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O que é história? Cuidar/cuidado:definição Profa. Rafiza Lago Moraes História • A palavra HISTÓRIA é de origem grega e significa aquele que conhece; • Conjunto de conhecimentos adquiridos através de tradição ou por meio dos documentos relativos à evolução, ao passado da comunidade; • O passado independe de nós para existir, existe em si. • O estudo da História é a exposição da vida em movimento contínuo. • Um povo ignorante de sua HISTÓRIA é como homem sem memória. • Pode estar condenado a fazer descobertas já conhecidas no passado, a reinventar as mesmas técnicas, lutar com os mesmos problemas, cometer os mesmos erros e privar-se do prazer das reminiscências do passado de seus ancestrais. História Enfermagem e o cuidar/cuidado • Compreendendo o CUIDAR de forma mais ampla, parece mais claro visualizá-lo anteriormente à Enfermagem; • Cuidar é um ato individual que prestamos a nós próprios desde que adquirimos autonomia, mas é, igualmente, um ato de reciprocidade que somos levados a prestar a toda pessoa que, temporária ou definitivamente, tem necessidade de ajuda para assumir as suas necessidades vitais (COLLIÉRE,1999) • Cuidar – significa comportamentos e ações que envolvem conhecimento, valores, habilidades e atitudes empreendidas no sentido de favorecer as potencialidades das pessoas para manter ou melhorar a condição humana no processo de viver e morrer (WALDOW, 1995) • Cuidado – é entendido como o fenômeno resultante do processo de cuidar. (WALDOW, 1995) Enfermagem e o cuidar/cuidado O desenvolvimento histórico das práticas de saúde • “A enfermagem é a arte e a ciência do CUIDAR, necessária a todos os povos e a todas as nações, imprescindível em época de paz ou em época de guerra e indispensável à preservação da saúde e da vida dos seres humanos em todos os níveis, classes ou condições sociais” Geovanini Mundo primitivo, medieval e moderno • Práticas de saúde instintivas; • Práticas de saúde mágico-sacerdotais; • Práticas de saúde e a ciência; • Práticas de saúde monástico-medievais; • Práticas de saúde pós-monásticas; • Práticas de saúde no mundo moderno. Práticas de saúde instintivas “ A solicitude maternal, agindo para a proteção do filho, é uma das expressões óbvias do instinto de conservação da raça” Campos • Estrutura familiar (concepção evolucionista) – Homem – Mulher • Concepção teológica • Proteção materna instintiva “A enfermagem está em sua natureza intimamente relacionada, ao cuidar das sociedades primitivas” Práticas de saúde instintivas Práticas de Saúde Mágico- Sacerdotais (séc V A.C) “...a estruturação da sociedade em classes leva à constituição de uma casta sacerdotal que se apodera das funções médicas, encaradas como um segredo tradicional e simultaneamente como manifestação do poder curador da divindade” Petit • Religião – felicidade material, saúde e imortalidade; • Prática de saúde x Práticas religiosas; • O sacerdote – intérprete dos deuses; • Cura – natureza x doença. Práticas de Saúde Mágico- Sacerdotais • Escolas específicas – arte de curar (Itália e Sicília); • Conceitos primitivos de saúde. • Fase empírica da evolução dos conhecimentos em saúde; • Segmento pobre – práticas sacerdotais; • Segmento nobre – elite do saber. Práticas de Saúde Mágico- Sacerdotais • Enfermagem – Prática domiciliar de partos; – Atuação pouco clara de mulheres de classe social elevada. Práticas de Saúde Mágico- Sacerdotais Medicina no Egito EGITO • Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua época. • As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas. • Praticava-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos; acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de outras. • Havia ambulatórios gratuitos, onde era recomendada a hospitalidade e o auxílio aos desamparados. ÍNDIA • Os hindus conheciam ligamentos, vasos linfáticos, músculos, nervos e plexos. Julgavam o coração sede da consciência e ponto de partida para todos os nervos; • Conheciam o processo da digestão, faziam suturas, amputações, trepanações e corrigiam fraturas; • O tratamento geral das doenças consistia em: dieta, banhos, clisteres, inalações; • Existem menções de construção de hospitais e de escolha de enfermeiros, exigindo destes uma série de qualidades e conhecimentos; • LEIS DE MANU E BRAMANISMO Medicina Indiana PALESTINA • Crença em um só Deus (monoteísmo). Moisés prescreveu conceitos de higiene que o colocaram como um dos grandes sanitaristas da época; • Para qualquer doença considerada naquela época como contagiosa, era recomendado um isolamento. ASSÍRIA E BABILÔNIA • Estabeleciam-se castigos rigorosos para os médicos em caso de fracasso. O cirurgião incapaz sofria amputação das mãos; • Os cuidados eram todos baseados na magia e orações, acreditando-se que sete demônios causavam as doenças; • Davam grande importância ao regime alimentar, usavam massagem, tinham colírios para conjuntivites e realizavam tamponamento das fossas nasais; • As epidemias eram atribuídas às influências astrais. CHINA • As doenças foram classificadas como benignas, médias e graves; • As doenças graves e semi-graves eram tratadas com orações e cerimônias conjuratórias. As doenças da terceira categoria se beneficiava com uma terapêutica rudimentar e nem sempre lógica; • Conheciam a varíola e as manifestações primárias, secundárias e terciárias da sífilis, bem como as formas congênitas; • Descreveram em sua Farmacopéia mais de 2000 medicamentos; • A dissecção de cadáveres era proibida. Medicina Chinesa JAPÃO • O cuidado também possuía um caráter religioso; • A eutanásia era lícita; • A única terapêutica era das águas termais. GRÉCIA • Período Pré-Hipocrático: as primeiras teorias biomédicas gregas se prendiam à Mitologia (Ex: Apolo, o deus do Sol e da saúde); • Tinham conhecimento de anatomia e de patologia, classificaram cerca de 141 tipos de ferimentos; • Havia as Xenodoquias (primeira menção de um ambiente para o cuidado) para o tratamento de doentes, cujo objetivo também era hospedar viajantes; • Havia também os Iatrions, que correspondiam aos nossos atuais ambulatórios; • Devido à cultura Mitológica do corpo e ao culto à beleza, prejudicaram o desenvolvimento de estudos anatômicos e a dissecção de cadáveres; Apolo Esculápio- deus da medicina- filho de apolo Deus Thanatus- Personificação da Morte GRÉCIA • Período Hipocrático: Hipócrates, conseguiu explicar a cientificidade das doenças; • Observação cuidadosa do doente para o diagnóstico, o prognóstico e a terapêutica; • Descreveu doenças do pulmão, do aparelho digestivo, do sistema nervoso e a doença mental; • Praticava cirurgia, distinguia cicatrizações por primeira e segunda intenção; • Desenvolveu a Teoria Humoral • Teve uma grande importância no desenvolvimento da anatomia, através da dissecção de cadáveres. ROMA • Distinguiram-se pelas obras de saneamento, ruas limpas, redes de esgoto, casas bem ventiladas, água pura abundante, banhos públicos, combate à malária; • Construíram grandes edifícios públicos de banhos, para que os habitantes tomassem banho diariamente; • Os mortos eram sepultados fora da cidade; • Distinguiram-se pelos cuidados aos guerreiros. Estabeleceram para estes vários hospitais e, principalmente, desenvolveram cirurgia de guerra; • Os civis recorriam aos médicos gregos, que eram numerosos em Roma, onde a profissão médica foi considerada indigna do cidadão romano. Práticas de saúde e o alvorecer da ciência (séc V eVI a.c) “Como base de toda ação procurar com o pensamento tranquilo, as causas da doença sem perder de vista o fim imediato. Usar a razão e a experiência, livre de ideias preconcebidas, superstições e conceitos à priori” Castiglioni “Estudar o homem como um fim em si mesmo, deixando de lado à ideia de qualquer intervenção divina nos negócios humanos...” Castiglioni Práticas de saúde e o alvorecer da ciência Práticas de saúde e o alvorecer da ciência • Período Hipocrático; – Método indutivo; – Inspeção; – Diagnóstico, prognóstico e terapêutica. • Grécia; • Roma; “Distinguiram-se os romanos principalmente por suas obras de saneamento. Ruas limpas, casas bem ventiladas, água pura...preocupações dos governantes” Paixão Práticas de saúde e o alvorecer da ciência • Incêndio às bibliotecas; • Proibição da dissecção de cadáveres; • Não há caracterização nítida da prática de enfermagem nessa época. Práticas de saúde monástico- medievais (séc VI a XIII) • Guerras bárbaras e queda do Imp. Romano; • Sociedade Feudal; • Retrocessos x Progressos; • Latifúndio; • Poderio militar; • Pressão estatal; • Influência material e moral; • Impostos; • Força de trabalho subjugada. Práticas de saúde monástico- medievais • Grandes epidemias; • Igreja – monopólio moral, intelectual e financeiro; • Assistência religiosa + Assistência a saúde; • Cristianismo Imperador Constantino • Hospitais – mosteiros; – Nosocômio de São Basílico; – Fabíola – Hotel Di Dien, Poedotrophium “Função de transição entre a vida e a morte, de salvação espiritual mais do que material aliada à função de separação dos indivíduos perigosos para a saúde geral da população” Foucault • Mulheres virgens e viúvas; • Prática leiga e desvinculada de conhecimento científico; • Moral + conduta+ Regras rígidas. Práticas de saúde monástico- medievais • Enfermagem praticada por religiosas; • Dedicavam-se aos pobres; • Abnegação; • Espírito de serviço; • Obediência; • Sacerdócio; • Mulheres virgens e viúvas; • Ensino prático, não sistemático. Práticas de saúde monástico- medievais Práticas de saúde pós-monásticas (séc XIII – XV) Regime feudal Comércio e indústria Produtos agrícolas (preços) Mercantilismo “A transição intelectual e religiosa do mundo medieval para o mundo moderno marca o perfil de uma nova era fundamentada na arte e na ciência” Burns Práticas de saúde pós-monásticas “Renascimento é um termo vago que tem servido para revestir muitos fatos: o reflorescimento da erudição, a renovação da arte, a revolta contra os escolásticos, a expansão do pensamento dos homens e a expansão do mundo além dos mares” Sichel Práticas de saúde pós-monásticas • Práticas de saúde avançam; • Observação e experimentação; • Descobertas anatômicas e progressos em procedimentos cirúrgicos; Práticas de saúde pós-monásticas Clérigos (monastério) Leigos (universidades) • Assistência aos nobres – médicos graduados; • Assistência aos burgueses – médicos com formação técnica razoável; • Assistência aos pobres – curandeiros. Práticas de saúde pós-monásticas • Enfermagem progresso social e intelectual; • Enclausurada em hospitais religiosos; Práticas de saúde pós-monásticas As cruzadas e sua influência na ação de cuidar • Cruzadas – expedições militares organizadas pelo cristãos; • Funções militares, religiosas e assistenciais de enfermagem (ordens militares de enfermagem); • Ordem dos cavalheiros hospitalares de São João de Jerusalém e Santa Maria Madalena; • Ordem dos cavalheiros hospitalares de São Lázaro; • Ordem de São João na Ilha de Rodes; • Ordem dos cavalheiros de Malta. As cruzadas e sua influência na ação de cuidar • A enfermagem sofreu forte influência das Cruzadas, uma vez que a rígida hierarquia e a disciplina existentes na vida militar e mesmo na religiosa foram assimiladas; Práticas de saúde pós-monásticas Reforma protestante Santa Inquisição • Ambiente de miséria e degradação humana; • Pseudoenfermeiras; • Serviços domésticos. • Fase tempestuosa Práticas de saúde pós-monásticas • Nova filosofia econômico-política; Práticas no mundo moderno Revolução francesa (1789 – 1799) Revolução industrial (1760) • Revolução intelectual; • Dissolução de velhos preconceitos; • Sociedade mais liberal e humana; • Exploração de mão de obra (mulheres e crianças); • Ambientes de trabalho insalubres e subumanas; Poder político da burguesia Práticas no mundo moderno • cam Práticas no mundo moderno campo cidade dip Força produtiva Práticas no mundo moderno saúde Necessidade básica Manutenção da produtividade • Estado assume o controle da assistência a saúde como forma de garantir a reprodução do capital, restabelecer a capacidade de trabalho do operariado; • Manter a população sadia e produtiva. Práticas no mundo moderno • Evolução da medicina; • Articulando-se com a esfera produtiva; • Medicina política e social; “ Isto teve repercussão importante na posição econômica e social do médico que, em muitos países, ocupou posição de destaque entre as demais profissões” Práticas no mundo moderno Práticas no mundo moderno Medicina instrumento de manutenção e reprodução de trabalho • Criação de um estatuto de profissão liberal: – Doutores em medicina e cirurgia; – Oficiais de saúde; – Medidas fiscalizatórias. Práticas no mundo moderno • Surge a enfermagem moderna; • Empresas produtoras de serviços de saúde; • Médico como figura responsável pela reordenação e disciplinarização destes hospitais; • Enfermagem renasce de uma fase sombria. Práticas no mundo moderno – reorganização hospitalar • Institucionalização da enfermagem; • Ações burocráticas – instrumentos normativos e rudimentares; • Função controladora do pessoal de enfermagem; • Subutilizado – falsa ideia de dominância – manter a ordem e a disciplina. Práticas no mundo moderno – reorganização hospitalar • Hospitais insalubres; • Falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes; “Os dons benéficos vão mitigar os males do pobre, de que resultam luzes para a conservação do rico” Foucault Práticas no mundo moderno – reorganização hospitalar
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