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A POSSIBILIDADE DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA ESPECIAL AOS SERVIDORES PÚBLICOS EXPOSTOS A AGENTES NOCIVOS À SAÚDE

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP 
CURSO PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A POSSIBILIDADE DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA 
ESPECIAL AOS SERVIDORES PÚBLICOS EXPOSTOS A AGENTES NOCIVOS À 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUILHERME OLIVO ALAMINI 
SÃO MIGUEL DO IGUAÇU-PR 
2013 
2 
 
 
 
 
 
GUILHERME OLIVO ALAMINI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A POSSIBILIDADE DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA 
ESPECIAL AOS SERVIDORES PÚBLICOS EXPOSTOS A AGENTES NOCIVOS À 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como requisito 
parcial para conclusão do curso de Pós-
Graduação em Direito Previdenciário da 
Universidade Paulista – UNIP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO MIGUEL DO IGUAÇU-PR 
2013 
3 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente trabalho busca definir e esclarecer as particularidades do benefício 
de aposentadoria especial, buscando demonstrar os requisitos para sua concessão, 
suas principais características e as atividades que são sujeitas ao benefício. A 
aposentadoria especial será concedida aos trabalhadores que exercerem por 15, 20 
ou 25 anos, atividades sob condições especiais que prejudiquem sua saúde ou 
integridade física. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The present work seeks to define and clarify the particularities of special 
retirement benefit, seeking to demonstrate the requirements for its grant, its main 
features and activities that are subject to the benefit. The special pension will be 
granted to employees who exercise for 15, 20 or 25 years, activities under special 
conditions that impair their health or physical integrity. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 
2. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ......... Erro! Indicador não definido. 
3. APOSENTADORIA ESPECIAL ............................................................................... 6 
3.1 Evolução Legislativa .............................................................................................. 6 
3.2 Definição e Regras Gerais .................................................................................... 7 
3.2.1 Beneficiários ....................................................................................................... 8 
3.2.2 Data de início ..................................................................................................... 9 
3.2.3 Valor do Benefício ............................................................................................ 10 
3.2.4 Cessação ......................................................................................................... 10 
4. EFETIVA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS .................................................. 10 
4.1 Classificação de Agentes Nocivos ......................... Erro! Indicador não definido. 
4.1.1 Agentes Químicos ............................................................................................ 14 
4.2.2 Agentes Físicos ................................................................................................ 18 
4.2.3 Agentes Biológicos ........................................................................................... 19 
4.2.4 Associação de Agentes .................................................................................... 19 
5. CONVERSÃO DE TEMPO DE TRABALHO .......................................................... 10 
5.1 Conversão de tempo Especial para Especial ...................................................... 19 
5.2 Conversão de Tempo Especial para Comum ...................................................... 20 
5.3 Conversão de Tempo Comum para Especial ...................................................... 21 
9. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 36 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
No presente trabalho, será abordado o tema “A Aposentadoria Especial no 
Regime Geral da Previdência Social”, de modo a demonstrar as hipóteses em que o 
segurado exerce atividade em condições especiais e consequentemente poderá 
requerer o benefício de aposentadoria especial. 
 Especificamente, será analisada sua configuração no Regime Geral da 
Previdência Social, no intuito de demonstrar sua hipótese de configuração. 
Como houve alterações legislativas acerca do assunto, o segurado possui 
inúmeras dúvidas de qual a legislação aplicável e se possui direito a concessão do 
benefício, ou se é possível a conversão do tempo trabalhado em condições especial 
para comum. 
É um benefício de que os segurados possuem pouca informação, causando 
prejuízo no momento da solicitação de sua aposentadoria, pois se não comprovar o 
tempo trabalhado em regime especial não haverá direito a aposentadoria, muito 
menos a sua conversão. 
Portanto, nesse trabalho busca-se demonstrar as hipóteses configuradoras da 
aposentadoria especial, bem como quais as atividades laborais que ensejam o 
benefício e os requisitos que o segurado necessita comprovar para sua concessão. 
Serão analisados, o Regime Geral da Previdência Social, a definição e as 
regras gerais da Aposentadoria Especial, demonstrando quais os requisitos para a 
concessão do benefício, bem como os agentes nocivos previstos na legislação que 
ensejam a aposentadoria especial. Ainda será demonstrado a possibilidade de 
conversão do tempo trabalhado em condições especiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
2. APOSENTADORIA ESPECIAL NO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 
2.1 Evolução Legislativa 
 
 
A aposentadoria especial, foi instituída pela Lei 3.807/60, onde foi incluído, 
como critério para sua concessão, a exposição de agentes nocivos à saúde no 
ambiente laboral do segurado e, limite mínimo de idade de cinquenta anos. 
Posteriormente, a Lei 5.440-A/68 revogou a exigência de idade mínima para a 
concessão do benefício e, realizando uma significativa ampliação do mesmo, 
constituindo uma série de privilégios para categorias profissionais que não estavam 
submetidas a exposição de riscos nocivos. 
Até o advento da Lei n. 9.032/95, a comprovação do exercício de atividade 
especial era realizada por meio do cotejo da categoria profissional do segurado, 
observada a classificação inserta nos Anexos I e II do Decreto 83.080/79 e Anexo do 
Decreto 53.831/64, os quais foram ratificados expressamente pelo art. 295 do Decreto 
357/91 (SANTOS, 2012, p. 244) 
A Lei 9.032/95 trouxe grandes mudanças ao benefício, traçando critérios 
técnicos para sua concessão, excluindo o direito de diversas categorias profissionais, 
cujos trabalhadores, pelo simples fato de a ela pertencerem, detinham o direito de 
aposentar-se precocemente, sem comprovação da nocividade de sua atividade 
(IBRAHIM, 2011, p. 610). 
Com o advento da referida lei, que é aplicada atualmente, a categoria 
profissional é irrelevante, pois é necessário a comprovação da exposição permanente 
a agentes nocivos, necessitando da existência de laudo técnico que comprove a 
efetiva exposição a agentes nocivos (SANTOS, 2012, p. 245). 
“Assim, a concessão da aposentadoria especial dependerá da comprovação 
pelo segurado, do tempo de trabalho permanente, não ocasional, nem intermitente,exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, 
durante o período mínimo de 15, 20 ou 25 anos, dependendo do agente nocivo” 
(IBRAHIM, 2011, p. 610/611). 
Os agentes nocivos químicos, físicos, biológicos e associação de agentes 
prejudiciais à saúde ou à integridade física do segurado, considerados para fins de 
7 
 
 
 
 
 
aposentadoria especial, estão relacionados no Anexo IV do RPS, na forma do 
disposto no caput do art. 58 do Plano de Benefícios da Previdência Social. Havendo 
dúvidas sobre o enquadramento da atividade, caberá a solução ao Ministério do 
Trabalho e Emprego e ao Ministério da Previdência Social, conforme dispositivo 
previsto no artigo 68, § 1º, do Regulamento da Previdência Social (SANTOS, 2012, p. 
245). 
Para comprovar a efetiva exposição aos agentes nocivos, observa-se o que, à 
época do exercício da atividade, exigia o Regulamento. Até a vigência do Decreto 
2.172/97 era exigido os formulários SB-40 e DSS-8030 e, após a edição do referido 
Decreto, faz-se necessário a realização de laudos técnicos, devendo a empresa 
fornecer ao segurado o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), na forma da MP 
1.523/96, convertida na Lei n. 9.528/97. É a posição firmada pelo STJ (SANTOS, 
2012, p. 245). 
 
 
2.2 Definição e Regras Gerais 
 
 
A aposentadoria especial, prevista no artigo 57 da Lei 8.213/91, é uma 
modalidade de benefício concedido em condições especiais, em decorrência das 
condições de que os segurados exercem seu trabalho. Será concedida aos segurados 
expostos permanentemente a agentes nocivos, de ordem química ou biológica, em 
ambiente insalubre (IBRAHIM, 2011, p. 608). 
Aposentadoria especial é o benefício previdenciário decorrente do trabalho 
realizado com condições prejudiciais à saúde ou à integridade física do segurado, 
conforme previsão legal. Trata-se de um benefício de natureza extraordinária, tendo 
por objetivo compensar o trabalho do segurado que presta serviços em condições 
adversas à sua saúde ou que desempenha atividade com riscos superiores aos 
normais (MARTINS, 2011, p. 357). 
É uma espécie de aposentadoria por tempo de contribuição, reduzido para 15, 
20 ou 25 anos, em decorrência da atividade exercida, cuja habitualidade, de alguma 
forma, traz consequências à saúde do segurado (SANTOS, 2010, p. 172). 
Distingue-se a aposentadoria especial da aposentadoria por tempo de 
contribuição, já que a primeira é extraordinária (MARTINS, 2011, p. 357). 
8 
 
 
 
 
 
A regra geral de aposentadoria por tempo de contribuição é de 35 anos para 
homens e 30 anos para mulher, mas, em decorrência da exposição a agentes nocivos, 
poderão os segurados requerer a aposentadoria especial, desde que cumpridos os 
requisitos (GODOY, 2011, p. 130). 
Difere-se também da aposentadoria por invalidez, já que nesta o fato gerador 
é a incapacidade para o trabalho e na aposentadoria especial esse fato gerador 
inexiste (MARTINS, 2011, p. 358). 
A aposentadoria especial é devida ao segurado que trabalhou durante 15, 20, 
ou 25 anos, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física. É uma compensação legal aos trabalhadores que não possuem ambiente 
salubre de trabalho. (IBRAHIM, 2011, p. 609). 
O benefício busca atender os segurados que são expostos a agentes físicos, 
químicos e biológicos, ou uma combinação destes, acima dos limites tolerados, sendo 
presumida a perda da integridade física e mental de modo acelerado (IBRAHIM, 2011, 
p. 610). 
Para o segurado ter direito a aposentadoria especial, ele deve exercer atividade 
sujeita a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, de 
forma permanente, e não ocasional nem intermitente, com a efetiva exposição aos 
agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à 
saúde ou à integridade física (SANTOS, 20102, p. 247). 
Ainda, devem ser cumpridos os requisitos que são a carência de 180 
contribuições e trabalhar contínua e efetivamente, durante 15, 20 ou 25 anos, 
conforme o caso, sob condições prejudiciais à saúde, em decorrência da exposição a 
agentes físicos, biológicos ou químicos (GODOY, 2011, p. 130). 
No benefício de aposentadoria especial não há distinção de tempo de trabalho 
entre homens e mulheres, sendo que todos devem cumprir o mesmo tempo de 
atividade sujeito a agente nocivo para obtenção do benefício (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
Para financiamento do benefício, as empresas terão que efetuar o pagamento 
do adicional SAT, todavia, uma vez excluída a aposentadoria especial, também fica a 
empresa excluída de efetuar o pagamento (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
 
2.2.1 Beneficiários 
 
 
9 
 
 
 
 
 
Os beneficiários da Aposentadoria Especial, ou seja, o sujeito ativo do benefício 
será o segurado empregado, o trabalhador avulso e o contribuinte individual filiado à 
cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhado pelo período de 15, 20 
ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem sua 
saúde ou sua integridade física, conforme previsão do artigo 64 do Regulamento da 
Previdência Social e artigo 1º da Lei 10.666/2003 (SANTOS, 2012, p. 248). 
A Lei não exige que o segurado seja empregado para ter direito a aposentadoria 
especial, todavia o segurado individual tem dificuldades de comprovar os requisitos 
para a aposentadoria especial, em face à legislação que rege a matéria (FELIPE, 
2010, p. 89). 
A aposentadoria especial é devida aos segurados, sendo que a lei não 
distingue que espécie terá o direito a sua concessão, sendo qualquer um deles, desde 
que comprovado a atividade que coloque em risco a saúde e a integridade física do 
segurado (MARTINS, 2011, p. 358). 
Não têm direito à aposentadoria especial os segurados empregados 
domésticos, os segurados especiais e os segurados facultativos (SANTOS, 2012, p. 
249). 
As disposições legais sobre aposentadoria especial do segurado filiado ao 
Regime Geral da Previdência Social aplicam-se ao cooperado filiado à cooperativa de 
trabalho e de produção, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou 
sua integridade física, conforme determina o artigo 1º da Lei 10.666 (MARTINS, 2011, 
p. 358). 
 
 
2.2.2 Data de início 
 
 
O termo inicial da aposentadoria especial será fixado pelos mesmos critérios 
da aposentadoria por idade, previsto no artigo 57, § 2º do Plano de Benefício da 
Previdência Social e no artigo 69 do Regulamento da Previdência Social, inclusive 
quando concedido pela via judicial (SANTOS, 2012, p. 249). 
A data de início do pagamento do benefício será realizado a partir da data do 
desligamento do emprego, quando solicitado até 90 dias depois desta data e, a partir 
da data do requerimento administrativo, quando não houver desligamento do emprego 
10 
 
 
 
 
 
ou for solicitado após 90 dias do desligamento (GODOY, 2011, p. 147). 
 
 
2.2.3 Valor do Benefício 
 
 
O valor do benefício de aposentadoria especial corresponderá a 100% do 
salário de benefício do segurado, conforme previsão do artigo 57, § 1º do Plano de 
Benefício da Previdência Social e artigo 67 do Regulamento da Previdência Social. 
O salário-de-benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 
corresponderá à média dos 80% maiores salários-de-contribuição, corrigidos 
monetariamente, desde julho de 1994 e, para os inscritos posteriormente, de todo o 
período contributivo (GODOY, 2011, p. 147). 
O fator previdenciário não se aplica à aposentadoria especial (SANTOS, 2012, 
p. 249). 
 
 
2.2.4 Cessação 
 
 
Via de regra o benefício de aposentadoria especial cessana data da morte do 
segurado. 
Importante ressaltar que o artigo 57, § 9º da Lei 8.213/91 discorre que o 
segurado contemplado com aposentadoria especial não poderá exercer atividade que 
lhe gerou o benefício em condições especiais, sob pena de perda do benefício 
(FELIPE, 2010, p. 89). 
O benefício será, então, cancelado se o segurado, usufruindo de aposentadoria 
especial, continuar a exercer atividade de natureza especial. Nada impede, entretanto, 
que retorne ao trabalho em atividade de natureza comum (SANTOS, 2012, p. 249). 
 
2.3 Efetiva Exposição a Agentes Nocivos 
 
 
11 
 
 
 
 
 
Para a concessão do benefício de aposentadoria especial, o segurado deverá 
comprovar a efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou à 
associação de agentes prejudiciais a saúde ou a integridade física, pelo período 
equivalente ao exigido para a concessão do benefício (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
O artigo 65 do Regime Geral da Previdência Social discorre que “considera-se 
trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, 
no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente 
nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço”. 
O parágrafo único do artigo 65 do Regulamento da Previdência Social estende 
o conceito de trabalho permanente aos períodos de descanso determinados pela 
legislação trabalhista, tais como férias, períodos de afastamento decorrentes de 
concessão de benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez acidentária e 
percepção de salário-maternidade, desde que, na data do afastamento, o segurado 
estivesse exercendo atividade considerada especial (SANTOS, 2012, p. 247). 
A exposição permanente não significa dizer que é necessária a manutenção 
contínua da nocividade, ainda que existe pequenos períodos de tempo que não exista 
exposição direta aos agentes nocivos, o segurado terá direito a aposentadoria 
especial (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
A exposição eventual, pode ser capaz de gerar direito a aposentadoria especial, 
dependendo do grau de concentração do agente nocivo, embora não seja a situação 
mais comum (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
Em algumas atividades, ainda que exista um intervalo entre jornadas maiores, 
ainda que não seja diária, haverá direito a aposentadoria especial, como nos casos 
de segurados que trabalham em plataformas marítimas (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
A legislação previdenciária não mais fala em atividade “habitual e contínua” 
com agentes nocivos, mas sim em atividade permanente. (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
Assim, o Regime Geral da Previdência Social permite uma flexibilização da 
necessidade de cumprimento de jornada integral para fins de obtenção do benefício 
de aposentadoria especial (IBRAHIM, 2011, p. 611). 
Para a concessão do benefício de aposentadoria especial, a exposição aos 
agentes nocivos deve ser indispensável para o exercício da atividade do segurado. 
Caso contrário, não se caracteriza a atividade especial (SANTOS, p. 247). 
Ainda, não é toda atividade insalubre que justifica a aposentadoria especial, 
apenas aquelas sujeitas a contato com agentes físicos químicos ou biológicos nocivos 
12 
 
 
 
 
 
(FELIPE, 2010, p. 85). 
Somente o segurado que exerce atividade insalubre poderá ter direito a 
aposentadoria especial, os segurados que trabalham em ambiente periculoso ou 
penoso não terão direito a aposentadoria especial (IBRAHIM, 2011, p. 617). 
“Agentes nocivos são os que possam trazer ou ocasionar danos à saúde ou à 
integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em razão de sua 
natureza, concentração, intensidade e exposição aos agentes físicos (ruídos, 
vibrações, calor, pressões anormais, radiações ionizantes, etc.), químicos (poeiras, 
gases, fumos, névoas, óleo contendo hidrocarbonetos etc.), biológicos 
(microrganismos, como bactérias, fungos, parasitas, bacilos, vírus etc.)” (MARTINS, 
2011, p.358). 
Atualmente, os agentes nocivos químicos, físicos, biológicos e associação de 
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física do segurado, considerados para 
fins de aposentadoria especial, estão relacionados no Anexo IV do Regulamento da 
Previdência Social, na forma do disposto no caput do artigo 58 do Plano de Benefícios 
da Previdência Social (SANTOS, 2012, p. 247). 
No anexo IV do Regulamento da Previdência Social encontra-se o critério do 
tempo de serviço exigido para a aposentadoria especial, que será de 15, 20 ou 25 
anos, levando-se em conta o grau de exposição do segurado aos agentes nocivos 
(SANTOS, 2010, p. 174). 
Importante ressaltar que, muito embora o Regulamento da Previdencia Social 
traga em anexo as atividades laborais que terão direito a aposentadoria especial, a 
Súmula 198 do extinto TFR estabelece que “Atendidos os demais requisitos, é devida 
a aposentadoria especial, se a perícia judicial constata que a atividade exercida pelo 
segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita no regulamento. 
A utilização de equipamento de proteção individual pelos empregados não 
afasta o direito ao benefício de aposentadoria por si só, conforme Súmula 9 da Turma 
Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais e do Enunciado 
21 do CRPS que discorre “O simples fornecimento de equipamento de proteção 
individual de trabalho pelo empregador não exclui a hipótese de exposição do 
trabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todo o ambiente 
de trabalho”. 
A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições 
especiais obedecerá a legislação em vigor à época da prestação do serviço, conforme 
13 
 
 
 
 
 
previsão do artigo 70 do Regulamento da Previdência Social (SANTOS, 2012, p. 244). 
A comprovação de que o segurado exerce atividade insalubre é feita por meio 
de laudos especializados, todavia não se pode desprezar as anotações em sua CTPS 
e a justificação administrativa ou judicial, ainda que de forma suplementar. FELIPE, 
2010, p. 85). 
Não haverá a necessidade de laudo técnico pericial para o período anterior a 
29 de abril de 1995 (MARTINS, 2011, p. 363). 
É importante ressaltar que a Turma Nacional de Uniformização dos juizados 
Especiais Federais, posicionou-se que “é suficiente a apresentação do Perfil 
Profissiográfico Previdenciário (PPP), ainda que desacompanhado de laudo técnico, 
para comprovar a exposição a agentes nocivos à saúde nos casos em que o 
trabalhador pretenda computar os anos trabalhados nessa condição como tempo de 
serviço especial”. 
Com base na legislação vigente, a comprovação deverá ser realizada por 
formulário que deverá ser baseado em laudo técnico de condições ambientais do 
trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, 
de acordo com a legislação, devendo informar se na empresa há equipamentos de 
proteção individual ou coletivo que diminua a intensidade da atuação dos agentes 
nocivos (SANTOS, 2010, p. 176). 
Atualmente a comprovação da atividade especial é realizada pelo Perfil 
Profissiográfico Previdenciário, documento que deve ser realizado pela empresa, com 
histórico individual de cada trabalhador, realizando um mapeamento das condições 
laborais em que o trabalhador é exposto (FELIPE, 2010, p. 88). 
O Ministério da Previdência Social informa em sua página na web: “O PPP é o 
documento histórico-laboral do trabalhador que reúne dados administrativos, registros 
ambientais e resultados de monitoração biológica, entre outras informações, durante 
todo o período em que este exerceu suas atividades. Deverá ser emitido e mantido 
atualizado pela empresa empregadora, no caso de empregado;pela cooperativa de 
trabalho ou de produção, no caso de cooperado filiado; pelo Órgão Gestor de Mão-
de-Obra (OGMO), no caso de trabalhador avulso portuário e pelo sindicato da 
categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário. O sindicato da categoria ou 
OGMO estão autorizados a emitir o PPP somente para trabalhadores avulsos a eles 
vinculados”. (http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=14) 
Se houver dúvidas sobre o enquadramento da atividade, caberá a solução ao 
14 
 
 
 
 
 
Ministério do Trabalho e Emprego e ao Ministério da Previdência Social, conforme 
determina o artigo 68, § 1º do Regulamento da Previdência Social (SANTOS, 2012, p. 
247). 
 
A classificação dos agentes nocivos é apresentada pelo anexo IV do 
Regulamento da Previdência Social, informando o agente nocivo e o tempo de 
exposição exigido para a concessão da aposentadoria especial. 
Abaixo, será reproduzido os agentes nocivos presentes no anexo IV do 
Regulamento da Previdência Social. 
 
 
2.3.1 Agentes Químicos 
 
 
O que determina o direito ao benefício é a exposição do trabalhador ao agente 
nocivo presente no ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nível de 
concentração superior aos limites de tolerância estabelecidos. O rol de agentes 
nocivos é exaustivo, enquanto que as atividades listadas, nas quais pode haver a 
exposição, é exemplificativa. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29.11.99). 
- Arsênio e seus compostos; Código 1.0.1; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) extração de arsênio e seus compostos tóxicos; 
b) metalurgia de minérios arsenicais; 
c) utilização de hidrogênio arseniado (arsina) em sínteses orgânicas e no 
processamento de componentes eletrônicos; 
d) fabricação e preparação de tintas e lacas; 
e) fabricação, preparação e aplicação de inseticidas, herbicidas, parasiticidas 
e raticidas com a utilização de compostos de arsênio; 
f) produção de vidros, ligas de chumbo e medicamentos com a utilização de 
compostos de arsênio; 
g) conservação e curtume de peles, tratamento e preservação da madeira 
com a utilização de compostos de arsênio. 
 
- Asbestos; Código 1.0.2; Tempo de Exposição 20 anos; 
a) extração, processamento e manipulação de rochas amiantíferas; 
b) fabricação de guarnições para freios, embreagens e materiais isolantes 
contendo asbestos; 
c) fabricação de produtos de fibrocimento; 
d) mistura, cardagem, fiação e tecelagem de fibras de asbestos. 
 
- Benzeno e seus compostos tóxicos; Código 1.0.3; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) produção e processamento de benzeno; 
15 
 
 
 
 
 
b) utilização de benzeno como matéria-prima em sínteses orgânicas e na 
produção de derivados; 
c) utilização de benzeno como insumo na extração de óleos vegetais e 
álcoois; 
d) utilização de produtos que contenham benzeno, como colas, tintas, 
vernizes, produtos gráficos e solventes; 
e) produção e utilização de clorobenzenos e derivados; 
f) fabricação e vulcanização de artefatos de borracha; 
g) fabricação e recauchutagem de pneumáticos. 
- Berílio e seus compostos tóxicos; Código 1.0.4; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) extração, trituração e tratamento de berílio; 
b) fabricação de compostos e ligas de berílio; 
c) fabricação de tubos fluorescentes e de ampolas de raio X; 
d) fabricação de queimadores e moderadores de reatores nucleares; 
e) fabricação de vidros e porcelanas para isolantes térmicos; 
f) utilização do berílio na indústria aeroespacial. 
 
- Bromo e seus compostos tóxicos; Código 1.0.5; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) fabricação e emprego do bromo e do ácido brômico. 
 
- Cádmio e seus compostos tóxicos; Código 1.0.6; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) extração, tratamento e preparação de ligas de cádmio; 
b) fabricação de compostos de cádmio; 
c) utilização de eletrodos de cádmio em soldas; 
d) utilização de cádmio no revestimento eletrolítico de metais; 
e) utilização de cádmio como pigmento e estabilizador na indústria do 
plástico; 
f) fabricação de eletrodos de baterias alcalinas de níquel-cádmio. 
- Carvão mineral e seus derivados; Código 1.0.7; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) extração, fabricação, beneficiamento e utilização de carvão mineral, piche, 
alcatrão, betume e breu; 
b) extração, produção e utilização de óleos minerais e parafinas; 
c) extração e utilização de antraceno e negro de fumo; 
d) produção de coque. 
 
- Chumbo e seus compostos tóxicos; Código 1.0.8 ; Tempo de 
Exposição 25 anos; 
a) extração e processamento de minério de chumbo; 
b) metalurgia e fabricação de ligas e compostos de chumbo; 
c) fabricação e reformas de acumuladores elétricos; 
d) fabricação e emprego de chumbo-tetraetila e chumbo-tetrametila; 
e) fabricação de tintas, esmaltes e vernizes à base de compostos de chumbo; 
f) pintura com pistola empregando tintas com pigmentos de chumbo; 
g) fabricação de objetos e artefatos de chumbo e suas ligas; 
h) vulcanização da borracha pelo litargírio ou outros compostos de chumbo; 
i) utilização de chumbo em processos de soldagem; 
j) fabricação de vidro, cristal e esmalte vitrificado; 
l) fabricação de pérolas artificiais; 
m) fabricação e utilização de aditivos à base de chumbo para a indústria de 
plásticos. 
16 
 
 
 
 
 
 
- Cloro e seus compostos tóxicos; Código 1.0.9; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) fabricação e emprego de defensivos organoclorados; 
b) fabricação e emprego de cloroetilaminas (mostardas nitrogenadas); 
c) fabricação e manuseio de bifenis policlorados (PCB); 
d) fabricação e emprego de cloreto de vinil como monômero na fabricação de 
policloreto de vinil (PVC) e outras resinas e como intermediário em produções 
químicas ou como solvente orgânico; 
e) fabricação de policloroprene; 
f) fabricação e emprego de clorofórmio (triclorometano) e de tetracloreto de 
carbono. 
 
- Cromo e seus compostos tóxicos; Código 1.0.10; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) fabricação, emprego industrial, manipulação de cromo, ácido crômico, 
cromatos e bicromatos; 
b) fabricação de ligas de ferro-cromo; 
c) revestimento eletrolítico de metais e polimento de superfícies cromadas; 
d) pintura com pistola utilizando tintas com pigmentos de cromo; 
e) soldagem de aço inoxidável. 
 
- Dissulfeto de carbono; Código 1.0.11; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) fabricação e utilização de dissulfeto de carbono; 
b) fabricação de viscose e seda artificial (raiom); 
c) fabricação e emprego de solventes, inseticidas e herbicidas contendo 
dissulfeto de carbono; 
d) fabricação de vernizes, resinas, sais de amoníaco, de tetracloreto de 
carbono, de vidros óticos e produtos têxteis com uso de dissulfeto de 
carbono. 
- Fósforo e seus compostos tóxicos; Código 1.0.12; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) extração e preparação de fósforo branco e seus compostos; 
b) fabricação e aplicação de produtos fosforados e organofosforados 
(sínteses orgânicas, fertilizantes e praguicidas); 
c) fabricação de munições e armamentos explosivos. 
 
- Iodo; Código 1.0.13; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) fabricação e emprego industrial do iodo. 
 
- Manganês e seus compostos; Código 1.0.14; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) extração e beneficiamento de minérios de manganês; 
b) fabricação de ligas e compostos de manganês; 
c) fabricação de pilhas secas e acumuladores; 
d) preparação de permanganato de potássio e de corantes; 
e) fabricação de vidros especiais e cerâmicas; 
f) utilização de eletrodos contendo manganês; 
g) fabricação de tintas e fertilizantes. 
 
- Mercúrio e seus compostos; Código 1.0.15; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) extração e utilização de mercúrio e fabricação de seus compostos; 
b) fabricação de espoletas com fulminato de mercúrio; 
17 
 
 
 
 
 
c) fabricação de tintas com pigmento contendomercúrio; 
d) fabricação e manutenção de aparelhos de medição e de laboratório; 
e) fabricação de lâmpadas, válvulas eletrônicas e ampolas de raio X; 
f) fabricação de minuterias, acumuladores e retificadores de corrente; 
g) utilização como agente catalítico e de eletrólise; 
h) douração, prateamento, bronzeamento e estanhagem de espelhos e 
metais; 
i) curtimento e feltragem do couro e conservação da madeira; 
j) recuperação do mercúrio; 
l) amalgamação do zinco. 
m) tratamento a quente de amálgamas de metais; 
n) fabricação e aplicação de fungicidas. 
 
- Níquel e seus compostos tóxicos; Código 1.0.16; Tempo de Exposição 25 
anos; 
a) extração e beneficiamento do níquel; 
b) niquelagem de metais; 
c) fabricação de acumuladores de níquel-cádmio 
 
- Petróleo, xisto betuminoso, gás natural e seus derivados; Código 1.0.17; 
Tempo de Exposição 25 anos; 
a) extração, processamento, beneficiamento e atividades de manutenção 
realizadas em unidades de extração, plantas petrolíferas e petroquímicas; 
b) beneficiamento e aplicação de misturas asfálticas contendo 
hidrocarbonetos policíclicos. 
 
- Sílica livre; Código 1.0.18; Tempo de Exposição 25 anos: 
a) extração de minérios a céu aberto; 
b) beneficiamento e tratamento de produtos minerais geradores de poeiras 
contendo sílica livre cristalizada; 
c) tratamento, decapagem e limpeza de metais e fosqueamento de vidros 
com jatos de areia; 
d) fabricação, processamento, aplicação e recuperação de materiais 
refratários; 
e) fabricação de mós, rebolos e de pós e pastas para polimento; 
f) fabricação de vidros e cerâmicas; 
g) construção de túneis; 
h) desbaste e corte a seco de materiais contendo sílica. 
 
- Outras substâncias químicas; Código 1.0.19; Tempo de Exposição 25 anos: 
Grupo I: estireno; butadieno-estireno; acrilonitrila; 1-3 butadieno; cloropreno; 
mercaptanos, n-hexano, diisocianato de tolueno (tdi); aminas aromáticas: 
a) fabricação e vulcanização de artefatos de borracha; 
b) fabricação e recauchutagem de pneus. 
 
Grupo II: aminas aromáticas, aminobifenila, auramina, azatioprina, bis (cloro 
metil) éter, 1-4 butanodiol, dimetanosulfonato (mileran), ciclofosfamida, cloroambucil, 
dietilestil-bestrol, acronitrila, nitronaftilamina 4-dimetil-aminoazobenzeno, 
benzopireno, beta-propiolactona, biscloroetileter, bisclorometil, clorometileter, 
dianizidina, diclorobenzidina, dietilsulfato, dimetilsulfato, etilenoamina, etilenotiureia, 
18 
 
 
 
 
 
fenacetina, iodeto de metila, etilnitrosuréias, metileno-ortocloroanilina (moca), 
nitrosamina, ortotoluidina, oxime-talona, procarbazina, propanosultona, 1-3-
butadieno, óxido de etileno, estilbenzeno, diisocianato de tolueno (tdi), creosoto, 4-
aminodifenil, benzidina, betanaftilamina, estireno, 1-cloro-2, 4 - nitrodifenil, 3-poxipro-
pano: 
a) manufatura de magenta (anilina e ortotoluidina); 
b) fabricação de fibras sintéticas; 
c) sínteses químicas; 
d) fabricação da borracha e espumas; 
e) fabricação de plásticos; 
f) produção de medicamentos; 
g) operações de preservação da madeira com creosoto; 
h) esterilização de materiais cirúrgicos. 
 
 
2.3.2 Agentes Físicos 
 
 
A exposição a agentes físicos se dará quando acima dos limites de tolerância 
especificados ou as atividades descritas abaixo: 
- Ruído; Código 2.0.1; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) exposição permanente a níveis de ruído acima de 90 decibéis. 
 
- Vibrações; Código 2.0.2; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos. 
 
- Radiações Ionizantes; Código 2.0.3; Tempo de Exposição 25 anos; 
a) extração e beneficiamento de minerais radioativos; 
b) atividades em minerações com exposição ao radônio; 
c) realização de manutenção e supervisão em unidades de extração, 
tratamento e beneficiamento de minerais radioativos com exposição às 
radiações ionizantes; 
d) operações com reatores nucleares ou com fontes radioativas; 
e) trabalhos realizados com exposição aos raios Alfa, Beta, Gama e X, aos 
nêutrons e às substâncias radioativas para fins industriais, terapêuticos e 
diagnósticos; 
f) fabricação e manipulação de produtos radioativos; 
g) pesquisas e estudos com radiações ionizantes em laboratórios. 
 
- Temperaturas anormais; Código 2.0.4; Tempo de Exposição 25 anos: 
a) trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de tolerância 
estabelecidos na NR-15, da Portaria nº 3.214/78. 
 
- Pressão atmosférica anormal. Código 2.0.5; Tempo de Exposição 25 anos: 
a) trabalhos em caixões ou câmaras hiperbáricas; 
b) trabalhos em tubulões ou túneis sob ar comprimido; 
19 
 
 
 
 
 
c) operações de mergulho com o uso de escafandros ou outros 
equipamentos. 
 
2.3.3 Agentes Biológicos 
 
 
A exposição aos agentes citados unicamente nas atividades relacionadas. 
- Microrganismos e parasitas infecciosos vivos e suas toxinas; Código 3.0.1; 
Tempo de Exposição 25 anos: 
a) trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes 
portadores de doenças infecto-contagiosas ou com manuseio de materiais 
contaminados; 
 b) trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de 
soro, vacinas e outros produtos; 
c) trabalhos em laboratórios de autópsia, de anatomia e anátomo-histologia; 
d) trabalho de exumação de corpos e manipulação de resíduos de animais 
deteriorados; 
e) trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto; 
 f) esvaziamento de biodigestores; 
 g) coleta e industrialização do lixo. 
 
 
2.3.4 Associação de Agentes 
 
 
Exposição aos agentes combinados exclusivamente nas atividades 
especificadas. 
- Físicos, Químicos e Biológicos; Código 4.0.1; Tempo de Exposição 20 anos: 
a) Mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das 
frentes de produção. 
 
- Físicos, Químicos e Biológicos; Código 4.0.2; Tempo de Exposição 15 anos; 
a) Trabalhos em atividades permanentes no subsolo de minerações 
subterrâneas em frente de produção. 
 
2.4 Conversão de Tempo de Trabalho 
 
 
2.4.1 Conversão de tempo Especial para Especial 
 
 
O artigo 66 do Regulamento da Previdência Social trouxe a possibilidade de 
conversão de tempo especial para especial, com o intuito de somar os períodos 
20 
 
 
 
 
 
trabalhados em atividades com tempo de aposentadoria especial diferenciado. 
Art. 66, RPS. Para o segurado que houver exercido sucessivamente duas ou 
mais atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais à saúde ou à 
integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo mínimo exigido 
para a aposentadoria especial, os períodos respectivos serão somados após 
conversão, conforme tabela abaixo, considerada a atividade preponderante: 
 
TEMPO A 
CONVERTER 
MULTIPLICADORES 
 PARA 15 PARA 20 PARA 25 
DE 15 ANOS --- 1,33 1,67 
DE 20 ANOS 0,75 --- 1,25 
DE 25 ANOS 0,60 0,80 --- 
 
A título de exemplo, um segurado que esteve exposto à atividade com berílio 
(atividade de 25 anos) pelo período de 15 anos e, atualmente trabalha em minas de 
carvão (atividade de 20 anos) por 5 anos. Seu tempo total de atividade especial é de 
21,25 anos na atividade de aposentadoria especial de 25 anos, que é preponderante 
(15 anos + 5x 1,25 anos) (IBRAHIM, 2011, p. 620). 
 
 
2.4.2 Conversão de Tempo Especial para Comum 
 
 
O artigo 70 do Regulamento da Previdência Social traz a possibilidade de 
conversão de tempo de atividade exercida sob condições especiais em tempo de 
atividade comum, traçando os parâmetros da conversão, que são conforme a tabela 
abaixo ilustrada: 
TEMPO A 
CONVERTER 
MULTIPLICADORES 
MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35) 
DE 15 ANOS 2,00 2,33 
DE 20 ANOS 1,50 1,75 
DE 25 ANOS 1,20 1,40 
 
A título de exemplo, o segurado, homem, com2 anos de exposição à atividade 
especial de 20 anos e que deixou de exercer o trabalho, dedicando-se a outra 
atividade sem exposição a agentes nocivos poderá converter o período especial para 
comum, multiplicando os 2 anos trabalhados por 1,75 (previsto na tabela), totalizando 
assim 3,5 anos de atividade laboral (IBRAHIM, 2011, p. 623). 
A redução do tempo de serviço não é automática, devendo ser realizada uma 
conversão do tempo trabalhado em condições especiais, utilizando-se os critérios 
estabelecidos no quadro I, previsto no Decreto 4.827/2003 (GODOY, 2011, p. 130). 
21 
 
 
 
 
 
Havia discussões se a conversão é possível somente até 28 de maio de 1998 
ou a qualquer tempo, sendo que a Turma Nacional de Uniformização de 
Jurisprudência dos Juizados Especiais chegou a editar a súmula 16, que discorria “a 
conversão em tempo de serviço comum do período trabalhado em condições 
especiais somente é possível relativamente à atividade exercida até 28 de maio de 
1998”. 
Tal súmula foi cancelada pelo Superior Tribunal de Justiça, que considerou que 
“o trabalhador que tenha exercido atividades em condições especiais, mesmo que 
posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, à 
conversão do tempo de serviço, de forma majorada, para fins de aposentadoria 
comum” (STJ, REsp 1067972/MG). 
Assim, o posicionamento é de que todo tempo trabalhado em condições 
especiais poderá ser convertido para tempo comum, seguindo os critérios da tabela 
acima exposta e, deverá ser levado em conta a legislação vigente na época da 
prestação dos serviços. 
 
 
2.4.3 Conversão de Tempo Comum para Especial 
 
 
Este tipo de conversão não é possível. Caso o segurado tenha trabalhado em 
atividade comum e hoje exerça atividade especial, não poderá converter seu tempo 
de comum para especial, somente o inverso, ou seja, converter seu tempo especial 
em comum, aposentando-se por idade ou tempo de contribuição (IBRAHIM, p. 2011, 
p. 624). 
A conversão de tempo comum em especial já até foi admitida, mas, com o 
advento da Lei 9.032/95 somente o inverso é possível. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
3. APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR PÚBLICO 
 
3.1 Regime Próprio da Previdência Social 
 
 
 
O Regime Próprio da Previdência Social (RPPS) é um sistema previdenciário 
singular, instituído para atender especificamente os servidores públicos propriamente 
ditos. Suas regras estão previstas no artigo 40, 42 e 149 da Constituição Federal, na 
Lei 9.717/98 e nas portarias 402/2008, 403/2008 e 345/2009 que dispõem sobre suas 
diretrizes, normas e os recursos financeiros (DALVI, 2012, p. 98). 
Conforme previsão do artigo 40 da Constituição Federal, “aos servidores 
titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de 
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo 
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”. 
Cada ente federativos terá seu regime próprio previdenciário, todavia, se 
determinado ente da federação não instituir seu regime próprio, seus servidores 
estarão vinculados ao Regime Geral da Previdência Social (DALVI, 2012, p. 98). 
O Servidor público estará vinculado ao regime próprio de seu ente federativo e 
terá sua filiação no RPPS, todavia o participante deste regime próprio não poderá se 
filiar ao RGPS, diante da expressa vedação prevista no artigo 201, Parágrafo 5º da 
Constituição Federal (IBRAHIM, 2011, p. 173). 
O artigo 2º da Portaria 402 do Ministério da Previdência Social discorre que o 
regime próprio da previdência social só poderá vincular o servidor público se garantir 
ao menor o direito à pensão por morte e aos benefícios de aposentadoria. 
O RPPS oferecerá cobertura exclusiva a servidores públicos titulares de cargo 
efetivo, magistrados, ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas, membros do 
23 
 
 
 
 
 
Ministério Público e de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações e a seus 
dependentes (DALVI, 2012, p. 99). 
Importante ressaltar que o servidor que será filiado ao Regime Próprio da 
Previdência Social é o que ocupa cargo efetivo, pois o servidor de cargo comissionado 
será filiado obrigatório ao Regime Geral de Previdência Social, conforme previsão do 
artigo 2º, Parágrafo 2º da Portaria 402/2008 do Ministério da Previdência Social. 
Ainda o segurado filiado ao RPPS, mesmo que cedido a órgão ou entidade de 
outro ente federativo, com ou sem ônus para o cessionário, permanecerá vinculado 
ao regime previdenciário de origem (DALVI, 2012, p. 100). 
 
3.2 Previsão Constitucional 
 
A Constituição Federal, em sua redação original, trouxe em seu artigo 
40, a previsão de aposentadorias dos servidores públicos, regulamentando a 
aposentadoria por invalidez permanente, a compulsória e a voluntária. 
Ainda, no Parágrafo 1º do referido texto constitucional, previa a 
possibilidade de Lei Complementar estabelecer a aposentadoria especial, “no caso de 
exercícios de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas”. 
A Lei Complementar nunca foi editada, pois somente era uma 
possibilidade, que não assegurava direito subjetivo aos servidores públicos (SANTOS, 
2012, p. 417). 
O Supremo Tribunal Federal acabou por firmar entendimento de que 
a redação do artigo 40, § 1º da Constituição Federal não assegurava direito subjetivo 
a aposentadoria especial aos servidores públicos, considerando uma mesa faculdade 
conferida ao legislador, conforme se pode verificar na ementa abaixo: 
“Direito Constitucional e Processual Civil. Mandado de Injunção. 
Servidores autárquicos. Escola Superior de Agricultura de Lavras — 
ESAL (autarquia federal sediada em Lavras, Minas Gerais). 
Aposentadoria Especial. Atividades insalubres. Artigos 5º, inc. LXXI, 
e 40, § 1º, da Constituição Federal. 
24 
 
 
 
 
 
1. O § 1º do art. 40 da C. F. apenas faculta ao legislador, mediante lei 
complementar, estabelecer exceções ao disposto no inciso III, “a” e 
“c”, ou seja, instituir outras hipóteses de aposentadoria especial, no 
caso de exercício de atividades consideradas penosas, insalubres ou 
perigosas. 
2. Tratando-se de mera faculdade conferida ao legislador, que ainda 
não a exercitou, não há direito constitucional já criado, e cujo exercício 
esteja dependendo de norma regulamentadora. 
3. Descabimento do Mandado de Injunção, por falta de possibilidade 
jurídica do pedido, em face do disposto no inc. LXXI do art. 5º da C. 
F., segundo o qual somente é de ser concedido mandado de injunção 
quando a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício 
de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes 
à nacionalidade, à soberania e à cidadania. (...)” (Mandado de 
Injunção n. 444-7, Minas Gerais, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 
07.10.1994). 
 
A Emenda Constitucional nº 20 trouxe mudanças no artigo 40 da Constituição 
Federal, prevendo expressamente a possibilidade de aposentadoria especial, 
tornando um direito subjetivo dos servidores, todavia, ainda manteve-se a 
necessidade de edição de Lei Complementar para definir as atividades exercidas 
exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física do segurado (SANTOS, 2012, p. 417). 
Tal emenda discorreu que era vedada a adoção de critérios 
diferenciados para a concessão de aposentadorias aos servidores do RPPS, 
ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamentesob condições 
especiais que prejudicassem a saúde ou a integridade física dos servidores, a serem 
definidos em lei complementar. 
Posteriormente, o texto constitucional foi novamente editado pela 
Emenda Constitucional nº 47, discorrendo que é vedada a adoção de requisitos e 
critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias aos servidores, 
ressalvados, nos termos definidos em Leis Complementares, os casos de servidores 
cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde 
ou a integridade física, conforme se pode abaixo verificar: 
 Art. 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efetivos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter 
contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente público, dos servidores ativos e 
inativos e dos pensionistas, observados critérios que 
25 
 
 
 
 
 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o 
disposto neste artigo. 
 § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios 
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos 
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, 
ressalvados, nos termos definidos em leis 
complementares, os casos de servidores: 
 (...) 
 III cujas atividades sejam exercidas sob condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física. 
 
Conforme acima descrito, o § 4º do art. 40, na redação da EC 20, instituiu a 
aposentadoria especial do servidor público, e apenas deixou para a lei complementar 
a definição das atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
Portanto, conforme previsão Constitucional, o Benefício de 
Aposentadoria Especial é assegurado aos servidores públicos, todavia, o Poder 
Legislativo deve criar Lei Complementar para regulamentar e viabilizar a concessão 
do benefício. 
3.4 Ausência de Lei Complementar 
 
Conforme acima já discorrido, a Constituição Federal determinou que 
para a regulamentação da Aposentadoria Especial dos servidores públicos deveria 
ser editada Lei Complementar. 
Ocorre que, desde a promulgação da Constituição Federal em 1988 
não houve edição de nenhuma Lei Complementar acerca do tema. 
O fato de inexistir Lei Complementar regulamentando a 
Aposentadoria Especial não pode causar prejuízo aos servidores expostos a agentes 
nocivos à saúde. 
Ademais, o artigo 24, inciso XII, Parágrafos 1º e 2º da Constituição 
Federal, discorre sobre a competência concorrente entre União, Estados e Distrito 
Federal, para edição de Leis Complementares, dispondo que as normas gerais serão 
editadas pela União e as normas suplementares serão editadas pelos Estados e 
26 
 
 
 
 
 
Distrito Federal, acerca da aposentadoria especial dos servidores, conforme se pode 
abaixo verificar: 
Art. 24, CF. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal 
legislar concorrentemente sobre: 
(...) 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
(...) 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União 
limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não 
exclui a competência suplementar dos Estados. 
(....) 
 
Ainda, o Parágrafo 3º do artigo 24 da Constituição Federal discorre 
que, “inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades”, ou seja, caberá às leis 
complementares Estaduais legislarem sobre a aposentadoria especial dos servidores, 
pois inexiste Lei Complementar Federal. 
Os municípios também tem competência para tratar de aposentadoria 
especial de seus servidores públicos, nos termos do artigo 30, inciso II da Constituição 
Federal, nos mesmos limites dos Estados e do Distrito Federal, desde que suas 
normas não sejam contrárias as Leis Federais. 
Diante da análise constitucional, todos os entes públicos previstos no 
artigo 40 da Constituição Federal, vale dizer, a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, podem criar leis complementares para regulamentar a Aposentadoria 
Especial de seus servidores públicos, não podendo o servidor ser prejudicado pela 
omissão do legislador. 
A Lei 9.717/98 que dispõe sobre regras gerais para a organização e 
o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados 
e do Distrito Federal, discorre em seu artigo 5º, Parágrafo Único, que “Fica vedada a 
concessão de aposentadoria especial, nos termos do § 4º do art. 40 da Constituição 
Federal, até que lei complementar federal discipline a matéria”. 
Nota-se que o disposto no referido artigo que veda a concessão de 
aposentadoria especial até que Lei Complementar seja editada sobre a matéria, 
27 
 
 
 
 
 
ofende frontalmente o artigo 24, inciso XII, Parágrafos 1º ao 4º da Constituição 
Federal, portanto o artigo 5º da Lei 9.717/98 é inconstitucional. 
É importante salientar que a Constituição Federal já previu 
expressamente o benefício de aposentadoria especial aos servidores públicos, pois o 
artigo 40 § 4º é claro ao discorrer que a Lei Complementar apenas irá regulamentar e 
viabilizar sua concessão, não podendo uma Lei Ordinária contrariar o texto 
constitucional. 
Assim, a aposentadoria especial é direito subjetivo dos servidores 
públicos que exerceram atividades expostos a agentes nocivos à saúde, todavia, 
como há omissão legislativa, para viabilizar a implantação do benefício o servidor deve 
buscar o Poder Judiciário para ver seus direitos tutelados. 
 
3.5 Impossibilidade de Prejuízo aos Servidores Públicos Diante da Ausência de 
Lei Complementar 
 
Como inexiste Lei Complementar, verifica-se no presente caso que existe uma 
norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, há uma omissão legislativa acerca 
do benefício de aposentadoria especial aos servidores públicos. 
Para os casos de normas eficácia limitada ou omissão legislativa a Constituição 
Federal criou o remédio constitucional do Mandado de Injunção, previsto em seu artigo 
5º, inciso LXXI. 
O referido dispositivo constitucional discorre que “conceder-se-á mandado de 
injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania”. 
No caso da aposentadoria especial dos servidores públicos é clara a falta de 
norma reguladora, ou seja, a Lei Complementar. 
Assim, caso o servidor público queira ter reconhecido seu direito a 
aposentadoria especial deverá ajuizar Mandado de Injunção perante ao Supremo 
Tribunal Federal para ver seus direitos tutelados. 
28 
 
 
 
 
 
Esse entendimento foi adotado pelo STF no julgamento do Mandado de 
Injunção nº 721-7/DF, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, que em trecho do voto 
assinalou: 
“(...) Com a Emenda Constitucional n. 20/98, afastou-se a óptica 
míope do sentido do verbo ‘poder’ — considerado o tempo, futuro do 
presente, ‘poderá’ —, para prever-se, no § 4º do artigo 40 da Carta 
(...). então, é dado concluir que a jurisprudência mencionada nas 
informações sobre a existência de simples faculdade ficou, sob o 
ângulo normativo-constitucional, suplantada. Refiro-me ao que 
decidido no Mandado de Injunção 484-6/RJ (...). Em síntese, hoje não 
sugere dúvida a existência do direito constitucional à adoção de 
requisitos e critérios diferenciados para alcançar a aposentadoria 
daqueles que hajam trabalhado sob condições especiais, que 
prejudiquem a saúdeou a integridade física. Permaneceu a cláusula 
da definição em lei complementar (...)”. 
 
Na ocasião, admitido o Mandado de Injunção, o Supremo Tribunal Federal 
decidiu que a falta de lei complementar não poderia acarretar prejuízo ao servidor 
público (SANTOS, 2012, p. 418) 
 
 
3.5.1 Aplicação Analógica do Regime Geral de Previdência Social 
Conforme já explanado, o benefício de aposentadoria especial 
encontra-se expresso no artigo 40, Parágrafo 4º da Constituição Federal, todavia, para 
sua implantação foi expresso que haveria edição de Lei Complementar. 
A Lei complementar nunca foi editada e, consequentemente, os 
servidores públicos que exercem ou exerceram atividades laborais expostos a 
agentes nocivos à saúde não tem o benefício implantado. 
Para suprir esta lacuna, os servidores devem buscar o Poder 
Judiciário, buscando a concessão do benefício através do remédio constitucional do 
Mandado de Injunção. 
No caso concreto do Mandado de Injunção nº 721-7/DF, em que a 
impetrante era servidora pública do Ministério da Saúde, auxiliar de enfermagem o 
Supremo Tribunal Federal determinou a aplicação das disposições do art. 57, § 1º, da 
29 
 
 
 
 
 
Lei n. 8.213/91, que dispõe sobre a aposentadoria especial do Regime Geral da 
Previdência Social, conforme se pode abaixo verificar na ementa: 
 
“MANDADO DE INJUNÇÃO - NATUREZA. Conforme disposto no 
inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á 
mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e 
não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração 
não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser 
formalizada. MANDADO DE INJUNÇÃO - DECISÃO - BALIZAS. 
Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia 
considerada a relação jurídica nele revelada. APOSENTADORIA - 
TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS - PREJUÍZO À SAÚDE 
DO SERVIDOR - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR - 
ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a 
disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, 
impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria 
aos trabalhadores em geral - artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91.” 
(STF. MI 721 / DF - DISTRITO FEDERAL MANDADO DE INJUNÇÃO 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Julgamento: 30/08/2007 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno.) 
 
Outros Mandados de Injunção foram julgados pelo STF que, em relação a 
outras categorias profissionais, adotou o mesmo entendimento: enquanto não for 
editada lei complementar, os servidores públicos terão direito à aposentadoria 
especial na forma prevista no Regime Geral de Previdência Social (SANTOS, 2012, 
p. 418). 
Ao se analisar o voto do Ministro Luiz Fux, relator do Mandado de Injunção nº 
4592/DF, o mesmo considerou que “A aposentadoria especial de servidor público, 
cujas atividades sejam exercidas sob condições que prejudiquem à saúde ou a 
integridade física é assegurada mediante o preenchimento dos requisitos do artigo 57 
da Lei Federal nº 8.213/91, até que seja editada a lei complementar exigida pelo artigo 
40, §4º, inciso II da Constituição Federal”. 
O Ministro considerou ainda que os limites do Mandado de Injunção restringe-
se à lacuna legislativa necessária à fruição do direito constitucionalmente assegurado 
e “a decisão concessiva da injunção não exime a autoridade administrativa 
competente de verificar, no caso concreto, o preenchimento dos requisitos legais para 
a concessão da aposentadoria especial”. 
Assim, tanto no caso do Mandado de Injunção nº 721/DF, quando no 4592/DF 
e em todos os demais, o Supremo Tribunal Federal concedeu o Mandado de Injunção 
30 
 
 
 
 
 
para que o servidor público impetrante tivesse reconhecido o direito ao benefício de 
aposentadoria especial. 
Fixou-se orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal pelo 
reconhecimento da omissão do legislador na concretização do artigo 40, § 4º da 
Constituição Federal e a Corte “concluiu pela aplicabilidade do artigo 57 da Lei 
8.213/91 também às aposentadorias especiais de servidores públicos, até que 
sobrevenham as leis complementares a que alude o artigo 40, § 4º da Constituição 
Federal. De modo a conferir a eficácia plena ao comando constitucional em apreço” 
(MI 4592/DF). 
 
Diante dos inúmeros Mandados de Injunção ajuizados perante o 
Supremo Tribunal Federal acerca da Aposentadoria Especial dos Servidores Públicos, 
a Corte autorizou em Plenário a possibilidade de julgamento monocrático e definitivos 
nos casos idênticos de Mandado de Injunção (MI nº 795/DF). 
 
Ainda o Ministro Gilmar Mendes propôs o enunciado de súmula 
vinculante, “considerando que não há tentativas em suprir a omissão constitucional 
reiteradamente reconhecida por este Tribunal” e que o STF, conforme o artigo 103-A 
da CR/1988 e o artigo 2º da Lei 11.417/06, pode editar de ofício enunciado de súmula 
que terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e da 
Administração Pública direta e indireta, federal, estadual e municipal. 
Assim, o Ministro Gilmar Mendes apresentou o Projeto de Súmula 
Vinculante nº 45, com o seguinte texto: 
“Enquanto inexistente a disciplina específica sobre a aposentadoria 
especial do servidor público, nos termos do art. 40, §4º da 
Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 
47/2005, impõe-se a adoção daquela própria aos trabalhadores em 
geral (art.57, §1º da Lei nº 8.213/91).” 
Tal projeto ainda não foi aprovado, mas sua aprovação tornaria totalmente pacifica a 
matéria acerca da aposentadoria especial dos servidores públicos, tomando-se por 
base os requisitos previstos na aposentadoria especial do Regime Geral de 
Previdência Social. 
Portanto, como não há Lei Complementar acerca da aposentadoria 
especial no Regime Próprio de Previdência Social, deve ser aplicada aos servidores 
públicos, as regras constantes da Aposentadoria Especial no Regime Geral de 
Previdência Social, anteriormente estudada. 
 
31 
 
 
 
 
 
 
3.1 A Eficácia da Decisão do Mandado de Injunção 
 
O julgamento do MI 721/DF traz à baila um dos temas mais polêmicos 
do constitucionalismo pátrio, após a promulgação da vigente Constituição da 
República, qual seja, a questão da eficácia da decisão de mérito proferida em 
Mandado de Injunção. 
 
 
No caso específico do MI 721/DF a Corte perfilha a posição concretista 
individual direta, possibilitando o efetivo exercício do direito exclusivamente para a 
impetrante. 
 
Em face do posicionamento mais recente adotado pelo Supremo Tribunal 
Federal, bem como da persistência da mora por parte do Poder Legislativo, o 
Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão expediu a Orientação Normativa nº 10, de 05 de novembro de 2010 que 
estabelece orientação aos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil 
da União - SIPEC, quanto à concessão de aposentadoria especial de que trata o art. 
57 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (Regime Geral de Previdência Social), aos 
servidores públicos federais amparados por Mandados de Injunção. 
 
Nos termos da referida orientação o provento decorrente da aposentadoria 
especial será calculado conforme estabelece a Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004, 
ou seja, pela média aritmética simples das maiores remunerações utilizadas como 
base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve 
vinculado, atualizadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, 
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a 
competênciade julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela 
competência, até o mês da concessão da aposentadoria. O provento decorrente da 
aposentadoria especial não poderá ser superior à remuneração do cargo efetivo em 
que se der a aposentação. 
 
32 
 
 
 
 
 
O efeito financeiro decorrente do benefício terá início na data de publicação do 
ato concessório de aposentadoria no Diário Oficial da União, e serão vedados 
quaisquer pagamentos retroativos a título de proventos. 
 
 
 
Trecho de Páginas 419/420/421/422 (SANTOS) 
 
 
4.1.1.1.6.1. A Orientação Normativa SRH/MPOG n. 10, de 05.11.2010 
 
Em razão das decisões proferidas em Mandados de Injunção, em 22.06.2010, 
foi publicada a Orientação Normativa SRH/MPOG n. 06, de 21.06.2010. 
A ON 6/2010 foi alterada pela Orientação Normativa MPOG/SRH, de 
05.11.2010, que estabelece orientação aos órgãos integrantes do SIPEC quanto à 
concessão da aposentadoria especial prevista no art. 57 da Lei n. 8.213/91 aos 
servidores públicos civis federais amparados por mandados de injunção, 
individualmente, ou substituídos em ações coletivas, enquanto houver omissão 
legislativa. 
A ON 10/2010 prevê a aposentadoria especial apenas na hipótese de 
exercícios das atividades pelo período de 25 anos de trabalho permanente, não 
ocasional nem intermitente. Deve ser considerada, para esse fim, a atividade principal 
do servidor: 
Art. 2ºA aposentadoria especial será concedida ao servidor que 
exerceu atividades no serviço público federal, em condições 
especiais, que prejudiquem a saúde ou a integridade física, 
exposto a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou 
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade 
física, pelo período de 25 anos de trabalho permanente, não 
ocasional nem intermitente. 
Parágrafo único. Para efeito das disposições do caputdeste 
artigo, considera-se trabalho permanente aquele que é exercido 
de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição 
do servidor ao agente nocivo seja indissociável da prestação do 
serviço público. 
 
33 
 
 
 
 
 
A ON 10 não especificou os agentes químicos, físicos, biológicos ou 
associação de agentes prejudiciais à saúde ou integridade física cuja comprovada 
exposição dará direito à aposentadoria especial. Parece-nos que será necessário 
atentar, no particular, ao disposto na decisão do respectivo mandado de injunção; 
caso a decisão não tenha abordado esse aspecto, deverá ser aplicada, 
subsidiariamente, a Lei n. 8.213/91 e, consequentemente, as disposições do Decreto 
n. 3.048/99. 
A conversão do tempo especial em comum restou garantida nos arts. 9º e 10. 
Porém, a nosso ver, a ON 10/2010, por ser norma administrativa, não poderia 
dispor para limitar direitos. É que, no art. 3º , a ON 10 prevê que os proventos 
decorrentes da aposentadoria especial serão calculados na forma da Lei n. 
10.887/2004: média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como 
base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve 
vinculado, atualizadas pelo INPC, correspondentes a 80% de todo o período 
contributivo desde a competência de julho de 1994 ou desde a do início da 
contribuição, se posterior àquela até o mês da concessão da aposentadoria. 
Enquanto não for implantado o regime de previdência complementar dos 
servidores públicos federais previsto no art. 40, § 14, da Constituição, as garantias 
constitucionais da integralidade e paridade dos proventos não poderão ser atingidas 
por lei ou ato administrativo. 
A ON 6/2010 (art. 7º) vedava a concessão do abono de permanência ao 
servidor público que cumprisse os requisitos para a aposentadoria especial. A 
vedação não poderia subsistir por configurar restrição de direitos, matéria que não 
pode ser objeto de normas administrativas. 
A vedação não foi repetida pela ON 10/2010, cujo art. 8º dispõe sobre a 
concessão do abono de permanência para os servidores públicos que atendam aos 
requisitos para a aposentadoria especial, desde que atendidas as condições do § 19 
do art. 40 da Constituição Federal (incluído pela EC 41/2003), do § 5º do art. 2º da EC 
41/2003, ou do § 1º do art. 3º da mesma Emenda Constitucional. 
 
4.1.1.1.6.2. A Instrução Normativa MPS/SPS n. 1, de 22.07.2010 
 
Em 27.07.2010, foi publicada a Instrução Normativa MPS/SPS n. 1, de 
22.07.2010, do secretário de políticas de Previdência social, necessária porque a ON 
34 
 
 
 
 
 
6/2010 não especificou os agentes químicos, físicos, biológicos ou associação de 
agentes prejudiciais à saúde ou integridade física cuja comprovada exposição dará 
direito à aposentadoria especial, e nem mesmo a forma de comprovação do exercício 
de tais atividades. 
O art. 14 da ON 10/2010 determinou a aplicação do disposto na IN 1/2010. 
A IN 1/2010 ampliou o alcance da aposentadoria especial para todos os 
servidores públicos sujeitos aos regimes próprios de Previdência Social da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que amparados por mandado de 
injunção. 
A IN 1 adotou as mesmas regras do RGPS: aplicam-se as normas vigentes ao 
tempo do exercício da atividade, ou seja, tempus regit actum. E, ainda, restou proibida 
a comprovação com prova exclusivamente testemunhal ou com base no mero 
recebimento de adicional de insalubridade ou equivalente. 
Ao contrário da ON 10/2010, a IN 1/2010 trata do enquadramento da atividade 
exercida pelo servidor, de modo a caracterizá-la comoespecial. 
Adotadas as mesmas regras do RGPS, até 28.04.1995, data anterior à vigência 
da Lei n. 9.032/95, aplica-se o contido nos Anexos I e II do Decreto n. 83.080/79 e 
Anexo do Decreto n. 53.831/64. Isso porque a comprovação do exercício de 
atividade especial era feita pelo cotejo da categoria profissional do segurado com a 
classificação contida nos Anexos I e II daqueles Decretos. 
A partir da Lei n. 9.032, de 29.04.1995, é necessário comprovar a efetiva 
exposição do segurado a agente prejudicial à saúde ou integridade física, conforme a 
enumeração contida nos Regulamentos da Lei n. 8.213/91 (Decretos n. 2.172/97 e n. 
3.048/99). 
A nosso ver, aplica-se, também, a jurisprudência do extinto Tribunal Federal de 
Recursos, que entendia que a enumeração constante dos regulamentos não era 
taxativa, podendo o segurado comprovar, por prova pericial, que estava submetido a 
agentes agressivos. Esse entendimento, que atualmente é adotado pelo STJ, foi 
consolidado na Súmula 198: “Atendidos os demais requisitos, é devida a 
aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade exercida pelo 
segurado é perigosa, insalubre ou penosa, ainda que não inscrita em Regulamento”. 
A comprovação da efetiva exposição aos agentes prejudiciais à saúde ou 
integridade física do segurado exige, no RGPS, a apresentação de formulários, laudos 
e documentos que não existem na Administração Pública. Para suprir a inexistência 
35 
 
 
 
 
 
de provas documentais, a IN 1/2010 relacionou, no art. 7º, os documentos hábeis para 
a comprovação, pelos servidores públicos, da efetiva exposição àqueles agentes 
nocivos: formulário de informações sobre atividades exercidas em condições 
especiais, Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) e parecer 
de perícia médica. 
Cabe ao órgão ou entidade responsável pelos assentos funcionais do servidor 
no período em que exerceu as alegadas atividades especiais a emissão do “formulário 
de informações”. 
O LTCAT deve ser emitido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança 
do trabalho, que deverá, preferencialmente, integrar o quadro de servidores da 
Administração Pública responsávelpelo levantamento ambiental (art. 9º). Todavia, o 
laudo poderá ser elaborado por terceiro, desde que comprovada sua habilitação 
técnica. 
O LTCAT poderá ser substituído ou complementado pelos documentos 
indicados no 4º do art. 9º da IN 1: laudos técnicos periciais emitidos por determinação 
da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas, acordos ou dissídios coletivos; laudos 
emitidos pela Fundacentro; laudos emitidos pelo Ministério do Trabalho e do Emprego 
ou pelas Delegacias Regionais do Trabalho; laudos individuais, desde que 
acompanhados da documentação oficial relacionada no inciso IV do art. 10; e 
demonstrações ambientais constantes de Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais (PPRA), Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), Programa de 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) e 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). 
O agente nocivo ruído deverá ser comprovado sempre mediante apresentação 
de laudo técnico pericial, como ocorre no RGPS. 
Os níveis de ruído adotados pela IN 1/2010 são os mesmos do RGPS.A Súmula 
32 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais 
Federais estabelece: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é 
considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: 
superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 
decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97; superior 
a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003”. 
36 
 
 
 
 
 
Assim como ocorre no RGPS, nem sempre o segurado exerce apenas 
atividades de natureza especial que lhe permitam obter a cobertura previdenciária da 
aposentadoria especial com tempo reduzido de contribuições. 
É comum intercalarem-se períodos de atividade comum e de atividade especial, 
o que retira do segurado o direito à aposentadoria especial. Entretanto, não seria 
correto dar o mesmo valor aos períodos de atividade especial que, por presunção 
legal, afetam a saúde e a integridade física do trabalhador. Essa é a justificativa para 
a conversão do tempo especial em comum, ou seja, calcula-se o tempo especial com 
um acréscimo de valor, isto é, com um fator de conversão para comum que o levará 
ao cálculo como se maior fosse. 
Tendo em vista que os Mandados de Injunção determinam a aplicação das 
normas do RGPS até que seja editada a lei complementar exigida pela Constituição 
Federal, não poderia ser afastado, para os servidores públicos, o direito à conversão 
do tempo especial em comum, que acabou garantido no art. 9º da ON SRH/MP n. 
06/2010, à razão de 1,2 para a mulher e 1,4 para o homem. 
 
 
 
 
 
 
9. CONCLUSÃO 
 
 
Findo o trabalho, conclui-se que a Aposentadoria Especial é uma modalidade 
de aposentadoria pouco conhecida pelos segurados e muito discutida judicialmente, 
já que há posicionamentos que a Autarquia Previdenciária (INSS) considera, porém 
que já foi superado judicialmente. 
De modo geral, não há divergências doutrinárias a respeito da aplicação. 
Ambos autores discorrem sobre a concessão da aposentadoria especial, bem como 
sobre a conversão do tempo trabalhado em condições especiais para comum. 
O segurado que fará jus ao benefício de aposentadoria especial deverá laborar 
em condições insalubres, expostos aos agentes nocivos previstos no anexo IV do 
37 
 
 
 
 
 
Regulamento da Previdência Social de forma habitual e permanente, por 15, 20 ou 25 
anos e, deverá comprovar sua exposição, mediante apresentação do Perfil 
Profissiográfico Previdenciário, que deverá ser fornecido pela empresa. 
Portanto, uma vez cumpridos os requisitos, o segurado terá direito a 
aposentadoria especial correspondente a 100% de seu salário de benefício, sem 
incidência do fator previdenciário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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Janeiro: Impetus, 2011. 
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Atlas, 2011. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário Esquematizado. São 
Paulo: Saraiva, 2011. 
GODOY, Fabiana Fernandes de. Manual Prático da Advocacia 
Previdenciária. 3. ed. Leme: J. H. Mizuno, 2011. 
SANTOS, Maria Ferreira dos. Direito Previdenciário. 6. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010. 
DALVI, Luciano. Previdência Social Comentada e Aplicada ao Processo. 2. 
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ed. Campo Grande: Contemplar, 2012. 
FELIPE, Jorge Franklin Alves. Teoria e Prática do Direito Previdenciário. 13. 
ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010. 
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Aplicada ao Processo. 5. ed. Leme: Anhanguera, 2012. 
Ministério da Previdência Social. Aposentadoria Especial. Disponível em 
http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=14 acesso em 05 de junho 
de 2013. Acesso em 02 de junho de 2013. 
 
 
Âmbito Jurídico. Aposentadoria especial do servidor público e o Mandado de 
Injunção n. 721/DF. Disponível em http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11276. 
Acesso em 20 de julho de 2013

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