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Universidade Federal da Bahia Instituto de Física Departamento de Física do Estado Sólido Física Geral e Experimental III Prof. : Sílvio TURMA: T01 - P01 EXPERIMENTO Nº 8 Constante de Tempo em Circuitos RC Claudio Ribeiro Celino Marcelo de Carvalho Motta Salvador, 3 de dezembro de 1997 Objetivo e Introdução O objetivo de experimento consiste em medir o valor da constante de tempo em um circuito capacitivo e através desta constante, medir a resistência efetiva e a capacitância de um circuito. � Nos circuitos RC (resistor-capacitor) a tensão e a corrente variam com o tempo. Isso ocorre porque à medida que o tempo passa, a carga armazenada no capacitor aumenta e com isso cria-se uma ddp contrária ao sentido da corrente entre os pólos do capacitor. Assim ddp aumenta até seu valor que iguale ao da força eletromotriz anulando o seu efeito, ou seja, (-V tende a zero e com isso, a corrente também decresce. O inverso ocorre quando temos os pólos de um capacitor carregado ligados a uma resistência. O capacitor se descarregará no resistor e ddp decrescerá acarretando com isso o surgimento de uma corrente que, a partir de um valor máximo (dado por I=V/R), decairá juntamente com a ddp tendendo a zero para um tempo muito logo. Podemos ver isto com mais clareza analisando o ciruito abaixo: Com a chave ligada em 1 temos ocorre o garremento do capacitor. Pode-se provar que a ddp entre os pólos do capacitor se comporta segundo a função: �EMBED Equation.3��� , onde t=tempo, R=valor da resistência equivalente e C=capacitância do capacitor Com a chave ligada em 3 temos o descarregamento do capacitor sobre R e Rv. Pode-se provar que tensão do capacitor a qualquer instante é dada por: �EMBED Equation.3��� , onde Req= R//Rv. Com a chave ligada em 2 temos o descarregamento do capacitor sobre Rv e, neste caso, Vc fica: �EMBED Equation.3��� , onde Rv é resistência do voltímetro. A grandeza RC tem dimensão de tempo e é chamada de constante de tempo capacitiva. Nosso objetivo é medir experimentalmente esta constante e aplicá-la na solução de alguns problemas. Como procedimento inicial, foram anotados os valores da resistência (R) e da resistência interna do amperímetro (Ra) e do voltímetro (Rv) assim comos seus respectivos desvios: � valores� desvios� � R� 20 k(� 5%=1000 (� � Rv� 200 k(� 0,1 V� � Após isso, foi armado a circuito abaixo e com a chave em 3, foi medido o valor da tensão na bateria (Vo) entre os pontos 1 e D e obtivemos: Vo =9V Medidas da Constante de Tempo Com a chave em 1 e o voltímetro ligado entre os pontos E e D, mediu-se o valor máximo da tensão nesses pontos (após esperar um tempo suficiente para a tensão se estabilizar). O valor encontrado foi Vmáx=8,2V. No momento em que se coloca a chave em 3, o capacitor começa a ser descarregado e o cronômetro iniciado. Foi medido o tempo (t3) necessário para a tensão cair para 37% do seu valor máximo ( 3,0V), no caso, volts. Ao término da medida, esperamos o capacitor descarregar completamente. Selecionando a chave novamente no ponto 1, medimos o tempo (t1) necessário para a tensão se elevar até 63% do seu valor máximo (5,2V). Esperamos então o capacitor se carregar (ou a tensão se estabilizar). Com a chave em 2, medimos o tempo (t2) necessário para a tensão cair até 37% do seu valor máximo (3,0V) que é diferente de t3, pois a descarga do capacitor ocorre somente sobre o a resistência interna do voltímetro. O 1º e o 3º procedimento foram repetidos mais duas vezes e com estes dados construímos a tabela abaixo: � 1ª medida � 2ª medida� 3ª medida� � t1 (tempo p/ tensão se elevar até 63% de Vo)� 22s� 24s� 24s� � t2 (tempo p/ tensão cair até 37% de Vo, sobre Rv)� 4min e 54s� -� -� � t3 (tempo p/ tensão cair até 37% de Vo)� 25s� 24s� 24s� � Após isso, com a chave em 1, esperou-se um tempo suficiente para o capacitor se carregar completamente (ou a tensão se estabilizar). A chave então foi colocada em 2 para que o capacitor se descarregasse apenas sobre Rv e, em intervalos de 40 segundos, foram feitas medidas da tensão até que o tempo total fosse, no mínimo, 3 vezes RC o que corresponde a aproximadamente 15 minutos,. Este intervalo de tempo foi escolhido, pois em 1000s poderíamos obter 25 medidas que é um número acima do número de medidas recomendado ( 20 ) para que o gráfico seja mais representativo. Com estes dados construímos a tabela abaixo e o gráfico que se encontra na página 6. Tempo (s)� 0� 40� 80� 120� 160� 200� 240� 280� 320� 360� 400� 440� 480� � Tensão (V)� 8,2� 7,2� 6,2� 5,4� 4,8� 4,2� 3,6� 3,2� 2,8� 2,4� 2,2� 1,8� 1,6� � � � � � � � � � � � � � � � � Tempo (s)� 520� 560� 600� 640� 680� 720� 760� 800� 840� 880� 920� 960� 1000� � Tensão (V)� 1,4� 1,2� 1,1� 1� 0,9� 0,8� 0,65� 0,6� 0,5� 0,45� 0,4� 0,375� 0,35� � Descarga do Capacitor Sobre a Resistência Interna do Voltímetro Conclusão e Discussão dos Resultados Como os valores de tensão entre os pontos 1 e D (V!D) e entre E e D (VED) podemos calcular o valor da resistência interna do voltímetro (RV). V0 = VR + VED VR = R.I RV = VED/I 9 = VR +8,2 I = 0,8/ 20*103 RV = 8,2/ 0,04*10-3 VR = 0,8V I = 0,04 mA RV = 205*103 ( Uma vez conhecido os valores médios de T2 e T3 , também podemos determinar RV. T2m = 294s T3m = 24,33s T2m = RV. C T3m = R.RV.C (R+RV) RV = R(T2m - T3m) T3m RV = 221,7*103 ( A constante de tempo RC é o tempo necessário para a tensão se elevar até 63% de Vmáx ou, a partir de Vmáx, cair até 37% de Vmáx. Isso pode ser observado com o seguinte desenvolvimento para o carregamento do capacitor: ��EMBED Equation.3��� Ou para este desenvolvimento para a descarga do capacitor sobre a resistência total do circuito. ��EMBED Equation.3��� A partir do gráfico de V versos T, em papel mono-log, calculamos o valor da capacitância C: Vc = V0 * e-T/RC LogVc = LogV0 - (log e/RC) t Y = B +At ,onde A = -loge/RC B = logV0 Pelo o gráfico, a tangente da reta encontrada é -0,296. Logo C = - 0,43 = 7,14x10-6F = 7,14(F 205x103 (-0,296) A partir do gráfico traçado no papel milimetrado vemos que o valor da tensão no capacitor tende a zero quando se toma um tempo tendendo ao infinito, o que está de acordo com a teoria. I) DIMENSÃO DA CONSTANTE DE TEMPO CAPACITIVA R = V / I C = Q / V no SI: (R( = (V( / (A( (C( = (c( / (V( (R( = (V( .(s( /(c( T = RC (T( = (V(.(s(.(c( (c(.(V( (T( = (s( Assim vemos que a constante de tempo capacitiva tem dimensão de tempo (segundos). Para a resistência Rv do voltímetro encontrou-se um valor experimental diferente do valor fornecido pelo fabricante, mas porém um valor próximo. Isto se deve ao fato da discrepância dos valores estarem dentro da margem de erro recomendada de 5%. Nas medidas feitas encontra-se alguns erros provenientes da leitura do voltímetro, erro na década de resistores (5%), além da medida dos tempos nos cronômetros. Todavia pode-se concluir que o experimento de uma forma geral foi satisfatório. Bibliografia TEXTOS DE LABORATÓRIO - Experiência 8 - Constante de Tempo em Circuitos RC. Salvador: UFBa, 1997 SARAIVA, Delcyr Barbosa. MATERIAIS ELÉTRICOS. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 1988 NUSSENZVEIG, Moysés. FÍSICA BÁSICA 3: Fluidos, Ondas eTermodinâmica. Rio de Janeiro: Editora Edgard Blücher Ltda., 1987 Gráfico 1 - Tensão no Capacitor x Tempo � Gráfico 2 - Log da Tensão no Capacitor x Tempo � Constante de Tempo em Circuitos RC - pág. � PAGE �4� que é uma equação diferencial que tem como solução: que é uma equação diferencial cuja solução é:
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