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Fichamento do capítulo 2 de Jackson e Sorense (Introdução às Relações Internacionais)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Fichamento do segundo capítulo do livro “Introdução às Relações Internacionais” de Jackson e Sourense
Dra. Érica Winand (professora de Introdução às Relações Internacionais – UFS)
Aluna: Beatriz do Piauí Barbosa
São Cristóvão, 22 de outubro de 2016
2 – RI como um tema acadêmico
Introdução
A ideia de que a mudança da condição do Estado Soberano no contexto de um sistema maior faz parte dos questionamentos do núcleo tradicional das RI, já as RI contemporâneas além dessa ideia também abordam diferentes questões como interdependência econômica, direitos humanos, corporações transnacionais, organizações internacionais, meio ambiente, gênero, desigualdades desenvolvimento, terrorismo, entre outros. Dentro das tradições teóricas nas RI encontram-se o realismo, o liberalismo, a sociedade internacional e a EPI. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, houve três debates desde que as RI se tornou uma disciplina acadêmica, o primeiro foi entre o liberalismo utópico e o realismo, o segundo entre o tradicionalismo e o behaviorismo e o terceiro, entre o neorrealismo/neoliberalismo e o neomarxismo. Na atualidade, entramos em um quarto debate que envolve tradições contra alternativas pós-positivistas.
2.1 – O desenvolvimento do pensamento de RI
Analisa-se o contexto histórico para com o desenvolvimento da condição do Estado soberano passando para a discussão teórica entre os acadêmicos de RI e outras disciplinas as quais englobam e influenciam as RI.
Liberalismo utópico: o estudo inicial de RI
Primeira Guerra Mundial foi o marco decisório para que se estabelecesse a disciplina acadêmica de RI. Como a guerra foi um momento traumatizante dentro da história da humanidade, o desejo mundial de não repetição do mesmo erro acabou levando a firmação das RI como tema acadêmico. Ao final da guerra, perguntas como “por que a guerra deu início?”, “por que a Grã-Bretanha, a França, a Rússia, a Alemanha, a Áustria, a Turquia e outros países continuaram a guerra se haviam reduzidas chances de um ganho lucrativo?” foram feitas e a base de resposta para estas teve muita influência do liberalismo. Quem segue essa teoria, acredita que a Primeira Guerra não foi atribuída de julgamentos errados ou limitados de líderes autocráticos com forte poderio militar.
2.2 – Julgamentos errados de liderança e guerra
De acordo com Stoessinger, o caráter de cada um dos líderes estava gravemente contaminado pela arrogância, pela estupidez, pelo descuido ou pela fraqueza. A fraca teoria da balança de poder e o sistema de alianças deveriam passar por uma reforma no seu fundamentalismo para vetar que tal calamidade ocorresse novamente. O presidente dos EUA nessa época era Woodrow Wilson, o qual tinha como objetivo levar a democracia liberal e seus valores à Europa e ao resto do mundo. A ideia liberal tinha apoio político do Estado mais poderoso da época e os pensadores liberais tinham ideias e crenças sobre como evitar os futuros desastres como, por exemplo, a reforma do SI e das estruturas nacionais de países autocráticos. 
2.2 – Tornando o mundo mais seguro para a democracia
Como dito anteriormente, o presidente Wilson almejava levar os valores democráticos para o resto do mundo, chegando a receber até um Nobel da Paz em 1919 por conta do que ficou conhecido como “Os 14 pontos de Wilson”. A paz de Wilson preconizava o fim da diplomacia secreta, defendia a liberdade nos mares e as barreiras de livre comércio deveriam ser retiradas, os armamentos devem ser reduzidos ao ponto mais baixo possível, reinvindicações de colônias e territórios devem ser solucionadas na base do princípio de autodeterminação dos povos e a criação de uma associação geral de nações com o propósito de garantir independência política e integridade territorial de todas as nações de forma igual. O crescimento da democracia liberal na Europa, para Wilson, colocaria um fim aos líderes autocráticos e tendenciosos à guerra, os levando a substituí-los por governos de paz. Em resumo, o idealismo wilsoniano seria a convicção de que se pode colocar um fim à guerra e alcançar a paz de forma permanente por meio de uma organização internacional. 
Norman Angell em 1919 publica o livro A grande ilusão, onde a “ilusão” é uma referência aos políticos que acreditam que a guerra pode ser um meio de se lucrar e seu sucesso é um benefício ao lado vencedor. Angell acredita que a realidade é a oposição dessa ilusão, a conquista de territórios é cara e politicamente desagregadora afinal abala o comércio internacional. A ideia de Angell é precursora do liberalismo sobre a interdependência econômica.
 Apesar de conquistas como o pacto de Kellog-Briand, acordo assinado por todos os países para abolir a guerra (somente em casos de autodefesa poderia ser justificada), a difusão da civilização democrática não aconteceu. O que ocorreu na verdade foi o espalhamento do Estado responsável por promover a guerra, autocrático, autoritário e militar. 
2.4 – A Liga das Nações
A Liga das Nações nunca conseguiu cumprir o objetivo de organização internacional forte e capaz de controlar os Estados poderosos, além disso, o Estado mais forte do SI, os Estados Unidos, não se juntou à Liga. Dentro de sua organização interna, havia três órgãos principais: Conselho, Assembleia e Secretariado. Todas as decisões deveriam ser unânimes, no entanto, cada membro decidia se uma infração tinha ou não ocorrido e se as penalidades deveriam ser aplicadas ou não. 
2.5 – Mudanças na produção industrial de 1929-30
Acontece a retração do comércio mundial, onde há uma queda de 1929 até 1933 de 2.000 milhões de dólares nas importações de 75 países de acordo com Kindleberger. 
O realismo e os vinte anos de crise
O liberalismo acabou não sendo de fato a melhor orientação intelectual nas RI nos anos 30, com isso começou a se falar então no realismo clássico de Tucídides, Maquiavel e Hobbes, onde o poder é o centro. A crítica mais sagaz do idealismo liberal foi a de E.H. Carr em Vinte anos de crise, ele argumenta que os pensadores liberais de RI interpretaram de forma equivocada os fatores históricos e não entenderam a natureza das relações internacionais já que acreditavam que as relações poderiam ter base em uma harmonia de interesses entre países e pessoas. Segundo Carr, o ponto de partida correto seria assumir que há fortes conflitos de interesse tanto entre países como entre pessoas. Algumas pessoas e alguns Estados estão em melhor situação do que outros, e tentarão continuar desse modo, mas os perdedores lutarão para mudar essa situação. As relações internacionais são a luta entre desejos e interesses conflitantes e, por conseguinte, envolvem muito mais a rivalidade do que a cooperação. Carr classificou a posição liberal de "utópica" o que implica uma ideia de que a sua abordagem realista é mais séria e correta na análise das relações internacionais. 
Também surge a época, fugindo do regime nazista na Alemanha, Hans J. Morgenthau. Ele levou o realismo para os Estados Unidos com o livro Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz, para o autor, a natureza humana é a base das relações internacionais e como os seres humanos buscam seus próprios interesses e poder, agressões ocorrem com facilidade. Outra explicação diz sobre a religião cristã, que, de acordo com a Bíblia, os seres humanos foram contemplados com o pecado original e uma tentação para o mal desde a expulsão de Adão e Eva do paraíso. A natureza humana é claramente má, ponto de partida para análise realista. 
Outro elemento do realismo diz respeito a natureza das relações internacionais, não há um governo mundial, mas um sistema de Estados armados e soberanos que se enfrentam, a política mundial é uma anarquia internacional. É natural que os que "nada possuíam" tentassem reparar o equilíbrio internacional por meio da força. De acordo com a análise realizada, a única resposta apropriada para tais tentativas da criação de um poder contraposto e o uso inteligente deste poder na preparaçãopara a defesa nacional e na dissuasão de potências agressoras. Ou seja, era essencial manter uma balança de poder efetivo como o único meio de preservar a paz e impedir a guerra. A visão cíclica da história também é abordada mas como a continuação e repetição e não como uma evolução qualitativa para melhor assim como acreditavam os liberais. O realismo de Carr e Morgenthau associava o pessimismo humano a noção política de poder entre Estados.
2.6 - A resposta de Freud para Einstein
Freud deduziu que um governo mundial era uma necessidade para haver disciplina sobre um sistema internacional anárquico e Einstein concordou com ele, no entanto, Einstein se tornou defensor da União Mundial de Federalistas e Freud duvidava da capacidade dos humanos em superar suas ligações irracionais com o nacionalismo e a religião, logo, ele permaneceu pessimista à esperança da guerra ser reduzida na política mundial.
2.7 - O primeiro grande debate das RI
Vencido pelos pensadores realistas, o realismo venceu não só nas relações internacionais de forma acadêmica, mas também entre políticos e diplomatas. Ainda que tenha vencido o primeiro debate ainda permaneceu as teorias de competição que se recusaram de aceitar uma derrota.
A voz do behaviorismo nas RI
Segundo grande debate em RI vai englobar questões de metodologia. Depois da Segunda Guerra Mundial, agências governamentais e fundações privadas passaram a apoiar a pesquisa de RI, o apoio levou os estudiosos a adotar uma metodologia rigorosa, portanto, o histórico acadêmico dos estudiosos de RI em relação ao primeiro debate mudou completamente e, por consequência, a ideia de como se deveria estudar RI. As novas reflexões foram denominadas de behaviorismo.
2.8 - A ciência behaviorista em resumo 
Para Dougherty e Pfaltzgraff “uma vez selecionadas para pesquisa, as questões devem ser colocadas de forma bem clara (...) partindo do pressuposto de que as ferramentas matemáticas sejam associadas a esquemas classificatórios cuidadosamente construídos (...) temos os ingredientes de uma hipótese que pode ser expressa em referências determináveis e que, se validadas, seriam tanto explicativas quanto previsíveis”.
O behaviorismo não é uma teoria nova de RI e sim um novo método de estudar. O interesse são os fatos observáveis e as informações, cálculos precisos e acervo de dados para possibilitar identificação de padrões comportamentais e assim, definir “leis” das RI. Tinham a tendência a estudar os fatos e ignorar os valores. A nova abordagem diferia muito da tradicional, pois esta aceita a complexidade do mundo humano e entende as relações internacionais como parte do sistema humano e busca compreensão dentro de uma visão humanista, seguindo a tradição, as RI são um tema que nunca poderiam ser estritamente científica. O behaviorismo também não inclui a questão da ética no estudo das RI. Os críticos acreditam que o principal erro na nova metodologia é tratar as relações humanas como um fenômeno exógeno.
2.9 – O procedimento científico dos behavioristas
Diferenciação entre as abordagens tradicionais e as behavioristas onde o entendimento tradicional passa a ser a explicação behaviorista, as normas e valores mudam para hipóteses, o julgamento vira acervo de dados, o conhecimento histórico é menos importante do que o conhecimento científico e o teórico das RI passa a estar fora do assunto estudado pelo próprio. 
Neoliberalismo: instituições e interdependência
Ainda dentro do que Dougherty e Pfaltzgraff escreveram: o resultado do acervo de dados dentro do método científico dos behavioristas é observado cuidadosamente, registrado, analisado e logo após a hipótese é descarta, modificada, reformulada ou confirmada. 
Os behavioristas não venceram o segundo grande debate porque não houve de fato um vencedor. Conquanto, ele teve um efeito duradouro nas RI, depois a Segunda Guerra, a disciplina foi dominada por acadêmicos onde a maioria era a favor das aspirações quantitativas e científicas. Isso acabou levando grande influência às novas formulações do realismo e do liberalismo - o neorrealismo e o neoliberalismo.
2.10 – O segundo grande debate das RI
O realismo foi o vencedor do primeiro grande debate e continuou com a abordagem predominante, o segundo debate sobre a metodologia não alterou esse quadro. Porém, nos anos 50, 60 e 70, o comércio, investimento, viagens, comunicação e outras questões do tipo tornaram-se predominantes nas relações internacionais e também as interações entre democracias liberais do Ocidente. Sendo assim, surgiram os neoliberais, os quais compartilhavam ideias antigas dos liberais, mas rejeitando o idealismo e também se baseando na metodologia behaviorista.
2.11 – Países da OCDE, total de importações/exportações, milhões correntes de dólares americanos
Há um aumento estrondoso, chegando até a 4.379.185 milhões de dólares nas importações e 4.041.170 milhões de dólares nas exportações do ano 1965 para o ano 2000. 
Ao falar em integração, a referência é para a cooperação internacional. Os pioneiros na teoria de integração estudaram algumas atividades funcionais através das fronteiras, outros neoliberais estudaram como a integração se sustentava. Esse contexto embasou o liberalismo sociológico, tendência neoliberal com foco no impacto das atividades transnacionais. Nos anos 50, Karl Deutsch argumentou que atividades interligadas criavam identidades e valores comuns entre as pessoas de Estados diferentes e construía afetividade e paz, logo a guerra se tornava menos provável. Na década de 70, a força militar não é mais uma possibilidade de instrumento de política externa e nas democracias ocidentais há outros atores, Keohane e Nye são os principais contribuidores no que agora se denomina como liberalismo de interdependência. Em um grande nível de interdependência, os Estados tem tendência a estabelecer instituições internacionais para lutar e debater com problemas em comum, as organizações conseguem promover cooperação atráves das fronteiras, essa forma de neoliberalismo é o liberalismo institucional, encabeçado Keohane –novamente- e Oran Young. Já o liberalismo republicano trata-se de recuperar tema já desenvolvido pelo pensamento liberal como a ideia de que as democracias liberais aprimoram a paz, afinal não entram em guerra entre si e essa tendência neoliberal foi apresentada por Michael Doyle. Doyle dizia que a paz democrática possui três pilares: resolução pacífica de conflitos entre Estados democráticos, valores comuns entre os Estados democráticos e a cooperação econômica entre as democracias. Os acadêmicos de RI já haviam aceitado que o neoliberalismo era a nova abordagem predominante na disciplina até que Kenneth Waltz nos anos 70 dá inicio a nova roupagem do realismo, o neorrealismo.
2.12 – Neoliberalismo: progresso e cooperação
Liberalismo sociológico → Transnacionalização; valores comuns.
Liberalismo de interdependência → Estimulação a cooperação através de transações.
Liberalismo institucional → Instituições internacionais.
Liberalismo republicano → Democracias liberais coexistindo de forma pacífica.
Neorrealismo: bipolaridade e conforto
Waltz tentou reformular o realismo usando os argumentos das relações internacionais em forma de leis, alcançando validação científica. O enfoque na estrutura do SI era importante para o teórico, definindo-a da seguinte maneira: o sistema internacional é uma anarquia composta por unidades semelhantes, todavia, há diferença em um ponto entre os Estados, o poder. A busca dos Estados pelo poder e pela segurança não é motivada pela natureza humana e sim, em função da estrutura do sistema internacional que os obriga a agir desta forma. A não-negação de todas as possibilidades de integração também fazem parte da teoria, mas afirmam que os cooperativos sempre tentaram maximizar seu poder relativo e preservar a autonomia, logo a cooperação entre democracias liberais industrializadas não justifica a visão neoliberalista. Em 1980, neorrealistas e neoliberais quase compartilharam um ponto de partidade análise neorrealista, o de que os Estados são os principais atores e de que ainda é uma anarquia internacional e cuidam sempre de seus melhores interesses. Algumas das versões do neorrealismo e do neoliberalismo deixaram de ser totalmente opostas –como a questão de ambas apoiarem o projeto científico dos behavioristas- mas alguns neorrealistas como Mearsheimer e alguns neoliberais como Rosenau ainda continuam argumentando sem chegar a um acordo, ou seja, o debate permanece ativo.
Sociedade internacional: a escola inglesa
Nos anos 50 e 60, os norte-americanos dominavam o meio acadêmico de RI, com o fim da Guerra Fria, outros lugares ganharam espaço no meio acadêmico –como estudiosos na Europa- e passaram a questionar os pesquisadores estado-unidenses. No Reino Unido, uma escola apresentou duas diferenciações, a rejeição ao behaviorismo e a volta ao método tradicional com base no humanismo, normas e história. O termo “sociedade internacional” é mais correto do que “escola inglesa” pois muitos dos estudiosos não eram ingleses do Reino Unido e seus acadêmicos de maior destaque foram Martin Wight e Hedley Bull. 
O reconhecimento do poder nas RI, a importância do Estado e sistema estatal estão presentes na sociedade internacional, entretanto, é rejeitava a ideia realista de que a política mundial corresponde ao estado de natureza de Hobbes, para eles o Estado era uma mistura de Estado de poder (Machtstaat) com o Estado constitucional (Rechtsstaat), poder e lei tem realce nas relações internacionais. Todavia, apesar de concordar com a coexistência dos Estados em uma anarquia internacional, apoiadores da sociedade internacional consideram o sistema anárquico uma condição social, ou seja, a política mundial fica conhecida como o que Bull chama de “sociedade anárquica”. Os teóricos também reconhecem o indivíduo e sua importância para com os Estados, deixando as ONGs e OIs a margem da centralidade da política mundial. Dão ênfase nas interações interestatais e subestimam a importância das relações internacionais. 
2.13 – Sociedade Internacional
A definição de Bull para sociedade internacional defende a existência de um grupo de Estados, os quais compartilham interesses e valores comuns, o que os leva a formação de uma sociedade por conta do vínculo de regras e instituições em comum.
Partindo da premissa pelo sistema da ONU, o poder e as leis se mostram notórios na sociedade de Estados. A configuração de poder entre os Estados é desigual, a exemplo do Conselho de Segurança que com apenas cinco Estados membros pode vetar decisões mundiais, este é o poder e elemento de desigualdade na sociedade internacional. A importância dos indivíduos é enaltecida pela ONU a partir da Declaração Universal de Direitos Humanos nos anos 40 e até os dias atuais promove a definição de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais. 
Segundo teóricos da sociedade internacional, a busca na elaboração de hipóteses para leis científicas de relações internacionais e a explicação de modo científico não é interessante, é defendida a busca por entender as RI e interpretá-las afinal, RI é exploração da presença de todos os fatores e problemas dos líderes estatais. Poder e interesses relacionados a nação também são importantes, tanto quanto normas e instituições. Estados são importantes como seres humanos. 
2.14 – Sociedade Internacional (escola inglesa)
Há uma explicação da metodologia e dos principais elementos no SI, mostrando o entendimento como um elemento realista de poder, o julgamento de acordo com a ideologia liberal de regras, procedimentos e direito internacional, valores e normas como elemento cosmopolita de direitos humanos e a inserção do conhecimento histórico e do teórico dentro do assunto.
O desafio da abordagem da sociedade internacional não é um novo grande debate, mas um prolongamento do primeiro e a renúncia do behaviorismo do segundo debate. A abordagem dessa corrente mostra que a diferença entre realismo e liberalismo é exagerada, o mundo não pode escolher entre poder e leis de forma tão categórica. A ideia de “leis” das RI falham ao interpretar erroneamente a natureza das relações internacionais. As RI são uma área de relações predominantemente humanas, logo não podem ser tomadas como algo objetivo.
Economia política internacional (EPI)
Os “novos” Estados se mostravam fracos economicamente, estes foram denominados de Terceiro Mundo. Na década de 70, houve o desenvolvimento por parte destes países e o início de uma pressão por mudanças no SI para melhorar sua posição em relação aos Estados de Primeiro Mundo. Assim, nasce o neomarxismo, tentativa de reflexão sobre os novos Estados. Aparece então a base para um terceiro grande debate em RI, sobre riqueza e pobreza internacional – a economia política internacional (EPI) – desenvolvendo-se como crítica neomarxista adjunta de respostas liberais e realistas. Os neomarxistas analisam o Terceiro Mundo como controlados por Estados capitalistas ricos que os usam para continuar sendo poderosos. Andre Gunder Frank crê na troca desigual e apropriação de economia por poucos são inerentes ao sistema capitalista, logo, enquanto o capitalismo estiver vigente, o Terceiro Mundo nunca será desenvolvido. Já Immanuel Wallerstein concorda que o Terceiro Mundo tem como conseguir melhorar dentro do capitalismo global, mas apenas poucos podem conseguir essa proeza, pois não há lugar para todos. 
O pensamento liberal da EPI diz que a prosperidade da humanidade é alcançada através da livre expansão do capitalismo e declínio da importância de valores territoriais, em contrapasso, a EPI marxista coloca o capitalismo como instrumento de exploração dos países ricos para com o Terceiro Mundo.
2.15 – Terceiro grande debate em RI

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