Buscar

Considerações Gerais Sobre Neoplasias (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Considerações Gerais Sobre Neoplasias – Oncologia Oral - UFPE 
Josevan Souza 
Neoplasia significa “crescimento novo”, na prática é uma massa anormal de tecido, com crescimento não 
coordenado e autônomo. Já termo tumor é usado como sinônimo e foi originalmente usado para os aumentos de 
volume causados pela inflamação. As neoplasias ou tumores são classificados em malignos ou benignos. Nesse 
sentido,o termo câncer é a denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a 
capacidade de invadirem os tecidos vizinhos. O estudo das neoplasias é conhecido como oncologia (onco= massa). 
Classificação: 
Os tumores são considerados benignos quando suas caracteristicas macro e micro são consideradas inofensivas, sem 
potencial de crescimento e que o tratamento seja cirurgico. Já os malignos são considerados na liguagem usual como 
câncer, o mesmo tem potencial de atingir estruturas adjacentes e/ou se dessiminar em outras estruturas mais 
distantes (metástase). 
Nomeclatura: 
Os tumores benignos e malignos têm dois componentes básicos: parênquima que é constituído por células 
neoplásicas e estroma que é composto por tecido conjuntivo e vasos sangüíneos. A nomenclatura dos tumores é 
baseada na origem das células do parênquima, que também determina o comportamento biologico. Já o estroma é 
importante para o crescimento do neoplasma, uma vez que ele fornece suprimento sanguineo. 
 Benignos 
Nas neoplasias benignas acrescenta-se o sufixo OMA à célula de origem. Os tumores benignos de células 
mesenquimais geralmente seguem esta regra. Por exemplo: neoplasia benigna de fibroblasto é chamada de fibroma. 
Como toda regra há exceções, linfoma, melanoma e mieloma múltiplo referem-se a neoplasias malignas. A 
nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é baseada nas células de origem, arquitetura microscópica ou padrão 
macroscópico (mais raramente). As neoplasias benignas com estruturas glandulares são chamadas de adenomas e, 
papilomas são tumores epiteliais benignos que produzem projeções epiteliais. 
 Malignos 
As neoplasias malignas de origem mesenquimal recebem o sufixo SARCOMA (sarco = carne) às células de origem. Os 
tumores malignos de fibroblastos são chamados de fibrossarcomas. As neoplasias malignas de origem epitelial 
recebem a denominação carcinomas. Os tumores malignos com padrão glandular são chamados de 
adenocarcinomas. 
 
Características Anatopatológicas: 
Diferenciação refere-se à extensão com que as células do parenquima neoplásico ( células neoplásicas) lembram as 
células parenquimatosas (normais). Esse tipo de característica é bem comum em tumores benignos, enquanto os 
malignos podem ser bem diferenciadas também, assim como totalmente indiferenciadas. 
p.s.: a falta de diferenciação é chamada de anaplasia (significado: transforma-se para trás, indicando uma reversão 
da diferenciação), logo, os tumores malignos que são indiferenciados, são chamados de anaplásicos (alguns autores 
consideram a marca registrada de um tumor maligno). 
Já a displasia, significa o crescimento desordenado. Essa ocorrência, geralmente aparece em tecidos metaplásicos 
(tecidos em que suas células foram substituidas por outras, encontradas em processos de danos, reparos e 
regeneração tecidual). Ela é caracterizada por uma constelação de alterações, que caracteriza uma perda 
Uniforme das células, assim como perda de orientação e disposição arquitetônica. As células apresentam-se 
pleomórficas ( de diferentes formas, tamanhos e cores). Quando as alterações displasicas ocupam toda a espessura 
do epitélio e confinada dentro da membrana basal, ela é considerada um carcinoma in situ, uma vez que essas 
alterações ropem a membrana basal, são chamadas de tumor invasivo. 
p.s.: apesar de ser uma condição pré-neoplasica, a displasia não necessariamente evoluirá para um tumor, 
sobretudo os carcinomas in situ, que podem levar anos para se tornar invasivo. 
Taxas de Crescimento: 
A menor massa detectável sofre pelo menos 30 duplicações celulares , muito embora 10 ciclos dessas 30 
duplicações podem gerar um tumor de até 1kg (o que a literatura chama de tamanho máximo compativel com a 
vida). A taxa de cescimento é determinada por três fatores: tempo de duplicação das células, fração de células 
tumorais e a taxa com que as células são perdidas e/ou morrem. 
Em geral, os tumores benignos crescem mais lentamente, o contrário do maligno. Muito embora a literatura fala de 
casos intrigantes, como tumores malignos sumirem e benignos terem uma estimulação mais rápida, principalmente 
quando associados a estimulação hormonal (gravidez e menopausa, por exemplo). 
Invasão Local: 
As neoplasias benignas crescem por expansão, permanecendo no local de origem, sem infiltrar ou invadir tecidos 
vizinhos ou provocar metástase para outros locais. As neoplasias benignas são geralmente circunscritas por uma 
cápsula de tecido fibroso que delimita as margens do tumor. Devido à cápsula, os tumores benignos formam massas 
isoladas, palpáveis e móveis, passíveis de enucleação cirúrgica. Entretanto, alguns tumores benignos são localmente 
invasivos e recidivantes, como os ameloblastomas e mixomas. 
As neoplasias malignas são invasivas provocando destruição dos tecidos adjacentes e podendo desenvolver 
metástase regional e à distância. Devido a essa característica invasiva, é necessária a ressecção cirúrgica de 
considerável margem de tecido aparentemente normal, conhecida como cirurgia radical (sendo algumas vezes 
impossível de ressecção do tumor). É preciso ressaltar que alguns tipos de câncer evoluem de uma lesão inicial 
conhecida como carcinoma in situ. Neste estágio as células tumorais estão restritas ao epitélio e não romperam a 
membrana basal com consequente invasão do conjuntivo. As ressecções cirúrgicas nesta fase são menores com um 
maior índice de cura. 
Metástases: 
Metástase é a presença de células ou massas tumorais em tecidos que não apresentam continuidade com o tumor 
primário. É a principal característica das neoplasias malignas. Todos os tipos de câncer podem provocar metástases, 
com poucas exceções como o carcinoma basocelular de pele e os gliomas (neoplasias de células gliais do SNC). O 
desenvolvimento de metástase diminui de maneira acentuada a possibilidade de cura dos pacientes. Além disso, 
cerca de 30% daos indivíduos recém-diagnosticados com tumores sólidos ( excluindo cânceres de pele que não 
sejam melanomas) se apresentam com metástase. 
Existe três principais vias de disseminação das metástases, são elas: Implante em cavidades e superfícies corpóreas ( 
quando há a penetração do neoplasma maligno num campo aberto natural, ou seja, é o tipo de metástases das 
cavidades, acometendo principalmente a pleural e péritoneal, além disso é muito comum em carcinomas ovarianos.) 
; Disseminação Linfática (As células tumorais são transportadas pelos vasos linfáticos. É a via preferencial dos 
carcinomas, e a menos frequente nos sarcomas. Os gânglios linfáticos regionais funcionam como barreiras contra a 
disseminação generalizada do tumor, pelo menos por algum tempo); Disseminação hematogênica (É a via de 
disseminação mais utilizada pelos sarcomas, porém também pode ocorrer nos carcinomas. As artérias são mais 
resistentes que as veias a invasão tumoral. Os órgãos mais acometidos por essa disseminação são o fígado e o 
pulmão). 
 
Fonte: 
Aula da professora Elaine Judite 
Robbins & Cotran, 8ª edição 
Plano de aula de patologia geral – fop/unicamp

Outros materiais