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LINDB quadros2 alunos.doc

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LINDB
2ª PARTE
 CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO 
O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e as velhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de ser revogada. Isso porque alguns fatos iniciam-se sob a égide de uma lei e só se extinguem quando outra nova está em vigor. Para solucionar tais conflitos existem dois critérios: 
• disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo novo concilia a nova norma com as relações já definidas pela norma anterior; 
• princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir fatos e efeitos já consumados sob a lei antiga. 
Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de acordo com a produção de efeitos, temos que eles podem ser: 
a) Pretéritos – são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem seus efeitos produzidos na vigência daquela lei. 
b) Futuros – são os que ainda não foram gerados. 
c) Pendentes – são os que foram constituídos na vigência de uma lei anterior e não produziram todos os seus efeitos nela. 
Ex: Celebrei um contrato de empréstimo no ano passado e até hoje a coisa emprestada está emprestada comigo. Esse contrato embora constituído na vigência de uma lei, ele continua produzindo seus efeitos na vigência da lei revogadora. Segundo o Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada a lei anterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro. 
Analisando o art. 6o da LINDB, percebemos que a lei, em regra, é irretroativa, devendo ser expedida para disciplinar fatos futuros. Entretanto, a retroatividade da lei pode ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Art. 6º da LINDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil de ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico: 
• Ato Jurídico Perfeito – ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo. O ato jurídico perfeito é o já consumado, segundo a norma vigente, ao tempo em que se efetuou, produzindo seus efeitos jurídicos, uma vez que o direito gerado foi exercido. 
• Direito Adquirido – direito incorporado ao patrimônio do particular. O direito adquirido é o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, de modo que nem lei nem fato posterior possa alterar tal situação jurídica, pois há direito concreto, ou seja, direito subjetivo e não direito potencial ou abstrato. 
Como exemplo de ato jurídico perfeito o contrato de locação celebrado durante a vigência de uma lei que não pode ser alterado somente porque a lei mudou; ou seja, é necessário que o prazo do contrato termine. 
Como exemplo de direito adquirido temos a pessoa que se aposenta e, posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir aquele que já está aposentado. 
Coisa julgada
A coisa julgada é uma qualidade da sentença (declaratória ou constitutiva) e dos efeitos do julgamento. E o fenômeno processual consistente na imutabilidade e indiscutibilidade da sentença, posta ao abrigo dos recursos, então, definitivamente preclusos, e dos efeitos por ela produzidos porque os consolida, privilegiando a segurança jurídica dos litigantes. 
Caducidade
Haverá casos em que se terá a caducidade da norma, p. ex., quando ocorrer á superveniência de uma situação prevista na própria norma, cuja ocorrência a tornará sem efeito, sem que haja norma revogadora implícita ou explícita. Tal situação poderá referir-se quanto: a) ao fator temporal- se a lei fixar prazo final de sua vigência, completado este ela não mais produzirá efeitos; b) a uma condição fática, se a norma for editada para atender à calamidade ou a situação emergencial, que, deixando de existir, tornará a norma sem eficácia, por não mais poder ter incidência. 
CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO 
Pela LINDB (arts. 7º a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Estados, por isso, é que a LINDB é considerada o Estatuto de Direito Internacional Público e Privado.
Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou (princípio da territorialidade). Entretanto, visando facilitar as relações internacionais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de leis estrangeiras dentro do território nacional e de leis nacionais dentro do território estrangeiro (princípio da extraterritorialidade). 
Desta forma, pelo princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leis e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde que observadas as seguintes regras: 
1) não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
2)    não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF.
	TERRITORIALIDADE 
	Art. 8º
	Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 
	Art. 9º
	Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem. 
	Art. 11
	As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. 
	Art. 13
	A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
	EXTRATERRITORIALIDADE 
	Art. 7º
	A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
	Art. 10
	A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
	Art. 12
	É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
	Art. 17
	As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

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