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RESUMO DOS DELITOS E DAS PENAS CAP 1: INTRODUÇÃO O presente livro tenta despertar a sociedade para fazer a devida e cuidadosa análise e diferenciação das diversas espécies de delitos e a forma de punir cada um deles, indicando os princípios que os norteia. Propiciando uma visão totalmente contraria aos dogmas jurídicos, trazendo para o leitor uma perspectiva diferente do tema proposto, fazendo-o enxergar a verdade implícita por traz dos julgamentos secretos, dos julgamentos imposto aos acusados, da tortura, das penas humilhantes, da desigualdade na hora de sentenciar a pena e a atrocidade das penas desumanas. Beccaria ainda vai mais longe em suas análises e estabelece limites entre a justiça divina e a justiça humana, entre os pecados e os delitos, condenando o direito de vingança e tomando por fundamento o direito de punir, como um instrumento útil a sociedade. Declarando, ainda, a pena de morte como um mecanismo inútil e reclamando da dita proporcionalidade das penas aos delitos, assim como, também questiona a separação do Poder Judiciário do Poder Legislativo. Ao buscar expor todos esses questionamentos, o autor observa e esclarece a origem das penas, e o fundamento do direito de punir, questionando ainda a necessidade dos suplícios, e a impossível eficácia desses métodos. CAP 2: ORIGEM DAS PENAS E DIREITO DE PUNIR O autor inicia seu livro esclarecendo a origem das penas, e o fundamento do direito de punir, questionando ainda o sentido de se aplicar os silícios, e a ineficácia desses métodos. O direito de punir tem por base, nas palavras do autor, o “coração humano”, ou seja, nos sentimentos mais profundos do ser humano, que é por natureza um ser egoísta e com tendência a tirania, estando longe de se limitar aos princípios morais de conduta. O direito de punir deve ser aplicado proporcional a medida de se fazer justiça, pois se for aplicado, além disso, deverá ser visto como abuso. Segundo Beccaria, uma pena justa precisa ter apenas a intensidade de rigor suficiente para afastar as pessoas da pratica habitual do crime. O autor elucida que finalidade da pena não é desfazer um delito já cometido, nem infligir tormento ao ser humano, mas sim de impedir que o réu cause novos danos aos outros membros da sociedade e dissuadir os outros de agir desse modo. A pena deve proporcionar mais eficácia sobre o ser das pessoas, e menos temor ao seu físico. Dessa forma, uma pena deve ser sempre necessária, adequada e proporcional ao mal praticado pelo infrator, ou seja, possuindo métodos de maior eficácia e menor crueldade. Devemos pensar que, uma pena só será necessária se não houver outra maneira de se atingir a reprovação e, principalmente, a prevenção do delito. CAP 3: CONSEQUÊNCIAS DESSES PRINCÍPIOS O autor descreve três possíveis consequências dos princípios que norteiam o direito de punir. De início já se indaga a respeito de que só pertence ao legislador a competência de criar leis penais e que somente tais leis podem fixar as penas de cada crime proferido na sociedade. O magistrado, ou qualquer outro que pela lei é competente a aplica-la, não pode sentenciar o transgressor de maneira diferente do que a lei preceitua, mesmo que sua justificativa seja o bem maior da sociedade. Aumentar a pena descrita na lei é injustiça, pois como o magistrado, que é mais um mero cidadão da sociedade, pode determinar que aquele ou esse indivíduo, que cometeram o mesmos ato infracional, merecem penas diferentes? Jamais um aplicador do direito deverá aplicar a lei de maneira mais severa por sua própria vontade, não pode um representante da lei e da ordem ser um instrumento da injustiça contra um membro da sociedade. Em seguida o autor preceitua a contestante posição do magistrado na relação da lide. O qual deve simplesmente decidir se houve a transgressão ou não, de maneira imparcial entre o acusador e o acusado. Fundamentado nas leis criadas pelo legislador de maneira imparcial, as quais todos, sem distinção, devem ser submetidos. Porém, a aquele que compete legislar sobre estas normas não compete julga-las no caso concreto. Quem cria não tem responsabilidade por sua aplicação. Como última consequência, vemos como os delitos são discriminadamente determinados, mesmo que uma conduta pela sociedade não seja vista moralmente como um ato criminoso, basta que o legislador determine que o mesmo não seja e legisle sobre ele uma pena para que sua aplicação seja determinada. CAP 4: DA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS As leis devem ser claras e simples em sua definição, a fim de que seus aplicadores não as tenham que interpretar e, ainda, para que todas as pessoas as possam entender, de um modo a oferecer uma aplicação igualitária a todos àqueles que tenham cometidos delitos da mesma natureza. Devemos compreender que a prática política ou social de aplicar punições ou criar novas atitudes senão por força legal, está diretamente relacionada contra a sociedade e contra o sistema jurídico, afrontando assim, a segurança que o cidadão deveria ter nos seus representantes. O autor mostra a necessidade da existência de leis escritas e fixas, ou seja, que não possam ser mudadas por conveniência dos envolvidos, que reservem ao magistrado apenas a tarefa de determinar se a conduta praticada pelo acusado enquadra-se ao comportamento que a lei prevê para que se configure a prática do delito. A noção de proporcionalidade deve ser aplicada aos delitos e as penas, excluindo desta base as diferenças entre classes sociais, para cada delito a sua pena, e não para cada homem um julgamento diferenciado em relação aos delitos de mesma espécie. CAP 5: DA OBSCURIDADE DAS LEIS O probo político não pode proporcionar à sociedade nenhuma vantagem durável, se não for fundada sobre sentimentos indeléveis do coração do homem. Toda lei que não for estabelecida sobre essa base encontrará sempre uma resistência à qual será constrangida a ceder. As leis não devem ser interpretadas, assim como, também não podem ser alheias ou obscuras aos cidadãos. Quanto maior for o número de cidadãos conhecedores do texto legal, menor será o número de delitos, pois a ignorância contribui para o desenvolver da criminalidade. Na sociedade deve haver uma base estável, para que assim, as leis possam resistir ao tempo e as características pessoais de cada homem. O autor reverencia a Lei, demonstrando de forma simples que nada nem ninguém deve ser maior que a Lei. A lei clara, objetiva e igual para todos, a aquela que até mesmo o homem médio pode ser conhecedor, aquela escrita numa linguagem coloquial para que todos tenham fácil compreender e acesso. CAP 6: DA PRISÃO A normas, lei, deve estabelecer de forma fixa as circunstâncias e por quais indícios um indivíduo pode ser preso. Sem distinção de classe, etnia ou qualquer outro tipo de categoria social. O recurso à prisão deve apenas ser adotado quando impossível a aplicação de outra forma de sanção que não restritiva de liberdade. Sendo inaceitável, que a prisão deixe uma mancha de desonra sobre aquele cuja inocência já fora juridicamente reconhecida. Em relação aos indícios, Beccaria afirma que quando as provas de um delito são dependentes entre si, deveriam ser desconsideradas, pois se retirando uma delas, consequentemente, as outras perdem a sua força, estariam construindo um processo de pilastras falhas, ao qual uma depende da outra, se uma cai toda a estrutura desaba. Somente aquelas provas ditas como independentes, provadas separadamente, é que devem ser consideradas. Devemos entender que a pena de prisão é uma solução opressiva e violenta, de consequências devastadoras sobre a personalidade humana,e que deve ser aplicada unicamente como verdadeira medida de segurança, aos reconhecidamente perigosos, que não poderiam de outra forma serem punidos. CAP 7– DOS INDÍCIOS DO DELITO E DA FORMA DOS JULGAMENTOS Quando os indícios dos delitos não se sustentam a não se uns pelos outros, ou seja, quando as provas se dependem entre si, os números dessas provas não acrescentam nem diminuem a probabilidade do fato, pois, destruindo a única prova que aparenta ser certa, derruba todas as outras que dependem dela. Mas também indícios que são independentes, e quanto mais numerosos forem, terá maior probabilidade de provar o delito, pois alegada falsidade de uma prova, não interfere nas demais. As provas de um delito podem ser distinguidas em prova perfeita, são as que demonstram de forma positiva que é impossível que o acusado seja inocente, e também se distingue por prova imperfeita, quando não excluem a possibilidade da inocência do acusado. Para a autorização de uma condenação, uma prova perfeita é suficiente, mas, para que haja condenação por meio de provas imperfeitas é preciso que sejam em número muito grande para valeram como uma prova perfeita. Lei sábia e seus efeitos são sempre felizes é a que prescreve que cada um seja julgado por seus iguais, pois, quando se trata de riquezas e da liberdade de um cidadão, todos os sentimentos inspirados pela desigualdade devem silenciar. O desprezo no qual o homem poderoso olha para a vítima do infortúnio, e a indignação que experimenta o homem de condição inferior ao ver o culpado que está acima dele por sua condição, são sentimentos que não existem nos julgamentos do que o autor menciona no livro. Quando o culpado e o ofendido estão em condições desiguais, os juízes devem ser escolhidos metade os iguais do acusado e metade do ofendido, para que possa haver uma contrabalança os interesses pessoais, que modificam os interesses pessoais. CAP 8 – DAS TESTEMUNHAS Todo homem que puser ligação em suas ideias e que experimentar as mesmas sensações que os outros homens, poderá ser recebido em testemunho. Mas tal confiança que for dado deve medir pelo seu interesse de dizer ou não a verdade. É por motivos absurdos que as leis não admitem em testemunho mulheres, por causa da sua fraqueza, e nem os condenados pois já estão mortos civilmente, nem também as pessoas com nota de infâmia. É preciso que os depoimentos de um culpado condenado não retardem o curso da justiça. Mas o autor do livro faz uma reflexão na possibilidade de dar uma segunda chance para o condenado de um novo testemunho para justificar os atos praticados no delito e se realmente foi delito. Além das pessoas que dão testemunho sem o interesse de mentir, o autor explica que também deve conceder à testemunha mais ou menos confiança, à proporção do ódio ou da amizade ou também da relação maios ou menos estreita. Para o testemunho é importante que não se basta uma única testemunha, pois, negando o acusado o que a testemunha afirma, não há nada certo que o sujeito é culpado, logo, a justiça deve respeitar o direito de ser julgado inocente. CAP 9 – DAS ACUSAÇÕES SECRETAS Quem pode defender-se da calúnia quando esta se arma com o escudo mais sólido da tirania, que é o sigilo. Neste capítulo Beccaria destaca que não se deve haver acusações secretas, pois aquele que sofre das acusações ficam impossibilitados de se defender perante elas. Beccaria também questiona em seu livro os motivos para tais acusações serem feitas de forma sigilosa, seria pela tranquilidade pública? Segurança e manutenção da forma de governo?! Tais acusações são um abuso manifesto, mas consagrados e tornado necessário em vários governos pela fraqueza de sua constituição. CAP 10 – DOS INTERROGATÓRIOS SUGESTIVOS O interrogatório sugestivo é proibido, pois, só se deve interrogar sobre a maneira pela qual o crime foi cometido e as circunstancias que o acompanham. O juiz que interrogam só deve ir ao fato indiretamente, e nunca em linha reta. Foi estabelecido esse método para evitar sugerir ao acusado uma resposta que o salve, ou porque foi considerada coisa monstruosa um homem acursar-se a si mesmo, com a proibição do interrogatório sugestivo fez cair-se as leis numa contradição notória, pois ao mesmo tempo que se proibi o interrogatório, permite-se a tortura. Aquele capaz de suportar a dor com que lhe é atribuído, guardando para si o silêncio da dor, se vê absolvido, mas nem todo homem consegue suportar a dor de uma tortura, no qual um inocente para se ver livre das dores confessa um crime que não o cometeu. CAP 11 – DOS JURAMENTOS Outra contradição da lei, é exigir do acusado o juramento de dizer a verdade, quando ele tem maior interesse em se calar. Como se o homem pudesse jurar de boa-fé que irá contribuir para sua condenação. As leis do céu estão submetidas a leis diversas das da terra. Porque para o homem, o acusado se coloca na alternativa de ofender a deus ou se perder, ai não a oportunidade do acusar se safar de suas acusações, pois ou ele escolhe ser mau cristão ou mártir do juramento. No entanto para Beccaria os juramentos são inúteis, pois jamais faz o acusado dizer a verdade. CAP 12 – DA TORTURA Para Beccaria é uma barbárie consagrada pelo uso da maioria dos governos aplicar a tortura a um acusado enquanto se faz o processo, seja para arrancar dele a confissão do crime, ou para esclarecer as contradições em que caiu, quer para descobrir os cúmplices ou outros crimes de que não é acusado. O delito ou é certo ou incerto, se é certo deve ser punido com a pena fixada em lei, no qual a tortura se torna inútil pois já não tem a necessidade de arrancar a confissão do acusado, mas, se o delito é incerto não se deve torturar um inocente pois até o momento não houve prova do delito. No entanto qual seria a finalidade política dos castigos? O terror que imprimem nos corações inclinados ao crime. Um crime já cometido, para o qual não há remédio, só pode ser punido pela sociedade política para impedir que os outros homens cometam outros semelhantes pela esperança de impunidade. É absurdo exigir que um homem seja acusador de si mesmo, e procurar fazer nascer a verdade pelos tormentos, como se essa verdade residisse nos músculos e nas fibras do sujeito. Se a impressão da dor se torna muito forte para ocupar todo o poder da alma, ela não deixa a quem a sofre nenhuma outra atividade a não ser tomar a via mais curta para evitar os tormentos atuais. O inocente logo exclamará que é culpado para fazer cessar as torturas que já não conseguem suportar. De dois homens, igualmente inocente ou igualmente culpados, aquele que for mais corajoso e mais robusto será absolvido. O uso da tortura tem consequências bastante notáveis, o inocente submetido a tortura tem tudo contra si, ou será condenado pelo crime que não cometeu, ou, será absolvido, depois de ter sofrido tormentos que não mereceu. Já o culpado, tem por si um conjunto favorável, será absolvido se suportar a tortura, evitará os suplícios de que foi ameaçado, sofrendo pena muito mais leve. Outro motivo pelo qual submete à tortura um homem que supõe ser culpado é a esperança de esclarecer as contradições em que ele caiu nos interrogatórios que o fizeram sofrer. Também se submete o suposto acusado à tortura para descobrir se ele é culpado de outros crimes além daquele que é acusado. Aplica-se igualmente a questão a um acusado para descobrir os seus cumplices, sendo certo que aquele que se acusa facilmente acusará outrem. A infâmia não é um sentimento sujeito às leis ou regulada pela razão, é obra exclusiva da opinião. Como a tortura torna infame aquele que sofre, é absurdo que equeira lavar desse modo a infâmia com a própria infâmia. CAP 13 – DA DURAÇÃO DO PROCESSO E DA PRESCRIÇÃO: A de se notar que, quando os delitos é constado e as provas não são certas é justo conceder ao acusado o tempo e os meio de justificar-se, se for possível, mas é preciso se ater a que tempo seja curto, para não retardar de mais o castigo que deve seguir perto do crime. É verossímil que, o tempo que se emprega na investigação das provas e o que fixa a prescrição não devem ser prolongados em razão da gravidade do crime que se persegue, porque enquanto o crime não está provado, quanto mais repugnante ele é para sociedade, menos verdadeiro ele será. Então será preciso, às vezes, reduzir o tempo dos processos e aumentar sua prescrição. Vejamos, um crime atroz qual é o homicídio, que são mais raros, deve-se diminuir o tempo do processo, porque a inocência do acusado é mais provável que o crime, logo, deve-se aumentar a prescrição para que se no futuro descubra-se novas provas em desfavor do acusado, o mesmo não saia impune dele. Já nos crimes menores, a duração do processo deve ser maior, pois a inocência do acusado é provável menor, então a prescrição deve ser menor, visto que a impunidade o agente seria menos gravosa a sociedade. CAP 14 – DOS CRIMES COMEÇADOS; DOS CÚMPLICES; DA IMPUNIDADE. As leis não podem punir a intenção do agente de cometer um crime, mas não deixa de ser verdade que todo crime cometido, adveio de uma vontade anterior, pois assim, careceria de merecer castigo também a vontade do agente de cometer o crime, claro que esse castigo deve-se ser bem mais brando do que seria se o agente tivesse o cometido. Essa pratica deveria ser analisada pelo fato de que seria melhor prevenir o crime com uma punição, claro, mais branda, afim de que o agente do delito se abstenha de prosseguir com a sua conduta. Nessa mesma linha tênue, a gradação de pena, deve-se constar os cumplices, se esses não foram todos executores imediatos. Uma vez que o magistrado usa o suspeito de um crime para descobrir um outro delito, o mesmo estaria se socorrendo ao próprio agente delituoso. Neste mesmo seguimento, a falsa esperança de impunidade para os cúmplices que traem seus parceiros para terem suas penas atenuadas, trazem consigo a diminuição de outros grandes crimes, pois os agentes delituosos se veem apavorados, pois a de ser prevenir a união dos maus, pelo temor recíproco que inspiraria um único agente a se expor sozinho. CAP 15- DA MODERAÇÃO DAS PENAS É muito importante lembrar que um mal cometido não poderá ser desfeito, logo a punição do responsável pelo delito deverá ser na medida da sua culpabilidade, ora, o que traria de benéfico a sociedade uma punição que extrapolasse a culpa do homem, senão um nada? Ultrapassar a linha entre o castigo merecido, para uma vingança não faria com que a vítima do agente voltasse ao seu estado físico natural anterior, mas sim que o próprio agente delituoso se tornasse a próxima vítima de um estado que deveria ser imparcial e não vingativo. Outro ponto de extrema relevância é que, quanto mais furiosa a punição para um determinado delito, maior a probabilidade de o agente cometer o mesmo crime, para que assim ele apenas seja responsabilizado pelo primeiro crime. CAP 16 – DA PENA DE MORTE A pena de morte não se apoia em direito algum, pois a mesma é uma guerra contra um cidadão em face da sociedade, onde a própria sociedade vai julgar se, à morte do indivíduo é necessária ou útil. Apenas em dois momentos só poderia ser encarada como necessária por dois motivos, primeiramente onde a nação fica alternativa em perder ou recuperar sua liberdade, onde as leis são substituídas pela desordem e quando um cidadão mesmo preso, consiga ter relações perigosas com o exterior de seu cárcere, podendo atentar contra a segurança da sociedade. Outrora, usar como punição a pena de morte em praça pública, era considerado um show à parte para a maioria que assistia, mas para poucos, não passava de um circo de horrores digno de pena. Deveras, tais punições em público não eram suficientes para diminuir ou cessar os crimes, então foi notório que, penas mais brandas e continuas fazem com que os cidadãos tenham muito mais medo de cometer algum crime. Afinal para haver justiça, deve existir apenas um grau de rigor suficiente para desviar os homens do crime, com a promessa que que punição, com o risco de perder para sempre a sua liberdade. CAP 17 – DO BANIMENTO E DAS CONFISSÕES A todo perturbador da ordem e da paz social deve recair a pena do afastamento da sociedade em que vive, seria interessante que se banisse o agente delituoso de um crime hediondo, ou mesmo o suspeito, pois seria grande a probabilidade do mesmo ter sido cometedor do ato. Em outros tempos, não somente o afastamento do acusado da sociedade era suficiente, mas também a perda dos seus bens. Contudo foi notório que a parda dos bens do acusado não servia para nada, pois tal punição de sucumbir o mesmo a miséria e levar consigo para o mesmo caminho seus familiares, só poderia levar os mesmos a cometerem futuros crimes, visto que, tanto o responsável pelo crime, quanto a sua família beiravam a miséria, de nada serviria a tomada dos bens do acusado, senão torna-los prováveis novos criminosos. CAP 18 – DA INFÂMIA A infâmia é uma desaprovação pública, que faz com que o culpado fique perante a sociedade mal visto, e sem que o mesmo seja merecedor de confiança, sendo assim praticamente, um excluído aos olhos dos cidadãos. Os efeitos da infâmia em relação à o cidadão dependera exclusivamente das leis vigentes, pois a lei que irá sobre cair sobre o acusado estará ligado diretamente a sua moral, ou na opinião que a sociedade julgar como a certa. Sendo assim, as penas que infamam a um cidadão devem ser aplicadas raramente, até porque o emprego de forma continua dessa pena, enfraquece a própria opinião. CAP 19 - DA PUBLICIDADE E DA PRESTEZA DAS PENAS Quanto mais a pena for eficiente e seguir o delito, será mais justa e útil a mesma. Mais justa tendo em vista que o acusado será poupado de tormentos psicológicos e físicos possíveis. A perda da liberdade se torna justa sendo a mesma uma pena ao qual precedera na condenação na estrita medida necessária exigida. A prisão sendo um meio de detenção prisional para qualquer cidadão até o julgamento de sua inocência ou culpa sendo este meio cruel e aflitivo deveria ser suavizada seu rigor e duração, sendo algo temporário necessário apenas para a instrução do processo, tento ainda a proposta de julgar primeiramente os antigos prisioneiros. O acusado encerrado na medida necessária para o impedir de fugir ou de ocultação de provas, sendo o processo conduzido sem protelações onde exista partes a favor ou contra e apenas uma decisão. Os efeitos ocasionados pelo castigo do crime servem se geral para impressionar e se tornarem sensíveis para os que lhe testemunharem. Quanto menos tempo decorrer entre um delito e a pena mais passarão a mensagem de que não há crime sem castigo, se habituando assim a considerar os crimes como um causa da qual o castigo é um efeito necessário. A presteza de uma pena lhe dá o conceito de que não existirá um crime que não será punido, passar a ideia de que um delito não será de forma alguma impune. Àqueles que tiverem o objetivo de cometer tal ato pensará automaticamente que não haverá vantagens em um ato criminoso, logo, portanto, espelhando em um castigo breve e inevitável. CAP 20 - QUE O CASTIGO DEVE SER INEVITÁVEL. – DAS GRAÇAS O que faz com que a segurança seja concreta não é o rigor de sua punição,mas sim a certeza de que a punição será feita. Se em algum momento for cogitado que o castigo não será empregado para determinado caso, o medo do castigo em si não será motivo o bastante para causar em seu ator o medo de cometer uma ação criminosa, sabendo que possivelmente não receberá sua devida punição mesmo que seu “possível” suplício seja terrível. Portanto, mesmo que seja um castigo moderado, sua concretização trás ao ator o medo do ato. A eficácia de punir de uma forma branda é vantajosa pelo fato do homem temer não poder desviar-se da mesma, sendo ela mais “justa” tanto por sua certeza, quanto por sua eficiência. O perdão por parte do ofendido não exclui o fato de que o ofensor se torna exemplo para demais situações equiparadas se tornarem, também, realidade. Ou seja, somente o perdão não soluciona ou previne que aconteça com outros em sociedade. A pena deve ser empregada. Cabe às leis fazerem sua parte em corrigir e prevenir tais atos pela necessidade de um todo. No momento em que um soberano concede uma graça ao criminoso ele agride a segurança e bem-estar na vivência dos demais. Como segurança pública, há modos de prevenção que leva aos cidadãos a se sentirem seguros. Libertar um criminoso de uma pena merecida, não apenas prejudica a segurança de uma sociedade, mas mostra aos outros que o castigo pode ser evitado. CAP 21 - DOS ASILOS Os asilos servem como abrigo contra as ações das leis. Torna-se lugar onde aqueles que deveriam ser punidos de forma correta, porém acabam servindo de exemplo de que o homem pode fazer o que bem entender e mesmo assim será mantido seguro. A diferença entre a impunidade é que nos asilos a impunidade está disfarçada pela ideia de que o criminoso está sofrendo algum tipo de pena. Não sendo algo explícito aos olhos da sociedade. Quando um homem comete um crime em um determinado país, ele deve ser julgador somente pelo mesmo, portanto, não justificaria ele ser julgado universalmente por um ato que foi executado em apenas um local. Ou seja, o homem não pode ser submetido às leis de outro país, sendo elas contraditórias entre países e soberanos diferentes. Um celerado com crimes precedentes que não violaram as leis do país em que não se faz membro, não pode sofrer as penas do mesmo, podendo apenas ser expulso. Portanto, somente no momento em que a agride é que pode ser punido e não quando as leis da sociedade presente não foram ofendidas. CAP 22 - DO USO DE PÔR A CABEÇA A PRÊMIO No momento em que se dá a cabeça de alguém por um crime que cometeu, cria-se mais um ato criminoso. A partir de quando a lei emprega o suplício de um homem como um modo de correção, ela também liberta o sentido de que se “cura” um crime com outro. O legislador permite que tal ato seja aceito como corretivo, atingindo assim a moral do ser humano. A união moral e política dos povos precisa ser realidade. Para que assim em meio à miséria e a falta de segurança as nações saibam lidar de forma em que não agrida a moral humana coletiva, e que a sintonia e harmonia sejam elevadas para todos os povos. CAP 23 - QUE AS PENAS DEVEM SER PROPORCIONADAS AOS DELITOS Um criminoso que comete algo monstruoso não pode receber as mesmas penas que aquele que comete algo mais leve. As punições devem ser de acordo com cada ato, do contrário o efeito que isso causa acaba sendo negativo. A distribuição desigual das penas causa contradição, pois o homem irá preferir cometer aquele crime que o favorecer, seja ele grandioso ou não, pois receberão os mesmos castigos. Haverá desta foram à quebra total da moral humana, em que, por exemplo, pune-se um cidadão com a pena de morte por ter cometido um crime leve, constitui-se assim a correção do erro com a morte e com a destruição de toda moralidade do ser humano que se suja com os próprios erros de punição. Esses fatos refletem os erros em interesses pessoais, sendo esquecidos os interesses para o bem público. Contudo, a questão em si é que o Legislador saiba empregar as leis de acordo com cada crime, saiba fazer as divisões corretas para que não haja desigualdade e que as penas sejam qualificadas para cada delito. CAP 24 - DA MEDIDA DOS DELITOS Cada indivíduo é julgado simplesmente pelo seu ato e pelo prejuízo causado, sua intenção ao cometê-lo não interfere em seu julgamento e grandeza do crime. Muitos cometem crimes sem intenções, e são julgados como qualquer outro que deveria ser penalizado. Se fosse necessário analisar as intenções de cada indivíduo, deveria existir uma lei penal para os crimes em si e para as suas intenções. As penas devem ser colocadas em prática de acordo com cada ação do criminoso. Sendo assim, exclui-se também, além das intenções de cada um, a dignidade de cada pessoa ofendida. Portanto, a medida real dos delitos são os danos à sociedade levando sempre em conta o convívio social e a harmonia em que os povos devem-se encontrar. CAP. 25 – DIVISÃO DOS DELITOS As punições existem para resguardar o bem público e a ordem na sociedade. Os homens de bem estão sujeitos às penas mais severas, no conflito entre a lei e a moral, que muitas vezes se contradizem. As noções de honra e moral, que muitas vezes influem na legislação e na hora de punir, mudam conforme o tempo, portanto as leis também dever estar suscetíveis à mudanças, assim que a sociedade mudar. CAP. 26 – DOS CRIMES DE LESA- MAJESTADE Os crimes de lesa-majestade são grandes crimes, pois atentam contra a sociedade. A proporcionalidade da pena é algo importante nesse processo, pois muitos delitos são atribuídos a esse conceito de lesa-majestade e carregam consigo penas muito mais graves do que seus delitos realmente ensejam. CAP 27 – DOS ATENTADOS CONTRA A SEGURANÇA DOS PARTICULARES, E PRINCIPALMENTE, DAS VIOLÊNCIAS Os crimes que atentam contra a segurança dos particulares é uma modalidade de crime, estes de natureza grave, entre ele os atentados contra a visa e a liberdade dos cidadãos. Nesse conceito, o autor coloca na categoria dos grandes crimes os crimes exercidos pelos grandes e pelos magistrados. A punição estendida somente aos que estão em uma pior condição social, contrastando com a absolvição e a compra de liberdade concedida ao grande e poderosos, caracteriza um atentado contra a sociedade. CAP. 28 – DAS INJÚRIAS As injúrias são consideradas crimes contra a honra, e a honra nada mais é a integridade da moral, mas que é um conceito muito subjetivo, pois varia de indivíduo para indivíduo. As injúrias são punidas pena infâmia, ou seja, punidas através da opinião pública, pois é da sociedade que o conceito de honra se forma. CAP. 29 – DOS DUELOS Sobre os duelos, o autor considera esses como combates pela honra, portanto é algo entranhado na sociedade desde a antiguidade. Segundo ele, a luta pela honra às vezes importa mais que a própria vida, visto que uma vida sem honra é uma vida em desgraça. O autor também entende que quem propõe o duelo deve ser o único punido na situação, pois seria injusto punir quem apenas defende sua honra. CAP. 30 - DO ROUBO Deve haver diferenças nas punições para os roubos sem violência e com violência, ou seja, furtos e roubos. O autor entende que os roubos sem violência dever ser punidos de acordo com a ação do agente, portanto, com a perda do patrimônio. Porém, ele entende que se o roubo é resultado de miséria que provoca a delinquência, reduzir ainda mais o patrimônio só contribuiria para que houvesse mais roubos. Dessa forma, a solução do autor é a “escravidão temporária”, assim punindo como a exclusão da sociedade o agente que cometeu o crime. O autor ainda diz que se o roubo for acompanhadode violência, é justa somar penas corporais à servidão. CAP. 31 – DO CONTRABANDO O contrabando ofende o soberano e a nação, mas não deve haver infâmia, pois não afeta suficientemente o povo para provocar sua indignação, pois produzem impressões fracas. O contrabando é um delito gerado pelas próprias leis, com isso a vontade de exercer aumenta quanto mais fácil é cometer essa infração. Afetando diretamente os impostos, esse delito merece uma pena considerável, como uma prisão e uma servidão que se assemelham à natureza do delito. CAP. 32 – DAS FALÊNCIAS Existe uma diferença entre a falência por ação de má-fé e de boa-fé. Sendo assim, deverá existir em lei a distinção entre faltas graves e leves, não se pode deixar a arbitrariedade de um magistrado. Deste modo, previnem-se as falências por fraude, e recuperam-se a economia dos homens de boa-fé. Obs.: sobre as distinção entre faltas graves e leves “seria perigoso abandoná-la à prudência arbitrária de um juiz, porque o bem público se mede como os espaços e a extensão.” CAP. 33 – DOS DELITOS QUE PERTURBAM A TRANQUILIDADE PUBLICA Medidas como iluminar as cidades durante a noite à custa do público ou colocar guardas de segurança nos bairros da cidade são uma forma de prevenir a perigosa intensidade das paixões populares, sendo esta algumas das principais ocupações, no que se refere a vigilância da autoridade policial. Mas, se o mesmo não agir conforme as leis conhecidas à maioria dos cidadãos, abrirá espaço à um poder tirano, aplicando assim, lei que julguem serem necessárias, rompendo então a liberdade pública. “(...) os cidadãos devem conhecer o que precisam fazer para serem culpados, e o que precisam evitar para serem inocentes”. “ Num país em que o destino dos cidadãos está entregue à incerteza, a tirania oculta imola mais vítimas do que o tirano mais cruel que age abertamente”. CAP. 34 – DA OCIOSIDADE O governo deve participar das relações sociais, não se admite a ociosidade por parte do mesmo, este deve conhecer a necessidade de administrar ou aumentar o bem-estar dos cidadãos. Contudo, há um tipo de ociosidade que é aceitável e pode ser vantajosa, dando maior liberdade e riqueza ao cidadão. A vantagem é do governo ser mais liberal. CAP. 35 – DO SUICÍDIO Embora seja um crime, o autor acredita que não é um delito que deve ser punido pelo homem, mas sim por Deus. Sendo assim, a pena ou lei para este delito é injusta e sem utilidade, pois a pena recai sobre a família que é inocente. O autor compara o suicida com aquele que renuncia para sempre à sua pátria dizendo que causa à sociedade o dobro do prejuízo que lhe pode causar o suicida. No entanto diz também que uma lei que tentasse tirar aos cidadãos a liberdade de abandonar seu país seria uma lei inútil, pois “ a proibição de sair de um país só faz aumentar em quem o habita, o desejo de abandoná-lo”, levando consigo todos os seus bens à um outro país. A maneira de fixar os homens em sua pátria é aumentar o bem-estar respectivo de cada cidadão, segundo o autor. CAP. 36 – DE CERTOS DELITOS DIFÍCEIS DE CONSTATAR Trata-se do adultério, da pederastia e do infanticídio. O primeiro é comum porque as leis não são fixas e porque é natural a atração pelo sexo oposto, não deve embora exista quase punição, por se tratar de um incentivo. A pederastia é um desvio das paixões do homem escravizado pela sociedade. As leis não procuram prevenir estes delitos com os melhores meios possíveis, tratando já do infanticídio, relatada pelo autor. CAP. 37 – DE UMA ESPÉCIE PARTICULAR DE DELITO Nesse capítulo, o âmago da questão está voltado para as penas aplicadas pelas igrejas no período da idade média, onde reinava o Santo Ofício, ou sistema inquisitorial, ou seja, por esse não prosperava o acusado de direitos de contraditório e ampla defesa. Ressalta-se dizer que, Beccaria em sua obra procura demonstrar como certas crenças religiosas, entre as quais ele só via diferenças sutis, obscuras e muito acima da capacidade humana, podem perturbar a tranquilidade pública, a menos que só permitisse a permanência de uma e proibição das demais. Aqui, é claro os crimes de que ele se trata, que é os crimes contra liberdade religiosa, o que anos depois, se amoldou em nosso ordenamento jurídico. Disserta Beccaria que a natureza deste delito, o pecado, não se trataria de matéria criminal, e sim de natureza religiosa. Porém, é de se destacar que, apesar dos pecados serem “crimes” exclusivamente regrado pela teologia, não se pode punir de forma a desarmonizar o convívio social e transtornar a tranquilidade pública. CAP. 38 – DE ALGUMAS FONTES GERAIS DE ERROS E DE INJUSTIÇAS NA LEGISLAÇÃO Beccaria, observando as atividades legislativas da época chegou a conclusão que é ter falsas ideias de utilidade se preocupar mais com convenientes particulares do que com convenientes gerais. É fato que, uma falsa ideia de utilidade gera injustiças. Se não vejamos: proibindo o porte de armas ao cidadão de bem, não faz com que os infratores da legislação deixem de manter as suas armas, nesse caso, qual a razão de utilidade para essa lei? Não é injustiça desarmar o cidadão de bem ao passo que os criminosos portem suas armas e exponham perigo a sociedade? Disserta Beccaria que: “Tais leis só servem para multiplicar os assassínios, entregam o cidadão sem defesa aos golpes do celerado, que fere com mais audácia um homem desarmado; favorecem o bandido que ataca, em detrimento do homem honesto que é atacado.” Tais leis no qual se refere o autor são estas nas quais não ferem de modo algum aos que realmente as contrariam, mas sim aos demais da população, assim trazendo injustiças, ao passo que ferem direitos resguardados de maneira equívoca, tudo por conta de falsas ideias de utilidade. CAP. 39 – DO ESPÍRITO DA FAMÍLIA Aqui nos deparamos mais uma vez com fontes gerias de injustiças na legislação. Para o autor: “o espírito da família é um espírito de minúcia, limitado pelos mais insignificantes pormenores, ao passo que o espírito público, ligado aos princípios gerais, vê os fatos com visão segura, coordena-os nos lugares respectivos e sabe tirar deles consequências úteis ao bem da maioria”. Assim, trazendo à análise, o espírito de família não pode estar ligada ao governo, pelo fato de que gera desigualdade, ou seja, para as famílias serem bem harmoniosas, é preciso que os filhos obedeçam aos comandos dos pais, assim estes são uma figura de autoridade, fazendo com que os filhos sejam apenas seguidores dos seus regramentos, ou seja, relação ditatorial, uma relação de desigualdade. Ao passo que se injetarmos o espírito público, temos ai uma democracia, pelo fato de que visa um bem coletivo, não pesam em pormenores, mas sim os sacrificam para o bem de todos, da maioria, ai, portanto, se vê uma relação equilibrada, de igualdade. CAP. 40 – DO ESPÍRITO DO FISCO A forma de o fisco atuar, ou seja, o espírito do fisco, não deve ser apenas de fazer de todas as formas para arrecadar impostos, pecúnia para ser um meio de o estado lucrar em cima dos cidadãos, mas sim defender os interesses públicos, de tal forma com que tenha ânimo de fazer valer os ditames e regramentos da época. Doravante, a figura do juiz, não deve, portanto, se infundir como a de advogado do fisco, de modo a atuar de forma imparcial, tendo uma ideia precoce de culpado pela imagem do acusado, mas sim, de modo parcial, equilibrado, sobremaneira apreciando todos os tipos de provas e teses de acusação e defesa, para que assim possa estar buscando, através do processo, a verdade real dos fatos, a fim de uma pena mais justa ao delito.CAP. 41 – DOS MEIOS DE PREVINIR CRIMES Não há que se falar ao contrário de que é melhor prevenir os crimes do que ter de puni-los, e que todo bom legislador deve se preocupar antes em impedir que o mal aconteça, do que posteriormente, repará-los. Beccaria ainda dispõe que uma boa legislação é a arte de proporcionar a sociedade o bem-estar coletivo e preservar-lhes de todos os sofrimentos que lhes possam ser atingidos. Ao legislar, é preciso ter uma clara e certa noção de nocividade da conduta tipificada, pois se nada de nocividade tiver esta conduta, ensejará em novos crimes. A lei deve ser simples e clara, para prevenir os referidos crimes, e o povo deve defender com unhas e dentes as normatizações impostas, para que assim a minoria não se arrisque a descumpri-las fazendo surgir novos crimes. Concluindo Beccaria diz “verifica-se que, sob boas leis, o homem só perdeu a funesta liberdade de praticar o mal, forçado a bendizer o trono e o soberano que só o ocupa para proteger”, ou seja, com leis realmente severas e com real utilidade, não permite com que o cidadão de mal pratique tal conduta ilícita, só cabendo a alternativa de respeitar os regramentos e ditames pelos quais regem a sociedade com boas leis. CAP. 42 – CONCLUSÃO: Beccaria conclui sua obra confirmando que a lei deve ir de encontro aos interesses públicos, de tal modo que esta seja plena, eficaz, e de toda sorte condizente com o delito, para que as penas estejam equilibradas, e por sua vez úteis para aplicação na sociedade. Assim por derradeiro, que as penas sejam, a priori, para defender o bem público, ao bem- estar social.
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