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Direito Constitucional III Controle de Constitucionalidade

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
A constituição está acima de todas as leis dentro do ordenamento jurídico, ou seja, todas as outras legislações deverão estar de acordo com a Constituição Federal, até porque elas irão retirar o seu fundamento de validade de dentro da própria constituição.
O Poder Originário criou essa constituição em 1988, ela é uma constituição rígida, ou seja, só poderá ser modificada através de emenda constitucional, havendo todo um projeto de votação de emenda (art. 60 CF – aborda o processo e a rigidez).
A constituição traz todos os requesitos para criar as leis (sejam ordinárias, complementares, medidas provisórias) e todos os mecanismos para essas votações, seguindo o respeito ao processo disposto na constituição e ao objeto daquela lei, pois aquele objeto deve estar de acordo com a constituição. Em regra são normas constitucionais que precisam de NORMAS para regulamentá-las.
A ideia do controle de constitucionalidade é a verificação, é a fiscalização sobre as leis e atos normativos para que estes estejam de acordo com a constituição e caso eles não estejam de acordo, essas leis serão retiradas do nosso ordenamento jurídico através de vários mecanismos que veremos a seguir.
Em regra é o STF que faz o controle de constitucionalidade, mas existem casos onde os tribunais irão fazer também esse controle.
Fundamento: A supremacia da Constituição Federal, seu caráter rígido, a proteção aos direitos fundamentais, cláusulas pétrias etc. Todas as leis que são votadas tiram o seu fundamento da própria constituição, então deve haver sempre uma compatibilidade com o que é disposto na Constituição. Existe todo um processo formal previsto na constituição e seu aspecto material (o objeto daquela lei) deve estar de acordo, não podendo ele colidir com o que é descrito na constituição ou que venha a ferir um direito. Caso essa lei venha a violar algum direito descrito na constituição, poderá então haver um controle de constitucionalidade.
Conceito de controle de Constitucionalidade:
Alexandre de Moraes: controlar a constitucionalidade significa verificar a adequação (compatibilidade) de uma lei ou de um ato normativo com a constituição federal, verificando seus requisitos formais e materiais.
Guilherme Peña de Moraes: o controle de constitucionalidade é conceituado como juízo de adequação da norma infraconstitucional ( objeto ) a norma constitucional ( parâmetro), por meio da verificação da relação imediata de conformidade vertical entre aquela e esta, com o fim de impor a sanção de invalidade a norma que seja revestida de incompatibilidade material e/ou formal com a Constituição Federal.
Quando ocorre uma inconstitucionalidade?
Tipologia da Inconstitucionalidade:
Inconstitucionalidade formal (origem do vício): art. 5, II, CRFB – Princípio da legalidade.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei
A inobservância das normas constitucionais de processo legislativo tem como consequência a inconstitucionalidade formal da lei. Não se leva em conta o objeto da lei mas sim como a lei foi criada. Logo, tendo vício no âmbito do processo legislativo será realizado o controle de constitucionalidade.
OBS: A incompatibilidade formal tem 2 aspectos sendo eles:
Subjetivo: refere-se a questão da iniciativa do projeto de lei (se era reservada ou não ou a quem cabe aquela iniciativa). Na súmula 05, STF – nos casos de iniciativa reservada e privativa do chefe do poder executivo federal tivesse sua iniciativa usurpada e ao final do processo legislativo ele viesse sancionar essa lei, o STF entendia que esse ato de sancionar e promulgar convalidaria esse vício, no entanto, o STF revisou essa súmula onde que se o chefe do poder executivo ao não perceber que houve uma usurpação de sua iniciativa e venha sancionar essa lei, poderá haver um controle de constitucionalidade e poderá ser decretada a inconstitucionalidade formal subjetiva pois o ato nasceu nulo por conta da usurpação de iniciativa.
Objetivo: toda e qualquer espécie normativa deverá respeitar todo trâmite constitucional previsto nos arts. 60 – 69, CRFB/88. O aspecto objeto analisa as outras fases daquele processo legislativo (enquanto o subjetivo se atém a iniciativa). Analisa se o quórum foi devido, se a votação tramitou no rito correto, se houve a revisão pelas casas, se a sanção e promulgação aconteceram da forma correta. Verifica constitucionalidade após a iniciativa, observando se não ocorreu vício no trâmite do processo legislativo.
Inconstitucionalidade material (origem do vício): 
Se aquela norma é considerada inconstitucional no aspecto material, ela já nasceu viciada, o vício se iniciou quando ela foi criada. Nessa inconstitucionalidade analisamos o CONTEÚDO, a compatibilidade daquela matéria, ou do conteúdo, se tem compatibilidade com a Constituição. Se ela viola totalmente os direitos fundamentais, ou matérias constitucionais ela passa a ser considerada inconstitucional no aspecto material, pelo seu conteúdo.
OBS: uma lei pode ser inconstitucional material e formal, quando ela desrespeita no seu objeto e também no processo legislativo.
Inconstitucionalidade por ação ou omissão (causa do vício):
É referente a causa do vício da lei, analisa-se o que está causando o vício. Podendo ser causada por uma AÇÃO ou por uma OMISSÃO.
Ação: Decorre da conduta comissiva ou positiva (algo que foi realizada) do Estado no campo do processo legislativo. Aquela lei tem algum vício ou irregularidade que os próprios legisladores ao criar a lei realizaram alguma atuação que geraram o vício (exemplo: atuaram e idealizaram um objeto ou matéria inconstitucional, desrespeitaram a forma de votação daquele projeto). É quando ele cria a lei e aquela lei é completamete viciada. – Exemplo da votação a respeito da maioridade penal, que desrespeitava o que era previsto da na constituição, foi criada pelo legislativo (Estado) e descumpria normas expressas da constituição.
Omissão: Ocorre por uma conduta OMISSIVA do Estado, ele DEIXA de legislar. Não ocorre a produção normativa necessária reclamada por regra constitucional. É quando precisa-se de uma lei para regulamentar um direito e o estado DEIXA de agir para fazer fruir aquele direito. Remete a eficácia limitada (quando há um direito, como o do consumidor por exemplo, que necessitava de uma outra norma/lei para regulamentar). Assim consideramos essa postura uma OMISSÃO constitucional, quando o legislador deixa de criar uma lei.
OBS: Ele viola a constituição pois o legislador TEM que agir, ele tem o dever de criar normas para regulamentar leis que necessitem de regulamentação. Apesar disso, o STF não pode criar uma penalidade quando houver essa falha, nem tampouco estipular prazo para a criação dessa norma, mas ele declara essa inconstitucionalidade, declara essa omissão constitucional e o legislativo com toda sua autonomia irá corrigir essa falha.
Inconstitucionalidade originária e superveniente:
Refere-se ao momento da edição das normas constitucionais. Existem leis que são anteriores a constituição de 1988. Então como analisaremos essa constitucionalidade?
Originária: quando a norma é posterior à Constituição de 1988. Caso já exista a constituição e a lei infraconstitucional apresente um vício de constitucionalidade ou omissão, terá uma inconstitucionalidade originária por ter seu erro no começo dela, violando algo que já estava preservado pela constituição.
Superveniente: Acontece quando a norma constitucional foi criada antes da Constituição de 1988 ou quando ocorre uma mutação constitucional, ou seja, um novo entendimento a um artigo da constituição (emenda constitucional), através do poder constituinte derivado, reformador ou pelo STF que traga um novo entendimento que gere conflito com aquela norma. Se a lei anterior criada não está de acordo com a nova constituição ela será declarada inconstitucional superveniente. (O STF entende que neste caso é uma questão de revogação e nãode inconstitucionalidade, veremos melhor em ADPF).
ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
A natureza do órgão: qual órgão vai analisar e realizar esse controle de constitucionalidade?
Esse controle pode ser político: Esse controle será realizado por órgãos que não estão no poder judiciário, podendo ser do poder legislativo ou mesmo do executivo, no caso o próprio congresso ou mesmo o presidente da república.
 
Esse controle pode ser judicial: O órgão que vai realizar esse controle esta inserido no poder judiciário, em regra, pelo STF.
 
Momento do exercício: em que momento será exercido esse controle? Existem duas formas de controle:
Preventivo: ainda não existe uma lei em tese, existe um projeto de lei ou de emenda que esta em trâmite e desde já poderá ser realizado uma fiscalização preventiva antes de se tornar lei.
Em regra o poder preventivo também será um controle político e o órgão que vai realizar o esse controle será um órgão que não está inserido no poder judiciário (salvo exceções). O poder legislativo através do congresso poderá realizar o controle de um projeto de lei ou de emenda. Antes de levar ao plenário o projeto sempre será levado à comissão de constituição e justiça e ela vai avaliar o critério constitucional daquele projeto de lei ou emenda dando o seu parecer (art.58, §2, I, CF).
No preventivo também temos a ação do EXECUTIVO, através do presidente da república. Acontece a iniciativa do projeto de lei, foi discutido, passou pela comissão de constituição e justiça e estando todo correto é remetido ao presidente da república podendo ele SANCIONAR ou VETAR uma lei. Ele faz a verificação de se está ou não ferindo a constituição. Caso esteja ele dá o “veto jurídico” que possui relação direta com o Controle de Constitucionalidade – art. 66, §1, CF. 
OBS: E as exceções nas quais o Judiciário pode participar? Caso algum deputado ou senador venha a observar desde o princípio irregularidade no processo legislativo (ex: não houve votação ou qualquer coisa que vicie o ato) ele pode impetrar um mandado de segurança, pois tem o direito líquido e certo de não se submeter àquela irregularidade no processo legislativo, e nesse caso o STF vai se manifestar considerando que se aquela lei entrar em vigor ela será considerada inconstitucional. Ou seja, o deputado ou senador pode levar ao judiciário o fato e mostrar o vicio no processo legislativo, chamando-o para se manifestar. 
Repressivo: sobre a lei de imediato, já houve todo o tramite, promulgação, publicação, já entrou em vigor e caso não esteja de acordo será realizado um controle repressivo.
Em regra é feito pelo judiciário. Neste caso existe projeto de lei que foi promulgado, publicado, sancionado, já possui eficácia e efeitos no mundo jurídico, mas ela é levada ao judiciário para que ele possa verificar o controle sobre essa lei e ver se há incompatibilidade entre essa lei e alguma norma constitucional. Esse controle pode ser feito de duas formas:
Difuso ou por via de exceção ou defesa (art. 97 CF):
Pode ser realizado por qualquer órgão do judiciário, qualquer tribunal, juízo de primeira instância ou desembargador pode realizar esse controle. Esse controle de constitucionalidade é relacionado com a causa de pedir naquela parte do processo.
Concentrado ou reservado:
Esse controle de constitucionalidade somente poderá ser realizado pelo STF. É considerado concentrado ou reservado por que cabe somente a ele (que é o guardião da constituição).
Existem vários casos em que pode ser solicitado esse controle de inconstitucionalidade da lei sendo eles através de:
ADI – Art. 102, I, “a”
ADI – Omissão. Art. 103, §3
ADI – Interventiva. Art. 36, III
ADC – 102, I, “a”
ADPF – 102, §1
OBS: Também existe exceção no poder repressivo. Excepcionalmente o poder legislativo também poderá realizar o controle repressivo (mesmo em regra sendo o judiciário). Nesses casos de exceção o legislativo também poderá realizar esse controle para retirar essa lei do mundo jurídico (que já foi sancionada, promulgada, publicada e já possui eficácia) acontece através de:
Medidas provisórias (art. 62, §5 e 9): Elas são criadas pelo chefe do executivo e a matéria tem forca de lei, publicada ela já surte efeitos. Essa medida provisória ao ser remetida ao congresso será analisado por uma comissão específica o conteúdo dessa MP, caso verifique-se que está em desacordo com a constituição, a MP será retirada do mundo jurídico por força do art. 49, V, CF. (Nesse caso vemos o legislativo fiscalizando o executivo). Pode também ser levada ao STF pois já existem efeitos.
Delegação: O chefe do poder executivo pode expedir decretos, caso ele venha a exorbitar essas funções de criações de leis, o legislativo pode também realizar o controle. Já existe a lei/decreto em vigor, e cabe ao poder legislativo, o congresso, sustar esses atos retirando-as do mundo jurídico realizando o controle de constitucionalidade. (Art. 49, V e art. 84, IV e art. 68). Já existe a lei, já foi criado o decreto e cabe ao legislativo retirar do mundo jurídico caso o presidente tenha extrapolado desse poder.
OBS: Reparar que o legislativo só faz o controle de constitucionalidade quando o chefe do executivo exorbita na sua função de criar leis, MPs ou decretos.
CONTROLES: DIFUSO E CONCENTRADO E SUAS CARACTERÍSTICAS
Difuso/incidental/aberto/concreto/via de execução/via de defesa:
 
 Todos esses nomes se referem ao mesmo controle. É um controle realizado por qualquer dos órgãos do poder judiciário, qualquer juiz ou tribunal pode realizar esse controle de constitucionalidade. Existe uma permissão a qualquer tribunal ou juiz, magistrado, togado, para realizar no caso concreto a análise sobre a compatibilidade daquela lei ou ato normativo, com a constituição federal.
 
Nesse controle existe um processo comum onde o autor leva um litígio ao poder judiciário e nele a ideia da declaração de inconstitucionalidade da lei é uma causa de pedir, é um INCIDENTE processual, uma exceção processual. O autor fará o pedido e para justificar o pedido entrará a "causa" de pedir. Nesse controle o autor irá questionar a constitucionalidade daquela lei pedindo a declaração de inconstitucionalidade para que ele fique isento daquela lei.
 Para o juiz julgar o processo ele deverá analisar o incidente, a causa de pedir. O juiz irá analisar se aquela norma é ou não inconstitucional e caso considere que sim, por qualquer que seja a razão, o juiz irá sentenciar julgando procedente o pedido e determinará que cessem as cobranças e que os valores sejam devolvidos. Nesse caso o juiz ao julgar estará exercendo o controle incidental, pois a inconstitucionalidade é um INCIDENTE, sendo ele uma característica daquela ação.
 Posto um litígio em juízo o poder judiciário deverá solucioná-lo e para tanto, incidentalmente deverá analisar a constitucionalidade ou não da lei ou ato normativo.
 
EXEMPLO: "Joãozinho é morador do Rio de Janeiro e no estado é criada uma nova lei de pagamentos de tributos. Joãozinho paga os tributos mas não concorda com a lei que regulamenta esse pagamento e, por isso, quer ficar isento da mesma pois acredita que ela ofende um direito de Joãozinho e por isso solicita a devolução dos valores pagos e pede que cesse a cobrança daquele tributo. Joãozinho embasa o seu pedido com a inconstitucionalidade daquela lei, dizendo que a lei que fundamenta esse tributo é inconstitucional.”
 
Pedido: Que devolva o valor pago e que cesse a cobrança.
Causa de pedir: A inconstitucionalidade da norma que fundamenta o tributo.
 
Nesse exemplo a inconstitucionalidade da norma é considerada um incidente processual, uma causa de pedir.
 
OBS: Essa decisão judicial somente surtirá efeitos para as partes em juízo (envolvidas naquele litígio), não possuirá efeito erga omnes. Nessa idéia de exemplo, cada pessoa deverá entrar com a sua ação judicial.
Difuso: porque qualquer magistrado, recebendo aquela ação poderárealizar o controle.
Incidental: porque é considerado um incidente processual.
Aberto: porque qualquer pessoa poderá realizar o pedido.
Concreto: porque vai ser analisado a partir de um caso concreto, esse controle somente poderá ser exercido sobre um caso concreto onde a análise poderá ser feita.
Via de exceção: Porque é uma exceção processual, pois a regra e o próprio STF julgar e analisar o caso concreto.
 
ATENÇÃO AOS ARTIGOS:
Art. 97, CF – cláusula de reserva de plenário
Art. 948 – 950 NCPC
Súmula vinculante n ° 10 - STF.
Art. 97, CF – “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (Vide Lei nº 13.105, de 2015)”
O artigo 97, CF aborda que quando o controle for realizado por um tribunal, em segunda instância, tem que ser o próprio plenário daquele tribunal, por meio da maioria dos votos a realizar aquele controle de constitucionalidade. O artigo só fala da reserva de plenário nos tribunais mas já é mais do que pacificada essa questão dos magistrados de primeira instância poderem realizar esse controle (o artigo não exclui deles essa prerrogativa).
Art. 949, NCPC – “ Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único: Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”
Esses artigos do NCPC abordam e regulamentam como deve ocorrer esse controle e o P.U. traz duas exceções onde não será aplicada a reserva de plenário no tribunal.
Diz que as turmas poderão resolver sem levar ao plenário a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento sobre aquela matéria feita pelo plenário daquele tribunal do plenário do STF.
Quando o próprio plenário daquele tribunal já houver se manifestado quanto aquela matéria.
OBS: Essas duas exceções visam a celeridade processual.
 
Súmula vinculante n° 10 – “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”
Aborda que deve ser respeitada a cláusula de plenário no tribunal, o órgão especial e que vai realizar esse controle.
O STF poderá realizar esse controle difuso (art. 52, x, CF - senado federal – sumula vinculante e art. 102, CF):
O STF pode realizar esse poder no caso de chegar um recurso ou sendo suscitada a inconstitucionalidade de uma lei. Ele por ser o guardião da constituição poderá analisar e verificar que, para solucionar aquele litígio precisará analisar a inconstitucionalidade daquela lei. Lembrando que mesmo nessa situação o controle será INCIDENTAL.
O STF tem a competência originária de processar e julgar todas as ações referentes a declaração ou não de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. É uma competência precípua do STF fazer esse controle na esfera jurídica.
Efeitos: Mesmo sendo julgado pelo STF o resultado desse controle de constitucionalidade só fará efeito para as partes em juízo, pois o controle é INCIDENTAL.
Art. 52, X, CF – “suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”
Aborda que para ter efeito erga omnes, ele deve formar a decisão e enviar ao senado federal informando que decidiu por um controle incidental a inconstitucionalidade daquela lei, então pede que o Senado expeça uma decisão que possa trazer efeito erga omnes (efeito para todos). Só terá efeito erga omnes quando o senado expedir essa suspensão em forma de resolução que compete somente à eles.
 
OBS: A maior parte da doutrina entende que essa ação do senado é um ato discricionário em vez de vinculante.
Caso o Senado Federal não faça expedição da resolução o STF poderá criar súmula vinculante sobre o assunto que terá efeito erga omnes. – Disposto no art. 103 – A CF.
 
Em regra tem efeito ex tunc (retroativo), ou seja, desde antes da sentença daquele caso concreto.
OBS²: Neste controle difuso já existe a lei, ela já está em vigor e então é realizado o controle. É um controle jurídico porque é realizado por um órgão jurisdicional dentro do poder judiciário e é repressivo porque ele é realizado após a vigência, da criação da norma para reprimir, retirá-la do mundo jurídico.
 
Controle concentrado / abstrato / via de ação direta / reservado (art. 102, I, “a” CF):
Art. 102, I, “a” CF – “Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal”
É a regra no direito brasileiro acerca do controle de constitucionalidade. Compete ao STF processar e julgar originariamente a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.
Acontece com base na lei que já esta em vigor. Existe toda uma reserva perante a competência de realização, cabe somente ao STF.
É considerado um controle abstrato, pois aqui não existe caso concreto, aqui é uma ação direta em cima daquela lei podendo ser a respeito de conteúdo, efeitos, ao procedimento e etc. É uma ação direta solicitando a declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade daquela lei. O STF irá receber aquela ação direta e então analisará se aquela lei é compatível com a constituição federal. Não havendo caso concreto ele analisará apenas a lei, seus efeitos e procedimentos, seu objeto e a partir dali declarará ou não a inconstitucionalidade daquela lei ou ato normativo (federal ou estadual – Municipal é por ADPF). No controle concentrado a inconstitucionalidade não é uma CAUSA de pedir, um incidente da ação, aqui o objeto da ação é o próprio pedido da ação, é o próprio pedido de inconstitucionalidade.
A declaração de inconstitucionalidade é o objeto principal dessa ação.
Existem vários tipos de controle concentrado de inconstitucionalidade sendo elas:
ADIN
ADEC
ADIN INTERVENTIVA
ADIN POR OMISSÃO
ADPF
ADIN (AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE):
Primeira espécie de ação que é realizada no controle concentrado, de ação direta, reservado, onde só o STF possui competência para realizar. Esse controle concentrado foi criado por Hans Kelsen. O STF recebe uma ação originária e então processa e julga essa ação.
Ação direta de inconstitucionalidade genérica (adin):
 
Art. 102, I, “a”, CF – competência originária do STF (o inciso I fala de ADIN e ADEC)
 
Nesse caso será proposta ao STF uma ação direta de inconstitucionalidade onde o objeto visa levar ao Supremo o conhecimento de uma lei onde é necessário que ele manifeste se a mesma é constitucional ou constitucional. No caso da ADIN o indivíduo visa que seja declarada a INCONSTITUCIONALIDADE daquela lei. O pedido da ADIN é que o supremo declare a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal estadual ou distrital (distrital porque todas as competências do Estado também são competências do STF).
Entra-se com a ADIN em face de lei ou ato normativo editados posteriormente a promulgação da Constituição Federal e que ainda estejam em vigor. Se no decorrer dessa ação essa lei não possuir mais vigor essa ação será extinta, pois não é relevante entrar com uma ação em face de uma lei que não possui mais efeitos no mundo jurídico.
OBS: Com relação a lei Municipal ou ato normativo Municipal não caberá ADIN, nesses casos se aplica a ADPF. 
A lei 9.868/99 regula todo o procedimento das ADINS. Esse procedimento continua em vigor, pois leis especiais que trazem seu próprioprocedimento permanecerão em vigor.
A ADIN é considerada de natureza DUPLICE, pois a decisão dela ou será de improcedência ou será de procedência, ou seja, ou o STF declara aquela lei como inconstitucional ou como constitucional, aí se encontra a duplicidade.
Os efeitos dessa declaração em face de uma ação farão efeito para toda a coletividade (art. 102§ 2) - terá efeito erga omnes, que engloba também todo o poder judiciário e executivo, essa decisão possui efeito vinculante - Além disso, nesse caso o STF ao proferir a decisão ele encaminhará ao D.O. para torná-la pública, sem passar pelo Senado, não existe a tribuna do Senado neste caso. 
QUEM PODE PROPOR UMA ADIN- LEGITIMAÇÃO?
OBS: Chama-se legitimação concorrente pois qualquer um dos elencados pode interpor uma ADIN.
Art. 103 CF – “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.”
Art. 2º lei 9868/99 – “Art. 2o Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: (Vide artigo 103 da Constituição Federal)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Parágrafo único. (VETADO)”
Todos (e somente) os elencados nos incisos de 1 a 9 podem e tem legitimidade de propor a ação de inconstitucionalidade em face da lei. A regra é que o STF ao receber a ação, deve intimar automaticamente o advogado da união, para que ele apresente a defesa da lei (sua ação é obrigatória), devido a presunção de constitucionalidade.
Pertinência temática: é um requisito objetivo da relação pertinência entre a defesa do interesse daquele legitimado e o objeto da própria ação. Quando uma dessas pessoas for interpor essa ADIN, ela poderá ter presunção absoluta, ou seja, não terá de comprovar que a lei que ele entende ser inconstitucional tem alguma relação com algum interesse especifico dele (presunção absoluta da pertinência).
Em outros casos existe a exigência de comprovação de pertinência temática, ou seja, onde o indivíduo terá de comprovar a existência mostrando que o objeto daquela ação esta ferindo algum interesse próprio.
OBS: O objeto, o tema daquela lei deve possuir alguma relação com os meus interesses. No caso daquela lei não ter NADA a ver com o meu interesse eu não teria motivos para interpor aquela ação. – Alguns elencados nos incisos possuem presunção absoluta, outros devem comprovar a ligação da ação com seus interesses.
OBS: Quando for necessário comprovar, este dado deverá vir na petição inicial.
Elencados com presunção absoluta: 
Art. 103, incisos:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
Elencados que precisam COMPROVAR a pertinência temática: 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Esses devem comprovar a pertinência temática, o que a lei tem a ver com a sua atuação, que dano aquela lei esta gerando aos seus direitos.
OBS: LEMBRANDO – A LEI 9.868/99 DISCIPLINA TODO O PROCEDIMENTO DAS ADINS.
Art. 2º – Fala do rol dos legitimados (pessoas que podem impetrar uma ADIN). 
Art. 3º e 4º – Petição inicial (aborda o que deve conter na petição inicial).
Art. 5º – Não se admite desistência (Uma vez interposta a ADIN, ela terá seu processamento e julgamento ate o final). – Quando o STF recebe o processo, pelo princípio da indisponibilidade ele deve julgar até mesmo para garantir a segurança jurídica, realizando o controle de constitucionalidade.
Art. 6º – Pedido de informações (quando o relator do STF recebe o processo, ele pede informações acerca da produção daquele ato, através de quem o criou para analisar juntamente com o pedido. As informações devem ser prestadas em 30 dias). 
Art. 7º – Amicus Curie (fala da intervenção de terceiros, que não é admitida. Não existe a participação de outros órgãos no processo, só se possibilita a participação para prestar informações necessárias, mas não no processo em si).
Art. 8º – AGU e PGR - §§ 1 e 3 art. 103, CF – (o advogado geral da união sempre participará desse processo apresentando a defesa daquela lei que é o objeto daquela ação. O Procurador Geral da República sempre participará para dar opiniões acerca da constitucionalidade, ele é o fiscal da lei).
Art. 10º a 12º – Medida cautelar – o indivíduo que interpõe a ADIN poderá impetrar uma medida cautelar para que ela deixe de fazer efeito durante o processo de analise da constitucionalidade, sendo considerada urgente, antes mesmo de escutar todos os órgãos e seguir os procedimentos dispostos nesses artigos.
OBS: Quando é concedida a medida cautelar e suspenso os efeitos daquela lei, ela tem efeito ex nunc, ou seja, não retroage, salvo se o STF entender que é necessário a retroatividade da lei (é uma exceção, discricionária ao STF).
 
DECISAO DAS ADINS (art. 22 e 23 da Lei 9868/99): 
É necessário ter no mínimo 8 ministros para haver a votação da ADIN. Para que a ADIN seja declarada “procedente” (o pedido de inconstitucionalidade ser acatado) exige que 6 dos 8 ministros do STF presente votem a favor da ADIN, quórum de maioria absoluta (Plenário do STF – art. 97 CF).
 
O art. 26 da lei 9.868/99 diz que a decisão do STF é irrecorrível. – Possui finalidade de garantir a segurança jurídica e a economia processual.
O art. 28 da lei 9.868/99 diz que decisão é publicada no D.O. após o transito em julgado do processo em até 10 dias corridos da mesma, em sessão especial do diário oficial.
 
Efeitos: erga omnes (para todos), ex tunc (retroativo) e vinculante (todos os órgãos devem obedecer e seguir aquela decisão). 
O art. 102, §2, CF e P.U. do art. 28 fala dos efeitos e eficácias:
Art. 102, §, CF: 
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.”
SE A ADIN FOR JULGADA IMPROCEDENTE: A lei é constitucional
SE A ADIN FOR JULGADA PROCEDENTE: A lei é inconstitucional
O art. 27 da lei 9.868/99 – “Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.”
Em outras palavras: os efeitos da sentença proferida pelo STF podemser restringidos, ou decidir que em vez de os efeitos da decisão serem ex tunc (retroativos), eles sejam ex nunc (não retroativos), ou seja, só valerá da decisão pra frente (os atos praticados antes da sentença são mantidos, após a sentença esses efeitos já estão suspensos). Chama-se de modulação de limitação temporal da corte. O STF pode restringir esses efeitos a respeito da retroatividade da decisão por entender que esta preservando uma segurança jurídica da coletividade. A lei confere a ele esse poder de forma discricionária.
 
O P.U. do art. 28 – “Art. 28 - Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.
Parágrafo único: A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal.”
Nesse processo pode haver algumas limitações, uma ADIN ao ser proposta ao STF pode ser decidida e em vez de julgá-la como INCONSTITUCIONAL (até mesmo pela presunção de constitucionalidade), ele faz a declaração de como a lei deve ser INTERPRETADA, ou seja, ele da a interpretação conforme a constituição. Existem casos em que há mais de uma interpretação e elas muitas vezes são conflitantes e, quando ocorrem situações desse tipo o STF deve se manifestar sobre como a lei deve ser interpretada.
Exemplo: “Julgo improcedente essa ação mas essa lei só terá constitucionalidade se for interpretada da seguinte maneira, conforme a constituição”.
O STF também pode fazer declaração PARCIAL de inconstitucionalidade sem haver redução do texto, ou seja pode prover em parte a ADIN. A única diferença do caso acima e que ele declara parcialmente inconstitucional, onde o STF usa uma técnica de decisão, ele cria uma LIMITAÇÃO de interpretação do texto constitucional para que ela não venha a ferir nenhum direito. 
Exemplo: “Existe uma lei federal que diz: Em caso de política de educação para serem escolhidas a direção das universidades públicas, devem ser realizadas eleições sobre essas bases.
Sendo esta uma lei federal, ela esta ditando regras para TODAS as universidades, porém, não existem apenas as universidades federais que estai submetidas a lei federal.
Então o STF se manifesta declarando que de princípio essa lei é inconstitucional porque as universidades estaduais estão submetidas as suas próprias leis (estaduais), sendo assim, ele limita a interpretação dessa lei federal somente aplicando essa matéria a faculdades FEDERAIS. Ele não irá modificar o texto nem a lei, mas quando se lê “universidades públicas” entende-se “universidades federais”.
Neste caso ele não muda A LEI mas sim a APLICAÇÃO daquela lei.
ADEC (Ação declaratória de constitucionalidade):
A ADEC é regulada pela mesma lei que regula as adins (9868/99). Os legitimados a propor uma ADEC também são os mesmos que podem propor as ADINS. A principal diferença está vinculada ao tipo de ação, já que a ADIN visa que seja declarada a inconstitucionalidade enquanto a ADEC pede a declaração da constitucionalidade da norma em comento. Ao propor a ação declaratória de constitucionalidade é porque existe uma ameaça a presunção de constitucionalidade daquela norma que é o objeto daquela ação.
É importante lembrar que a pertinência temática se mantém em todos os casos, nas mesmas formas das outras ações.
Na ADEC é necessário haver “controvérsia judicial” – art. 14, III, lei 9869/99.
Controvérsia judicial – A petição inicial da ADEC deve conter, obrigatoriamente o estado de incerteza, com pronunciamentos contraditórios da jurisdição ordinária sobre a constitucionalidade de uma norma (decisões opostas relativas a legalidade da norma).
Objeto da ADEC: Lei ou ato normativo FEDERAL.
PROCEDIMENTOS DISPOSTOS NA LEI 9868/99:
 
Art. 14º - Fala dos requisitos que a petição inicial deve cumprir. 
Art. 15º - Aborda a respeito da inépcia da petição inicial. 
Art. 16º - Não admite a desistência, após ser impetrada, a ação irá correr até o final. 
Art. 18º - Fala da intervenção de terceiros (pode também ocorrer amicus curie) 
Art. 19º - Aborda o fato de o presidente da república (PGR) poder participar do processo. 
Art. 20º - Fala do julgamento e as informações do processo.
OBS: nesse caso não há necessidade da participação do AGU, pois a ADEC já vislumbra o pedido de constitucionalidade, protegendo aquela lei.
MEDIDA CAUTELAR: de acordo com o art. 21º da lei 9868/99, é cabível na ADEC a medida cautelar. O indivíduo propõe a ADEC e solicita a medida cautelar. Essa decisão terá eficácia erga omnes e vinculante (todos os processos em todas as partes do país, que tenham como objetos de aplicação que é o objeto daquela ADEC serão suspensos).
Art. 22º a 28º - Fala sobre a decisão e a forma de publicação do resultado (procedimento igual ao da ADIN).
ADIN POR OMISSÃO - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSAO (Art. 103 § 2 CF, art. 12 – A à 12 – H da lei 9868/99): 
Deverá ser interposta junto ao STF (órgão que tem competência originária para processar e julgar a ADIN por omissão).
Essa ADIN está relacionada a concretização e eficácia das normas constitucionais (as normas que possuem eficácia limitada) presentes na constituição pelo legislador ou órgão administrativo responsável. No caso da falta de atividade destes, caracteriza-se a omissão que fere a constituição. A omissão é o que faz a norma não ter sua devida eficácia e consequentemente gera a sua inconstitucionalidade.
 
Quando falamos da norma de eficácia limitada lembramos que, para que possamos usufruir dos direitos por ela fornecidos e para que ela seja devidamente exercida deve haver uma complementação da norma através de institutos (quando o legislador faz a lei que regulamenta a norma) ou por medidas sociais (programas de saúde e etc.).
PROCEDIMENTO, FINALIDADE E OBJETO:
O indivíduo recorre ao STF solicitando que ele analise e perceba a omissão do indivíduo, podendo NOTIFICAR o indivíduo que está em mora para com a lei. O STF somente faz a análise de omissão. A ADIN por omissão tem por finalidade a notificação do indivíduo que não agiu para que ele cumpra o seu dever.
No caso do LEGISLADOR estar omisso, deixando de criar a lei que venha a regulamentar: não há o que se possa fazer, apenas esperar.
No caso de a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA estar omissa, deixando de expedir atos normativos: há um prazo de 30 dias para que seja expedido o ato normativo questionado.
Finalidade: tornar efetiva uma norma constitucional de eficácia limitada.
Objeto da ADIN por omissão: a morosidade dos órgãos competentes, que geram a inconstitucionalidade. 
OBS: NÃO HÁ SANÇÃO SE, MESMO APÓS RECEBER A NOTIFICAÇÃO, O INDIVÍDUO CONTINUAR OMISSO. 
Existem dois tipos de omissão, sendo elas:
OMISSÃO TOTAL: não realizou nenhuma lei que venha a regulamentar aquela lei de eficácia limitada. 
OMISSÃO PARCIAL: quando o administrador ou legislador tem a ação, porém a mesma não abarca tudo que e necessário para regulamentar a lei no todo. 
Exemplo de omissão parcial: Administrador que lança o aumento para apenas uma categoria de profissionais que deveria receber reajuste. Ele está sendo omisso com todas as outras que não poderão usufruir desse ato normativo. Impetra-se a ADIN por omissão pedindo que seja analisado e que se complemente o que ficou faltando naquele ato normativo.
JULGAMENTO:
	Existem duas correntes sobre como o STF analisaria a questão desse tipo de ADIN citada no exemplo, sendo elas:
Entendem que o STF analisaria a omissão parcial e declararia inconstitucionalidade geral daquela lei, suspendendo tudo o que foi disposto nela. Essa corrente é minoritária pois geraria insegurança jurídica.
Entendem que o STF ao analisar a omissão,iria manter a parte que já havia sido beneficiada e notificaria a entidade responsável para que ela complementasse o que ficou omisso em sua ação. Essa é a corrente majoritária, aplicada nos dias de hoje.
OBS: Quando a omissão for de providência de índole administrativa – A ausência de decretos que complementem a constituição ou atos normativos de complementação (decretos autônomos e etc.) – a ADIN por omissão poderá cair em cima do presidente da república, que é o chefe do poder executivo.
LEGITIMADOS - Art. 12- LEI 9868/99 exceto o que for alvo da ação (o próprio omisso, senão este seria autor e réu ao mesmo tempo).
PROCEDIMENTOS DISPOSTOS NA LEI 9868/99 NA ADIN POR OMISSÃO:
Art. 12º - B e C: Fala o que deve conter na petição inicial (onde ocorreu a omissão) e também da inépcia da petição inicial. 
Art. 12º - D: Essa ação também não admite desistência. 
Art. 12º - E: é a aplicação subsidiaria das regras da ADIN e da ADEC.
OBS: Na ADIN por omissão, assim como na ADIN genérica caberá participação do AGU (advogado geral da união) e do PGR (procurador geral da república). 
MEDIDA CAUTELAR: Disposta no art. 12º F e 12º G desta lei, o STF entende que não caberá medida cautelar no caso de ADIN por omissão, pois deferindo medida cautelar entende-se que ele já estaria julgando o mérito da ação proposta.
DECISÃO E JULGAMENTO: 
Art. 12º - H – No momento em que for declarada a inconstitucionalidade por omissão, verificada a morosidade, o STF fará uma notificação ao órgão omisso para que ele tome ciente do ocorrido.
ATENÇÃO: O mandado de injunção pode ser impetrado e tem basicamente as mesmas características e funções da ADIN por omissão. A diferença é que não há uma lei específica que regule o mandado de injunção, podendo este ser proposto por qualquer pessoa enquanto a ADIN por omissão só poderá ser impetrada pelos legitimados. Outro detalhe é que o mandado de injunção é um “remédio constitucional”, não solucionará o problema reclamado em si.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA (Art. 34, VII, CF):
Este tipo de ação é regulamentada pela lei 12.562/11. E a decisão desse tipo de ADIN é irrecorrível.
A intervenção federal é decretada pelo presidente na república, é a União intervindo no estado. Caso algum estado viole algo previsto no art. 34, VII, CF poderá ocorrer uma ação direta de inconstitucionalidade interventiva.
“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.”
A ação direta de inconstitucionalidade interventiva é levada ao STF através do PGR e, caso o STF constate que houve a violação com relação a constituição (em atos ou leis), ele irá julgar PROCEDENTE a ação e encaminhará ao presidente da república para que ele realize um decreto. Se diante do decreto a situação não for regularizada, ocorrerá a intervenção.
OBS: Somente o PGR e o legitimado para propor essa ação (art. 36, III).
Funcionará da seguinte forma: Em casos onde o estado venha a se recusar a execução de uma lei federal, o PGR deverá interpor uma ADIN interventiva junto ao STF para que ele possa analisar. Se constatada a recusa ou violação ao art. 34, VII, CF, a decisão será remetida ao presidente para que ele no prazo de 15 dias úteis venha a expedir um decreto determinando o cumprimento, se ainda assim não sanar a inconstitucionalidade, será feita a intervenção federal.
OBS: essa ação só se aplica se for relativa ao que e disposto no art. 34, VII.
A ADIN interventiva possui duas finalidades, por ter duas naturezas, sendo elas:
Natureza jurídica: é necessário que o STF constate a violação das normas ou a recusa em cumpri-las, ou seja, o judiciário fazendo sua parte.
Natureza politica: para que essa decisão venha a surtir os efeitos, e necessário que o presidente da republica decrete a decisão do STF.
ATENÇÃO: Lembrar que o STF e o responsável pela realização de controle de constitucionalidade CONCENTRADO.
OBS: a decisão do STF gera efeito vinculante ao presidente da república, pois, se no prazo de 15 dias ele não decretar a decisão (não cumprindo a decisão judicial) ele poderá ser acusado de crime de responsabilidade.
 
Art. 36, CF – Já dispõe do momento seguinte deste tipo de ação após ser considerado procedente o pedido e havendo a intervenção. No art. 36, §3, CF mostra que a intervenção federal é a exceção, ou seja, primeiro o presidente tenta solucionar com o decreto suspendendo o ato de inconstitucionalidade daquele estado, e, caso ainda assim não seja cumprido ou se mantiver a recusa, então será exercida a intervenção federal.
ARGUICAO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. - ADPF (art. 102, §1, CF):
A ADPF é regulamentada pela lei 9882/99. E a decisão da ADPF também é irrecorrível e possui efeito erga omnes. Assim como as outras ações que exigem o controle CONCENTRADO, também terá de ser proposta ao STF (órgão competente para processar e julgar).
As hipóteses de cabimento de uma ADPF no STF são descritas no Art. 1º caput e P.U., I da lei 9882/99.
“Art. 1º A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único: Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição”
O objetivo vem disposto no caput do artigo: evitar ou reparar lesão.
Podemos reparar que nenhuma das outras ações de controle de constitucionalidade tem abrangência em leis municipais. Essa é uma das funções da ADPF. Quando uma lei municipal vier a violar um preceito fundamental, lesando o preceito, poderá ser interposta uma ADPF. Vale também para leis que sejam anteriores a constituição de 1988.
OBS: A ADPF tem aspecto preventivo e repressivo.
PRECEITO FUNDAMENTAL: Podemos considerar que são os princípios, as cláusulas pétreas, ou seja, lesar um preceito fundamental seria violar um principio.
PRECEITOS FUNDAMENTAIS DE NATUREZA CONSTITUCIONAL:
Princípios fundamentais.
Direitos individuais, sociais e políticos.
Princípios setoriais da administração pública.
Cláusulas pétreas.
LEGITIMADOS: Os legitimados para interpor uma ADPF encontram-se no art. 2, I. Da lei 9882/99.
OBS: A ADPF possui caráter subsidiário – Art. 4º, §1, lei 9882/99 (princípio da subsidiariedade) – A ADPF somente será interposta quando não houver outro meio mais eficaz de sanar a lesividade (e em regra, sempre caberá uma ADIN), ou seja, o STF ao receber a ADPF, se analisar que uma ADIN solucionaria o caso, poderá realizar uma fungibilidade (recebe como ADPF mas transforma em ADIN).
A ADPF quase não é utilizada, mas tem exclusividade no que tange as leis municipais, já que os outros controles não abrangem essa esfera.
 
Exemplo de ADPF: 
As ações de anencefalia. Foram levadas ao STF varias ADPFs com esse tema. De um lado tinha a dignidade da pessoa humana e do outro os direitos da mãe, liberdade, dignidade e etc.
As cotas raciais também foram decididas pelo STF com base em preceitos fundamentais através de ADPF.
A ADPF somente será proposta em ultimo caso.
O STF determinará na sentença o cumprimento da decisão, que possui efeito vinculante. Esse conteúdo é o de informar o órgão que esteja violando o preceito fundamental para que ele venha a se adequar (art. 10 da lei 9882/99).
OBS: se mesmo apósa notificação o órgão não se readequar ao cumprimento da decisão, caberá uma RECLAMAÇÃO a fim de garantir a autoridade das ações do STF (em regra também são os legitimados que podem fazer a reclamação - art. 103, CF).

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