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1 
 
Universidade Federal de Alagoas – UFAL 
Escola de Enfermagem e Farmácia 
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde 
Prof° Dr° Jorge Bezerra 
 
Mirella Priscilla dos Santos Vieira 
 
Hemoglobinopatias 
Anemia falciforme e talassemias (α e β) 
 
Introdução 
Doenças das hemoglobinas – hemoglobinopatias – são doenças genéticas com 
predomínio de portadores heterozigotos, consiste em um conjunto de alterações na estrutura 
ou na síntese de hemoglobinas, ocasionando uma elevação do nível de morbidade em 
condições ambientais normais e comprometendo sua função vital. 
As hemoglobinopatias são as doenças genéticas mais comum em todo mundo; até 2014 
foram descritas 1200 variantes hemoglobínicas, embora nem todas tenham tradução clínica 
(TEIXEIRA, Pedro. 2014)[1]. 
Elas compreendem a anemia falciforme, onde as alterações resultam de uma 
anormalidade estrutural em uma das cadeias da globina, e as talassemias, onde acarreta uma 
redução na velocidade de produção de cadeias de globina α e β, acarretando em uma 
instabilidade das concentrações, ocasionando a diminuição ou suprimindo a produção de 
globinas que compõe o tetrâmero da molécula de hemoglobina ou a incapacidade de produzir 
a cadeia globínica. 
A hemoglobina é formada por duas cadeias α e duas β, cada uma associada a um grupo 
heme; ela confere a cor vermelha ao sangue, sendo responsável por levar o oxigênio dos 
pulmões para todo o corpo através da corrente sanguínea, para o funcionamento de todos os 
órgãos; exerce também funções importantes na remoção de dióxido de carbono resultante do 
catabolismo e na manutenção do equilíbrio ácido-base. 
A ligação do oxigênio ao átomo de ferro do grupo heme da hemoglobina altera 
drasticamente a sua conformação – passando da sua forma desoxigenada (forma T - tensa) 
para a sua forma oxigenada (forma R - relaxada). Além de uma rotação dos dímeros αβ ao 
longo das regiões de contato α1-β2, as pontes salinas que estabilizam a proteína na forma T 
são quebradas, resultando numa maior compactação da proteína na forma R. Esta interação 
entre as subunidades globínicas tem repercussão direta sobre a função da hemoglobina, 
condicionando o seu padrão de afinidade pelo oxigênio [1]. 
Em termos práticos, verifica-se que a ligação do oxigênio a um dos grupos heme da 
proteína facilita a ligação ao seguinte até que todos estejam associados a oxigênio (ligação 
cooperativa). O mesmo ocorre na altura em que o oxigênio se dissocia do heme para ser 
cedido às células, o que torna a libertação pelos restantes mais rápida e fácil [1]. 
 
 
 
 
 
2 
 
Desenvolvimento 
 
1. Anemia falciforme 
Na hemoglobina os genes para a formação são herdados dos pais biológicos, formando 
a Hb AA; quando ao invés de receber a Hb A, o indivíduo recebe um gene que produz uma 
hemoglobina diferente, a Hb S (mutação gênica de ponto que ocasiona a substituição do ácido 
glutâmico por valina, na posição 6 da cadeia β). 
 Se o indivíduo receber o gene para o Hb S de apenas um dos pais, ele será 
assintomático (Hb AS); porém, se o gene for recebido por ambos os pais, o indivíduo terá 
anemia falciforme (Hb SS), a doença mais frequente das hemoglobinopatias. Caso haja a 
procriação entre dois indivíduos Hb AS, há uma chance maior que os filhos tenham anemia 
falciforme. 
 Na anemia falciforme a função das hemoglobinas é afetada e elas não conseguem fazer 
um transporte de oxigênio satisfatório. 
A Hb S faz com que a que a hemácia deixe de ser flexível e fique mais rígida, assim ela 
passa a ter o formato de meia lua (ou foice – daí o nome falciforme), com esse formato ela 
tende a se ligar a vasos sanguíneos e também outras hemácias e ser destruída com maior 
facilidade, ocasionando a anemia e dificultando a circulação do sangue, o que acarreta em 
entupimento dos vasos sanguíneos e causando alterações em todos os órgãos do corpo [2]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A anemia duradoura é o sinal mais atenuante da anemia falciforme, mas a causa dessa 
anemia não é a falta de ferro, e sim a destruição rápida das hemácias, que duram menos tempo 
quando estão no formato de foice, na maioria das vezes é preciso que ocorra a transfusão de 
sangue nos pacientes portadores. 
Na infância os principais sintomas são o atraso de crescimento, esplenomegalia e 
infecções repetidas; na vida adulta os sintomas são a obstrução vascular e de infartos 
dolorosos em vários tecidos, incluindo os ossos, músculos, baço (que leva à diminuição da 
função imune) e pulmões. 
A triagem neonatal – teste do pezinho – é a forma de diagnosticar precocemente a 
doença e de outras hemoglobinopatias, o ideal é que o diagnóstico seja feito com o teste de 
Figura I. 
http://hemoglobinopatias.com.br/introducao-
doenca-falciforme/ 
 
 
3 
 
triagem neonatal entre o 3º e o 5º dia de vida da criança. Quanto antes for realizado o 
diagnóstico, melhor a qualidade e expectativa de vida do paciente [3]. 
Até hoje, não existem métodos eficazes para evitar a falcização; sendo assim a anemia 
falciforme é tratada com antibióticos, suplementação de ácido fólico, suplementação 
hormonal (crescimento), nutrientes e vitaminas, analgésicos adequados, hidratação, 
oxigenação (hipoxemia arterial), e hipertransfusão. 
A hidroxiuréia (HU) é, atualmente, a droga mais estudada para o tratamento das 
hemoglobinopatias. A HU, agente mielossupressor, previne crises vaso-oclusivas em adultos 
com anemia falciforme [3]. 
 É possível, curas em pacientes com anemia falciforme por meio de transplante de 
medula óssea, utilizando como doador um irmão que não seja afetado pela doença e seja 
submetido a exames específicos de histocompatibilidade. 
 Até ao momento, foram realizados aproximadamente 250 em todo o mundo, 
principalmente devido à ausência de critérios definidos para a transplantação, com taxas de 
mortalidade inferiores a 5% (TEIXEIRA, Pedro. 2014) [1]. 
 
2. Talassemias 
O nome talassemia deriva da combinação das palavras gregas thalassé (mar) e haemas 
(sangue). Desta forma, a palavra representa a origem geográfica da doença, devido ao seu 
surgimento nos países banhados pelo mar, mais precisamente no Mediterrâneo, como Itália e 
Grécia [3]. 
As talassemias são um grupo de doenças genéticas caracterizadas pela baixa produção 
de uma das cadeias das hemoglobinas, provocando a redução dos glóbulos vermelhos e 
tornando as hemácias menores e pálidas. A talassemia pode ser denominada α-talassemia ou 
β-talassemia, de acordo com a parte da hemoglobina que teve sua produção prejudicada. 
O heterozigoto que apresenta apenas um gene mutado geralmente apresenta apenas 
anemia leve. No entanto, o homozigoto que apresenta as duas cópias alteradas apresenta 
sintomas no início da infância, incluindo hepatoesplenomegalia crescente, icterícia discreta e 
alterações ósseas acentuadas devido a uma cavidade medular ampliada pela hiperplasia 
eritróide maciça. Isso resulta em "facies típico", com proeminência da testa, queixo e maxilar 
superior. O crescimento e o desenvolvimento físicos podem ser prejudicados. O 
adelgaçamento do córtex ósseo pode resultar em fraturas [4]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura II. 
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstrea
m/10316/26274/2/TESE.pdf 
 
 
4 
 
 
 
O tratamento do talassêmico consiste em transfusões sanguíneas a cada 2 a 4 semanas, 
para que os tecidos consigam receber uma quantidade normal de oxigênio e para corrigir a 
anemia. Porém, as transfusões contínuas trazem acúmulo ferro, que se deposita em alguns 
órgãos vitais (ex. coração, fígado) podendo causar danos irreversíveis, além dos riscos de 
transmissões de agentesinfecciosos que é a segunda maior causa de morte dos pacientes, 
perdendo apenas para as complicações cardíacas que ocorrem devido ao acúmulo do ferro. 
Apesar de todas essas complicações que as transfusões podem acarretar, a concentração 
de hemoglobina cai a níveis muito baixos nos pacientes que não recebem transfusões de 
sangue. 
A única droga utilizada para extrair o ferro do corpo é a deferoxamina, esse 
medicamento é injetado no paciente e tem ação mais eficiente quando aplicado durante várias 
horas do dia [3]. 
Assim com na anemia falciforme, o transplante de medula óssea é uma alternativa de 
cura, a finalidade do transplante é que o nível de hemoglobina seja estabilizado. Como em 
todos transplantes, para a sua realização é necessário um doador compatível, como os irmãos 
mais próximos do talassêmico. 
 
2.1. Talassemia α 
Nessa talassemia a síntese de cadeias α é reduzida ou ausente, genericamente definem-
se quatro síndromes α-talassemicas. 
Ainda hoje se continuam a descobrir novas variantes genéticas talassémicas, a grande 
maioria bastante restritas e raras mas até ao momento estão descritas 69 mutações associadas 
a formas não delecionais de α-talassémia. Estas afetam apenas cerca de 15 a 20% dos doentes 
com α-talassémia mas podem, em alguns casos, conduzir a formas mais graves de doença do 
que as formas delecionais (TEIXEIRA, Pedro. 2014) [1]. 
 
2.1.1. Traço silencioso a+ 
Nessa forma talassêmica, o indivíduo é clinicamente assintomático, com índices 
sanguíneos muitas vezes normais. 
 
 
 
Figura III. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/26274/2/TESE.pdf 
 
 
5 
 
2.1.2. Traço talassémico a0 
Dividida em: 
 α-talassemia-1: mais comum nas populações da Ásia e do mediterrâneo. 
 α-talassemia-2: mais comuns em afro-americanos; ocorre uma anemia 
moderada, ocasionada pela deficiência de ferro. 
 
2.1.3. Doença da hemoglobina H 
É a forma mais grave, porem não é fatal, das α-talassemias. Uma doença relativamente 
ligeira, a maioria dos doentes tem um crescimento e desenvolvimento normais e raramente 
requer transfusões ou terapia de quelação do ferro. 
 
2.1.4. A hidrópsia fetal por hemoglobina Bart 
É a causa mais comum da mutação dos quatro genes α, ocorre exclusivamente em 
populações asiáticas. 
 
2.2. Talassemia β 
Nessa Talassemia a síntese de cadeias β é comprometida e ocorro no indivíduo quando 
é herdado os dois genes para a doença. 
Elas são classificadas de duas formas, de acordo com a sua gravidade clínica (β-
talassemia menor, β-talassemia intermediária e β-talassemia maior) e de acordo com as 
mutações presentes e com o modo como elas afetam a síntese globínica [1]. 
 
2.2.1. β0-talassemia 
Essa mutação cessa a síntese β e afetam a quantidade de globina produzida. Cerca de 
1/3 dos casos dessa mutação está presente na população indiana. 
A classificação clínica baseia-se na gravidade das síndromes, o critério mais importante 
ao diagnóstico e vai desde a talassémia dependente de transfusões que se apresenta com 
anemia grave desde o primeiro ano de vida – β-talassémia maior, até formas clinicamente 
silenciosas, ou β-talassémias menor, algumas com anemias mais moderadas, que se 
apresentam mais tardiamente, e que podem nunca requerer transfusões, as β-talassémias 
intermédia [1]. 
 
2.2.1.1. β-talassemia menor 
Os doentes são normalmente assintomáticos e apresentam anemia ligeira. 
 
2.2.1.2. β-talassemia intermédia 
Cerca de 10% dos doentes com β-talassémia têm uma forma intermédia. 
A doença se manifesta entre os 2 os 6 anos e, apesar de não necessitarem de transfusões 
regulares, têm atrasos de crescimento e do desenvolvimento e doentes que permanecem 
assintomáticos até apresentarem uma anemia ligeira na idade adulta [1]. 
 
2.2.1.3. β-talassemia maior 
A β-talassémia maior é a forma mais grave das β-talassemias. 
Manifestam-se entre os seis meses e os dois anos de idade e era considerada uma 
doença fatal em curto prazo, mas os doentes têm visto aumentar a sua esperança de vida nos 
últimos anos em virtude dos progressos das terapias transfusionais e de quelação do ferro. 
 
 
6 
 
Sem tratamento, a doença cursa posteriormente com atraso de crescimento, úlceras dos 
membros inferiores [1]. 
 
Conclusão 
Uma grande variedade de doenças está relacionada com as alterações na estrutura e na 
síntese das hemoglobinas. Em geral, as mais recorrentes são as anemias falciforme (derivada 
das Doenças de Células Falciformes – DCF) e as talassemias α e β que ocasionam um 
aumento da morbidade em condições ambientais normais, comprometendo assim a sua função 
vital. 
O estudo das hemoglobinopatias e a implementação de programas de rastreio e de 
aconselhamento genético é fundamental para a o controle da erradicação dessas alterações 
gênicas e dos sintomas, sendo assim uma tentativa de controlar o número de novos casos e 
oferecer melhores condições de sobrevivência e maior qualidade de vida aos afetados. Além 
disso, é notável que o conhecimento da diversidade das doenças hemoglobínica é de grande 
importância na prática de profissionais da área da saúde, tanto no quesito de pesquisas básicas 
quanto na pesquisa aplicada. 
 
Referências 
[1] https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/26274/2/TESE.pdf 
(HEMOGLOBINOPATIAS: CLÍNICA, DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA ARTIGO DE 
REVISÃO) PEDRO MIGUEL DOS SANTOS TEIXEIRA. 24 de setembro de 2016. 15:38. 
[2] http://hemoglobinopatias.com.br/introducao-doenca-falciforme/. 
HEMOGLOBINOPATIAS – Academia de ciência e tecnologia de São José do Rio Preto. 24 
de setembro de 2016. 16:30. 
[3] HTTP://www.cehmob.org.br/?page_id=172#sthash.uKBYbFSO.dpuf (CEHMOB – 
MG. Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias de Minas Gerais). 24 de setembro 
de 2016. 16:40. 
[4] http://www.portalctn.com.br/novo/testedopezinho33.php (CTN diagnósticos - teste 
do pezinho). 24 de setembro de 2016. 17:10.

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