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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Jurisdição, Competência, Sujeitos Processuais, Processos 
Incidentes, Atos Processuais e Provas 
 
 
www.direitoesquematizado.com 
 
 
 
 
 
 
2 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
MATÉRIAS ABORDADAS 
 Jurisdição 
 Competência – Espécies, regra, exceções 
 Sujeitos processuais: Juiz, MP, Defensor, Assistente de acusação, Auxiliares da Justiça 
 Questões e processos incidentes: 
 Questões prejudiciais 
 Exceções 
 Incompatibilidades e impedimentos 
 Conflito de jurisdição 
 Restituição de coisas apreendidas 
 Medidas assecuratórias (sequestro, arresto e hipoteca legal) 
 Incidentes de falsidade e insanidade mental do acusado 
 Atos processuais: Citação e intimação 
 Provas 
 Inominadas, nominadas 
 Legítimas, ilegítimas 
 Espécies 
 
 
JURISDIÇÃO 
“Juris” = Direito / “Dictionis” – Ação de dizer. Numa tradução literal Jurisdição é dizer o Direito 
Conceito: Poder dotado ao Juiz togado (Juiz de carreira) para julgar. O Juiz leigo, aquele que está apto a 
fazer mediações, tentar conciliação, não possui jurisdição. 
Advém do princípio do juiz natural – Art. 5º, LIII CF – Ninguém será processo e julgado senão por 
autoridade competente (Juiz de carreira) 
 
Jurisdição é a capacidade do Juiz aplicar o Direito no caso concreto com força definitiva, 
visando pacificar as relações sociais e resolver os conflitos através do devido processo legal, 
respeitando os legítimos atos processuais 
 
3 
Além deste primeiro princípio a Jurisdição possui outros: Princípio da Investidura, Princípio da 
Indeclinabilidade, Princípio da Indelegabilidade, Princípio da Improrrogatibilidade, Princípio da 
Inevitabilidade e Princípio da Inércia 
 
Características da Jurisdição 
1) Substitutividade – O Estado substitui a atuação dos litigentes. O Estado será representado por uma 
autoridade, pelo Juiz 
2) Imparcialidade – Isenção do juiz para julgar conforme a apreciação das provas. O Juiz deve ter 
cuidado de não se deixar influenciar por aspectos exteriores ao processo 
Jurisdição penal é necessária em razão dos interesses envolvidos, pois NÃO se permite fazer justiça com 
as próprias mãos 
 
 COMPETÊNCIA 
Um juiz não pode julgar todos os casos, de todas as espécies, sendo necessária uma delimitação de sua 
jurisdição. Essa delimitação do poder jurisdicional dos juízes e dos tribunais denomina-se “competência” 
Um Juiz criminal tem competência somente para processar e julgar delitos. 
Espécies de competência fixados no art. 69 CPP: 
 Lugar da Infração 
 Domicílio ou residência do réu 
 Natureza da infração 
 Distribuição 
 Conexão ou continência 
 Prevenção 
 Prerrogativa de função 
 
Os Critérios para fixação da competência são: 
1) REGRA: COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO – Art. 70 CPP 
 
O Código de Processo Penal adota a Teoria do Resultado. O processo será no lugar da consumação 
do delito e no caso de tentativa no lugar que foi praticado o último ato de execução 
Difere do Código Penal que adota a Teoria da Ubiquidade (Considera como local da prática do delito 
tanto o local da ação ou omissão, ou onde se produzir o resultado) – Art. 6º CP 
 
4 
Art. 70, §1º e 2º: Crimes a distância – Se a execução iniciar em território nacional e a infração se 
consumar fora dele, a competência para processar e julgar o delito, será o lugar no Brasil onde foi 
praticado o ÚLTIMO ATO DE EXECUÇÃO 
Se o último ato de execução ocorrer no exterior para produzir resultado em território brasileiro, será 
competente para processar e julgar a infração penal o juiz do local em que o crime, embora parcialmente, 
TENHA PRODUZIDO OU DEVIA PRODUZIR SEU RESULTADO 
Art. 70, §3º: Critério da prevenção – Nessa hipótese, não se sabe o local exato da consumação, mas 
se tem certeza de que o ilícito ocorreu no trajeto de uma para outra cidade. É o que ocorre, por exemplo, 
quando um furto é cometido em um ônibus que faz viagem entre duas cidades, sendo a ocorrência do 
delito descoberta apenas na chegada. Como não se sabe ao certo quando o delito se consumou, a 
competência será fixada entre uma delas por prevenção 
 
2) COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU: Art. 72 CPP 
Não sendo conhecido o lugar da infração a competência será do domicílio ou residência do réu. Para o 
processo penal, domicílio e residência possuem o mesmo significado 
Para o direito civil, possuem significados diferentes (Domicílio – Animo permanente; Residência – Local 
esporádico) 
Modalidades especiais: 
Art. 72, §1º: Se o réu tiver mais de uma residência a competência irá se dar pela prevenção (O Juiz que 
tomar a primeira providência será competente) 
Art. 72, §2º: Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado seu paradeiro, o Juiz competente será 
o primeiro que tomar conhecimento do fato (Prevenção) 
Art. 73: Prerrogativa do querelante - Se a AÇÃO for PRIVADA EXCLUSIVA, o querelante poderá 
preferir o domicílio ou residência do réu, ainda que for conhecido o lugar da infração. Porém isso não se 
aplica na ação privada subsidiária da pública 
 
3) COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO: Art. 74 CPP 
A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a 
competência privativa do Tribunal do Júri (Art. 74, §1º - Competência do Tribunal do Júri) 
Sendo assim a competência irá conforme a matéria: violência doméstica, juizado especial criminal, etc. 
Se for iniciado o processo perante um Juiz e houver a desclassificação para infração da competência 
de outro, o processo será remetido para essa nova competência. Entretanto se a competência 
originária for mais graduada, será prorrogada e permanecida a competência primária – art. 74 §2º CPP 
 
4) COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO – Art. 75 CPP 
É possível que restem vários juízes competentes para o caso, como por exemplo, crime cometido na 
cidade de São Paulo, que possui dezenas de juízes criminais. Nessa hipótese, se algum Juiz adiantar ato 
do processo este será competente, aplicando a prevenção 
Se não houver qualquer juiz prevento, será feita a distribuição, que é um sorteio para a fixação de um 
determinado juiz da causa 
 
5 
Desta forma, para uma melhor didática, vamos ESQUEMATIZAR as fases para a determinação da 
competência: 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIA PELA CONEXÃO OU CONTINÊNCIA 
Arts. 76 ao 82 CPP 
A conexão e a continência não são critérios para a fixação, mas para uma eventual prorrogação da 
competência 
Com efeito, quando existe algum vínculo, algum elo de ligação entre dois delitos (conexão) ou quando uma 
conduta está contida na outra (continência), estabelece a lei que deve haver um só processo para 
apuração conjunta, pois isso facilitará a coleta das provas e a apreciação do caso como um todo pelo juiz 
CONEXÃO 
Ocorre quando há um vínculo entre dois ou mais processos, atraindo-se uns aos outros. Ex.: Uma mesma 
prova para os 2 processos – Art. 76 CPP 
Espécies: 
1) Intersubjetiva (Entre os sujeitos) – As duas ou mais infrações são praticadas por duas ou mais 
pessoas, sendo que o elo entre os delitos reside justamente nisso (art. 76, I CPP). Essa conexão 
intersubjetiva pode ser: 
 Por Simultaneidade – Os agentes cometem os crimes ao mesmo tempo, porém sem que 
haja prévio ajuste entre eles 
Ex.: Vários torcedores, inconformados com um pênalti, invadem o campo e praticam agressões 
contra o árbitro e seu auxiliar. Desta forma são 2 crimes de lesão corporal praticados por mais 
de uma pessoa, sem que haja um prévio ajuste entre eles 
 Por Concurso – Duas ou mais pessoas cometem dois ou mais delitos em concurso, pouco 
importando que ocorram em momento e locais diferentes 
Ex.: Integrantesde uma facção criminosa que fazem diversos assaltos 
 Por reciprocidade – Infrações praticadas por duas ou mais pessoas, umas contra as outras 
 
3º) Determinação da vara competente 
Prevenção Distribuição 
2º) Determinação da Justiça competente 
Critério da natureza da infração 
1º) Determinação do foro competente 
Critério do local da infração Critério do domicílio do réu 
 
6 
2) Objetivas Materiais ou Lógicas (Ligação material) – O vínculo de uma infração está na motivação de 
uma delas que a relaciona à outra (art. 76, II CPP) 
Ocorre quando uma infração penal visa facilitar a prática de outra ou quando uma infração é 
cometida visando ocultar/impunir/assegurar outra infração 
 
3) Instrumentos probatórios ou processuais - Uma mesma prova para dois ou mais processos (art. 
76, III CPP) 
 
 
CONTINÊNCIA 
Há continência quando uma coisa está contida na outra, não sendo possível a separação 
Ex.: Art. 74 CP: Resultado diverso do pretendido “aberratio criminis” - Além de atingir o resultado pretendido, 
causa outro; Ex².: Pretendendo matar a sogra, fere a esposa com o mesmo tipo 
 
Espécies de Continência: 
1) Por CUMULAÇÃO SUBJETIVA - Duas ou mais pessoas cometem o mesmo delito, sendo acusadas 
pela mesma infração penal (Art. 77, I CPP c.c art. 29 CP) 
Trata-se de crime único cometido por duas ou mais pessoas em coautoria ou participação 
 
2) Por CUMULAÇÃO OBJETIVA: Unidade de agente e pluralidade de infrações (Art. 77, II do CPP c.c 
arts. 70, 73 e 74 do CP) 
Ocorre em todos os casos de concurso formal, bem como nas hipóteses de erro na execução 
(aberratio ictus) ou resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) com duplo resultado 
 
As REGRAS DE PREVALÊNCIA de foro nos casos de conexão ou continência estão previstas no art. 78 do 
CPP: 
 No concurso de jurisdições de categorias diversas, predominará a de maior graduação 
 No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá a especial 
 No concurso entre a competência do Júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do Júri 
 No concurso de jurisdições da mesma categoria: 
o Preponderará a do lugar da infração à qual for cominada a pena mais grave 
o Prevalecerá a do lugar em que ocorreu o maior número de infrações, se as respectivas 
penas forem de igual gravidade 
o Se as penas forem idênticas e em igual número, firmar-se-á a competência por prevenção 
 
 
7 
EXCEÇÕES à regra de união dos processos em casos de conexão e continência: 
Exceção do Art. 79 – Separação Obrigatória - 
Ocorre no decorrer do processo quando a pessoa 
ficou louca, em caso de crimes militares e quando 
tiver menores de idade no mesmo processo 
Exceção do Art. 80 – Separação Facultativa – O 
Juiz decide separar para o melhor andamento do 
processo. Ocorre quando há muitos réus no 
mesmo processo 
Prorrogação de competência: Art. 81 e 82 CPP – A competência irá se estender, atraindo outro processo 
Desta forma se apesar da conexão e continência, por equívoco ou desconhecimento, forem instauradas 
ações penais diversas, uma para cada crime, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os 
processos que corram perante outros juízes. Avocar significa chamar para si 
 
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
É a transferência de competência de um juízo para outro, para realização de determinados atos, transfere 
a obrigação de concretizar somente determinados atos. 
Espécies: 
a) Delegação Externa: Quando os atos são praticados em juízos diferentes. Ex.: Carta precatória 
b) Delegação Interna: Quando a delegação do ato é feita dentro do mesmo juízo. Ex.: Delegação ao juiz 
substituto 
c) Desaforamento: É o deslocamento do julgamento do processo de competência do Tribunal do Júri 
para outra comarca. Ocorre em 2 hipóteses: 
1) Por motivos de segurança 
2) Por clamor público 
Está previsto nos arts. 427 e 428 CPP 
Competência pela Prevenção – Art. 83 CPP 
Prevenção é o conhecimento antecipado de determinada questão jurisdicional, que o torna competente 
para processar e julgar o processo, ainda que não tenha se iniciada a ação penal. É o Juiz que determina 
uma prisão preventiva 
 
Competência pela Prerrogativa de Função: Algumas pessoas, tendo em vista o cargo público que ocupam, 
serão processadas e julgadas por órgãos jurisdicionais superiores, independentemente do local onde o 
crime foi cometido – Art. 84 CPP. É uma exceção do art. 70 CPP 
§1º - Vale a prerrogativa de função conforme a data do fato 
Concurso de pessoas: Serão todos julgados pelo foro especial, ainda que não possuam a prerrogativa 
(art. 77, I e art. 78, III CPP) 
Arts. 85 a 87 – Competência originária das pessoas que a Constituição sujeito à jurisdição do STF e dos 
Tribunais de Apelação 
 
8 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
Sujeitos Processuais são as pessoas entre as quais se constitui, se desenvolve e se completa a relação 
jurídico processual 
São essenciais ao processo penal: 
 Juiz 
 Acusação (MP) 
 Defesa (acusado e defensor) 
 
JUIZ 
Detentor do poder jurisdicional (poder de julgar e processar). Comanda os atos processuais, julga e impõe 
a absolvição ou condenação. O Juiz sempre irá buscar a verdade real, com base no que existe nos autos, 
devendo fundamentar as suas decisões 
A condenação só ocorre quando o Juiz estiver convencido, pois na dúvida o réu será absolvido. 
Funções e Poderes do Juiz está previsto no art. 251 CPP: 
“Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, 
podendo, para tal fim, requisitar a força pública” 
Nos casos da testemunha ser intimada e não comparecer em Juízo para depor, se o MP e o advogado da 
outra parte insistir ou até mesmo o Juiz requerer de ofício, poderá determinar que uma viatura busque a 
testemunha 
O Juiz ficará IMPEDIDO nos termos do art. 252 CPP: 
I. Tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade 
policial, auxiliar da justiça ou perito 
II. Ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha 
III. Tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a 
questão 
IV. Ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o 
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito 
OBS.: Se ocorrer alguma dessas causas, deve o juiz pronunciar, de ofício, o seu impedimento, 
desvinculando-se do feito, mas se NÃO o fizer, as partes poderão recusá-lo por meio de exceção (art. 112 
do CPP). A decisão por meio da qual o juiz declara-se impedido é irrecorrível 
OBS².: Terceiro grau de parentesco é até tio, primos são de quarto grau 
 
9 
O Juiz ficará SUSPEITO nos termos do art. 254 CPP: 
I. Se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles 
II. Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, 
sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia 
III. Se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar 
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes 
IV. Se tiver aconselhado qualquer das partes 
V. Se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes 
VI. Se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo 
OBS.: O reconhecimento da suspeição pode acarretar a nulidade dos atos praticados pelo juiz suspeito 
(art. 564, I, do CPP), desde que posteriores ao nascimento do motivo que ensejou a escusa ou a recusa. 
OBS².: A suspeição não poderáser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de 
propósito der motivo para criá-la. 
OBS³.: Quando verificada a suspeição cabe processo incidental 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Representa o Estado-administração, exercendo a pretensão punitiva 
Sendo assim o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, 
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis 
As FUNÇÕES do MP estão descritas no art. 257 CPP: 
 Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código 
 Fiscalizar a execução da lei (custus legis na ação privada) 
Os órgãos do MP também possuem IMPEDIMENTOS, como previsto no art. 258 CPP: 
“Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for 
seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e 
a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos 
juízes” 
 
ACUSADO ou RÉU 
Acusado ou réu é a pessoa em face de quem se deduz a pretensão punitiva, ou seja, é o sujeito passivo 
da relação processual 
 
10 
Têm capacidade para estar em juízo: 
 Pessoas físicas maiores de 18 anos 
 Pessoas jurídicas, relativamente aos crimes ambientais (Art. 225, §3º CF e art. 3º da Lei 9.605/98) 
NÃO TEM personalidade judiciária: 
 Entes inanimados, animais e os mortos 
 Menores de 18 anos 
 Pessoas que gozam de imunidade parlamentar ou de imunidade diplomática 
 
A qualquer tempo, no curso do processo de conhecimento ou da execução, se for descoberta a 
qualificação do acusado, deve -se proceder à retificação, sem qualquer prejuízo dos atos precedentes – 
Art. 259 CPP 
Se o acusado não atender intimações feitas pelo judiciário, o Juiz poderá determinar a condução coercitiva 
do acusado (conduzir por força policial) – Art. 260 CPP 
Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado e julgado sem defensor – Art. 261 CPP 
O acusado deve ser individualizado no momento da propositura da ação – Art. 41 CPP e princípio 
constitucional do contraditório 
 
DEFENSOR 
Exerce a autodefesa (princípio constitucional da ampla defesa) 
Defensor é o responsável pela defesa técnica do acusado, a ser desempenhado por profissional habilitado 
(advogado) – Art. 263 CPP 
Se o acusado não tiver um defensor, será nomeado um defensor pelo Juiz 
Solicitador é o mesmo que procurador, desta forma os advogados e procuradores são obrigados a prestar 
patrocínio aos acusados quando nomeados pelo Juiz, sob pena de multa – Art. 264 CPP 
O Defensor não pode abandonar o processo sem comunicar previamente o Juiz, sob pena de multa e 
outras demais sanções cabíveis, sendo possível apenas nos casos do acusado dar motivo imperioso 
(arrogante, reivindicar obediência) 
 
AUXILIARES OU ASSISTENTES DA JUSTIÇA 
Assistente de acusação é o advogado contratado pela vítima OU sua família que irá auxiliar a acusação 
do MP – Art. 268 CPP 
 
11 
O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em 
que se achar – Art. 269 CPP 
O Assistente pode propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, participar do debate 
oral e arrazoar os recursos interpostos pelo MP 
O assistente depende de anuência do MP – Art. 272 CPP 
Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo constar dos autos o pedido e a 
decisão 
 
PERITOS e INTÉRPRETES 
PERITO é o profissional responsável por laudos técnicos, que servirão como prova processual 
As partes não intervirão na nomeação do perito – Art. 276 CPP 
O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa, salvo escusa 
atendível 
É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes. 
Também será penalizado com multa se: 
 Deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade 
 Não comparecer no dia e local designados para o exame 
 Não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos 
 
Não poderão ser peritos: 
 Os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos incisos I e IV do art. 69 do Código 
Penal; 
 Os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; 
 Os analfabetos e os menores de 21 anos. 
 
INTÉRPRETE é o profissional responsável pela tradução de documentos que servirão como prova 
processual 
Art. 281 CPP – Equiparação dos peritos e intérpretes, sendo aplicados os mesmos efeitos dos peritos 
para os intérpretes 
 
 
 
12 
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES 
Incidente – Constitui circunstância acidental, é o que sobrevém, eventual. O normal para o processo penal é 
que tenha um julgamento de algum crime, desta forma o incidente é algo anormal ao processo, que não irá 
ser feito um julgamento a algum crime. 
Se divide em: 
1) Questão Prejudicial: Impedimento ao desenvolvimento do processo penal, decidido antes do 
julgamento da questão principal, no mesmo ou em outro processo – Arts. 92 a 94 CPP. Prejudica o 
desenvolvimento normal do processo penal 
2) Processos Incidentes: São soluções legais para as questões eventuais (prejudiciais) 
 
As ESPÉCIES de questões e Processos Incidentais elencadas no CPP são: 
Numa primeira análise vamos somente ver as espécies elencadas no CPP, posteriormente cada espécie será 
maiormente detalhada: 
1) EXCEÇÕES (arts. 95 a 111 CPP) 
São modalidades de exceções: suspeição, incompetência de juízo, litispendência, ilegitimidade de 
parte e coisa julgada 
 
2) INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS (art. 112 CPP) 
Estudamos na parte de sujeitos processuais 
 
3) CONFLITO DE JURISDIÇÃO (arts. 113 a 117 CPP) 
É o conflito entre juízes. Pode ser positivo e negativo 
 
4) RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS (arts. 118 a 124 CPP) 
Uma das funções do delegado, quando chega no local do crime, é apreender os objetos que estejam 
na cena do crime, para que possam auxiliar na elaboração nos fatos 
 
5) MEDIDAS ASSECURATÓRIAS (sequestro, arresto e hipoteca legal (arts. 125 a 144 CPP)) 
Todo crime que ocorre faz nascer para a vítima a indenização pelo dano causado, é a ação civil do 
delito. Desta forma para assegurar os bens do autor do crime para posteriormente receber a 
indenização, a vítima entra com medidas assecuratórias 
 
6) INCIDENTE DE FALSIDADE (arts. 145 a 148 CPP) 
Suspeita de documento falso 
 
7) INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO (arts. 149 a 154 CPP) 
Durante a persecução penal o autor do crime teve insanidade mental 
 
13 
FORMAS DE QUESTÕES PREJUDICIAIS: 
 Prejudicial Homogênea: Quando a prejudicial pertence ao mesmo ramo da questão prejudicada. 
Ex.: Exceção da verdade no crime de calúnia. Xingar alguém de ladrão e a pessoa processar pelo 
crime de calúnia, entretanto na defesa aquele que fez a calunia junta aos autos uma sentença 
transitada em julgado que a vítima da calúnia realmente foi condenada por um crime de roubo, sendo 
assim não ocorreu a calúnia, mas simplesmente uma indagação (art. 138, §3º CP) – Ambas são de 
Direito Penal 
 Prejudicial Heterogênea: Quando a prejudicial e a questão prejudicada não pertencem ao mesmo 
ramo do direito. 
Ex.: Da decisão em processo de anulação do segundo casamento, poderá depender a existência do 
crime de bigamia (art. 235 CPP) 
 Prejudicial Total: Interfere na existência do crime, faz com que o processo crime desaparece 
 Prejudicial Parcial: Se relaciona com uma circunstância que sendo resolvida, o processo principal 
continuaSISTEMAS de SOLUÇÃO sobre a COMPETÊNCIA para a DECISÃO DA PREJUDICIAL 
1. Predomínio da Jurisdição Penal – O Juiz penal sempre decide, independentemente da matéria 
2. Sistema da Prejudicialidade Obrigatória – O Juiz criminal deve se amparar na decisão do juiz 
cível 
3. Sistema da Prejudicialidade Facultativa – O Juiz criminal decide se ele mesmo julgará a 
prejudicial ou se envia para outro juízo competente (cível), dependendo da matéria 
 
Os Sistemas utilizados na Legislação Brasileira são DOIS: 
Art. 92 CPP – Sistema da Prejudicialidade Obrigatória. Aplicado toda vez que trate sobre o estado civil 
das pessoas 
a) Ordem política (cidadania) 
b) Relações familiares: Casado, filho, primo, etc. 
c) Capacidade: Física (maior ou menor de idade), Mental 
Quando tiver essas dúvidas, deve ser dirimido antes na justiça civil, para ser aplicadas as consequências 
cabíveis 
Ex.: Uma sentença de anulação do primeiro casamento pode excluir o crime de bigamia – Art. 235 CP 
Para suspensão do processo é necessário que a controvérsia seja SÉRIA (temerária, que possa causar 
prejuízo) e FUNDADA (possa ser provada e possua fundamento jurídico) – art. 92 CPP 
OBS.: Enquanto não houver o transito em julgado do processo civil, o processo penal ficará suspenso 
 
14 
Art. 93 CPP – Sistema da Prejudicialidade Facultativa. Trata da solução das prejudiciais que NÃO versem 
sobre o estado civil das pessoas. 
A remessa para o juiz cível será facultativa quando for qualquer outra matéria que não seja sobre o estado 
civil das pessoas 
Ex.: Verificação de propriedade no crime de furto – Art. 155 do CP 
Art. 93, §1º – A suspensão do processo principal terá um prazo a critério do juiz, podendo ser prorrogado. 
Expirado o prazo sem que o juiz cível tenha proferido uma sentença, o juiz criminal irá retomar a competência 
sem que tenha o julgamento cível 
Art. 93, §2º – Diz sobre Recurso. Do despacho que deferir a suspensão não cabe nenhum recurso, do 
despacho que indeferir a suspensão cabe recurso 
Art. 93, §3º – Intervenção do MP para acelerar o processo na justiça cível 
Art. 94 CPP – Quem pode requerer a suspensão 
DAS EXCEÇÕES 
Tratam-se de prejudiciais facultativas 
Geralmente são apresentadas pela defesa, como defesa indireta, que é aquela capaz de modificar, 
extinguir ou impedir a pretensão estatal 
O momento para apresentar as exceções deve ser no primeiro momento em que tiver a oportunidade, sendo 
uma peça autônoma que dará início ao processo incidental 
OBS.: Defesa direta é a que se refere ao fato ilícito, relaciona-se com o mérito, ex.: contestar autoria, alegar 
causa excludente de antijuricidade (art. 23 CP), etc. 
Todas as exceções estão previstas no art. 95 CPP 
 
FORMAS das exceções: 
 PEREMPTÓRIAS – São as que, se acolhidas, põe fim à relação jurídica. São elas: Coisa Jugada e 
Litispendência 
 DILATÓRIAS – São aquelas que estendem o curso processual, sem extingui-lo. São eles: 
suspensão, impedimento e incompetência do juízo 
 
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO 
Tem por finalidade rejeitar o juiz quando houver dúvidas quanto à sua imparcialidade. 
Causas que motivam a suspeição: art. 254 do CPP 
 
15 
Procedimento da suspeição e efeitos 
Art. 96 CPP – A Oposição da arguição de suspeição deve preceder as demais 
Art. 97 CPP – Possibilidade de suspeição de ofício: O juiz deve fundamentar seu despacho. É feita nos autos 
principais (processo crime). O juiz declara no próprio processo crime a sua suspeição, enviando para o juiz 
substituto. 
Art. 98 CPP – Alegação da suspeição pela parte: Necessidade de procuração com poderes especiais (art. 44 
CPP) que deverá conter: nome do juiz, da exceção, número do processo e vara de tramitação. 
Nomenclatura das Partes: excipiente --- quem opõe excepto --- o Juiz 
Art. 99 CPP – Quando o juiz admite (concorda) com a suspeição – A petição da exceção será juntada e por 
despacho o Juiz se declarará suspeito, enviando para o juiz substituto 
Art. 100 CPP – Quando o Juiz não admite a suspeição: Responde em 3 dias e no prazo de 24 horas o 
processo incidental (exceção de suspeição) é remetido ao TJ para julgamento 
Art. 100, §1º CPP – Providencia do TJ 
Art. 100, §2º CPP – Improcedência da suspeição pelo TJ 
Art. 101 CPP – Exceção julgada procedente: nulos os atos processuais praticados pelo juiz excepto e 
remessa para seu substituto para prosseguimento do processo principal. As custas processuais ficarão a 
encargo do juiz. Se a exceção for julgada improcedente pela malícia de quem opôs a suspeição, será imposta 
uma multa 
Art. 102 CPP – Possibilidade de suspensão do processo principal – Somente quando as partes requerem a 
suspensão do processo principal 
Art. 104 CPP – Suspeição do MP – Marcada uma audiência para produzir provas de suspeição 
Art. 105 CPP – Suspeição dos auxiliares de justiça 
Art. 107 CPP – Impossibilidade de suspeição quanto ao Delegado de Polícia – O próprio Delegado deverá de 
oficio se declarar suspeito, caso não se declare, a parte deverá requerer na corregedoria da polícia civil a 
suspeição, dirigido ao secretário de segurança publica 
 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO 
Também chamada de “declinatoria fori” 
Será oposta quando não tiverem sido seguidas as regras para fixação da competência, conforme arts. 69 
a 91 CPP: Lugar da infração, domicílio do réu, natureza da infração, distribuição, conexão ou continência, 
prevenção e prerrogativa de função 
 
 
16 
 
A incompetência pode ser: 
 ABSOLUTA – Ocorre quando é impossível sua prorrogação, não podendo o juiz atuar no caso. Ex.: 
Natureza da infração ou pela prerrogativa de função 
 RELATIVA – Ocorre quando é possível a prorrogação da competência, pois não haverá prejuízo 
para as partes. Ex.: Quando ocorrer desclassificação do crime para menos grave ou prevenção 
 
Procedimento da Exceção de Incompetência do Juízo 
O Juiz pode declará-la de ofício nos autos principais remetendo o processo ao juiz competente 
As partes poderão opô-la de forma oral ou escrita – Art. 108 CPP 
Art. 108, §1º: Manifestação do MP, quando não for ele o excipiente 
Art. 108, §2º: Se rejeitada a exceção o juiz permanecerá nos autos. Se acolhida a exceção, o processo será 
encaminhado ao juízo competente 
OBS.: A exceção por incompetência relativa deverá ser arguida no prazo da defesa ou na primeira 
oportunidade de manifestação da parte, sob pena de preclusão (quando ocorre a prorrogação da 
competência) 
Se for por incompetência absoluta, poderá ser oposta em qualquer fase do processo 
 
 
EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA 
Obedece ao princípio do “non bis in idem”, que visa assegurar ao acusado o direito de responder 
criminalmente pela conduta apenas uma vez 
Há litispendência quando se verificar a identidade de demandas: 
1) Pedido: Acusação 
2) Partes 
3) Causa de pedir que se refere ao fato, não à deserção legal da conduta 
Procedimento (art. 110 CPP) 
Não haverá prazo para sua oposição, nem suspensão do processo 
Irá extinguir o processo mais recente, sendo a exceção interposto no processo mais antigo, para que seja 
extinto o processo mais novo 
 
 
17 
EXCEÇÃO DE ILEGITIMIDADE DE PARTE 
Poderá ser verificada de ofício pelo juiz ou através da oposição pela parte 
Procedimento (art. 110 CPP) 
A ilegitimidade pode ser: 
Ilegitimidade para a ação (“ad causam”): Ocorre quando o autor da ação não é o titular do direito ou o réu 
não é o responsável pelo fato lesivo 
Se reconhecida essa ilegitimidade, o processo é anulado desde o início 
Ilegitimidade para o processo (“ad processum”): Ocorre quando a parte não tem capacidade postulatória. 
Ex.: Quando for oferecida denúncia no caso de ação penal privada; Quando for oferecida queixa nocaso de 
ação penal pública; Se o querelante for incapaz; Se o querelante não for representante legal do ofendido 
(arts. 31 e 33 CPP) 
Nestes casos, o vício poderá ser sanado, podendo ser ratificados os atos processuais 
 
EXCEÇÃO DE COISA JULGADA 
Coisa julgada é uma qualidade da sentença. Ela pode ser: 
Coisa Julgada Formal – Refere-se à imutabilidade da sentença naquela instância, pelo mesmo juiz. Toda 
sentença faz coisa julgada formal 
Coisa Julgada Material – Refere-se à imutabilidade da sentença, que não poderá mais ser modificada em 
qualquer instância 
A exceção deve ser oposta diante da coisa julgada material 
Procedimento (art. 110 CPP e parágrafo 2º) 
Art. 111: Regra geral para oposição das exceções 
 
EXCEÇÃO DE INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 
Art. 112 CPP 
Atribuídas ao Juiz: Art. 252 CPP – O Juiz será impedido de julgar 
Atribuídas ao MP e órgãos auxiliares: Art. 258 CPP – Aplicado através da analogia aos auxiliares da justiça 
Procedimento: Idêntico ao da exceção de suspeição 
Efeitos: Todos os atos praticados serão nulos 
 
 
18 
PROCESSO INCIDENTAL DE CONFLITO DE JURISDIÇÃO 
Art. 113 CPP 
Espécies: Art. 114 CPP 
1) Conflito positivo de jurisdição: Ocorre quando 2 ou mais juízes se julgam competentes para julgar o 
processo 
 
2) Conflito negativo de jurisdição: Quando os juízes se julgam incompetentes 
 
3) Quando houver divergência sobre a jurisdição ou separação de processos. Ex.: Conflito entre 
justiça comum e TJ 
 
Processamento: Podem arguir as partes interessadas, os órgãos do MP junto à qualquer dos juízos em 
dissídio e qualquer dos juízes ou tribunais em causa – art. 115 CPP 
Art. 116 – Forma 
Competência para julgar: O CPP menciona “tribunal competente, devendo ser observadas as regras da CF, 
leis processuais penais e regulamentos internos dos tribunais 
 
PROCESSO INCIDENTAL DE RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS 
A função de apreensão de objetos que apresentem relação com o fato criminoso pode ser realizada pelo 
delegado na fase do Inquérito Policial (art. 6º, II CPP) ou determinada pelo juiz na fase processual. 
Objetivo: Auxiliar na elucidação do crime 
Os objetos apreendidos, quando não mais interessem ao processo, poderão ser restituídos – Art. 118 CPP 
Art. 119 – Coisas que não poderão ser restituídas: Art. 91, II CP: Serão confiscados pela União instrumentos 
do crime que sejam ilícitos, e depois destruídos. 
Procedimentos: Art. 120 CPP – Restituição pelo delegado e pelo Juiz 
Art. 121 – Coisas apreendidas que serão leiloadas 
Art. 122 – Prazo para reclamar sobre o direito à coisa apreendida 
Art. 123 – Se não forem reclamados 
Art. 124 – Bens que deverão ser inutilizados ou destruídos 
 
 
 
19 
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
São providências cautelares de natureza processual, urgentes e provisórias, determinadas pelo juiz para 
assegurar a reparação do dano. 
Espécies: 
 Sequestro (Art. 125 CPP) 
 Hipoteca legal (art. 134 CPP) 
 Arresto (Art. 137 CPP) 
Todo crime produz um dano que, poderá ser ressarcido se o agente possuir bens, diante da propositura da 
ação civil do delito mas já na ação penal se pode salvaguardar esses bens, através do processo incidental. 
Ainda que a sentença penal seja absolutória caberá ação civil do delito, conforme os art. 66 e 67 do 
CPP, pois com a sentença absolutória, o processo incidental será revogado (art. 141 CPP) 
Entretanto se for reconhecida a inexistência material do fato, NÃO CABERÁ a ação civil do delito (art. 66 
CPP) 
 
SEQUESTRO 
É uma medida assecuratória judicial destinada a reter os bens móveis ou imóveis do acusado, desde que 
adquiridos com proventos de crime, mesmo que já tenham transferidos a terceiro – Art. 125 CPP 
Art. 132 CPP – Será decretado o sequestro se não for cabível busca e apreensão (a busca e apreensão cabe 
diretamente sobre o produto do crime, ex.: drogas, relógio roubado, etc. Está prevista no art. 240 e seguintes 
do CPP) – desta forma NÃO PODE CONFUNDIR SEQUESTRO COM BUSCA E APREENSÃO 
O REQUISITO para a decretação do sequestro é quando houver indícios da proveniência ilícita dos bens 
– Art. 126 CPP 
Legitimidade para requerer a medida está no art. 127 CPP: 
“Art. 127 - O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação 
da autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de 
oferecida a denúncia ou queixa” 
Feito o sequestro, o Juiz ordenará a inscrição no cartório de registro de imóveis – Art. 128 CPP 
Procedimento: O sequestro será autuado em apartado e admitirá embargos de terceiro 
Embargos (art. 130 CPP): O Sequestro poderá ainda ser embargado: pelo acusado, sob o fundamento de 
não terem os bens sido adquiridos com os proventos de infração ou pelo terceiro, a quem houverem os bens 
sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. 
 
20 
O acusado ou terceiro que embarga terá que aguardar a decisão do processo principal, ficando suspenso 
o processo incidental de sequestro – Art. 130, parágrafo único CPP 
Ocorrerá o Levantamento (ou revogação) do sequestro quando: A ação penal não for proposta no prazo 
de 60 dias; Se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado; 
Quando o terceiro prestar caução que assegure a aplicação disposto no art. 74, II, b do CP 
Destino dos bens sequestrados (art. 133 CPP) – Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de 
ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público. 
Entretanto deve ser provado que o dinheiro da venda dos bens deve ser dirigido ao lesado, ficando durante 
isso recolhido no Tesouro Nacional 
 
HIPOTECA LEGAL 
Direito real de garantia que recai sobre bens imóveis de origem lícita do indiciado ou réu para garantia da 
reparação do dano 
A Hipoteca Legal poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza 
da infração e indícios suficientes da autoria – Art. 134 CPP 
O seu PROCEDIMENTO se dá da seguinte maneira: É preciso que o ofendido estime o valor da 
responsabilidade civil do agente e aponte o(s) imóvel(s) a ser hipotecado 
Pode ser requerida: 
 Pelo ofendido (art. 135, caput CPP) 
 De ofício pelo Juiz (em analogia com o art. 127 CPP) 
 Pelo promotor (art. 142 CPP) 
 
Deve ser inscrita no cartório de registro de imóveis 
A DEFESA se dá pelos embargos em analogia com o previsto para o sequestro (arts. 129 e 130) 
 
ARRESTO 
Medida assecuratória que atua de forma subsidiária à hipoteca legal quando oposta em face dos bens 
imóveis do acusado (ou indiciado) adquiridos de forma lícita. 
Chama-se arresto provisório e está previsto no art. 136 CPP. 
Desta forma o arresto é uma medida mais rápida do que a hipoteca legal, entretanto é feito para garantir a 
hipoteca 
 
21 
Decretado o arresto provisório, deverá ser requerida a hipoteca legal no prazo de 15 DIAS, sob pena de ser 
revogada a medida 
O arresto em regra é decretado diante dos bens imóveis, mas se estes não forem suficientes, poderão ser 
arrestados também os bens móveis (adquiridos licitamente) do indiciado ou acusado – Art. 137 CPP 
Além do ressarcimento do dano, o destino dos bens arrestados poderão alcançar também as despesas 
processuais e as penas pecuniárias, tendo preferência a reparação do dano ao ofendido– Art. 140 CPP 
Revogação – Art. 141 CPP 
Art. 143 CPP: Sentença condenatória remetida ao juízo cível para ação civil do delito 
OBS.: O ARRESTO SERÁ REVOGADO ou SERÁ CANCELADA A HIPOTECA, se, por sentença 
irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade – Art. 141 CPP 
DIFERENÇASde Sequestro, Hipoteca Legal e Arresto 
SEQUESTRO HIPOTECA LEGAL ARRESTO 
Bem ilícito Bem lícito Bem lícito 
Bens Imóveis e Móveis Bens Imóveis Bens Imóveis e Móveis 
 
INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL 
Será oposto se houver dúvida quanto a veracidade de um documento, buscando a verdade real. 
Considera DOCUMENTOS quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, púbicos ou particulares – Art. 232 
Procedimento: Art. 145 CPP - Argüida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz 
observará o seguinte processo: 
 I - Mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 
48 horas, oferecerá resposta; 
 II - Assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas alegações; 
 III - Conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias; 
 IV - Se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e remetê-lo, 
com os autos do processo incidente, ao Ministério Público. 
A arguição de falsidade deve ser feita por Procurador Especial com poderes especiais - Art. 146 CPP – 
Analogia com art. 44 CPP 
O Juiz poderá de ofício proceder a verificação da falsidade - Art. 147 CPP 
Art. 148 CPP – A decisão do processo incidental visa a retirada (traslado) de documento falso do processo 
criminal. A decisão que determinar a falsidade será remetida ao MP para apuração de um dos crimes 
elencados nos artigos 296 a 304 CP 
 
22 
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO 
A sanidade mental do acusado influi em sua capacidade de compreensão quanto à culpabilidade. 
Se o agente é incapaz mentalmente, comprovadamente antes mesmo de praticar a conduta, estará desde o 
Inquérito Policial sujeito à aplicação de medida de segurança – Art. 96 CP, § único e art. 97 CP 
Porém, se há a suspeita de que o agente era incapaz no momento da conduta, ou após a mesma, durante a 
persecução penal ou na execução da pena, deverá opor o citado incidente. 
No caso de semi imputável a pena será reduzida, não será aplicada medida de segurança. Ex.: Usuário de 
drogas 
Legitimidade: Art. 149 CPP 
OBS.: Apenas o fato do crime ser grave, não significa que o juiz acatará o requerimento e o laudo pericial: Ele 
observará o conjunto probatório 
Art. 150 CPP – Local para o exame 
Art. 151 CPP – Nomeação de curador e prosseguimento do processo 
Art. 152 CPP – Suspensão do processo principal quando a doença sobrevier durante o processo ou no 
cumprimento da pena (execução) 
 
ATOS PROCESSUAIS 
São as providências praticadas para criar, modificar ou extinguir direitos processuais. 
Citação é o ato processual por meio do qual se chama a juízo o réu para tomar conhecimento e defender-se 
da acusação 
Intimação é a ciência dada à parte no processo da prática de um ato, despacho ou sentença (ato já 
realizado) 
O CPP NÃO diferencia intimação de notificação 
CITAÇÃO 
É realizada por oficial de justiça (regra). São Espécies de citação: 
CITAÇÃO PESSOAL (Art. 351 CPP) destina-se à citação do réu que esteja em local certo e sabido 
Mandado de citação: O mandado de citação deve indicar: O nome do Juiz; O nome do querelante nas 
ações iniciadas por queixa; o nome do réu; A residência do réu; O fim para que é feita a citação; O 
juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; e a subscrição do escrivão e rubrica do 
Juiz (Art. 352 CPP) 
 
23 
Os Requisitos são: 1) Leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual ser 
mencionarão a data e a hora da citação; 2) Declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua 
aceitação ou recusa (Art. 357 CPP) 
 
CITAÇÃO POR REQUISIÇÃO: Modalidade de citação destinada aos militares e aos presos 
Militar: A citação será por intermédio do chefe do respectivo serviço (Art. 358 CPP) 
Preso: Será citado pessoalmente, na qual o Oficial de Justiça se dirige até o diretor do presídio, e o preso 
será citado perante a presença do diretor (Art. 360 CPP) 
É feita mediante ofício requisitório expedido pelo juiz ao comandante (chefe de serviço) no caso do militar e 
ao diretor do estabelecimento prisional no caso do preso 
Mesmos requisitos para o mandado 
 
CITAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA: Destina-se ao réu que está em lugar certo e sabido, porém, fora da 
jurisdição do juiz processante (Art. 353 CPP) 
Art. 354 – Deve indicar na precatória: O Juiz deprecado (Juiz que recebe a precatória) e o Juiz deprecante 
(Juiz que envia a precatória); Sede da jurisdição de um e de outro; O fim a que ela é destinada; O juízo do 
lugar, dia e hora em que o réu deverá comparecer 
Art. 355 – A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de transladado, depois de 
lançado o “cumpra-se” e de feita a citação por mandado do juiz deprecado 
Se o réu estiver em território sujeito a jurisdição de outro Juiz, será remetido ao juiz deprecado para 
efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer a citação 
Se for certificado pelo Oficial de Justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será 
imediatamente devolvida, para ser feito o previsto no art. 362 CPP 
Art. 356 – Casos de urgência - Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos 
enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que 
a estação expedidora mencionará. 
 
CITAÇÃO COM HORA CERTA: Somente quando o réu se oculta para não ser citado. Desta forma o Oficial 
de Justiça notifica alguém da família ou que conheça o réu que determinado dia irá aparecer ali para citá-lo. 
Caso ele não apareça, será feita a citação por edital– Art. 362: Será mediante o procedimento do CPC 
(Artigos 227 a 229 CPC) 
 
CITAÇÃO POR CARTA ROGATÓRIA: Destina-se ao réu que está em lugar certo e sabido, porém em 
território estrangeiro ou embaixada (Art. 368 CPP) 
OBS.: Suspende o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento 
 
 
24 
CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM: Citação por precatória, que é expedida por um órgão superior para 
ser cumprida por órgão inferior. Ex.: O STF envia carta de ordem para o juiz de 1ª Instância citar um réu que 
resida em sua comarca e que tenha prerrogativa de foro 
 
CITAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO: Nos crimes cometidos pelo funcionário público, cometido na sua 
função, a citação será através de um ofício ao chefe de repartição (seu superior) do funcionário público. 
(Art. 359 CPP) 
 
CITAÇÃO POR EDITAL OU FICTA: Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 
(quinze) dias (Art. 361 CPP) 
Efeito a citação válida – Art. 363 CPP: Completa a relação processual quando o acusado for citado por 
edital 
O que deve conter: Nome do Juiz que determinar; Nome do réu, se não for conhecido, os seus sinais 
característicos, sua residência e profissão; O fim para que é feita a citação; O juízo e o dia, a hora e o lugar 
em que o réu deverá comparecer; O prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se 
houver, ou da sua afixação (Art. 365 CPP) 
OBS.: Consequências do não atendimento à citação – Art. 367 CPP: Quando o acusado, citado ou 
intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado ou no caso de 
mudança de residência, o processo seguirá sem a sua presença. Desta forma, o nome disso tem a 
nomenclatura de CONTUMÁCIA, que é a ausência injustificada. 
Em outras palavras, pode-se falar em revelia do réu somente neste caso em que se resume, puro e 
simplesmente, na falta da autodefesa que é no prazo de 10 dias, entretanto, diante desta situação o Juiz 
nomeará um Defensor para garantir a defesa técnica que é garantia constitucional (princípiodo contraditório 
e da ampla defesa) 
 
INTIMAÇÃO 
Conhecimento dado às partes de um ato praticado no processo – Art. 370 CPP 
A Intimação pode ser feita pelo Diário Oficial, através de seu defensor/advogado/assistente constituído 
Caso não haja Diário Oficial na Comarca, a intimação será através de mandado, via postal ou qualquer 
outro meio idôneo 
A Intimação do MP e do Defensor nomeado será pessoal 
 
 
 
25 
DAS PROVAS 
É o meio pelo qual possa ser demonstrada a existência ou inexistência de um fato, a falsidade ou a 
veracidade de uma informação, a fim de que o magistrado possa realizar o julgamento. 
Mesmo que o acusado admita que cometeu o crime, não será possível condená-lo, pois é necessário 
provar!! 
OBJETO: Fatos, coisas e circunstâncias relevantes e úteis para formar a comunicação sobre o julgado 
 
NÃO precisam ser provados: 
 Fatos inúteis na apuração da causa 
 Fatos notórios, conhecidos como verdade sabida 
 Presunções legais 
MEIOS DE PROVA: São aqueles úteis para formação direta ou indireta da verdade real 
ÔNUS DA PROVA: Quem faz a alegação que deve provar, entretanto o Juiz de ofício pode tomar certas 
decisões visando a produção de provas, para formar a sua convicção – Art.156 CPP 
O Juiz também poderá, antes de iniciar a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas 
urgentes e relevantes 
 
PROVAS ILÍCITAS 
São as obtidas com a violação de norma de direito material, obtidas fora do processo. Normalmente 
constituem prática de ilícito (penal, civil, administrativo ou contrário às normas constitucionais) 
Prova Ilícita por Derivação, é o caso da Teoria dos frutos da árvore envenenada, na qual não é admitida 
provas que decorrem de outra prova ilícita (Art. 157, §1º CPP) Ex.: Apreensão de drogas em residência 
vistoriada por determinação judicial, cuja determinação se deu por escuta telefônica ilegal (não autorizada). 
Se ocorrer escutas telefônicas ilegais e o MP não junta no processo, porém passa para os programas de 
mídia passar na televisão, nesse caso o Promotor não poderá usar a matéria do programa como prova lícita 
porque a matéria em que foi feita é uma prova ilícita por derivação 
Prova Ilegítima: São obtidas ou introduzidas com violação às normas de direito processual. Ex.: Exibição de 
prova surpresa, oferecida sem prévia apreciação da parte contrária em audiência. 
As provas ilícitas e ilegítimas são INADMISSÍVEIS, devendo ser desentranhadas, entretanto esse pedido 
deve ser feito pela parte contrária, ou de ofício pelo Juiz (art. 157 c/c art. 5º, inc. LVI da CF) 
 
 
 
26 
CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS: 
1) QUANDO AO OBJETO: 
a. DIRETA: A própria prova demonstra o fato. Ex.: Cadáver no homicídio 
b. INDIRETA: O fato é demonstrado por raciocínio lógico (dedutivo). Ex.: Fatos narrados pelas 
testemunhas 
 
2) QUANTO AO EFEITO: 
a. PLENA: A prova é convincente ou necessária para a formação do processo 
b. NÃO PLENA OU INDICIÁRIA: A prova traz apenas um juízo de probabilidade 
 
3) QUANTO AO SUJEITO OU FONTE: 
a. PESSOAL: Obtida pela manifestação humana 
b. REAL: Obtida por meio de apreciação de outros elementos físicos (arma, vestígios etc.) 
 
4) QUANTO À ORIGEM: 
a. ORIGINÁRIA: Quando não há intermediários entre o fato e a prova. Ex.: Depoimento de 
testemunha que presenciou o fato 
b. DERIVADA: Quando ocorrer intermediação. Ex.: Testemunha que viu a testemunha no local 
 
5) QUANDO À FORMA: 
a. TESTEMUNHAL 
b. DOCUMENTAL 
c. MATERIAL (obtida por meio químico físico ou biológico) 
 
OBS.: O que vai determinar o valor da prova é o conjunto probatório, desta forma não há prova de maior 
valor, tudo depende do conjunto de provas ao redor. Sendo assim se no caso de um homicídio, houver como 
testemunha um policial e um menor de idade, a melhor prova testemunhal será daquela testemunha que está 
envolvida em um conjunto probatório maior. 
 
SISTEMAS DE APRECIAÇÃO OU VALORAÇÃO DAS PROVAS 
 Sistema das Provas Irracionais (Sistema Ordálio) – A decisão sobre a veracidade dos fatos era 
atribuída ao sobrenatural 
 Sistema da Prova Legal ou da Certeza Oral do Legislador – Quando a Lei atribui valor à prova, não 
podendo o magistrado desvincular-se desses parâmetros. Ocorre a verdade formal (Art. 158 CPP) 
 Sistema da Íntima Convicção ou da Certeza Moral do Juiz - A Lei atribui ao magistrado a avaliação 
das provas, não necessitando fundamentar sua decisão 
 Sistema da Livre Convicção do Juiz ou da Persuasão Racional do Magistrado – O Juiz aprecia a 
prova livremente, porém deve fundamentar sua decisão. É A REGRA DO CPP (Art. 155 CPP) 
 
27 
SÃO MEIOS DE PROVA NOMINADAS (Estão nominadas no CPP) 
a) Perícia; b) Interrogatório; c) Confissão; d) Declaração; e) Depoimento Testemunhal; f) 
Reconhecimento de pessoas e coisas; g) Acareação; h) Documentos; i) Busca e Apreensão de 
pessoas e coisas 
OBS.: Estudaremos esses meios de provas um por um 
PROVAS INOMINADAS (Admitidas no processo, mas não estão nominadas no CPP) 
a) Provas Casuísticas: Filmagens de local público, fotografias, cartas psicografadas, interceptação telefônica 
(autorizada), quebra de sigilo bancária (autorizado), etc. 
b) Prova Emprestada: São provas consistentes em documentos ou depoimentos produzidos em outro 
processo, cuja cópia servirá para outro processo 
 
PROVAS NOMINADAS 
São provas Nominadas: 
 
 
 
 
 
 
Vamos estudar cada uma dessas provas: 
A) PERÍCIA - CORPO DE DELITO E SEU EXAME 
Corpo Delito é tudo que pode ser atingido pela conduta criminosa. É o conjunto de vestígios deixados 
pelo crime. Ex.: O corpo no crime de homicídio, a bolsa no crime de roubo, o ferimento no crime de lesões 
corporais. 
ESPÉCIES: a) Corpo de Delito Direto – São os vestígios diretos deixados pelo crime. Ex.: Arma do crime 
b) Corpo de Delito Indireto – Advém de um raciocínio lógico de dedução ou indução. Ex.: 
Testemunhas, fluídos (sangue, secreções) 
 
Auto ou Exame de Corpo de Delito é o meio de prova no processo penal para apurar os vestígios (corpo 
de delito direto ou indireto. Geralmente realizado por perito – Art. 159 CPP) 
PERÍCIA INTERROGATÓRIO CONFISSÃO DECLARAÇÃO 
DEPOIMENTO 
TESTEMUNHAL 
RECONHECIMENTO 
DE PESSOAS E 
COISAS 
ACAREAÇÃO DOCUMENTOS 
BUSCA E 
APREENSÃO DE 
PESSOAS E COISAS 
 
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Laudo Pericial será descrito minuciosamente pelo perito aquele que for examinado (Art. 160 CPP). O 
exame de corpo delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora (Art. 161 CPP) 
PERÍCIAS ESPECÍFICAS ou NOMINADAS: 
Autópsia – Será feita pelo menos seis horas 
depois do óbito, salvo se os peritos, pela 
evidência dos sinais da morte, julgarem que possa 
ser feita antes deste prazo (Art. 162 CPP) 
Exumação – A autoridade deve providenciar 
previamente o dia e a hora (Art. 163 CPP) 
Cadáveres – Serão sempre fotografados na 
posição em que forem encontrados, e também 
na medida do possível, todas as lesões externas e 
vestígios deixados no local do crime (Art. 164 
CPP) 
Lesões Corporais – Se o primeiro exame pericial 
for incompleto, deve proceder o exame 
complementar por determinação da autoridade 
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento 
do MP, do ofendido ou do acusado (Art. 168 CPP) 
Preservação do local do crime – A autoridade 
deve providenciar imediatamente que não altere 
o estado das coisas até a chegada dos peritos 
(Art. 169 CPP) 
Perícias laboratoriais – Os peritos guardarão 
material suficiente para uma eventualidade de 
nova perícia (Art. 170 CPP) 
Incêndio – Deve verificar a causa e o lugar em 
que houver começado o incêndio, assim como o 
perigo que resultou para a vida e patrimônio alheio 
(Art. 173 CPP)Reconhecimento de letra – É o exame 
grafotécnico (Art. 174 CPP) 
Instrumentos utilizados no crime – Os 
instrumentos do crime serão examinados, a fim de 
verificar a natureza e a eficiência (Art. 175 CPP) 
OBS.: Exame Complementar é feito para completar e substituir outro 
 
Formulação de quesitos aos peritos: Art. 176 CPP 
Assistente Técnico: É um assistente que acompanha o perito oficial 
B) INTERROGATÓRIO DO RÉU 
Meio de prova, onde o causado pode exercer sua autodefesa, declarando sua versão dos fatos ou 
exercendo seu direito constitucional de permanecer calado 
Art. 185 CPP – Ato pelo qual o Juiz toma as declarações do acusado sobre sua pessoa e sobre os fatos. 
É realizado ao final da audiência de instrução e julgamento – Art. 400 CPP 
OBS.: É realizado perante a autoridade policial na fase do Inquérito Policial – Art. 6º, V CPP 
RÉU PRESO: Art. 185, §1º - Vídeo conferência; §2º ao 6º - Na pratica o réu vai até o Fórum para fazer o 
interrogatório 
Art. 186 CPP – Direito de permanecer calado 
Art. 187 CPP – Partes do interrogatório: Primeiro sobre a vida pregressa do réu e segundo sobre os fatos 
 
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C) CONFISSÃO 
Previsto no art. 190 CPP – Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do 
fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam 
Art. 191 CPP – Interrogatório do co-réu: Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente 
Art. 192 CPP – Interrogatório de deficiente 
Art. 195 CPP - Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será 
consignado no termo 
VALOR DA CONFISSÃO: Art. 197 CPP – O valor da confissão no processo penal é relativo 
Art. 198 CPP – Elemento da convicção do Juiz 
Art. 199 CPP – A confissão quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos, 
observados o art. 195 CPP 
Art. 200 CPP – A confissão é divisível e retratável – O sujeito quando vai confessar ele pode dividir a sua 
confissão, confessando alguns fatos e outros não, e também ele pode confessar e depois negar 
Poderá constituir atenuante, conforme o art. 65, III, “d” do CP 
D) DEPOIMENTO DA VÍTIMA OU DO OFENDIDO 
Previsto no art. 201 CPP - É um meio de prova, onde sempre que possível, o ofendido será qualificado e 
perguntado sobre as circunstancias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que 
possam indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 
Pode ocorrer na fase do Inquérito Policial (perante o Delegado de Polícia – Art. 6º, inc. IV), como também 
perante o Juiz na fase processual – Art. 400 CPP 
O acusado tem direito de saber quem está acusando e todas a informações ao processo. A única exceção é 
quando ocorrer o programa de proteção a testemunha 
E) DEPOIMENTO TESTEMUNHAL 
TESTEMUNHA: É a pessoa diversa dos sujeitos principais do processo, que é chamado em juízo para 
declarar positiva ou negativamente a respeito de fatos que digam respeito ao mérito da ação penal ou 
sobre o acusado, a partir de sua percepção – É um meio de prova – Art. 202 CPP 
A REGRA é que toda pessoa pode ser testemunha – Art. 202 CPP 
Art. 203 CPP – A testemunha fará promessa de dizer a verdade, sob palavra de honra. Ela presta um 
compromisso diante do Juízo 
Art. 206 CPP – A obrigação de depor ocorre quando NÃO houver outro meio de se obter a prova. Havendo 
outro meio de obter a prova, as pessoas que podem recursar-se são: Ascendente ou descendente, afim 
em linha reta e cônjuge. 
 
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Art. 207 CPP – São PROIBIDAS DE DEPOR as pessoas que, em razão da função, ministério, ofício ou 
profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu 
testemunho 
 
ESPÉCIES DE TESTEMUNHAS 
1. Própria, Direta Ou Numerária – Depõe sobre fatos objetos do processo, porque os presenciou ou 
deles ouviu falar. São as que prestam compromisso e devem ser arroladas até o máximo permitido 
por lei (Art. 203 CPP) 
2. Imprópria, Instrumental ou Indireta – Declara ou certifica fatos que não se referem diretamente ao 
mérito da ação penal, mas assistiu a um ato da persecução penal. Ex.: Assistiu à realização do 
interrogatório e é testemunha de que o mesmo foi realizado de acordo com a lei (sem coação) 
3. Referida – É aquela que é citada por outra testemunha. Poderá ser arrolada de ofício pelo Juiz ou a 
requerimento das partes – Art. 209, §1º CPP 
4. Judicial – É aquela que é ouvida por ordem judicial, independentemente do requerimento das partes 
– Art. 209, caput 
5. Informante ou Declarante – É a testemunha que está dispensada por lei de prestar o compromisso 
– Art. 206 e 208 do CPP 
Art. 211 CPP – Comunicação ao MP sobre a 
declaração falsa da testemunha 
Art. 212 CPP – As perguntas serão diretas à 
testemunha 
CONTRADITA – Art. 214 CPP: Antes de iniciar o 
depoimento, é possível o ato pelo qual as partes 
poderão impugnar (tentar impedir) a oitiva de 
alguma testemunha 
Art. 216 CPP – O depoimento da testemunha será 
reduzido a termo 
Art. 217 CPP – Possibilidade de requerimento para 
retirada do réu para a realização dos depoimentos 
Art. 218 CPP – Condução coercitiva – Se a 
testemunha deixar de comparecer sem motivo 
justificado, o Juiz poderá requisitar a autoridade 
policial para trazer a testemunha 
Art. 222 CPP – Carta Precatória para oitiva da 
testemunha 
Art. 225 CPP – Possibilidade de antecipação do 
depoimento da testemunha 
 
F) RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS 
Meio de prova que visa a confirmação sobre o conhecimento de pessoa ou coisa relacionada ao fato 
criminoso 
Procedimento: 
 Art. 226 CPP – Reconhecimento de pessoa 
 Art. 227 CPP – Reconhecimento de coisa 
 Art. 228 CPP – Reconhecimento em separado 
 
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RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO: Meio de prova permitido que deve ser realizado, observando-se as 
regras do art. 226 CPP 
RETRATO FALADO: Considerado como prova indiciária (aponta probabilidade). É mais utilizado na fase do 
Inquérito Policial 
 
G) ACAREAÇÃO 
Ato processual em que se coloca na presença uma da outra, pessoa cuja declaração seja divergente – Art. 
229 CPP 
Acarear é ficar cara a cara depois de todos os testemunhos 
A acareação visa a busca pela verdade real 
Art. 230 CPP – Acareação por Carta Precatória 
 
H) DOCUMENTOS 
Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares – Art. 
232 CPP 
Art. 231 CPP – Salvo os casos expressos em lei, é 
possível juntar documentos aos autos em 
qualquer fase do processo, entretanto deve ter o 
prazo de 3 dias para se defender do documento 
novo 
Art. 233 CPP – As cartas particulares, 
interceptadas ou obtidas por meios criminosos, 
não serão admitidas em juízo 
Art. 234 CPP – Requisição pelo Juiz (de ofício) 
para juntada de documento, ocorre nos casos em 
que tiver notícia da existência de documento 
relativo a ponto relevante da acusação ou da 
defesa. 
Art. 238 CPP – Desentranhamento do processo de 
documentos originais 
Art. 239 CPP – INDÍCIOS: Constituem uma 
possibilidade da prova ser verdade. Como as 
demais provas, devem ser apreciados com o 
conjunto probatório 
 
I) BUSCA E APREENSÃO DE PESSOAS E COISAS 
É uma medida acautelatória destinada a evitar o perecimento das coisas, podendo ocorrer durante o 
Inquérito Policial, durante o processo ou na fase da execução penal 
Espécies (Art. 240 CPP): As buscas serão: 
 
 
 
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 Domiciliar – Quando tiver fundada em razões de: 
a) Prender criminosos 
b) Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos 
c) Apreender instrumentos de falsificação 
d) Apreender armas e munições 
e) Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa doréu 
f) Apreender cartas, abertas ou não 
g) Apreender pessoas vítimas de crimes 
h) Colher qualquer elemento de convicção 
 
 Pessoal – Quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou 
objetos mencionados nas letras b a f e letra h dos itens anteriores 
OBS.: Quando a autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser 
precedida da expedição de mandado (Art. 241 CPP). A busca poderá ser de oficio ou a requerimento de 
qualquer das partes (Art. 242 CPP) 
OBS².: O mandado de busca deverá indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a 
diligência e o nome do proprietário ou morador. No caso de busca pessoal, deverá ter o nome da pessoa 
que terá que sofrê-la ou os sinais que identifiquem. Nas duas modalidades de busca também deverá 
mencionar o motivo e ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que expedir (Art. 243 CPP) 
OBS³.: A Busca Pessoal independerá de mandado nos casos de (Art. 244 CPP): 
 Prisão 
 Quando tiver fundado suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou 
papéis que constituam corpo de delito 
 Quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar 
OBS4.: As Buscas Domiciliares serão executadas de dia (Para a lei penal, dia significa existência de luz 
natural), salvo se o morador consentir que realizem à noite (Para a lei penal, noite significa ausência de luz 
natural). Antes de penetrarem na casa, os executores deverão mostrar e ler o mandado ao morador ou quem 
o represente, intimando-o a abrir a porta (Art. 245 CPP) 
Em caso de desobediência será arrombada a porta e forçada a entrada (§2º) 
Em caso de resistência do morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior 
da casa, para o descobrimento do que se procura (§3º) 
Na ausência do morador, deve ser intimado a assistir a diligencia qualquer vizinho (testemunha 
instrumentária), se houver e estiver presente (§4º) 
Diligência sendo feita, os executores lavrarão termo circunstanciado, assinando com 2 testemunhas 
presentes (§7º) 
 
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OBS5.: Aplica-se também o disposto na OBS4, busca e apreensão em habitação coletiva (hotéis, pousadas 
etc.) e local onde se exerce profissão (escritório, consultório etc.) – Art. 246 CPP 
Em casa habitada a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do que o indispensável 
para o êxito da diligencia (Art. 248 CPP) 
Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão comunicados a quem 
tiver sofrido a busca, se requerer (Art. 247 CPP) 
Busca em mulher será feita por outra mulher, se não for retardar ou dar prejuízo na diligência (Art. 249 
CPP) 
OBS6.: A autoridade e os seus agentes poderão penetrar em território de outra jurisdição, ainda que de 
outro Estado, quando a apreensão for no seguimento de pessoa ou coisa, devendo se apresentar a 
autoridade competente local antes ou depois da diligencia

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