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Planos de aula 1 a 6 - Direito Financeiro e Tributário 2

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SEMANA 1 – Crédito Tributário: conceito, natureza jurídica, teorias sobre o seu nascimento. Lançamento tributário: princípios e modalidades.
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: (OAB-FGV) JOSÉ MANUEL, proprietário de imóvel no município do Rio de Janeiro, recebeu informações de seu contador de que é necessário dirigir-se à Secretaria Municipal de Fazenda para ser devidamente intimado do lançamento do IPTU, mesmo após a emissão do carnê pelo órgão municipal.
Diante disso pergunta-se: assiste razão ao contador? A atividade administrativa de lançamento é discricionária ou vinculada?
Preleciona o artigo 142 e seu parágrafo do Código Tributário Nacional, in verbis:
“Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.”.
A norma legal explana o conceito de lançamento atribuindo-lhe natureza jurídica de procedimento administrativo vinculado à norma legal e direcionado a verificar a ocorrência do fato imponível, quantificando e qualificando o tributo, definindo o sujeito passivo e aplicando as penalidades pertinentes. Aduz, ainda, sobre a competência privativa de autoridade administrativa para proceder à constituição do crédito tributário.
Doutrinariamente, admite-se três espécies de lançamento: a) lançamento direto ou de ofício; b) lançamento misto ou por declaração; c) lançamento por homologação ou autolançamento. A primeira espécie pode ser definida como aquela em que a autoridade administrativa utiliza de seus dados registrais para efetuar o lançamento, dispensando o auxílio do contribuinte, nos moldes do artigo 149, inciso I, do CTN. A segunda modalidade é aquela em que o Fisco, por intermédio da autoridade administrativa, realiza o lançamento com base nas informações declaradas pelo sujeito passivo, trazido pelo artigo 147 do CTN. Já o lançamento por homologação ou autolançamentoo contribuinte recolhe o tributo antecipadamente, com base em montante que ele próprio define e, posteriormente, a administração põe-se a homologar o pagamento, conforme trazido pelo artigo 150 e incisos do CTN.
Analisando o caso específico do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), temos por certo ser espécie de tributo lançado de ofício pelo sujeito ativo, à luz do disposto no artigo 149, inciso I, do CTN, ipsis literis:
“O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I – quando a lei assim o determine;”.
Ao entendimento exposado, corroboramos o Enunciado de Súmula de nº 397, do Superior Tribunal de Justiça:
“O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.”.
A jurisprudência apresentada nos direciona à conclusão da desnecessidade do sujeito passivo receber o carnê do IPTU para que haja a notificação. A comunicação de sua constituição ao contribuinte, além de ser fato público e notório, diante da ampla divulgação anual promovida pelos municípios, é realizada mediante o envio da guia de recolhimento ao seu endereço.
Por todo exposto, afirmamos pela inconsistência da informação fornecida pelo contador de JOSÉ MANUEL, tendo em vista que o lançamento é uma atividade vinculada às normas legais e, especificamente em relação ao lançamento do IPTU, sua notificação é realizada quando do envio do carnê ao contribuinte.
Questão objetiva: A alíquota do ITR, em 1995, era de 1,5%; em 1996, era de 2%; e em 1997, era de 1%.Durante o ano de 1997, o Fisco Federal, verificando que Joaquim de Souza não pagara ITR de 1995, efetuou o lançamento à alíquota de 2% e promoveu a notificação. Joaquim entende que a alíquota aplicável é de 1%. Na verdade:
a) Joaquim está com o entendimento correta, pois 1% era a alíquota do exercício em que ocorreram o lançamento e a notificação.
b) o entendimento do Fisco é correto, pois, no caso, deve prevalecer a alíquota maior.
c) a alíquota aplicável é a de 1%, por consequência do princípio in dubio pro reo.
d) a alíquota correta é a da data da ocorrência do fato gerador, ou seja, 1,5%.
d) a alíquota correta é a de 1,5%, por representar a média das três alíquotas, em face do princípio da razoabilidade.
			RESPOSTA: D (art. 144, CTN).
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SEMANA 2 – Suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário.
Conteúdo�
2. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
2.1. Conceito de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
2.2. Efeitos da suspensão da exigibilidade do �crédito tributário.
2.3. Causas ou modalidades da suspensão da exigibilidade do crédito tributário
2.3.1. Moratória.
2.3.2. Depósito do montante integral
�2.3.3. Reclamação e Recurso administrativo.
2.3.4. Concessão de liminar em mandado de segurança.
2.3.5. Concessão de liminar em outras ações.
2.3.6. Parcelamento.�
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: Diante de ato de autoridade pública supostamente eivado de ilegalidade, CREMILDO BULGAR impetra Mandado de Segurança com pedido de liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário referente ao imposto de renda, que monta em R$ 20.000,00. Deferida a liminar, o Juízo de Primeiro Grau leva 3 anos para julgar o mérito, e, ao fazê-lo, denega a segurança. O contribuinte, então, interpõe Apelação, acreditando que, ao ser recebida no duplo efeito, esta preservará os efeitos da liminar. A Fazenda, por sua vez, ajuíza a competente execução fiscal para a satisfação do seu crédito, que a esta altura já alcança R$ 24.000,00, por estar acrescido de juros de mora e devidamente corrigido monetariamente. Na execução, o contribuinte alega que a mesma deve ser extinta em face da existência de mandado de segurança ainda não transitado em julgado. 
Pergunta-se:
a) Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem resolução de mérito?
O Código Tributário Nacional – CTN –, em seu art. 151, inciso IV, prevê a concessão de medida liminar, em mandado de segurança, como uma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Ao referir-se à concessão de medida liminar, em mandado de segurança, o CTN proporcionou um meio ao contribuinte para se defender contra os abusos praticados pelo Poder Público, em relação à matéria tributária, nos termos da Lei nº 12.016/2009, que dispõe sobre o mandado de segurança, todavia, a citada lei não menciona em quais efeitos será recebido o recurso. Em regra, sempre que a lei silencia a respeito dos efeitos do recurso de apelação, deve ser atribuído tanto o efeito devolutivo como o suspensivo, nos termos do art. 1.012 do Código de Processo Civil, que consagra o recebimento da apelação no duplo efeito. A regra, contudo, comporta as exceções descritas no parágrafo primeiro do referido artigo, bem como, na legislação extravagante.
Diante de situações excepcionais a apelação será desprovida de efeito suspensivo, contendo, tão somente, o efeito devolutivo. Assim, a sentença proferida em mandado de segurança é dotada de autoexecutoriedade, em razão da finalidade e do rito caracterizadores desse tipo de ação constitucional. O art. 14, § 3º, da Lei nº 12.016, de 2009, dispõe que a sentença concessiva da segurança pode ser executada em caráter provisório, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar. De acordo com a norma, a sentença que concede a segurança, apesar de estar sujeita ao duplo grau de jurisdição, pode ser executada provisoriamente. A execução provisória é incompatível com o recebimento da apelação no efeito suspensivo. 
No caso concreto em análise, a execução fiscal não deve ser extinta sem resolução do mérito porque a interpretação da norma leva ao entendimento de que o recurso interpostoem face de sentença proferida no mandado de segurança, independentemente do conteúdo, será dotado apenas do efeito devolutivo. O recebimento de recurso de apelação em mandado de segurança apenas no efeito devolutivo justifica-se pela própria natureza mandamental dessa demanda, a exigir imediata execução de sentença concessiva da ordem. Nesse sentido temos a súmula 405 do STF que prolata “Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária”. Portanto, negativa é a resposta ao questionamento.
b) Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança?
Conforme afirmamos anteriormente, a concessão de medida liminar, em mandado de segurança, é uma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. A sentença judicial denegatória da segurança encerra os efeitos da liminar anteriormente concedida, não havendo nenhum outro óbice a execução. Assim, anotamos como efeito da sentença denegatória de segurança a possibilidade de ocorrer a exigibilidade do crédito.
c) No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária?
Certo é que a sentença denegatória de segurança possui efeitos ex tunc, sendo assim, os efeitos retroagirão a data da concessão da liminar que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário. Logo, será cabível o acréscimo de juros e de mora contados da data da liminar.
Questão objetiva: O depósito do montante integral, previsto no art. 151, II do Código Tributário Nacional é:
a) concedido pelo Julgador desde que o interessado preencha os requisitos legais;
b) condição de procedibilidade para o processamento da Ação Anulatória de Lançamento;
c) direito subjetivo da parte concedido por lei;
d) causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário desde que, concomitantemente seja deferida liminar.
			RESPOSTA: C.
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SEMANA 3 –Extinção do Crédito Tributário.
Conteúdo�
3. Extinção da exigibilidade do crédito tributário.
�3.1. Causas de extinção do crédito tributário – disciplina do CTN.
3.2. Enfoque especial sobre: compensação e restituição de tributos.�
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: WX SERVIÇOS MÉDICOS LTDA. recebeu, em 25/07/2008, auto de infração lavrado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em São Paulo exigindo-lhe diferenças do imposto de renda (IRPJ) em razão de receitas omitidas durante os 4 (quatro) trimestres de 2005. Segundo o contador da empresa, o crédito tributário objeto do recente lançamento de ofício poderá ser objeto de compensação com valores da COFINS, recolhidos indevidamente pela pessoa jurídica ao longo do ano de 2007, reconhecidos através de medida liminar nos autos de mandado de segurança ainda pendente de decisão final.
 Diante desses fatos, responda:
a) O crédito tributário neste caso concreto pode ser extinto pela compensação?
Temos por compensação uma forma de se extinguir duas obrigações contrapostas entre duas pessoas que sejam ao mesmo tempo credora e devedora da mesma pessoa jurídica de direito público, tal como previsto no artigo 156, II, do CTN. Desta forma, em vez de dois pagamentos, realiza-se um só, extinguindo completamente Dívidas iguais, porém opostas, ou caso haja algum saldo restante, fazendo o respectivo pagamento. O encontro de contas caracterizador da compensação só pode ocorrer quando expressamente autorizado em lei, conforme artigo 170, do CTN.
Já a concessão de medida liminar e de tutela antecipada, em qualquer espécie de ação, são verdadeiras hipóteses de suspensão do crédito tributário, positivada no inciso V no artigo 151, do CTN. Se a própria norma legal já traz a determinação de suspensão do crédito tributário nesses casos, lógico que não haveria que se pensar em extinção dos mesmos através da mesma medida. Isso ocorre porque o crédito tributário ainda é objeto de lide na ação em que foi concedida tutela provisória. Desse modo, o artigo 170-A do CTN apenas repete o comando já regularizado pelo artigo 151, uma vez que este enquadra as concessões de liminares e de tutela antecipada como forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, por exclusão, tem-se a vedação de forma taxativa de que para a extinção do crédito tributário faz-se necessária a decisão transitada em julgado.
Impõe-se negativa a resposta ao questionamento, sendo certo que a compensação não poderá ser realizada antes do trânsito em julgado da referida ação, conforme art. 170-A, CTN
b) Agiu corretamente o juízo em ter deferido a liminar mencionada no caso concreto?
O entendimento da Colenda corte veda a compensação de crédito tributário em medida liminar, cautelar ou antecipatória. Prevalecendo o entendimento da precariedade da medida liminar e priorizando o deferimento em sentença transitado em julgado para a concessão do requerimento da compensação. A eficácia das medidas liminares é revestida de provisoriedade. São revogáveis na medida em que podem se adaptar às novas circunstâncias de fato. A decisão judicial que concede medida liminar é somente a proteção de um direito a concretizar-se no futuro.
Nesse sentido é a Súmula 212, do STJ: “A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória”. 
Diante disso, temos por negativa a resposta ao questionamento. A concessão da compensação de créditos tributários não deve ser determinada através de uma decisão revestida de precariedade, quando o dispositivo legal exige uma decisão imutável.
Questão objetiva: João realizou pagamento a maior do IPVA relativo ao fato gerador ocorrido em 2007. Tendo consultado o valor do imposto em relação ao fato gerador ocorrido em 2008, o contribuinte identificou que o valor pago a maior em 2007 é suficiente para quitar o tributo devido em 2008. Diante disso, pretende requerer a seu Estado a utilização do excesso pago em 2007 para liquidar o imposto de 2008. Considerando que inexiste lei específica disciplinando a matéria no Estado, marque a alternativa correta:
a) João deverá proceder ao pagamento do IPVA/2008 e requerer a restituição do IPVA/2007 pago a maior.
b) João poderá compensar o IPVA/2007 com o IPVA devido em 2008.
c) O pedido de compensação deverá ficar sobrestado até que sobrevenha lei estadual específica.
d) O pedido de compensação será indeferido porque o IPVA/2007 pago a maior só pode ser utilizado na compensação de débitos de exercícios anteriores.
			RESPOSTA: A.
SEMANA 4 –Extinção do Crédito Tributário.
Conteúdo�
4. Extinção da exigibilidade do crédito tributário.
�4.1. Decadência e prescrição do crédito tributário.
4.2. Prescrições de ações do contribuinte.
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Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: Em 10/05/2001, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e notificou a empresa COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC LTDA. para recolher ICMS relativo a fatos geradores ocorridos no período de 20/06/1999 a 31/12/1999. A notificada impugnou, sem sucesso, a autuação e recorreu tempestivamente ao Conselho de Contribuintes, em 20/06/2001.
Em face da sobrecarga de processos na 2a. instância administrativa, o recurso restou paralisado, sem qualquer despacho nem petição das partes, até 20/09/2001, vindo a ser julgado, também desfavoravelmente ao contribuinte, em 10/10/2001. Publicada a decisão (e o aresto unânime) em 15/10/2001, foi a sociedade dela notificada, esgotando-se o prazo para pagar o débito em 22/10/2001. 
Não advindo pagamento nem pedido de parcelamento, foi o crédito tributário inscrito em dívida ativa, em 22/11/2007, vindo, contudo, a execução fiscal a ser ajuizada somente em 29/11/2007. Citada, a executada ofereceu bens suficientes à penhora e, efetuada esta, ajuizou embargos à execução, alegando haver ocorrido a decadência e, ad argumentandum, a prescrição.
 Pergunta-se:
a) Procede a alegação de decadência? Se positivo, quando ocorreu?
O Código Tributário Nacional, assim como o Código Civil, estabelece diferenciação entre os institutosda decadência e prescrição. Ambos estão elencados no artigo 156, V, do CTN como modalidades de extinção do crédito tributário. O instituto da decadência tem por finalidade declarar a perda do direito da Fazenda Pública, após lapso temporal, de efetuar o lançamento para a constituição do crédito tributário.
O prazo da decadência está previsto no art. 173 do CTN que prevê como sendo de 5 anos o prazo para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, sob pena de o Fisco perder o direito subjetivo de fazê-lo. No presente caso concreto, o fato gerador foi no período compreendido entre 20/06/99 e 31/12/99, sendo o 1º dia do exercício seguinte o prazo para efetuar o lançamento, qual seja, 01/01/2000. Assim, teremos a decadência em 01/01/2005. A constituição do crédito, ou seja, o lançamento do crédito, que ocorreu de ofício, se deu em 10/05/2000. Portanto, não temos que falar em decadência pois está dentro do prazo. É negativa a resposta ao questionamento formulado.
b) Procede a alegação de prescrição? Se positivo, em que data teria ocorrido?
Conforme narramos anteriormente, os institutos da decadência e prescrição encontram-se definidos no artigo 156, inciso V, do CTN como modalidades de extinção do crédito tributário. O instituto da prescrição significa que, transcorrido o lapso temporal previsto em lei, não pode mais a Fazenda Pública, através de ação de execução fiscal, cobrar do sujeito passivo o valor do tributo.
O prazo prescricional do tributo está previsto no art. 174 do CTN, dispondo que a ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. No caso em apreço, o lançamento definitivo ocorreu em 15/10/2001, momento da publicação da decisão do recurso, ocorrendo, então, o trânsito em julgado. Logo, houve a prescrição em 15/10/2006. Tendo a execução fiscal sido ajuizada em 29/11/07, não restam dúvidas que a pretensão estatal de efetuar a cobrança prescreveu. Impõe-se afirmativa a resposta.
c) Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da ação de cobrança do crédito tributário?
Nos termos do dispositivo nº. 174 do CTN, com a constituição definitiva do crédito tributário inicia-se o prazo prescricional para sua cobrança, ou seja, o Fisco possui o lapso temporal de cinco anos para o ajuizamento da execução fiscal. O termo inicial da prescrição é fixado no momento do nascimento da pretensão, caracterizada esta pela existência e violação de um direito atual, suscetível de ser reclamado em juízo. 
No tocante aos créditos tributários, o termo inicial da prescrição é a constituição definitiva do crédito, porque a partir desta constituição e não se verificando qualquer hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito autorizado está o Fisco a ajuizar a correspondente ação para a cobrança do seu crédito. A primeira situação que configura essa constituição definitiva, refere-se à hipótese em que, validamente notificado do lançamento tributário, o contribuinte não impugna o crédito. Nesse caso, a constituição definitiva ocorre na data do decurso do prazo para a apresentação da notificação, ou seja, 30 (trinta)dias após a realização da notificação válida.
A segunda hipótese refere-se aos casos em que ocorre impugnação do lançamento pelo contribuinte. Nesse caso, a data da constituição definitiva do crédito ocorre na data da solução final do processo administrativo, que pode se dar em momentos diferentes a depender da ocorrência ou não do esgotamento recursal. Caso o contribuinte tenha esgotado todas as instâncias recursais, o crédito considera-se constituído na data em que ocorrer a notificação da decisão administrativa irrecorrível que mantenha total ou parcialmente o lançamento. Na hipótese do contribuinte não esgotar as instâncias recurais, o crédito é considerado definitivamente constituído na data em que houver o decurso do prazo recursal. 
Aqui, a constituição definitiva do crédito ocorrerá na data em que houver o decurso do prazo legal sem a interposição do recurso administrativo, ou da data da notificação da decisão definitiva sobre o recurso eventualmente interposto. A impugnação administrativa do lançamento enseja a suspensão da exigibilidade do crédito, nos termos das disposições contidas nos artigos 160 c/c 151, III, do CTN e artigo 15 do Decreto 70.235/72, não se cogitando da ocorrência da prescrição nesse período, retomando-se a contagem do prazo prescricional dali para frente. 
Esse o entendimento firmado no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, conforme se infere das decisões a seguir transcritas:
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA. RECURSO ADMINISTRATIVO. ART. 174 CAPUT E 151, INC. III DO CTN. NOTIFICAÇÃO DE JULGAMENTO.
1. A exegese desta Corte a respeito do art. 174, caput, do CTN, é no sentido de que, enquanto há pendência de recurso administrativo, somente a partir da data em que o contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazo prescricional.
2. No caso, o contribuinte foi notificado via postal em 25.03.93. Não tendo manejado recurso administrativo, a Fazenda inscreveu o crédito tributário em dívida ativa em 11.07.95, e a execução fiscal foi proposta em 27.04.99. Da análise superficial das datas apostas, constata-se a consumação do prazo, eis que decorridos mais de 5 (cinco) anos da data que o crédito foi definitivamente constituído, nos termos do arts. 174, caput e 151, inc. III do CTN, qual seja 25.04.93, após o vencimento do prazo para recurso administrativo.
3. Recurso especial provido.
REsp 443347 / PR ;RECURSO ESPECIAL 2002/0077512-0 Ministro CASTRO MEIRA (1125) ;T2 - SEGUNDA TURMA; DJ 19/09/2005 p. 247
 A terceira e última hipótese de constituição refere-se ao caso em que o contribuinte declara o valor do tributo sujeito ao lançamento por homologação, mas nada paga. Nessa hipótese, a constituição definitiva do crédito ocorre na data do vencimento da exação, em relação ao montante declarado, se esse vencimento ocorrer em data posterior ao da data em que realizada a declaração. É que, embora já declarado, o tributo somente se tornará exigível pelo Fisco a partir do seu vencimento. Definida a data de constituição do crédito tributário nas diversas situações estudadas, é a partir dela que tem início o início o decurso do prazo prescricional de cinco anos para o exercício da pretensão de cobrança.
O referido prazo é passível de interrupção nas hipóteses de expedição de despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal, pelo protesto judicial, por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor ou ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor, dispostas no art. 174, I, do CTN. Por força desse dispositivo legal, se no decurso do prazo prescricional quinquenal for verificada qualquer das citadas causas de interrupção do prazo, ele voltará a fluir em sua integralidade, zerando o tempo já computado da prescrição.
d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue: o direito de ação ou o próprio crédito tributário?
O não ajuizamento da ação para a cobrança judicial do crédito no lapso temporal de cinco anos contados da data da sua constituição definitiva, ressalvadas as hipóteses legais de interrupção e de suspensão do prazo prescricional, importará na prescrição da pretensão executiva e consequente extinção do crédito porque a prescrição é uma das hipóteses legais de extinção do crédito tributário, conforme artigo 156, V, do CTN.
e) A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo?
A Lei Civil esclarece em seu art. 189, o que é prescrição. A prescrição consiste na perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular, nos prazos previstos em lei. A ideia de prescrição decorre de dois fatores: decurso do tempo e inércia do titular do direito. Como nos ensina Pablo Stolze, com fins a preservarestabilidade e segurança jurídica nas relações jurídicas estabelecidas não podem estas obrigar sem um limite temporal, de forma perpétua, deixando o contratante a mercê do titular do direito. Assim, não podem consubstanciar uma ameaça eterna.
O reconhecimento de ofício da prescrição foi possível a partir do advento da Lei nº 11.280/2006. Em matéria tributária, o Superior Tribunal editou o enunciado de nº 409, afirmando “Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício”.
Questão objetiva: A ação para cobrança do crédito tributário está sujeita a prazo: 
a) Decadencial de 5 (cinco anos), contados do primeiro dia do exercício civil seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado;
b) Prescricional de 180 (cento e oitenta) dias, contados da inscrição do crédito tributário na divida ativa;
c) Prescricional de 20 (vinte) anos, contados do vencimento do prazo para pagamento;
d) Prescricional de 5 (cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva.
			RESPOSTA: A.
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SEMANA 5 – Exclusão do Crédito Tributário: Isenção e anistia.
Conteúdo�
5. Exclusão da exigibilidade do Crédito Tributário.
5.1. Modalidades de exclusão: Isenção e �anistia.
5.2. Crítica da doutrina e da jurisprudência.
5.3. Classificações.
5.4. Eficácia da revogação das isenções.�
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: Em 1999, determinado Município concedeu isenção do ISSQN, por 10 (dez) anos, para as empresas prestadoras de serviços que viessem se instalar naquele território, gerando, em cada uma delas 25 (vinte e cinco) empregos diretos.
Várias dessas empresas, atraídas por esse incentivo fiscal, lá se instalaram. E no ano de 2002, surgiu uma outra norma jurídica revogando essa isenção do ISSQN.
Responda:
a) Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção? 
De acordo com Sabbag, a isenção é o instituto concedido de forma geral ou específica, mediante lei, afastando a tributação que seria exigida do sujeito passivo. Pode a lei isentiva estipular prazo e condições para sua concessão. As isenções podem ser revogadas a qualquer tempo, salvo as isenções condicionais que têm prazo certo e condições determinadas, devendo ser observando, ainda, o princípio da anterioridade (CTN, art. 178).
Conforme explanado pelo ilustre tributarista, via de regra, não há impedimento à revogação de isenção. O artigo 178 do Código Tributarista prevê que a isenção pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições. Assim, somente a chamada isenção onerosa, aquela concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, não poderá ser revogada, tal como entendimento de Súmula n° 544 do Pretório Excelsor, que prolata “Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”.
No caso em análise temos clássico exemplo de isenção onerosa, tendo em vista que a isenção foi concedida por prazo certo de 10 (dez) anos e em função de determinadas condições, que as empresas prestadoras de serviços viessem se instalar no território municipal.
b) Deve esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser observado(s)?
No que tange às isenções incondicionais, a maior parte da doutrina concorda com sua revogabilidade. Contudo, em relação às isenções condicionais há de se observar a segurança e a estabilidade das relações jurídicas, assim, há autores que defendem a limitação da faculdade de revogação, em consonância com os princípios e normas constitucionais. No entanto, majoritariamente adota-se a posição de que na isenção haveria a ocorrência do fato gerador, o nascimento da obrigação tributária, com a dispensa legal do pagamento pela norma isentiva, a revogação desta não significaria criação de tributo, pelo que não seria necessário o respeito ao princípio da anterioridade.
Essa corrente foi a adotada pelo Supremo Tribunal Federal, consoante se verifica na Súmula nº 615, segundo a qual: “o princípio constitucional da Anualidade (§ 29 do art. 153 da CF) não se aplica à revogação de isenção do ICM”.
A segurança jurídica, um dos pilares do Estado Democrático de Direito, objetiva garantir estabilidade nas relações jurídicas. A Constituição da República de 1988 a prevê de forma implícita em vários momentos, inclusive no Título dos Direitos e Garantias Fundamentais, que no art. 5º, inciso XXXVI, dispõe: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”. Na seara tributária, além da segurança quanto aos fatos passados, revela-se muito importante a previsibilidade quanto aos acontecimentos futuros, afinal, esta previsibilidade termina por garantir isonomia aos que concorrem na economia de mercado.
Desta forma, o princípio da não-surpresa surge como corolário do princípio da segurança jurídica. Decorre do princípio da não-surpresa o princípio da anterioridade, resguardado no art. 150, inciso III, alínea b, da Constituição da República, segundo o qual é vedado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios cobrar tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. Tal princípio tem como escopo evitar a imediata aplicação de norma que aumente a carga tributária do contribuinte. Assim, não interfere nos atos normativos que visem à diminuição do tributo, nem nos que não representem alteração do quantum a ser devido.
Por todo o exposto, no presente caso concreto, considerar-se-á o princípio da não-surpresa, corolário da segurança jurídica, ante a necessidade de estabilidade nas relações entre o Estado e o cidadão contribuinte, bem como a importância das isenções como medida de política fiscal e econômica e, ainda, o princípio da anterioridade.
c) É possível o ajuizamento de alguma ação para evitar a revogação da isenção mencionada no caso concreto? Caso positivo, qual(is)?
Resta afirmativa a resposta ao questionamento, podendo o administrado adentrar com ação de anulação dos efeitos da lei com pedido de liminar de concessão, tendo em vista que a matéria discutida não trata sobre expectativa de direitos, mas sim de direito adquirido. 
Colacionamos jurisprudência do TJSP de caso análogo:
AÇÃO ANULATÓRIA PRECEDIDA DE MEDIDA CAUTELAR ISS Exercícios de 2005 e seguintes Município de Araras Isenção total concedida por prazo certo e sob condição onerosa, a teor da Lei Municipal nº 1.787/87, na sua redação original Posterior negativa do benefício, com a exigência do imposto, à luz da Lei Municipal nº 3.599/03 e da Emenda Constitucional nº 37/02 Descabimento Irretroatividade de tais normas Inteligência da Súmula nº 544 do STF Sentença mantida Recurso oficial (considerado interposto) e apelo improvidos.
(TJ-SP - APL: 2043039820088260000 SP 0204303-98.2008.8.26.0000, Relator: Silva Russo, Data de Julgamento: 20/10/2011, 15ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 28/10/2011)
Questão objetiva: O taxista João recebeu do fisco estadual uma correspondência na qual lhe foi informado que, mesmo tendo ocorrido o fato gerador do IPVA, ele não precisaria pagar o tributo, uma vez que fora aprovada uma lei, pela respectiva assembleia legislativa, que excluía o crédito tributário dos taxistas, relativamente ao IPVA.
Nessa situação hipotética, pode-se dizer que a citada lei estabeleceu uma: 
a) remissão.
b) transação.
c) isenção. 
d) anistia.
			RESPOSTA: C (em razão da lei ser anterior ao fato gerador do tributo).
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SEMANA 6 – Garantias, privilégios e preferências do Crédito Tributário.
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: Em dificuldade para saldar seus débitos, inclusive tributários, a sociedade comercial Irmãos Tavares & Cia. Ltda., decidiu cerrar suas portas sumariamente, deixando de dar baixa regular em seus registros e obrigações comerciais e fiscais. Tomando conhecimento do fato, fiscais da Receita Federal verificaram não ter sido recolhido o Imposto de Renda dos dois últimos exercícios,tendo em conseqüência procedido ao lançamento. Notificada regularmente a empresa, na pessoa de seu sócio-gerente, deixou de defender-se administrativamente, correndo o processo administrativo-fiscal à revelia e culminando com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa e imediato ajuizamento da execução fiscal. Alertado por seu ex-contador, o sócio-gerente aliena vários bens sociais.
Pergunta-se:
a) São válidos esses atos de alienação? Em que circunstâncias?
Não, pois conforme elencado no artigo 185 do CTN os atos de alienação e oneração de bens do sujeito passivo da obrigação tributária, praticados após a inscrição do respectivo crédito em dívida ativa, configuram-se fraude à execução. Salvo se remanescerem bens ou rendas suficientes para garantir a execução fiscal, conforme parágrafo único do mencionado artigo. Assim, os atos do sócio-gerente alienando bens sociais são nulos de pleno direito, a não ser que haja reservado outros bens sociais bastantes para assegurar a execução
b) Poderão ser executados bens do sócio-gerente? Em qualquer hipótese?
Sim, mas não em qualquer hipótese. Se a Fazenda Pública exequente não lograr êxito com a execução pelo fato de não ter bens sociais suficientes, poderá executar bens particulares de quem foi sócio-gerente à época do descumprimento da obrigação tributária, como entende a jurisprudência, ao aplicar conjugadamente, na hipótese, os arts. 134, VII, e 135, I e III do CTN
c) E bens dos demais sócios não-gerentes? Justifique as respostas com base na Legislação e na jurisprudência.
Já quanto aos bens dos demais sócios não-gerentes, estão estarão fora do alcance da execução.
Questão objetiva: Marque a opção incorreta:
a) No exercício da fiscalização tributária, devem ser respeitados o sigilo profissional e o bancário.
b) O contribuinte tem o dever de conservar seus livros e documentos comerciais e fiscais pelo prazo da prescrição da ação de cobrança dos créditos tributários.
c) O Fisco é obrigado a guardar sigilo sobre as informações que os contribuintes lhe prestam.
d) O exercício da fiscalização tributária é o mais amplo possível, implicando o atendimento de todas as exigências de apresentação de qualquer documento e informação, sem exceção.
			RESPOSTA: B .

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