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Entrevista de Ajuda. Benjamin, A.

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ENTREVISTA DE AJUDA
ALFRED BENJAMIN
4º TERMO PSICOLOGIA
TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO E ENTREVISTA
Entrevista de ajuda
O autor define a entrevista de ajuda como um diálogo sério e com um propósito definido entre duas pessoas, a partir do qual será desenvolvido um relacionamento de confiança.
A entrevista de ajuda seria mais uma arte e uma habilidade do que uma ciência, e cada artista precisa descobrir seu próprio estilo e os instrumentos para trabalhar melhor.
ENTREVISTA DE AJUDA - condições
Devemos manter condições favoráveis para configurar a entrevista de ajuda;
Considerar fatores externos e a atmosfera;
A sala: quase todos os lugares podem ser usados; não podem provocar distrações nem ser barulhento;
A atmosfera deve ser propícia à comunicação, com mesa apropriada, roupa apropriada e ater-se à disposição das cadeiras;
Procurar criar relação e aumentar a confiança;
Considerar os fatores internos (principalmente com relação ao entrevistador) e a atmosfera;
Trazer-se a si mesmo: desejo de ajudar;
Conhecer-se a si mesmo: confiar nas próprias ideias; Ser honesto, ouvir e absorver;
Mecanismos de defesa – coisas que fazemos inconscientemente para proteger nosso ego;
Mecanismos de enfretamento: coisas que fazemos conscientemente para satisfazer as imposições da realidade; Criar uma atmosfera em que o confronto seja alcançado, a entrevista de ajuda poderá ajudar mais do que pode prever.
Entrevista de ajuda - estágios
Abrindo a primeira entrevista;
Iniciada pelo entrevistador;Iniciada pelo entrevistado;
Se alguém pediu para nos ver, observa ele, geralmente é melhor deixá-lo expor com suas próprias palavras o motivo que o levou ali e o que há de importante para contar. Às vezes, no entanto, é cabível ou necessária uma introdução por parte do entrevistador, algo que ajude o entrevistado a iniciar, isso deve ser tentado somente quanto sentimos que será realmente útil, considerando a tendência das sessões iniciadas pelo entrevistador em serem transformadas em monólogos e/ou conferências. O ideal é apenas identificar e situar nossa posição ali para que o entrevistado possa dar prosseguimento à entrevista com tranquilidade.
O fator tempo;
Entrevista de ajuda - estágios
No primeiro estágio, é situado o assunto ou problema que motivou o encontro entre entrevistado e entrevistador. Neste estágio é importante que o usuário sinta-se à vontade para discutir o assunto ou problema que será o foco da entrevista. 
No segundo estágio, uma vez que o assunto foi situado e aceito, passa então a ser examinado e explorado. O foco principal da entrevista foi alcançado, e a maior parte do nosso tempo será despendida para verificarmos os aspectos mais relevantes e tirar algumas conclusões. 
O silêncio é abordado pelo autor como uma forma de comunicação entre o entrevistado e o entrevistador na entrevista de ajuda, apontando a tendência da maior parte dos entrevistadores iniciantes em considerá-lo como uma falha a ser corrigida no momento, em virtude da sua dificuldade em suportá-lo. Com o tempo, informa, aprende-se a diferenciar os silêncios, a apreciar e a reagir diante de cada um de maneira diferente.
Existe, por ex., o silêncio de que o entrevistado precisa para ordenar seus pensamentos e sentimentos. O respeito a esse silêncio é mais benéfico do que muitas palavras de parte do entrevistador. O silencio desse tipo pode ajudar muito se o entrevistador não se sentir ameaçado ou incomodado por ele, mas puder maneja-lo como parte de um processo em continuidade.
A confusão também pode levar ao silêncio, assim como esse pode ser fruto de uma pausa reflexiva, após um relato emocional por parte do entrevistado. 
Pode ocorrer ainda o silêncio de resistência, quando o entrevistado resiste ao que considera um interrogatório, ou não está preparado para revelar o que está realmente acontecendo consigo.
Existem, ainda, os silêncios breves, durante os quais o entrevistado pode simplesmente estar procurando ideeias e sentimentos para expressar.
No terceiro estágio, sob muitos aspectos se assemelha ao estágio um, embora se efetue de maneira inversa. Nem sempre este estagio é fácil; os participantes da entrevista devem ter consciência que o encerramento está acontecendo, diante disso, devemos marcar nova entrevista para continuar discutindo a situação apresentada.
Avaliando a entrevista: questionando, por exemplo, se ele ajudou o entrevistado a ampliar seu campo de percepção; se ajudou o entrevistado a deslocar-se de uma estrutura de referência externa para uma interna; se o ajudou a chegar perto de si mesmo para explorar e expressar o que descobriu e o capacitou a expressar como se sente verdadeiramente; e se ele, o entrevistador, quis realmente ouvir o entrevistado ou na verdade quis ser escutado supondo ter a resposta para seu problema.
Entrevista de ajuda - Filosofia
Na opinião do autor a entrevista de ajuda irá proporcionar ao entrevistado uma experiência significativa (relação com o entrevistador), levando-o à mudança (o que resulta do relacionamento.
A mudança que se deseja é a que ajude o entrevistado a construir, que seja significativa para ele e lhe permita agir no futuro com mais êxito como pessoa. Implica aprendizagem.
Ajudamos o entrevistado a ajudar-se por meio de uma atmosfera de confiança, na qual ele se sinta integralmente respeitado.
O entrevistador age como uma pessoa autêntica e não quer que o entrevistado dependa dele, mas que se apoie cada vez mais em si mesmo.
Interesse sincero pelo universo do entrevistado e por ele; Aceitação do entrevistado: que tem direito a ideias, sentimentos e valores próprios.
A compreensão e enfocada como outro aspecto importante da entrevista de ajuda, sendo a mais significativa forma de compreensão aquela que tenha entender com a outra pessoa como ela pensa, sente e vê o mundo ao seu redor, adotando para isso sua estrutura de referência, ouvindo com compreensão não somente o que está sendo dito, mas como as coisas estão sendo ditas, o tom, as expressões, os gestos, incluindo o esforço de perceber o que não está sendo dito, o que apenas é sugerido e o que está oculto.
Na medida em que aprendemos mais e mais a escutar com compreensão os outros, mais aprendemos a escutar com compreensão a nós próprios. Escutando cuidadosamente, aproximando-nos da estrutura de referência do entrevistado, devemos, no entanto, permanecer nós mesmos, mantendo nossa própria estrutura de referência como ponto de apoio para quando o entrevistado precisar de nós, estabelecendo um processo empático no qual, embora se possa sentir por dentro, participar do mundo interior de outra pessoa, permaneçamos nós mesmos.
A empatia na entrevista de ajuda, conforme Benjamin, é compreender com. O entrevistador empático tenta o melhor possível sentir a estrutura interna de referência do entrevistado, ver o mundo através dos olhos deste, como se fossem os seus próprios, sem perder de vista o fato de que permanece ele mesmo, sabendo que é diferente do entrevistado. Agora ele pode compartilhar pensamentos e sentimentos do entrevistado como se fossem seus, porque os compreende com ele.
Empatia não é sinônimo de simpatia, que implica em repartir interesses e sentimentos comuns, e também não deve ser confundida com identificação, que é pensar, sentir e agir como o outro em detrimento do nosso próprio eu. A empatia envolve sempre dois eus distintos.
De acordo com o autor, quase tudo o que fazemos numa entrevista de ajuda visa encorajar o entrevistado de uma maneira ou outra. Nossa atitude, abordagem, respostas, tudo visa apoiá-lo e fortalecê-lo em seus esforços para procurar um caminho que valha a pena para ele. Desejamos auxiliá-lo para que chegue mais próximo da realidade e de seu próprio eu , para que ele possa explorar sua situação presente e determinar suas metas futuras.
Assim, o entrevistador deve comportar-se como ser humano na entrevista, expondo sua humanidade tanto quanto possível, sem medo de revelar-se. Precisamos estar preparados para mostrar ao entrevistado o que somos,
sem nos ocultarmos, para que ele se sinta encorajado a olhar para o que ele é sem reservas. Se ele sente que somos autênticos, pode aprender que é seguro expor-se.

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