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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Epidemiologia Geral HEP – 141 José Leopoldo Ferreira Antunes 2013 Formas de classificação da Epidemiologia: Pelo desfecho de interesse: doenças infecciosas, não-transmissíveis, trauma Pelos fatores de exposição de interesse: atividade física, nutrição, ocupação Pelo tipo de análise de interesse: epi genética, epi dos fatores de risco, epi clínica, epi social Mas a classificação mais importante se refere à distinção entre epi descritiva e epi analítica EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA Examina a distribuição das doenças ou eventos na população e observa as características dessa distribuição EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA Testa hipóteses sobre a causa da doença ou agravo estudando como a exposição se associa com a doença ou evento A epidemiologia descritiva permite identificar … Onde, quando e sobre quem incide determinada doença? Há grupos especiais mais vulneráveis? Existe alguma época do ano em que aumenta o número de casos? Em que áreas do município ou regiões do país a doença é mais frequente? Há disparidades regionais ou locais? Indivíduos idosos são mais atingidos do que crianças? Pertencer a uma dada classe social determina diferenças nos riscos? Epidemiologia descritiva precede a epidemiologia analítica A epidemiologia analítica requer: Saber para onde olhar Saber o que deverá ser controlado Desenvolver hipóteses viáveis Principais usos da Epidemiologia descritiva 1. Avaliação das tendências em saúde e doença; comparações entre diferentes regiões, países (monitoramento de doenças conhecidas e identificação de problemas emergentes) 2. Fornecimento das bases para o planejamento, organização e avaliação de serviços de saúde 3. Identificação de problemas a serem investigados por meio de estudos analíticos (geração de hipóteses) Sistemas de Informações em Saúde Conhecer os sistemas de informações nacionais Identificar as possibilidades e limites desses sistemas Sistemas de Informação Sistema: conjunto de partes que se articulam para uma finalidade comum Sistema de informações: conjunto de elementos ligados à captação/coleta, processamento e disseminação de dados Sistemas de Informação - pressupostos Informação para quê? análise de situação decisão ação avaliação Contexto institucional e legal dos sistemas de saúde SUS Sistema de informação reflete estrutura organizacional Sistemas de Informações em Saúde Três níveis do sistema: municipal, estadual e nacional Informações produzidas em nível local, sobre um território determinado, devem convergir para um sistema regional e nacional de informações em saúde Sistemas de Informação em Saúde no Brasil O crescimento da difusão da tecnologia da informática possibilitou o acesso ágil a bases de dados com informações variadas e desagregadas sobre saúde: Informações epidemiológicas (óbitos, nascidos vivos, doenças de notificação compulsória) Informações assistenciais (internações, consultas, exames, tratamentos) Informações para monitoramento de programas específicos (PSF, PNI, Hiperdia) Informações de cadastro (estabelecimentos, cartão-SUS, etc.) Sistemas de Informação em Saúde no Brasil SIM SINASC CNES SIH-SUS SIA-SUS SINAN SIOPS e outros ... SIVISA SIRH SISMAL SI-PNI SIVAT Siab SIVEP-DDA SISVAN Sistemas de Informação em Saúde Propiciam a geração de indicadores para subsidiar o planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de políticas e ações de saúde Cada sistema apresenta limitações e potenciais Cobertura e qualidade apresentam variação por sistema e região do país Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SINASC Implantado progressivamente a partir de 1990, pelo Ministério da Saúde; Com o objetivo de reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional Definição da OMS Nascimento vivo é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independente da duração da gestação, de um produto de concepção que, depois dessa separação, respira ou manifesta qualquer outro sinal de vida tal como batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou contração efetiva de algum músculo de contração voluntária, haja ou não sido cortado o cordão umbilical e esteja ou não desprendida a placenta. Declaração de Nascido Vivo (DN) É o documento de entrada no sistema Padronizado em todo país Composto por 7 blocos de variáveis: Bloco I - Cartório Bloco II - Local da Ocorrência Bloco III - Mãe (idade, escolaridade, estado civil) Bloco IV - Gestação e parto (duração, pré-natal, parto) Bloco V - Recém-Nascido (sexo, raça/cor, Apgar) Bloco VI - Identificação Bloco VI - Responsável pelo preenchimento SINASC - Usos e Limitações Tem cobertura universal Fornece dados para calcular indicadores importantes, como a taxa de mortalidade infantil Sub-registro Preenchimento incompleto de diversos campos da DN Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) Documento básico: Declaração de Óbito (DO) Indivíduo: nome, endereço, idade, sexo, local de ocorrência, causa do óbito (básica e associadas – código CID-10) Local de residência e local de ocorrência (em geral, estabelecimento de saúde) Possibilita obter indicadores de taxa de mortalidade (por causas, idade, sexo, etc.) Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) O SIM vem se aprimorando nacionalmente, porém: estima-se uma sub-enumeração de 18%, com variações regionais; grande quantidade de óbitos por causas mal definidas (8,3%), variando entre 4,9% na região Centro-Oeste e 15,0% na região Norte Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS) Documento básico: AIH (autorização de internação hospitalar) Hospital: razão social, natureza jurídica, endereço Paciente: nome, endereço, sexo, idade Internação: diagnósticos principal e secundário, procedimentos, permanência, óbito, gasto Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS) Fornece: perfil de morbidade e dos atendimentos hospitalares, indicador de resultado (óbito), indicadores gerenciais, fluxo de pacientes por hospital e/ou áreas geográficas (municípios, regiões de saúde, unidades da federação, macrorregiões, etc.) Limita-se às internações realizadas no SUS Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) Tem como finalidade a vigilância epidemiológica (VE) de determinados agravos VE “é o conjunto de atividades que permite reunir informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, medidas indicadas à prevenção e ao controle de determinadas doenças” (Guia de Vigilância Epidemiológica do MS) Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) Lista de doenças de notificação compulsória Notificação de casos individuais e de surtos Documento básico: Ficha de Investigação Indivíduo: nome, endereço, idade, sexo, sintomas, local provável de infecção, classificação final do caso, etc. Possibilita obter indicadores deincidência, prevalência e letalidade Subnotificação 1. Botulismo 2. Carbúnculo ou Antraz 3. Cólera 4. Coqueluche 5. Dengue 6. Difteria 7. Doença de Creutzfeldt – Jacob 8. Doenças de Chagas (casos agudos) 9. Doença Meningocócica e outras Meningites 10. Esquistossomose (em área não endêmica) 11. Eventos Adversos Pós-Vacinação 12. Febre Amarela 13. Febre do Nilo Ocidental 14. Febre Maculosa 15. Febre Tifóide 16. Hanseníase 17. Hantavirose 18. Hepatites Virais Lista de doenças de notificação compulsória (Portaria nº 5, de 21 de Fevereiro de 2006) 19. Infecção pelo vírus HIV 20. em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical 21. Influenza humana por novo subtipo (pandêmico) 22. Leishmaniose Tegumentar Americana 23. Leishmaniose Visceral 24. Leptospirose 25. Malária 26. Meningite por Haemophilus influenzae 27. Peste 28. Poliomielite 29. Paralisia Flácida Aguda 30. Raiva Humana 31. Rubéola 32. Síndrome da Rubéola Cong. 33. Sarampo 34. Sífilis Congênita 35. Sífilis em gestante 36. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS 37. Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda 38. Síndrome Respiratória Aguda Grave 39. Tétano 40. Tularemia 41. Tuberculose 42. Varíola Lista de doenças de notificação compulsória (Portaria nº 5, de 21 de Fevereiro de 2006) Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES Cobre toda a rede de hospitais, toda rede ambulatorial pública e parte da privada (progressivamente) Documento básico: Ficha de Cadastro de Estabelecimento de Saúde (FCES) Características dos estabelecimentos (endereço, leitos, consultórios, equipamentos e serviços) Mantenedora, natureza jurídica, relacionamento com o SUS (regras contratuais) Profissionais de saúde Equipes de saúde da família e de agentes comunitários de saúde EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA MEDIDAS PARA A DESCRIÇÃO 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) Formas de medida da doença: Coeficientes, taxas e proporções Incidência, prevalência Morbidade Mortalidade Outros eventos vitais Das m edidas para a descr ição 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) M A G N I T U D E Form as de m edida da doença: coeficientes, taxas e proporções I ncidência , prevalência Morbidade Morta lidade Out ros eventos vita is Características demográficas: idade, sexo, raça, estado conjugal, número de filhos Características socioeconômicas: classe social, ocupação, renda, escolaridade Características comportamentais: hábito de fumar, beber, usar serviços de saúde Características clínicas: comorbidades, sequelas, incapacidades e predisposição para doenças. Das m edidas para a descr ição 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) P E S S O A Caracter íst icas dem ográ f icas com o idade, sexo, raça, estado conjugal, núm ero de filhos Caracter íst icas socioeconôm icas com o classe socia l, ocupação, renda, escolar idade Caracter íst icas com portam entais com o hábito de fum ar, beber , usar serviços de saúde MEDIDAS PARA A DESCRIÇÃO 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) O número de casos é constante ou variável ao longo do tempo? Há variação sazonal? Pode-se identificar um momento inicial de propagação da doença? Das m edidas para a descr ição 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) T E M P O O núm ero de casos é constante ou var iável ao longo do tem po? Há var iação sazonal? Pode- se ident ificar um m om ento inicia l de propagação da doença? MEDIDAS PARA A DESCRIÇÃO 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) A doença está confinada ou dispersa no espaço? Pode-se identificar conglomerados de casos da doença? Esses conglomerados podem ser associados a possíveis patógenos, toxinas ou outras ameaças à saúde? Das m edidas para a descr ição 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) L U G A R A doença está confinada ou dispersa no espaço? Pode- se ident ificar conglom erados de casos da doença? Esses conglom erados podem ser associados a possíveis patógenos, tox inas ou out ras am eaças à saúde? MEDIDAS PARA A DESCRIÇÃO 1. Magnitude do problema 2. Pessoa, Tempo e Lugar (quem, quando, onde) Formulação de hipóteses John Stuart Mill (1806-1873) A System of Logic. Método da diferença Procura-se avaliar a diferença entre grupos, em busca de pistas sobre os motivos que explicam a variação nas medidas de carga da doença ou outros problemas de saúde. Pelagra: tida como doença transmissível, produzia erupções cutâneas e sintomas digestivos e neurológicos. Joseph Goldberger 1874-1929 Goldberger J. The etiology of pellagra: the significance of certain epidemiological observations with respect thereto. Public Health Reports 1914; 29:1683-752. Joseph Goldberger, médico epidemiologista do Serviço de Saúde Pública dos EUA, observou que internos de asilos e prisões eram mais acometidos pela pelagra que os funcionários, que compartilhavam o mesmo ambiente, mas não a mesma alimentação. Goldberger deduziu que a doença não era contagiosa, mas sim devida a uma deficiência nutricional, e prescreveu uma dieta rica em carnes, leite e vegetais frescos. Oito anos depois de sua morte, a deficiência de niacina, uma vitamina do complexo B, foi identificada como a causa da pelagra. www.epidemiolog.net/evolving/TableOfContents.htm Formulação de hipóteses John Stuart Mill (1806-1873) A System of Logic. Método da semelhança Procura-se por aspectos em comum entre os grupos que manifestam medidas equivalentes de carga da doença ou outros problemas de saúde. Formulação de hipóteses John Stuart Mill (1806-1873) A System of Logic. Método da variação concomitante Procura-se a avaliar como a exposição a um fator de risco varia em relação às medidas de carga de doença ou outros problemas de saúde. Doll, R. Etiology of Lung Cancer (1955). Advances in Cancer Research 3;1955:1-50. Formulação de hipóteses John Stuart Mill (1806-1873) A System of Logic. Método da analogia Procura-se aplicar um modelo que explica a variação na carga de uma doença para avaliar sua capacidade de explicar a variação de outro problema de saúde. FORMAS DE MEDIDA: INDICADORES DE SAÚDE O conhecimento do estado de saúde de uma população se exprime por meio de indicadores de saúde Indicadores de saúde: medidas que exprimem os diversos componentes do estado de saúde- doença de coletividades Dois grandes tipos de causas de morte: - naturais: doenças - externas: homicídios, suicídios, acidentes Facilidade operacional: - a morte é objetivamente definida - todo óbito tem que ser registrado - formação de uma base de dados INDICADORES DE MORTALIDADE INDICADORES DE MORTALIDADE mede a frequência de óbitos numa determinada população e intervalo de tempo necessidade de padronização pode-se calcular taxas específicas de mortalidade: sexo, idade, raça, etc. N° de óbitos por determinada causa na área e ano Total de população na mesma área e anox 10n Taxa de mortalidade por causa específica 0 1000 2000 3000 4000 20 30 40 50 60 70 80 idade masculino1996a1998 masculino2003a2005 feminino1996a1998 feminino2003a2005 Taxa por 100.000 habitantes Mortalidade por todas as Doenças Cardiovasculares segundo sexo. Município de São Paulo, 1996 a 1998 e 2003 a 2005. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR SEXO, IDADE, CAUSAS N° de óbitos pela doença D na área A, tempo t Total de óbitos na área A, tempo t MORTALIDADE PROPORCIONAL PELA DOENÇA D SVSSVS Mortes Causadas por Doenças Infecciosas em Adultos no Países em Desenvolvimento (1990- 2020) TB 51.4% Inf. Respiratórias 10.0% HIV 8.6%Malaria 6.4%Outras 23.5% TB 54.7% Inf. Respiratórias 2.6% HIV 37.1%Malaria 1.3% Outras 4.4% 1990 2020 Fonte: Banco Mundial, 1997 Quanto mais desenvolvido o país, maior a proporção de óbitos de 50 anos e mais Total de óbitos, na área A, tempo t N° de óbitos de 50 anos e mais, na área A, tempo t INDICADOR DE SWAROOP E UEMURA Limitações dos indicadores de mortalidade história incompleta das doenças e seus determinantes: o óbito representa o último elemento do processo saúde-doença os danos que raramente levam ao óbito (dermatológicos, osteoarticulares, psiquiátricos, etc.) não estão representados nas estatísticas de mortalidade INDICADORES DE MORBIDADE (PREVALÊNCIA, INCIDÊNCIA) Expressa situação de saúde da população: permite inferir o risco de adoecer são mais sensíveis do que os indicadores de mortalidade para expressar mudanças a curto prazo doenças, traumas, lesões, incapacidades Porcentagem de casos novos na população x no tempo y (hora, dia, semana, mês, ano) INCIDÊNCIA I ncidência Porcentagem de casos novos na população x no tempo y (hora, dia, semana, mês, ano) I = Casos novos População Porcentagem de casos (novos e antigos) na população x, tempo y (hora, dia, semana, mês, ano) PREVALÊNCIA Prevalência Porcentagem de casos (novos e antigos) na população x, tempo y (hora, dia, semana, mês, ano) P = Casos novos + ant igos População Fatores que aumentam a magnitude da prevalência Aumento da incidência Introdução de fatores que prolongam a vida dos pacientes sem curá-los Aprimoramento das técnicas diagnósticas Correntes migratórias de áreas que apresentam níveis endêmicos mais elevados Diminuição da incidência Introdução de fatores que aumentam a proporção de curas Taxa elevada de letalidade Correntes migratórias de áreas que apresentam níveis endêmicos menos elevados Fatores que diminuem a magnitude da prevalência Prevalência Incidência Óbitos Cura Emigração QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS CONFIRMADOS E COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA DE POLIOMIELITE POR 100.000/HAB. SEGUNDO ANO E LOCAL DE RESIDÊNCIA. ESTADO DE SÃO PAULO, 1980 – 1999 GRANDE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO ANO CASOS COEF. CASOS COEF. 1980 25 0.20 101 0.41 1981 5 0.04 7 0.03 1982 - - 2 0.01 1983 - - 1 0.00 1984 - - 1 0.00 1985 2 0.01 5 0.02 1986 2 0.01 7 0.02 1987 3 0.02 8 0.02 1988 3 0.02 5 0.02 1989 - - 2 0.006 1990 - - - - 1991 - - - - 1992 - - - - 1993 - - - - 1994 - - - - 1995 - - - - 1996 - - - - 1997 - - - - 1998 - - - - 1999 - - - - FONTE: DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA-CVE-SP ( - ) = nenhum caso registrado Estimated Arthritis Prevalence, 1990 and Projected to 2020 Source: Helmick CG, et al. Arthritis Care and Research 1995;8:203–11. LETALIDADE Descreve a ocorrência de óbitos por um determinado agravo entre os indivíduos atingidos por esse mesmo agravo N° óbitos por determinada causa N° de doentes pela mesma causa x 100 Taxa de Letalidade Meningites por Streptococus pneumoniae - Incidência e letalidade - Estado de São Paulo, 1990 a 2002 Razão (ratios) Medida resultante da divisão entre duas quantidades, sem consideração quanto à dimensão de tempo. Last J. A Dictionary of Public Health. New York: OUP, 2007. John Last Formas de Medida Coeficientes (rates) Medida de freqüência de um evento em uma população definida e um período delimitado: Coeficiente = Número de casos x 10n População em risco É um tipo específico de quociente ou razão (ratio). Last J. A Dictionary of Public Health. New York: OUP, 2007. John Last Formas de Medida Proporção (proportion) Um quociente em que o numerador está incluído no denominador, quer dizer, mede a parte em relação ao todo. É um tipo específico de quociente ou razão (ratio). Last J. A Dictionary of Public Health. New York: OUP, 2007. John Last Formas de Medida Incidência Porcentagem de casos novos na população x no tempo y (hora, dia, semana, mês, ano) I = Casos novos População Prevalência Porcentagem de casos (novos e antigos) na população x, tempo y (hora, dia, semana, mês, ano) P = Casos novos + antigos População Casos incidentes (novos) Casos prevalentes (total existente) Óbitos, Curas, Emigração RAZÃO DE INCIDÊNCIAS OU RISCO RELATIVO (RR) Razão entre coeficientes de incidência em expostos e em não expostos. expostos não em incidência expostos em incidência RR RAZÃO DE PREVALÊNCIAS (RP) Razão entre coeficientes de prevalência em expostos e em não expostos. expostos não em aprevalênci expostos em aprevalênci RP COM EXPOSIÇÃO SEM EXPOSIÇÃO CASOS (COM DOENÇA) a c CONTROLES (SEM DOENÇA) b d dc c ba a RP ou RR RR ou RP RAZÃO DE DISPARIDADES (Odds Ratio) Razão entre disparidades em expostos e em não expostos. expostos não em ODDS expostos em ODDS OR COM EXPOSIÇÃO SEM EXPOSIÇÃO CASOS (COM DOENÇA) a c CONTROLES (SEM DOENÇA) b d cb ad db b db d ca c ca a db d db b ca c ca a OR Odds Ratio PESSOAS Fatores relacionados às pessoas Características demográficas (idade e sexo) Características étnicas (raça, cultura, religião, lugar de nascimento, grupo étnico) Nível socioeconômico (ocupação, renda pessoal e familiar, nível de instrução, tipo e zona de residência) Características familiares (estado conjugal, idade dos pais, dimensão da família, posição na ordem de nascimento, privação de pais, morbidade familiar) Ocorrências durante a vida, desde vida intra-uterina e ao nascer, doenças próprias da infância, etc. Características endógenas: constituição física, resistência individual, estado fisiológico, nutrição, doenças intercorrentes, comportamento Ocorrências acidentais: ocorrências estressantes, doenças sofridas, medicamentos consumidos, acidentes sofridos Hábitos e atividades: ocupação, medicamentos habituais, uso/abuso de inseticidas domésticos e agrícolas, abuso de drogas lícitas (fumo, álcool, medicamentos), ilícitas, comportamento alimentar, atividade física, laser. Fatores relacionados às pessoas Current cigarette smoking: by ethnic group and sex, 1999, England Smoking & Drinking Bangladeshi men have highest smoking rates Fonte: National Statistics United Kingdon Percentageof low birthweight among singleton live births by mother's age and population quintile, England and Wales, 1996-2000 combined Social Inequalities More low birthweight in deprived areas LUGAR Clima Vegetação Relevo Hidrografia Urbanização Poluição Economia Provisão de unidades de saúde Condições socioeconômicas do contexto Fatores relacionados ao local Fatores ambientais artificiais Modificação ou destruição da paisagem natural Emissão de poluentes ambientais Emprego incorreto e uso abusivo de agrotóxicos Contaminação de alimentos por agentes microbiológicos, substâncias químicas ou radioativas Introdução de aditivos químicos e de hormônios Restrita quantidade e diversidade dos alimentos disponíveis Tipo de habitação Organização do espaço urbano (segurança, inclusive) Condições adversas de transporte Condições adversas nos locais de trabalho Geographic Distribution 45% of non-White people live in London Regional distribution of the non-White population, April 2001 Fonte: National Statistics United Kingdon TEMPO Tendência das doenças Variações cíclicas Variações sazonais Epidemia e endemia Características do tempo Ou tendência histórica: permite acompanhar a evolução da doença no tempo – incidência, mortalidade, etc. – e associar às demais alterações ocorridas naquele local Tendência temporal TENDÊNCIA temporal -Séries Históricas de Mortalidade Taxas de Mortalidade por Difteria na Inglaterra e País de Gales. 1838-1970 Fonte: McKeown T, Lowe CR. An introduction to social medicine. Oxford: Blackwell, 1966. *Michigan, Rhode Island, Texas, and West Virginia maintained adequate reporting by reporting cases constituting >=5% of their birth cohort during 1990-1995 (National Immunization Program). VARICELLA (Chickenpox) Reported cases from selected U.S. States* (n=4), 1992-2001 FONTE: Centers for Disease and Control and Prevention Gomes MC, Gomes JJ, Paulo AC. Diphtheria, pertussis, and measles in Portugal before and after mass vaccination: a time series analysis. Eur J Epidemiol 1999;15(9):791-8. Mortos por complicação de sarampo Tendência tem poral - Sér ies Histór icas de Mortalidade Mortalidade por Febre Tifóide Variações cíclicas Variações cíclicas Variações cíclicas Os ciclos podem ser regulados por diversos motivos, como estações do ano; imunidade da população suscetível; ciclo de vida do vetor – como é o caso da dengue, que depende do mosquito Aedes aegypti (que se reproduz durante o período de chuvas) para ser transmitida. VARIAÇÕES SAZONAIS Variações sazonais Refere-se à presença constante na população de uma condição como uma doença infecciosa. É o número elevado de casos de uma doença, mas dentro do esperado para aquele local. ENDEMIA Last J. A Dictionary of Public Health. New York: OUP, 2007. Endemia Refere-se à presença constante na população de uma condição como uma doença infecciosa. É o número elevado de casos de uma doença, mas dentro do esperado para aquele local. Last J. A Dict ionary of Public Health. New York: OUP, 2 0 0 7 . John Last John Last É o aumento brusco e temporário do número de casos de uma doença, além daquele esperado para o local. EPIDEMIA Explosiva ou por fonte comum Epidemia progressiva (propagada) – lenta e gradual Tipos de epidemia Refere-se a: Uma população específica ou a um grupo definido de pessoas Limitadas a um período de tempo de dias ou semanas Localizadas em uma área restrita. SURTO EPIDÊMICO Um conglomerado pequeno e localizado de casos de uma condição, em geral uma doença infecciosa. Por vezes, esse termo é um eufemismo usado para minimizar a seriedade de uma epidemia. Surto epidêmico (Outbreak) Last J. A Dictionary of Public Health. New York: OUP, 2007. Endemia Refere-se à presença constante na população de uma condição como uma doença infecciosa. É o número elevado de casos de uma doença, mas dentro do esperado para aquele local. Last J. A Dict ionary of Public Health. New York: OUP, 2 0 0 7 . John Last John Last TAXA DE ATAQUE Uso: Investigar surtos epidêmicos logo em sua eclosão e durante sua vigência. TAXA DE ATAQUE: USO: Investigar surtos epidêmicos logo em sua eclosão e durante sua vigência. risco sob pessoas de total doença mdesenvolve que risco sob pessoas Determinantes do processo epidêmico: Aumento da proporção de suscetíveis na comunidade Introdução de um novo agente ou de um agente que já circulava na população, mas que adquiriu novas características em sua estrutura imunogênica. 7 3 Determinantes do processo epidêmico - Aumento da proporção de suscet íveis na comunidade - Int rodução de um novo agente ou de um agente que já circulava na população, mas que adquiriu novas característ icas em sua est rutura imunogênica. 7 4 M ortalidade por Poliomielite. M unicípio de São Paulo. 1924-1995 Fonte: Fund. SEADE 1924 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 0 1 2 3 4 Coef. por 100.000 hab. Per íodo Endêmico Per íodo Epidêmico I nício da vacinação de rotina I nício das campanhas anuais de vacinação em massa Tendência tem poral - Sér ies Histór icas de Mortalidade Endemia / Epidemia Mortalidade por gripe e pneum onia, SP Antunes JLF, Waldman EA, Borrell C, Paiva TM. Effectiveness of influenza vaccination and its impact on health inequalities. Int J Epidemiol 2007; 36: 1319-26. Mortalidade por gripe e pneumonia, SP Antunes JLF, Waldman EA, Borrell C, Paiva TM. Effectiveness of influenza vaccination and its impact on health inequalities. Int J Epidemiol 2007; 36: 1319-26. DIAGRAMA DE CONTROLE Método gráfico – evolução temporal das doenças Construção: Incidências mensais de vários anos (não epidêmicos) Incidência mensal média Desvio-padrão Incidência mensal média + 1,96 dp Incidência mensal média – 1,96 dp Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 X jan. = X 1 + X 2 + ..... ... ..Xn K Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 X jan.= X1 + X2 + ..........Xn K Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 X jan. = X1 + X2 + ..........Xn K Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 Dp j an. = K i= 1 ( X 1 - X jan.) 2 K Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 Dp jan. = K i= 1 (X1 - X jan.) 2 K Conceitos Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos F J M A M J J A S O N D Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 Dp jan. = K i= 1 (X 1 - X jan.) 2 K J F M A M J J A S O N D X + 1 ,9 6 Dp - 1 ,9 6 Dp Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos J F M A M J J A S O N D X + 1 ,9 6 Dp - 1 ,9 6 Dp ENDEMI A I nserir dados do presente ano J F M A M J J A S O N D X + 1 ,9 6 Dp - 1 ,9 6 Dp ENDEMI A I nserir dados do presente ano J F M A M J J A S O N D X + 1 ,9 6 Dp - 1 ,9 6 Dp EPI DEMI A I nserir dados do presente ano Inserir dados do ano atual EPIDEMIA J F M A M J J A S O N D X + 1 ,9 6 Dp - 1 ,9 6 Dp Diagram a de controle FAI XA ENDÊMI CA DIAGRAMA DE CONTROLE J F M A M J J A S O N D X + 1 ,9 6 Dp - 1 ,9 6 Dp Diagram a de controle Lim iar endêm ico superior Lim iar endêm ico inferior DIAGRAMA DE CONTROLE O comportamento das doenças na comunidade varia no tempo e no espaço. Se comparamos os dados do Município de São Paulo com dados de outros períodos, ou dados de outras cidades, podemos verificar semelhanças e diferenças em cada momento e lugar. Estrutura Epidemiológica 1. Por que a descrição das características das pessoas, do lugar e do tempo é importante em epidemiologia? 2. Quais as principais características do ambiente (local) para a epidemiologia? 3. Que tipos de medidas são relevantes para a epidemiologia? 4. Que tipo de variação no tempo é relevante para a análise epidemiológica? QUESTÕES
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