais uma função transformadora, na qual 
a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo 
essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento 
– o desenvolvimento sustentável.
Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição 
necessária para modificar o quadro de crescente degradação 
socioambiental. O educador tem a função de mediador na 
construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los 
como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática 
social centrada no conceito da natureza.
Desenvolvimento sustentável
A problemática da sustentabilidade assume, neste novo 
século, um papel central na reflexão sobre as dimensões 
do desenvolvimento e das alternativas que se configuram.
O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades 
contemporâneas revela que o impacto dos humanos sobre 
o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais 
complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos.
O conceito de desenvolvimento sustentável surge para 
enfrentar a crise ecológica; pelo menos duas correntes 
alimentaram o processo: uma, centrada no trabalho do 
Clube de Roma, reúne suas ideias, publicadas em 1972 
sob o título de Limites do Crescimento; segundo elas, para 
alcançar a estabilidade econômica e ecológica propõe-se 
o congelamento do crescimento da população global e 
do capital industrial, mostrando a realidade dos recursos 
limitados e indicando forte viés para o controle demográfico.
A segunda está relacionada à crítica ambientalista ao modo 
de vida contemporâneo, e se difundiu a partir da Conferência 
de Estocolmo, também em 1972. Tem como pressuposto 
a existência da sustentabilidade social, econômica e 
ecológica. Essas dimensões explicitam a necessidade de 
tornar compatível a melhoria nos níveis e qualidade de vida 
com a preservação ambiental. Surgem para dar resposta 
à necessidade de harmonizar os processos ambientais 
com os socioeconômicos, maximizando a produção dos 
ecos- sistemas para favorecer as necessidades humanas 
presentes e futuras. A maior virtude dessa abordagem é que, 
além da incorporação definitiva dos aspectos ecológicos no 
plano teórico, enfatiza a necessidade de inverter a tendência 
autodestrutiva dos processos de desenvolvimento no seu 
abuso contra a natureza.
O conceito de 
desenvolvimento 
sustentável surge 
para enfrentar 
a crise ecológica
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O Relatório Brundtlandt, também conhecido como Nosso 
futuro comum, defende, a partir de 1987, a ideia do 
“desenvolvimento sustentável”, indicando um ponto de 
infl exão no debate sobre os impactos do desenvolvimento. 
Não só reforça as necessárias relações entre economia, 
tecnologia, sociedade e política como chama atenção para 
a necessidade do reforço de uma nova postura ética em 
relação à preservação do meio ambiente, caracterizada pelo 
desafi o de responsabilidade tanto entre as gerações quanto 
entre os integrantes da sociedade dos nossos tempos.
Na Rio 92, o Tratado de Educação Ambiental para 
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global 
colocou princípios e um plano de ação para educadores 
ambientais, estabelecendo relação entre as políticas públicas 
de educação ambiental e a sustentabilidade. Enfatizaram-se 
os processos participativos na promoção do meio ambiente, 
voltados para sua recuperação,conservação e melhoria, bem 
como para a melhoria da qualidade de vida.
É importante ressaltar que, apesar das críticas a que tem 
sido sujeito, o conceito de desenvolvimento sustentável 
representa importante avanço, na medida em que a 
Agenda 21 global, como plano abrangente de ação para 
o desenvolvimento sustentável no século XXI, considera 
a complexa relação entre o desenvolvimento e o meio 
ambiente numa variedade de áreas, destacando sua 
pluralidade, diversidade, multiplicidade e heterogeneidade.
As dimensões apontadas pelo conceito de desenvolvimento 
sustentável contemplam cálculo econômico, aspecto 
biofísico e o componente sociopolítico como referenciais para 
a interpretação do mundo e para possibilitar interferências 
na lógica predatória prevalecente. O desenvolvimento 
sustentável não se refere especifi camente a um problema 
limitado de adequações ecológicas de um processo 
social, mas a uma estratégia ou um modelo múltiplo para 
a sociedade que deve levar em conta tanto a viabilidade 
econômica como a ecológica.
Num sentido abrangente, a noção de desenvolvimento 
sustentável reporta-se à necessária redefi nição das relações 
entre sociedade humana e natureza, e, portanto, a uma 
mudança substancial do próprio processo civilizatório, 
introduzindo o desafi o de pensar a passagem do conceito 
para a ação. Pode-se afirmar que ainda prevalece a 
transcendência do enfoque sobre o desenvolvimento 
sustentável radical mais na sua capacidade de ideia força, 
nas suas repercussões intelectuais e no seu papel articulador 
de discursos e de práticas otimizadas que, apesar desse 
caráter, tem matriz única, originada na existência de uma 
crise ambiental, econômica e social.
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global 
colocou princípios e um plano de ação para educadores colocou princípios e um plano de ação para educadores 
ambientais, estabelecendo relação entre as políticas públicas ambientais, estabelecendo relação entre as políticas públicas 
de educação ambiental e a sustentabilidade. Enfatizaram-se de educação ambiental e a sustentabilidade. Enfatizaram-se 
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aprofundando
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O desenvolvimento sustentável somente pode ser entendido como um processo no qual, 
de um lado, as restrições mais relevantes estão relacionadas à exploração dos recursos, à 
orientação do desenvolvimento tecnológico e ao marco institucional. De outro, o crescimento 
deve enfatizar os aspectos qualitativos, notadamente os relacionados à equidade, ao uso 
de recursos – em particular da energia – e à geração de resíduos e contaminantes. Além 
disso, a ênfase no desenvolvimento deve fixar-se na superação dos déficits sociais, nas 
necessidades básicas e na alteração de padrões de consumo, principalmente nos países 
desenvolvidos, para poder manter e aumentar os recursos-base, sobretudo os agrícolas, 
energéticos, bióticos, minerais, ar e água.
Assim, a ideia de sustentabilidade implica a prevalência da premissa de que é preciso definir 
limites às possibilidades de crescimento e delinear um conjunto de iniciativas que levem em 
conta a existência de interlocutores e participantes sociais relevantes e ativos por meio de 
práticas educativas e de um processo de diálogo informado, o que reforça um sentimento de 
corresponsabilidade e de constituição de valores éticos. Isso também implica que uma política 
de desenvolvimento para uma sociedade sustentável não pode ignorar nem as dimensões 
culturais nem as relações de poder existentes, muito menos o reconhecimento das limitações 
ecológicas, sob pena de apenas manter um padrão predatório de desenvolvimento.
A sociedade sustentável
Atualmente, o avanço para uma sociedade sustentável é permeado de obstáculos, na medida 
em que existe restrita consciência na sociedade a respeito das implicações do modelo de 
desenvolvimento em curso. 
Pode-se afirmar que as causas básicas que provocam atividades ecologicamente predatórias 
são atribuídas às instituições sociais, aos sistemas de informação e comunicação e aos 
valores adotados pela sociedade. 
Isso implica principalmente a necessidade de estimular a participação mais ativa da sociedade 
no debate dos seus destinos, como uma forma de estabelecer um conjunto socialmente 
identificado de problemas, objetivos e soluções.
O caminho a ser desenhado passa necessariamente por uma mudança no acesso à 
informação e por transformações institucionais que garantam acessibilidade e transparência 
na gestão. Existe um desafio essencial a ser enfrentado, e está centrado na possibilidade 
de que os sistemas de informação e as instituições sociais se tornem facilitadores de um 
processo que reforce os argumentos para a construção de uma sociedade sustentável. 
Para tanto é preciso que se criem todas as condições para facilitar o processo, suprindo dados, 
desenvolvendo e disseminando indicadores e tornando transparentes os procedimentos 
por meio de práticas centradas na educação ambiental que garantam os meios de criar 
novos estilos de vida e promovam uma consciência ética que questione o atual modelo 
de desenvolvimento, marcado pelo caráter predatório e pelo reforço das desigualdades 
socioambientais.
construção de uma 
sociedade sustentável
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A sustentabilidade, como novo critério básico e integrador, precisa estimular permanentemente 
as responsabilidades éticas, na medida em que a ênfase nos aspectos extra econômicos 
serve para reconsiderar os aspectos relacionados com a equidade, a justiça social e a própria 
ética dos seres vivos.
A noção de sustentabilidade implica, portanto, uma inter-relação necessária de justiça social, 
qualidade de vida, equilíbrio ambiental e ruptura com o atual padrão de desenvolvimento. 
Nesse contexto, a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na 
conscientização, na mudança de comportamento, no desenvolvimento de competências, na 
capacidade de avaliação e na participação dos educandos. A educação ambiental propicia 
aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições 
básicas para estimular maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio ambiente.
Nesse sentido, a relação entre meio ambiente e educação para a cidadania assume papel 
cada vez mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para apreender 
processos sociais que se complexificam e riscos ambientais que se intensificam. As políticas 
ambientais e os programas educativos relacionados à conscientização da crise ambiental 
pedem cada vez mais novos enfoques integradores de uma realidade contraditória e geradora 
de desigualdades e que transcendem a mera aplicação dos conhecimentos científicos e 
tecnológicos disponíveis. O desafio é, pois, formular uma educação ambiental que seja crítica 
e inovadora, em dois níveis: formal e não formal.
Assim, a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a 
transformação social. Seu enfoque deve buscar uma perspectiva holística de ação, que 
relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo em conta que os recursos naturais se 
esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o homem.
Os grandes desafios para os educadores ambientais são: de um lado, o resgate e o 
desenvolvimento de valores e comportamentos (confiança, respeito mútuo, responsabilidade, 
compromisso, solidariedade e iniciativa); de outro,o estímulo a uma visão global e crítica das 
questões ambientais e a promoção de um enfoque interdisciplinar que resgate e construa saberes.
Vale ressaltar que quando nos referimos à educação ambiental, situamo-la em contexto 
mais amplo, o da educação para a cidadania, configurando-a como elemento determinante 
para a consolidação de sujeitos cidadãos. O desafio do fortalecimento da cidadania para a 
população como um todo – e não para um grupo restrito – concretiza- se pela possibilidade 
de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres e de se converter, portanto, em ator 
corresponsável na defesa da qualidade de vida.
O principal eixo de atuação da educação ambiental deve buscar, acima de tudo, a 
solidariedade, a igualdade e o respeito à diferença, com formas democráticas de atuação 
baseadas em práticas interativas e dialógicas. Isso se consubstancia no objetivo de criar 
novas atitudes e comportamentos diante do consumo na nossa sociedade e de estimular a 
mudança de valores individuais e coletivos.
A educação ambiental é atravessada por vários campos de conhecimento, o que a situa como 
uma abordagem multirreferencial; a complexidade ambiental reflete um tecido conceitual 
heterogêneo, em que os campos de conhecimento, as noções e os conceitos podem ser 
originários de várias áreas do saber. A dimensão ambiental representa a possibilidade de 
lidar com conexões entre diferentes dimensões humanas, propiciando entrelaçamentos e 
múltiplos trânsitos entre múltiplos saberes. A escola participa, então, dessa rede como uma 
instituição dinâmica com capacidade de compreender e articular os processos cognitivos 
com os contextos da vida. A educação insere-se na própria teia da aprendizagem e assume 
papel estratégico nesse processo.
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Podemos dizer que a educação ambiental, na escola ou fora 
dela, continuará a ser uma concepção radical de educação, 
não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento 
educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época 
e nossa herança histórica e ecológica exige alternativas 
radicais, justas e pacíficas.
E o que dizer do meio ambiente na escola?
Você deve estar se fazendo essa pergunta. Pode-se dizer 
que um processo de reconstrução interna (dos indivíduos) 
ocorre partir da interação com uma ação externa (natureza, 
reciclagem, efeito estufa, ecossistema, recursos hídricos, 
desmatamento) na qual os indivíduos se constituem como 
sujeitos pela internalização de significações que são 
construídas e reelaboradas no desenvolvimento de suas 
relações sociais. A educação ambiental, como tantas outras 
áreas de conhecimento, pode assumir, assim, parte ativa 
de um processo intelectual constantemente a serviço da 
comunicação, do entendimento e da solução dos problemas.
Trata-se de um aprendizado social baseado no diálogo 
e na interação em constante processo de recriação e 
reinterpretação de informações, conceitos e significados 
que podem se originar do aprendizado em sala de aula ou 
da experiência pessoal do aluno. 
Dessa forma, a escola pode transformar-se no espaço 
em que o aluno terá condições de analisar a natureza 
em um contexto entrelaçado de práticas sociais, parte 
de uma realidade mais complexa e multifacetada. O 
mais desafiador é evitar cair na simplificação de que a 
educação ambiental poderá superar uma relação pouco 
harmoniosa entre os indivíduos e o meio ambiente 
mediante práticas localizadas e pontuais, muitas vezes 
distantes da realidade social de cada aluno.
Cabe sempre enfatizar a historicidade da concepção de 
natureza, o que possibilita a construção de uma visão mais 
abrangente e que abra possibilidade para uma ação em 
busca de alternativas e soluções.
E como educação ambiental se relaciona com cidadania? 
Cidadania tem a ver com identidade e pertencimento a 
uma coletividade. A educação ambiental, como formação 
e exercício de cidadania, refere-se a uma nova forma de 
encarar a relação do homem com a natureza, baseada numa 
nova ética, que pressupõe outros valores morais e uma 
maneira diferente de ver o mundo e os homens.
A educação ambiental deve ser vista como um processo de 
permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas 
de conhecimento e forma cidadãos com consciência local 
e planetária.
A educação 
ambiental deve 
ser vista como 
um processo 
de permanente 
aprendizagem
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O que tem sido feito em termos de educação ambiental?
A grande maioria das atividades é feita dentro de uma modalidade formal. Os temas 
predominantes são lixo, proteção do verde, uso e degradação dos mananciais, ações para 
conscientizar a população em relação à poluição do ar. A educação ambiental que tem 
sido desenvolvida no país é muito diversa, e a presença dos órgãos governamentais como 
articuladores, coordenadores e promotores de ações é ainda muito restrita.
No caso das grandes metrópoles, existe a necessidade de enfrentar os problemas da 
poluição do ar, e o poder público deve assumir papel indutor do processo. A redução do 
uso do automóvel estimula a corresponsabilidade social na preservação do meio ambiente, 
chama a atenção das pessoas e as informa sobre os perigos gerados pela poluição do ar. 
Mas isso implica a necessidade de romper com o estereótipo de que as responsabilidades 
urbanas dependem em tudo da ação governamental, e os habitantes mantêm-se passivos 
e aceitam a tutela.
O grande salto de qualidade tem sido feito pelas ONGs e organizações comunitárias, 
que têm desenvolvido ações não formais centradas principalmente na população infantil 
e juvenil. A lista de ações é interminável, e essas referências são indicativas de práticas 
inovadoras preocupadas em incrementar a corresponsabilidade das pessoas em todas as 
faixas etárias e grupos sociais quanto à importância de formar cidadãos cada vez mais 
comprometidos com a defesa da vida.
A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as 
pessoas para transformar as diversas formas de participação em potenciais caminhos de 
dinamização da sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada 
na educação para a participação.
O complexo processo de construção da cidadania no Brasil, num contexto de aumento das 
desigualdades, é perpassado por um conjunto de questões que necessariamente implica 
a superação das bases constitutivas das formas de dominação e de uma cultura política 
calcada na tutela. O desafio da construção da cidadania ativa configura-se como elemento 
determinante para constituição e fortalecimento de sujeitos cidadãos que, portadores de 
direitos e deveres, assumam a importância da abertura de novos espaços de participação.
Atualmente, o desafio de fortalecer uma educação ambiental convergente e multirreferencial 
é prioritário para viabilizar uma prática educativa que articule de forma incisiva a necessidade 
de enfrentar concomitantemente a degradação ambiental e os problemas sociais. Assim, o 
entendimento sobre os problemas ambientais se dá por uma visão do meio ambiente como 
um campo de conhecimento e significados socialmente construído, que é perpassado pela 
diversidade cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse. O aluno precisa ser situado 
nesse universo de complexidades; seus repertórios pedagógicos devem ser amplos e 
interdependentes, visto que a questão ambiental é um problema híbrido, associado a diversas 
dimensões humanas.
Os professores devem estar cada vez mais preparados para reelaborar as informações 
que recebem, especialmente as ambientais, a fim de poder transmitir e decodificar para os 
alunos a expressão dos significados sobre o meio ambiente e a ecologia nas suas múltiplas 
determinações e interseções. A ênfase

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