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Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 1 Integração Regional - estudo dirigido REFERÊNCIAS BATISTA JR., Paulo Nogueira. A América do Sul em movimento. Rev. Econ. Polit., São Paulo , v. 28, n. 2, p. 226-238, June 2008 BETIOL, Laércio F.. Subsídios ao estudo da cooperação monetária regional. Rev. adm. empres., São Paulo , v. 10, n. 3, p. 129-148, setembro de 1970 BURNS, Bradford. The Unwritten Alliance: Rio Branco and the Brazilian-American Relations. New York: Columbia University Pres, 1966 CARVALHO, Beatriz Thomaz; GOIANA FILHO, José Elísio Alves. O papel da cultura nos processos de integração regional: o caso da UNILA. In: 3° ENCONTRO NACIONAL ABRI 2001, 3., 2011, São Paulo. FERREIRA, Ana Paula; MERCHER, Leonardo. Relações Internacionais na Idade Moderna: um panorama histórico. Intersaberes: Curitiba, 2015, p. 85 GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integração econômica. Curitiba: Intersaberes, 2016. SANTOS, Luís Cláudio Villafañe G.. A América do Sul no discurso diplomático brasileiro. Rev. bras. polít. int., Brasília, v. 48, n. 2, p. 185-204, Dec. 2005, p. 16 VIGEVANI, Tullo; RAMANZINI, Haroldo. Pensamento brasileiro e integração regional. Contexto internacional, Rio de Janeiro , v. 32, n. 2, p. 437-487, dez. 2010, p. 439). Neste breve resumo, destacamos a importa ncia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteu do programa tico da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionara o maior fixaça o de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compo em o referencial teo rico que ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possí vel. Bons estudos! Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 2 Sumário Tema: Integraça o regional e autonomia .......................................................................................................................... 3 Tema: Agentes da integraça o regional ............................................................................................................................. 3 Tema: Blocos econo micos americanos ............................................................................................................................ 6 Tema: Blocos econo micos europeus ................................................................................................................................ 9 Tema: Blocos econo micos asia ticos ............................................................................................................................... 11 Tema: Esta gios da integraça o regional .......................................................................................................................... 13 Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 3 Tema: Integração regional e autonomia Devemos mencionar que o po s-Segunda Guerra Mundial foi extremamente relevante para a formaça o do conceito de regionalismo econo mico, tendo em vista a necessidade de reconstruça o do continente europeu, devastado pelo conflito. Desse modo, surgiu a necessidade de buscar a pro pria abertura das fronteiras entre os Estados, de maneira a retrabalhar o conceito de soberania estatal. O Regionalismo teve dois momentos no se culo XX, o primeiro denominado regionalismo fechado, praticado por grupos de Estados diante do mundo e o segundo denominado regionalismo aberto, tambe m praticado por um grupo de Estados diante dos demais. Para identificar de forma breve e objetiva ao menos uma caracterí stica do regionalismo econo mico fechado do po s-Segunda Guerra Mundial devemos listar os seguintes pontos: Isolamento econo mico dos Estados; criaça o de proteço es comerciais ao mercado internacional; processos de integraça o econo micos que visavam acelerar a industrializaça o das naço es. Se quisermos caracterizar o regionalismo econo mico aberto do final do se culo XX e necessa rio estar atento aos seguintes aspectos: Processos de integraça o regional favora veis ao come rcio com entre blocos; blocos de integraça o regional que negociam com outros Estados e regio es externas; reconhecimento de um mercado global; neoliberalismo; novos processos de integraça o regional que fomentam o desenvolvimento por meio da interdepende ncia entre os povos e na o pelo isolacionismo. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 66-67. --- Os processos de integraça o regional sa o frutos do regionalismo do se culo XX. Na integraça o regional os Estados se unem para diminuir barreiras comerciais, sociais e polí ticas em uma determinada regia o que seguem algumas etapas. O GATT, assim como teo ricos da integraça o regional, defende que ha , ao menos, cinco etapas da integraça o regional: Zona de Livre Come rcio; Unia o Aduaneira; Mercado Comum; Unia o Econo mica e Moneta ria; e Unia o Polí tica. Em cada etapa objetivos e posicionamentos de seus membros sa o ampliados em obrigaço es para se alcançar metas comuns. Na organizaça o das metas estaria a organizaça o internacional criada para regular de forma supranacional as agendas e dina micas do grupo de Estados- membros. Fonte: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 16). Para saber por que alguns esta gios da integraça o regional questionam a autonomia dos Estados e possí vel levar em consideraça o a soberania do Estado e a supranacionalidade das organizaço es de integraça o regional na formulaça o de polí ticas. Assim, esta gios como a Unia o Aduaneira, Unia o Econo mica e a Unia o Polí tica levam para as instituiço es supranacionais o poder de realizar polí ticas regionais que se sobrepo em aos seus Estados-membros. Por sua vez os Estados acabam perdendo autonomia de gerir seus interesses internos em determinadas a reas frente a s polí ticas supranacionais do bloco. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 29- 33. Tema: Agentes da integração regional Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 4 Nos atuais processos de integraça o regional, na o sa o apenas os Estados que se envolvem como agentes regionais. Outros agentes subnacionais governamentais e sociais acabam participando de processos paralelos, como debates e criaça o de fo runs e redes. Ale m dos Estados, podemos identificar a aça o agentes que participam no processo de integraça o regional de forma paralela, pore m de modo vinculado ao bloco. No caso do Estado ou governo nacional, bem como de blocos econo micos, como Mercosul e Unia o Europeia, o Estado se enquadra como o agente. Se quisermos procurar na sociedade outros agentes capazes de interaça o internacional sobre o tema da integraça o regional devemos considerar: Cidades e suas redes; ONGs colocando pautas nas reunio es dos Estados; empresas e empresa rios que participam de semina rios e reunio es com instituiço es do bloco; outras organizaço es internacionais do SistemaONU que auxiliam em determinadas pautas; universidades e a produça o de modelos. Refere ncia: CARVALHO, Beatriz Thomaz; GOIANA FILHO, Jose Elí sio Alves. O papel da cultura nos processos de integraça o regional: o caso da UNILA. In: 3° ENCONTRO NACIONAL ABRI 2001, 3., 2011, Sa o Paulo. --- A iniciativa brasileira de criaça o da UNILA (Universidade da Integraça o Latino Americana) em Foz do Iguaçu pode ser compreendida como um investimento do propo sito de fomentar a integraça o regional. Sua criaça o seria uma etapa estrate gica da polí tica externa brasileira, visto que recebe alunos de todos os Estados da regia o, fomentando o interca mbio cultural. Refere ncia: CARVALHO, Beatriz Thomaz; GOIANA FILHO, Jose Elí sio Alves. O papel da cultura nos processos de integraça o regional: o caso da UNILA. In: 3° ENCONTRO NACIONAL ABRI 2001, 3., 2011, Sa o Paulo. A partir dos anos 2000, o processo de integraça o regional no MERCOSUL deixou de ser ta o pautado pelas questo es econo micas e comerciais e abriu espaço para agendas sociais. Diante desse cena rio, se quisermos saber se e possí vel afirmar que a integraça o regional lidaria apenas com questo es econo micas, a resposta deve ser negativa, pois a integraça o tambe m precisa levar em consideraça o as demandas sociais. A criaça o de uma universidade mostra isso, uma tentativa de se expandir as trocas entre as naço es como uma pauta social e cultural e menos econo mica como debates de tarifas e taxaço es comuns. --- Devemos ressaltar que os Estados, ao se integrarem a OMC (Organizaça o Mundial do Come rcio), podem se associar em blocos econo micos de acordo com os objetivos estabelecidos pelos so cios dentro dos tratados fundacionais, ou seja, nos tratados que criam os blocos econo micos, diferentes podera o ser os modelos de integraça o. Um bom exemplo e o Mercosul que, ao contra rio do que possa parecer, na o constitui um mercado comum, mas uma unia o aduaneira imperfeita que na o atende aos os (sic) requisitos de um mercado comum. Diante do contexto apresentado e possí vel identificar que blocos econo micos regionais, como o Mercosul, NAFTA e tantos outros, podem se relacionar como um agente com a OMC. Nesse sentido, e correto afirmar que blocos regionais, como ASEAN, Mercosul ou Unia o Europeia, podem firmar relaço es interblocos. Portanto, se quisermos saber se ASEAN e Unia o Europeia podem firmar acordos comerciais e de cooperaça o entre si, representando todos os seus Estados-membros, a resposta e afirmativa, visto que esse e um dos princí pios essenciais da integraça o regional e do regionalismo aberto. Os blocos surgem para representar internacionalmente seus Estados- Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 5 membros e compor dina micas interblocos de come rcio e cooperaça o. ASEAN e EU, por exemplo, possuem relaço es de cooperaça o e comerciais materializadas em acordos firmados por representaço es dos dois blocos que, posteriormente, se internaliza aos Estados-membros. Ale m do mercado interno, os blocos buscam maior espaço no mercado externo se fortalecendo em uma u nica força de negociaça o. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 29-30. --- A sigla NMF significa Naço es Mais Favorecidas em um processo de relaço es comerciais ou nos processos de integraça o regional. Diferentemente da ALALC, a ALADI proporcionou cla usulas atentas a s NMF em seu processo de integraça o latino-americano. A Organizaça o Mundial do Come rcio (OMC) tambe m trata das assimetrias possí veis causadas pelas NMF diante do come rcio mundial que envolve naço es menos favorecidas e com dificuldades de se desenvolver economicamente por meio do come rcio. Para a OMC o come rcio deve fugir da descriminaça o entre as naço es. Ela defende que, se uma NMF concede a uma outra alguma vantagem especial (por exemplo, a reduça o do valor da tarifa aplica vel a um de seus produtos), tem-se de fazer o mesmo com todos os demais membros da OMC. Dessa forma, a OMC acaba por interferir nos processos de integraça o regional. Nesse caso, para explicar de forma breve e objetiva como que o posicionamento pelo come rcio mais livre e a promoça o da competiça o leal da OMC podem interferir no regionalismo presente na integraça o regional, para isso devemos mencionar os seguintes aspectos: Defendendo o regionalismo aberto; orientando e acompanhando processos de integraça o regional para que economias e mercados nacionais menores tenham cla usulas que protejam seu desenvolvimento durante o processo de integraça o; combatendo pra ticas abusivas entre os Estados–membros de um bloco, como subsí dio e dumping; combatendo pra ticas abusivas entre dois ou mais blocos regionais; e por meio do GATT que estabelece a orientaça o dos cinco esta gios da integraça o regional. Ainda sobre esse assunto, na o se pode afirmar que a Comunidade e Mercado Comum do Caribe (CARICOM) seja formada por NMF diante de suas relaço es com a Unia o Europeia. Ao contra rio, a UE que se coloca composta por NMF, tendo que respeitar certos graus de protecionismo dos Estados-membros da CARICOM. Por serem mais desenvolvidos, os Estados-membros da UE precisam exercer o livre come rcio, mas com ressalvas respeitosas a s economias caribenhas. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 45. --- A Comunidade Econo mica dos Estados da A frica Ocidental (ECOWAS) vivencia hoje diversos desafios relacionados a diversidade polí tica, cultural e econo mica de seus membros. Desde Estados marcados pela cultura isla mica em conflitos com identidades tribais, ate as questo es de desertificaça o e secesso es territoriais, a ECOWAS se coloca em um cena rio que exige grande esforço para levar o acu mulo de riquezas e desenvolvimento humano das cidades litora neas para seu interior continental em polí ticas coordenadas. Boa parte das preocupaço es do bloco giram em torno da exploraça o dos recursos naturais e a criaça o de infraestrutura e logí stica que unifiquem as regio es desenvolvidas do litoral a s a reas e populaço es interioranas que, por muito tempo, ficaram isoladas dos processos polí ticos e sem representaça o nacional. As questo es Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 6 ambientais, por sua vez, tomam cada vez mais espaço na agenda da ECOWAS com os desafios da desertificaça o A agricultura e a vida selvagem que so pode ser pensado em soluço es de forma conjunta. (Fonte: http://www.ecowas.int/?lang=fr). Muitas das vezes blocos regionais surgem em busca do fortalecimento econo mico. Contudo, em alguns casos, como do ECOWAS, os blocos surgem como uma oportunidade de se solucionar desafios de diversas a reas, como a social e a desertificaça o, por meio da cooperaça o regional. Dessa forma, para identificar em algum outro bloco de integraça o regional, como o PIF (Fo rum das Ilhas do Pacifico) ou o Mercosul, algum desafio ambiental que apenas pela cooperaça o regional pode ser solucionado diante do mundo, para isso podemos levar em conta que o PIF lida com as questo es do aquecimento global e aumento do ní vel do mar, agindo de forma conjunta para pressionar outros organismos e Estados no cena rio internacional. O Mercosul pode agir para preservar o Aquí fero Guarani (Cone Sul) ou a Bacia Amazo nica (Brasil e Venezuela). --- O Conselho de Cooperaça o do Golfo (CCG) e uma organizaça o regional criada em 1981 e que busca a integraça o econo mica de seus seis Estados-membrosno Golfo Pe rsico: Oma , Emirados A rabes Unidos, Ara bia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait. Durante a Guerra do Golfo, a invasa o do Iraque ao Kuwait, gerou instabilidades na regia o que contou com intervenço es dos Estados Unidos da Ame rica nos anos 1990. Diferente de outros blocos de integraça o regional, o Conselho de Cooperaça o do Golfo enfatiza a cooperaça o cientí fica e tecnolo gica, especialmente sobre engenharia civil e de produça o. Isso se da , muito possivelmente, pela economia da regia o fortemente ligada a exploraça o de recursos minerais e do petro leo, bem como do crescimento e enriquecimento de cidades por meio do forte turismo advindo de todo o Oriente Me dio. Diante de seus Estados-membros na o e correto afirmar que este bloco e formado especialmente por naço es que se reconhecem como de origem persa, pois e formado por naço es a rabes. Estados persas seriam Ira , Paquista o e Afeganista o. O bloco e formado por naço es de origens a rabes e essa origem justifica muito o recorte do atual bloco, visto que faz fronteira marí tima com o Ira , seu principal concorrente. Tema: Blocos econômicos americanos O NAFTA (Canada, EUA e Me xico) encontra-se na Zona de Livre Come rcio, enquanto que o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela) encontram-se na Unia o Aduaneira, ja tendo passado pela Zona de Livre Come rcio. Para saber qual a principal diferença entre o Mercosul e o NAFTA em termos de polí tica econo mica e comercial em comum diante dos demais Estados fora de seu bloco e preciso levar em conta a existe ncia de uma unia o aduaneira, ou seja, a mesma polí tica sob importaço es e exportaço es de produtos ao mercado externo ao bloco. Mesmo que o Mercosul seja uma unia o aduaneira parcial, essa pra tica existe em diversos setores do mercado. Refere ncia: Esta gios da integraça o. GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016. --- Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 7 No Brasil, ate os anos 1980, o tema da integraça o na o se viu associado a grande agenda. A partir da Segunda Guerra Mundial, o problema do desenvolvimento/subdesenvolvimento, o tema da industrializaça o e as discusso es a respeito da participaça o do capital estrangeiro na economia do paí s estiveram focados em uma lo gica estritamente nacional. Na projeça o internacional, o nu cleo do debate centrou-se na necessidade de uma polí tica externa mais independente, menos alinhada aos Estados Unidos. Na de cada de 1970, particularmente nos governos Garrastazu Me dici (1970-1973) e Ernesto Geisel (1974-1978), ganhou força a ideia de Brasil-pote ncia, que trouxe dificuldades no relacionamento com os paí ses da regia o, sobretudo a Argentina. Nos anos 1980, no bojo do processo de redemocratizaça o, da crise da dí vida externa e da espiral inflaciona ria, o tema e a possibilidade da integraça o regional emergiram de forma mais concreta na percepça o de parte dos intelectuais brasileiros. Autores como Celso Lafer (1973) compreenderam a importa ncia do entendimento entre Argentina e Brasil desde o iní cio dos anos 1970. O bloco de integraça o regional criado por ambos, em conjunto com Paraguai e Uruguai no Cone Sul-Americano dos anos 1990 (e que nos anos 2010 recebeu a Venezuela como Estado-membro) foi o MERCOSUL, Mercado Comum do Sul. Entre seus principais objetivos podemos mencionar os seguintes pontos: Integraça o regional, desenvolvimento, cooperaça o econo mica, polí tica e social; fortalecimento diante do mercado internacional; nova etapa do regionalismo; ou alcançar o Mercado Comum como etapa da integraça o regional. Refere ncia: VIGEVANI, Tullo; RAMANZINI, Haroldo. Pensamento brasileiro e integraça o regional. Contexto internacional, Rio de Janeiro, v. 32, n. 2, p. 437-487, dez. 2010, p. 439. --- Com a redemocratizaça o, a consolidaça o da identidade latino-americana do Brasil acabou plasmada na pro pria Constituiça o de 1988, que determinou que o Brasil “buscara a integraça o econo mica, polí tica, social e cultural dos povos da Ame rica Latina, visando a formaça o de uma comunidade latino-americana de naço es” (artigo 4o, para grafo u nico). Em termos de resultados concretos, a superaça o da rivalidade com a Argentina, permitiu a formaça o do Mercosul, desde enta o uma das grandes refere ncias da identidade internacional brasileira.(Refere ncia: SANTOS, Luí s Cla udio Villafan e G.. A Ame rica do Sul no discurso diploma tico brasileiro. Rev. bras. polí t. int., Brasí lia, v. 48, n. 2, p. 185-204, Dec. 2005, p. 16). O MERCOSUL foi criado pelo Brasil em conjunto com a Argentina, Paraguai e Uruguai e, mais tarde, passariam a integrar a Unia o das Naço es da Ame rica do Sul (UNASUL). A UNASUL, por sua vez, englobou os Estados do MERCOSUL e da Comunidade Andina. Nesse sentido, na o e correto afirmar que na UNASUL estariam todos os Estados da Ame rica Latina como membros, pois existem outros Estados como os caribenhos e o Me xico que na o fazem parte da UNASUL. (Refere ncia: FERREIRA, Ana Paula; MERCHER, Leonardo. Relaço es Internacionais na Idade Moderna: um panorama histo rico. Intersaberes: Curitiba, 2015, p. 85). Ainda sobre esse tema, podemos afirmar que o Brasil hoje se reconhece oficialmente como latino-americano, o que nos evoca a releva ncia dos processos de integraça o regional para a construça o dessa identidade. Os processos de integraça o regional aproximam o Brasil dos demais Estados da regia o, por meio de trocas, experie ncias, e conscie ncia dos demais povos latinos, bem como de nossos elos em comum na cultura, histo ria e identidades. Refere ncia: SANTOS, Luí s Cla udio Villafan e G.. A Ame rica do Sul no discurso diploma tico brasileiro. Rev. bras. polí t. int., Brasí lia, v. 48, n. 2, p. 185-204, Dec. 2005, p. 16. --- Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 8 A CARICOM (Comunidade e Mercado Comum do Caribe) e o mais antigo bloco de integraça o regional ainda em atividade no mundo. Por meio do Tratado de Chaguaramas, em 1973, a comunidade caribenha traça objetivos comuns de se alcançar uma zona de livre come rcio entre seus Estados-membros. (Fonte: http://caricom.org/about-caricom/who-we-are). Tendo como base a posiça o geogra fica dos Estados-membros da CARICOM, e se quisermos saber quais os motivos possí veis que justificariam Me xico, Colo mbia e Venezuela como membros- observadores do bloco, podemos considerar interesses geopolí ticos, comerciais e econo micos. Todo bloco de integraça o regional cria novas dina micas regionais aos seus vizinhos que podem buscar ganhos ou acompanhar procedimentos do bloco para criar polí ticas nacionais que amenizem ou ampliem os reflexos da integraça o em sua regia o pro xima. --- O PARLACEN e uma organizaça o regional formada por Estados-membros da Ame rica Central em 1991. Dentre seus objetivos encontra-se a integraça o regional e por isso a organizaça o faz parte do Sistema da Integraça o Centro-americana (SICA). Dentre suas funço es esta na orientaça o e acompanhamento das cla usulas democra ticas e a representatividade polí tica das naço es centro-americanas no processo de integraça o regional da SICA. (Fonte: www.parlacen.int/). Assim, se quisermos saber se e correto afirmar que a SICA e o u nico bloco de integraça o regional presente na Ame rica Central, a resposta e negativa, pois existe o CARICOM. --- A Comunidade Andina (CAN), por muito tempo foi reconhecida como um exemplo de integraça o regional, juntamente com a Uniao Europeia. Isso se deve a criaça o de instituiço es supranacionais em 1979, como a Corte Andina de Justiça, o Parlamento Andino e o Conselho Andino de Ministros das Relaço es Exteriores. Os avanços institucionais do bloco foram elogiados e acompanhados pela comunidade internacional ate que alguns desafios começaram a se impor ao bloco. A baixa interaça o econo mica entre seus Estados-membros, ou seja, a pouca complementariedade de mercado e a grande concorre ncia de produça o interna pelos mesmos mercados, acabou criando um cena rio de desaceleraça o a integraça o. Um marco desse cena rio crí tico a integraça o foi a saí da da Venezuela em 2006, argumentando que os Tratados de Livre Come rcio assinados pela Colo mbia e Peru com os Estados Unidos causaram dano irrepara vel a s instituiço es andinas. Um processo de integraça o regional que cria uma zona de livre come rcio na o pode se sustentar apenas pela criaça o de instituiço es supranacionais. Sem avanço econo mico na o existe integraça o de mercados, unia o aduaneira, econo mica ou a criaça o de moeda u nica na o conseguem ser praticadas. Instituiço es sozinhas na o conseguem manter o interesse a integraça o e Estados podem se retirar do processo, independente dessas instituiço es existirem ou na o. Ainda que haja um rito democra tico e de respeito a s normas, o caso da Venezuela aponta para essa dina mica. --- Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 9 A diplomacia de Rio Branco, paradigma tica para o perí odo, estruturou o discurso sobre o americanismo e a Ame rica do Sul para atender seus tre s principais objetivos: a definiça o das fronteiras, o aumento do prestí gio internacional do paí s e a afirmaça o da liderança brasileira na Ame rica do Sul (BURNS, Bradford. The Unwritten Alliance: Rio Branco and the Brazilian- American Relations. New York: Columbia University Pres, 1966, p. 204). Esse contexto da polí tica externa Brasileira, no iní cio do se culo XX, remete a um conceito que ate hoje e utilizado por alguns jornalistas e pesquisadores: a liderança do Brasil na polí tica internacional. Alguns textos apontam ate para a liderança do Brasil nos processos polí ticos e econo micos na Ame rica do Sul. Contudo, esse conceito e perigoso. Uma liderança precisa ser reconhecida pelos Estados liderados. Mas afinal, O Brasil e um lí der regional? Tendo em mente que na o existe o registro oficial em nenhum bloco de integraça o regional o Brasil como lí der, afirmar que o Brasil e um lí der na Ame rica do Sul, especialmente nos processos de integraça o regional, e bastante difí cil e pode levar a interpretaço es equivocadas, especialmente porque e preciso determinar que os demais Estados o reconhecessem como lí der e esse reconhecimento na o e oficial em nenhum bloco. Refere ncia: SANTOS, Luí s Cla udio Villafan e G.. A Ame rica do Sul no discurso diploma tico brasileiro. Rev. bras. polí t. int., Brasí lia, v. 48, n. 2, p. 185-204, Dec. 2005, p. 16. --- O governo Lula esteve, desde o iní cio, comprometido com a ideia de mudanças na ordem internacional. Conforme estabelecido no discurso do presidente e de seu chanceler, o ponto de partida para uma nova inserça o do Brasil no cena rio internacional e a Ame rica do Sul – consolidada a partir da reconstruça o do Mercosul, das negociaço es com a Comunidade Andina e da incorporaça o do Chile, da Guiana e do Suriname no esforço de integraça o. Segundo o presidente, “no s chegamos a conclusa o de que era preciso juntar toda a Ame rica do Sul para fazer um Mercosul forte” (Lula da Silva, 20.11.2003 apud SANTOS, Luí s Cla udio Villafan e G.. A Ame rica do Sul no discurso diploma tico brasileiro. Rev. bras. polí t. int., Brasí lia, v. 48, n. 2, p. 185-204, Dec. 2005). Ale m do MERCOSUL, existe outra organizaça o regional das naço es sul- americanas criada durante o governo Lula (2008), a partir da cooperaça o do MERCOSUL e da CAN que agregou o Chile, a Guiana e o Suriname. Essa organizaça o e a UNASUL, Unia o das Naço es da Ame rica do Sul, que facilita as relaço es do Brasil com seus vizinhos, bem como agrega apoio coletivo aos posicionamentos internacionais na polí tica, economia e na cultura. Tema: Blocos econômicos europeus Com a Primeira Revoluça o Industrial, no se culo XVIII, a Inglaterra passou enta o a ter uma balança comercial muito favora vel e um significativo crescimento nos mares, impondo-se como uma nova pote ncia europeia na segunda metade da Idade Moderna. Foi na pro pria Inglaterra que o mercantilismo foi substituí do pelos princí pios do liberalismo, os quais mudariam as formas como as pote ncias lidavam com os novos rumos polí ticos do cena rio internacional ao final da Idade Moderna. (FERREIRA, Ana Paula; MERCHER, Leonardo. Relaço es Internacionais na Idade Moderna: um panorama histo rico. Intersaberes: Curitiba, 2015, p. 97). Na Idade Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 10 Contempora nea, especialmente apo s 1973, com sua entrada na Comunidade Econo mica Europeia, a Inglaterra, como Reino Unido da Gra -Bretanha, passou a integrar os processos da Unia o Europeia. Contudo, em 2016 o Reino Unido da Gra -Bretanha aprova por plebiscito sua saí da da Unia o Europeia, o que ficou conhecido como Brexit (Britain Exit ou saí da brita nica). Assim, na o e correto afirmar que no caso do Brexit a Unia o Europeia deixou de usar sua força be lica para coerça o ao Reino Unido da Gra -Bretanha, mesmo tendo essa legitimidade do uso da força. A Unia o Europeia, como um governo supranacional, na o poderia usar seu exe rcito institucional e sua tecnologia be lica para retaliar a Inglaterra, porque a Unia o Europeia na o tem um exe rcito institucional e nem tecnologia be lica. Uma Organizaça o de integraça o regional deve respeitar a saí da de seus membros, como visto nas cla usulas da Unia o Europeia. Portanto, a caso Brexit, ou seja, a saí da da Gra -Bretanha na o pode ser considerada como a extinça o da Unia o Europeia e de seus processos de integraça o regional na Europa, pois diversos outros Estados continuam como membros da Unia o Europeia. Pode ate enfraquecer, mas na o acaba e e apenas a retirada de um membro. --- Sobre a saí da do Reino Unido da Unia o Europeia, o lí der politico dos Democratas Suecos da Sue cia, Akesson escreve que "hoje, 23 de junho, e , talvez, o mais importante dia em muito tempo". A escolha dos brita nicos "na o pode ser vista como um acontecimento isolado", ja que, em toda a Europa, ha um crescente descontentamento perante um projeto que evoluiu para uma unia o polí tica e supranacional". O polí tico acredita que a maioria dos seus conterra neos defende a livre circulaça o de pessoas e bens, mas esta contra o "monstro" em que o espaço europeu se transformou. Um "caminho errado" que deveria fazer do referendo no Reino Unido "o ponto de partida para um debate alargado de todas as naço es sobre a sua pro pria autodeterminaça o". (Depois do Brexit o Swexit. TSF, Ra dio Notí cias de Portugal, 23 de junho de 2016. Disponí vel em http://web.archive.org/web/20160624053012/http://www.tsf.pt/internacional/interior/de pois-do-brexit-o-swexit-5244366.html). Diante desse posicionamento crí tico a supranacionalidade da Unia o Europeia em diversos assuntos das polí ticas nacionais, e possí vel identificar conflitos de interesses regionais e autonomia dos governos. Levando em consideraça o a soberania de polí ticas nacionais dos Estados e a supranacionalidade das organizaço es de integraça o regional, como a Unia o Europeia podemosafirmar que os Estados perdem autonomia e, de certa forma, soberania. Isso gera conflitos como as tenso es provenientes da extrema direita. A Unia o Europeia cerceia e diminui a autonomia de seus Estados sobre polí ticas nacionais, o que desagrada parte da populaça o e das classes polí ticas, como mostra o contexto apresentado acima. --- Um dos propo sitos da integraça o econo mica e liberalizar o come rcio combatendo as restriço es comerciais. Ha duas espe cies de restriço es comerciais: 1. as relacionadas com a polí tica comercial; 2. as relacionadas com a polí tica moneta ria. As medidas de polí tica comercial sa o as que compreendem as tarifas alfandega rias, as quotas de importaça o e exportaça o, os subsí dios a exportaça o e a importaça o, e outras medidas que afetam o come rcio internacional. Elas destinam-se principalmente a diminuir ou aumentar o consumo interno e a proteger ou Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 11 estimular as atividades produtivas nacionais. As medidas de polí tica moneta ria te m objetivos amplos. Elas sa o destinadas a assegurar a estabilidade interna, o equilí brio externo e a expansa o da produça o. Como conseque ncia, as restriço es moneta rias sa o aplicadas para superar a instabilidade interna, para combater a inflaça o, para restringir ou estimular o come rcio exterior devido a dificuldades na balança de pagamentos, para prevenir a inconversibilidade da moeda, etc. (BETIOL, Lae rcio F.. Subsí dios ao estudo da cooperaça o moneta ria regional. Rev. adm. empres., Sa o Paulo , v. 10, n. 3, p. 129-148, setembro de 1970). O bloco de integraça o regional criou e utiliza-se da moeda Euro para superar os desafios das restriço es comerciais e Unia o Europeia (UE). A moeda na o e imposta a todos os Estados-membros dessa organizaça o: a Sue cia na o usa e a Inglaterra tambe m manteve sua pro pria moeda. Isso ocorre porque em uma organizaça o de integraça o regional os Estados podem negociar o grau de participaça o, o que faz sentido se levarmos em consideraça o que no caso da organizaça o em questa o ela experimenta uma Unia o Econo mica e Moneta ria Imperfeita (ou incompleta). Ainda sobre esse aspecto, podemos nos perguntar sobre qual a vantagem de se ter um Banco Central supranacional (pertencente a organizaça o de integraça o regional) quando se busca usar uma moeda regional, como no caso do Euro. Para responder essa questa o podemos afirmar que e o Banco Central que se responsabiliza pela criaça o, circulaça o e valor da moeda. O Banco Central que regula para tentar, da melhor forma possí vel, superar as assimetrias econo micas e polí ticas dos Estados. Ele quem faz as polí ticas macroecono micas do bloco sobre as diversas economias de seus Estados- membros. Refere ncia: BETIOL, Lae rcio F.. Subsí dios ao estudo da cooperaça o moneta ria regional. Rev. adm. empres., Sa o Paulo , v. 10, n. 3, p. 129-148, setembro de 1970. --- A Associaça o Europeia de Livre Come rcio (EFTA) e uma organizaça o regional criada em 1966, anterior a Unia o Europeia, e que mante m-se em atividade ate os dias de hoje. Vista como uma opça o a Unia o Europeia, seus membros mante m uma relaça o baseada no livre come rcio. Inicialmente formada por diversos Estados europeus, como Portugal e A ustria, a EFTA hoje conta apenas com quatro membros: Isla ndia, Liechtenstein, Noruega e Suí ça. Tendo em vista que o EFTA, assim como tantos outros blocos econo micos se encontra no primeiro esta gio da integraça o regional, podemos compreender por que esses blocos na o avançam para os demais esta gios, como a unia o moneta ria da Unia o Europeia, preferindo permanecer em uma zona de livre come rcio. Para isso e preciso ter em mente que muitos Estados querem apenas gozar de livre come rcio, sem perder sua autonomia nas polí ticas econo micas e comerciais. Por isso se manter no primeiro esta gio ja se mostra suficiente, como para os membros da ASEAN, NAFTA, etc. Tema: Blocos econômicos asiáticos O PIF (Pacific Island Forum) e uma organizaça o regional de 1999, origina ria do Fo rum Pací fico do Sul de 1971. Dentre seus principais objetivos esta o as reunio es recorrentes entre seus Estados-membros para fomentar o transporte marí timo, definir posicionamentos diante do aquecimento global e na cooperaça o logí stica de mercado marí timo e ae reo por toda a regia o que carece de ligaço es territoriais. Ja o ANZCERTA – Acordo Comercial sobre Relaço es Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 12 Econo micas entre Austra lia (AU) e Nova Zela ndia (NZ) – foi criado em 1983 para gerir as relaço es econo micas e comerciais entre os dois Estados (AU e NZ). Entre 1983 e 1999, o ANZCERTA elevou as relaço es comerciais australiano-neozelandezas em mais de 400%, o que significou um volume de transaço es acima de 10 bilho es de do lares australianos, em 1998. (Fonte: www.camara.leg.br/mercosul/blocos/ANZCERTA.htm/). Ao olhar para a Austra lia e a Nova Zela ndia, percebe-se que ambos os Estados participam tanto da PIF como do ANZCERTA. Contudo, enquanto o primeiro e multilateral, envolvendo diversas naço es, o segundo e bilateral, envolvendo apenas a AU e a NZ. Nesse sentido existiria ainda autonomia de aço es comerciais de importaça o e exportaça o de fora dos blocos por seus Estados-membros, preocupando-se apenas em fomentar o come rcio na regia o. Se nos perguntarmos sobre qual seria o esta gio de integraça o regional mais prova vel de se identificar em ambos os blocos, devemos afirmar que esse esta gio seria a Zona de Livre Come rcio, ou seja, a primeira etapa, visto que os interesses ainda esta o em estabelecer uma regia o de mercado livre de taxas para os produtos e consumos internos. Se fosse o segundo esta gio – unia o aduaneira – essa relaça o de autonomia ficaria mais complicada ou se extinguiria. --- A Associaça o de Naço es do Sudeste Asia tico (ASEAN) foi criada em 1967 por meio da Declaraça o de Bangkok. A ASEAN se sustenta como um bloco regional de livre come rcio, fomentando debates e outras discusso es econo micas sobre a inserça o da regia o no mercado mundial. Vizinha de Estados economicamente importantes, como China, Japa o e Austra lia, a ASEAN e formada por dez Estados-membros e dois Estados-observadores (Papua Nova Guine e Timor Leste). (Fonte: www.asea.org/). Tendo em vista que a ASEAN, assim como tantos outros blocos econo micos se encontra no primeiro esta gio da integraça o regional, pode-se compreender por que esses blocos na o avançam para os demais esta gios, como a unia o moneta ria e a unia o polí tica (ou total), preferindo permanecer em uma zona de livre come rcio. Para tanto e necessa rio afirmar que muitos Estados querem apenas gozar de livre come rcio, sem perder sua autonomia nas polí ticas econo micas e comerciais. Por isso se manter no primeiro esta gio ja se mostra suficiente, como para os membros da ASEAN, NAFTA, etc. --- Associaça o da A sia do Sul para a Cooperaça o Regional (SAARC) e uma organizaça o polí tica e econo mica de oito paí ses na A sia Meridional que nos u ltimos anos vem sofrendo diversas paralisaço es. As relaço es entre I ndia e Paquista o, que dete m as maiores economias do bloco tambe m sa o marcadas por desentendimentos territoriais e ideolo gicos. Com a Entrada do Afeganista o em 2007, a SAARC se viu como uma organizaça o de integraça o regional muito mais pautada pelas agendas polí ticas do que propriamente pela agenda comercial ou econo mica. Ao observar a grande quantidade de Estados-observadores(6) no bloco, quase equivalente ao pro prio nu mero de Estados-membros (8) e sem contar que um destes observadores e a Unia o Europeia (formada por diversos Estados), a SAARC se mostra em uma situaça o peculiar. Enquanto que a presença da Unia o Europeia e Austra lia podem ser justificadas por processos histo rico-culturais e econo micos comuns (colonizaça o brita nica do Paquista o e da I ndia), a presença dos Estados Unidos da Ame rica e da China podem indicar mais do que preocupaço es Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 13 econo micas e culturais com os membros do bloco. E correto afirmar que a presença de armamentos nucleares na I ndia e Paquista o, bem como suas relaço es conflitantes ao longo do tempo, poderia explicar parte das paralizaço es da integraça o regional da SAARC. Essa relaça o esta correta pois as questo es polí ticas e de soberania entre os dois maiores Estados do bloco acabam por emperrar as relaço es de integraça o econo mica e social. Um processo de integraça o regional necessita de cooperaça o e entendimento entre as partes para que se avance socialmente. Na integraça o regional na o e so a esfera econo mica que e relevante, a polí tica tambe m o e . Tema: Estágios da integração regional O multilateralismo, em um processo de integraça o regional, esta ligado ao artigo 1º do GATT que trata do princí pio da cla usula da naça o mais favorecida (CNMF), enquanto que o regionalismo econo mico esta no artigo 24 tambe m do GATT. Esses princí pios fundamentam os blocos de integraça o econo mica no mundo, como a Unia o Europeia e o Mercosul. O GATT (General Agreement on Tariffs and Trade ou, em portugue s, o Acordo Geral sobre Tarifas e Come rcio) trouxe orientaço es sobre quais caminhos os Estados deveriam optar para conseguir e xito nos processos de integraça o regional. Assim, na o e possí vel afirmar que todos os processos de integraça o regional esta o no mesmo esta gio. Tendo em vista que existem ao menos cinco esta gios da integraça o segundo o GATT, existem blocos, como o Mercosul, que esta o em uma unia o aduaneira e outros, como a Unia o Europeia que esta o em uma Unia o Econo mica. Diversos blocos esta o em esta gios distintos. NAFTA esta ainda no primeiro esta gio, Zona de Livre Come rcio. Cada grupo de Estados possuem caracterí sticas pro prias, como ní veis econo micos, polí ticos, sociais e de relaço es com os vizinhos. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 35. --- O esta gio ou etapa da Integraça o Polí tica ainda na o existe na pra tica, somente na doutrina quando se trata dos cinco esta gios da integraça o regional. Nesse esta gio ocorreria a fusa o de todas as soberanias dos Estados com o propo sito de formar um novo ente, diferentemente de uma federaça o ou uma confederaça o. Portanto na o e correto afirmar que essa contextualizaça o sobre a “na o existe ncia da Integraça o Polí tica” esteja defasada diante de exemplos atuais, como a UNASUL e Unia o Europeia. Na pra tica, nenhum bloco alcançou esse esta gio da integraça o total. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 34. --- A integraça o regional na o possui um modelo fechado a ser seguido, ou seja, na o e igual em todos os processos de integraça o e em cada caso envolvendo seus Estados-membros. Contudo, a literatura especializada, o GATT e a pra tica da Unia o Europeia colaboram para a percepça o de cinco esta gios da integraça o regional: zona de livre come rcio; unia o aduaneira; mercado comum; unia o econo mica e moneta ria; e unia o polí tica. Para identificar caracterí sticas do Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 14 esta gio ‘zona de livre come rcio’ no processo de integraça o regional pode-se mencionar alguns to picos: Diminuiça o ou fim de barreiras comerciais aos produtos produzidos pelos Estados envolvidos em sua criaça o. Fortalecimento e desenvolvimento da regia o diante do mercado internacional. Maior interdepende ncia e interaça o comercial entre os Estados. Vantagens de mercado e regionalismo comercial. Diminuiça o ou fim de taxas e barreiras na o-alfandega rias dos produtos, etc. Ganhos econo micos e comerciais que podem refletir em ganhos sociais e polí ticos internacionais. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 29-35 --- Para caracterizar o esta gio ‘unia o aduaneira’ e possí vel apontar os seguintes aspectos: Unia o das tarifas de importaça o e exportaça o para fora do bloco (ou da zona de livre come rcio estipulada anteriormente). Proteça o ao mercado regional dos Estados-membros; maior unidade do bloco para negociaço es externas em nome de todos os membros; diminuiça o de assimetrias comerciais internacionais; iní cio de uma jurisdiça o conjunta sobre pra ticas externas ao bloco; harmonizaça o das pra ticas comerciais externas; maior fortalecimento comercial do bloco, que pode refletir em ganhos sociais e polí ticos dos Estados envolvidos. Ainda sobre esse assunto, se quisermos apontar as caracterí sticas do esta gio ‘mercado comum’ e possí vel destacar as quatro liberdades do mercado: livre circulaça o de bens, de pessoas, capitais e serviços. E no que concerne aos ganhos para os Estados envolvidos e possí vel indicar Como ganhos: fim de aduanas internas, controles de imigraça o entre os nacionais dos Estados- membros, maior flexibilidade em investimentos e empreendedorismo transnacionais, ganhos econo micos, ganhos sociais mais evidentes do que nos esta gios anteriores, maior unificaça o e fortalecimento do bloco como um agente de negociaço es internacionais, maior grau de institucionalizaça o e harmonizaça o jurí dica entre os Estados sobre o mercado e a mobilidade social e maior interdepende ncia em mu ltiplos ní veis na regia o. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 29-35. --- A Unia o Econo mica e Moneta ria (UEM) representa um passo importantí ssimo para a integraça o das economias da Unia o Europeia. Com efeito, implica a coordenaça o das polí ticas econo micas e orçamentais, uma polí tica moneta ria comum e uma moeda comum, o euro. Embora os 28 Estados Membros da UE participem na unia o econo mica, alguns paí ses levaram o processo de integraça o mais longe, tendo adoptado o euro. Estes paí ses formam a zona euro (http://ec.europa.eu/economy_finance/euro/emu/index_pt.htm). Para caracterizar o esta gio ‘unia o econo mica’ (mercado comum com unia o moneta ria) no processo de integraça o regional podemos relacionar os seguintes aspectos: Criaça o de um Banco Central para gerir polí ticas macroecono micas supranacionais, unificaça o das polí ticas macroecono micas dos Estados, criaça o possí vel de uma moeda comum e perda de autonomia econo mica dos Estados que passa a fortalecer a organizaça o de integraça o regional ao ní vel econo mico. E se quisermos saber quais sa o os ganhos aos Estados envolvidos podemos mencionar: menor assimetria de polí ticas comerciais e econo micas externas; uso de moeda comum, como o Euro, que facilita o come rcio e as transaço es no bloco e do bloco com outras economias no mundo; maior fortalecimento do Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (RI). 15 bloco internacionalmente e menor conflitoentre interesses individuais dos Estados-membros, o que levaria aos avanços mais visí veis em debates sociais e culturais. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 34. --- Sabemos que o esta gio ‘unia o polí tica ainda na o foi alcançado na pra tica por nenhum bloco regional existente, existindo apenas na literatura especializada e no GATT como orientaça o aos processos regionais. Para caracterizar o esta gio ‘unia o polí tica’ (ou integraça o polí tica) no processo de integraça o regional (e explicar suas vantagens aos Estados envolvidos) podemos afirmar que a criaça o de um governo supranacional, ou seja, acima de todos os Estados- membros, toma para si as principais deciso es externas (e internas) ao bloco. Os benefí cios possí veis poderiam ser a unidade regional fortalecida em todos os campos das relaço es internacionais e a melhor utilizaça o dos recursos nacionais para o desenvolvimento comum de todos que compo e esse novo governo supranacional. Na o necessariamente cria-se um novo Estado ou uma federaça o. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 33. --- Se quisermos identificar os esta gios atuais dos processos de integraça o do Mercosul e da Unia o Europeia, explicando, de forma breve, suas diferenças devemos mencionar a Unia o Aduaneira (imperfeita) no Mercosul e o Mercado Comum com Moeda Comum ou Unia o Econo mica e Moneta ria no caso da Unia o Europeia. No primeiro caso o esta gio ajusta tarifas e taxaço es ao come rcio externo de diversos produtos e setores (mas na o todos) e no segundo existe a formulaça o de polí ticas macroecono micas comuns. A UE ja passou e possui uma zona de livre come rcio e uma unia o aduaneira do bloco, enquanto que o Mercosul ainda esta paralisado no segundo esta gio que seria a unia o aduaneira, na o possuindo polí ticas macroecono micas supranacionais e nem moeda comum. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 29-35; 76-104 --- No caso do Mercosul ser uma unia o aduaneira imperfeita, isso na o significa que o processo de integraça o regional deste bloco deu errado. A unia o aduaneira e imperfeita por ser incompleta e estar em processo de negociaço es, o que e normal na integraça o regional. Cada caso e um caso e deve-se lembrar que os esta gios na o sa o um caminho obrigato rio e nem um modelo imposto. Alcançar os pro ximos esta gios na o e uma necessidade e nem significa ser mais avançado politicamente, apenas se avança nas pra ticas expressas pelo GATT. Unia o Europeia e avançado no processo de integraça o regional em relaça o ao Mercosul, mas na o significa que seja mais forte economicamente que o Mercosul apenas por seus esta gios de integraça o – outras questo es devem ser levadas em consideraça o. Refere ncia: GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integraça o econo mica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 29-30; 76.
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