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RESUMO Capítulo 2 – A disciplina da atividade economia e o cálculo empresarial Fabio Ulhoa Coelho

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Capítulo 2 – A disciplina da atividade economia e o cálculo empresarial
1. O conhecimento tecnológico do direito 
No século xx o homem alcançou grande progresso na ciência natural e filosoficamente reconhece que não pode dominar todo o conhecimento em todas as áreas. Na ciência jurídica, por exemplo, fracassa a tentativa de kelsen de cientificar o direito num método revelador do sentido da verdade das normas. Se o estudioso do direito se vira para entender a origem das normas (porque tal sociedade formula tal norma)desenvolverá um método cientifico para tanto. Por outro lado, se o estudioso almeja apenas buscar não a origem histórica da norma, mas seu significado verificará que existem varias interpretações possíveis, o que não é condizente com um método cientifico,isto é, enquanto a origem da norma (e demais ciências) podemos afirmar que tal afirmação é certa ou errada, no que tange a interpretação temos que ela é adequada ou inadequada a determinado escopo, isto porque a interpretação não corresponde a um conhecimento cientifico capaz de demonstrar verdade/falsidade de determinada proposição. Assim a doutrina/jurisprudência por mais detalhado e apurada que seja não pode culminar em uma conclusão de certa ou errado, mas apenas de adequado ou adequado, pois carece de método cientifico, apesar de ter um saber tecnológico.
2. O direito e as externalidades
A atividade comercial gera custo para o empresário que a exerce quanto para a atividade em geral (ex. industria polui, reclama infraestrutura pública como rede elétrica e etc..), por outro lado gera benefícios como emprego, produtos que melhoram a condição de vida e etc. a equação nem sempre é equilibrada, sendo que alguns agente podem ofertar mais benefícios para a coletividade do que malefícios, o contrário também pode ocorrer e recebe o nome de externalidade ou deseconomia externa. Tal nação aplica-se também a determinada classes de trabalhadores, consumidores eao próprio Estado. Externalidade é tida como efeito produzido (bom ou não) por um agente econômico sobre o outro, sem a correspondente compensação (boa ou não). Não há como se eliminar toda a externalidade, sendo que alguns são inclusive irrelevantes (corresponde a fatos não jurídicos). Quando a externalidade é compensada (ex. indústria polui, mas gera emprego) deixa de ser uma externalidade por ter sido internalizada. Um método para se corrigir as externalidades surgiu em 1920 e é técnica que entende que as externalidades são falhas do mercado e que devem ser corrigidas pela tributação ,seja a externalidade gerar efeito negativo para a sociedade deve o agente econômico ser tributado, se gerar efeito positivo para a sociedade sem a respectiva compensação deverá receber isenções e incentivos fiscais. Outro método seria de cunho liberal, que entende que a externalidade é gerada não por falha do mercado, mas sim porque a competição entre os agentes está sendo prejudicada, logo o papel do Estado deveria ser o de garantir a plena concorrência entre os agentes e isso iria implicar na redução das externalidades, do contrário, se o Estado intervir será gerada mais externalidades.
3. O custo do direito para a atividade empresarial
As obrigações jurídicas impostas ao empresário tem natureza de elemento de custo. Para definir o preço do seu serviço/produto o empresário inclui valor de mão de obra insumo,tributos, contingencias como greve, crises e etc. as normas trabalhistas, ambientais, urbanísticas tributarias e também de direito comercial impõem ao empresário um importante elemento de custo, esses ramos do direito são chamados direito-custo. O aumento nesse direito custo (ex. nova imposição previdenciária ou quando o CDC prevê responsabilidade objetiva para o fornecedor) gera aumento do custo da atividade empresarial e consequentemente aumenta o preço para não ter seu lucro diminuído assim a interpretação das normas de direito-custo devem ser a mais objetivas possíveis.
4. Direito comercial como direito-custo
O direito comercial é tido como direito-custo pois interfere na atividade empresarial, apesar de nem todas as normas desse ramos poderem ser assim categorizadas (ex. direito societário e funcionamento da SA) outras tem relação direita (registro de empresa) e outras:
a) Responsabilidade civil: a imposição de responsabilidade e indenização de prejuízos decorrentes é nítida hipótese de elemento de custo para o empresário, seja ela subjetiva (ex. acidente de trânsito – logo, exige ato ilícito) ou objetiva (acidente de consumo CDC – independe de culpa/dolo). O empresário para atender a regra da responsabilidade civil, dilui no valor de seu serviço/produto o custo dessa sua responsabilidade objetiva de forma a não reduzir seu lucro.
b) Responsabilidade contratual: o inadimplemento contratual se resolve emperdas e danos e na execução judicial especifica daquilo que não foi cumprido (equivalente ou o mais próximo possível). Antes do CDC a responsabilidade do comerciante era regida pelo CCB 1850 que previa apenas perdas e danos, impedindo-se assim o mandado judicial de busca e apreensão. Impõe-se também aqui um custo à atividade.
c) Propriedade industrial: normas relacionadas a duração e garantia de patentes e dos registros de marca tem impacto direito, p.e, no montante investido em pesquisa de invenções, se o tempo de patente for pequeno o montante investido será pequeno
d) Concorrência desleal e abuso do poder econômico: normas contra práticas desleais e abusivas consolidam a garantia de competitividade entre os empresários. Mas além desse lado bom, as eventuais penalidades e outras medidas geram um custo para o empresário que se resguarda fazendo um fundo de reserva, embutido no preço.
e) Direito dos consumidores: o direito do consumidor exige do empresário investimentos em qualidade, contrato com seguradoras e constituição de uma reserva para poder custear esses gastos, assim o consumidor paga mais caro pelo produto, mas recebe mais garantia e qualidade. De qualquer forma é um custo a mais.
f) Recuperação de crédito: normas sobre cobrança, arbitragem, regime cambiário e falimentar. A obtenção de crédito é seguida pela cobrança de juros. Conclui-se que as normas de direito-custo exigem interpretação objetica.

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