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Propriedades geométricas de uma área A.1 Centroide de uma área o centroide de uma área refere-se ao ponto que define o centro geométrico dela. Se a área tiver uma forma arbitrária, como mostra a Figura A.la, as coor- denadas x e y que definem a localização do centroide C são determinadas pelas fórmulas (A.l)x= y= Os numeradores dessas equações são formulações do 'momento de primeira ordem' do elemento de área dA em torno dos eixos y e x, respectivamente (Figura A.lb); os denominadores representam a área total A da forma. T y 1~I----x--~I----------- y y y I dA•x I x FiguraA.2 y I 'q..•""'.•.•. "' (a) T 1,------------'---x~-1 (b) Figura A.I Devemos observar que a localização do cen- troide de algumas áreas pode ser especificada par- cial ou completamente pelas condições de simetria. Nos casos em que a área tem um eixo de simetria, o centroide estará localizado ao longo desse eixo. Por exemplo, o centroide C da área mostrada na Figura A.2 deve encontrar-se ao longo do eixo y, visto que, para cada área elementar dA à distância +x à direita do eixo y há um elemento idêntico à distância -x à esquerda. Portanto, o momento total para todos os elementos em torno do eixo de simetria se can- celará; isto é, Jx dA = O (Equação A.l), de modo que x = O. Nos casos em que a forma tem dois eixos de simetria, decorre que o centroide encontra-se na interseção desses eixos (Figura A.3). Tomando como base o princípio da simetria ou usando a Equação A.l, as localizações dos centroides para formas de área comuns são apresentadas na parte interna da primeira capa deste livro. c --."--x Figura A.3 Áreas compostas. Muitas vezes, urna área pode ser secionada ou dividida em várias partes com formas mais simples. Contanto que a área e a localização do centroide de cada uma dessas 'formas compostas' se- jam conhecidas, podemos eliminar a necessidade de integração para determinar o centroide da área intei- ra. Nesse caso, devem ser usadas equações análogas à Equação A.1, porém substituindo as integrais por si- nais de somatório finito; isto é, LxA x = 2:A (A.2) Nessas expressões matemáticas, x e y representam as distâncias algébricas ou coordenadas x, y do centroi- de de cada parte composta, e ~A representa a soma das áreas das partes compostas ou, simplesmente, a área total. Em particular, se um furo ou uma região geométrica onde não exista nenhum material estiver localizado no interior de uma parte composta, o furo será considerado uma parte composta adicional com área negativa. Além disso, como já discutimos, se a área total for simétrica em torno de um eixo, o centroide da área encontra-se no eixo. O exemplo a seguir ilustra a aplicação da Equa- ção A.2. EXEMPLO A.1 Localize o centroide C da área da seção transversal da viga T mostrada na Figura AAa. SOLUÇÃO I O eixo y está localizado ao longo do eixo de simetria, de modo que x = O (Figura A.4a). Para obter )/, definiremos o eixo x (eixo de referência) passando pela base da área, que é segmentada em dois retângulos como mostra a figura, e a localização )/ do centroide é definida para cada um deles. Aplicando a Equação A.2, temos __ L)/A _ [5 cm](10cm)(2 em) + [11,5 cm](3cm)(8 em)y ---- LA (10 cm)(2 em) + (3 cm)(8 em) = 8,55 em Resposta SOLUÇÃO 11 Usando os mesmos dois segmentos, o eixo x pode ser localizado na parte superior da área, como mostra a Figura A.4b. esse caso, _ LyA [-1,5 cm](3cm)(8 em) + [-8 cm](10cm)(2 em) y = -- = LA (3 cm)(8 em) + (10 cm)(2 em) = -4,45 em --'-_.L.J.....I....JL...J __ -L X 2em (a) 3em -1,5 em T lL~' H -8em >,; C 2em (b) y I f--8em--J.: 10em: I I I I I -L_--,-~I~-LLL_~~_~ x (e) Figura A.4 o sinal negativo indica que C está localizado abaixo da origem, o que era previsível. Observe também que, pelas duas respostas, 8,55 em + 4,45 em = 13,0 em, que também é a profundidade da viga. SOLUÇÃO 111 Pode-se também considerar que a área da seção trans- versal é um único retângulo grande menos dois retângulos pequenos (Figura A.4c). Então, teremos _ 2,yA [6,5 em](13 em)(8 em) - 2[5 em](10 em)(3 em) y = 2,A = (13 em)(8 em) - 2(10 em)(3 em) = 8,55 em Resposta A.2 Momento de inércia de uma área Quando calculamos o centroide de uma área, con- sideramos o momento de primeira ordem da área em tomo de um eixo; isto é, para executar o cálculo foi pre- ciso calcular uma integral da forma Jx dA. Há alguns tópicos da resistência dos materiais que exigem o cál- culo de uma integral do momento de segunda ordem de uma área, isto é, Jx2 dA. Essa integral é denominada momento de inércia de uma área. Para mostrar a defi- nição formal do momento de inércia, considere a área A, mostrada na Figura AS, que se encontra no plano x-y. Por definição, os momentos de inércia do elemento diferencial dA em tomo dos eixos x e y são dl, = y2dA e dI = x2dA, respectivamente. Para a área inteira, o mo- mente de inércia é determinado por integração, isto é, t,= lr= i, = lx2dA (A3) Também podemos expressar o momento de segun- da ordem do elemento diferencial em tomo do polo O ou eixo z (Figura A.S), denominado momento polar de inércia, di o = r'd.A. Nessa expressão, r é a distância perpendicular entre o polo (eixo z) e o elemento dA. O momento polar de inércia para a área inteira é (A4) A relação entre 10 e Ix' Iy é possível, contanto que r2 = x2 + y2 (Figura AS). Pelas formulações acima, vemos que Ix' Iy e 10 sem- pre serão positivos, já que envolvem o produto entre o quadrado de uma distância e uma área. Além disso, as unidades para o momento de inércia envolvem com- primento elevado à quarta potência, por exemplo, m", mm" ou pé", pol", As equações acima foram usadas para calcular os momentos de inércia em torno dos eixos centroides de algumas formas de áreas comuns, apresentados no fi- nal deste livro. y I----x dA /T r y k::...---------'----x o FiguraA.S Teorema dos eixos paralelos para uma área. Se o momento de inércia de uma área em torno de um eixo centroide for conhecido, poderemos deter- minar o momento de inércia da área em torno de um eixo paralelo correspondente por meio do teorema dos eixos paralelos. Para deduzir esse teorema, considere a determinação do momento de inércia em torno do eixo x da área mostrada na Figura A.6. Nesse caso, um elemento diferencial dA está localizado a uma distân- cia arbitrária y' do eixo centroide x', ao passo que a distância fixa entre os eixos paralelos x e x' é definida como d . Visto que o momento de inércia de dA em torno do eixo x é dI = (y' + dy)2dA, então, para a "área inteira, t, = 1(y' + dy)2dA = lyl2dA + 2dy i: dA + d/l dA O primeiro termo do lado direito representa o momento de inércia da área em torno do eixo x', Ix'. y y' r~c~ x'~d"/l ~y x o Figura A.6 o segundo termo é zero, visto que o eixo x' passa pelo centroide da área C, isto é, Jy' dA = )I'A = O, já que )1' = O. Portanto, o resultado final é (A.S) Uma expressão semelhante pode ser escrita para Iy' isto é, (A.6) E, por fim,para o momento polar de inércia em tor- no de um eixo perpendicular ao plano x-y e que passa pelo pala O (eixo z) (Figura A.6), temos (A.7) A forma de cada uma dessas equações estipula que o momento de inércia de uma área em torno de um eixo é igual ao momento de inércia em torno de um eixo paralelo que passa pelo 'centroide' mais o produto entre a área e o quadrado da distância per- pendicular entre os eixos. Áreas compostas. Muitas áreas de seção trans- versal consistem em uma série de formas mais simples interligadas, como retângulos, triângulos e semicírcu- los. Contanto que o momento de inércia de cada uma dessas formas seja conhecido ou possa ser determina- do em torno de um eixo comum, o momento de inér- cia da 'área composta' pode ser determinado comoa soma algébrica dos momentos de inércia de suas partes compostas. Para determinar adequadamente o momento de inércia de tal área em torno de um eixo específico,em primeiro lugar é necessário dividir a área em suas par- tes compostas e indicar a distância perpendicular entre o eixo especificado e o eixo centroide paralelo de cada parte. A tabela apresentada no final deste livro pode ser usada para calcular o momento de inércia em torno do eixo centroide de cada parte. Se esse eixo não coin- cidir com o especificado, o teorema do eixo paralelo, I = Y +AtP, deve ser usado para determinar o momento de inércia da parte em questão em torno do eixo espe- cificado. Então, o momento de inércia da área inteira em torno desse eixo é determinado pela soma dos re- sultados de suas partes compostas. Em particular, se uma parte composta tiver um 'furo', o momento de inércia para a parte composta será determinado 'sub- traindo-se' o momento de inércia do furo do momento de inércia da área inteira que inclui o furo. Os exemplos apresentados a seguir ilustram a apli- cação desse método. EXEMPLOA.2 Determine o momento de inércia da área da seção transversal da viga T mostrada na Figura A.7a em torno do eixo centroide x', SOLUÇÃO I A área é subdividida em dois retângulos como mostra a Fi- gura A.7a para determinar a distância entre o eixo x' e cada eixo centroide. Pela tabela apresentada no final deste livro, o momento de inércia de um retângulo em tomo de seu eixo centroide é [ = 1/12bh3 Aplicando o teorema dos eixos pa- ralelos (Equação A.5), a cada retângulo e somando os resul- tados, temos 1,5 em 1,5 em f--8em---l -r 4,45ern ---f---x' 2em (a) 13 emJ=+-i ---f,-<oft--..-----'---.-x' , '10em TT, . . ,: 8,55 em ---'-_---'-_5_e.L..1 "l. ___Jli 1-1-ll--+-I -lI 3 em2em3 em (b) Figura A.7 [ = ~lx' + Ad/ = [1~ (2 cm)(lO em)" +·(2 cm)(lO cm)(8,55 cm - 5 cm)2 ] + [l~ (8 cm)(3 em):' + (8 cm)(3 cm)(4,45 em - 1,5 cm)2 ] I = 646 em" Resposta SOLUÇÃO 11 A área pode ser considerada como um único retângulo gran- de menos dois retângulos pequenos, como mostram as linhas tracejadas na Figura A.7b. Temos - 21= Ux' + Ady = [1~ (8 em)(13cm)3 + (8 cm)(13cm)(8,55em - 6,5 cm)2] - [1~ (3 cm)(10crn)? + (3 cm)(lOem)(8,55em - 5 cm)2] I = 646 cm4 Resposta EXEMPLOA.3 Determine os momentos de inércia da área da seção transversal da viga mostrada na Figura A.8a em torno dos eixos centroides x e y. SOLUÇÃO A seção transversal pode ser considerada como três áreas compostas retangulares A, B e D mostradas na Figura A.8b. Para o cálculo, o centroide de cada um desses retângulos é localizado na figura. Pela tabela apresentada no final deste livro, o momento de inércia de um retângulo em torno de seu eixo centroide é I = 1/12bh3. Por consequência, usando o teorema dos eixos paralelos para os retângulos A e D, os cálculos são os seguintes: Retângulo A: t, = Ix' + Ad/ = 1~ (100 mm)(300 O1m)3 + (100 mm)(300 mm)(200 mm)? Iy = Ir' + Ad} = 1~ (300 mm)(100 mm)3 + (100 mm)(300 mm)(250 mm)2 Retângulo B: 1 Ix = 12 (600 mm)(100 mm)3 = 0,05(109) 01014 Retângulo D: + (100 mm)(300 mm)(200 mm)2 y 100mm----1f- I 400mm 1f 100mm =r-x 400mm ~---l r-- 100mm 600=--1 (a) y ~om~ I I_ 200mm 300mm 250mm L ----x I ~,300mm ~----1 f-l00 mm (b) Figura A.8 - 1 Iy = I y' + Ad} = 12 (300 mm)(100 mm? + (100 mm)(300 mm)(250 mm)2 Logo, os momentos de inércia para a seção transversal inteira são Ix = 1,425(109) + 0,05(109) + 1,425(109) = 2,90(109) rnm" Resposta I y = 1,90(109) + 1,80(109) + 1,90(109) = 5,60(109) mm" Resposta A.3 Produto de inércia para , uma area Em geral, o momento de inércia para uma área é di- ferente para cada eixo em torno do qual é calculado. Em algumas aplicações de projeto mecânico ou estrutural, necessita-se saber a orientação desses eixos que dão, res- pectivamente, os momentos de inércia máximo e mínimo da área. A Seção A4 discute o método para determinar isso. Todavia, para utilizá-lo, em primeiro lugar deve-se calcular o produto de inércia para a área, bem como seus momentos de inércia para os eixos x, y dados. O produto de inércia para o elemento diferencial dA na Figura A9, que está localizado no ponto (x, y), é definido como dI = xy dA. Dessa forma, para a área xy inteira A, o produto de inércia é Ixy= lXYdA (A8) Como ocorre para o momento de inércia, as unida- des de comprimento do produto de inércia são eleva- das à quarta potência, por exemplo, m", mrn", pé", pol". Entretanto, visto que x ou y podem representar uma quantidade negativa, ao passo que o elemento de área é sempre positivo, o produto de inércia pode ser po- sitivo, negativo ou zero, dependendo da localização e orientação dos eixos coordenados. Por exemplo, o pro- -duto de inércia I para uma área será zero se o eixo x xy ou o eixo y, for um eixo de simetria para a área. Para mostrar isso, considere a área sombreada na Figura AIO, na qual, para cada elemento dA localizado no ponto (x, y),há um elemento de área corresponden- te dA localizado em (x, -y). Visto que os produtos de inércia para esses elementos são, respectivamente, xy dA e -xy dA, quando da soma algébrica ou da inte- gração de todos os elementos de área escolhidos desse modo, eles se cancelarão mutuamente. Por consequ- ência, o produto de inércia para a área total torna-se zero. Além disso, decorre da definição de IXY que o 'si- nal' dessa quantidade depende do quadrante no qual a área está localizada. Como mostra a Figura A.11, o sinal de I mudará à medida que a área girar de um xy quadrante para outro. y L---------'-----x Figura A.9 y FiguraA.I0 y --x & I' -I l,y= - JxydA x~ x~ I., = Ix, dA\:;~ ---+------+-----~--x I' tú [xy = Jxy dA --x Figura A.H Teorema dos eixos paralelos. Considere a área sombreada mostrada na Figura A.12, na qual x' e y' representam um conjunto de eixos centroides e x e y representam um conjunto correspondente de eixos paralelos. Considerando que o produto de inércia de dA em relação aos eixos x e y é dI = (x' + dx)(y' +.ry dy)dA, para a área inteira, y = lX'Y'dA+dxlY'dA o primeiro termo à direita representa o produto de inércia da área em relação ao eixo centroide I ,"Os se-xy gundo e terceiro termos equivalem a zero,já que os mo- mentos da área são considerados em tomo do eixo cen- troide. Como sabemos que a quarta integral representa a área total A, temos, portanto, como resultado final (A.9) Deve-se notar a similaridade entre essa equação e o teorema dos eixos paralelos para momentos de inércia. Em particular, é importante que os sinais algébricos para dx e dy sejam mantidos quando da aplicação da Equação A.9. Como ilustrado no exemplo a seguir, o teorema dos eixos paralelos encontra importante aplicação na deter- minação do produto de inércia de uma área composta em relação a um conjunto de eixos x, y. EXEMPLOA.4 -' Determine o produto de inércia da área da seção trans- versal da viga mostrada na Figura A13a em torno dos eixos centroides x e y. SOLUÇÃO Como no exemplo A.3, a seção transversal pode ser considerada como três áreas retangulares compostas, A, B e D (Figura A13b). As coordenadas para os centroides de cada um desses retângulos são mostradas na figura, Devido à simetria, o produto de inércia de cada retângulo é igual zero em torno de um conjunto de eixos x' , y' que passam pelo centroide do retângulo. Por consequência, a aplicação y "I 400mm' li =r-x 400mm-.l -----l !-- 100 mm 600mm-j 100mm (a) do teorema dos eixos paralelos a cada um dos retângulos dá como resultado Retângulo A: Ixy = Ix'y' + Adçd; = O + (300 mm)(100 mm)( -250 mm)(200 mm) = -1,50(109) mm" Retângulo B: Ixy = Ix'y' + Adçd; =0+0 =0 Retângulo O: Ixy = Ix'y' + Adxdy = O + (300mm)(100 mm)(250 mm)( -200 mm) = -1,50(109) mm" Logo, o produto de inércia para a seção transversal in- teira é Ixy = [-1,50(109)] + 0+[-1,50(109)] = -3,00(109) mm" Resposta A.4 Momentos de inércia para uma área em torno de eixos inclinados Em projeto mecânico ou estrutural, às vezes é ne- cessário calcular os momentos e produtos de inércia Ix" I ,e I ,,para uma área em relação a um conjunto de y xy eixos x' e y' inclinados quando os valores de e, I ,I ex y y ~~II 200mm 300 mm ~ 250 mm L ---x (b) Figura A.13 RM_10001.pdf RM_20001.pdf RM_30001.pdf RM_40001.pdf RM_50001.pdf RM_60001.pdf RM_70001.pdf
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