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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE ESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOS ENGENHARIA DE ALIMENTOS OPERAÇÕES UNITÁRIAS Filtro de Areia Felipe Younan Alisson Camara Silvia Rocha Prof. Dr. Luiz de Almeida Pinto Rio grande, julho de 2015 2 Resumo Filtros de areia são utilizados para a filtragem primária de água de reservatórios, represas, canais abertos, rios, águas servidas e de outros tipos de águas com contaminantes sólidos. Os filtros de areia consistem de filtros individuais ou baterias de acordo com a vazão e requerimento de filtragem. O conhecimento da capacidade de filtração é de suma importância a fim de conhecer o tempo de processo, para isso observa-se o ajuste dos dados aos modelos estatísticos empíricos, sendo eles lineares e exponenciais. Utilizando filtração contínua e descontínua, foi possível observar no presente trabalho que nenhum dos dados se ajustou satisfatoriamente aos modelos. Partindo dos modelos, encontraram-se as constantes C1 de 0,00488 e C2 de 0,001437 obtendo valores de K de 1,43E-10 e 4,29E-11 respectivamente. Partindo dos modelos, ambas as constantes se mostraram tendenciosas. Palavras-Chave: Filtro de areia, Filtração, ajuste de filtração; 3 Conteúdo 1. Introdução .............................................................................................................. 7 2. Objetivos................................................................................................................ 8 3. Revisão bibliográfica .............................................................................................. 9 3.1 Tipos de meio Filtrante ...................................................................................... 10 3.2Tipos de Filtros ................................................................................................... 11 3.2.1Filtro-Prensa .................................................................................................... 11 3.2.2 Filtro De Tambor Rotativo............................................................................... 14 3.2.3 Filtro De Leito Granular Soltos ....................................................................... 15 3.2.4 Filtro continuo ................................................................................................. 16 3.2.5 Filtro Descontínuo .......................................................................................... 18 4. Aplicação Industrial .............................................................................................. 19 5. Material e métodos .............................................................................................. 20 5.1 Material ......................................................................................................... 20 5.2.1 Filtro contínuo ........................................................................................... 20 5.2.2 Filtro Descontínuo ..................................................................................... 20 6. Resultados e discussão ....................................................................................... 21 5.1 Filtro Descontínuo ............................................................................................. 21 5.1.1 Calculo da velocidade de escoamento ........................................................... 21 5.1.2 Velocidade experimental ................................................................................ 22 5.2 Filtro Descontínuo ............................................................................................. 23 7. Conclusão ............................................................................................................ 29 8. Referencias ......................................................................................................... 30 4 Lista de símbolos μ Viscosidade [Kg.(m/s)-1] ε Porosidade [ - ] ϕ Esfericidade [ - ] ρ Massa específica [Kg.m-3] P Pressão Pa L Altura de cada meio [m] K Coeficiente de permeabilidade [m2] Dp Diâmetro de partícula [m] h Altura de suspensão [m] Cn Constante [ - ] g Aceleração da gravidade [m.s-2] A Área transversal ao escoamento [m2] t Tempo [s] Q Vazão [m.s-1] V Volume [mL] v Velocidade [m.s-1] vteórica Velocidade teórica [m/s] vexperimental Velocidade experimental [m/s] T Temperatura [°C] 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Filtro prensa de placas e quadros. ............................................................... 12 Figura 2: par de marcos e placas de um modelo simples, com um só furo, sem canal de lavagem, com descarga fechada .................................................................... 13 Figura 3: Diagrama de um filtro prensa ....................................................................... 13 Figura 4: Filtro de Tambor Rotativo ............................................................................. 15 Figura 5: Ilustração do filtro de areia contínuo com três camadas filtrantes. ............... 17 Figura 6: velocidade de filtração x altura de suspensão em filtro descontínuo. ........... 25 Figura 7: Resíduos x Valores estimados ..................................................................... 26 Figura 8: Altura de suspensão x tempo de filtração .................................................... 27 Figura 9: Resíduos x valores estimados ..................................................................... 28 6 Lista de Tabelas Tabela 1: Propriedades físicas do fluido e do sólido ................................................... 21 Tabela 2: Dados referentes aos meios filtrantes ......................................................... 21 Tabela 3: Altura dos meios filtrantes e da coluna de água .......................................... 22 Tabela 4: Dados da velocidade experimental para o filtro contínuo ............................ 22 Tabela 5: Resultados obtidos para o filtro descontínuo ............................................... 24 Tabela 6: Valores de K ............................................................................................... 28 7 1. Introdução Sabe-se a muito que determinadas operações unitárias são de fundamental importância e fazem parte de tarefas desempenhas por engenheiros da área de química e na área de alimentos. Na sua maioria trata-se de processos que ocorrem pela ação da gravidade, por pressões negativas ou positivas, podendo ser elas de caráter químicos e/ou físicas. Métodos de separação de particulados são amplamente utilizados, seja quando há a necessidade de separar sólidos para posterior utilização como para obter um liquido clarificado. Na indústria, a filtração envolve suspensões diluídas e seu objetivo é a separação soluções heterogenias seja ela com o intuito de se obter como produto de valor agregado o filtrado ou o filtrante, sempre partindo de suspensões concentradas. A filtração é uma operação onde tem-se uma fase móvel escoando através de uma fase fixa. Consiste em separar mecanicamente as partículas sólidas de uma suspensão fluida, liquida ou gasosa, com o auxilio de um leito poroso. . Quando se força a suspensão através do leito, o sólido da suspensão fica retido sobre o meio filtrante, formando um depósito que se denomina torta e cuja espessura vaiaumentando no decorrer da operação. O líquido que passa através do leito é denominado filtrado. A filtração é um método de separação. Esta se realiza pela passagem forçada do fluido, um líquido ou um gás, através de uma membrana porosa, resultando no fluido limpo, sem as suspensões sólidas iniciais, na saída do filtro. Existem diversos tipos de filtros diferentes utilizados industrialmente, comercialmente e residencialmente (FOUST, 1982). De acordo com Baker [M.N.Baker, The Quest for Pure Water], os mais antigos escritos sobre tratamento de água datam de cerca de 4000 a.C., e mencionam a filtração da água através de carvão ou areia e calcário. Apesar de inúmeras modificações terem sido feitas no modo de aplicação, a filtração permanece uma das tecnologias fundamentais associadas com o tratamento de água. 8 2. Objetivos Este trabalho tem como objetivo avaliar a filtração utilizando filtros de areia contínuo e descontínuo a fim de determinar as velocidades de filtração experimental e compará-las com as velocidades teóricas para o filtro contínuo Já para a o filtro descontínuo, ira se ajustar a função linear para a velocidade de filtração em função da altura, a função exponencial em função do tempo e determinar as constantes de permeabilidade, K, teórico pelo modelo linear e exponencial, comparando com os dados experimentais. 9 3. Revisão bibliográfica A filtração é uma das aplicações mais comuns do escoamento de fluidos através de leitos compactos. Esta operação tem por objetivo a separação de um sólido do líquido que o carreia. Um filtro consiste de um material filtrante por onde passa uma mistura líquido-sólido, sendo que a fração sólida fica retida e a fração líquida passa através do mesmo (FOUST, 1982). A correta escolha do material filtrante é condição básica para se obter uma boa filtração. O estado físico, a natureza química e o estado superficial do material filtrante determinarão a maior ou menor aderência do precipitado e, com isso, a possibilidade de efetuar uma filtração com meios mais ou menos permeáveis (VIAN, 1969). Leitos rígidos tem a forma de tubos porosos de aglomerados de quartzo ou alumínio, para filtração de ácidos; de carvão poroso, para soluções de soda ou líquidos amoniacais; ou barro e caulim cozidos a baixa temperatura, usados na clarificação da água potável. Para reter fuligem, ferrugem e outros detritos capazes de atrapalhar seu funcionamento, telas metálicas são instaladas em tubulações antes da conexão destas com equipamentos. Entre os tecidos, existem os vegetais, como o algodão, a juta, o cânhamo e o papel; tecidos de origem animal, como a lã e crina; minerais, como o amianto, lã de rocha e lã de vidro; plásticos, polietileno, polipropileno, PVC, nylon, teflon, orlon, saran, acrilan e tergal. Membranas semipermeáveis, como o papel pergaminho e as bexigas de animais, são utilizadas em operações parecidas com a filtração, mas que na realidade são operações de transferência de massa: diálise e eletro-diálise (GOMIDE, 1980). Em muitas situações, o meio filtrante é previamente recoberto com um material inerte que se destina a reter sólidos contaminantes da suspensão e evita o escape de pequenas partículas que ocasionalmente podem passar pelo filtrado, nisto consiste o pré-revestimento. O sólido empregado é denominado auxiliar de filtração. Os mais comuns são: terras de infusórios, terra fuller, areia fina, diatomita, polpa de celulose, carbonato de cálcio, gesso, amianto, perlita e carvão. Outra maneira de empregar um auxiliar de filtração consiste em mistura-lo com a suspensão a ser filtrada para que as partículas dificilmente filtráveis sejam retidas numa torta permeável. A quantidade a ser utilizada, embora relativamente pequena, varia consideravelmente com uma série de fatores. (PERRY, 1984 & GOMIDE,1980). 10 A filtração industrial difere da filtração de laboratório somente no volume de material operando e na necessidade de ser efetuada a baixo custo. Assim, para se ter uma produção razoável, com um filtro de dimensões moderadas, deve-se aumentar a queda de pressão, ou deve-se diminuir a resistência ao escoamento, para aumentar a vazão. A maioria do equipamento industrial opera mediante a diminuição da resistência ao escoamento, fazendo com que a área filtrante seta tão grande quanto possível, sem que as dimensões globais do filtro aumentem proporcionalmente. A escolha do equipamento filtrante depende em grande parte da economia do processo, mas as vantagens econômicas serão variáveis de acordo com a viscosidade, densidade e reatividade química do fluido, dimensões da partícula sólida, distribuição granulométrica, forma da partícula, tendência à floculação e deformabilidade concentração da suspensão de alimentação, quantidade do material que deve ser operado, valores absolutos e relativos dos produtos líquido e sólido, custos relativos da mão de obra, do capital e da energia (FOUST, 1982). 3.1 Tipos de meio Filtrante Existe uma grande variedade de meios filtrantes utilizada industrialmente: leitos granulares soltos, leitos rígidos, telas metálicas, tecidos. Os leitos granulares soltos mais comuns são feitos de areia, pedregulho, carvão britado, escória, calcário, coque e carvão de madeira, prestando-se para clarificar suspensões diluídas. Os leitos rígidos são feitos sob a forma de tubos porosos de aglomerados de quartzo ou alumina (para a filtração de ácidos), de carvão poroso (para soluções de soda e líquidos amoniacais) ou barro e caulim cozida a baixa temperatura (usados na clarificação de água potável). Telas metálicas são utilizadas nos “strainers” instalados nas tubulações de condensado que ligam os purgadores às linhas de vapor e que se destinam a reter ferrugem e outros detritos capazes de atrapalhar o funcionamento do purgador. Podem ser chapas perfuradas ou telas de aço carbono, inox, níquel ou monel. Os tecidos são utilizados industrialmente e ainda são os meios filtrantes mais comuns. Há tecidos vegetais, como o algodão, a juta, o cânhamo e o papel; tecidos de origem animal, como a lã e a crina; minerais – amiantos, lã de rocha e lã de vidro, para águas de caldeira – plásticos, como polietileno, polipropileno, PVC, nylon, teflon, orlon, saran, acrilan e tergal (UFSCar). A classificação dos filtros pode ser feita segundo o mecanismo de filtração, função, força impulsora, ciclo de operação, natureza dos sólidos, entre outros. 11 • Pelo mecanismo de filtração: há dois modelos de filtração que levam a uma teoria consistente com a maior parte das especificações e dos dados sobre a resistência de filtração. O modelo em que os sólidos são retidos na superfície do meio e ficam acumulados uns sobre os outros, formando uma torta de espessura crescente; um modelo em que os sólidos são presos dentro dos poros do meio filtrante. A filtração baseada no meio filtrante é denominada filtração de clarificação, sendo que a primeira pode ser de superfície, de profundidade, ou micrônica; e quando as partículas são extremamente pequenas são extremamente pequenas ultrafiltração (PERRY, 1984). • Pela força impulsora: o filtrado é induzido a escoar através do meio filtrante por ação da gravidade, ou por uma pressão superior à atmosférica aplicada antes do material filtrante, como também por pressão menor que a atmosférica aplicada à sessão posterior ao material filtrante (PERRY, 1984). • Pela natureza dos sólidos: a filtração com torta pode envolver um acúmulo compressível de sólidos ou bastante incompressível. O tamanho da partícula ou do agregado departículas pode ser da mesma ordem de grandeza que o tamanho mínimo do poro da maioria dos meios filtrantes (1 a 10 mícron ou mais), ou pode ser menor, 1 mícron ou menos (PERRY, 1984). Estes critérios não se excluem mutuamente, assim sendo, os filtros se dividem primeiramente nos dois grupos de equipamento, de torta e de clarificação, e depois se subdividem em grupos de máquinas que usam a mesma força impulsora e, então, nas classes descontínua e contínua (PERRY, 1984). 3.2Tipos de Filtros Os tipos de filtros podem ser divididos como filtro de leito poroso granular, filtros prensa (câmaras ou marcos e placas), Lâminas (Moore, Kelly, Sweetland, Vallez), continuos Rotativos (Tambor, disco e horizontais) e Especiais. 3.2.1Filtro-Prensa O filtro-prensa é, há muito tempo, o dispositivo de filtragem mais comum na indústria química. Embora esteja sendo substituído, nas grandes instalações, por dispositivos de filtragem contínua, tem as vantagens de baixo custo na inversão inicial, custo de manutenção pequeno e extrema flexibilidade de operação. Por outro lado, a necessidade de desmontagem manual periódica constitui um dispêndio de mão de obra que é, frequentemente, excessivo (FOUST, 1982). 12 O filtro-prensa é projetado para realizar diversas funções, cuja sequência é controlada manualmente. Durante a filtração, o filtro-prensa é permitido à injeção da suspensão a filtrar até as superfícies filtrantes, por intermédio de canais apropriados, a passagem forçada da suspensão através das superfícies filtrantes, que o filtrado que passou pelas superfícies filtrantes seja expelido através de canais apropriados, retém os sólidos que estavam inicialmente na suspensão. Durante a sequência da lavagem, o filtro-prensa encaminha a água de lavagem para os sólidos filtrados, através de canais apropriados forçando a água de lavagem através dos sólidos retidos no filtro, permitindo, assim expulsão da água de lavagem, e das impurezas, através de um canal separado. O modelo do filtro pode ter quatro dutos separados (Figura 1), conforme se mencionou acima, ou apenas dois dutos, quando a contaminação do produto líquido não é importante. Depois da sequência de lavagem, o filtro-prensa é desmontado e os sólidos ou são coletados manualmente, ou simplesmente removidos e descartados (FOUST, 1982). Figura 1: Filtro prensa de placas e quadros. Fonte: MOREIRA, 2004. O modelo mais comum de filtro-prensa consiste em marcos e placas que se alternam numa armação e que são comprimidos fortemente, uns contra os outros, por meio de uma prensa parafuso ou de uma prensa hidráulica. Na Figura 2 aparece um par constituído por uma placa e um marco; a Figura 3 é o diagrama de um filtro-prensa em operação. Para armar este filtro, as placas e os quadros são montados alternadamente nos trilhos laterais da prensa, mediante as linguetas laterais dos elementos. O meio filtrante é então suspenso sobre as placas, cobrindo as duas faces. O meio filtrante pode ser uma lona, ou um tecido sintético, ou papel de filtro ou tela 13 metálica. No tecido, fazem-se furos para ajustarem-se aos furos dos canais nas placas e nos quadros. Quando se usa tecido, é necessário, às vezes, proceder a um pré- encolhimento, para que não se desfaça o casamento entre os furos. Uma vez alinhados os elementos filtrantes com as placas e os quadros, a prensa é fechada pelo parafuso manual, ou então, nos filtros de grande porte, por dispositivos hidráulicos ou elétricos. Uma vez fechada à prensa, o meio filtrante atua como uma gaxeta, selando as juntas entre as placas e quadros e formando um canal contínuo com os furos existentes em uns e outros destes elementos, conforme se vê na Figura 3. A suspensão de alimentação é então bombeada para a prensa, e escoa de acordo com a trajetória que aparece nas Figuras 2 e 3, entrando pelo canal do canto do fundo. Este canal tem saídas em cada um dos quadros, de modo que a suspensão enche os quadros em paralelo. O solvente, ou filtrado, escoa então pelo meio filtrante, enquanto os sólidos constituem uma camada sobre a face do meio voltado para os quadros. O filtrado passa entre o meio filtrante e a face da placa para um canal de saída. À medida que a filtração avança, formam-se tortas, ou bolos, sobre o meio filtrante, até que as tortas que se acumulam sobre cada face dos quadros encontram-se no centro. Quando isto ocorre, a vazão do filtrado, que diminui continuamente à medida que as tortas aumentam, cai bruscamente e se reduz até um gotejamento. Em geral, suspende-se a filtração bem antes desta ocorrência. (FOUST, 1982) Figura 2: par de marcos e placas de um modelo simples, com um só furo, sem canal de lavagem, com descarga fechada Fonte: FOUST, 1982 Figura 3: Diagrama de um filtro prensa 14 Fonte: FOUST, 1982 A utilização do filtro prensa é vantajosa, uma vez que é de construção simples, robusta e econômica, grande área filtrante por unidade de área de implantação, flexibilidade (pode-se aumentar ou diminuir o número de elementos para variar a capacidade), os vazamentos são detectados com grande facilidade, trabalham sob pressões até 50 Kg/ cm², manutenção simples e econômica apenas substituição periódica das lonas. Em contrapartida ele possui desvantagens como operação intermitente. A filtração deve ser interrompida, o mais tardar, quando os quadros estiverem cheios de torta. O custo da mão de obra de operação, montagem e desmontagem é elevado. A lavagem da torta, além de ser imperfeita pode durar várias horas e será tanto mais demorada quanto mais densa for a torta (Gomide, 1983). 3.2.2 Filtro De Tambor Rotativo De acordo com MOREIRA (2004), estes filtros possuem uma elevada taxa de filtração dado o espaço de ocupação da fabrica. Este filtro é uma variação do filtro de tambor convencional, uma vez que o tambor é preenchido por discos verticais que giram parcialmente submersos na suspensão (Figura 4). O elemento filtrante é constituído de lâminas, mas este não deixa de ter as características de um filtro contínuo rotativo. O princípio de funcionamento é o mesmo do filtro de tambor rotativo, mas a lavagem torna-se menos eficiente. 15 Figura 4: Filtro de Tambor Rotativo Fonte: MOREIRA, 2004. 3.2.3 Filtro De Leito Granular Soltos Os filtros industriais mais simples são os de meio filtrante granulado, os quais se encontram constituídos por uma ou mais camadas de sólidos particulados suportados por uma tela, através do qual o material a ser filtrado flui por gravidade ou pressão. Os filtros de meio filtrante granulado, geralmente areias de diferentes porosidades, são principalmente para tratar grandes volumes de suspensão muito diluída, nas quais nem o sólido nem o líquido possuem valor unitário elevado e quando o produto sólido não deve ser recuperado. Os leitos granulares, como os filtros de areia e de carvão, são muito usados na filtração de água e de soluções químicas. Os meios filtrantes duplos permitem uma operação de filtração mais prolongada antes da lavagem, pois as partículas maiores ficam aderidas no leito de porosidade maior. Chega-se a um ponto, porém, em que a vazão cai ou a queda de pressão torna-se excessiva. Então a filtração cessa devendo-se, assim, proceder a limpeza do filtro com água em corrente reversa, seguida, se possível, por uma lavagem pneumática. A vazão diminui, pois a medida ocorre o acúmulo de sólidos entre as partículas de areia, diminui a porosidade meio (FOUST, 1982). Algumas partículas muito menores do que o meio filtrante não são aderidas no mesmo. Assim, essas partículas devem ser agregadas em flocos.Essa agregação pode ser realizada, pois o sólido em presença de água tem cargas superficiais intrínsecas, usualmente negativas que podem ser alteradas, fazendo com que as partículas sejam atraídas umas pelas outras formando flocos maiores, que podem ser filtrados (FOUST, 1982). 16 Filtros de areia consistem, basicamente, em tanques ou reservatórios cilíndricos metálicos ou de poliéster, em cujo interior se coloca espessa camada de areia através da qual se filtra a água de irrigação. Esses filtros operam pressurizados quando utilizados em sistemas de irrigação localizada, necessitando de dimensionamento mecânico correto, baseado na teoria de vasos de pressão, para evitar a ruptura de suas paredes às pressões de trabalho. Os filtros de areia são efetivos para a retenção de materiais sólidos em suspensão, como algas, outros materiais orgânicos, areias finas e partículas de silte (DASBERG & BRESSLER 1985). Esses filtros podem remover quantidades significativas de sólidos suspensos com diâmetros equivalentes de até 20 μm, sendo o seu uso também recomendado para o tratamento de águas residuárias que contêm materiais orgânicos em suspensão (VERMEREIN & JOBLING, 1984). O desempenho superior do filtro de areia em reter material orgânico, comparado com outros tipos de filtro, se deve a sua capacidade de coletar esses contaminantes ao longo da trajetória percorrida na camada de areia e da possibilidade de acumular grandes quantidades de algas antes de ser necessária a sua limpeza (KELLER & BLIESNER, 1990). 3.2.4 Filtro Contínuo De acordo com MARQUES (2012), o filtro de areia contínuo é composto por mais de uma camada de areia, uma vez que ele afirma que a Lei de Darcy (equação 1) é controla a perda de carga para o escoamento (figura 5). v K gP )( (1) Sendo ∇P o gradiente de pressão, ρ é a massa específica, g é a gravidade, μ é a viscosidade do meio, K a porosidade; v é a velocidade que o fluido passa pelo meio. 17 Figura 5: Ilustração do filtro de areia contínuo com três camadas filtrantes. Fonte: MARQUES,2009. Para aplicação da Lei de Darcy em filtros de areia, são feitas algumas considerações. Sendo convencionada para o filtro de areia, um sistema de referencia é colocado, e têm-se velocidades positivas quando o fluxo é ascendente. Neste caso, tem-se que a v se torna igual à –v. O movimento do fluido é unidirecional em função da altura, L. A porosidade do leito e massa específica constante e fluido incompressível. Também considerando que a viscosidade, gravidade e velocidade não são variáveis da altura. Obtendo assim a equação 2. vdL K gdLdP (2) Integrando a equação 2, chega-se, portanto na equação 3. L k L vgP (3) A diferença de pressão em cada uma das camadas porosas é dada pela equação 3. A velocidade de filtração pode ser determinada teoricamente através desta expressão, após a passagem do fluido por todas as camadas. Sendo, ΔP a variação da pressão em uma camada, ρ é a massa específica da água, g é a gravidade, ΔL é a altura do meio filtrante, μ é a viscosidade do meio, K a porosidade; v é a velocidade que o fluido passa pelo meio. 18 De acordo com a Equação 3, a velocidade superficial não varia ao longo do filtro. Aplicando os valores genéricos de Ln, Kn onde n é o numero de camadas, levando em conta ainda, a camada do fluido filtrante, chega-se na equação 4. Esta permite o cálculo da velocidade teórica de filtração. 4 4 3 3 2 2 1 1 4321 )( K L K L K L K L LLLLg v (4) O coeficiente de permeabilidade, é obtido pela equação de Carman-Kozeny, equação 5. 2 32 )1(150 )( P D K (5) Sendo ϕ a esfericidade, Dp o diâmetro da partícula e ε a porosidade da partícula, sendo esta definida pela equação 6 que relaciona a massa específica aparente pela massa específica do sólido. sólido aparente 1 (6) 3.2.5 Filtro Descontínuo Um filtro de areia descontínuo é composto por uma camada de areia fina suspensa por uma película para retê-la. Ele é utilizado para a filtragem ou clarificação de água. As equações que predizem alguns pontos do escoamento de um líquido em um filtro de leito granular podem ser deduzidas a partir da Lei de Darcy, equação 3. Se a equação 3, for aplicada entre pontos que limitam o leito granular, o inicio do leito e a superfície dele. Se esta equação também for aplicada em toda altura de água dentro do filtro e for somada, Vale salientar, ainda, que, as pressões de entrada e saída do leito são as pressões atmosféricas, logo, o termo de pressão anula-se, isolando a velocidade de escoamento de fluido, obtém-se a equação 7. th L gK V (7) Pode-se substituir L Kg por C, uma vez que eles são constantes. btChv (8) 19 A velocidade é definida como dt dh . Aplicando a definição de velocidade à equação 7 e integrando ela e isolando h, chega-se na equação 9. tC ex 2 (9) 4. Aplicação Industrial Filtros de areia são largamente utilizados em indústrias, como na cervejeira onde a estabilização física previne a formação de névoas e depósitos após o engarrafamento da cerveja, por exemplo. Este objetivo é alcançado removendo proteínas, polifenóis, compostos que causam turbidez, por meio de materiais absortivos, tais como terra diatomácea areia, entre outros. É comum que uma pequena parte da terra diatomácea e da areia passe pelos elementos de suporte da torta, devendo ser capturados por filtros clarificantes a fim de evitar que permaneçam na cerveja após ser engarrafada. (PAKER, 2011) A aplicação mais comum desse tipo de filtro ainda é no tratamento de água e efluentes. Filtração por filtro de areia é um processo físico de purificação da água, cuja importância sanitária é muito grande, haja vista sua influência nos processos de descontaminação constante de águas onde reduz os sólidos em suspensão e auxilia na remoção de contaminações bacteriológicas. No tratamento de efluentes o filtro de areia, é uma peça fundamental que auxilia a remoção da matéria orgânica que está presente. (TONETTI et al., 2012) Na indústria de papel o filtro de areia é aplicado especificamente em tratamento de água industrial e potável, ou seja, neste segmento de papel e celulose, ou em qualquer outro segmento, o filtro de areia tem como objetivo retirar da água os sólidos em suspensão e as impurezas mais grosseiras. (DIAS, 2008) 20 5. Material e métodos 5.1 Material - Água; - Areia fina; - Areia grossa; - Pedra; - Cronômetro; - Filtro contínuo; - Filtro descontínuo; - Proveta; - Termômetro. 5.2 Métodos 5.2.1 Filtro contínuo Inicialmente, medem-se as dimensões dos leitos porosos de areia fina, areia grossa e pedra. No topo do filtro, liga-se a alimentação de água até que o regime permanente seja atingido. Recolhe-se um volume de 500 mL de água, com o auxílio de uma proveta e anota-se o tempo de recolhimento, para o calculo da velocidade experimental. Repetindo 5 vezes sem interrupção no fluxo de água. 5.2.2 Filtro Descontínuo Inicialmente, o filtro já se encontrava alimentado com água até certa altura acima do leito. Em seguida, permitiu-se o escoamento da água, recolhendo um volume de 50 mL de água com o auxílio de uma proveta de 1 L, cronometrando o tempo necessário para que esse volume de líquido fosse coletado. Esta operaçãofoi repetida até que todo fluido contido no filtro passasse pelo meio poroso. 21 6. Resultados e discussão A tabela 1 apresenta os dados experimentais retirados da literatura referentes ao sólido (areia) e ao fluido (água), ambos utilizados na aula prática. Tabela 1: Propriedades físicas do fluido e do sólido Temperatura da água Massa específica da água (água) 18ºC 998,53 Kg/m³ Viscosidade da água () 1,0559 x 10-3 Kg/m.s Massa específica da Areia (Areia) 2264Kg/m³ Aceleração da gravidade (g) 9,80665 m/s2 Comprimento(L)para o filtro descontínuo 9cm = 0,09m Fonte: PERRY,1984 e GEANKOPLIS. 5.1 Filtro Descontínuo 5.1.1 Calculo da velocidade de escoamento A tabela 2 apresenta os valores, referentes aos meios filtrantes, utilizados para calcular o coeficiente de permeabilidade dos mesmos, sendo estes valores também mostrados nessa tabela. Tabela 2: Dados referentes aos meios filtrantes ρap (kg/m 3) ε ϕ Dp (m) K(m 2) Areia fina 1402,92 0,3803 0,75 1,61E-04 1,39E-11 Areia grossa 1406,15 0,621 0,68 1,52E-03 1,19E-08 Pedra 1390,98 0,6143 0,6 5,52E-03 1,14E-07 Com os valores de massa específica aparente obtidos experimentalmente para cada tipo de leito, e da massa específica do sólido retirado de literatura (Tabela 1), calculou-se a porosidade de cada meio (areia fina, areia grossa e pedra) a partir da equação 6. Dispondo dos valores de esfericidade das partículas de cada leito, dos diâmetros destas, e ainda, da porosidade calculada anteriormente, determinou-se o coeficiente de permeabilidade, para os respectivos meios, através da equação de Carman-Kozeny. 22 Observa-se na tabela 2, que quanto maior o diâmetro de partícula, maior a porosidade, menor é a esfericidade, e consequentemente, maior será a coeficiente de permeabilidade “K”, pois haverá mais espaços vazios no leito. Assim, o leito de pedra apresentou um coeficiente de permeabilidade maior, seguindo da areia grossa e areia fina. A tabela 3 apresenta as alturas de cada meio e da coluna de água, utilizados para calcular a velocidade teórica de filtração. Tabela 3: Altura dos meios filtrantes e da coluna de água Filtro continuo Altura (m) Pedra 0,115 Areia grossa 0,095 Areia fina 0,068 Largura do filtro (m) 0,096 Profundidade do filtro (m) 0,091 Com os dados fornecidos na tabela 3, valores de densidade e viscosidade do fluido e aceleração da gravidade, encontrados no tabela 1, e com o auxilio da equação 4, calculou-se a velocidade teórica de filtração. Neste cálculo considerou-se o coeficiente de permeabilidade para a água, K1 = , obtendo-se uma velocidade teórica de 7,11x10-4 m/s. 5.1.2 Velocidade experimental A Tabela 4 contém os dados obtidos experimentalmente e os valores de velocidade calculados para cada tomada de volume num certo tempo bem como a área transversal ao escoamento. Tabela 4: Dados da velocidade experimental para o filtro contínuo V (mL) t (s) Q (m³/s) A (m²) Vexp (m/s) 500 29,60 1,69x10-5 0,0088 0,00192 500 29,89 1,67 x10-5 0,00190 500 30,39 1,65 x10-5 0,00187 500 30,44 1,64 x10-5 0,00187 500 30,88 1,62 x10-5 0,00184 Calculou-se a vazão de escoamento em cada tomada pela razão entre o volume de fluido recolhido e o tempo cronometrado. Sendo a velocidade definida como a razão entre a vazão e a área transversal ao escoamento. A velocidade experimental de filtração encontrada foi de 1,88x10-3 m/s. Comparando os valores de velocidade teórica e experimental calculados, correspondentes encontrou-se que a velocidade teórica era 14,9% maior que a 23 experimental, observa-se que o valor da velocidade teórica é menor que a velocidade experimental. Essa diferença pode ser explicada pela possível compactação do leito. Sendo a filtração realizada em processo contínuo, o valor de velocidade manteve-se praticamente constante em todas as tomadas. De acordo com GOMIDE (1980), a velocidade de filtração deve estar compreendida na faixa entre 1,33x10-3 à 3,33x10-3m/s. Nota-se que o valor da velocidade teórica calculada não se encontra nesta faixa, diferente da velocidade experimental que se está dentro da mesma, o que não diz que o resultado obtido esteja incorreto, já que o autor não especifica a que tipo de filtro corresponde tais valores, nem a suspensão utilizada na obtenção destes dados. 5.2 Filtro Descontínuo A tabela 5 apresenta os valores experimentais de tempo de filtração e volume de água correspondente no interior do filtro. A partir destes dados foram calculadas as velocidades e as alturas da suspensão no filtro ao longo do processo de filtração. O valor da área do filtro necessário para o cálculo da velocidade experimental foi de 88 cm2. O gráfico da Figura 6 foi construído com os dados da tabela 5 referentes à velocidade de filtração e altura da suspensão no interior do filtro. Este gráfico foi ajustado ao modelo da equação 8, sendo h(t) a altura, representado pela variável Z, variando com o tempo e v a velocidade de filtração. Este ajuste foi feito para calcular o valor da constante C sendo este de 4,88x10-6. O gráfico da figura 7 mostra os valores para o resíduo. 24 Tabela 5: Resultados obtidos para o filtro descontínuo V(mL) t (s) h (m) V (m/s) Q (m³/s) 50 18,70 0,274 0,0304 2,67E-06 100 37,70 0,266 0,0301 2,65E-06 150 55,70 0,259 0,0306 2,69E-06 200 72,95 0,253 0,0312 2,74E-06 250 90,96 0,246 0,0312 2,75E-06 300 111,14 0,242 0,0307 2,70E-06 350 130,64 0,237 0,0304 2,68E-06 400 151,03 0,231 0,0301 2,65E-06 450 170,84 0,224 0,0299 2,63E-06 500 190,07 0,217 0,0299 2,63E-06 550 210,86 0,213 0,0296 2,61E-06 600 231,24 0,208 0,0295 2,59E-06 650 251,41 0,203 0,0294 2,59E-06 700 270,17 0,196 0,0294 2,59E-06 750 290,7 0,192 0,0293 2,58E-06 800 310,73 0,185 0,0293 2,57E-06 850 331,29 0,180 0,0292 2,57E-06 900 351,53 0,174 0,0291 2,56E-06 950 373,28 0,169 0,0289 2,55E-06 1000 394,48 0,165 0,0288 2,53E-06 1050 416,68 0,156 0,0286 2,52E-06 1100 439,51 0,153 0,0284 2,50E-06 1150 463,72 0,146 0,0282 2,48E-06 1200 488,22 0,141 0,0279 2,46E-06 1250 513,72 0,136 0,0277 2,43E-06 1300 540,56 0,130 0,0273 2,40E-06 1350 566,86 0,124 0,0271 2,38E-06 1400 595,36 0,119 0,0267 2,35E-06 1450 623,76 0,113 0,0264 2,32E-06 1500 653,76 0,106 0,0261 2,29E-06 1550 684,26 0,101 0,0257 2,27E-06 1600 715,71 0,097 0,0254 2,24E-06 1650 752,9 0,091 0,0249 2,19E-06 1700 788,68 0,085 0,0245 2,16E-06 1750 826,78 0,079 0,0241 2,12E-06 1800 865,73 0,075 0,0236 2,08E-06 1850 909,31 0,068 0,0231 2,03E-06 1900 954,15 0,063 0,0226 1,99E-06 1950 999,01 0,058 0,0222 1,95E-06 2000 1044,56 0,052 0,0218 1,91E-06 2050 1094,6 0,047 0,0213 1,87E-06 2100 1147,01 0,041 0,0208 1,83E-06 2150 1203,2 0,032 0,0203 1,79E-06 2200 1266,15 0,030 0,0197 1,74E-06 2250 1332,57 0,025 0,0192 1,69E-06 2300 1398,93 0,018 0,0187 1,64E-06 2350 1477,93 0,013 0,0181 1,59E-06 2400 1586,9 0,009 0,0172 1,51E-06 Fonte: Aula prática 25 Figura 6: velocidade de filtração x altura de suspensão em filtro descontínuo. Analisando-se o gráfico da figura 6 nota-se que o ajuste dos pontos na equação teve uma correlação (R) igual a 0,9085, sendo este um valor relativamente aceitável, portanto, pode-se dizer que os valores da constante “C” obtidos através deste gráfico não foram tão exatos. Os motivos que levaram a um ajuste mais baixo podem estar relacionados com imprecisões na coleta dos dados ou em razão do filtro ter sido usadopor várias vezes consecutivas, como consequência disso, pode ter ocorrido compactação do leito filtrante e formação de caminhos preferenciais. No caso, com a possível formação desses caminhos preferenciais, o comportamento linear da velocidade com relação à altura de suspensão se alterou um pouco. Com esses valores ocorreu uma diminuição proporcional da velocidade de filtração com a diminuição da altura de suspensão a ser filtrada, este comportamento se deve ao fato de que a filtração ocorre sob ação da gravidade e com isso a responsável pela filtração é a pressão exercida pela coluna de líquido, com o passar do tempo esta diminui, consequentemente o peso de fluido sobre a o filtro e com ela a pressão e a velocidade. Model: v =C1*h+b y =(,00488)*x+(,196e-5) 0 5 10 15 20 25 30 h (cm) 2E-06 2E-06 2E-06 2E-06 2E-06 3E-06 3E-06 3E-06 3E-06 3E-06 4E-06 v( m /s ) 26 Figura 7: Resíduos x Valores estimados 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 Valores Preditos Valores Resituais X Valores preditos -0,025 -0,020 -0,015 -0,010 -0,005 0,000 0,005 0,010 0,015 V a lo re s R e s id u a is Analisando a figura 7 percebe-se que os pontos apresentam-se tendenciosos, portanto o modelo linear para o resíduo não apresenta confiabilidade para este caso. Com os dados da tabela 5, referentes ao tempo de filtração e altura da suspensão no interior do filtro, foi construído o gráfico representado na Figura 8. Este gráfico foi ajustado ao modelo da equação 9, sendo h a altura e t o tempo, com este ajuste foi possível calcular o valor da constante “C”. 27 Figura 8: Altura de suspensão x tempo de filtração Observa-se que o valor de R encontrado para a figura 8 foi de 0,9853, o que significa que o ajuste dos pontos ao modelo exponencial proposto se aproximou muito e que, portanto o valor encontrado para a constante “C” é coerente. Nota-se que, com o passar do tempo, a altura de suspensão a ser filtrada diminui, o que é esperado já que se trata de um filtro descontínuo onde a vazão, por sua vez, não é constante. Analisando a figura 9, nota-se que o modelo exponencial não está distribuído de forma aleatória ao redor do zero, tornando assim o valor da constante C, não confiável uma vez que se mostrou tendencioso. Model: h=27,4*Exp(-(C2*t)) y =27,4*exp(-((,001437)*x)) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 t (s) -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 h (c m ) 28 Figura 9: Resíduos x valores estimados Os valores de C e K foram calculados, tabela 6, uma vez que a constante C foi determinada pelo programa STATISTICA 7.0. Tabela 6: Valores de K K C1 1,43x10 -10 C2 4,29x10 -11 Permeametria 1,31 x10-8 Ao observar a tabela 6, nota-se que existe uma diferença de 10 vezes entre as constantes K, isso talvez se deva pelo possível ajuste da curva, e a não confiabilidade do valor de C1, uma vez que ele se mostra tendencioso. Em contra partida, C2 se mostra mais próximo do valor obtido na pratica de permemametria. Valores preditos x Valores residuais 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 Valores preditos -2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 V al or es R es id ua is 29 7. Conclusão Para o filtro contínuo, a velocidade teórica obtida foi de 7,11x10-4 m/s e a velocidade média experimental foi de 1,88x10-3 m/s. Para o filtro descontínuo, podemos concluir que o modelo que mais se ajustou foi o exponencial no qual a correlação obtida foi de 0,9853. Porem, ambos os dados se mostraram tendenciosos, o que significa que eles não são confiáveis. Já os valores obtidos para o “K” da areia, encontram-se próximos do encontrado do modelo exponencial, modelo linear obteve um valor de 1,46x10-9, próximo ao valor encontrado teoricamente, 1,31x10-8. 30 8. Referencias DASBERG, S.; BRESSLER, E. Drip irrigation manual. Bet Dagan: International Irrigation Information Center, 1985. 95 p. DIAS, T. Papel e Celulose - Proteção e economia com os filtros. Revista Meio Filtrante. 2008. Ano VII, 35ª edição. FOUST, WENZEL, CLUMP, MAUS & ANDERSEN Princípios de Operações Unitárias. Editora Guanabara S. A., Rio de Janeiro, 2ª Edição, 1982. GOMIDE, R. Operações Unitárias - Volume I – Operações com Sistemas Sólidos Granulares. São Paulo, 1983. KELLER, J.; BLIESNER, R.D. Sprinkle and trickle irrigation. New York: Van Nostrand Reinhold, 1990. 652 p. MARQUES.B. Filtração em leitos granulares. Universidade de São Paulo. Lorena, 2012. PAKER, I. Sistemas de filtração para a indústria cervejeira. São José dos Campos, SP: 2011. PERRY, R. H. ; GREEN, D. W. Perry’s Chemical Engeneering Handbook. 6 ed. McGraw Hill, 1984. The Quest for Pure Water: The History of Water Purification from the Earliest Records to the Twentieth Century, American Water Works Association, 2ª ed, 1981. TONETTI, A.L. et al. Tratamento de esgoto e produção de água de reuso com o emprego de filtros de areia. SciELO - Scientific Electronic Library Online. UNICAMP. 2012. VIAN, A.; OCÓN, J. Elementos de Ingeniería Química – Operaciones basicas. 5ª ed., Editora Aguilar, España, 1969. UFSCar – Universidade Federal de São Carlos. Filtração. 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