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Planos de aula 1 a 3 - Jurisdição

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SEMANA 1 – O fenômeno da inconstitucionalidade.
Estrutura do Conteúdo�
1. Inconstitucionalidade: conceito e espécies.
1.1. Natureza da norma inconstitucional: inexistente, nula ou anulável?
1.2. Espécies de inconstitucionalidade
	1.2.1. formal e material.
	1.2.2. por ação e por omissão;
	1.2.3. total e parcial
�
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: O Estado do Rio de Janeiro, diante das crescentes taxas de violência, decide elaborar uma lei ordinária estadual que prevê a majoração das penas de diversos crimes e a redução da maioridade penal para 16 anos. Robson Braga, deputado estadual de oposição, decide consultá-lo(a), na qualidade de advogado(a), acerca da constitucionalidade da referida lei.
Formule a resposta a ser dada a Robson, destacando se há vício de inconstitucionalidade e, em caso afirmativo, como ele pode ser classificado.
No caso em análise, observamos a hipótese de um Estado Federado emanando norma ordinária tratando sobre majoração de penas e redução da maioridade penal, temas específicos do Direito Penal. A Carta Magna imputa, privativamente, à União a competência para legislar sobre matéria penal, tal como descrito no art. 22, I, da CRFB/88. Deste modo, a Lei Ordinária editada pelo Estado do Rio de Janeiro afronta o referido dispositivo constitucional, eis que contém vício de iniciativa, caracterizando inconstitucionalidade formal, também denominada inconstitucionalidade formal orgânica. Ressalte-se que mediante autorização expressa em Lei Complementar, os Estados podem legislar sobre esta e outras questões enumeradas no art. 22 da CF (art. 22, § único, CRFB/88), porém, esse não é o caso! A Lei Estadual aborda, ainda, a redução da maioridade penal violando também o art. 228 da CRFB/88, que declara a maioridade penal aos 18 anos. Desta feita, temos violação ao texto constitucional, através de uma ação positiva a ensejar a incompatibilidade vertical que abrange todo o texto do ato normativo.
Dada a hipótese de ofensa ao texto constitucional, imperioso tratar a Lei Ordinária sob a ótica da “teoria da inconstitucionalidade” ou “teoria da nulidade da norma inconstitucional”. A teoria citada entende pela invalidade de qualquer ato legislativo contrário à Constituição e a falta de validade gera, por consequência, a nulidade da lei inconstitucional.
O vício de inconstitucionalidade apresentado se enquadra em três espécies, quais sejam, formal, por ação e total. Diz-se inconstitucionalidade formal porque houve a violação da competência para edição de ato privativo da união, nomeada de inconstitucionalidade orgânica. A violação Constitucional se deu por ação tendo em vista a prática do ato que ela interditava. E, inconstitucionalidade total por atacar a íntegra do diploma legal objeto de discussão
Nesse sentido temos:
APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO - AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COBRANÇA - GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADES OPERACIONAIS E ESTRATÉGICAS - VERBA DEVIDA A TODOS MILITARES - ART. 3º LEI ESTADUAL N. 2.180/2000 - VEDAÇÃO DA EXTENSÃO DA GRATIFICAÇÃO AO MILITAR QUE CUMPRE PENA DE DETENÇÃO OU RECLUSÃO - INSTITUIÇÃO DE SANÇÃO PENAL PECUNIÁRIA PELO LEGISLADOR ESTADUAL - MATÉRIA DIREITO PENAL - COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO - ART. 22, I, CF - DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 7º DA LEI ESTADUAL N. 2.180/2000 - CORREÇÃO MONETÁRIA - IGPM/FGV - JUROS DE MORA - 6% AO ANO - A PARTIR DA CITAÇÃO - RECURSO VOLUNTÁRIO DO ESTADO PARCIALMENTE PROVIDO - RECURSO ADESIVO PROVIDO. (TJ-MS - AC: 3786 MS 2006.003786-1, Relator: Des. Paschoal Carmello Leandro, Data de Julgamento: 26/02/2008, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: 12/03/2008)
Ante o exposto, cabe informar ao Excelentíssimo Deputado da latente presença de vício de inconstitucionalidade na norma editada pelo poder legislativo estadual.
Questão objetiva (OAB/FGV): Quando se tem uma norma ao mesmo tempo material e formalmente inconstitucional?
a) Quando a norma infraconstitucional conflita com o texto da Constituição da República.
b) Quando na elaboração da norma infraconstitucional, não se observa rigorosamente o processo de sua elaboração.
c) Quando o conteúdo da norma infraconstitucional conflita com o texto da Constituição da República e também contém vício com relação à sua formação.
d) Quando a norma infraconstitucional se conforma perfeitamente com o texto da Constituição da República, mas não com os tratados internacionais sobre direitos humanos.
		
		RESPOSTA: B
SEMANA 2 – O controle de constitucionalidade.
Estrutura do Conteúdo�
Controle de constitucionalidade.
Classificações
Quanto ao órgão.
Político.
Jurídico.
Quanto ao momento.
Preventivo.
Repressivo
Controle jurisdicional de constitucionalidade.
Difuso.
Concentrado.
Concreto.
Abstrato.
�
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: O deputado federal Alfredo Rodrigues apresentou projeto de lei prevendo o estabelecimento de penas de prisão perpétua e de trabalhos forçados para os condenados pela prática de crimes considerados hediondos pela legislação brasileira. Outro deputado, Silmar Correa, decide consultá-lo(a) acerca da possibilidade de questionar perante o Poder Judiciário uma suposta inconstitucionalidade do referido projeto de lei antes mesmo que ele venha a ser submetido a votação pelo Congresso Nacional. 
Como deverá ser respondida a consulta?
No caso em análise, observamos a hipótese de projeto de Lei elaborado por deputado federal tratando sobre penas de prisão perpétua e de trabalhos forçados, temas tratados como cláusulas pétreas. A Carta Magna declara, expressamente, a impossibilidade de haver no ordenamento jurídico brasileiro penas de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis, tal como descrito no art. 5º, XLVII, da CRFB/88. Deste modo, o referido projeto de Lei afronta dispositivo constitucional, seu objeto viola o texto constitucional, caracterizando inconstitucionalidade material, através de uma ação positiva a ensejar a incompatibilidade vertical que abrange todo o texto do ato normativo.
Dada a hipótese de ofensa ao texto constitucional, imperioso tratar a Lei Ordinária sob a ótica da “teoria da inconstitucionalidade” ou “teoria da nulidade da norma inconstitucional”. A teoria citada entende pela invalidade de qualquer ato legislativo contrário à Constituição e a falta de validade gera, por consequência, a nulidade da lei inconstitucional.
O vício de inconstitucionalidade apresentado se enquadra em três espécies, quais sejam, material, por ação e total. Diz-se inconstitucionalidade material porque houve a violação ao texto constitucional. A violação Constitucional se deu por ação tendo em vista a prática do ato que ela interditava. E, inconstitucionalidade total por atacar a íntegra do diploma legal objeto de discussão.
Em regra, o controle de constitucionalidade cabe ao Poder Judiciário, que o fará de forma repressiva (teoria da revisão judicial dos atos legislativos). Contudo, existe uma hipótese de controle preventivo realizado pelo Judiciário. Trata-se da impetração de mandado de segurança por parlamentar para fazer valer o seu direito-função ao processo legislativo juridicamente regular. Essa é a hipótese a ser aplicada no caso em apreço. Trata-se, nesse caso, nos termos do entendimento da Corte Suprema, da chamada inconstitucionalidade chapada, ou flagrante. No momento em que o deputado Silmar Correa visualiza que o projeto de lei, se aprovado, violará o texto constitucional, será hipótese, desde já, de controle de constitucionalidade. 
O remédio constitucional adequado a esta situação é o mandado de segurança para impedir a votação do projeto. Tal direito, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, é subjetivo dos parlamentares, não cabendo a qualquer do povo fazê-lo. Trata-se tão somente de direito público subjetivo do parlamentar (direito-função) à observância do processo legislativo constitucional regular. A possibilidade de controle decorre da violação concreta de um direitoem processo constitucional subjetivo. O que está em jogo é a proteção do direito subjetivo do parlamentar e não a supremacia constitucional. Por isso só aquele pode invocar o controle preventivo perante o Judiciário. E, obviamente, este controle preventivo não impede posterior controle repressivo. Aqui combate-se só o processo legislativo, nada impede que a emenda seja depois impugnada em controle repressivo.
Ante o exposto, cabe informar ao Excelentíssimo Deputado da possibilidade de impetração de mandado de segurança.
Questão objetiva (OAB/FGV): São exemplos de modalidades de controle político e preventivo de constitucionalidade:
I - O exame pelas Comissões de Constituição e Justiça das casas parlamentares.
II - O veto presidencial.
III - A recusa do Chefe do Executivo em aplicar uma norma que ele entenda inconstitucional.
IV - A rejeição de Medida Provisória pelo Congresso Nacional por falta de relevância e urgência.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I e IV.
RESPOSTA: B 
É atividade ordinária do Legislativo realizar controle de constitucionalidade prévio dos projetos que tramitam em suas Casas. Isso não faz com que seja a hipótese padrão de controle de constitucionalidade, porque o modelo constitucional, por adoção da teoria da revisão judicial dos atos legislativos, é o controle de constitucionalidade repressivo feito pelo Judiciário. Mas, a rigor, em se tratando de controle de constitucionalidade preventivo, este é feito primordialmente pelo Poder Legislativo, realizado sobretudo pelas Comissões de Constituição e Justiça.
O Chefe do Executivo, ao receber um projeto de lei, poderá sancioná-lo ou vetá-lo. Se há veto, haverá controle preventivo. O veto é jurídico quando se veta o projeto não mais por ser contrário ao interesse público, mas por entender que o projeto é inconstitucional, desrespeita e vola a Constituição (veto jurídico). Assim, o Chefe do Executivo pode vetar um projeto de lei em duas hipóteses: quando entender que o projeto de lei é inconstitucional (veto jurídico) ou quando entender que é contrário ao interesse público (veto político). Somente o veto jurídico é, de fato, o controle de constitucionalidade preventivo, o veto político não é controle de constitucionalidade, porque nesse caso não há afronta direta à Constituição.
SEMANA 3 – O controle incidental de constitucionalidade.
Estrutura do Conteúdo�
Controle difuso-concreto: origens (Marbury v. Madison)
Legitimidade (partes, MP, ex officio)
Competência para a pronúncia de inconstitucionalidade
A cláusula de reserva de plenário
A cisão funcional de competência nos tribunais
Súmula vinculante nº 10.
A questão da ação civil pública.�
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 1: O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública em face do INSS, visando obrigar a autarquia a emitir aos segurados certidão parcial de tempo de serviço, com base nos direitos constitucionalmente assegurados de petição e de obtenção de certidão em repartições públicas (CF, art. 5º, XXXIV, b). O INSS alega, por sua vez, que o Decreto 3048/99, em seu art. 130, justifica a recusa. Sustenta, ainda, que a Ação Civil Pública não seria a via adequada para a defesa de um direito individual homogêneo, além de sua utilização consubstanciar usurpação da competência do STF para conhecer, em abstrato, da constitucionalidade dos atos normativos brasileiros.
Como deverá ser decidida a ação?
No caso em análise, observamos a hipótese do órgão Ministerial postulando ação civil pública objetivando compelir a autarquia federal ao cumprimento de obrigação de fazer, fundando-se em preceito constitucional. Não há que se arguir ilegitimidade do MP, atribuída pelo art. 5º, I, da Lei da Ação Civil Pública (nº 7.347/85). Analisemos, portanto, a justificativa alegada pela autarquia.
Carece de fundamento a sustentação trazida pelo ente federal. A Carta Magna traz, expressamente, a possibilidade do segurado obter certidões perante às repartições públicas, objetivando a defesa de seus interesses e esclarecimento de situações de interesse pessoal. Dessa forma, inadmissível que venha o INSS a restringir direito constitucionalmente assegurado fundando-se em norma regulamentar.
Ademais, após as alterações trazidas pelo Decreto nº 6.722/2008, a referida norma infraconstitucional impõe aos entes públicos a obrigatoriedade do fornecimento de certidão.
Nesse sentido temos:
Ação Civil Pública e Legitimidade do Ministério Público
O Ministério Público possui legitimidade para propor ação civil pública com o fim de obter certidão parcial do tempo de serviço que segurado tem averbado em seu favor. Com base nesse entendimento, a Turma negou provimento a agravo regimental em recurso extraordinário em que o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS sustentava ofensa aos artigos 127 e 129, III, da CF. Considerou-se que o direito à certidão traduziria prerrogativa jurídica, de extração constitucional destinada a viabilizar, em favor do indivíduo ou de uma determinada coletividade (como a dos segurados do sistema de previdência social), a defesa (individual ou coletiva) de direitos ou o esclarecimento de situações, de tal modo que a injusta recusa estatal em fornecer certidões, não obstante presentes os pressupostos legitimadores dessa pretensão, autorizaria a utilização de instrumentos processuais adequados, como o mandado de segurança ou como a própria ação civil pública, esta, nos casos em que se configurasse a existência de direitos ou interesses de caráter transindividual, como os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. Enfatizou-se que a existência, na espécie, de interesse social relevante, amparável mediante ação civil pública, restaria ainda mais evidenciada, ante a constatação de que os direitos individuais homogêneos ora em exame estariam revestidos, por efeito de sua natureza mesma, de índole eminentemente constitucional, a legitimar desse modo, a instauração, por iniciativa do parquet, de processo coletivo destinado a viabilizar a tutela jurisdicional de tais direitos. 
RE 472489 AgR/RS, rel. Min. Celso de Mello, 29.4.2008. (RE-472489) 
Ante o exposto, deve ser acolhida a pretensão ministerial, atribuindo-se procedência ao pedido.
Questão objetiva: A obrigatoriedade ou necessidade de deliberação plenária dos tribunais, no sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, significa que:
a) Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
b) A parte legitimamente interessada pode recorrer ao respectivo tribunal pleno das decisões dos respectivos órgãos fracionários dos Tribunais Federais ou Estaduais que, em decisão definitiva, tenha declarado a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
c) Somente nas sessões plenárias de julgamento dos Tribunais Superiores é que a matéria relativa a eventual inconstitucionalidade da lei ou ato normativo pode ser decidida.
d) A competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar toda e qualquer ação que pretenda invalidar lei ou ato normativo do Poder Público pode ser delegada a qualquer tribunal, condicionada a delegação a que a decisão seja proferida por este órgão jurisdicional delegado em sessão plenária.
		
		RESPOSTA: A (art. 97, CRFB/88).

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