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Material de estudos Revisão PGE

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1 
 
 
 
 
2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Caros amigos e alunos do REVISÃOPGE, bem-vindos ao nosso curso em exercícios para 
o concurso de Procurador do Município de Belo Horizonte/MG. 
Por ser formado por membros da advocacia pública que têm uma visão muito clara 
sobre o que é necessário para a aprovação, o REVISÃOPGE entende que a melhor forma 
de complementação dos estudos, para qualquer fase que seja de concurso público, 
consiste na realização de exercícios que simulem a situação a ser enfrentada no dia da 
prova. 
Baseado nessa ideia, desenvolvemos um programa específico para a PGM/BH, com o 
objetivo de sistematizar e potencializar o estudo dos alunos interessados no concurso 
para Procurador do Município de Belo Horizonte com prova objetiva prevista para o dia 
16 de abril de 2017. 
Assim, como não fornecemos um curso com exposição teórica das disciplinas (existem 
diversos livros para concurso que fazer muito bem esse papel e indicaremos todos eles 
ao longo desse curso), e por prezarmos sempre pela EXCELÊNCIA, buscamos a melhor 
forma de fornecer um material que suprisse justamente aquilo que faltava para nosso 
aluno obter a aprovação. 
Nosso objetivo não consiste em lhe ensinar na íntegra os conteúdos exigidos no 
concurso. Nosso foco é transformar o seu conhecimento jurídico em acertos na prova. 
Para isso, criamos, especificamente para a PGM/BH, um programa de estudos 
direcionado que se dá pela resolução de questões (inéditas com o perfil da banca e de 
provas passadas da banca examinadora) semanalmente, seguida por comentários 
elaborados pelos advogados públicos membros do REVISÃOPGE e finalizados sempre 
com um conteúdo também exclusivo, de autoria dos membros do REVISÃOPGE, 
relativamente às matérias tratadas naquela semana. 
3 
 
No final de cada mês de preparação, haverá ainda um simulado completo em formato 
idêntico ao da prova da PGM/BH, de modo que você possa mensurar o seu progresso 
ao longo da preparação e detectar eventuais pontos falhos no seu estudo. 
Além disso, indicaremos o melhor caminho para estudar cada ponto do edital, seja com 
a leitura da “lei seca”, seja com indicação de leituras específicas ou mesmo com a revisão 
das jurisprudências mais importantes e com maior incidência nas provas. 
Serão nada menos que: 
 4 meses de curso, abordando todos os pontos do conteúdo programático; 
 1.325 questões comentadas por quem já foi aprovado para concursos de 
procuradorias, sendo 965 questões inéditas; 
 5 simulados completos, no exato formado proposto pelo edital de abertura do 
certame; 
 Conteúdos de revisão exclusivo sobre os pontos mais importantes da matéria 
daquela semana. 
Estudou as leituras indicadas, fez os exercícios próprios e da CESPE, revisou o conteúdo 
exclusivo, respondeu o simulado, mas ainda assim ficou com dúvida? Não tem 
problema. Nesse curso você poderá tirar suas dúvidas, tanto de conteúdo jurídico como 
de método/técnica de estudo para concursos de procuradorias, com os membros do 
REVISÃOPGE, advogados públicos aprovados em anos recentes e que conhecem os 
caminhos e as dificuldades para a aprovação. 
Pois bem, sem mais demora – até porque 16 de abril de 2017 pode parecer distante, 
mas quem está se preparando o tempo voa – vamos à revisão. 
 
4 
 
 
REVISADA DATA CONTEÚDO 
0 31/10/2016 
CONSTITUCIONAL: 
1 Constituição. 1.1 Conceito, objeto, elementos e classificaçõ
es. 1.2 Supremacia da C-
onstituição. 1.3 Aplicabilidade das normas constitucionais. 
1.4 Interpretação das normas constitucionais. 1.5 Jurisprud
ência aplicada dos tribunais superiores. 2 Poder constituin
te. 2.1 Características. 2.2 Poder constituinte originário. 2.3
 Poder constituinte derivado. 3 Princípios fundamentais. 3.
1. Jurisprudência aplicada dos tribunais superiores. 
 
ADMINISTRATIVO: 
1 Introdução ao direito administrativo. 1.1 Origem, natureza j
urídica e objeto do direito administrativo. 1.2 Os diferentes
 critérios adotados para a conceituação do direito admini
strativo. 1.3 Fontes do direito administrativo. 1.4 Sistemas 
administrativos: sistema inglês, sistema 
francês e sistema adotado no Brasil. 2 Administração pública.
 2.1 Administração pública em sentido amplo e em sentido es
trito. 2.2 Administração pública em sentido objetivo e em sen
tido subjetivo. 2.3 Princípios expressos e implícitos da admi
nistração pública. 3 Regime jurídico‐
administrativo. 3.1 Conceito. 3.2 Supremacia do interesse pú
blico sobre o privado e indisponibilidade, pela Administração,
 dos interesses púbicos. 3.3 Jurisprudência aplicada dos trib
unais superiores. 
 
FINANCEIRO: 
1 Direito financeiro. 1.1 Conceito e objeto. 1.2 Direito fina
nceiro na Constituição Federal de 1988. 2 Orçamento púb
lico. 2.1 Conceito, espécies e natureza jurídica. 2.2 Princípi
os 34 orçamentários. 2.3 Leis orçamentárias. 2.4 Lei nº 4.32
0/1964 e suas alterações.2.5 Fiscalização financeira e orçam
entária. 3 Despesa pública. 3.1 Conceito e classificação de 
despesa pública. 3.2 Disciplina constitucional dos precatóri
os. 4 Receita pública. 4.1 Conceito, ingresso e receitas. 4.
2 Classificação das receitas públicas. 
 
 
5 
 
ÍNDICE 
 
1. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA ............................................................................................. 06 
 
2. QUESTÕES COMENTADAS 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 08 
2. DIREITO ADMINISTRATIVO .......................................................................................... 24 
3. DIREITO FINANCEIRO ................................................................................................... 47 
 
3. TEMAS DESTACADOS 
1. NEOCONSTITUCIONALISMO ........................................................................................ 59 
2. PRINCÍPIOS X REGRAS .................................................................................................. 61 
3. REGIME JURÍDICO-ADMINSTRATIVO E SEUS PRINCÍPIOS BASILARES ......................... 63 
4. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICÍPAL EM DIREITO FINANCEIRO .......................... 65 
 
4. PARA DECORAR 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL .......................................................................................... 67 
2. DIREITO ADMINISTRATIVO .......................................................................................... 69 
3. DIREITO FINANCEIRO ................................................................................................... 74 
 
5. JURISPRUDÊNCIA REVISADA 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL .......................................................................................... 82 
2. DIREITO ADMINISTRATIVO .......................................................................................... 84 
3. DIREITO FINANCEIRO ................................................................................................... 86 
 
 
6 
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
 
 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Os temas de Direito Constitucional dessa rodada são basicamente teóricos, portanto é 
essencial a leitura de um livro para concurso. Ante disso, indicamos a leitura do 
excelente artigo de Luis Roberto Barroso, Neoconstitucionalismo e Constitucionalização 
do Direito, que pode ser encontrado no site do autor: www.luisrobertobarroso.com.br. 
Quanto aos livros, recomendamos dois, os capítulos 1 e 2 do Pedro Lenza (maior e mais 
completo) ou os capítulos 2 a 4 da sinopse de Juliano Bernanrdes e Olavo Ferreira 
(leitura mais rápida), veja as descrições: 
 Direito Constitucional Esquematizado, Pedro Lenza – Editora Saraiva.Porque: O livro de Direito Constitucional do autor Pedro Lenza é, de longe, o mais 
recomendado para provas da CESPE, isso porque a obra compila muito bem a 
jurisprudência do STF, principal objeto de cobrança nas provas de constitucional dessa 
banca. Além de a didática ser simples e direta. O ponto fraco é o tamanho da obra, 
bastante volumosa. 
 Direito Constitucional, Sinopses para concursos – V. 16, Juliano Bernardes e 
Olavo Ferreira – Ed. Juspodivm. 
Porque: Esse pequeno livro, embora seja sinopse, é excelente e bastante completo, 
recomendadíssimo. Tem muitos entendimentos jurisprudenciais e é uma leitura bem 
rápida. 
 
2. DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Mais um conteúdo introdutório e teórico, não há como escapar da leitura de um bom 
livro para concursos. Para os assuntos dessa rodada recomendamos os capítulos 1 e 2 
do Curso de Direito Administrativo, Matheus Carvalho, da editora JusPodivm. 
O livro é objetivo e tem excelente didática, além de o conteúdo ser muito bom e 
completo. Para os que ainda não conhecem a obra, destacam-se os quadros sinópticos 
no final de cada capítulo, ótimos para revisão do conteúdo. 
 
7 
 
 
3. DIREITO FINANCEIRO 
 
Em tempos de crise fiscal dos estados e municípios brasileiros, não é bom subestimar a 
importância do Direito Financeiro, a tendência é que essa disciplina continue crescendo 
em importância para os concursos de advocacia pública. Por isso, recomendamos como 
obra base o Manual de Direito Financeiro, Harisson Leite, da editora JusPodivm. 
 
Para os tópicos de Direito Financeiro dessa rodada, leia os capítulos 2 e 3 da citada obra. 
Além disso, é bastante recomendável a leitura atenta da Lei 4.230/64, da Lei de 
Responsabilidade Fiscal e dos arts. 163/169 da CF/88, além do Art. 35 do ADCT. 
Uma última observação, devido às importantes mudanças legislativas e jurisprudenciais 
que a disciplina vem sofrendo nos últimos anos, recomenda-se fortemente a aquisição 
de obra atualizada, preferencialmente de 2016. 
 
8 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
1. (CESPE – TCE/PR – 2016) Assinale a opção correta acerca da interpretação 
constitucional. 
a) Como as Constituições regulam direitos e garantias fundamentais e o exercício do 
poder, deve-se priorizar o emprego de linguagem técnica em seu texto, restringindo-se 
a sofisticada atividade interpretativa às instâncias oficiais. 
b) A interpretação constitucional deve priorizar o espírito da norma interpretada em 
detrimento de expressões supérfluas ou vazias; por isso, a atividade do intérprete 
consiste em extrair o núcleo essencial do comando constitucional, ainda que isso 
implique desconsiderar palavras, dispositivos ou expressões literais. 
c) Sendo a Constituição impregnada de valores, sua interpretação é norteada 
essencialmente por diretrizes políticas, em detrimento de cânones jurídicos. 
d) Na interpretação da Constituição, prepondera a teleologia, de modo que a atividade 
do hermeneuta deve priorizar a finalidade ambicionada pela norma; o texto da lei, nesse 
caso, não limita a interpretação nem lhe serve de parâmetro. 
e) O caráter aberto e vago de muitas das disposições constitucionais favorece uma 
interpretação atualizadora e evolutiva, capaz de produzir, por vezes, uma mutação 
constitucional informal ou não textual. 
 
GABARITO: E 
 
COMENTÁRIOS: 
A MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL é um processo informal de alteração da Constituição. 
É fruto que se convencionou chamar de PODER CONSTITUINTE DIFUSO, tido como 
um poder não formalizado nas constituições e que resulta na silenciosa alteração das 
normas constitucionais. Ocorre pela modificação do sentido da norma, sem alteração 
de seu texto, por meio da interpretação conferida pelo intérprete. Decorre de fatores 
sociais, políticos e econômicos, por uma nova visão jurídica que passa a predominar 
na sociedade. É certo que, quanto mais aberto e vago o texto, maior a possibilidade 
interpretativa, o que favorece a interpretação atualizadora e evolutiva do texto 
constitucional. 
 
A – A ideia da assertiva vai de encontro ao que se propugna quanto à interpretação 
constitucional, que deve ser a mais ampla possível, na esteira da teoria da sociedade 
aberta dos intérpretes da Constituição, de Peter Haberle. 
B – O erro da assertiva está na parte final. A interpretação não pode simplesmente 
descartar as expressões literais apostas nos textos legais/constitucionais, sob pena de 
se o intérprete se transmudar em verdadeiro legislador positivo. 
9 
 
C – A interpretação da Constituição não pode privilegiar cânones políticos em 
detrimento dos jurídicos. Com efeito, as relações sociais, políticas e jurídicas 
caminham como vetores interpretativos das normas, mas não se pode afirmar a priori 
que uma exclui ou prepondera sobre a outra. De todo modo, o cânone jurídico, como 
fator resultante de todos os demais, culmina como aquele que mais se adequa à 
interpretação das normas no Estado Democrático de DIREITO. 
D – O texto da lei obviamente deve ser levado em consideração. A norma é extraída 
justamente da interpretação do texto. Os apontamentos quanto à assertiva “B” aqui 
também são aplicáveis. 
 
2. (CESPE – PGE/PE – 2009) Chega de ação. Queremos promessas. Assim protestava o 
grafite, ainda em tinta fresca, inscrito no muro de uma cidade, no coração do mundo 
ocidental. A espirituosa inversão da lógica natural dá conta de uma das marcas dessa 
geração: a velocidade da transformação, a profusão de ideias, a multiplicação das 
novidades. Vivemos a perplexidade e a angústia da aceleração da vida. Os tempos não 
andam propícios para doutrinas, mas para mensagens de consumo rápido. Para 
jingles, e não para sinfonias. O direito vive uma grave crise existencial. Não consegue 
entregar os dois produtos que fizeram sua reputação ao longo dos séculos. De fato, a 
injustiça passeia pelas ruas com passos firmes e a insegurança é a característica da 
nossa era. 
Na aflição dessa hora, imerso nos acontecimentos, não pode o intérprete beneficiar-se 
do distanciamento crítico em relação ao fenômeno que lhe cabe analisar. Ao contrário, 
precisa operar em meio à fumaça e à espuma. Talvez esta seja uma boa explicação para 
o recurso recorrente aos prefixos pós e neo: pós-modernidade, pós-positivismo, 
neoliberalismo, neoconstitucionalismo. Sabe-se que veio depois e que tem a pretensão 
de ser novo. Mas ainda não se sabe bem o que é. Tudo é ainda incerto. Pode ser avanço. 
Pode ser uma volta ao passado. Pode ser apenas um movimento circular, uma dessas 
guinadas de 360 graus. 
L. R. Barroso. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do direito. O triunfo tardio 
do direito constitucional no Brasil. In: Internet: (com adaptações). 
Tendo o texto acima como motivação, assinale a opção correta a respeito do 
constitucionalismo e do neoconstitucionalismo. 
a) O neoconstitucionalismo tem como marco filosófico o póspositivismo, com a 
centralidade dos direitos fundamentais, no entanto, não permite uma aproximação 
entre direito e ética. 
b) A democracia, como vontade da maioria, é essencial na moderna teoria 
constitucional, de forma que as decisões judiciais devem ter o respaldo da maioria da 
população, sem o qual não possuem legitimidade. 
c) No neoconstitucionalismo, a Constituição é vista como um documento 
essencialmente político, um convite à atuação dos poderes públicos, ressaltando que a 
10 
 
concretização de suas propostas fica condicionada à liberdade de conformação do 
legislador ou à discricionariedade do administrador. 
d) O constitucionalismo pode ser definido como uma teoria (ou ideologia) que ergue o 
princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão 
estruturante da organização político-social de uma comunidade.Nesse sentido, o 
constitucionalismo moderno representa uma técnica de limitação do poder com fins 
garantísticos. 
e) O neoconstitucionalismo não autoriza a participação ativa do magistrado na 
condução das políticas públicas, sob pena de violação do princípio da separação dos 
poderes. 
 
GABARITO: D 
 
COMENTÁRIOS: 
O constitucionalismo traz consigo a ideia do governo limitado. O momento histórico 
do constitucionalismo coincide com a ruptura com o autoritarismo e a busca pelas 
garantias individuais. Desenvolveu-se com as revoluções liberais do século XVIII e 
tinha por motor básico a limitação do Poder para garantia dos direitos dos cidadãos. 
Sobre o neoconstitucionalismo, confira, abaixo, no nosso TEMA DESTACADO, um 
resumo que é suficiente para responder a qualquer questão sobre o tema. 
 
3. (REVISÃOPGE) Sobre o Poder Constituinte, assinale a alternativa correta. 
a) O Poder Constituinte Originário é inicial, autônomo, ilimitado e, na concepção 
juspositivista, um poder jurídico. 
b) O Poder Constituinte Decorrente é exercido pelos municípios quando da elaboração 
da suas respectivas leis orgânicas, na forma do art. 29 da CR/88. 
c) As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da 
inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas 
constitucionais superiores, porquanto a Constituição as prevê apenas como limites ao 
poder constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituição elaborada pelo 
poder constituinte originário, e não como abarcando normas cuja observância se impôs 
ao próprio poder constituinte originário com relação as outras que não sejam 
consideradas como cláusulas pétreas, e, portanto, possam ser emendadas. 
d) Seria inconstitucional emenda constitucional que suprimisse o voto obrigatório para 
os que tem entre dezoito e setenta anos. 
 
GABARITO: C 
 
11 
 
COMENTÁRIOS: 
A – Na concepção jusnaturalista, o PCO é um poder jurídico (ou de direito), que seria 
eterno, universal e imutável, preexistente e superior ao direito positivado, estando 
apenas submetido aos princípios do direito natural. 
B - Trata-se de assunto tratado pela doutrina em que majoritariamente a posição é no 
sentido contrário à existência de um Poder Constituinte Decorrente nos entes 
municipais. Isso porque a lei orgânica de cada município busca seu fundamento de 
validade, antes da CR/88, na Constituição do respectivo Estado. O Poder Constituinte 
Decorrente deve ter por fundamento de validade a Constituição Federal, sendo, por 
isso, tratado como um Poder de segundo grau. No caso das leis orgânicas, chegar-se-
ia ao terceiro grau, razão pela qual não haveria o Poder Constituinte Decorrente nos 
municípios. 
C – Não há hierarquia entre normas constitucionais originárias. [ADI 815, rel. min. 
Moreira Alves, j. 28-3-1996, P, DJ de 10-5-1996.] 
D – Somente é cláusula pétrea o voto direto, secreto, universal e periódico, a teor do 
art. 60, § 4º, da CR/88. O art. 60 da CR/88 precisa ser decorado. Veja abaixo no tópico 
PARA DECORAR. 
 
4. (REVISÃOPGE) Segundo a classificação doutrinária, a norma constitucional segundo 
a qual é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer é classificada como norma 
constitucional: 
a) de eficácia contida. 
b) de eficácia plena. 
c) de eficácia limitada. 
d) de eficácia relativa complementável. 
 
GABARITO: A 
 
COMENTÁRIOS: 
Na classificação de José Afonso da Silva acerca da aplicabilidade das normas 
constitucionais, há normas de eficácia plena, contida e limitada. Rapidamente, temos 
o seguinte quadro: 
1) Eficácia plena: aplicabilidade direta, imediata e integral; 
2) Eficácia contida: aplicabilidade direta, imediata e (possivelmente) não integral; 
3) Eficácia limitada: aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. 
 
Aplicabilidade direta é o seguinte: a norma constitucional pode ser aplicada a casos 
concretos, independentemente da produção de norma legal. 
12 
 
Aplicabilidade integral significa que a norma constitucional não admite contenção de 
eficácia. Assim, na norma de eficácia plena, a contenção de eficácia não é 
juridicamente aceita. 
E aplicabilidade imediata significa que a norma constitucional pode ser aplicada a 
casos concretos desde o momento de sua produção. 
O STF decidiu sobre a norma apontada no enunciado da questão nos seguintes 
termos: O art. 5º, XIII, da CR é norma de aplicação imediata e eficácia contida que 
pode ser restringida pela legislação infraconstitucional. Inexistindo lei 
regulamentando o exercício da atividade profissional dos substituídos, é livre o seu 
exercício. [MI 6.113 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 22-5-2014, P, DJE de 13-6-2014.] 
 
A assertiva “D” trouxe uma classificação de Maria Helena Diniz, que as divide em 
eficácia absoluta (cláusulas pétreas), plena, de eficácia relativa restringível 
(corresponde à eficácia contida) e de eficácia relativa complementável (equivale à 
norma de eficácia limitada). 
 
5. (REVISÃOPGE) Acerca da teoria da constituição, assinale a alternativa incorreta. 
a) O STF entende que não há direito adquirido em face de uma nova Constituição. 
b) Uma nova Constituição atinge efeitos futuros de atos passados, em regra, o que se 
chama de retroatividade média. 
c) A retroatividade máxima é permitida, desde que haja previsão na nova Constituição. 
d) A CF/88 contém exemplo de norma com grau de retroatividade máxima. 
 
GABARITO: B 
 
COMENTÁRIOS: 
A - A jurisprudência pacífica do STF é de que NÃO há direito adquirido em face de uma 
nova Constituição. Uma nova Constituição não está obrigada a respeitar o direito 
adquirido porque o Poder Constituinte Originário não está submetido a qualquer 
limitação jurídica. 
B – Errada, pois, quando se atingem efeitos futuros de atos passados, há 
retroatividade mínima, que é a regra com o advento de nova Constituição. 
C – As retroatividades média e máxima são permitidas desde que haja previsão 
expressa no novo texto constitucional. 
D - Um exemplo de retroatividade máxima é o art. 231, § 6º, da CF/88 (que trata das 
terras ocupadas por índios). A CF diz que os atos são nulos (tendo vício desde sua 
origem, não produzindo qualquer efeito). Assim, não haverá direito adquirido por 
expressa previsão constitucional. Se a CF tivesse previsto apenas a extinção dos atos, 
não haveria retroatividade. 
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, 
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente 
13 
 
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus 
bens. 
(...) 
§ 6º - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por 
objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a 
exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, 
ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei 
complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações 
contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação 
de boa fé. 
 
6. (REVISÃOPGE) Com relação aos métodos de interpretação das normas 
constitucionais, assinale a opção correta. 
a) Segundo o método tópico-problemático, a análise da norma constitucional deve-se 
fixar na literalidade da norma, de modo a extrair seu sentido sem que se leve em 
consideração a realidade social. 
b) Conforme o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser 
considerada como uma lei e, em decorrência, todos os métodos tradicionais de 
hermenêutica devem ser utilizados na atividade interpretativa, mediante a utilização de 
vários elementos de exegese, tais comoo filológico, o histórico, o lógico e o teleológico. 
c) O método jurídico-estruturante define que a Constituição é um sistema cultural e de 
valores de um povo, cabendo à interpretação aproximar-se desses valores subjacentes 
à Constituição. 
d) Em cada caso, somente há a possibilidade de se utilizar um método de interpretação 
da Constituição. 
 
GABARITO: B 
 
COMENTÁRIOS: 
A - Método da tópica ou tópico-problemático: toma a Constituição como um conjunto 
aberto de regras e princípios, dos quais o aplicador deve escolher aquele mais 
adequado para a promoção de uma solução justa ao problema que se analisa. Parte-
se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à interpretação um caráter 
prático na busca da solução dos problemas concretizados. 
B – CORRETA. 
C - Método jurídico-estruturante: a norma não se confunde com o seu texto, mas tem 
a sua estrutura composta também pelo trecho da realidade social em que incide, 
sendo esse elemento indispensável para a extração do significado da norma. Não é o 
teor literal da norma (seu texto) que efetivamente regulamenta um caso concreto, 
mas sim o órgão legislativo, o órgão governamental, o funcionário da administração 
pública, os juízes e todos aqueles que elaboram, decidem e fundamentam a decisão 
14 
 
reguladora do caso concreto. A assertiva se refere ao método científico-espiritual: a 
Constituição é um sistema cultural e de valores de um povo, cabendo à interpretação 
aproximar-se desses valores subjacentes à Constituição. Tais valores, entretanto, 
estão sujeitos a flutuações, tornando a interpretação da Constituição 
fundamentalmente elástica e flexível, fazendo com que a força de decisões 
fundamentais submeta-se às vicissitudes da realidade cambiante. 
D - Em tese, os métodos de interpretação são adequados para todos os casos 
concretos. Todos os casos são dotados de potencialidade para realizar qualquer 
intepretação constitucional, ficando a critério do intérprete de acordo com o caso 
concreto a escolha do método para tanto. 
 
7. (REVISÃOPGE) O aplicador das normas constitucionais, em se deparando com 
situações de concorrência entre bens constitucionalmente protegidos (normalmente 
direitos fundamentais), deve adotar a solução que otimize a realização de todos eles, 
mas, ao mesmo tempo, não acarrete a negação de nenhum. 
A assertiva retrata o princípio da: 
a) unidade da Constituição. 
b) concordância prática. 
c) interpretação conforme a Constituição. 
d) força normativa da Constituição. 
 
GABARITO: B 
 
COMENTÁRIOS: 
Princípio da concordância prática ou da harmonização: o aplicador das normas 
constitucionais, em se deparando com situações de concorrência entre bens 
constitucionalmente protegidos (normalmente direitos fundamentais), deve adotar a 
solução que otimize a realização de todos eles, mas, ao mesmo tempo, não acarrete 
a negação de nenhum. Essa avaliação nunca é feita a priori, mas apenas no momento 
da aplicação do texto, quando se pode coordenar, ponderar e, ao final, conciliar os 
bens e valores constitucionais em conflito. A concordância prática há de ser 
encontrada em cada caso concreto, segundo os parâmetros oferecidos pelo princípio 
da proporcionalidade, buscando sempre que a medida de sacrifício de um dos bens 
em colisão, para a solução justa e proporcional do caso concreto, não exceda o 
estritamente necessário. 
 
8. (REVISÃOPGE) Sobre recepção, repristinação e desconstitucionalização, assinale a 
alternativa incorreta. 
15 
 
a) Nos termos da teoria da desconstitucionalização, quando do surgimento de uma nova 
constituição, ocorrem duas situações distintas com as normas constitucionais 
anteriores: as normas materialmente constitucionais são revogadas, mas as normas 
apenas formalmente constitucionais, cujo conteúdo for compatível com a nova 
constituição, são recepcionadas como normas infraconstitucionais. 
b) A teoria da desconstitucionalização é admitida se houver expressa previsão no texto 
constitucional. 
c) O instituto da recepção não deve ser aplicado às hipóteses de promulgação de 
emendas constitucionais. 
d) A incompatibilidade formal superveniente, em regra, não impede a recepção, mas 
confere nova roupagem ao ato infraconstitucionail. 
 
GABARITO: C 
 
COMENTÁRIOS: 
O instituto da recepção deve ser aplicado também às hipóteses de promulgação de 
emendas constitucionais, não havendo qualquer justificativa plausível para que fique 
restrito apenas aos casos de surgimento de uma nova constituição. 
(Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional. 12ª ed. Salvador: Juspodivm, 
2016) 
Quanto ao QUESITO “D”, há exceção quando há o deslocamento da competência 
federativa do ente menor para o maior, hipótese na qual a legislação anterior não é 
recepcionada. Ou seja, a alternativa está correta, pois fala “em regra”, e trata 
exatamente da recepção do CTN como lei complementar. A exceção é justamente a 
apontada acima. 
 
9. (REVISÃOPGE) Acerca do neoconstitucionalismo, assinale a alternativa correta. 
a) O neoconstitucionalismo tem como marco filosófico o positivismo, valorizando a 
normatividade dos princípios e conferindo um papel centralizador à Constituição, o que 
resulta no que se tem chamado de constitucionalização do Direito. 
b) Os princípios e as regras não guardam diferença significativa entre si, uma vez que a 
ambos se atribui normatividade. 
c) Com o neoconstitucionalismo, há uma reaproximação entre Direito e moral. 
d) Os princípios são tidos como mandamentos de definição, aplicados segundo a lógica 
do “tudo ou nada”. 
 
GABARITO: C 
16 
 
 
COMENTÁRIOS: 
Leia nosso TEMA DESTACADO abaixo. 
Em adição, acrescentamos que os princípios são tido como mandamentos de 
otimização (Roberto Alexy), seguindo a lógica do “mais ou menos” (Ronaldo Dworkin), 
enquanto que as regras são tidas como mandamento de definição, seguindo a lógica 
do “tudo ou nada”, o que explica o erro do quesito “D”. 
 
10. (REVISÃOPGE) Sobre o constitucionalismo e interpretação constitucional, assinale 
a alternativa incorreta: 
a) O caráter contramajoritário da jurisdição constitucional, segundo o entendimento 
dominante, possibilita ao Poder Judiciário atuar ativamente em defesa de direitos 
fundamentais, desde que se paute por argumentos racionais e controláveis. 
b) No Neoconstitucionalismo preconiza-se a abertura da hermenêutica constitucional 
aos influxos da moralidade crítica. 
c) São intérpretes da constituição não apenas os órgãos do Poder Judiciário, como 
também os demais poderes políticos, além dos múltiplos atores presentes na sociedade 
civil, que, em seus debates travados na esfera pública, participam da tarefa de atribuição 
de sentido às normas constitucionais 
d) A interpretação conforme a Constituição é princípio aplicável à interpretação das 
leis, não podendo ser utilizada para interpretação de emendas constitucionais. 
 
GABARITO: D 
 
COMENTÁRIOS: 
A – A relevância do Poder Judiciário, com o neoconstitucionalismo, é expressada pelo 
ativismo judicial. A crítica que sofre o ativismo é justamente pelo seu caráter 
antidemocrático, já que os membros do Poder Judiciário não foram eleitos pelo povo. 
Justifica-se a atuação do Judiciário, no entanto, pela necessidade de guarda da 
Constituição, desde que haja racionalidade e possibilidade de controle, a fim de que 
sejam resguardados os direitos fundamentais. 
B – Veja nosso TEMA DESTACADO. 
C – É o que se propaga atualmente, sendo pertinente citar a teoria da sociedade 
aberta dos intérpretes da Constituição, de Peter Haberle. 
D – ERRADO – As emendas constitucionais também estão sujeitas ao controle de 
constitucionalidade, porque são fruto do Poder Constituinte Derivado. Sendo a 
interpretação conforme a Constituição um método de interpretação constitucional,em que se busca o significado da norma que seja compatível com a Constituição, 
também pode ser aplicado na análise da constitucionalidade de emendas à 
Constituição. 
 
17 
 
11. (CESPE – TCE/PR – 2016 - ADAPTADA) Assinale a opção correta no que concerne às 
classificações das constituições. 
a) As Constituições cesaristas são elaboradas com base em determinados princípios e 
ideais dominantes em período determinado da história. 
b) A classificação ontológica das Constituições põe em confronto as pretensões 
normativas da Carta e a realidade do processo de poder, sendo classificada como 
nominativa, nesse contexto, a Constituição que, embora pretenda dirigir o processo 
político, não o faça efetivamente. 
c) As Constituições classificadas como populares ou democráticas são materializadas 
com o tempo, com o arranjo e a harmonização de ideais e teorias outrora contrastantes. 
d) As Constituições semânticas possuem força normativa efetiva, regendo os processos 
políticos e limitando o exercício do poder. 
 
GABARITO: B 
 
COMENTÁRIOS: 
A – ERRADA – As constituições cesaristas são as constituições outorgadas submetidas 
a plebiscito ou referendo. 
B – CERTA. 
C – ERRADA – As constituições populares ou democráticas são elaborada por uma 
Assembléia Constituinte, composta por representantes eleitos pelo povo. 
D – ERRADA – Constituição semântica é aquela que serve para justificar a dominação 
daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder. Numa visão 
ontológica, constituição semântica seria aquela utilizada pelos dirigentes do Estado 
para sua permanência no poder, havendo um desvirtuamento da finalidade 
constitucional. 
 
12. (REVISÃOPGE) A respeito do poder constituinte, assinale a opção correta. 
a) O caráter ilimitado do poder constituinte originário não impede o controle de 
constitucionalidade sobre norma constitucional originária quando esta conflitar com 
outra norma constitucional igualmente originária. 
b) A impossibilidade de alteração da Constituição na vigência de estado de sítio 
representa uma limitação temporal ao Poder Constituinte Reformador. 
c) O poder constituinte originário também foi exercido quando houve a revisão prevista 
no ADCT da CF/88. 
d) As limitações formais, classificadas por parte da doutrina como limitações implícitas, 
referem-se aos órgãos competentes e aos procedimentos a serem observados na 
alteração do texto constitucional. 
18 
 
 
GABARITO: B 
 
COMENTÁRIOS: 
A – ERRADA – Normas constitucionais originárias não podem ser objeto de controle 
de constitucionalidade 
B – ERRADA – Representa uma limitação CIRCUNSTANCIAL. 
C – ERRADA – Trata-se de PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR. 
D – CERTA. 
 
13. (CESPE – TJ/PB – JUIZ – 2015 - ADAPTADA) A respeito dos elementos da CF, assinale 
a opção incorreta com relação ao poder constituinte. 
a) Conforme entendimento do STF, as normas emanadas do poder constituinte 
originário têm, em regra, eficácia retroativa mínima. 
b) O poder constituinte de reforma está sujeito a limitações materiais que podem estar 
presentes nas denominadas cláusulas pétreas implícitas. 
c) Conforme a definição clássica dos elementos da CF, o Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, da CF, é exemplo de elemento formal de aplicabilidade. 
d) O Poder Constituinte Decorrente é um poder de fato, primário, limitado e 
incondicionado. 
 
GABARITO: D 
 
COMENTÁRIOS: 
O poder constituinte decorrente é um poder de direito, secundário, limitado e 
condicionado. Estude essas classificações por seu livro base, conforme nossa 
indicação bibliográfica. É questão bem provável na PGM-BH. 
 
14. (REVISÃOPGE) Acerca da aplicabilidade das normas constitucionais, assinale a 
alternativa correta. 
a) Toda norma tem eficácia e efetividade. 
b) As normas constitucionais de eficácia limitada tem aplicabilidade indireta, integral e 
não imediata. 
c) E eficácia dos direitos fundamentais é somente vertical, uma vez que, sendo fruto do 
desejo constitucional de proteger o cidadão do próprio Estado, não pode ser aplicada 
de maneira horizontal. 
19 
 
d) O STF determinou que, enquanto não editada a lei regulamentadora, o exercício do 
direito de greve do servidor público está assegurado segundo as regras do setor privado. 
 
GABARITO: D 
 
COMENTÁRIOS: 
A – ERRADA – Aplicabilidade e efetividade não são conceitos autônomos. Na verdade, 
eficácia, aplicabilidade e efetividade são conceitos correlatos: quando se fala em 
aplicabilidade e efetividade, o que se discute são qualidades da eficácia. Trata-se, 
portanto, de qualidades da eficácia, e não de conceitos autônomos. Assim, é possível 
haver normas com eficácia e com aplicabilidade; com eficácia e sem aplicabilidade; 
com eficácia e com efetividade; com eficácia e sem efetividade. Não são, portanto, 
conceitos autônomos, mas sim conceitos trabalhados na eficácia. É possível que a 
eficácia se associe ou não à aplicabilidade; e que ela se associe ou não à efetividade. 
B – ERRADA – Como já vimos, as normas de eficácia limitada tem aplicabilidade 
indireta, mediata e reduzida. 
C – ERRADA – Quando os direitos fundamentais de primeira dimensão surgiram 
tinham apenas eficácia vertical (somente o Estado era sujeito passivo). Os juristas 
começaram a perceber, no entanto, que a violação dos direitos fundamentais não 
ocorria somente na relação subordinada entre Estado e cidadãos, mas também na 
relação de coordenação, entre particulares. Por isso desenvolveram a tese da eficácia 
horizontal dos direitos fundamentais, que impõe sua observância nas relações entre 
particulares. 
D – CERTA – Trata-se de norma de eficácia limitada ou reduzida, cuja aplicabilidade é 
indireta, mediata e reduzida, dependente de norma infraconstitucional. Por meio dos 
Mandados de Injunção (MIs) nºs 670, 708 e 712, o STF determinou a aplicação 
analógica da Lei nº. 7783/89, que cuida do exercício do direito de greve no setor 
privado. 
 
15. (REVISÃOPGE) Sobre o neoconstitucionalismo, assinale a alternativa incorreta. 
a) Para o neoconstitucionalismo, todas as disposições constitucionais são normas 
jurídicas e a Constituição, além de estar em posição formalmente superior sobre o 
restante da ordem jurídica, determina a compreensão e interpretação de todos os 
ramos do direito. 
b) A Constituição brasileira de 1988 enquadra-se na categoria das constituições 
dirigentes, porque, além de estabelecer a estrutura básica do Estado e de garantir 
direitos fundamentais, impõe ao Estado diretrizes e objetivos principalmente tendentes 
a promover a justiça social, a igualdade substantiva e a liberdade real. 
c) O pós-positivismo contesta a separação entre Direito, Moral e Política, negando a 
especificidade do objeto de cada um desses domínios. 
20 
 
d) A centralidade da Constituição, a eficácia horizontal dos direitos fundamentais e o 
ativismo judicial são características do neoconstitucionalismo. 
 
GABARITO: C 
 
COMENTÁRIOS: 
LEIA NOSSO TEMA DESTACADO! 
 
16. (REVISÃOPGE) Sobre o Poder Constituinte, assinale a alternativa correta. 
a) Não há limitação temporal ao Poder Constituinte Derivado na CF/88. 
b) Como limitação circunstancial, o Poder Constituinte Derivado não poderá ser exercido 
na vigência de intervenção federal ou do estado de sítio, não havendo previsão nesse 
sentido quanto ao estado de defesa. 
c) Por iniciativa popular, é possível o exercício do Poder Constituinte Derivado 
reformador. 
d) As limitações formais ao exercício do Poder Constituinte Derivado revisor foram 
distintas das limitações do Poder reformador. 
 
GABARITO: D 
 
COMENTÁRIOS: 
A – ERRADA – Há na CF/88 limitação temporal ao Poder Constituinte Derivado 
REVISOR (5 anos – Art. 3º do ADCT). 
B – ERRADA– Art. 60, § 1º, da CF/88 (LEIA!). 
C – ERRADA – Art. 60 da CF/88 (LEIA!). 
D – CERTA – O quórum de aprovação das emendas de revisão foi de maioria absoluta 
dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral, diferentemente do poder 
reformador, regido pelo art. 60, § 2º, da CF/88. 
 
17. (REVISÃOPGE) Acerca das limitações materiais expressas ao Poder Constituinte 
Reformador, assinale a alternativa incorreta. 
a) O STF já decidiu que emenda constitucional tendente a mitigar a imunidade tributária 
recíproca fere o pacto federativo. 
b) A transferência de competências, por si só, não fere a forma federal, desde que 
resguardado seu modelo. 
c) O princípio da anterioridade eleitoral não é cláusula pétrea da CF/88, segundo o STF. 
21 
 
d) Não apenas os direitos individuais, mas também os direitos fundamentais materiais 
como um todo estão protegidos em face do constituinte reformador ou de segundo 
grau. 
 
GABARITO: D 
 
COMENTÁRIOS: 
“O pleno exercício de direitos políticos por seus titulares (eleitores, candidatos e 
partidos) é assegurado pela Constituição por meio de um sistema de normas que 
conformam o que se poderia denominar de devido processo legal eleitoral. Na medida 
em que estabelecem as garantias fundamentais para a efetividade dos direitos 
políticos, essas regras também compõem o rol das normas denominadas cláusulas 
pétreas e, por isso, estão imunes a qualquer reforma que vise a aboli-las. O art. 16 da 
Constituição, ao submeter a alteração legal do processo eleitoral à regra da 
anualidade, constitui uma garantia fundamental para o pleno exercício de direitos 
políticos. Precedente: ADI 3.685, Rel. Min. Ellen Gracie, julg. em 22.3.2006.” (RE 
633703, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2011, 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-219 DIVULG 17-11-2011 PUBLIC 18-11-2011 RTJ 
VOL-00221-01 PP-00462 EMENT VOL-02628-01 PP-00065) 
 
18. (CESPE – TCU – 2015) Acerca das Constituições e das normas constitucionais, 
assinale a opção correta. 
a) O uso da analogia em matéria constitucional pode ser visto como uma imposição do 
princípio da isonomia. 
b) Por ser uma Constituição analítica, a CF não admite lacuna de nenhuma espécie. 
c) Por não ser dotado de caráter normativo, o preâmbulo da CF não pode ser utilizado 
pelo aplicador como vetor de interpretação. 
d) Entende-se por “silêncio eloquente" da Constituição um lapso do legislador 
constituinte que, pretendendo deliberadamente contemplar determinada hipótese de 
fato, acabe omitindo, por desaviso, a respectiva norma disciplinadora. 
e) Em modelos de Constituição formal e rígida como o da brasileira, é inadequado falar-
se em normas constitucionais implícitas. 
 
GABARITO: A 
 
COMENTÁRIOS: 
A – CERTA. 
22 
 
B – ERRADA – Não é porque a CF é analítica que não tem lacunas. Essa correlação não 
é necessária. Na verdade, as lacunas são sempre possíveis, diante da infinidade de 
situações a serem reguladas e da evolução social constante. 
C – ERRADA – Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da 
proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição 
estadual, não tendo força normativa. [ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, j. 15-8-2002, 
P, DJ de 8-8-2003.] 
D – ERRADA – A existência de normas constitucionais implícitas é albergada pelo STF 
em diversos casos, a exemplo da supremacia do interesse público sobre o privado, 
que não se encontra expresso no texto constitucional. 
 
 
19. (REVISÃOPGE) Acerca de constituição, história da CF/88, poder constituinte e 
princípios fundamentais, assinale a opção correta com base na jurisprudência do STF. 
a) A República Federativa do Brasil constitui-se em estado democrático de direito e 
tem como fundamentos a soberania, a cidadania e a construção de uma sociedade 
livre, justa e solidária. 
b) As constituições promulgadas são aquelas impostas pelo agente revolucionário, sem 
a participação do povo. 
c) No Brasil, a federação surge provisoriamente através do Decreto n. 1, de 15.11.1889, 
juntamente com a forma republicana de governo, tomando assento constitucional na 
Carta de 1891. As Constituições posteriores mantiveram a forma federativa de Estado, 
embora o federalismo nas Constituições de 1937 e de 1967, bem como durante a 
vigência da Emenda nº 1/69, tenha sido apenas nominal (“federalismo de fachada”). 
d) A invocação de Deus no preâmbulo da CF/88 é norma de reprodução obrigatória nas 
Constituições Estaduais. 
 
GABARITO: C 
 
COMENTÁRIOS: 
A – ERRADA – LEIA O TÓPICO PARA DECORAR ABAIXO. 
B – ERRADA – As constituições promulgadas são justamente as que contam com a 
participação do povo e, por isso, são também chamadas de constituições 
democráticas, populares, dogmáticas ou votadas. 
C – CERTA. 
D – ERRADA – Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da 
proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição 
estadual, não tendo força normativa. [ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, j. 15-8-2002, 
P, DJ de 8-8-2003.] 
 
23 
 
20. Na obra “A teoria dos princípios”, Humberto Ávila refere-se a normas imediatamente 
descritivas, primariamente retrospectivas e com pretensão de decidibilidade e 
abrangência, para cuja aplicação se exige avaliação de correspondência, sempre 
centrada na finalidade que lhes dá suporte (Marcelo Novelino. Curso de Direito 
Constitucional. 12ª ed. Salvador: Juspodivm, 2016). 
A que o texto se refere? 
a) às regras. 
b) aos princípios. 
c) aos postulados normativos. 
d) às metanormas. 
 
GABARITO: A 
 
COMENTÁRIOS: 
Citar Humberto Ávila é primordial em qualquer prova de segunda fase ou oral que 
trate de principiologia. O autor diferencia com maestria regras de princípios. 
Categoriza as regras como normas preliminarmente decisivas e abarcantes, com 
pretensão de gerar uma solução específica para o conflito de razões, e os princípios 
como normas primariamente complementares e preliminarmente parciais 
vocacionadas a fornecer razões contributivas para a decisão. Aduz que as normas são 
imediatamente descritivas que estabelecem obrigações, permissões e proibições; os 
princípios são normas imediatamente finalísticas que estabelecem um estado de 
coisas a ser atingido. 
A par dessas espécies, citam-se ainda os postulados normativos, definidos como 
deveres de segundo grau que, situados no âmbito das metanormas, estabelecem a 
estrutura de aplicação e prescrevem modos de raciocínio e argumentação no tocante 
a outras normas. É o caso, por exemplo, do princípio da proporcionalidade. 
 
 
24 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. (REVISÃOPGE) Acerca da origem, natureza jurídica e objeto do Direito 
Administrativo, assinale a opção correta. 
a) O fato de não existir um código específico para o Direito Administrativo reflete a falta 
de autonomia desse ramo jurídico, devendo o aplicador do direito recorrer a outras 
disciplinas subsidiariamente. 
b) O Direito Administrativo tem por objetivo regular as relações jurídicas entre 
servidores e entre estes e os órgãos da administração, ao passo que o direito privado 
regula a relação entre os órgãos e a sociedade. 
c) A administração pública não se confunde com o próprio Poder Executivo, haja vista 
que a função administrativa não é deste exclusiva. 
d) O Direito Administrativo pode ser definido como o conjunto dos princípios jurídicos 
de direito público e privado que tratam da Administração Pública, suas entidades, 
órgãos e agentes públicos. 
 
Comentários: 
GABARITO: C. 
A - Errada. Isso porque o Direito Administrativo é dotado de princípios e feições 
próprios, entre outras características singulares, o que lhe confere o status de ramo 
autônomo. Não seria a simples faltade codificação que comprometeria a autonomia do 
Direito Administrativo. 
B – errada. O Direito Administrativo visa a regular as relações entre seus sujeitos, entre 
estes e seus agentes, bem como entre a Administração e os administrados, quando 
aquela atua sob a égide da supremacia do interesse público sobre o particular, em 
relações jurídicas caracterizadas por um regime de Direito Público. 
C – CERTA. A Administração pública não se confunde com o Poder Executivo, 
justamente porque os demais Poderes também exercem função administrativa, ainda 
que atipicamente, o que não confere exclusividade ao Poder Executivo para o exercício 
desta função. 
D – Errada. O erro da alternativa está no fato de que o Direito Administrativo é 
responsável por instituir o regime de direito público e, não obstante existam pessoas de 
direito privado na administração Indireta, as normas de direito privado que podem ser 
a elas aplicadas não são estabelecidas pelo Direito Administrativo. 
 
25 
 
2. (REVISÃOPGE) Com relação à Administração Pública e suas classificações, assinale a 
opção correta. 
a) A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos governamentais, com 
a atribuição de traçar políticas públicas, bem como os órgãos administrativos, 
encarregados de executar os planos governamentais. 
b) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito à atividade administrativa 
exercida pelas pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função 
administrativa. 
c) As atividades de polícia administrativa, de prestação de serviço público e de fomento 
são próprias da administração pública em sentido objetivo. 
d) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a 
administrativa 
 
Comentários: 
GABARITO: C. 
A – Errada. A expressão “Administração Pública” abarca diversas concepções. 
Inicialmente, tem-se que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como 
o conjunto de órgãos de governo (com função política de planejar, comandar e traçar 
metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, executando os planos 
governamentais). No sentido estrito (stricto sensu), pode-se definir Administração 
Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham 
a função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração 
Pública é representada, apenas, pelos órgãos administrativos. 
B – Errada. Em sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de 
órgãos, agentes e entidades que desempenham a função administrativa. O conceito 
subjetivo representa os meios de atuação da Administração Pública. 
C – CERTA. As seguintes atividades podem ser apontadas como próprias da 
administração pública em sentido objetivo: 
 Polícia administrativa: abrange as atividades administrativas que implicam 
restrições ou condicionamentos aos direitos individuais impostos em prol do 
interesse de toda coletividade, como ordens, notificações, licenças, 
autorizações, 
fiscalização, sanções. 
 Serviço público: toda atividade executada diretamente pela Administração 
Pública formal ou por particulares delegatários que tenham por fim satisfazer as 
necessidades coletivas, sob regime predominantemente público. Exemplos: 
serviço postal, serviços de telecomunicações, transporte ferroviário, rodoviário 
26 
 
e 
aéreo etc. 
 Fomento: compreende a atividade administrativa de incentivo à iniciativa 
privada de utilidade ou interesse público, tais como o financiamento sob 
condições especiais, a concessão de benefícios ou incentivos fiscais etc. 
 Intervenção: é entendida como sendo a regulamentação e fiscalização da 
atividade econômica de natureza privada (intervenção indireta), por exemplo, 
mediante a atuação de agências reguladoras, bem assim a atuação do Estado 
diretamente na ordem econômica, geralmente por meio das empresas estatais 
(intervenção direta). Compreende também as intervenções estatais na 
propriedade privada (tombamento, requisição, desapropriação, servidão, etc.). 
D – Errada. O erro da alternativa está no fato de que em sentido estrito administração 
pública não abrange a função política, como acima explicado. 
 
3. (REVISÃOPGE) Em seu processo de formação, o Direito Administrativo brasileiro 
recebeu a influência da experiência doutrinária, legislativa e jurisprudencial de 
diversos países, destacando-se a França. No rol de contribuições do Direito francês à 
prática atual do Direito Administrativo no Brasil, é incorreto afirma que: 
a) a noção de que o interesse público é a diretriz central da atividade administrativa. 
b) a ideia de exorbitância em relação ao direito comum, aplicável aos particulares, 
expressada por força do princípio da supremacia do interesse público. 
c) a criação de teorias próprias de Direito Público em matéria de responsabilidade 
extracontratual das entidades estatais. 
d) o sistema de contencioso administrativo. 
 
Comentários: 
GABARITO: D. 
O direito francês contribuiu para a autonomia do Direito Admiristrativo. Na França 
nasceu a jurisdição administrativa (o contencioso administrativo), em razão do apego 
a separação dos poderes e a desconfiança aos juizes do velho regime. Criava-se, assim, 
o sistema da dualidade de jurisdição. 
Os constituintes franceses entenderam que a solução dos litígios nos quais a 
Administração Pública é parte não pode ser atribuída ao Poder Judiciário, sob pena de 
criar-se subordinação de um Poder ao outro. Quatro foram os princípios essenciais que 
informam o Direito Administrativo francês: 
27 
 
 I - o da separação das autoridades administrativa e judiciária, que determina as 
matérias para as quais os tribunais judiciais são Incompetentes; 
 II - o das decisões executórias, que reconhece à Administração a prerrogativa de 
emitir unilateralmente atos jurídicos que criam obrigações para o particular, 
independente da sua concordância; 
 III - o da legalidade, no qual obrigada a Administração a respeitar a lei; 
 IV - o da responsabilidade do poder público, em virtude do qual as pessoas 
públicas devem reparar os danos causados aos particulares. Contudo, no Brasil 
o sistema de controle jurisdicional da Administração Pública não é o francês. 
O controle jurisdicional da Administração Pública é organizado através de dois sistemas: 
o modelo francês, denominado de sistema de jurisdição dupla, também conhecida 
como dualidade de jurisdição, contencioso administrativo ou sistema de jurisdição 
administrativa e o sistema de jurisdição una, também conhecida como unidade de 
jurisdição ou sistema de jurisdição ordinária. O Brasil adota o sistema de jurisdição una, 
em que os litígios envolvendo a Administração Pública são julgados por juízes e tribunais 
comuns. O art. 5º, inc. XXXV, da CF consagrou o princípio da inafastabilidade da 
jurisdição, também conhecido como direito de ação, ou princípio do livre acesso ao 
judiciário. 
Por este principio não se admite mais no sistema constitucional brasileiro a 
denominada jurisdição condicionada ou ainda Instância administrativa de curso 
forçado, ou seja, não precisa que sejam esgotadas as vias administrativas para que se 
possa ingressar com um pedido judicial. Exceção a essa regra é também prevista na CF, 
texto Inserido pelo constituinte originário, que criou a justiça desportiva (art. 217, §§ 1º 
e 2º). 
 
4. (REVISÃOPGE) Quanto ao conceito de administração pública, órgão público e 
competência administrativa, marque a alternativa correta. 
a) Do ponto de vista subjetivo, a administração pública integra o Poder Executivo, que 
exerce com exclusividade as funções administrativas. 
b) O ingresso de ação judicial noPoder Judiciário para questionar ato do poder público 
é condicionado ao prévio exaurimento da instância administrativa, isso ocorre por 
influência do modelo dualista francês. 
c) O poder de polícia e o fomento de atividades são exemplos de atribuições que compõe 
o conceito de administração pública sob o critério funcional. 
d) Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que o poder público faça tudo o 
que não estiver expressamente proibido pela lei. 
 
28 
 
Comentários: 
GABARITO: C. 
A – Errada. A atividade administrativa, apesar de ser típica do Poder Executivo, 
também é exercida atipicamente nos âmbitos dos Poderes Legislativo e Judiciário, pois 
ambos têm a incumbência de gerir bens, serviços e interesses que lhes são confiados. 
Apesar de encontrarem no Executivo seu campo de atuação por excelência, também são 
aplicáveis no âmbito dos demais Poderes quando no exercício da função administrativa. 
B – Errada. Como regra, o ingresso no Poder Judiciário para questionar ato do poder 
público não é condicionado ao prévio exaurimento da instância administrativa. Existem, 
é verdade, algumas exceções, quais sejam: Justiça Desportiva, reclamação contra o 
descumprimento de Súmula Vinculante, habeas data, mandado de segurança e ações 
judiciais contra o INSS relativas à concessão de benefícios previdenciários. 
C – CERTA. No sentido objetivo, material ou funcional, a expressão administração 
pública consiste na própria função administrativa exercida pelos órgãos, entidades e 
agentes que integram a Administração Pública. Estuda-se as atividades finalísticas 
exercidas pela administração, a exemplo do fomento, serviço público, polícia 
administrativa e intervenção administrativa, e não a sua composição e estruturação. 
D – Errada. O item apresentou o princípio da legalidade sob a ótica civilista (Direito 
Privado). Para o poder público, o referido princípio implica que a Administração só pode 
fazer o que lei determina ou autoriza (e não o que ela não proíbe). 
 
5 (REVISÃOPGE) Quanto ao regime jurídico-administrativo e a jurisprudência dos 
tribunais superiores, marque a opção correta. 
a) Segundo o Supremo Tribunal Federal, a exigência de depósito prévio para a 
admissibilidade de recurso administrativo não viola o direito à ampla defesa. 
b) No âmbito do processo administrativo, não se aplica a proibição de apresentação de 
provas obtidas por meios ilícitos. 
c) A interpretação da norma no âmbito do processo administrativo, de acordo com o 
princípio da finalidade, deve ser realizada da forma que melhor garanta o atendimento 
do fim público a que se dirige, sendo vedada a aplicação retroativa de nova 
interpretação. 
d) Segundo o princípio da publicidade, a administração pública deve ser transparente 
em sua atuação, devendo garantir o direito de acesso à informação dos administrados, 
independentemente de seu conteúdo. 
 
Comentários: 
29 
 
GABARITO: C. 
A – Errada. Nos termos da Súmula Vinculante no 21, "é inconstitucional a exigência de 
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso 
administrativo". 
B – Errada. As provas ilícitas são vedadas tanto em processos judiciais quanto 
administrativos, o art. 30, caput, da Lei no 9.784/99, deixa clara tal proibição: "são 
inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos". 
C – CERTA. A resposta correta é a alternativa C, uma vez que o princípio da finalidade 
impõe ao administrador a obrigação de praticar o ato administrativo com vistas à 
realização da finalidade perseguida pela lei. No âmbito do processo administrativo, o 
princípio da finalidade determina que a interpretação da norma administrativa deve ser 
realizada da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, 
sendo vedada a aplicação retroativa da norma interpretação. 
D – Errada. Pelo princípio da publicidade, a atuação administrativa não pode ser secreta. 
Ao contrário, deve ser transparente para que, assim, o titular do poder – que é o povo 
– possa verificar se, realmente, a conduta do administrador estava pautada no interesse 
público. A regra, portanto, é que todo ato administrativo deve ser publicado, exceto 
quando, nos termos do art. 5°, XXXIII, da Constituição Federal. O "sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado". 
 
6. (REVISÃOPGE) Com relação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, 
assinale a opção correta. 
a) O princípio da razoabilidade apresenta-se como meio de controle da 
discricionariedade administrativa, justificando, inclusive, a possibilidade de correção 
judicial. 
b) Segundo o entendimento do STF, para que não ocorra violação do princípio da 
proporcionalidade, devem ser observados três subprincípios: adequação, finalidade e 
razoabilidade stricto sensu. 
c) O princípio da razoabilidade impõe à administração pública a adequação entre meios 
e fins, permitindo a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior 
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. 
d) Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade estão expressamente previstos 
no texto constitucional. 
 
Comentários: 
GABARITO: A. 
30 
 
Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade não estão expressos no texto 
Constitucional, são princípios implícitos, porém deve toda conduta administrativa ser 
pautada por eles, de modo que haja adequação, coerência entre os meios e os fins. Com 
efeito, a razoabilidade dá a ideia de equilíbrio, de adequação e necessidade da conduta 
administrativa, equilíbrios entre os meios e os fins. Já a proporcionalidade, que é 
considerada por boa parte da doutrina um aspecto da razoabilidade, refere-se à 
proibição do excesso, ou seja, não podendo haver imposição de obrigação, restrição ou 
sanção em medida superior àquela que corresponda ao atendimento ao interesse 
público. 
Nesse sentido, dispõe o art. 2º, parágrafo único, inciso VI, da Lei nº 9.784/99 que: “VI – 
adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções 
em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse 
público”. 
Assim, pelo princípio da razoabilidade, também chamado de princípio da proibição de 
excessos ou da proporcionalidade ampla, os meios devem ser adequados aos fins do ato 
administrativo. Trata-se, portanto, de importante limitador à atividade discricionária da 
Administração Pública, sendo aplicado, inclusive, peio Poder Judiciário, quando da 
análise do mérito do ato administrativo, possível à luz da necessária observância dos 
princípios constitucionais. 
Portanto, está correta a alternativa A. 
 
7. (REVISÃOPGE) No direito administrativo, a afirmação de que a administração 
pública não pode atuar com objetivo de prejudicar ou beneficiar pessoas 
determinadas, nem os seus atos devem ser imputados aos funcionários que os 
praticam, mas ao órgão da administração pública, corresponde ao princípio da: 
a) moralidade. 
b) legalidade. 
c) impessoalidade. 
d) supremacia do interesse público sobre o individual. 
 
Comentários: 
GABARITO: D. 
O princípio da impessoalidade é visto sob dois prismas. O primeiro, no sentido de atuar 
visando o interesse público (finalidade), obstando que a Administração Pública atue de 
forma discriminatória ou beneficie alguém por critérios subjetivos, em outras palavras, 
que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais. 
31 
 
Como destaca o Prof. Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade assume a faceta 
de princípio da isonomia, na medida em que a Administração deve proporcionar 
igualdade de condições e tratamento a todos osadministrados. 
No segundo prisma, estabelece a vedação da promoção pessoal de agentes públicos ou 
autoridades administrativas, conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, assim 
expresso: “§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela 
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos”. 
Nesse sentido, é bom destacar que os atos realizados pelos agentes públicos não são 
imputados a si mesmos, mas às pessoas jurídicas a que pertencem, ou seja, à 
Administração Pública (princípio da imputação volitiva), conforme observamos na 
aplicação da teoria do órgão. 
Portanto, o enunciado dessa questão adequa-se perfeitamente ao princípio da 
impessoalidade – alternativa D. 
 
8. (REVISÃOPGE) A série de reformas administrativas promovidas no fim dos anos 
1990 culminaram na Emenda Constitucional nº 19, que incluiu na Constituição da 
República regras que são consequência direta do princípio da eficiência. Quanto a 
essas regras constitucionais, assinale a alternativa incorreta. 
a) O servidor público estável poderá perder o cargo mediante procedimento de 
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa. 
b) União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação 
e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos 
um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de 
convênios ou contratos entre os entes federados. 
c) as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos 
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se, dentre outras, às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
d) A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado 
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas 
de desempenho para o órgão ou entidade. 
 
Comentários: 
32 
 
GABARITO: C. 
A questão trata do princípio da eficiência. Como se sabe, a partir de 1995 iniciou-se um 
processo de modernização da Administração Federal, buscando implementar a 
denominada administração pública gerencial. O marco inicial da reforma foi a 
publicação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, mas o marco jurídico 
foi a promulgação da Emenda Constitucional 19/1998, que incluiu o princípio da 
eficiência como princípio constitucional expresso. Além disso, várias mudanças 
realizadas pela EC 19/1998 estão relacionadas com a modernização da Administração e, 
por conseguinte, com o princípio da eficiência. 
Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da eficiência “orienta a atividade 
administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios escassos de 
que dispõe e a menor custo”, “consiste na organização racional dos meios e recursos 
humanos, materiais e institucionais para a prestação de serviços públicos de qualidade 
com razoável rapidez”. (art. 5º, LXXVIII). 
A questão trouxe quatro situações relacionadas com o princípio da eficiência, existem 
outras, mas vamos citar apenas aquelas mencionadas na questão, vejamos: 
 Art. 37. […] § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos 
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser 
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores 
e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de 
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
 I – o prazo de duração do contrato; 
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, 
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
III – a remuneração do pessoal. 
 
Art. 41. […] § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
 III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, 
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem 
33 
 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento; 
 
Art. 39 […] § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão 
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos 
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos 
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a 
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. 
Portanto, estão corretas as alternativas A, B e D. O erro da alternativa C reside no fato 
de que apenas as atribuições de direção, chefia e assessoramento podem ser objeto de 
cargos comissionados. 
 
9. (REVISÃOPGE) Quanto aos princípios que regem a atuação da Administração 
Pública, assinale a alternativa correta. 
a) A presunção de legitimidade dos atos administrativos, que impõe aos particulares o 
ônus de provar eventuais vícios existentes em tais atos, decorre do regime jurídico-
administrativo aplicável à administração pública. 
b) Uma das exceções ao princípio da legalidade administrativa consiste na possibilidade 
de o presidente da República editar decreto para criar cargos ou funções públicas. 
c) É obrigatória a observância do princípio da publicidade nos processos administrativos, 
mediante a divulgação oficial dos atos administrativos, inclusive os relacionados ao 
direito à intimidade. 
d) Para que determinada conduta seja caracterizada como ato de improbidade 
administrativa violadora do princípio da impessoalidade, é necessária a comprovação 
do respectivo dano ao erário. 
 
Comentários: 
GABARITO: A. 
A – CERTA. A presunção de legitimidade está intimamente relacionada com o princípio 
da legalidade, pois se a atuação administrativa deve se dar de acordo com a lei e com o 
direito, presume-se que todo ato administrativo praticado seja legal. Entretanto. Trata-
se de presunção relativa (iuris tantum), pois admite prova em contrário. 
B – Errada. O Presidente da República não editar decreto para criar cargos ou funções 
públicas. O decreto autônomo, descrito no art 84, '/1, da Constituição Federal, atribui 
34 
 
ao Presidente da República a competência para dispor, medianle decreto, sobre a 
administração federal, desde que não implique aumento de despesa, não faça a criação 
de órgão público e nem a extinção de cargo público provido. 
C – Errada. O art. do art. 5°, XXXIII, CF/88, faz a ressalva: o "sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado". Em se tratando de direito a intimidade, entende-
se que esta encontra-se albergada pelo mesmo dispositivo constitucional. 
D – Errada. A aplicação das sanções por ato de improbidade administrativa, nos termos 
do art. 20, da Lei no 8.4~9/92, independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio 
público, salvo quanto à pena de ressarcimento. 
 
10. (REVISÃOPGE) Embora existam relevantes divergências doutrinárias, é possível 
afirmar que o regime jurídico-administrativo tem por características fundamentais: 
a) o respeito aos direitos e garantias fundamentaise a prevalência da autonomia da 
vontade do indivíduo. 
b) as prerrogativas e sujeições a que se submete a administração pública. 
c) a aplicação preponderante de normas do direito privado e dos princípios gerais do 
direito. 
d) a igualdade formal entre os administrados e a relação de horizontalidade entre estes 
e o Estado. 
 
Comentários: 
GABARITO: B. 
A Administração Pública não pode atuar da mesma forma que o particular no 
desempenho de suas atividades. Isso ocorre porque o Estado atua com a finalidade de 
alcançar o interesse público, que é indisponível. Dessa reflexão que retiramos 
os princípios/diretrizes orientadores de toda a atuação da Administração Pública: a 
supremacia e a indisponibilidade do interesse público. 
Nesse contexto, são atribuídos alguns privilégios e restrições que permeiam a atuação 
estatal, dando origem ao denominado regime jurídico-administrativo, Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro ensina que “a expressão regime jurídico administrativo é reservada tão-
somente para abranger o conjunto de traços, de conotações que tipificam o Direito 
Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, 
na relação jurídico-administrativa. Basicamente pode-se dizer que o regime 
administrativo resume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições”. 
35 
 
Outro bom conceito é o de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, vejamos: “Baseia-se 
na ideia de existência de poderes especiais passíveis de serem exercidos pela 
administração pública, contrabalançados pela imposição de restrições especiais à 
atuação dessa mesma administração, não existentes nas relações típicas de direito 
privado. Essas prerrogativas e limitações traduzem-se, respectivamente, nos princípios 
da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público”. 
11. (REVISÃOPGE) Está correta, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
acerca dos princípios constitucionais e do regime jurídico-administrativo, a seguinte 
alternativa. 
a) Ao gestor é lícito alterar, por meio de portaria, as atribuições dos cargos públicos de 
seus subordinados, tal procedimento não contraria direito líquido e certo do servidor 
público investido no cargo, diante da inexistência de direito adquirido a regime jurídico. 
b) A vedação ao nepotismo decorre diretamente de princípios constitucionais explícitos, 
como os princípios da impessoalidade, da moralidade administrativa e da igualdade, não 
se exigindo a edição de lei formal para coibir a sua prática. 
c) Em caso repasse de de verbas federais a município, dado o princípio da autonomia 
dos entes federados, a aplicação desses recursos pelo governo municipal não será 
objeto de fiscalização do órgão controlador federal. 
d) Por força de princípios constitucionais como a moralidade, a legalidade e a eficiência, 
a administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os 
tornem ilegais. 
 
COMENTÁRIOS 
GABARITO: B. 
A – Errada. De fato, não há direito adquirido a regime jurídico, mas desde que a 
alteração do regime se dê mediante lei, e não por meio de portaria. 
B – CERTA. O tema é objeto de decisão do STF na qual declarou 
a constitucionalidade de Resolução do Conselho Nacional de Justiça (normal 
infralegal) que vedava expressamente a prática de nepotismo. Vejamos a ementa: 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM PROL DA RESOLUÇÃO 
Nº 07, de 18.10.05, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE 
“DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES POR PARENTES, 
CÔNJUGES E COMPANHEIROS DE MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM 
CARGOS DE DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS DO PODER 
JUDICIÁRIO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. Os 
condicionamentos impostos pela Resolução nº 07/05, do CNJ, não atentam contra a 
liberdade de prover e desprover cargos em comissão e funções de confiança. As 
36 
 
restrições constantes do ato resolutivo são, no rigor dos termos, as mesmas já 
impostas pela Constituição de 1988, dedutíveis dos republicanos princípios da 
impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da moralidade. (…) 3. Ação julgada 
procedente para: a) emprestar interpretação conforme à Constituição para deduzir a 
função de chefia do substantivo “direção” nos incisos II, III, IV, V do artigo 2° do ato 
normativo em foco; b) declarar a constitucionalidade da Resolução nº 07/2005, do 
Conselho Nacional de Justiça (ADC 12/DF, DJ 18/12/2009) 
Como se vê, o STF entendeu que a prática do nepotismo no Judiciário poderia ser 
combatida por meio da referida Resolução do CNJ, norma de natureza infralegal, ou 
seja, a situação não reclamava a edição de lei formal, eis que as restrições ao 
nepotismo impostas pela norma seriam decorrência lógica dos princípios 
constitucionais da impessoalidade, eficiência, igualdade e moralidade. (TEMA MUITO 
IMPORTANTE) 
C – Errada. Segundo o STF, os recursos federais repassados a município não perdem a 
sua natureza federal e, por essa razão, podem ser fiscalizados pelos órgãos de controle 
da União, mesmo que sejam aplicados por gestores municipais. 
D – Errada. Misturou os conceitos, em caso de atos viciados o remédio correto é a 
anulação do ato. Veja e memorize a importantíssima súmula 473 do STF: “A 
Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os 
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada em 
todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
12. (REVISÃOPGE) Quanto aos princípios do direito administrativo e à organização da 
administração pública, julgue os itens a seguir. 
a) De acordo com a jurisprudência do STF, o acesso às informações referentes às verbas 
indenizatórias recebidas para o exercício da atividade parlamentar, em exceção ao 
princípio da publicidade, é permitido apenas aos órgãos fiscalizadores e aos 
parlamentares, dado o caráter sigiloso da natureza da verba e a necessidade de 
preservar dados relacionados à intimidade e à vida privada do parlamentar. 
b) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo ato da 
administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente. 
c) Os atos e as realizações administrativo-governamentais são imputados ao ente 
público e não ao agente público, isso ocorre por força do princípio constitucional 
expresso da impessoalidade. 
d) A supremacia do interesse público sobre o privado integra o conteúdo do regime 
jurídico-administrativo, podendo o interesse público primário coincidir com o interesse 
37 
 
público secundário, na medida em que ambos correspondam ao interesse do Estado 
como sujeito de direito. 
 
COMENTÁRIOS 
GABARITO: C. 
A – Errada. A regra é a transparência, ressalvando-se o sigilo somente para os casos de 
imprescindíveis para à segurança da sociedade e do Estado (CF, art. 5º, XXXIII). O STF 
decidiu que: “Ato que indefere acesso a documentos relativos ao pagamento de verbas 
públicas. (…) A regra geral num Estado Republicano é a da total transparência no acesso 
a documentos públicos, sendo o sigilo a exceção. (…) As verbas indenizatórias para 
exercício da atividade parlamentar têm natureza pública, não havendo razões de 
segurança ou de intimidade que justifiquem genericamente seu caráter sigiloso.” (MS 
28.178, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 4-3-2015, Plenário, DJE de 8-5-2015.) 
B – Errada. Existe divergência doutrinária quanto à imprescindibilidade da intenção do 
agente para análise da moralidade administrativa. Contudo, a CESPE, no concurso para 
técnico do INSS de 2016, firmou entendimento de que a

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