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APOSTILA CIVIL II - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - ART 233 A 420

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P A R T E      E S P E C I A L - CODIGO CIVIL - ARTIGOS 233 a 420
OBRIGAÇÕES:
O direito das obrigações tem por objetivo relações jurídicas denominadas direitos de crédito, direitos pessoais ou obrigacionais. O direito das obrigações se baseia principio da vontade. 
Direito Real: Em síntese, para a teoria clássica ou realista, os direitos reais devem ser vistos como um poder direto e imediato sobre a coisa, enquanto os direitos pessoais traduzem uma relação entre pessoas, tendo por objeto uma prestação. Ainda que essa prestação seja mediatamente dirigida a um bem, como ocorre nas obrigações de dar, o objeto em si dos direitos pessoais é sempre o comportamento do devedor, diferentemente do que se tem nos direitos reais, pois estes incidem imediatamente sobre a coisa. O direito real é o poder, o domínio do sujeito ativo sobre a coisa.
Direito pessoal: é o vínculo sob o qual o credor pode exigir a prestação. Direito pessoal de exigir ou não a prestação. 
Teoria unitária e teoria dualista: a teoria unitária realista procura unificar os direitos reais e obrigacionais a partir do critério do patrimônio, considerando que o direito das coisas e o direito das obrigações fazem parte de uma realidade mais ampla, que seria o direito patrimonial. Entretanto, a diversidade de princípios que os orientam dificulta a sua unificação em um só sistema. Mostra-se, portanto, a doutrina denominada dualista ou clássica mais adequada à realidade. 
TeoriaClássicaDualista: concepção dualista, pode-se dizer que o direito real apresenta características próprias, que o distinguem dos direitos pessoais ou obrigacionais. Sua disciplina segue, dentre outros, os princípios:
Fontes das obrigações:São fontes das obrigações de acordo com CC: os Contratos, as declaraçõesde vontadeou atos unilateraiseosatos ilícitos (fontes secundarias). A FONTE PRIMARIA É A LEI. 
Responsabilidade: conseqüência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional. Não cumprida à prestação nasce à responsabilidade. Também é possível uma obrigação sem responsabilidade (ex. divida prescrita). Normalmente, as relações jurídicas são compostas por uma relação jurídica ordinária (obrigacional) e outra derivada (responsabilidade). Responsabilidade é uma relação jurídica derivada di inadimplemento da relação jurídica originaria.
Obrigação:
Significa submissão a uma regra de conduta cuja autoridade é reconhecida. É o vínculo de conteúdo patrimonial entre credores e devedores.   Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação. Corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível.
Direito das obrigações consiste num complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial, que têm por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro. Visa, portanto, regular aqueles vínculos jurídicos em que ao de exigir uma prestação, conferindo alguém, corresponde a um dever de prestar imposto a outrem, como por exemplo, o direito que tem o vendedor de exigir do comprador o preço convencionado. 
Obrigação éa relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre o devedor e o credor, e cujoobjeto consiste numa prestação econômica positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo patrimônio.
A obrigação possui três elementos: Sujeito ativo (credor), Sujeito Passivo (devedor) e objeto (coisa)
Sujeito ativo (credor):configura apenas uma parte: a que possui o crédito - o credor - vocábulo este derivado do latim creditor, que provém do verbo credere, cujo significado é confiar. Na relação jurídica, sujeito ativo é a parte a favor de que a obrigação deve ser adimplida. Para o credor, a obrigação constitui, conseguintemente, um direito subjetivo. O credor possui a pretensão, que é o poder de exigir do devedor o cumprimento da obrigação. 
Toda pessoa pode figurar no pólo ativo da relação obrigacional, assim, inclusive os incapazes pode ser credores. 
Sujeito Passivo (devedor): é aquele que se obriga a realizar a prestação. 
Objeto da obrigação: consiste no ato ou fato que cabe ao devedor, sujeito passivo prestar. Daí dar-se ao objeto o nome de prestação, podendo esta ser positiva quando o devedor se obrigar a dar ou fazer alguma coisa e negativa, quando esse se constitui no dever de não fazer, ou abster-se de alguma coisa. É ação ou omissão a que o devedor fica restrito e que o credor tem o direito de exigir.O objeto deve ser lícito, sob pena de nulidade, determinável ou determinado, possível e economicamente apreciável(Art. 104 cc); A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negocio jurídico, se for relativa ou se cessar antes da condição a que ele estiver subordinado (art. 106)
Obs.: Os sujeitos da obrigação, tanto o ativo como o passivo, podem ser pessoa natural como jurídica, de qualquer natureza, bem como as sociedades de fato. Devem ser determinados ou, aos menos, determináveis. No contrato de doação, por exemplo, o donatário, às vezes, é indeterminado, mas determinável no momento de seu descumprimento, pelos dados nele constantes (o vencedor de um concurso, o melhor aluno uma classe etc.). Se não forem capazes, serão representados ou assistidos por seus representantes legais, dependendo ainda, em alguns casos, de autorização judicial. 
Elemento subjetivo: Os sujeitos da relação (ativo e passivo)
Elemento objetivo: é o objeto da relação jurídica
Vínculo jurídico existente entre os sujeitos da relação. 
Classificação das obrigações: 
Quanto às espécies: 
DAR: 
COISA CERTA (ART. 233) 
COISA INCERTA (ART. 243)
FAZER:
INFUNGÍVEL ART 247 
FUNGÍVEL ART. 249 
EMITIR DECLARACAO DE VONTADE 
NÃO FAZER - ART 250 
Quanto seus elementos: 
Simples: um sujeito ativo + um sujeito passivo + um objeto 
Facultativas: com possibilidade de substituição de objeto
Composta: 
Pormultiplicidade de sujeitos
Por multiplicidade de objetos(cumulativas e alternativas)
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS X OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: 
Nas obrigações facultativas há apena uma prestação devida, podendo o credor exigir a prestação principal. Nas obrigações alternativas há varias prestações, sendo valida a partir da primeira prestação cumprida, podendo o credor exigir o pagamento de diferentes prestações, a obrigação somente se extinguira com o perecimento de todas as obrigações. 
OBRIGAÇÕES SIMPLES X OBRIGAÇÕES COMPLEXAS (compostas):
As obrigações simples possuem apenas um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto.
As obrigações Compostas ou Complexas: contrária a primeira, apresenta qualquer um dos elementos, ou todos, no plural. Por exemplo: singularidade de sujeitos e multiplicidade de objetos, ou multiplicidade de sujeitos e de objetos; multiplicidade de sujeitos e singularidade de objetos: 
Cumulativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção "e". Somando-se, então, os dois objetos. Ex.: "A" deve dar a "B" um livro e um caderno. 
Alternativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção "ou". Alternando então, a opção por um ou outro objeto. Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 10.000,00 ou um carro. 
Quanto à divisibilidade da prestação:
Divisíveis: são as obrigações em que o objeto pode ser dividido entre os sujeitos. 
Ex.: Determinada quantia em dinheiro - R$ 1.000,00. 
Indivisíveis: são as obrigações em que o objeto não pode ser dividido entre os sujeitos. 
Ex.: Um animal, um veículo, etc. 
Solidárias: não depende da divisibilidade do objeto, pois decorre da lei ou até mesmo da vontade das partes. Pode ser solidariedade ativa ou passiva, de acordo com os sujeitos que se encontram em número plural dentro da relação.
Quando qualquer um deve responder pela dívida inteira, assim que demandado, tendo direito de regresso contra o sujeito que não realizou a prestação. Ex.: "A" e "B" são sujeitos passivos de uma obrigação. "C", sujeito ativo, demanda o pagamento totalda dívida a "A", que cumpre a prestação sozinho e pode, posteriormente, cobrar de "B" a parte que pagou a mais. 
Quanto ao conteúdo:
Quando ao fim a que se destina, a obrigação pode ser de meio, de resultado e de garantia.
Diz-se que a obrigação é de meio quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios técnicos para a obtenção de determinado resultado, sem, no entanto responsabilizar-se por ele. É o caso, por exemplo, dos advogados, que não se obrigam a vencer a causa, mas a bem defender os interesses dos clientes; bem como o dos médicos, que não se obrigam a curar, mas tratar bem os enfermos, fazendo uso de seus conhecimentos científicos.
Quanto aos elementos adicionais:
As obrigações possuem, além dos elementos naturais, os elementos acidentais, que acabam muitas vezes por caracterizá-las.  Estes elementos são: a alteração da condição da obrigação, do termo e do encargo ou do modo.
a) Obrigações puras e simples são aquelas que não se sujeitam a nenhuma condição, termo ou encargo. Ex.: Obrigação de dar uma maçã sem por que, para que, por quanto e nem em que tempo. 
b) Obrigações condicionais são aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir seus efeitos. Ex.: Obrigação de dar uma viagem a alguém quando esta pessoa passar no vestibular (condição).
c) Obrigações a termo submetem seus efeitos a acontecimentos futuros e certos, em data pré estabelecida. O termo pode ser final ou inicial, dependendo do acordo produzido. 
Ex.: Obrigação de dar um carro a alguém no dia em que completar 18 anos de idade.
d) Obrigações modais em que o encargo não suspende a "aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva", de acordo com o artigo 136 do Código Civil.  Ex.: Pode figurar na promessa de compra e venda ou também, mais comum, em doações. 
Quanto ao momento de Execução: Esta classificação é dada de acordo com o momento em que a obrigação deve ser cumprida. Sendo classificadas, portanto, em:
Obrigações momentâneas ou de execução instantânea que são concluídas em um só ato, ou seja, são sempre cumpridas imediatamente após sua constituição.
Ex.: Compra e venda à vista de um produto, imóvel ou automóvel, pela qual o DEVEDOR paga ao CREDOR, que o entrega o imediatamente o objeto,
EX.: A dá o dinheiro a B que o entrega a coisa.
 Obrigações de execução diferida também exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente dos moldes anteriores, sua execução deverá ser realizada em momento futuro.
Ex.: As partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim como realizar o pagamento pelo mesmo motivo, na compra de um automóvel onde o mesmo só vai ser entregue na data X.
Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo (periódica) que se satisfazem por meio de atos continuados.
Ex.: Ocorrem no caso das prestações de serviços ou ainda na compra e venda a prazo.
Obrigações Líquidas e Ilíquidas
Obrigação líquida é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo. Ex.: "MARIA" deve dar a "BRENDON" R$ 300,00 ou 2 garrafas de tequila.
Obrigação ilíquida depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta-se incerto. Ex.: "MARIA" deve dar legumes a "JORGE", que não sabe quanto e nem quais legumes.
Obrigações Principais e Acessórias
Obrigações principais são aquelas que existem por si só, ou seja, não dependem de nenhuma obrigação para ter sua real eficácia. Ex.: Executar serviço no contrato de prestação de serviço.
Obrigações acessórias subordinam a sua existência a outra relação jurídica, sendo assim, dependem da obrigação principal. Ex.: Pagamento de juros por não ter realizado o pagamento do débito no momento oportuno. No entanto é importante, ressaltar que caso a obrigação principal seja considerada nula, assim também será a acessória. Efeito Ex Nunc.
Tradição: É a entrega da coisa ao adquirente, com a intenção de lhe transferir a sua propriedade ou a posse. Conforme regula o “caput”, do artigo 1.267, do diploma civil, "a propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição". Nota-se, portanto, que contratos como a compra e venda e a doação, por si só, não têm o condão de gerar a aquisição da propriedade móvel, o que somente ocorre com a entrega da coisa. Os atos de entregar ou restituir (obrigações de dar) são chamados de tradição, o domínio só se dá através da tradição. Tradição é acordo de vontades. Tradição real: quando envolve a entrega efetiva e material da coisa. Tradição simbólica é quando representada por ato que traduz alienação (ex. entrega das chaves). Tradição ficta é o constitutivo possessório (ex. locador/locatório). 
Domínio: só se adquire pela tradição (ex. registro de imóveis)
Poder: é a posse (locatário)
Das Obrigações de Dar, entregar ou restituir Coisa Certa
São espécies de obrigações de dar, entregar e restituir: obrigação de dar coisa incerta (objeto determinado pelo gênero e quantidade) ou obrigação de dar coisa certa (objeto determinado pela qualidade, gênero e quantidade).
As obrigações de dar assumem forma de entrega ou restituição de determinada coisa pelo devedor ao credor. A obrigação de dar é aquela em virtude da qual o devedor fica jungido a promover, em beneficio do credor a tradição da coisa móvel ou imóvel. A obrigação de dar coisa certa exprime a obrigação de transferir a propriedade e a posse da coisa.
A “coisa certa” é o objeto determinado, perfeitamente individualizado e distinguível. A venda de determinado automóvel, por exemplo, é negócio que gera obrigação de dar coisa certa, pois um veículo distingue-se de outros pelo número do chassi, do motor, da placa etc. A coisa certa é tudo aquilo que é determinado de modo a poder ser distinguido de qualquer outra coisa.
Quando a coisa for determinadapela quantidade e gênero, estamos tratando de obrigações de dar coisa incerta, ou seja, o “objeto” da prestação será determinável apenas pela quantidade e gênero.
A obrigação de dar coisa certa confere ao credor simples direito pessoal (jus ad rem) e não real (jus in re). O contrato de compra e venda, por exemplo, tem natureza obrigacional. O vendedor apenas se obriga a transferir o domínio da coisa certa ao adquirente; e este, a pagar o preço. A transferência do domínio depende de outro ato: a tradição, para os móveis; e o registro, que é uma tradição solene, para os imóveis.
Nessa modalidade de obrigação, o devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor, um objeto perfeitamente determinado, que se considera em sua individualidade Ex. entrega de um quadro de Picasso, ou imóvel localizado em determinada rua e número. Se o devedor deixar de entregar a coisa, descumprindo a obrigação assumida, é permitido ao credor perseguir a coisa devida.
Quando a prestação da coisa se destina a proporcionar o uso, fruição ou posse direta da coisa, a que o credor tem direito. Ex. Como na obrigação de restituir imposta ao aluno-devedor de restituir o livro-coisa para biblioteca-credora. O proprietário ou possuidor, ou credor pode requerer a realização coativa da prestação mediante reintegração de posse ou busca e apreensão.
Obrigações de dar coisa Certa (ART.233 a 242)
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
É a obrigação de efetuar a tradição. A Definição compreende duas espécies de obrigações: a de dar, propriamente dita e a de restituir. O devedor não se desobriga se oferecer outra coisa, ainda que mas valiosa. (pacta sunt servanda) Esta norma segue a regra de que o acessório segue o principal, logo, a coisa deve ser entregue com todas as suas partes integrantes, excetuando-se a regra de acordo com a natureza do contrato ou as circunstâncias do caso, aferíveis pelos usos e costumes locais ou ainda pelo comportamento anterior dos contraentes.(1) Os acessórios que forem acrescidos à coisa durante o período em que ela ficou com o devedor pertencerão a ele, que poderá inclusive exigir aumento de preço para entregar a coisa (2), salvo se houver previsão em contrário no contrato.
O bem acessório sempre segue o principal, salvo se as partes dispuserem o contrario, ou lei determinar. 
Se o objeto estiver certo e determinado o devedor não poderá se desobrigar oferecendo coisa diversa ao acertado, mesmo que mais valiosa.
Os frutos são utilidades que uma coisa periodicamente produz. Os frutos percebidos (captados) pertencem ao devedor até o momento da tradição, podendo o devedor pedir correção dos valores. 
(1) Ex: Álvaro aluga de José uma fazenda para plantio de milho, pelo prazo de um ano. Em Abril, três meses antes do termino do contrato/extinção da obrigação Álvaro plantou 03 hectares de milho que deveriam ser colhidos em 02 meses e meio, ou seja, meados de julho, mas por circunstancias climáticas a colheita foi atrasada em 2 meses. Assim o milho que deveria ser colhido em meados de julho, foi colhido em meados de setembro. Neste caso embora o contrato de locação/obrigação já tenha chegado ao fim, o milho que fora colhido pertence a Álvaro e não a José.
(2) Pedro firma contrato de aluguel com Marcos, tem por objeto da obrigação a posse e usufruto de uma gleba de terras pelo prazo de 02 anos, pagando para tanto a quantia X. Neste período Pedro prepara a terra a transforma em uma fazenda produtiva, sendo que no prazo final do contrato ainda resta uma lavoura de trigo a ser colhida. Pedro poderá apenas devolver a gleba de terra e colher futuramente o trigo ou devolver a gleba de terra colhendo futuramente o trigo, cobrando, todavia, de Marcos um adicional pelas benfeitorias necessárias até então realizadas.
Ex: José compra de Álvaro em um leilão de gado uma vaca leiteira, pelo valor de 2.000,00. Decorridos 04 meses José é surpreendido com o nascimento de bezerro. Neste caso embora tenha comprado a vaca leiteira de Álvaro, o bezerro que nascera é tido como acessório da obrigação, pertencendo a José e não a Álvaro. (Pode se dizer que é um bônus). Os frutos acompanham o principal e não devem ser devolvidos ao proprietário anterior.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Se a coisa se perder, ANTES DA TRADIÇÃO,SEM CULPA DO DEVEDOR, O PREJUÍZO É DO DEVEDOR. A coisa pertence ao dono, apenas o detentor arcara com prejuízo. A coisa se perde para o dono.
Se o devedor já tiver recebido algum valor, e a coisa se perder antes da tradição sem culpa do devedor, o devedor deverá devolver ao credor aquilo que recebeu. 
Se a coisa se perder COM CULPA DO DEVEDOR, o devedor arcara com o prejuízo + perdas e danos. 
SEM CULPA: Ocorrendo a perda total ou perecimento do objeto antes da entrega, sem culpa, resolve-se a obrigação, segundo a regra de que a coisa perece para o dono, equivalendo-se dizer que apenas o detentor da coisa arcará com o prejuízo. Antes da tradição, o devedor fica obrigado a devolver ao credor o que já houver recebido pelo negócio.
Ex: Frederico compra de João um cavalo pela quantia X, ficando contratado que o cavalo deverá ser entregue dia 18 de fevereiro, mas três dias antes da data combinada o cavalo objeto da obrigação é atingido por um raio enquanto pastava pelo pasto. Neste caso como o objeto da obrigação (cavalo) se perdeu sem a culpa do devedor (João) a obrigação está resolvida sem ônus para nenhumas das partes. Todavia, caso Frederico já tenha cumprido sua parte na obrigação, qual seja, pagar quantia certa, esta deverá ser devolvida a ele (Frederico), corrigidos os valores não havendo o que se falar sobre perdas e danos.
COM CULPA: Perdendo-se a coisa com culpa do devedor, o credor tem o direito de receber o equivalente do objeto perecido em dinheiro, além de perdas e danos. 
Ex: Pedro compra na loja “Alfaces Mágicas” pertencente a Joaquim, um pivô de irrigação com bomba, o qual será utilizado na plantação de cebolas de Pedro. Joaquim sabendo que os referidos implementos agrícolas não devem ficar ao relento, os deixa fora do abrigo apropriado mesmo estando visível que choveria durante a noite. No dia seguinte ao chegar à loja “Alfaces Mágicas” Pedro depara-se com os implementos que havia comprado totalmente danificados e inutilizáveis. Como o pivô e a bomba comprados por Pedro eram os últimos da loja, foi obrigado a comprar os implementos em outra loja aguardando 20 dias até a entrega de um equipamento novo perdendo totalmente sua plantação de cebolas. Nesta caso Joaquim será obrigado a devolver o valor pago pelo implemento, além das perdas e danos sofridas por Pedro com a não entrega do equipamento.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
O credor da coisa certa na é obrigado a receber outra coisa diversa daquela acordada, ainda que mais valiosa. Se a coisa se deteriorar, o credor poderá desistir do negócio ou receber a coisa deteriorada com o valor abatido. 
“Deterioração” é perda parcial ou a danificação da coisa. 
Se a deterioração acontecer antes da tradição, novamenteo prejuízo é do devedor (a coisa se perde para o dono), restando a ele duas opções: ou abate o valor da deterioração, se o credor aceitar ou permanece com a coisa e devolve ao credor o que recebeu por ela. 
SEM CULPA: A deterioração é a perda parcial ou danificação da coisa. A regra geral é a de que o credor da coisa certa não estará obrigado a receber outra coisa, diversa daquele que foi ajustada, ainda que mais valiosa. Assim, se esta ocorre antes da tradição, sem culpa, o prejuízo será novamente suportado pelo dono ou devedor, abre-se ao devedor duas possibilidades: ou abate do preço o valor correspondente à depreciação, se ele aceitar a receber a coisa danificada, ou fica com a coisa e devolve o dinheiro que recebeu por ela.
Ex: Paulo compra de Mévio um cavalo puro sangue marchador. Antes da tradição o cavalo objeto da obrigação contraia um a rara e incurável moléstia que enfraquece os músculos impedindo desta forma que o cavalo continue a marchar, restando como alternativa a reprodução. Assim Paulo poderá dar como extinta a obrigação, ou seja, não recebe o cavalo e claro não pagando por ele, ou aceitar o cavalo da forma como esta (servindo apenas para reprodução) abatido o valor do prejuízo, ou seja, se um cavalo marcador custar R$ 100.000,00 e um cavalo reprodutor custar R$ 1.000,00, pagará apenas R$1.000,00. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
Se o devedor tiver culpa ele arcara com o prejuízo + perdas e danos. O credor poderá exigir a coisa + valor da deterioração, ou aceitar coisa deteriorada e reclamar perdas e danos.
COM CULPA: Além da devolução do dinheiro (valor ao tempo em que a entrega deveria ser feita) ou entrega da coisa com abatimento do preço (em razão da diminuição de sua utilidade), o credor pode ainda exigir a indenização por perdas e danos.
Ex: Sergio compra de Marcos um cavalo de corrida ficando combinado que o cavalo seria entregue no jóquei-clube em 10 dias, mas precisamente no dia da grande corrida. Ocorre que Marcos negligentemente não alimenta o cavalo como deveria o que acaba por gerar uma anemia no animal impedindo-o assim de competir. Nesta caso a Sergio restam duas alternativas:
a)Não aceitar o cavalo cobrando de Marcos Indenização ou,
b)Aceitar o cavalo cobrando de Marcos as perdas e danos que sofreu.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor à coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedorresolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Antes da tradição, a coisa pertence ao dono (ao devedor), havendo melhoramentos ou acréscimos o lucro é do devedor, salvo se houver disposição ao contrario pela lei ou convenção das partes. Ou seja, se o devedor melhorar a coisa, poderá pedir reajuste no seu valor. O credor poderá desistir do negocio ou pagar pela melhora. 
Os frutos pendentes, após a tradição, pertencem ao credor. Os frutos percebidos, antes da tradição, pertencem ao devedor 
Melhoramentos: opera mudança para melhor, em valor, em utilidade, em comodidade, na condição e no estado físico da coisa o devedor tiver culpa ele arcara com o prejuízo + perdas e danos. O credor poderá exigir a coisa + valor da deterioração, ou aceitar coisa deteriorada e reclamar perdas e danos.
Melhoramentos e acrescidos até a tradição, pertencem ao devedor, que poderá exigir aumento no preço ou mesmo resolver a obrigação se o credor não concordar em pagar pela valorização decorrente dos acréscimos.
Ex: Paulo compra de Pedro grande criador de gado, uma vaca leiteira (Mimosa) em 24 de fevereiro, ficando acordado que a tradição se daria 14 de março. O valor atribuído ao animal foi de R$ 8.000,00. Ocorre que dias antes da tradição a vaca leiteira foi emprenhada por um valioso touro (Caprichoso) cujo sêmen vem sendo exportado. Neste caso pode ocorrer três situações:
O bezerro de Mimosa e Caprichoso pertencerá a Pedro;
Pedro pode aumentar o preço a ser pago por Mimosa;
Caso Paulo não aceite o valor oferecido por Pedro, poderá este (Pedro) resolver a obrigação, ou seja, Desfazendo a compra. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Aqui continua a regra de que o acessório segue o principal, assim, os acréscimos ainda não percebidos (pendentes) pertencem ao credor e quanto a esses não cabe ao devedor pedir aumento de preço, no entanto, se já tiverem sido percebidos antes da tradição, pertencem ao devedor.
Ex: Josefino arrendou a plantação de abacates de Mário por 03 anos (05/01/2005). Durante este período Josefino cuidou da lavoura, colheu seus frutos vendendo-os na CEASA da Cidade de Patos de Minas. Dia 05/01/08 Josefino colheu 90 caixas de abacate sem, contudo, retirá-las da propriedade o que aconteceria dia 06/01/08. Neste caso os abacates colhidos por Josefino pertencem a ele, assim como os abacates futuramente colhidos pertencerão a Mário.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Obrigação de restituir: na obrigação de restituir, antes da tradição, o dono da coisa é o credor (contrário das obrigações de dar, em que o objeto pertence ao devedor). EX. Se eu (devedor – locatário/inquilino) alugo um apartamento e ele se perde sem culpa, o prejuízo é do credor (Locador), pois ele é de fato o dono da coisa. Nas obrigações de restituir, o dono é o credor, devendo este arcar pelos prejuízos da coisa quando ela se deteriorar SEM CULPA DO DEVEDOR. Ficam ressalvados todos os direitos até o dia da perda.
SEM CULPA: Na obrigação de restituir, o dono da coisa é o credor, ao contrário da obrigação de dar, em que a coisa pertence ao devedor até o momento da tradição. A perda da coisa, resolve a obrigação, com prejuízo do credor, seu proprietário, salvo de houver culpa do devedor. No entanto, os valores devidos ao credor até o momento da perda, devem ser pagos pelo devedor. Ex. Contrato de locação, paga-se os aluguéis devidos até a data de perecimento da coisa.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
PERDA NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
COM CULPA: Aqui o credor não suportará prejuízo algum. O devedor, além de restituir o equivalente em dinheiro, indenizará o credor pelos danos materiais e imateriais eventualmente suportados.
EX: CARRO BATIDO; CAFÉ.Se o devedor tiver culpa ele arcara com o equivalente + perdas e danos. 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
A regra é a mesma dos art. 234 e 236. 
Se houver culpa do devedor, o devedor arcará com o equivalente + perdas e danos (recebera o credor coisa danificada + o valor da depreciação + perdas e danos) 
Se NÃO houver culpa do devedor, o credor recebera a coisa no estado que estiver sem direito a indenização.
Aqui as regras são idênticas às dos arts.234 e 236.
SEM CULPA: O credor que é o dono da coisa, ficará com o prejuízo: receberá a coisa danificada, sem direito a qualquer indenização. ALGUEM BATE NO CARRO ALUGADO ESTACIONADO (PROPRIETÁRIO LOCADOR/CREDOR).
COM CULPA: O credor receberá a coisa danificada, acrescida do valor referente à da depreciação ( valor da época em que deveria ter sido restituída) e ainda das perdas e danos. BATER O CARRO LOCADO.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
A regra é a mesma dos art. 237. Se a coisa se valorizar sem despesa ou trabalho do devedor o lucro é do credor. Aqui repetiu-se a regra do art.237 do CC.Ex. Acréscimos e melhoramentos pendentes, ficam para o credor, pois independem do trabalho ou dispêndio do devedor. Ao contrário, aplica-se a regra do artigo seguinte.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Se o devedor agindo de boa-fé contribuir para a valorização da coisa terá direito a indenização, podendo reter o bem até que o credor o indenize (indenização pelas benfeitorias necessárias e voluptuárias)
Se o devedor agir de má-fé receberá indenização apenas pelas benfeitorias necessárias, e não poderá reter o bem 
BOA FÉ: O devedor de boa-fé que houver contribuído para o acréscimo tem direito a indenização pelos melhoramentos úteis e necessários e a levantar os voluptuários, bem como exercer direito de retenção.
MÁ FÉ: O devedor de má-fé terá direito apenas às benfeitorias necessárias e não pode exercer direito de retenção.
Classificar Benfeitorias Úteis, Necessárias e Voluptuárias
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Regras – resumo obrigações de dar coisa certa:
O acessório segue o principal, salvo se houver disposição ao contrario
A coisa se perde para o dono. Antes da tradição, o dono é o devedor nas obrigações de dar, e nas obrigações de restituir o dono é o credor.
Se a coisa se perder ou se deteriorar, com culpa do devedor, antes da tradição ou pendente condição suspensiva, elearcara com o prejuízo mais perdas e danos. 
Se a coisa se perder ou se deteriorar, sem culpa do devedor, antes da tradição ou pendente condição suspensiva, o credor pode aceitar com o valor abatido, ou desistir da prestação.
A coisa pertence ao dono, se houver melhoramentos o credor pode subir o preço. Os frutos percebidos ate a tradição são do devedor, os frutos pendentes são do credor
Nas obrigações de restituir coisa certa se a coisa se perder ou se deteriorarsem culpa do devedor, antes da tradição ou pendente condição suspensiva, a perda será do credor, ressalvados os direitos ate o dia da perda. 
Nas obrigações de restituir coisa certa se a coisa se perder ou se deteriorarcom culpa do devedor, antes da tradição ou pendente condição suspensiva, o devedor arcará com o prejuízo mais perdas e danos. 
Nas obrigações de restituir coisa certa, se houver melhoramentosou acréscimos a coisa sem despesa ou trabalho di devedor, o lucro é do credor. O credor não é obrigado a indenizar o devedor
Nas obrigações de restituir coisa certa, se houver melhoramentos ou acréscimos a coisa com despesa ou trabalho do devedor, de boa fé, o credor devera ressarci-lo pelas benfeitorias, se houver ma-fé o devedor somente devera ressarcir pelas benfeitorias realmente necessárias.
Perecimento: perda total da coisa
Deterioração: perda parcial da coisa
Restituir: é subespécie de obrigação de dar. Impõe necessidade de devolver coisa que, em razão de contrato, encontra-se legitimadamente em poder do devedor, mas pertence ao credor. Ex. devolução de sinal, devolução de bens ao ausente. O credor é o dono real da coisa.
Obrigação pecuniária: é a obrigação de entregar dinheiro. É espécie de obrigação de dar. Tem por objeto a prestação em dinheiro, não de uma coisa. 
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta
A obrigação de dar coisa incerta é aquela obrigação em que a coisa não se encontra determinada, ela é até determinável pelo gênero e quantidade, faltando apenas à indicação da qualidade da coisa.Sendo assim, o devedor de uma obrigação de entregar, dar ou restituir coisa incerta tem o dever jurídico de dar entregar ou restituir uma coisa determinada pelo gênero e quantidade – coisa incerta. Ex. 10 sacas de café.
O legislador deveria ter trocado a palavra “gênero”por “espécie” no código cível. 
A obrigação de dar coisa incertatambém é conhecida por obrigação dedar coisas genéricas. 
Obrigação determinável → coisa incerta → gênero e quantidade 
OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA X OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
As obrigações alternativas contem dois ou mais objetos individualizados, devendo a escolha recair em apenas um deles. Entretanto, nas obrigações de dar coisa incerta o objeto da obrigação é um só, apenas indeterminado pela qualidade. Uma obrigação pode ser alternativa e indeterminada ao mesmo tempo. Exemplos:
- obrigação de dar coisa incerta e alternativa: o devedor deve entregar 10 sacas de café OU 10 sacas de milho 
- obrigação de dar coisa certa e alternativa: o devedor deve entregar 10 cadernos do mod.XXX OU10 cadernos do mod.YYY
- Coisa incerta: o devedor deve entregar 10 sacas de café 
OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA X OBRIGAÇÕES FUNGÍVEIS
A obrigação de dar coisa incerta tem como característica principal o seu objeto determinável apenas pela quantidade e gênero. Entretanto, nas obrigações fungíveis a coisa pode ser substituída por outra de mesma espécie, qualidade e quantidade, como por exemplo, dinheiro. 
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta (atr. 243 a 246)
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Coisa incerta sempre será indicada pela quantidade e pelo gênero. EX. 10 sacas de café, 1 saca de milho. 
O objeto não pode ser completamente interminável, sob pena de anulação do contrato. Ex. entrega de um animal (falta espécie. Qual animal?) / vou entregar arroz (falta quantidade).
Conceito: É aquela em que a coisa objeto da prestação não está especificamente determinada, apenas genérica e numericamente. Sendo indiferente ao credor receber uma ou outra partida, visto que todas em tese são iguais e intercambiáveis. O devedor não se libera dando coisa irrisória ou sem utilidade para o credor.
Ex. de Obrigações Nulas: a) Quando o objeto não estiver determinado pelo gênero, ex. animal. b) se a coisa for daquelas em que somente são úteis se usadas em quantidade e o contrato não esclarece a quantidade a ser entregue, ex. arroz.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
A escolha nas obrigações incerta pertence ao devedor, salvo disposições expressas e contrárias da lei ou da vontade das partes.
Nas obrigações de dar coisa incerta o objeto permanece indeterminável até o momento da escolha, cabendo ao devedor a escolha da qualidade da coisa. Entretanto, ao exercer o direito de escolha, o devedor não poderá dar coisa pior, nem mais valiosa, deve prestar o mediano.
A escolha está limitada a uma qualidade média de modo a coibir abusos, tanto daquele que pretende dar o menos como aquele que tenciona exigir o mais.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Realizada a escolha pelo devedor e cientificado o credor, a coisa deixa de ser incerta, pois o objeto passa a ser determinado, devendo aplicar as regras da coisa certa.
Feita a escolha ou a concentração e dela cientificado o credor, a coisa deixa de ser incerta, transformando-se a obrigação, a partir dali, em obrigação de dar coisa certa, aplicando-se portanto, as regras da seção anterior (DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA).
. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Até o momento da tradição, da concentração, da escolha, todos os riscos são do devedor. O gênero nunca perece. Ex. Entregar 10 sacas de café → antes da escolha →incêndio → a dívida permanece. O raciocínio é que o devedor antes da escolha do credor, não pode alegar que a coisa se deteriorou ou se perdeu.
Nas obrigações de coisa incerta, antes da escolha, o devedor não pode, ainda que por caso fortuito ou força maior, alegar perda ou deterioração da coisa.
Na obrigação de coisa certa se a coisa se perder sem culpa do devedor, a prestação será perdoada.
Até o momento da concentração, todos os riscos são suportados pelo devedor. (genus nunquanperit- o gênero nunca perece. Como a coisa ainda não estava individualizada, a sua perda ou deterioração, ainda que por caso fortuito ou força maior, não aproveita ao devedor, vale dizer, a obrigação de entregar permanece.
Regras – resumo obrigações de dar coisa incerta:
Coisa incerta sempre será indicada pela quantidade e pelo gênero. EX. 10 sacas de café, 1 saca de milho. 
Uma vez realizada a escolha da qualidade, a coisa passa a ser certa, valendo as regras das obrigações de dar coisa certa. 
A escolha pertence ao devedor, salvo disposições contrarias.
O devedor não pode entregar coisa pior, nem mais valiosa. Deve escolher pela qualidade mediana da coisa. 
A coisa se perde para o dono. Antes da escolha, o dono é o devedor.
O devedor, antes da escolha, não pode alegar que a coisa se perdeu ou se deteriorou, mesmo que por fortuito ou forca maior, mesmo que por sua culpa ou não. Antes da escolha, se a coisa se perder ou deteriorar, com ou sem culpa do devedor, não será o devedor isento da obrigação. 
Obs.: nas obrigações de dar coisa certa, se a coisa se perder sem culpa do devedor este não será obrigado a pagar o prejuízo.
Das Obrigações de Fazer
A obrigação de fazer abrange o serviço humano em geral, seja material ou imaterial. A prestação se dá pelos atos ou serviços a serem executados pelo devedor. As obrigações de fazer abrangem as OBRIGAÇÕES INFUNGÍVEL (ART 247),FUNGÍVEL (ART. 249) e EMITIR DECLARAÇÃO DE VONTADE 
A diferença entre obrigações de dar e fazer é que nas obrigações de dar a prestação consiste na entrega da coisa, certa ou incerta. Nas obrigações de fazer o objeto da prestação consiste em ato ou serviço do devedor. 
As obrigações de fazer não cumpridas, espontaneamente, acarretam para responsabilidade do devedor em cumprir a prestação. 
EX. Compra e venda – obrigação de dar 
EX. Registrar a escritura – obrigação de fazer
Fungível: é aquela coisa que pode ser substituídopor outro de mesma espécie, logo infungível é aquele que pode ser substituído.
Personalíssima:A Prestaçãonão pode ser exercida (realizada) por outra pessoa que não o titular. 
Espécies de obrigação de fazer:
INFUNGÍVEL, IMATERIAL OU PERSONALÍSSIMA:
Quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação, estaremos diante de obrigação de fazer infungível, imaterial oupersonalíssima. Neste caso, havendo cláusula expressa, o devedorsó se exonerará se ele próprio cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido, pois foi contratado em razão de seus atributos pessoais.
O Art. 247 cuida das obrigações infungíveis, personalíssimas, por convenção expressa ou tácita, o pacto estipula que em razão das qualidades pessoais do devedor, somente ele poderá executar o serviço. A recusa voluntaria induz culpa.
 A infungibilidade pode decorrerda própria natureza da prestação, ou seja, das qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais do contratado ou pode ser expressa (decorrer da vontade das partes). Assim sendo, B não poderá fazer-se substituir por outro (infungibilidade pela natureza da obrigação).  Ou, ainda, a contração de C, advogado, por parte de B, com expressa cláusula de vedação ao subestabelecimento (infungibilidade por disposição expressa).
 FUNGÍVEL, MATERIAL OU IMPESSOAL:
Quando não há tal exigência expressa, nem se trata de ato ou serviço cuja execução dependa de qualidades pessoais do devedor, ou dos usos e costumes locais, podendo ser realizado por terceiro, diz-se que a obrigação de fazer éfungível, material ou impessoal.
Em caso de prestaçãofungível, o credor ode solicitar que um terceiro realize o ato. Ex. o locatário compromete-se a reparar o imóvel e não cumpre, o locador pode mandar o serviço para outro e cobrar o prejuízo locador
DECLARAÇÃO DE VONTADE
O devedor se compromete a obrigação de fazer declaração de vontade. Ex. endossar certificado de propriedade de veiculo. A sentença uma vez transitada em julgadoproduzirá “todos os efeitos da declaração emitida”.
Das Obrigações de Fazer (art. 247 a 249)
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
A regra geral da obrigação de fazer é de que a obrigação somente pode ser executada pelo próprio devedor. Se o devedor não cumpre a prestação a que se obrigou, a obrigação se resolve em perdas e danos. A obrigação de fazer pode ser executada pelo próprio devedor ou por terceiro às custas dele (art.249), salvo quando a obrigação for personalíssima (a pessoa do devedor é eleita em atenção às qualidades que lhe são próprias.)
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
A regra é a mesma que nas obrigações de dar coisa certa: inexistindo culpa do devedor resolve-se a obrigação, retornando ao statu quo ante, devendo o devedor, caso tenha recebido, devolver ao credor o que recebeu pela prestação. Se houver culpa do devedor, este arcará com perdas e danos. A regra aqui é igual a que rege as obrigações de dar coisa certa. (SEM CULPA) Inexistindo culpa do devedor, resolve-se a obrigação, retornando-se ao stato quo ante, sem que o credor tenha direito a qualquer reparação, além da devolução do que eventualmente já houver pago. (COM CULPA). Se o devedor agir com culpa, devolução do que houver sido pago, e, também perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar a custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Se a obrigação não for personalíssima, e havendo recusa pelo devedor, pode o credor optar entre mandar executar a obrigação por terceiro, a custa do devedor, ou simplesmente receber perdas e danos. Para que o 3º execute o serviço devera haver uma autorização judicial, somente dispensada nos casos em que a prestação for urgente (parágrafo único). 
Se a obrigação não for daquelas que só o devedor pode executar, e havendo recusa pelo devedor, pode o credor optar entre mandar executar a obrigação por terceiro, à custa do devedor, ou simplesmente receber perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Aqui há uma inovação do direito anterior ao permitir que o credor, em caso de urgência, realize ou mande realizar a prestação, independentemente de autorização judicial. (Justiça pelas próprias mãos). Uma vez que a intervenção do Poder Judiciário, retardaria a realização de seu direito. No entanto, abusos que possam vir a ser praticados pelo credor serão coibidos e reparados através da competente ação de perdas e danos.
Regras – resumo obrigações de fazer:
Nas obrigações personalíssimas, o devedor que se recusar a prestação pagarápor perdas e danos. 
 Se a prestação se tornar impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação sem perdas e danos. 
Se a prestação se tornar impossível com culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação com perdas e danos.
O credor pode solicitar judicialmente que um terceiro execute a prestação e exigir do credor o ressarcimento + perdas e danos. Se a prestação for urgente, é dispensada a autorização judicial. 
Das Obrigações de Não Fazer
A obrigação de não fazer impõe ao devedor o dever de não fazer, de abstenção: o de não praticar o ato que livremente poderia fazer se não houvesse se obrigado. 
Ex. o comprador se obriga a não construir muro maior q x altura.
A obrigação de fazer é sempre uma omissão uma postura negativa, porem a obrigação de não fazer não pode ferir excessivamente a liberdade do devedor. Ex. não pode casar. 
Das Obrigações de Não Fazer(art. 250 e 251)
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
A obrigação de não fazer pode resultar da lei ou da convenção das partes. Em qualquer uma das hipóteses, se a obrigação de não fazer se tornar impossível sem culpa do devedor à obrigação será extinta. 
A obrigação de não fazer, pode resultar da lei (relações de vizinhança, servidões, etc.), de sentença ou de convenção entre as partes. Se o ato for praticado sem culpa, resolve-se a obrigação, retornando-se ao stato quo ante. Se houver culpa, o credor fará jus às perdas e danos. Em ambos os casos, o devedor fica obrigado a devolver o que haja recebido para que o ato não se realize.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Se o credor deixar de prestar a obrigação de não fazer, pode o credor solicitar que ele o desfaça, e ainda solicitar perdas e danos. 
Em caso de urgência, o credor poderá solicitar que um terceiro, sem autorização judicial, desfaça a obrigação que o devedor se obrigou a não fazer, podendo solicitar depois perdas e danos. A obrigação de não fazer pode resultar da lei ou da convenção das partes. Em qualquer uma das hipóteses, se a obrigação de não fazer se tornar impossível sem culpa do devedor à obrigação será extinta. 
O Código permite que o ato seja desfeito pelo próprio credor ou por terceiro, á custa do devedor.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
O credor pode promover o desfazimento independentemente de autorização judicial. Eventuais abusos que possam vir a ser praticados pelo credor serão coibidos e reparados por meio da competente ação de perdas e danos. E tal medida dever ser usada apenas em caso de urgência, é claro que um credor da obrigação negativa de não construção de um prédio que já está pronto não poderá promover-lhe diretamente a execução.
Regras – resumo obrigações de não fazer:
Se o devedor praticar o ato, a cuja abstenção se obrigara, mas é impossível de manter (sem culpa do devedor), resolver-se-á a obrigação sem perdas e danos,a obrigação será extinta. 
Se a prestação se tornar impossível com culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação com perdas e danos.
O credor pode solicitar judicialmente que um terceiro execute a prestação e exigir do credor o ressarcimento + perdas e danos. Se a prestação for urgente, é dispensada a autorização judicial. 
A obrigação de não fazer pode resultar da lei ou da convenção das partes. 
Das Obrigações Alternativas
Quando a obrigação tem por objeto uma só prestação diz-se que ela é simples (ex. entregar um veículo). Havendo pluralidade de prestação a obrigação é chamada de complexa ou composta. A obrigação alternativa é aquela que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um. Na obrigação alternativa por convenção das partes, há varias prestações, mas somente uma devera ser cumprida, mediante a escolha do credor ou do devedor. 
Ex. a seguradora de veículos pode: reparar o veiculo ou emprestar outro carro.
DIFERENCA ENTRE OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS X GENÉRICAS: 
Nas obrigações de dar coisa incerta, o objeto é determinado apenas pela quantidade e gênero. Nas obrigações alternativas há vários objetos, devendo a escolha recair somente um deles (sempre usa “ou” – ex. entregar 10 sacas de arroz OU 10 sacas de feijão). 
Das Obrigações Alternativas (art. 252 a 256)
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Conceito: Diz-se alternativa a obrigação quando comportar duas prestações, distintas e independentes, extinguindo-se a obrigação pelo cumprimento de qualquer uma delas, ficando a escolha em regra com o devedor e excepcionalmente com o credor. (Decadência do direito de escolha pelo devedor, art.571 do CPC).A escolha é irrevogável, passando-se de alternativa para simples. A prestação que era múltipla passa a ser uma só.
A escolha sempre é do devedor, salvo disposições contrarias.
A prestação não pode ser dividida. Ex. 10 sacas de arroz ou 10 sacas de milho. O devedor não pode oferecer 2 sacas de arroz e 8 de milho, ele precisa entregar DEZ SACAS de arroz ou de milho. 
Se a prestação for periódica, em cada entrega o devedor pode exercer o seu direito de escolha.
Se houver vários devedores e estes não conseguirem se decidir no prazo, a escolha será feita pelo juiz. 
Se a escolha pertencer a um terceiro e este não decidir, a escolha também será feita pelo juiz. 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Susbsistirá o débito quanto à outra, indiferentemente da manifestação do credor, e, independentemente de que a impossibilidade da outra tenha ocorrido com ou sem culpa pelo devedor.
Se a escolha era do credor e não houve culpa do devedor, a solução é a mesma. Se, porém houver culpa do devedor, pode o credor optar entre receber a prestação remanescente ou o equivalente em dinheiro da que se impossibilitou, acrescido de perdas e danos (ver art.255, 1ª parte.
Se a escolha era do devedor → Se o devedor fica impossibilitado de escolher entre uma das prestações (com, ou sem culpa, por caso fortuito ou de natureza maior) a escolharecairá na prestação remanescente, indiferente a manifestação do credor. 
Se a escolha era do devedor → com culpaou sem culpa do devedor → obrigação remanescente. 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor à escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Nesse caso o devedor perde o direito de escolha, porque com a extinção da primeira prestação ficou devendo obrigatoriamente a segunda. Perdendo as duas, só pela última responde o devedor.
SEMPRE QUE HOUVER CULPA DO DEVEDOR, HAVERÁ PERDAS E DANOS.
Se a escolha era do devedor →com culpa do devedor → Se o devedor fica impossibilitado de prestar todas as obrigações →deverá pagar o valor da ultima prestação que foi perdida + perdas e danos. 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
O credor pode exigir o valor em dinheiro da qualquer das prestações que se impossibilitaram, além de perdas e danos, salvo no caso de força maior ou caso fortuito.
Se a escolha era do credor → com culpa do devedor →o credor pode aceitar obrigação remanescente OU pedir o valor da coisa que se perdeu + perdas e danos. 
Se a escolha era do credor → com culpado devedor →Se não houver mais prestações,o credorpode reclamar o valor da coisa que quiser (escolher)+ perdas e danos. 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
Se todas as prestações se extinguirem, sem culpa do devedor o devedor ira devolver o que recebeu (se tiver recebido algo). 
“Impossibilidade inocente”. O devedor está obrigado a restituir o que houver recebido pelas prestações que se impossibilitaram.
Se no entanto, houver culpa do credor, este terá de indenizar o devedor pelo valor de uma das prestações, uma vez que importa em desfalque de seu patrimônio, pois ele perdeu a coisa que ficaria em seu poder, depois de feita a escolha e satisfeita a obrigação com a entrega da que fora escolhida.
Resumo – resumo obrigações alternativas:
	ESCOLHA
	CULPA
	RESTOU
PRESTAÇÃO?
	SOLUÇÃO
	DEVEDOR
	SEM culpa do devedor
	NAO
	O devedor devolve o que recebeu e extingue-se a prestação 
ART. 256
	DEVEDOR
	Com culpa do devedor
	NAO
	Se houver culpa do devedor, e não sobrar nenhum objeto, o credor tem direito a ultima que se perdeu + perdas e danos. Art.254
	DEVEDOR
	COM OU SEM culpa do devedor
	SIM
	A prestação recai sobre a outra 
ART. 253
	CREDOR
	Culpa do devedor
	SIM 
	O credor pode escolher ficar com a prestação sobrou OU pode pedir o valor da prestação que se perdeu + perdas e danos. Art.255
	CREDOR
	Sem do devedor
	NÃO 
	O credor escolhe uma das duas que se perdeu, e cobra o valor dela + perdas e danos. Art.255
	Art. 252: 
A escolha sempre é do devedor, salvo disposições contrárias.
A prestação não pode ser dividida. 
Se a prestação for periódica, em cada entrega haverá o direito de escolha.
Se houver vários devedores e estes não conseguirem se decidir no prazo, a escolha será feita pelo juiz. 
Se a escolha pertencer a um terceiro e este não decidir, a escolha também será feita pelo juiz. 
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis(art. 257 a 263)
As obrigações simples são aquelas em que há apenas um credor e um devedor, já que as obrigações compostas são aquelas em que há uma multiplicidade de sujeitos. 
A obrigação indivisível tem por objeto uma coisa ou fato que não podem ser divididos,visto a sua própria natureza. Já a obrigação divisível tem por objeto uma coisa ou fato suscetíveis de divisão. Ex. cavalo (eu não posso prestar partes do cavalo. O cavalo épor natureza indivisível). 
Quanto à indivisibilidade o art. 313 estabelece que divisível ou não o objeto, o credor não pode ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não o ajustou. Portanto, a obrigação simples é considerada indivisível,mesmo que seu objeto sejadivisível, pois a prestação é uma só. 
A característicade (in)divisibilidade só interessa quanto à multiplicidade de credores e devedores em uma relação jurídica. 
Espécies de indivisibilidade: 
Natureza do objeto - indivisibilidade natural ou indivisibilidade absoluta Ex. cavalo
Indivisibilidade legal - indivisibilidade relativa ou imprópria - decorre da lei. Ex. massa falida
Por vontade das partes - indivisibilidade subjetiva ou intelectual 
Nas obrigações indivisíveis, embora concorram várias pessoas, cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor responde também pelo todo. Já nas obrigações divisíveis cada devedor responde, a rigor, pela sua quota. 
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis (art. 257 a 263)
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta se presume dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Conceito Obrigação Divisível: São divisíveis as obrigações cujas prestações podem ser cumpridas parcialmente e em que cada um dos devedores só estará obrigado a pagar a sua parte da dívida, assim como cada credor só poderá exigir a sua porção do crédito. A prestação é só uma, o que ocorre são pluralidade de sujeitos da obrigação. (Se há um só credor e um só devedor, a obrigação é indivisível.)
Obrigação divisível é aquela em que as prestações podem ser cumpridas parcialmente, cada um dos devedores só estará obrigado a pagar sua parte da dívida, assim como cada credor só poderá exigir a sua porção do crédito. 
Art. 258.A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto coisa ou um fato não suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada à razão determinante do negócio jurídico.
Obrigação indivisível é aquela que por convenção das partes, ou forca da lei, ou pela perda de seu valor econômico, ou pela natureza do objeto, são indivisíveis. A prestação não poderá ser fracionada, cada devedor é obrigado à totalidade da prestação e a cada credor só poderá exigi-la por inteiro. 
Conceito Obrigação Indivisível: É indivisível a obrigação caracterizada pela impossibilidade natural ou jurídica de fracionar a prestação, na qual cada devedor é obrigado pela totalidade da prestação e cada credor só pode exigi-la por inteiro.
O Código anterior não tinha o conceito de obrigação indivisível, bem como, o atual deixa claro que a indivibilidade não decorre apenas da natureza da prestação (indiv. Física) ou da lei (indivis.legal), mas também por motivo de ordem econômica, ou seja, se o cumprimento parcial implicar na perda de sua viabilidade econômica. (Vide art.87 do CC, sobre o conceito de bens indivisíveis.)
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Não pode o co–devedor de prestação indivisível quitar parcialmente a dívida, ou seja, mesmo que o devedor não seja obrigado pela divida toda, não poderá pagar parcialmente, pois a prestação é indivisível. O devedor deverá pagar integralmente pela divida, e poderá cobrar dos co- devedores as respectivas quotas partes. 
Diferente da solidariedade, que cada devedor tem obrigação e responsabilidade sobre o todo. 
Não pode o co-devedor de prestação indivisível quitar parcialmente a dívida, ou seja, mesmo não estando obrigado pela dívida toda, deve pagá-la integralmente, pois não pode dividir a obrigação. (É diferente de solidariedade, em que o devedor deve o todo).
Prescrição: (Dissenso na doutrina). A regra geral é a de que a prescrição de uma dívida indivisível aproveita a todos os co-devedores e prejudica igualmente a todos os credores. Mas, se a prescrição ocorrer apenas em favor de um dos devedores da obrigação indivisível? Beviláqua e Washington de Barros, expressa que a prescrição contra um dos devedores não prejudica aos demais. Já Silvio Venosa entende que sim, citando o acórdão 1951do RE 15.149, do STF, no sentido de que a prescrição em favor de um dos devedores, aproveita aos demais, em se tratando de obrigações indivisíveis.
Mário Luiz Delgado Régis, entende que a prescrição operada em favor de um dos devedores de obrigação indivisível não aproveita aos demais, mas o credor só poderá exigir a dívida por inteiro, descontando a parte do devedor atingido pela prescrição. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
O pagamento da dívida por um dos co-devedores faz cessar a indivisibilidade, pois sub-roga-se nas frações do débito atribuíveis a cada um dos demais co-devedores e assim, só poderá exigir dos outros coobrigados a fração que a cada um competia. (Vide art.346 e ss do CC).
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
A pluralidade de credores também é chamada de concurso ativo, pode nascer de vários credores ou de apenas um só e depois sobrevir o concurso (ex. herança). 
O devedor que quiser pagar a dívida toda deverá pagar a todos os credores conjuntamente, cada qual sua quota parte. Ou poderá o devedor pagar a apenas um dos credores, devendo este credor entregar o caução ao devedor. O Caução é a garantia dada pelo credor que recebeu a divida toda ao devedor, que o responsabiliza pela divisão do pagamento entre os outros credores.
A pluralidade de credores, também chamado de concurso ativo, pode ser originária ou sucessiva (ato inter vivos ou mortis causa). 
I - a todos conjuntamente;
Embora um só dos co-credores possa exigir a dívida toda, em regra, não pode o devedor liberar-se da obrigação pagando o total da dívida a um só deles.
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
A regra do inc.I não é absoluta. No caso do co-credor que receber apresentar uma autorização ou prestar caução de ratificação pelos demais. Essa caução nada mais é do que uma garantia oferecida pelo credor que recebe o pagamento de que os outros co-devedores o reputam válido e não cobrarão posteriormente do devedor as suas quotas no crédito. A segunda exceção ocorre se o pagamento feito a apenas um dos co-credores aproveitar a todos. (Ex. Construção a se levantar em terreno comum, quando nenhum dos outros teria o interesse em acionar o devedor).
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Se o devedor paga para apenas um credor, os outros credores podem cobrar suas quotas partes daquele que recebeu a dívida por inteiro.
Se o objeto da prestação for fracionável, o credor que recebeu dará a cada concredor a sua parte na coisa divisível. Mas se o objeto não for fracionável, aplica-se o presente artigo.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Mesmo se um dos credores perdoar a divida, a obrigação não será extinta com relação aos demais credores. Ex.
Credor A- exige pagamento quota parte R$1000,00
Credor B - exige pagamento quota parte R$1000,00
Credor C – perdoa a sua quota parte (não pode remitir a divida toda)R$ 1000,00
Devedor: O devedor deverá pagar apenas R$2.000,00 para os credoresA e B. E os credores A e B vão cobrar do credor C a parte remida. 
* Se a obrigação for indivisível, o devedor poderá entregar a o objeto por inteiro, mas os credores A e Bdeverão pagar a parte remida pelo credor C. Posteriormente, credores A e B poderão exigir do credor C suas devidas quotas partes da divida que foi perdoada. Ex. cavalo indivisível. 
O cavalo: valor da prestação: 3 mil 
O credor A remite 2 mil – credor b exigepagamento
 O devedor vai entregar o cavalo, mas receberá dos credores B o valor tododa prestação. Depois o credor ira exigir de A o reembolso da parte remida.
Álvaro Villaça: Se o objeto da prestação for divisível, os devedores efetuarão o “desconto do valor dessa cota para entregarem só o saldo aos credores não remitentes. (...) Na obrigação indivisível, como este desconto é impossível, os devedores têm de entregar o objeto todo, para se reembolsarem do valor correspondente à cota do credor, que perdoou a dívida” (In Teoria Geral das obrigações, p.94).
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Remitir: perdoar
Transação: negocio jurídico bilateral, pelo qual as parte previnem ou terminam relações jurídicasconvertidas por meio de concessões mútuas.
Solvens: aquele que fez o pagamento
Accipiens: aquele que recebe o pagamento
Novação: é criação de outra obrigação
Compensação: equiparar a dívida.
Confusão: ocorre quando as qualidades de credor e devedor se encontram em uma mesma pessoa. Extingue-se a obrigação por confusão.
Mora: atraso no pagamento
Inadimplemento: não foi pago
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Perecimento por culpa de todos os devedores → todos dividem o valor do objeto + perdas e danos
Perecimento com culpa de apenas um devedor → Somente ele irá pagar valor do objeto + perdas e danos
Perecimento sem culpa → obrigação resolvida até o statu sine quo 
Pagamento é o cumprimento da prestação.
Perde a indivisibilidade a obrigação que se transformar em perdas e danos.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
A indenização pelas perdas e danos é expressa sempre em dinheiro, sendo a obrigação pecuniária divisível por sua própria natureza.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
Se a só um deles for imputada a culpa, é lógico que só o culpado deverá responder por perdas e danos.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Exonera-se os co-devedores apenas no tocante às perdas e danos e não à quitação de suas quotas na dívida.
Regras – resumo obrigações divisíveis e indivisíveis:
Cada credor e cada devedor só são responsabilizados até a sua quota parte, quando a obrigação é divisível.
Cada credor e devedor serão responsabilizados pela divida toda quando a obrigação for indivisível. A indivisibilidade se dá pela natureza do objeto, perda do valor econômico, pela vontade das partes, ou lei. 
O devedor que pagar a divida toda deve receber um caução do credor. O caução é a garantia do devedor de que o credor que recebeu a divida toda ira repassar as quotas partes aosdemais credores. Ou deverá o devedor pagar a todos credores conjuntamente. 
Se o credor receber a divida toda não repassar as quotas partes, o demais credores poderão exigir dele a prestação. 
Se uma parte for remida por uns dos credores, o devedor fica isento de pagar a parte remida, nas obrigações divisíveis. Mas os credores podem cobrar suas cotas partes da parte remida do credor que remitiu. 
Nas obrigações indivisíveis, se um credor remite a divida, o devedor devera entregar a prestação por inteiro, assim como os credores. Os credores poderão cobrar do credor que remiu a divida a parte que lhes cabe. 
Se a obrigação for indivisível ou divisível e se perder ou deteriorar sem culpa do devedor, extingui-se a prestação. 
Perecimento por culpa de todos os devedores →todos dividem o valor do objeto + perdas e danos
Perecimento com culpa de apenas um devedor → Somente ele irá pagar valor do objeto + perdas e danos 
Perecimento sem culpa → obrigação resolvida até o statu sine quo 
Das Obrigações Solidárias
É característica da solidariedade a multiplicidade de credores e/ou devedores, tendo cada credor direito a totalidade da prestação, como se fosse credor único ou estando cada devedor obrigado pela divida toda, como se fosse o único devedor. 
Qualquer um dos credores pode exigir de qualquer devedor a prestação por inteiro e, efetuada a prestação por qualquer um dos devedores, encerra-se a prestação para todos. Porém, se um dos devedores efetuar o pagamento por inteiro poderá exigir, posteriormente, dos outros co-devedores as respectivas partes. 
Então, se um dos devedores solidários se tona insolvente, o credor pode chamar qualquer um dos outros para cumprir a prestação por inteiro. O prejuízo não se limita, para o devedor, somente asua quota parte, mas também pelas demais quotas dos co-devedores. 
A solidariedade é composta por:
Pluralidade de sujeitos 
Multiplicidade de vínculos
Unicidade de prestação: devedor responde pelo débito inteiro
Co-responsabilidade dos interessados
SOLIDARIEDADE X INDIVISIBILIDADE
O devedor solidário é compelido a pagar a dívida por inteiro por ser devedor de um todo. Já na indivisibilidade o devedor só responde até o limite de sua quota parte, mas é obrigado ao pagamento total por que a lei determina que é impossível fracionar a prestação. 
Geralmente a indivisibilidade advém da natureza do objeto, enquanto que na solidariedade da vontade das partes.
ESPÉCIES DE SOLIDADRIEDADE: ativa e passiva
Ativa: Credores. Multiplicidade de credores, cada qual com direito a sua quota parte, mas, em razão da solidariedade, cada credorpode reclamá-la por inteiro do devedor comum.
O credor que receber a dívida por inteiro deve repassar aos co-credores suas respectivas partes. 
Ex. conta conjunta. Cada correntista pode sacar o dinheiro todo, sem comunicar e os demais, todos os correntistas podem movimentar livremente a conta conjuntamente ou separadamente, São credores solidários perante o banco. 
Ex. Cofre de banco locado para casal 
Passiva: Devedores. Na solidariedade passiva, cada devedor tem responsabilidade sobre a dívida toda, podendo ser acionado a paga-la por inteiro e não somente a sua quota parte. A solidariedade passiva permite que o credor a cobrar a dívida inteira de qualquer devedor comum, conjuntamente ou não. 
Qualquer devedor que pagar a divida a um dos credores, o devedor exonera a todos da obrigação. 
- multiplicidade de co-devedores → deve cumprir o objeto por inteiro (passiva)
- multiplicidade de co-credores → pode exigir a obrigação por inteiro (ativa)
Das Obrigações Solidárias -Disposições Gerais (Art.264 A 266)
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
A solidariedade se dá quando há uma obrigação em que a prestação pode ser exigida por qualquer um dos credores, e qualquer devedor é obrigado à dívida toda. 
A obrigação convertida em perdas e danos perde a indivisibilidade (geralmente, característica da natural do objeto), mas a solidariedade somente é desfeita com o pagamento da prestação.
Conceito Obrigação Solidária: Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigida indiferentemente por qualquer dos credores de quaisquer devedores. Cada devedor deve o todo e não apenas uma fração ideal, como ocorre nas obrig. indivisíveis. Nas obrigações indivisíveis estas se relacionam com o objeto da prestação, e nas Solidárias com a relação jurídica subjetiva. Aqui se ao contrário das obrig.indivisíveis (desaparece a indivisibilidade), se a obrigação for convertida em perdas e danos, permanece a solidariedade. (art.271).
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
A solidariedade não se presume ela é expressa, convencionada pelas partes ou pela lei. Duas únicas fontes da solidariedade: lei ou vontade das partes, salvoprova em contrário. Ex. Testemunhal.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
A solidariedade pode variar de co-devedor e co-credor, pode ser válida para um e nula para outro, sem afetar a solidariedade. Cada devedor tem um vínculo autônomo com o credor, podendo então condicionar ou modificar, ou pagar a cada um em lugar deferente, e de forma diferente. 
O modo de ser da obrigação solidária pode variar de um co-devedor ou co-credor para outro. Não há prejuízo para a solidariedade visto que o credor pode cobrar a dívida do devedor cuja prestação contenha número menor de óbices, ou seja, reclamar o débito todo do devedor não atingido pelas cláusulas opostas na obrigação.
O dispositivo inova o direito anterior, ao inserir a cláusula final acerca do pagamento em lugar diferente apenas em relação a alguns dos devedores solidários. (Se a cláusula ou condição sobrevier à obrigação, leia-se o art.278)
Regras das obrigações solidárias:
É característica da solidariedade a multiplicidade de sujeitos na relação obrigacional
A Solidariedade passiva obriga qualquer co-devedor à dívida toda
A solidariedade ativa permite que cada co-credor exija a prestação por inteiro
A solidariedade não se presume, ou ela é expressa pela lei ou advém da vontade das partes.
A solidariedade pode variar de um co-devedor para co-credor, podendo ser válida para um e nula para outro. 
Da Solidariedade Ativa (267 A 274)
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
A solidariedade ativa permite que cada credor cobre o cumprimento da prestação por inteiro de qualquer um co-devedor. 
A essência da solidariedade ativa é: o direito que cada credor tem de exigir de cada devedor a totalidade da dívida e não poder o devedor ou os devedores negarem-se a fazer o pagamento da totalidade da dívida, ao argumento de que existiriam outros credores.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Iniciada a ação judicial o devedor somente pode pagar ao autor da ação. Enquanto não houver a ação judicial o devedor pode pagar a qualquer credor comum. 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Devedor pode pagar parte da dívida a qualquer um dos credores, a parte paga é descontada da dívida. Entretanto, mesmo que o devedor efetue o pagamento de parte da dívida, sua quota parte, não se isenta da solidariedade, podendo o credor cobrar dele a parte faltante. O devedor, se não tiver sido cobrado pelo todo, pode pagar apenas uma parcela da dívida a qualquer dos co-devedores, uma vez que permanece a obrigação solidária em relação ao remanescente. Qualquer um dos co-credores, poderá exigir do devedor o restante da dívida, abatendo-se o que foi pago.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Refração do débito:Se um dos co-credores morre, cada herdeiro só irá receber até o limite da quota parte do co-devedor falecido, limitado ao quinhão hereditário. Cada herdeiro pode exigir o cumprimento até o limite do quinhão que está herdando. Ou seja, herdeiro 1, herdeiro 2, cada poderá exigir 50% da dívida. 
Pode exigir a prestação por inteiro somente quando: se o credor falecido deixar apenas um herdeiro ou sea obrigação for indivisível. 
A solidariedade desaparece para os herdeiros, mas, permanece em relação aos demais co-credores sobreviventes. Os herdeiros podem exigir apenas a quota no crédito de que o de cujus era titular, juntamente com os demais credores. Exceções: a) Se houver um só herdeiro, b) Se todos herdeiros agirem conjuntamente, c) Se indivisível a prestação (Aqui qualquer dos herdeiros pode exigir a totalidade do crédito, não em decorrência da solidariedade e sim da indivisibilidade da obrigação, aplicando-se as regras dos arts.257 a 263 do CC).
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Reside aqui a diferença de solidariedade e indivisibilidade. 
- cada devedor solidário deve pagar a divida por inteiro. Na indivisibilidade o devedor é obrigado ao pagamento por inteiro porque o objeto é indivisível.
- perde a indivisibilidade a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
- a indivisibilidade verifica-se automaticamente, já a solidariedade vem da lei ou vontade das partes.
- as perdas e danos também podem ser cobrados nas obrigações solidárias.
O direito anterior inovou ao suprimir “em proveito de todos os credores correm juros de mora”, por ser uma disposição supérflua.
Aqui ocorre a PRINCIPAL DIFERENÇA COM AS OBRIGAÇÕS INDIVISÍVEIS: pois o vínculo da solidariedade permanece. (Cf. comentários ao art.261 acima).
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Se um dos co-credores perdoar a dívida ou tiver recebido pagamento, responderá por isso aos outros co-credores. Quando o credor solidário voluntariamente libera i devedor da dívida, assume perante aos co-devedores a responsabilidade sobre ela. Ou seja, os co-credores poderão cobrar do co-credor que remiu ou recebeu o pagamento sua respectiva quota parte (a parte que lhe caiba). O Credor somente tem direito de remir a divida até a sua quota parte. 
Quando o credor solidário, por ato pessoal, liberar o devedor do cumprimento da obrigação, assume a responsabilidade perante os demais co-credores, que poderão exigir do que recebeu ou remitiu a parte que lhes caiba. Só que aí cada um só poderá exigir a sua quota e não mais a dívida toda, pois a responsabilidade entre eles é sempre pro parte.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Na ação judicial o devedor não poderá se defender prejudicando os demais.
O dispositivo vem deixar expressa a regra de que as defesas que o devedor possa alegar contra um só dos credores solidários não podem prejudicar aos demais.
Art. 274.  O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles
A obrigação pode ter características de cumprimento diferentes para cada um dos co-credores, podendo inclusive, vir a ser considerada invalida a relação deles, sem prejuízo aos direitos dos demais. 
O dispositivo não existia no direito anterior. Vem complementar o art.273, e constituir um desdobramento do 266, segundo a qual a obrigação pode ter características diferentes para cada um dos co-credores, podendo inclusive, vir a ser considerada inválida apenas em relação a um deles, sem prejuízo aos direitos dos demais.
Regras da solidariedade ativa - resumo:
A solidariedade ativa permite que cada credor exija o cumprimento da prestação por inteiro de qualquer um co-devedor. 
Iniciada a ação judicial o devedor somente pode pagar ao autor da ação. Enquanto não houver a ação judicial o devedor pode pagar a qualquer credor comum. 
O devedor pode pagar parte da dívida a qualquer um dos credores, a parte paga é descontada da dívida - extinta. 
Cada herdeiro pode exigir o cumprimento da prestação somente até o limite do quinhão que está herdando. Exceto: Pode exigir a prestação por inteiro quando: se o credor falecido deixar apenas um herdeiro ou sea obrigação for indivisível. 
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Se um dos co-credores perdoar a dívida ou tiver recebido pagamento, responderá por isso aos outros co-credores. 
A obrigação pode ter características de cumprimento diferentes para cada um dos co-credores,

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