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ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS: Konig

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ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS 
 
 (retirado de Anatomia dos Animais Domésticos: texto e atlas; 4ª edição- Konig & Liebich) 
 
Os órgãos genitais masculinos estão envolvidos no desenvolvimento, no amadurecimento, 
no transporte e no armazenamento dos gametas masculinos (espermatozoides). Eles 
compreendem um par de testículos, o ducto contorcido do epidídimo, o ducto deferente, a 
uretra e as glândulas acessórias. 
Os testículos produzem esperma e hormônios. O epidídimo armazena espermatozoides 
durante seu amadurecimento antes de passarem para o ducto deferente e pela uretra. As 
glândulas acessórias também escoam suas secreções na uretra e contribuem para o volume do 
sêmen. A parte distal da uretra forma o caminho combinado para a passagem tanto da urina 
como do sêmen. O pênis é o órgão copulador masculino e deposita sêmen no trato reprodutor 
feminino. 
 
TESTÍCULOS 
Os testículos são órgãos pares, os quais se originam embriologicamente do primórdio gonadal 
no aspecto medial do mesonefro na região lombar, de modo semelhante aos ovários nas 
fêmeas. Em um estágio posterior de desenvolvimento embriológico, as gônadas masculinas 
migram de sua posição de desenvolvimento dentro da cavidade abdominal para o processo 
vaginal, coberto pelo escroto. Esse processo é denominado descida dos testículos e depende 
do gubernáculo dos testículos, o qual é um cordão mesenquimal envolvido em peritônio que 
se prolonga dos testículos pelo canal inguinal até o processo vaginal. 
Na primeira fase da descida dos testículos, o gubernáculo aumenta de comprimento e 
diâmetro, expandindo-se para além do canal inguinal e dessa forma dilatando-o. Durante a 
segunda fase, ele retrocede, acomodando os testículos dentro do processo vaginal. O processo 
de migração dos testículos é o resultado de um aumento na pressão intra-abdominal e da 
tração do gubernáculo. Que conduz os testículos em direção à região inguinal. No garanhão e 
no reprodutor suíno, as fibras do gubernáculo se prolongam na túnica dartos* do escroto, fato 
de importância clínica, já que a tração do escroto pode ajudar as expor testículos retidos no 
canal inguinal. 
A descida testicular é vital para a produção dos gametas masculinos (espermatogênese) nos 
mamíferos domésticos, já que a posição do escroto reduz a temperatura dos testículos em 
comparação à temperatura corporal. A impossibilidade de um ou ambos testículos realizarem 
a descida testicular se chama criptorquidismo* e acredita-se que se trate de uma condição 
hereditária. Portanto, criptorquidas* não devem ser usados para a criação. 
Em algumas espécies, como o elefante, os testículos permanecem dentro do abdômen durante 
toda a vida e a espermatogênese ocorre na temperatura corporal. Muitos mamíferos menores, 
como roedores, exibem alterações periódicas na quais há descida dos testículos para o escroto 
durante a época de acasalamento, depois da qual eles retornam para o abdômen. 
 
ESTRUTURA DO TESTÍCULO 
A face do testículo é revestida com uma cápsula fibrosa com 1 a 2 mm de espessura (a túnica 
albugínea), a qual é composta de fibras colágenas e contém vasos sanguíneos maiores visíveis 
na face dos testículos em um padrão característico de cada espécie. A túnica vaginal visceral é 
uma membrana serosa com o peritônio que cobre a cápsula fibrosa e confere uma aparência 
lisa à face do testículo. 
O parênquima do testículo normalmente se encontra sob pressão. Consequentemente, 
qualquer expansão significativa eleva a pressão intratesticular e produz dores graves como a 
que se observa durante inflamação (orquite). Os componentes de tecido conjuntivo do 
testículo se dispõem* da maneira a seguir, do exterior para o interior: 
 Cápsula fibrosa; 
 Septos; 
 Mediastino do testículo. 
A cápsula destaca septos que se irradiam para dentro do testículo, dividindo o parênquima em 
lóbulos piramidais. Esses septos convergem centralmente para formar o mediastino do 
testículo. Esse mediastino pode ser axial ou ligeiramente deslocado em direção ao epidídimo. 
O parênquima do testículo compõe-se de: 
 Túbulos seminíferos contorcidos; 
 Túbulos seminíferos retos; 
 Rede testicular; 
 Ductos eferentes. 
Cada lóbulo testicular inclui de 2 a 5 túbulos contorcidos, onde ocorre a espermatogênese. A 
parede desses túbulos contém células espermatogênicas e células de sustentação (células de 
Sertoli), as quais possuem propriedades de sustentação e de produção de hormônios. Elas são 
responsáveis pela regulação da espermatogênese, fornecendo os nutrientes para as células 
espermatogênicas durante os diferentes estágios de desenvolvimento e a liberação de 
espermatozoides no lúmen do túbulo. 
Cada túbulo seminífero contorcido apresenta forma de alças, de modo que se abre em uma 
rede de túbulos confluentes dentro do mediastino, chamada de rede testicular. Antes de 
penetrar a rede testicular, as extremidades dos túbulos seminíferos ficam retas para se 
tornarem os túbulos seminíferos retos. O tecido intersticial que preenche esse espaço entre os 
túbulos contém células de Leydig, as principais produtoras dos hormônios esteroides 
androgênicos como a testosterona. Cada rede testicular é drenada por 8 a 12 ductos eferentes 
contorcidos que perfuram a cápsula fibrosa para penetrar na cabeça do epidídimo. 
 
EPIDÍDIMO 
O epidídimo está firmemente anexado ao testículo e consiste em rolos de túbulos contorcidos 
alongados, cuja união é mantida por tecido conjuntivo. Ele pode ser dividido em três 
segmentos: 
 Cabeça; 
 Corpo; 
 Cauda. 
A cabeça do epidídimo está fixada à cápsula testicular e recebe os ductos eferentes do 
testículo. Imediatamente após penetrar no testículo, os ductos eferentes se unem para formar o 
ducto do epidídimo. Os ductos contorcidos formam o corpo do epidídimo, mantido coeso por 
uma camada dupla de serosa. O espaço entre o corpo do epidídimo e o testículo é chamado 
bolsa testicular. 
O ducto do epidídimo prossegue como a cauda do epidídimo. Ela se fixa à extremidade caudal 
do testículo pelo ligamento próprio do testículo e ao processo vaginal pelo ligamento da 
cauda do epidídimo. Este ligamento projeta fibras na túnica dartos, o ligamento do escroto, o 
qual é particularmente desenvolvido no garanhão e no cachaço. O ducto do epidídimo emerge 
em sua cauda e prossegue na forma de ducto deferente. 
No ducto do epidídimo, os espermatozoides amadurecem, o fluido testicular é absorvido, os 
fragmentos celulares sofrem fagocitose e os nutrientes para os espermatozoides são 
secretados. Os espermatozoides são armazenados na cauda do epidídimo até o momento da 
ejaculação. 
 
DUCTO DEFERENTE 
O ducto deferente é a continuação direta do ducto do epidídimo. Sua origem é a parte 
ondulante da cauda do epidídimo e se torna reto gradualmente no que atravessa a margem 
medial do testículo. Ele ascende dentro do cordão ou funículo espermático e penetra na 
cavidade abdominal através do canal inguinal. O ducto deferente forma uma alça convexa 
cranialmente dentro de uma prega do peritônio, o mesoducto deferente e passa sob o ureter no 
que alcança a face dorsal da vesícula urinária, atravessando a próstata até se abrir na parte 
proximal da vesícula urinária, atravessando a próstata até se abrir na parte proximal da uretra 
no colículo seminal. A parte terminal do ducto deferente se espessa para formar a ampola do 
ducto deferente pela glândula ampular. No cachaço, não há uma ampola evidente, mas existe 
uma parte glandular na extremidade do ducto deferente. 
No equino e nos ruminantes, o ducto deferente se une ao ducto excretor da glândula vesical 
próxima a seu término. A passagem compartilhada desses dois ductos é conhecida como 
ducto ejaculatório.ENVOLTÓRIOS DO TESTÍCULO 
Os envoltórios do testículo não apenas cobrem o testículo, o epidídimo e as partes do 
funículo, eles também se moldam ao redor desses órgãos. As diferentes camadas dos 
envoltórios testiculares correspondem às camadas da parede abdominal. São as seguintes 
camadas: 
 Escroto: 
 Pele externa; 
 Túnica dartos*; 
 Fáscia espermática externa de dupla camada, destacamentos das fáscias 
abdominais; 
 Músculo cremáster, um destacamento do músculo oblíquo interno do 
abdômen, juntamente com sua fáscia; 
 Processo vaginal: 
 Fáscia espermática interna; 
 Camada parietal da túnica vaginal; 
 
A pele externa, a túnica dartos* e a fáscia espermática externa formam o escroto. A fáscia 
espermática interna e a camada parietal da túnica vaginal formam o processo vaginal, uma 
expansão da cavidade peritoneal no escroto. O processo vaginal se prolonga para os 
compartimentos direito e esquerdo do escroto, os quais são divididos por um septo formado 
pela pele e pela túnica dartos* do escroto. O septo do escroto envolve os testículos 
separadamente e é marcado externamente com a rafe do escroto. 
A pele do escroto costuma não apresentar pelos, exceto no gato e em determinadas raças de 
ovinos, nos quais é coberta por pelos. Ela apresenta uma grande quantidade de glândulas 
sudoríparas e sebáceas e se adere firmemente à túnica dartos subjacente. Internamente à 
túnica dartos, há uma camada delgada de tecido mole. A túnica dartos possui várias fibras de 
músculo liso, as quais se contraem para retesar e retrair o escroto e, desse modo, contribuem 
para a regulação de temperatura do testículo. A túnica dartos é bastante desenvolvida no 
bovino, no qual pode alcançar 10 mm de espessura. 
A fáscia espermática externa se destaca das fáscias superficial e profunda do abdômen na 
altura do escroto e é dividida em uma camada profunda e outra superficial. As duas camadas 
da fáscia espermática externa e da fáscia espermática interna e a túnica vaginal estão 
conectadas por tecido conjuntivo frouxo. Essa camada intermediária folgada permite o 
movimento do processo vaginal dentro do escroto. Ela possui importância clínica já que 
facilita a castração por técnica fechada, enquanto a túnica vaginal está ligada aos vasos 
sanguíneos e ao ducto deferente. 
O músculo cremaster é um destacamento do músculo oblíquo interno do abdômen na altura 
do anel inguinal profundo. Ele cobre parte do processo vaginal e é recoberto por uma camada 
delgada de tecido conjuntivo frouxo. Durante a contração, retrai o escroto e seu conteúdo em 
direção à região inguinal. Em roedores abarca o processo vaginal como uma colher e, desse 
modo, os testículos podem ser retraídos para o abdômen pelo canal inguinal. 
 
PROCESSO VAGINAL E FUNÍCULO ESPERMÁTICO 
O processo vaginal é formado pela fáscia transversa e pelo peritônio como uma evaginação da 
cavidade abdominal através do canal inguinal. Ele envolve a cavidade vaginal e é formado 
antes da descida embriológica dos testículos. O formato do processo vaginal se assemelha a 
uma garrafa, com uma parte proximal estreita, cuja extensão depende da posição do escroto, e 
uma parte distal mais ampla, que se molda aos órgãos que envolve. 
A cavidade vaginal se comunica com a cavidade abdominal pelo óstio vaginal, situado na 
abertura interna do canal inguinal. Normalmente ela contém uma quantidade muito baixa 
de líquido peritoneal, o que auxilia na redução de atrito entre a parede e os órgãos envolvidos. 
Eventualmente uma alça do intestino ou parte do omento forma uma hérnia no processo 
vaginal. Essa condição é mais comum em espécies com um anel inguinal mais amplo, como o 
equino e o suíno, como ela parece ser hereditária no suíno, os animais que desenvolvem essa 
condição não devem ser usados para cria. 
A parte proximal estreita do processo vaginal envolve o funículo espermático, o qual é 
composto pelo ducto deferente e pelos vasos e nervos testiculares, juntamente com suas 
membranas serosas. O funículo espermático se fixa ao mesofunículo, o qual é contínuo 
distalmente com o mesórquio. O ducto deferente é envolvido dentro de uma prega do 
mesofunículo. A prega vascular, também denominada mesórquio proximal, se fixa ao 
epidídimo e prossegue até o testículo como mesórquio distal. 
 
POSIÇÃO DO ESCROTO 
A posição e a orientação do escroto variam consideravelmente entre os mamíferos 
domésticos. O escroto se situa na região inguinal no equino e no cão, abaixo da região 
inguinal em ruminantes, perineal no suíno e subanal no gato. 
Em ruminantes, os testículos são mantidos com o eixo longo na vertical e, desse modo, 
possuem um escroto profundo e pendular. Os testículos se orientam com o eixo longo na 
horizontal no equino e no cão, ao passo que no suíno e no gato eles são inclinados em direção 
ao ânus. 
 
VASCULARIZAÇÃO, DRENAGEM LINFÁTICA E INERVAÇÃO DO TESTÍCULO 
E SEUS ENVOLTÓRIOS 
 A artéria testicular se ramifica diretamente da aorta abdominal e segue a parede abdominal, 
suspensa dentro da prega vascular juntamente com a veia testicular. No interior do funículo, a 
artéria testicular é extremamente contorcida. A artéria testicular projeta ramos para irrigar o 
epidídimo e a parte original do ducto deferente. 
As veias testiculares formam um plexo pampiniforme de elaboração complexa, semelhante a 
uma malha ao redor das alças arteriais. Há anastomoses arteriovenosas entre a artéria 
testicular e as veias circundantes no funículo. O plexo pampiniforme, por fim, se reduz a uma 
veia única, a qual escoa na veia cava caudal. O amplo contato entre os vasos no interior do 
funículo refrigera o sangue dentro da artéria em sua descida para o testículo. 
Os linfáticos do testículo escoam nos linfonodos aórticos lombares e nos linfonodos ilíacos 
mediais. A linfa conduz uma fração substancial dos hormônios produzidos pelos testículos. 
No caso de câncer testicular, é fundamental remover o testículo afetado o quanto antes, já que 
o acesso aos linfonodos é impossível, devido sua localização na parede dorsal do abdômen e 
da pelve. 
Os testículos recebem irrigação nervosa do sistema nervoso autônomo. As fibras 
parassimpáticas se derivam do nervo vago e do plexo pélvico; as fibras simpáticas emergem 
do plexo mesentérico caudal e do plexo pélvico. 
Os envoltórios do testículo são vascularizados pela artéria e veia pudendas externas. Os 
linfáticos escoam nos linfonodos do escroto ou inguinais superficiais. A irrigação nervosa é 
fornecida pelos ramos ventrais dos nervos lombares. Os nervos iliohipogástrico, ilioinguinal e 
genitofemoral contribuem para sua inervação. 
 
URETRA 
A uretra masculina se prolonga desde o óstio interno da uretra (na extremidade caudal do 
pescoço da vesícula urinária) até o óstio externo da uretra, na extremidade livre do pênis. 
Conforme sua localização, ela pode ser dividida em parte pélvica e parte peniana. A parte 
pélvica pode ser subdividida em parte pré-prostática (a qual conduz urina) e parte prostática (a 
qual recebe a companhia do ducto deferente e do ducto vesicular ou ejaculatório, 
combinados). 
Na parte pré-prostática, há uma crista uretral que se projeta no lúmen e termina em um 
espessamento. O colículo marca as aberturas dos ductos deferentes (no equino, e nos 
ruminantes, os ductos ejaculatórios combinados) e é acompanhado pelas aberturas muito 
menores pelas quais os vários ductos prostáticos liberam suas secreções. Ao deixa a cavidade 
pélvica, a uretra é envolvida por um tecido altamente vascularizado e prossegue como parte 
do pênis. 
 
GLÂNDULAS GENITAIS ACESSÓRIAS 
As glândulas genitais acessórias se situam na extensão da parede pélvica da uretra. Sua 
presença varia entre as espéciese o grupo pode incluir algumas das seguintes: 
 Glândula ampular; 
 Glândula vesicular; 
 Próstata; 
 Glândula bulbouretral. 
O touro e o garanhão possuem o conjunto completo de glândulas acessórias. O cachaço 
possui as vesiculares, as bulbouretrais e a próstata. No gato estão presentes as glândulas 
ampular , bulbouretrais e a próstata, e apenas a ampular e a próstata estão presentes no 
cão. 
A glândula ampular envolve a parte terminal do ducto deferente. 
GLÂNDULA VESICULAR 
As glândulas vesiculares pares estão presentes em todos os mamíferos domésticos, com 
exceção do cão e do gato. Em ruminantes e no equino, seu ducto excretor se une ao ducto 
deferente logo antes de seu término, e essa passagem comum curta é denominada ducto 
ejaculatório. No cachaço, as glândulas vesiculares se abrem separadamente na uretra, 
próximas do colículo seminal. 
A glândula vesicular no equino é um órgão oco relativamente grande com uma parede 
muscular espessa e uma superfície lisa. No touro e no cachaço, a superfície é irregular. A 
glândula vesicular é particularmente bem desenvolvida no cachaço, apresentando um formato 
piramidal característico. No touro, essa glândula pode ser apalpada transretalmente. 
 
PRÓSTATA 
A próstata está presente em todos os mamíferos domésticos. Em alguns ela é composta por 
duas partes, uma espalhada difusamente na parede da parte disseminada, e a outra é um corpo 
compacto situado externamente à uretra. 
O equino possui apenas a parte compacta, os ruminantes de pequeno porte possuem apenas a 
parte disseminada. O touro possui ambas, mas a parte compacta é bem pequena e plana. No 
cão e no gato, há apenas vestígios da parte disseminada, mas a parte compacta é grande e 
globular. Ela é tão extensa nessas espécies que envolve completamente a uretra no cão e 
grande parte da uretra no gato. 
A hipertrofia da próstata é relativamente comum em cães mais velhos e pode levar a 
obstrução devido à pressão da próstata aumentada sobre o reto. 
 
GLÂNDULA BULBOURETRAL 
A glândula bulbouretral par é encontrada em todos os mamíferos domésticos, com exceção do 
cão. Ela se situa no aspecto dorsal da uretra pélvica próxima à extremidade caudal. No 
garanhão seu tamanho é o mesmo de uma noz, enquanto no touro chega ao tamanho de uma 
cereja. No gato ela é bastante pequena e esférica. Seu tamanhão é considerado no cachaço, 
onde se projeta em toda a extensão da parte pélvica e seu formato é cilíndrico. Em suínos 
castrados é consideravelmente menor, de forma que seu tamanho pode ser usado como 
indicativo de castração recente. 
Todas as glândulas genitais acessórias possuem cápsulas de tecido mole bem desenvolvidas e 
septos internos, os quais são ricos em fibras musculares lisas. Essas fibras musculares são 
inervadas pelo sistema nervoso autônomo e são responsáveis por expelir essa secreção das 
glândulas. A testosterona possui um efeito positivo sobre a produção de secreções e contém 
frutose e citrato para nutrição, transporte e proteção dos espermatozoides. A testosterona 
também intensifica a movimentação dos espermatozoides e atua como agente de 
tamponamento fisiológico contra o ambiente ácido no interior da vagina. 
 
PÊNIS 
O pênis se origina como dois pilares do arco isquiático. Os pilares convergem para formar a 
raiz do pênis a qual prossegue como corpo do pênis até a glande* do pênis. 
O pênis é suspenso entre as coxas na face ventral do tronco com sua extremidade livre voltada 
para o umbigo em todos os mamíferos domésticos, com exceção do gato, no qual ele se 
direciona caudalmente. O órgão é construído a partir de três colunas de tecido erétil, as quais 
são independentes na raiz do pênis, mas se combinam nos segmentos restantes do pênis. 
O pênis compõe-se das seguintes divisões e subdivisões: 
 Pilares do pênis, formados por duas colunas de tecido cavernoso; 
 Bulbo ímpar do pênis, formado pelo corpo esponjoso do pênis. 
 Corpo do pênis, com: 
1. Corpo cavernoso 
2. Corpo esponjoso 
 Glande do pênis, com: 
1. Corpo esponjoso 
2. Osso peniano, uma modificação do corpo cavernoso no cão. 
 
As duas colunas dorsais de tecido erétil são conhecidas como os pilares do pênis e consistem 
em um centro de tecido cavernoso envolvido por uma camada espessa de tecido conjuntivo, a 
túnica albugínea. Os corpos cavernosos pares preenchidos com sangue convergem e 
prosseguem distalmente no corpo do pênis. O corpo cavernoso de cada pilar permanece 
distinto dentro do corpo, onde existe um septo entre eles. 
A face dorsal do corpo do pênis é marcada por um sulco raso, enquanto a face ventral 
apresenta um sulco profundo para acomodar a uretra e sua lâmina vascular, o corpo 
esponjoso. 
O corpo esponjoso ímpar fornece a terceira coluna de tecido erétil e é mais delicado que os 
corpos cavernosos com espaços maiores para o sangue separados por septos mais finos. O 
corpo esponjoso se origina na abertura pélvica caudal com alargamento repentino do pouco 
tecido esponjoso que circunda a parte pélvica da uretra. A expansão forma o bulbo do pênis, 
anteriormente denominado bulbo uretral, um sáculo esponjoso preenchido com sangue e com 
dois lobos que se situa entre os pilares próximos ao arco isquiático. O bulbo forma uma união 
ininterrupta com o corpo esponjoso do pênis que envolve a uretra peniana. O corpo esponjoso 
se prolonga para além da extremidade distal do corpo cavernoso para formar a glande do 
pênis, a qual constitui o ápice do órgão inteiro. Na glande do pênis, está o óstio externo da 
uretra em todos os mamíferos, com exceção dos ruminantes de pequeno porte, nos quais um 
processo uretral livre prolonga a uretra para além da glande. 
Há dois tipos diferentes de pênis nos mamíferos domésticos quanto à estrutura do corpo 
cavernoso. 
O tipo de pênis fibroelástico dos ruminantes e do suíno possui pequenos espaços sanguíneos 
divididos por quantidades substanciais de tecido fibroelástico resistente e é envolvido por uma 
túnica albugínea espessa, que envolve tanto o corpo cavernoso quanto o corpo esponjoso. 
Nesses animais, o pênis em repouso exibe uma flexura sigmoide entre as coxas. 
Relativamente pouco sangue adicional é necessário para deixar esse tipo de pênis ereto, e o 
alongamento do pênis é alcançado principalmente ao se deixar a flexura sigmoide reta. 
No tipo de pênis musculocavernoso, os espaços sanguíneos são maiores e a túnica e os septos 
interpostos são mais delicados e musculares. Esse tipo musculocavernoso é encontrado no 
garanhão e em carnívoros. Um volume de sangue consideravelmente maior é necessário para 
se alcançar a ereção, a qual é marcada por um aumento significativo tanto de diâmetro como 
de comprimento do pênis. 
A glande do pênis exibe alterações específicas de cada espécie. No garanhão, a glande se 
assemelha a um cogumelo, sendo que a coroa é a parte mais larga. Na direção do corpo do 
pênis e por trás da coroa, a glande é comprimida para formar o colo da glande. A extremidade 
livre da coroa é marcada por uma fossa central, na qual a parte terminal da uretra se projeta. A 
fossa da glande tende a acumular esmegma, cujo espessamento pode causar desconforto. 
No cão, a extremidade distal do corpo cavernoso é modificada para formar o osso peniano, o 
qual apresenta um sulco ventral para acomodar a uretra no interior do corpo esponjoso. O 
envolvimento parcial da uretra dentro do sulco do osso peniano impede a passagem de 
cálculos uretrais, os quais podem ficar alojados na extremidade proximal do osso. 
A glande do pênis é bastante avantajada e se divide em uma parte longa distal e uma parte 
proximal expandida, o bulbo da glande. A forma característica das duas partes da glande 
corresponde ao formato do bulbo vestibularda fêmea. A separação forçada durante o coito 
pode causar lesões graves aos dois animais. 
O pênis do gato tem características que o tornam único entre os mamíferos domésticos, 
devido sua orientação caudal em estado de repouso. No gato, o osso peniano mede de 5 a 8 
mm e não possui sulco ventral. A glande dispõe de papilas queratinizadas, as quais se 
direcionam proximalmente em estado de repouso e se irradiam em todas as direções durante a 
ereção. As papilas diminuem de tamanho com a castração. Durante a ereção, a direção do 
pênis se inverte com o auxílio do ligamento do ápice do pênis. A obstrução da uretra por 
cálculos é bastante comum nos gatos. 
No suíno, a terminação livre do pênis gira em torno de seu eixo longitudinal, de modo 
semelhante a um saca-rolhas, em cujo topo há uma pequena glande. Embora a anatomia geral 
inclua o pênis do suíno no tipo fibroelástico, há evidências histológicas que sustentam a 
opinião de alguns autores que o pênis do suíno é do tipo musculocavernoso. 
No touro, a extremidade livre do pênis é coroada por uma pequena glande, a qual é 
assimétrica e ligeiramente espiralada. A uretra termina em sua projeção baixa com uma 
abertura oblíqua e estreita em sua ponta. 
O ápice do pênis é bastante característico em ruminantes de pequeno porte, nos quais o 
processo uretral prossegue (cerca de 4 cm no ovino e 2,5 no caprino) além da glande 
substancial. O processo uretral contém tecido erétil. 
 
PREPÚCIO 
O prepúcio, ou bainha, é uma dobra de pele que cobre a extremidade livre do pênis em estado 
de repouso. Ele consiste de uma lâmina externa e outra interna, as quais são contínuas no 
óstio prepucial. O prepúcio equino possui uma característica distinta de apresentar uma prega 
adicional que permite o alongamento considerável do pênis durante a ereção. 
A lâmina externa é a pele que da superfície exterior, a qual prossegue como a bainha interna 
no ânulo prepucial. Por fim, ela forma uma camada visceral, a qual é aplicada diretamente 
sobre a parte distal do pênis. A lâmina interna possui uma grande quantidade de tecido 
linfoide e glândulas sebáceas modificadas que secretam esmegma, o qual facilita a introdução 
do pênis na vagina. A lâmina externa é marcada por uma rafe mais ou menos distinta como a 
continuação da rafe do escroto. 
O prepúcio pode ser retraído por meio de diversos músculos estriados, os quais podem ser 
entendidos como destacamentos do músculo cutâneo do tronco. Os músculos prepuciais 
caudais estão presentes em todas as espécies domésticas, exceto no equino, e servem para 
retrair o prepúcio e expor o ápice do pênis. Os músculos prepuciais craniais que projetam o 
prepúcio são encontrados apenas em ruminantes. No touro e no cachaço, pelos longos 
circundam a entrada para o prepúcio. No cachaço, o prepúcio se dobra sobre si dorsalmente 
para formar o divertículo prepucial; o qual é dividido em dois compartimentos por um septo 
mediano. Ele possui uma capacidade de cerca de 135 ml e contém fluido de aroma pungente 
composto de resquícios celulares e urina, responsáveis pelo odor característico. 
MÚSCULOS DO PÊNIS 
Os músculos do pênis compreendem: 
 Músculo isquiocavernoso; 
 Músculo bulboesponjoso; 
 Músculo retrator do pênis. 
 
Os músculos isquiocavernosos pares são fortes, emergem do arco isquiático e envolvem os 
pilares até a altura de sua fusão na raiz do pênis. O músculo bulboesponjoso é a continuação 
extrapélvica do músculo uretral estriado, o qual envolve a parte pélvica da uretra. Ele se 
prolonga distalmente na face do corpo esponjoso em uma distância que varia conforme o tipo 
de pênis. Em animais com pênis fibroelástico, ele se limita ao terço proximal do pênis; no 
garanhão, ele prossegue até o ápice do pênis. 
O músculo retrator do pênis também é par e emerge das vértebras caudais, descendo através 
do períneo ao redor do ânus até alcançar o pênis. Em espécies com uma flexura sigmoide, ele 
se fixa ao arco caudal dessa flexura; em espécies com pênis musculocavernoso, ele segue o 
músculo bulboesponjoso até o ápice do pênis. O músculo retrator compõe-se principalmente 
de fibras musculares lisas. 
 
VASCULARIZAÇÃO, DRENAGEM LINFÁTICA E INERVAÇÃO DA URETRA E 
DO PÊNIS 
A uretra, as glândulas genitais acessórias e o pênis são irrigados por ramos da artéria pudenda 
interna. Um ramo, a artéria prostática, irriga os órgãos genitais situados na cavidade pélvica. 
Na altura do arco isquiático, a artéria pudenda interna se divide em artéria do bulbo do pênis, 
que irriga o corpo esponjoso, artéria profunda do pênis, que irriga o corpo cavernoso, e a 
artéria dorsal do pênis, que segue a extensão do pênis para irrigar a glande. 
A artéria pudenda interna é aumentada por ramos da artéria pudenda externa para 
vascularização do ápice do pênis e forma anastomose com a artéria dorsal do pênis para 
vascularizar também o prepúcio. No garanhão, formam-se anastomoses adicionais entre a 
artéria dorsal do pênis e a artéria obturadora. 
Os vasos linfáticos dos órgãos genitais situados na cavidade pélvica escoam para os 
linfonodos ilíacos mediais e para os linfonodos sacrais. Os vasos linfáticos do pênis e do 
prepúcio escoam para os linfonodos inguinais superficiais. 
A inervação do pênis é realizada pelo nervo pudendo par, o qual transporta múltiplas fibras 
parassimpáticas. Encontra-se uma grande quantidade de terminações nervosas na glande do 
pênis e na lâmina interna do prepúcio. 
 
EREÇÃO E EJACULAÇÃO 
No início da ereção, o fluxo sanguíneo para o pênis aumenta enquanto as paredes das artérias 
irrigadoras relaxam. Ao mesmo tempo, o fluxo venoso se obstrui na raiz do pênis, onde as 
veias são comprimidas contra o arco isquiático, o que causa um efeito maior sobre o corpo 
cavernoso do que sobre o corpo esponjoso; este último, portanto, é preenchido depois do 
corpo cavernoso, o processo continua e se intensifica após a introdução do pênis e a pressão 
interna do tecido erétil se eleva ainda mais. Após a ejaculação, o corpo cavernoso se esvazia 
antes do corpo esponjoso, e a pressão cai rapidamente. 
Em espécies com pênis fibroelástico, pouco sangue adicional é necessário distender os 
espaços cavernosos. Portanto, obtém-se ereção total mais rapidamente. O pênis não aumenta 
muito de tamanho e sua projeção ocorre em grande parte devido ao recolhimento da flexura 
sigmoide. No tipo musculocavernoso de pênis, os espaços cavernosos são muito maiores e é 
necessário reter um volume maior de sangue para obter ereção total. Portanto, esse processo 
requer mais tempo e há um aumento muito maior da extensão e do diâmetro do pênis. 
A ereção ocorre antes da ejaculação. O sêmen é transportado continuamente em direção à 
ampola do ducto deferente através de movimentos peristálticos do ducto do epidídimo e do 
ducto deferente, causados por células musculares lisas no interior de suas paredes. A atividade 
secretora do revestimento do ducto do epidídimo é regulada por andrógenos, os quais têm 
efeito positivo sobre a motilidade espermática.

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