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Introdução à Responsabilidade juridica e noções de Responsabilidade Civil

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RESPONSABILIDADE CIVIL
Considerações Preliminares
De quem é a responsabilidade?
Importância do tema e da disciplina
Desafio ao Jurista - Relações abrangidas pelo tema
Afinal, o que é Responsabilidade?
A responsabilidade civil constitui um dos temas mais problemáticos da atualidade jurídica, ante sua surpreendente evolução no direito moderno, seus reflexos nas atividades humanas e no progresso tecnológico e sua repercussão em todos os ramos do direito e na realidade social.
Devido ao seu campo ilimitado, não há entendimento uniforme, doutrinário e jurisprudencial quanto à definição de seu alcance, à enunciação de seus pressupostos e à sua própria textura.
Sobre o tema, o Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas apresenta o seguinte verbete:
“RESPONSABILIDADE (Lat. de respondere, na acepção de assegurar, afiançar) Dir.Obr.Obrigação, por parte de alguém, de responder por alguma coisa resultante de negócio jurídico ou de ato ilícito. OBS; A diferença entre responsabilidade civil e criminal está em que essa impõe o cumprimento da pena estabelecida em lei, enquanto aquela acarreta a indenização do dano causado”.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Função
RESPONSABILIDADE
Natureza jurídica
RESPONSABILIDADE CIVIL
Evolução
Quanto à sua história
RESPONSABILIDADE
Conceito Jurídico
Toda manifestação de atividade humana traz em si o problema da responsabilidade.
Responsabilidade - origem no verbo latino respondere = obrigação que alguém tem de assumir com as consequências jurídicas de sua atividade.
Responsabilidade está ligada ao surgimento uma obrigação derivada, ou seja, um dever jurídico, em função da ocorrência de um fato jurídico latu sensu.
A noção Jurídica de responsabilidade pressupõe a atividade danosa de alguém que, atuando a priori ilicitamente, viola uma norma jurídica preexistente (legal ou contratual), subordinando-se, dessa forma, às consequências do seu ato (obrigação de reparar).
RESPONSABILIDADE
Tipos
Responsabilidade Jurídica x Responsabilidade Moral
A responsabilidade moral ( resultante da violação de uma norma moral, repousa na seara da consciência individual, de sorte que o ofensor se sentirá moralmente responsável perante Deus ou perante sua consciência, conforme seja ou não um homem de fé. Não há qualquer preocupação em saber se houve ou não um dano. Supõe que o agente tenha livre arbítrio e consciência da obrigação.
A responsabilidade jurídica ( aparece quando houver infração de norma jurídica civil ou penal, causadora de danos que perturbem a paz social, que essa norma visa manter. Abrange a responsabilidade civil e penal.
Responsabilidade Civil x Responsabilidade Criminal
“Na Responsabilidade civil, o agente que cometeu o ilícito tem a obrigação de reparar o dano patrimonial ou moral causado, buscando restaurar o status quo ante, obrigação esta que, se não for mais possível, é convertida no pagamento de uma indenização (na possibilidade de avaliação pecuniária do dano) ou de uma compensação (na hipótese de não se poder estimar patrimonialmente este dano), enquanto, pela responsabilidade penal ou criminal, deve o agente sofrer a aplicação de uma cominação legal, que pode ser privativa de liberdade (ex.prisão), restritiva de direitos (ex.perda da carta de habilitação de motorista), ou mesmo pecuniária (ex.multa).”
A responsabilidade criminal ( enquanto a responsabilidade penal pressupõe lesão aos deveres de cidadãos para com a sociedade, acarretando um dano social determinado pela violação de norma penal, exigindo, para restabelecer o equilíbrio, a aplicação de uma pena ao lesante, a responsabilidade civil requer prejuízo a terceiro, particular ou Estado, de modo que a vítima poderá pedir reparação do dano, traduzida na recomposição do status quo antes ou numa importância em dinheiro. Certos atos ilícitos têm repercussão tanto no cível como no crime, hipótese em que haverá dupla reação da ordem jurídica: a imposição da pena ao criminoso e a reparação do dano causado à vítima. A respeito, não se pode olvidar o disposto no art. 935 do CC, que estabelece o princípio da independência da responsabilidade civil relativamente à criminal.
Responsabilidade Moral - Psicológica
Responsabilidade Jurídica - Coerção
Responsabilidade Civil - Pecuniária / reparação
Responsabilidade Penal - Sanção / Dificilmente há reparação
RESPONSABILIDADE
Espécies
Responsabilidade Civil Subjetiva - É a decorrente de dano em função do ato doloso ou culposo (Art.186, CC/02 “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”).
Obrigação de indenizar (reparar o dano) – consequência jurídica do ato (conforme Arts. 1.518 a 1.532, CC/02 “Das indenizações por atos ilícitos”).
Unusquique sua culpa nocet – Princípio segundo o qual cada um responde pela própria culpa, caberá ao autor, sempre, o ônus da prova de tal culpa do réu.
Há situações em que o ordenamento jurídico atribui a responsabilidade civil a alguém por dano que não foi causado diretamente por ele, mas sim por um terceiro com quem mantém algum tipo de relação jurídica.
Responsabilidade Civil Objetiva - É a decorrente do risco (nexo de causalidade) / relação entre o fato e o dano.
O dolo ou culpa na conduta do agente causador do dano é irrelevante juridicamente, haja vista que somente será necessária a existência do elo de causalidade entre o dano e a conduta do agente responsável para que surja o dever de indenizar.
Ex: Acidente do Trabalho (Lei 6.367/76, risco profissional e a reparação de danos causados aos trabalhadores passou a se fazer independente de verificação de culpa, e em valores pré-fixados). 
Art.927, CC/02 “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem”.
Responsabilidade Civil Contratual - Ato decorrente de uma pessoa ou terceiro por descumprimento de contrato.
Ex. Sujeito bate em um carro.
Arts. 389 e s. e 395 e s. (CC/02).
Responsabilidade Civil Extracontratual (ou Aquiliana) - Descumprimento de lei, norma.
Arts. 186 a 188 e 927 e s. (CC/02).
Responsabilidade Civil Contratual X Extracontratual
Necessária pré-existência de uma relação jurídica entre lesionado e lesionante:
Para caracterizar a responsabilidade civil contratual, faz-se mister que a vítima e o autor do dano já tenham se aproximado anteriormente e se vinculado para o cumprimento de uma ou mais prestações, sendo a culpa contratual a violação de um dever de adimplir, que constitui justamente o objeto do negócio jurídico, ao passo que, na culpa aquiliana, viola-se um dever necessariamente negativo, ou seja, a obrigação de não causar dano a ninguém.
Ônus da prova quanto á culpa: 
Na responsabilidade civil Aquiliana, a culpa deve ser sempre provada pela vítima, enquanto na responsabilidade contratual, ela é, de regra, presumida, invertendo-se o ônus da prova, cabendo à vítima comprovar, apenas, que a obrigação não foi cumprida, restando ao devedor o ônus probandi. 
Por exemplo, de que não agiu com culpa ou que ocorreu alguma causa excludente do elo de causalidade. 
Capacidade:
Vale destacar que, em termos de capacidade, o menor púbere só se vincula contratualmente quando assistido por seu representante legal – e, excepcionalmente, se com malícia declarou-se maior (Art. 180, CC/02).
Responsabilidade Civil Direta - o responsável pela própria conduta.
Responsabilidade Civil Indireta - nem sempre por conduta própria.
RESPONSABILIDADE
Elementos
Conduta Humana comissiva e omissiva
Culpa (genérica)
Dano - sem dano, não tem como falar em responsabilidade.
Nexo de causalidade
CondutaHumana
Toda manifestação exterior de vontade, voluntariamente concebida de forma unilateral ou por recíproco acordo de vontades, produz o que se convencionou denominar de ato jurídico.
O núcleo fundamental da noção de conduta humana é a voluntariedade, que resulta exatamente da liberdade de escolha do agente imputável, com discernimento necessário para ter consciência daquilo que faz.
Não traduz necessariamente a intenção de causar o dano, mas sim, e tão somente, a consciência daquilo que se está fazendo.
Para visualizar a produção do ato jurídico, o agente deve assumir a atitude de desenvolver destinada conduta, ou contrariamente, abster-se de praticá-la.
Seja pelo seu agir ou por sua omissão.
Comissiva
Omissiva
Classificação
Positiva – Prática de um comportamento ativo, a exemplo do dano causado pelo sujeito que, embriagado, arremessa o seu veículo contra o muro do vizinho.
Negativa – Atuação omissiva, “não fazer”; uma simples abstenção. No plano jurídico, este tipo de comportamento pode gerar dano atribuível ao omitente, que será responsabilizado pelo mesmo (Conforme disposto no Art.186, CC/02), que impõe a obrigação de indenizar a todo aquele que “por ação ou omissão voluntária” causar prejuízo a outrem.
Culpa
Não é elemento essencial, mas sim acidental. 
Dano
É indispensável a existência de dano ou prejuízo para a configuração da responsabilidade civil, qual seja a espécie (contratual ou extracontratual, objetiva ou subjetiva).
Mesmo em se tratando de responsabilidade contratual, o comportamento da parte inadimplente que deixa de cumprir a obrigação convencionada carrega em si a presunção de dano.
Sem a ocorrência deste elemento não haveria o que indenizar, e, consequentemente, responsabilidade.
3.1 Conceito
Lesão a um interesse jurídico tutelado, patrimonial ou não, causado por ação ou omissão do sujeito infrator.
Nota-se, neste conceito, que a configuração do prejuízo poderá decorrer da agressão a direitos ou interesses personalíssimos (extrapatrimoniais), a exemplo daqueles representados pelos direitos da personalidade, especialmente o dano moral.
De acordo com a Súmula 227 / STJ, Pessoa Jurídica também pode sofrer Dano Moral.
Como conceitua CLAYTON REIS, “a concepção normalmente aceita a respeito de dano, envolve uma diminuição do patrimônio de alguém em decorrência da ação lesiva de terceiros. A conceituação, nesse particular, é genérica. Não se refere, como é notório, a qual o patrimônio é suscetível de redução”. 
3.2 Espécies 
a) Preventiva: principalmente por meio do ajuizamento de ação cautelar, ou ordinária com multa criminatória, objetivando evitar a concretização da ameaça de lesão ao direito da personalidade.
b) Repressiva: por meio da imposição de sanção civil (pagamento de indenização) ou penal (persecução criminal) em caso de a lesão já haver se efetivado.
Dano Indenizável - Requisitos
Sendo a reparação do dano, como produto da teoria da responsabilidade civil, uma sanção imposta ao responsável pelo prejuízo em favor do lesado, temos que, em regra, todos os danos devem ser ressarcíveis, eis que, mesmo impossibilitada a determinação judicial de retorno ao status quo ante, se poderá fixar uma importância em pecúnia, a título de compensação.
No entanto, para que o dano seja efetivamente reparável (indenizável), é necessária a conjugação dos seguintes requisitos: 
A violação de um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial de uma pessoa física ou jurídica. 
Todo dano pressupõe a agressão a um bem tutelado, de natureza material ou não, pertencente a um sujeito de direito. 
O Art.186, CC reconhece inclusive, a plena reparabilidade do dano moral, independentemente do dano patrimonial.
Certeza do dano. 
Somente o dano certo, é indenizável. Ninguém poderá ser obrigado a compensar a vítima por um dano abstrato ou hipotético. 
MARIA HELENA DINIZ conceitua: “A certeza do dano refere-se à sua existência, e não à sua atualidade ou ao seu montante”. 
PERDA DA CHANCE (perte d’une chance) 
Perda da chance: uma forma de indenizar uma provável vantagem frustrada
Surgida na França e comum em países como Estados Unidos e Itália, a teoria da perda da chance (perte d’une chance), adotada em matéria de responsabilidade civil, vem despertando interesse no direito brasileiro – embora não seja aplicada com frequência nos tribunais do país. 
A teoria enuncia que o autor do dano é responsabilizado quando priva alguém de obter uma vantagem ou impede a pessoa de evitar prejuízo. Nesse caso, há uma peculiaridade em relação às outras hipóteses de perdas e danos, pois não se trata de prejuízo direto à vítima, mas de uma probabilidade. 
Não é rara a dificuldade de se distinguir o dano meramente hipotético da chance real de dano. Quanto a este ponto, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), avalia que “a adoção da teoria da perda da chance exige que o Poder Judiciário bem saiba diferenciar o ‘improvável’ do ‘quase certo’, bem como a ‘probabilidade de perda’ da ‘chance de lucro’, para atribuir a tais fatos as consequências adequadas”. 
O juiz aposentado do Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São Paulo Sílvio de Salvo Venosa, autor de vários livros sobre direito civil, aponta que “há forte corrente doutrinária que coloca a perda da chance como um terceiro gênero de indenização, ao lado dos lucros cessantes e dos danos emergentes, pois o fenômeno não se amolda nem a um nem a outro segmento”. 
Show do milhão 
No STJ, um voto do ministro aposentado Fernando Gonçalves é constantemente citado como precedente. Trata-se da hipótese em que a autora teve frustrada a chance de ganhar o prêmio máximo de R$ 1 milhão no programa televisivo “Show do Milhão”, em virtude de uma pergunta mal formulada. 
Na ação contra a BF Utilidades Domésticas Ltda., empresa do grupo econômico Silvio Santos, a autora pleiteava o pagamento por danos materiais do valor correspondente ao prêmio máximo do programa e danos morais pela frustração. A empresa foi condenada em primeira instância a pagar R$ 500 mil por dano material, mas recorreu, pedindo a redução da indenização para R$ 125 mil. 
Para o ministro, não havia como se afirmar categoricamente que a mulher acertaria o questionamento final de R$ 1 milhão caso ele fosse formulado corretamente, pois “há uma série de outros fatores em jogo, como a dificuldade progressiva do programa e a enorme carga emocional da indagação final”, que poderia interferir no andamento dos fatos. Mesmo na esfera da probabilidade, não haveria como concluir que ela acertaria a pergunta. 
Relator do recurso na Quarta Turma, o ministro Fernando Gonçalves reduziu a indenização por entender que o valor advinha de uma “probabilidade matemática” de acerto de uma questão de quatro itens e refletia as reais possibilidades de êxito da mulher. 
De acordo com o civilista Miguel Maria de Serpa Lopes, a possibilidade de obter lucro ou evitar prejuízo deve ser muito fundada, pois a indenização se refere à própria chance, não ao lucro ou perda que dela era objeto. 
Obrigação de meio 
A teoria da perda da chance tem sido aplicada para caracterizar responsabilidade civil em casos de negligência de profissionais liberais, em que estes possuem obrigação de meio, não de resultado. Ou seja, devem conduzir um trabalho com toda a diligência, contudo não há a obrigação do resultado. 
Nessa situação, enquadra-se um pedido de indenização contra um advogado. A autora alegou que o profissional não a defendeu adequadamente em outra ação porque ele perdeu o prazo para interpor o recurso. Ela considerou que a negligência foi decisiva para a perda de seu imóvel e requereu ressarcimento por danos morais e materiais sofridos. 
Em primeira instância, o advogado foi condenado a pagar R$ 2 mil de indenização. Ambas as partes recorreram, mas o tribunal de origem manteve a sentença. No entendimento da ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso especial na Terceira Turma, mesmo que comprovadaa culpa grosseira do advogado, “é difícil antever um vínculo claro entre esta negligência e a diminuição patrimonial do cliente, pois o sucesso no processo judicial depende de outros fatores não sujeitos ao seu controle.” 
Apesar de discorrer sobre a aplicação da teoria no caso, a ministra não conheceu do recurso, pois ele se limitou a transcrever trechos e ementas de acórdãos, sem fazer o cotejo analítico entre o acórdão do qual se recorreu e seu paradigma. 
Evitar o dano 
Em outro recurso de responsabilidade civil de profissional liberal, o relator, ministro Massami Uyeda, não admitiu a aplicação da teoria da perda da chance ao caso, pois se tratava de “mera possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto, no âmbito da responsabilidade civil, em regra, não é indenizável”. 
No caso, um homem ajuizou ação de indenização por dano moral contra um médico que operou sua esposa, pois acreditava que a negligência do profissional ao efetuar o procedimento cirúrgico teria provocado a morte da mulher. 
A ação foi julgada improcedente em primeira instância, sob três fundamentos: o autor deveria comprovar, além do dano, o nexo causal e a culpa do médico; as provas produzidas nos autos não permitem atribuir ao médico a responsabilidade pelos danos sofridos pelo marido; não há de se falar em culpa quando surgem complicações dependentes da condição clínica da paciente. 
Interposto recurso de apelação, o tribunal de origem deu-lhe provimento, por maioria, por entender que o médico foi imprudente ao não adotar as cautelas necessárias. O profissional de saúde foi condenado a pagar R$ 10 mil por ter havido a possibilidade de evitar o dano, apesar da inexistência de nexo causal direto e imediato. 
No recurso especial, o médico sustentou que tanto a prova documental quanto a testemunhal produzida nos autos não respaldam suficientemente o pedido do marido e demonstram, pelo contrário, que o profissional adotou todas as providências pertinentes e necessárias ao caso. 
De acordo com o ministro Uyeda, “para a caracterização da responsabilidade civil do médico por danos decorrentes de sua conduta profissional, imprescindível se apresenta a demonstração do nexo causal”. Ele deu parcial provimento ao recurso para julgar improcedente a ação de indenização por danos morais.
FONTE: http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=99879
Dano Patrimonial
O Dano Patrimonial traduz lesão aos bens e direitos economicamente apreciáveis do seu titular. Assim ocorre quando sofremos um dano em nossa casa ou veículo.
Devemos observar, que outros bens de caráter personalíssimo, também podem ser atingidos, gerando assim, a responsabilidade civil do infrator.
Dano emergente – Corresponde ao efetivo prejuízo experimentado pela vítima, ou seja, “o que ela perdeu”.
Os lucros cessantes – Corresponde àquilo que a vítima deixou razoavelmente de lucrar por força do dano, “o que ela não ganhou”.
Dano Reflexo ou em Ricochete
Consiste no prejuízo que atinge reflexamente pessoa próxima, ligada à vítima direta da atuação ilícita.
É o caso, por exemplo, do pai de família que vem a perecer por descuido de um segurança de banco inábil, em uma troca de tiros. Note-se que, a despeito de o dano haver sido sofrido diretamente pelo sujeito que pereceu, os seus filhos, alimentandos, sofreram os seus reflexos, por conta da ausência do sustento paterno.
Desde que este dano reflexo seja certo, de existência comprovada, nada impede a sua reparação civil.
Danos Coletivos, Difusos e a Interesses Individuais Homogêneos
A evolução da sociedade, com a formação de uma consciência de cidadania, leva ao reconhecimento de que a tutela meramente individual não é suficiente para combater as macrolesões passíveis de ocorrência. 
Há, por isso, toda uma gama de danos coletivos latu sensu que precisa ser tutelada através de um procedimento especial – a ação coletiva – mais adequado à sua natureza.
A definição legal de tais interesses ou direitos violados encontra-se no Código de Defesa do Consumidor Brasileiro, que traz norma, nesse sentido, de natureza geral, não se limitando às relações de consumo. (art. 81, da Lei n.8.078/90).
Direitos difusos - Constituem direitos transindividuais, ou seja, que ultrapassam a esfera de um único indivíduo, caracterizados principalmente por sua indivisibilidade, onde a satisfação do direito deve atingir a uma coletividade indeterminada, porém, ligada por uma circunstância de fato. 
Por exemplo, o direito a respirar um ar puro, a um meio ambiente equilibrado, qualidade de vida, entre outros que pertençam à massa de indivíduos e cujos prejuízos de uma eventual reparação de dano não podem ser individualmente calculados.Trata-se do interesse de uma categoria.
Direitos coletivos  - Constituem direitos transindividuais de pessoas ligadas por uma relação jurídica base entre si ou com a parte contrária, sendo seus sujeitos indeterminados, porém determináveis. Há também a indivisibilidade do direito, pois não é possível conceber tratamento diferenciado aos diversos interessados coletivamente, desde que ligados pela mesma relação jurídica. Como exemplo, citem-se os direitos de determinadas categorias sindicais que podem, inclusive, agir por meio de seus sindicatos.
Direitos individuais homogêneos - São aqueles que dizem respeito a pessoas que, ainda que indeterminadas num primeiro momento, poderão ser determinadas no futuro, e cujos direitos são ligados por um evento de origem comum. Tais direitos podem ser tutelados coletivamente muito mais por uma opção de política do que pela natureza de seus direitos, que são individuais, unidos os seus sujeitos pela homogeneidade de tais direitos num dado caso.
Formas de Reparação de Danos
Reposição Natural – Quando o bem é restituído ao estado em que se encontrava antes do fato danoso.
Prestação Pecuniária – De caráter Compensatório. Se o autor do dano não pode restabelecer o estado efetivo da coisa que danificou, paga a quantia correspondente ao seu valor. 
A indenização pecuniária poderá ser exigida, concomitantemente com a reposição natural, se esta não satisfizer suficientemente o interesse do credor.
Danos Morais ou Extrapatrimoniais
O Dano Moral consiste na lesão de direito cujo conteúdo não é pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro. 
Podemos afirmar que o dano moral é aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus direitos de personalidade), violando, por exemplo, sua intimidade, vida privada, honra e imagem, bens jurídicos tutelados constitucionalmente.
Breve Histórico: 
Código de Hamurabi – Para VEIT VALENTIN, o Código de Hamurabi foi o primeiro na história em que predominam ideias claras sobre direito e economia.
Trata-se de um sistema codificado de leis, surgido na Mesopotâmia, através do rei da Babilônia, Hamurabi (1792-1750 a.C), onde continha 282 dispositivos legais, seu princípio geral era a ideia de que “o forte não prejudicará o fraco”, pelo que sua interpretação nos demonstra que havia uma preocupação constante de conferir ao lesado uma reparação equivalente, o que ficou mais conhecido através do seu célebre axioma primitivo “olho por olho, dente por dente” (a lei de Talião), constante dos parágrafos 196,197 e 200 do código.
Ainda, podemos observar a hipótese de cobrança de uma indenização a favor da vítima, em valor pecuniário vigente.
As Leis de Manu – Manu Vaivasvata, na mitologia hindu, foi um homem extremamente respeitado pelos brâmanes, sistematizou as leis sociais e religiosas do hinduísmo.
Determinava a sanção através do pagamento pecuniário, ao contrário do Código de Hamurabi, onde a prioridade era o ressarcimento da vítima através de uma outra lesão ao lesionador original.
O Alcorão – O Alcorão também nos traz exemplo de repressão histórica às lesões na esfera extrapatrimonial. 
Vê-se também, que há preceitos, explicitamente inspirados no Código de Hamurabi, como por exemplo, o versículo 127 do capítuloXVI, que reza: “Se vos vingardes, que a vossa vingança não ultrapasse a afronta recebida. Porém, aqueles que sofrerem com paciência farão uma ação mais meritória”.
A Bíblia Sagrada – No livro sagrado dos cristãos, mais precisamente em seu Antigo Testamento, encontramos algumas passagens que tratam, sem sombra de dúvida, de reparação de danos morais. 
Reparabilidade do Dano Moral
Tema que vem sustentando diversas controvérsias, somente tendo se pacificado na ordem constitucional brasileira, com o advento da Constituição Federal de 1988, que prevê expressamente indenizações por dano moral em seu art. 5º, V e X, trilha seguida, inclusive, como não poderia deixar de ser, pelo novo Código Civil brasileiro. 
Natureza Jurídica da Reparação do Dano Moral
Sancionadora, sendo sanção entendida como a consequência lógico-normativa de um ato ilícito. 
Nexo de Causalidade 
De acordo com SERPA LOPES: 
“Uma das condições essenciais à responsabilidade civil é a presença de um nexo causal entre o fato ilícito e o dano por ele produzido. É uma noção aparentemente fácil e limpa de dificuldade. Mas se trata de mera aparência, porquanto a noção de causa é uma noção que se reveste de um aspecto profundamente filosófico, além das dificuldades de ordem prática, quando os elementos causais, os fatores de produção de um prejuízo, se multiplicam no tempo e no espaço”. 
Por óbvio, somente se poderá responsabilizar alguém cujo comportamento houvesse dado causa ao prejuízo.
Dano Moral e a Pessoa Jurídica
Por longos anos, considerou-se que os danos morais se limitavam às “dores da alma”, sentimentos que a pessoa jurídica jamais poderia ter, eis que esta é uma criação do direito, e não um ser orgânico, dotado de espírito e emoções.
Contudo, não há mais como se aceitar tais posicionamentos. 
Isso porque, a legislação jamais excluiu expressamente as pessoas jurídicas da proteção aos interesses extrapatrimoniais, entre os quais se incluem os direitos da personalidade.
Evidentemente, ela pode e deve zelar pelo seu nome e imagem perante o público-alvo, sob pena de perder largos espaços na acirrada concorrência de mercado.
Uma propaganda negativa de um determinado produto, por exemplo, pode destruir toda a reputação de uma empresa. 
Danos Morais e Direitos Difusos e Coletivos
Refere-se à possibilidade de configuração de reparação por danos morais na tutela de interesses difusos e coletivos.
Isto porque, partindo da premissa de que os danos morais são lesões à esfera extrapatrimonial de um indivíduo, ou seja, a seus direitos de personalidade, não seria possível se imaginar, a priori, um dano moral a interesses difusos, como, por exemplo, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural.
Todavia, a Lei da Ação Civil Pública (Lei n.7.347/85), com as possibilidades impostas pela Lei n. 8.884/94, estabeleceu expressamente a possibilidade de reparação por danos morais a direitos difusos. 
Nexo de Causalidade - Teorias 
São três as principais teorias que tentam explicar o nexo de causalidade: 
Teoria da equivalência de condições (“conditio sine qua non”)
Elaborada pelo jurista alemão VON BURI na segunda metade do séc. XIX, esta teoria não diferencia os antecedentes do resultado danoso, de forma que tudo aquilo que concorra para o evento será considerado causa.
Imagine, pois, um sujeito que arremessa bêbado, uma garrafa contra um transeunte, causando-lhe a morte. Se nós abstrairmos a conduta antecedente (arremesso de garrafa), a morte desaparecerá.
É, inclusive, a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro. 
Teoria da causalidade adequada 
Teoria desenvolvida a partir das ideias do filósofo alemão VON KRIES, posto não seja insenta de críticas, é mais refinada do que a anterior por não apresentar algumas de suas inconveniências.
Para os adeptos dessa teoria, não se poderia considerar causa “toda e qualquer condição que haja contribuído para a efetivação do resultado”, conforme sustentado pela teoria da equivalência, mas sim, segundo um juízo de probabilidade, apenas o antecedente abstratamente idôneo à produção do efeito danoso. 
É a teoria adotada no Direito Argentino.
Teoria da causalidade direta ou imediata
Desenvolvida no Brasil, pelo professor AGOSTINHO ALVIM, em sua clássica obra Da Inexecução das Obrigações e suas Consequências. Causa, para esta teoria, seria apenas o antecedente fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao resultado danoso, determinasse este último como uma consequência sua, direta e imediata.
Ex. Caio é ferido por Tício (lesão corporal), em uma discussão após o final do campeonato de futebol, Caio, então, é socorrido por seu amigo Pedro, que dirige, velozmente, para o hospital da cidade. No trajeto, o veículo capota e Caio falece. Ora, pela morta da vítima, apenas poderá responder Pedro, se não for reconhecida alguma excludente em seu favor. Tício, por sua vez, não responderia pelo evento fatídico, uma vez que seu comportamento determinou, como efeito direto e imediato, apenas a lesão corporal.
Note-se, portanto, que a interrupção do nexo causal por uma causa superviniente, ainda que relativamente independente da cadeia dos acontecimentos (capotagem do veículo) impede que se estabeleça o elo entre o resultado morte e o primeiro agente, Tício, que não poderá ser responsabilizado.
Causas Concorrentes
Quando a atuação da vítima também favorece a ocorrência do dano, somando-se ao comportamento causal do agente. 
Neste caso de culpa concorrente, cada um responderá pelo dano na proporção em que concorreu para o evento danoso. 
Prevista no art. 945 do Código Civil. 
É importante ressaltar que no campo do Direito do Consumidor, a teoria da concorrência de causas não tem essa mesma aplitude.
Concausas
Acontecimento que, anterior ou concomitantemente ou superviniente ao antecedente que deflagrou a cadeia causal, acrescenta-se a este, em direção ao evento danoso.
Imagine, por exemplo, a hipótese de um sujeito ser alvejado por um tiro, que conduziria à morte, e, antes do seu passamento por esta causa, um violento terremoto matou-o. Por óbvio, esta causa superviniente, absolutamente independente em face do agente que deflagrou o tiro, rompeu o nexo causal.O mesmo raciocínio aplica-se às causas preexistente (a ingestão de veneno antes do tiro) e concomitantes (um derrame cerebral fulminante por força de diabetes, ao tempo que é atingido pelo projétil). 
Diferentemente, em se tratando de uma causa relativamente independente, aquela que incide no curso do processo neuralístico causal, somando-se à conduta do agente, urge distinguirmos se a mesma é preexistente, concomitante ou superviniente. 
Em geral, essas concausas, quando preexistentes ou concomitantes, não excluem o nexo causal, e consequentemente, a obrigação de indenizar.
Teoria da Imputação Objetiva e a Responsabilidade Civil 
A teoria da imputação objetiva do resultado, construção doutrinária referente ao nexo de causalidade, tem ganhado posição de destaque entre os cultores do Direito Penal. 
KARL LARENZ, partindo do pensamento de HEGEL, já havia desenvolvido a teoria da imputação objetiva para o Direito Civil, visando estabelecer limites entre os fatos próprios e os acontecimentos acidentais.
No dizer do Professor LUIZ FLÀVIO GOMES: “A teoria da imputação objetiva consiste basicamente no seguinte: só pode ser responsabilizado penalmente por um fato, se ele criou ou incrementou um risco proibido relevante e, ademais, se o resultado jurídico decorreu desse risco”.
Nessa linha de raciocínio, se alguém cria ou incrementa uma situação de risco não permitindo, responderá pelo resultado jurídico causado, a exemplo do que ocorre quando alguém dá causa a um acidente de veículo, por estar embriagado (criação do risco proibido), ou quando se nega a prestar auxílio a alguém que se afoga, podendo fazê-lo, caracterizando a omissão de socorro (incremento do risco). 
Servir como sanção civil, de natureza compensatória.
Garantir o direitodo lesado à segurança.
...será sempre SANCIONADORA, independentemente de se materializar como pena, indenização ou compensação pecuniária...
- Vingança coletiva
- Vingança privada – Lei do Talião
- Lex Aquillia de damno
- Período Medieval
- Período Atual

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