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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
ZOOLOGIA DOS VERTEBRADOS I 
 
 
 
 
 
ROTEIROS DE ATIVIDADES PRÁTICAS EM ZOOLOGIA DOS 
VERTEBRADOS I 
 
 
Professora Rebeca Barreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agosto 
2011 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 O presente roteiro visa oferecer aos alunos da disciplina Zoologia Vertebrados I 
ministrada pelo Colegiado de Ciências Biológicas para o curso de Ciências Biológicas, um guia 
para orientação de suas atividades práticas. Propiciando, assim, um guia de prática para a 
compreensão da morfologia funcional comparada e aspectos evolutivos de diferentes grupos de 
Chordata: Urochordata, Cephalochordata, “peixes” e “anfíbios”. 
 Por se tratar de um manual de aulas práticas procurou-se enfatizar as estruturas mais 
facilmente observáveis e consideradas imprescindíveis à adequada compreensão, por parte do 
aluno, de cada grupo taxonômico abordado. Não é intenção deste manual proceder a uma 
abordagem mais ampla com relação aos aspectos teóricos do estudo dos cordados, de modo 
que o texto é apresentado de forma sintética e deve ser utilizado apenas como uma fonte 
complementar de consulta. 
BONS ESTUDOS!!! 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
 
Sumário 
RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................... 4 
Elaboração de relatório de atividades ............................................................................ 4 
NOMENCLATURA ANATÔMICA E ZOOLÓGICA ............................................................. 5 
DIVISÃO DO CORPO DOS CHORDATA: EIXOS E PLANOS DE CORTES .................... 6 
Posição anatômica ......................................................................................................... 6 
Eixos e planos de cortes ................................................................................................ 6 
Atividade prática: eixos, planos e cortes .................................................................... 8 
FILO CHORDATA ............................................................................................................ 10 
MORFOLOGIA DE UROCORDADOS E CEFALOCORDADOS ..................................... 11 
Subfilo Urochordata (= Tunicata) ................................................................................. 11 
O plano básico Urochordata ..................................................................................... 11 
Atividade Prática: morfologia de Urochordata .......................................................... 15 
Subfilo Cephalocordata ................................................................................................ 16 
Atividade Prática: morfologia de Cephalocordata ..................................................... 16 
SUBFILO VERTEBRATA ................................................................................................ 18 
ADAPTAÇÕES À VIDA NO AMBIENTE AQUÁTICO ...................................................... 19 
Atividade prática: estruturas adaptadas à vida aquática .............................................. 19 
Atividade Prática: Respiração e arcos branquiais em peixes ....................................... 20 
CHONDRICHTHYES ....................................................................................................... 22 
Elasmobranchii............................................................................................................. 22 
Atividade Prática: Morfologia geral de Elasmobranchii ............................................. 22 
Classificação dos Chondrichthyes atuais ................................................................. 24 
OSTEICHTHYES ............................................................................................................. 25 
ACTINOPETERYGII .................................................................................................... 26 
Atividade prática: Morfologia geral de Teleósteos .................................................... 26 
Atividade prática: Dissecação de teleósteo .............................................................. 27 
AMPHIBIA ....................................................................................................................... 30 
Atividade Prática: Morfologia geral de Anuros .......................................................... 30 
Atividade Prática: Anatomia de girinos de anuros .................................................... 35 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
 
RECOMENDAÇÕES 
 
Para que as aulas práticas sejam aproveitadas de maneira eficiente e segura os alunos 
devem obrigatoriamente: 
 
 Comparecer pontualmente às aulas 
 Utilizar sempre o seu jaleco 
 Proceder à leitura atenciosa do roteiro antes de iniciar a atividade prática 
 Seguir cuidadosamente o procedimento proposto 
 Identificar nas peças disponíveis, todas as estruturas solicitadas 
 Utilizar o material biológico disponível e os equipamentos do laboratório de forma ordeira e 
cuidadosa 
 Não utilizar lápis ou caneta para tocar as peças anatômicas utilizadas 
 Manter sobre a bancada apenas o material imprescindível ao acompanhamento da aula 
(roteiro de atividades, papel, lápis e borracha) 
 Ao fim das atividades, limpar a bancada, e desligar os equipamentos utilizados 
 
Elaboração de relatório de atividades 
 
A fim de melhorar a fixação do conteúdo o aluno deverá elaborar um relatório de atividades. 
Um relatório bem elaborado certamente irá auxiliá-lo no processo de visualização e fixação do 
conteúdo ministrado nas aulas práticas e na compreensão do conteúdo abordado nas aulas 
teóricas da disciplina. O relatório pode ser uma valiosa fonte de informações. Ao elaborar seu 
roteiro o aluno deve: 
 
 Identificar de forma clara e objetiva as estruturas solicitadas no roteiro 
 Anotar todas as informações fornecidas durante as aulas práticas 
 Elaborar um esquema fiel do exemplar observado, indicando as estruturas solicitadas e 
observadas 
 Utilizar linhas finas e claras nos desenhos (que devem sempre ser feitos a lápis) 
 Não copiar os desenhos e esquemas fornecidos no roteiro de aulas práticas. Estes devem ser 
utilizados apenas para facilitar e direcionar as suas observações. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
 
NOMENCLATURA ANATÔMICA E ZOOLÓGICA 
 
A anatomia é uma ciência com linguagem própria. A nomenclatura anatômica se define como 
o conjunto de termos empregados para designar as partes do organismo animal. O objetivo 
principal desta nomenclatura anatômica tem os seguintes princípios básicos: 
 
1. Cada estrutura anatômica deve ser designada por um único termo; 
2. Os termos oficiais são escritos em latim, podendo ser traduzidos para a língua de cada 
país; 
3. Os termos devem ser curtos, diretos e simples, sempre que possível; 
4. As estruturas relacionadas topograficamente devempossuir nomes semelhantes, como 
por exemplo: fenda branquial, artéria branquial e veia branquial. 
 
Os anatomistas humanos utilizam a nômia anatômica humana, enquanto os veterinários 
utilizam a nômia anatômica veterinária e os ornitólogos as nômia anatômica avium. Geralmente, 
os zoólogos adotam nomenclaturas diferentes que fazem referências aos padrões evolutivos e 
homologias que originaram as estruturas. Assim a zoologia utiliza a nômia anatômica veterinária 
para quadrúpedes e a nômia anatômica avium para as aves, sempre fazendo correlação com os 
aspectos evolutivos das estruturas. 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
 
DIVISÃO DO CORPO DOS CHORDATA: EIXOS E PLANOS DE CORTES 
 
 O corpo dos cordados é dividido em cinco partes fundamentais: cabeça, pescoço, 
tronco, membros e cauda. O tronco, por sua vez, é subdividido em três segmentos: tórax, 
abdome e pelve. Os membros se subdividem em membros torácicos e membros pelvinos. 
 
Posição anatômica 
 
 A fim de se evitar a transmissão equivocada de informações a respeito da localização 
de estruturas anatômicas em estudos morfológicos, adotou-se uma posição fundamental para a 
descrição anatômica. Para animais quadrúpedes sua posição anatômica ficou estabelecida da 
seguinte forma: animal em pé, com os quatro membros estendidos e apoiados no solo, o 
pescoço inclinado para cima formando um ângulo de 1450 com o dorso, a cabeça paralela ao 
plano horizontal. Para as aves ficou estabelecido o seguinte padrão: ave de pé, asas estendidas, 
o pescoço inclinado para cima formando um ângulo de 1200 como o dorso e a cabeça paralela 
ao plano horizontal. 
 
 Eixos e planos de cortes 
 
 Com o animal em sua posição anatômica, o tronco pode ser delimitado por seis planos 
tangentes à superfície, os quais formam com suas inserções um paralelepípedo imaginário. 
Estes planos são: 
 
A) Dois planos verticais, cada um tangente a um lado do animalsão os planos laterais 
esquerdo e direito. Sendo os Chordata animais de simetria bilateral, o plano que os divide 
em duas metades especularmente simétricas é o plano sagital mediano. Todos os 
planos paralelos a ele são denominados planos parasagitais. 
 
B) Dois planos horizontais, um tangente ao dorso (plano dorsal) e outro tangente ao ventre 
(plano ventral). Os planos paralelos a estes dois são denominados planos frontais e 
dividem o animal em duas partes: uma dorsal e outra ventral. 
 
C) Dois planos verticais, um tangente a parte anterior do tronco (plano cranial) e um 
tangente a parte posterior do troco (plano caudal). Paralelamente aos planos cranial e 
caudal podem existir inúmeros planos transversais. 
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COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
 
 
 O tronco do animal pode ser atravessado por linhas imaginárias, ou eixos. Assim, o eixo 
sagital une o centro geométrico do plano dorsal ao centro do plano ventral. O eixo longitudinal 
(ou frontal) estende-se do centro geométrico do plano caudal. O eixo transversal une os centros 
geométricos dos planos laterais direito e esquerdo. 
 Para facilitar a descrição e a localização de diferentes estruturas anatômicas, foram 
também convencionados certos termos que indicam posição e direção destas estruturas. São 
eles: 
 
Cranial e caudal: o termo cranial ou anterior refere-se à estrutura voltada para o plano cranial e 
o termo caudal ou posterior refere-se à estrutura voltada para o plano caudal. Para a região da 
cabeça o termo rostral e utilizado em substituição ao termo cranial. 
Dorsal e ventral: os termos dorsal e ventral indicam uma estrutura ou face voltada aos planos 
dorsal e ventral, respectivamente. Uma posição intermediária entre dorsal e ventral é designada 
como médio(a). 
Lateral e medial: os termos lateral e medial são utilizados para designar as faces de um órgão 
que estejam voltadas, respectivamente, para os planos lateral e sagital mediano. 
Distal e proximal: o termo distal refere-se à posição mais distante ao centro do corpo ou do 
órgão, e o termo proximal refere-se à posição mais próxima a eles. 
Dorsal, palmar e plantar: são termos utilizados nos membros. Nos membros torácicos o plano 
superior é denominado dorsal e o inferior é denominado palmar. Nos membros pelvinos o plano 
superior é denominado dorsal e o inferior é denominado plantar. 
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Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
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Atividade prática: eixos, planos e cortes 
 
Material Biológico 
 Exemplares de cordados previamente fixados em formol 10% e frutos de chuchuzeiro 
(Sechium sp.). 
 
Procedimentos 
 Identifique no fruto do chuchuzeiro as regiões dorsal, ventral, cranial caudal, direita e 
esquerda. Com uma faca seccione o fruto segundo nos planos: sagital mediano, dorsal, ventral, 
cranial, caudal e planos transversais. Após o exercício de cortes com o modelo (fruto), identifique 
os planos acima e determine a relação anatômica dos olhos, boca e narinas dos exemplares 
dispostos na bancada. 
 
Eixos: Antes de executar os cortes, identifique marcando no modelo as regiões: 
 Região cranial (ou anterior) 
 Região caudal (ou posterior) 
 Região dorsal 
 Região ventral 
 Regiões laterais (direita e esquerda) 
 
Utilizando palitos longos de madeira, marque no seu modelo os três eixos que definem os 
principais planos de corte: 
 Eixo cranial-caudal 
 Eixo dorso-ventral 
 Eixo latero-lateral 
 
Planos de corte: Observe como os eixos marcados no modelo podem definir os planos de corte. 
Realize em outro modelo disponível os seguintes cortes: 
 Corte sagital e cortes parassagitais 
 Corte frontal (ou horizontal) 
 Cortes transversais seriados 
 
Terminologia: Note-se a terminologia adotada no estudo da anatomia dos vertebrados pode 
diferir daquela empregada na anatomia humana. Essa diferença decorre da adoção da postura 
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bípede pelo homem. Consulte a bibliografia disponível e procure definir, com as suas palavras, 
os seguintes termos: 
 
 Plano sagital: 
 Plano frontal: 
 Plano transversal: 
 Região cefálica: 
 Região caudal: 
 Região rostral: 
 Região dorsal: 
 Região ventral: 
 Região anterior: 
 Região posterior: 
 Região superior: 
 Região inferior: 
 Posição distal: 
 Posição proximal: 
 Posição medial: 
 Posição mediana: 
 Preparação total: 
 Cortes seriados: 
 
 
 
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Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
 
FILO CHORDATA 
 
Chordata éum grupo monofilético, considerado como o maior e mais bem sucedido 
táxon de deusterostômios. A maior parte dessa diversidade e irradiação adaptativa é encontrada 
em Vertebrata. Há três subfilos dentro dos cordados: UROCHORDATA, os tunicados ou 
ascídias; CEPHALOCORDATA, os anfioxos; e VERTEBRATA, peixes, anfíbios, répteis, aves e 
mamíferos. Os protocordados constituem umasubdivisão dos cordados, sendo constituída 
pelos dois subfilos de cordados invertebrados, os urocordados e cefalocordados. Ambos são 
animais marinhos destituídos de crânio e de coluna vertebral, cuja única estrutura esquelética de 
sustentação é a notocorda, a qual pode ou não persistir em certas espécies adultas. Para alguns 
autores, como Orr (2005), os HEMICHORDATA, um pequeno grupo de animais marinhos 
vermiformes, fazem parte dos cordados por possuírem fendas faríngeas usadas para 
alimentação e filtração. 
Os caracteres derivados compartilhados dos cordados, que ocorrem em todos os 
membros do filo em alguma fase da vida, incluem uma notocorda, um tubo nervoso dorsal 
oco, uma cauda muscular pós-anal segmentada e uma faringe com fendas e um endóstilo. 
A notocorda é um elemento de suporte esquelético de origem cartilaginosa e não segmentado. 
e está presente na fase embrionária de todos os cordados persistindo até a fase adulta apenas 
em anfioxos e agnathos, nos gnatostomatos dá origem à coluna vertebral. O tubo nervoso 
dorsal, oco, tem origem ectodérmica e está localizado sobre e ao longo da notocorda. Há ainda 
a presença de uma estrutura secretora associada à região ventral da faringe – denominada 
endóstilo nos invertebrados e glândula tireóide nos vertebrados. A cauda muscular pós anal 
tem importante função locomotora. 
Tem sido muito difícil reconstruir linhagens de descendência do Filo Chordata porque 
todos os protocordados primitivos eram, provavelmente, criaturas de corpo mole, que tiveram 
poucas chances de serem preservadas como fósseis, mesmo sob as melhores condições 
possíveis. Conseqüentemente, tais reconstruções originam-se, basicamente, do estudo de 
organismos atuais, especialmente a partir da análise de estágios iniciais do desenvolvimento que 
tendem a ser mais conservativos evolutivamente que as formas adultas já diferenciadas. 
 
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PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
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Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
MORFOLOGIA DE UROCORDADOS E CEFALOCORDADOS 
 
Subfilo Urochordata (= Tunicata) 
 
 O termo Urochordata diz respeito à notocorda restrita à cauda que está presente nas 
larvas deste grupo. São também conhecidos como tunicados devido à túnica espessa de 
material inerte, ou carapaça, que circunda o animal e contém uma celulose denominada tunicina. 
Os tunicados são animais marinhos comuns que, embora claramente Chordata, diferem muito do 
plano básico de organização dos cordados. A maioria é composta por organismos sésseis com 
os corpos revestidos pela complexa túnica que protege e adere o animal ao substrato. Muitas 
espécies são coloniais, sendo os únicos exemplos de animais verdadeiramente coloniais entre 
os cordados. 
No geral apresentam uma faringe desenvolvida, mas notocorda, tubo nervoso oco 
dorsal e cauda pós-anal estão ausentes nos adultos, com exceção de um táxon, a Classe 
Larvacea. Assim, as quatro características principais dos cordados ocorrem somente na fase 
larval, a qual se assemelha a um girino. Durante a metamorfose para a fase adulta, a notocorda 
e a cauda desaparecem juntas, enquanto o tubo nervoso dorsal reduz-se a um pequeno gânglio. 
Tanto a fase larval quanto o adulto o tubo digestivo não se estende até a cauda e não há celoma 
e sistema de metanefrídios. 
Segundo Brusca & Brusca (2007), os tunicados são divididos em quatro classes: Ascidiacea, 
Larvacea (=Appendicularia), Thaliacea e Sorberacea. Para Barnes et al (2007), há somente três 
classes, sendo os representantes da Classe Sorberacea distribuídos no táxon Ascidiacea, pois 
os sorbaceos são urocordados semelhantes a ascídias, porém bentônicos e abissais, que 
possuem tubos dorsais no estágio adulto. 
 
O plano básico Urochordata 
 
a) Parede do corpo, sustentação e locomoção: Os urocordados são simétricos 
bilateralmente, ao menos durante os estágios iniciais do desenvolvimento. A parede do corpo 
dos tunicados inclui um epitélio simplesrecoberto por uma túnica secretada com espessura e 
consistência variáveis. A túnica é mais desenvolvida em Ascidiacea e alguns membros de 
Taliacea. Ela varia de macia e gelatinosa a resistente e coriácea e, ás vezes, inclui células 
calcáreas. A matriz da túnica contém fibras, sendo composta principalmente por um carboidrato 
semelhante a celulose denominado tunicina. As fibras orientam-se paralelamente e formam 
lâminas delgadas e sucessivas. A túnica pode conter células sanguineas (hemócitos) e, em 
algumas espécies, vasos da túnica se desenvolvem como extensões tubulares do sistema 
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COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
circulatório. Não há processo de muda da túnica, o que indica que ela acompanha o crescimento 
do zoóide. A túnica prende as ascídeas ao substrato e, muitas vezes, é grossa e expandida no 
ponto de contado formando estolões. Faixas musculares situam-se abaixo da epiderme. Em 
muitas espécies, principalmente ascídias, esses músculos localizam-se no interior de um 
mesênquima produzido pela ectoderme, chamado manto. As ascídeas possuem músculos 
longitudinais servindo para puxar os sifões abertos para junto do corpo, e músculos circulares 
que atuam nos sifões como esfíncteres. O corpo cilíndrico dos Thaliacea é tipicamente 
circundado por faixas de músculo circular. Como citado anteriormente, os tunicados não 
possuem celoma, a cavidade do corpo foi perdida ao longo da evolução dando espaço a uma 
câmara de água denominada átrio, ou câmara de água cloacal, que funciona na filtração. Esta 
câmara é uma estrutura saculiforme, derivada da ectoderme e contínua com a epiderme do sifão 
atrial. A parede interna situa-se junto à faringe e é perfurada sobre as fendas branquiais. A 
faringe não é revestida por um esqueleto rígido, de modo que os mesentérios evitam seu 
colapso. 
 
b) Alimentação e digestão: os urocordados utilizam fendas branquiais na faringe 
cobertas com muco para se alimentarem de material em suspensão. Embora com modificações 
em aguns Larvacea, a água entra pela boca para a faringe, por meio de um sifão inalante ou 
oral, flui através das fendas branquiais para o interior camara cloacal e para fora do corpo 
através do sifão exalante ou atrial. A cavidade oral é circundada por um anel com tentáculos 
sensoriais que são responsáveis por selecionar a entrada das partículas. O tubo digestivo é 
simples em formato de “U”, com o ânus que desemboca no fluxo de água pelo sifão exalante. 
Em geral o sifão inalante é anterior e o sifão exalante é antero-dorsal em ascídeas e posterior 
em taliáceos. A alimentação depende da formação de uma rede de muco rica em iodo, 
secretada por um sulco glandular, o endóstilo, localizado ao longo da superfície medioventral da 
faringe. Os cílios nas barras faríngeas espalham o muco por toda superfície interna da faringe. 
As partículas de alimento trazidas pelo sifão inalante são apanhadas na rede de muco, que é 
enrolada em um cordão de estruturas ciliadas chamadas lingüetas, e carregada pelos cílios para 
o esôfago e para o estômago. Presa ao estômago há uma glândula pilórica pequena, a qual 
secreta enzimas digestivas e substancias envolvidas no PH. Essa glândula se estende ao 
intestino como uma rede de tubos pequenos. Algumas espécies possuem ainda uma glândula 
digestiva assessória. As enzimas digestivas são secretadas no interior do lúmen do estômago 
por células secretoras da parede do tubo digestivo e talvez por glândulas associadas, sendo a 
digestão, principalmente, extracelular.A partir de então os nutrientes são absorvidos no intestino 
médio e os produtos não digeridos são eliminados pelo ânus. 
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COLEGIADO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Disciplina: Zoologia dos Vertebrados I BIOL0041 
Professora: Rebeca Mascarenhas F. Barreto 
 
Os Larvacea se alimentam por um método único no reino animal. Cada um deles 
secreta uma “casa” de mucopolissacarídeos pré-fabricada, que é inflada pela água bombeada 
por batimentos de sua cauda. Uma vez inflada, o animal prende-se a ela pela boca ou a ocupa 
com todo seu corpo. O bombeamento de água pela casa, gerado pelos movimentos da cauda, 
proporciona ao animal filtrar e capturar uma quantidade maior de alimento do que seria capaz 
caso utilizasse somente sua faringe reduzida. O alimento particulado é capturado no filtro de 
alimentação situado dentro da casa e levado à boca do animal por meio de um tubo semelhante 
a um canudo. Quando os filtros tornam-se entupidos por sujeira, o que ocorre cerca de cada 
quatro horas, o animal abandona sua casa e constrói outra em um processo que leva apenas 
alguns minutos. O tubo digestivo desses animais também tem forma de “U”, sendo que o ânus 
abre-se diretamente para fora, em vez de no interior de uma câmara. 
 
c) Circulação e trocas gasosas: nos urocordados o sistema circulatório é pouco 
desenvolvido, especialmente nos taliáceos e larváceos. Ele é mais claramente visualizadop em 
ascídeas, que possuem um sistema circulatório com um coração ventral e dois grandes vasos, 
um de cada lado do coração. O coração em formato de “U” é circundado por uma cavidade 
pericárdica. Os vasos sanguíneos não possuem endotélio e são canais simples no tecido 
conjuntivo. Tais vasos estendem-se anterior e posteriormente conectando-se a um sistema de 
vasos menores que suprem a cesta faríngea, órgãos do sistema digestivo, gônadas e outras 
estruturas. Uma característica comum não encontrada em outro cordado, é que o coração 
bombeia o sangue primeiro em uma direção através de alguns batimentos, depois pára reverte a 
direção e bombeia o sangue nessa outra direção. O sangue não possui pigmentos respiratórios, 
sendo que os gases são difundidos no plasma. A troca gasosa ocorre através da parede do 
corpo, principalmente pelos revestimentos da faringe e do átrio. Outra característica é a 
presença marcante de alguns elementos químicos raros no sangue, como o vanádio e o niódio. 
Segundo Barnes et al (2007), as células sanguíneas possuem funções variadas, incluindo 
síntese da túnica, defesa interna e até defesa contra predadores e competidores. 
 
d) Excreção: os urocordados não possuem nefrídios convencionais. A maioria 
não possui órgãos excretores e provavelmente as excretas nitrogenadas são liberadas na forma 
de amônia difundida através da faringe e de outros tecidos. Algumas ascídeas possuem 
excreção armazenada, que consiste em acumular os uratos em rins de acumulação que se 
agrupam em diversos tecidos do corpo, incluindo parede, alça digestiva ou gônadas, sendo a 
eliminação feita somente após a morte do animal. Os uratos também podem ser excretados por 
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um epicárdio ou um saco renal. A depender da espécie, essas estruturas podem conter ainda 
fungos ou bactérias simbiontes que degradam os uratos. 
 
e) Sistema nervoso e órgãos dos sentidos: o sistema nervoso dos tunicados é 
muito reduzido e reflete seus estilos de vida, relativamente inativo, séssil ou planctônico. Um 
pequeno gânglio cerebral situa-se dorsalmente à extremidade anterior da faringe, originando 
poucos nervos para as partes do corpo, especialmente músculos e sifões. Um tubo nervoso 
dorsal bem desenvolvido está presente na cauda nas larvas, mas esta estrutura é perdida 
durante a metamorfose das ascídeas e taliáceos, permanecendo desse modo apenas nos 
sdultos de Larvacea. A maioria dos urocordados possui uma glândula neural ou subneural, 
localizada entre o gânglio cerebral e a região antero-dorsal da faringe. A glândula neural 
conecta-se à faringe através de um duto. Os receptores sensoriais são pouco desenvolvidos, 
embora prevaleçam sensores tácteis em torno dos sifões. 
 
f) Reprodução e desenvolvimento: larváceos são totalmente sexuados, mas 
ascídeas e taliáceos apresentam reprodução sexuada e reprodução assexuada. O brotamento 
dos tunicados ocorre de muitas maneiras e a partir de tecidos germinativos e órgãos diferentes. 
Em geral, os primeiros brotos são originados de um indivíduo que foi gerado sexualmente 
(oozoóide) e, em seguida, os indivíduos gerados por brotamento produzem brotos adicionais. O 
brotamento propagativo ocorre, em geral, durante condições ambientais favoráveis e serve para 
aumentar o tamanho da colônia e explorar os recursos disponíveis. Por outro lado, o brotamento 
de sobrevivência tende a se realizar durante o início de condições adversas. A maioria dos 
tunicados é hermafrodita, com sistemas reprodutores relativamente simples. Em geral, um único 
ovário e um único testículo situam-se próximos à alça do trato digestivo na parte posterior do 
corpo. Nas ascídias os gametas são conduzidos para a cavidade atrial onde seguem para o 
meio externo onde ocorre a fecundação. Os taliáceos sofrem fecundação interna no oviduto. A 
cavidade restrita somente ao sifão inalante é, muitas vezes, denominada de cloaca, porque 
recebe os dejetos provenientes do ânus e gametas dos gonodutos. As ascídias solitárias são 
ovíparas e possuem ovos pequenos com pouco vitelo. A maioria das espécies coloniais é 
vivípara e possui ovos em grande quantidade de vitelo. O desenvolvimento é lecitotrófico, 
entretanto, poucas espécies nutrem os zooides categorizando desenvolvimento matrotrófico. As 
larvas possuem todos os tratos principais dos cordados. O tubo digestivo das larvas e as 
estruturas associadas são indiferenciadas ou não são funcionais. Em ascídias, as larvas fixam-
se ao substrato por meio de três papilas dérmicas localizadas na região anterior. Durante a 
metamorfose de ascídias e taliáceos, a notodorda perde a rigidez e a cauda é retraída e 
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reabsorvida, o que resulta na perda da notocorda, do tubo nervoso dorsal oco e da cauda pós-
anal. Os larvacea desovam livremente e a fecundação ocorre externamente. A produção da 
“casa” é interrompida no período reprodutivo. Somente a reprodução sexuada é conhecida nos 
Larvacea. Quase todas as espécies são hermafroditas protândricas, ou seja, os gametas 
masculinos são produzidos e expelidos antes dos femininos impedindo assim a autofecundação. 
Há indício de somente uma espécie gonocórica. O desenvolvimento é direto e rápido, sendo que 
as larvas possuem uma cauda posterior que durante o desenvolvimento desloca-se para a 
região ventral do corpo. O crescimento do corpo ocorre por crescimento das células e não por 
divisão celular. Os taliáceos são pedomórficos, ou seja, são animais sexualmente maduros que 
retiveram a forma larval do corpo de seus ancestrais evolutivos. 
 
Atividade Prática: morfologia de Urochordata 
 
Material Biológico 
 Exemplares de ascideas (Ascidiacea) fixados em formol 4% e conservados em álcool 
70%. 
 
Procedimento 
 Faça um desenho esquemático do animal observado e identifique nos exemplares 
dispostos na bancada: 
 
 Sifão inalante 
 Sifão exalante Túnica 
 Manto 
 Região do endóstilo 
 Tubo digestivo em forma de “J” ou “U” 
 
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Subfilo Cephalocordata 
 
 Os cefalocordados são representados pelos anfioxos. Atualmente são reconhecidas 
cerca de 25 espécies e possivelmente a única espécie com ocorrência no Brasil é Brachiostoma 
platae. São animais marinhos, alongados e comprimidos lateralmente, medem cerca de 5 cm de 
comprimento e são livre-natantes. Entretanto, passam a maior parte do tempo com a região 
caudal enterrada sob o substrato arenoso filtrando a água a seu redor e capturando partículas 
alimentares em suspensão. A captura de alimento é realizada na faringe perfurada por meio do 
muco produzido pelo endóstilo. A água que passa pelas fendas faringeanas é conduzida a uma 
cavidade atrial látero-ventral e é expulsa do corpo através de um atrióporo, presente em sua 
porção posterior. A musculatura da parede do corpo apresenta uma metamerização semelhante 
àquela observada nos “peixes”. Os animais adultos apresentam notocorda persistente, tubo 
nervoso dorsal, uma faringe (endóstilo) com inúmeras fendas branquiais e uma cauda muscular 
pós anal. 
Por muitos anos os zoólogos acreditaram que o cefalocordado anfioxo era o parente 
atual mais próximo dos vertebrados. Nenhum outro protocordado mostra tão bem as 
características básicas dos cordadtos. Todavia, o anfioxo não é mais considerado um ancestral 
direto dos vertebrados, embora ele possa parecer um ancestral da linhagem dos vertebrados. 
Falta-lhe um encéfalo e todo o sistema sensorial especializado que caracteriza os vertebrados. 
Não há brânquias na faringe, ou boca, ou ainda qualquer musculatura faríngea que bombeie a 
água através das fendas faríngeas. O movimento da águia através das fendas é provido 
totalmente pela ação dos cílios. Estudos recentes de expressão gênica homeobox que controla o 
plano corpóreo dos vertebrados sugerem que tanto a ancestral do anfioxo quanto dos 
vertebrados possuía um encéfalo; tal ancestral tinha a região da cabeça com encéfalo e órgãos 
dos sentidos no anfioxo e em outros cefalocordados a notocorda cresce até a extremidade 
anterior do animal, fato este que disfarça muitos dos traços da região da cabeça primitiva. 
Apesar dessas especializações e outras peculiaridades aos cefalocordados modernos, muitos 
zoólogos defendem que o anfioxo reteve o padrão primitivo de uma condição pré-vertebrata 
imediata. Assim, os cefalocordados são, provavelmente, grupo-irmão dos vertebrados. 
 
Atividade Prática: morfologia de Cephalocordata 
 
Material Biológico 
 Exemplares de Branchiostoma platae fixados em formol 4% e conservados em álcool 
70%. 
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Procedimento 
 Faça um desenho esquemático do animal observado e identifique nos exemplares 
dispostos na bancada: 
 
 Região do rostro 
 Cirros peribucais 
 Órgão vibrátil 
 Região do Endóstilo 
 Tubo nervoso dorsal 
 Notocorda 
 Miômeros 
 Ânus 
 Atrióporo 
 Orla membranosa caudal 
 Orla membranosa dorsal 
 Orla membranosa ventral 
 
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SUBFILO VERTEBRATA 
 
O termo Vertebrata é derivado das vértebras arranjadas em série para formar a coluna 
vertebral. As vértebras formam-se em torno da notocorda durante o desenvolvimento e também 
circundam o tubo nervoso. A coluna vertebral, óssea ou cartilaginosa, substitui a notocorda 
original após o período embrionário. Todos os vertebrados apresentam um caráter derivado e 
peculiar, um crânio, que é uma estrutura óssea, cartilaginosa ou fibrosa que circunda o encéfalo. 
Entretanto, nem todos os animais incluídos no tradicional subfilo Vertebrata possuem vértebras. 
Entre os agnatos viventes, vertebrados sem maxilas, as feiticeiras não apresentam qualquer 
elemento vertebral e as lampreias possuem apenas rudimentos cartilaginosos flanqueando o 
tubo nervoso. Por esses aspectos, muitos zoólogos preferem o termo Craniata à Vertebrata para 
o subfilo que inclui as feiticeiras e todos outros animais conhecidos como vertebrados. 
Há uma grande diversidade de vertebrados viventes, as quais constituem apenas uma 
parcela daquelas que já existiram. A época do Pleistoceno viu gigantes de vários tipos, como 
exemplo de preguiças terrestres gigantes tão grandes quanto os modernos rinocerontes. 
Estudos a cerca de onde os vertebrados se originaram, como evoluíram e quais as 
características morfofisiológicas, proporcionam inúmeros detalhes sobre o grupo. Para contar a 
história dos vertebrados, devemos primeiro estudar algumas informações básicas, incluindo 
como são denominados os diferentes tipos de vertebrados, quais as características gerais e os 
fundamentos evolutivos. 
Dois aspectos embrionários são considerados como responsáveis por muitas diferenças 
entre vertebrados e outros cordados. Um é o Complexo de genes homeobox e outro é o 
desenvolvimento da crista neural. Os genes Hox não codificam características diretamente: eles 
regulam a expressão e a hierarquia de outros genes que controlam o formato do corpo, 
especialmente o processo do desenvolvimento ao longo do eixo da região cranial para a caudal. 
Animais mais complexos, como os vertebrados, possuem maior quantidade de material genético 
e pensa-se que a duplicação desta seqüência gênica deu início à evolução de um tipo mais 
complexo de animal. A crista neural, por sua vez, forma a região cefálica e os complexos órgãos 
sensoriais, sendo por isso considerada como o item mais importante na origem do corpo 
vertebrado. Além desses dois caracteres evolutivos existem outras características morfológicas e 
fisiológicas que distinguem os vertebrados. No decorrer desta apostila discutiremos esses 
conhecimentos enfocando as bases evolutivas das características morfológicas dos diversos 
grupos dos vertebrados. 
 
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ADAPTAÇÕES À VIDA NO AMBIENTE AQUÁTICO 
 
Embora os primeiros vertebrados tenham evoluído na água, as propriedades físicas da 
água criam algumas dificuldades para os animais aquáticos. Para viver com sucesso na coluna 
d’água um vertebrado deve ajustar sua capacidade de flutuar, a fim de permanecer a uma 
determinada profundidade, manter a temperatura corpórea, a qual é diferente da temperatura da 
água, e conservar os fluidos corpóreos de forma a manter um ambiente interno estável. Apesar 
desses e outros desafios, muitos vertebrados aquáticos desenvolveram adaptações estruturais 
para natação e mergulho. Todos os peixes são nadadores primários, pois seus ancestrais 
também nadavam. Outros vertebrados que nadam são nadadores secundários, pois seus 
ancestrais passaram por um estágio terrestre desenvolvendo secundariamente o modo de vida 
aquático. Aqui serão examinados as adaptações morfológicas para os desafios da vida na água. 
 
Atividade prática: estruturas adaptadas à vida aquática 
 
Observar as diferentes adaptações à vida na água e diagnosticar nos animais expostos quais 
características morfológicascomuns para locomoção no meio aquático e relacionar com as 
adaptações para o hábito de vida de cada animal. 
 
Material Biológico 
 Exemplares de peixes fixados em formol 10% e conservados em álcool 70%. 
 
Procedimento 
 Para cada animal exposto na bancada faça um desenho esquemático indicando para 
cada animal as seguintes características: 
 
Formatos do Corpo 
 Serpentiforme (ou Anguiliforme) 
 Fusiforme (ou Pisciformes) 
 Comprimido 
 Deprimido 
 Rajiformes 
 
Tipos de Nadadeiras caudal 
 Dificerca 
 Heterocerca 
 Homocerca 
 
Tipos de nadadeiras quanto à localização e função: 
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 Peitoral (função?) 
 Dorsal (função?) 
 Ventral (função?) 
 Anal (Função?) 
 Caudal (Função?) 
 
Localização da boca: 
 Ventral 
 Mediana 
 Imediatamente superior aos olhos 
 Imediatamente inferior aos olhos 
 
 
Atividade Prática: Respiração e arcos branquiais em peixes 
 
Brânquias são estruturas especializadas onde o oxigênio e o dióxido de carbono são trocados. O 
fluxo de água geralmente é unidirecional: entrando pela boca e saindo pelas brânquias. Abas 
bucais, dentro da boca, e abas nas margens da cobertura das brânquias agem como válvulas, 
prevenindo o fluxo reverso. Assim que a água deixa a cavidade bucal, ela passa entre filamentos 
branquiais. A troca de gases tem lugar nas numerosas projeções dos filamentos denominadas 
lamelas secundárias. Essa passagem da água pela cavidade bucal pode ocorrer por 
bombeamento bucal ou por ventilação forçada. No bombeamento bucal a ação bombeadora da 
boca e das cavidades operculares cria uma pressão positiva através das brânquias, de forma 
que a corrente respiratória é interrompida, apenas brevemente, durante cada ciclo de 
bombeamento. Os peixes que usam a ventilação forçada criam uma corrente respiratória por 
meio da natação com a boca aberta, sendo que estes peixes devem nadar continuamente. 
Muitos peixes dependem do bombeamento bucal quando descansam, alternando com a 
ventilação forçada quando nadam. O arranjo vascular nas brânquias maximiza a troca de 
oxigênio, sendo que a direção do fluxo sanguíneo pela lamela é oposta à direção do fluxo da 
água que atravessa a brânquia. Esse arranjo estrutural, conhecido como troca por contra-
corrente, garante que o máximo de oxigênio seja difundido para o sangue. 
 
Material Biológico 
 Exemplares de peixes fixados em formol 10% e conservados em álcool 70% e 
seccionados. 
 
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Procedimento 
 Observe os exemplares nas bancadas e identifique as seguintes estruturas no trato 
respiratório, bem como a função destes. 
 Arco branquial 
 Opérculo 
 Cavidade bucal (posição anatômica) 
 Rastros branquiais 
 Lamelas branquiais 
 
Depois disso indique a direção do fluxo da água. 
 
 
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CHONDRICHTHYES 
 
 O grupo dos Chondrichthyes compreende duas subclasses: Elasmobranchii que inclui 
os tubarões e as raias; Subterbranchialia (Holocephali), que compreende as quimeras. O grupo 
possui cerca de 850 espécies descritas, apresentam esqueleto cartilaginoso, freqüentemente 
calcificado (principalmente crânio e vértebras), mas, nunca ossificado. As escamas, quando 
presentes, são do tipo placoíde, apresentam nadadeira caudal do tipo heterocerca ou anficerca, 
boca ventral com articulação crânio-mandibular do tipo hiostílica (cações e raias) ou autostílica 
(quimeras) e fecundação interna com a presença de clásperes que são nadadeiras pélvicas 
modificadas em órgãos copuladores nos machos. O sistema digestório apresenta um estômago 
em forma de “j” (estômago é ausente em quimeras) e intestino com válvula espiral, o fígado é 
frequentemente de grande tamanho e utilizado como órgão hidrostático. A respiração é branquial 
apresentando de cinco a sete pares de fendas branquiais, em arraias, na sua maioria adaptadas 
a uma vida bentônica, pode ser identificada uma entrada acessória de água denominada 
espiráculo. A articulação crânio-mandibular do tipo hiostílica deu maior mobilidade à mandíbula e 
permitiu que ela assumisse posições diferentes associadas às diversas oportunidades 
alimentares. 
 
Elasmobranchii 
 
 Os elasmobranchii são “peixes” primariamente marinhos, apenas um grupo de raias 
conquistou efetivamente o ambiente de água-doce. O grupo inclui os tubarões e cações em sua 
maioria pelágicos, com poucas espécies adaptadas ao hábito bentônico e as raias 
predominantemente bentônicas com o corpo achatado dorso-ventralmente. Apresentam cauda 
do tipo heterocerca ou anficerca, de 5 a 7 pares de fendas branquiais sendo os tubarões 
pleurotrematas (fendas branquiais laterais) e as raias hipotrematas (fendas branquiais ventrais), 
o espiráculo pode estar presente ou não. Apresentam mecanorreceptores (células da linha 
lateral) e eletrorreceptores (Ampolas de Lorenzzini). Podem ser ovíparos, ovovivíparos ou 
vivíparos. 
 
Atividade Prática: Morfologia geral de Elasmobranchii 
 
Material Biológico 
 Exemplares de cações e raias previamente preparados, fixados em formol 10% e 
conservados em álcool 70%. 
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Procedimento 
Identifique e compare nos exemplares dispostos nas bancadas (Tubarões e raias): 
 
Morfologia externa 
 Posição dos olhos, boca e narinas 
 Nadadeiras: nomenclatura e função 
 Clásper: localização e função 
 Espiráculo desenvolvido ou não 
 Escamas do tipo placoíde 
 Ampolas de Lorenzzini: localização e função 
 Linha lateral: localização e função 
 Numero e localização das fendas branquiais 
 Presença e localização da membrana nictitante 
 
Morfologia interna 
 Função e localização da glândula retal 
 Função e localização da válvula em espiral 
 Localização do fígado 
 Localização do coração bicavitário (átrio, ventrículo, seio venoso e cone arterioso) 
 Numero de câmaras brânquiais 
 Numero de hemibrânquias 
 Numero de holobrânquias 
 Artéria aorta ventral 
 Artérias branquiais aferentes 
 
 
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Classificação dos Chondrichthyes atuais 
(modificado de McEACHRAM, 1982) 
Superclasse Chondrichthyes 
Classe Elasmobranchii 
Squalimorphii – marinhos (animais de águas frias e profundas) 
Ordem Hexanchiformes (cação-bruxa) 
Ordem Squaliformes (cação-bagre) 
Ordem Pristiophoriformes (peixe-serra) 
Batoidea – predominantemente marinhos (animais de fundo) 
Ordem Rhinobatiformes (cação-viola) 
Ordem Rajiformes (raia-chita) 
Ordem Torpediniformes (raia-elétrica) 
Ordem Myliobatiformes (raia-manteiga, jamanta) 
Ordem Squatiniformes (cação-anjo) 
Galeomorphi – predominantemente marinhos (inclui espécies de mares rasos e quentes, cerca 
de 2/3 das espécies conhecidas).Ordem Heterodontiformes 
Ordem Orectolobiformes (cação-lixa, tubarão-baleia) 
Ordem Lamniformes (cação-raposa, anequim, tutarão-branco) 
Ordem Carcharhiniformes (tintureira, tubarão-martelo) 
Subclasse Holocephali – marinhos 
Ordem Chimaeriphormi (quimeras) 
 
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OSTEICHTHYES 
 
No final do siluriano, os peixes agnatos se diversificaram e os gnatostomados 
cartilaginosos estavam no meio de sua primeira radiação. O cenário estava pronto para o 
aparecimento do maior grupo vivente de Vertebrata, os peixes ósseos (Osteichthyes). Os 
primeiros peixes ósseos ocorrem no Siluriano Superior e passam a ser melhor representados no 
Devoniano Inferior. Sua radiação se deu em uma grande explosão com dois grandes grupos 
divergindo: os peixes com nadadeiras raiadas (Actinopterygii) e os peixes com nadadeiras 
lobadas (Sarcopterygii), caracterizando-os como grupos irmãos. Características derivadas 
compartilhadas entre esses grupos incluem padrões dos canais dos sistemas da linha lateral e 
elementos ósseos dérmicos nas nadadeiras peitorais e operculares. Um aumento da mobilidade 
dos ossos do crânio e das maxilas permitiu aos peixes de nadadeiras raiadas explorarem uma 
ampla gama de tipos de presas e de modos predatórios, favorecendo o aparecimento de outras 
especializações morfológicas. 
A presença de osso não é uma característica unificadora dos Osteichthyes, pois os 
Agnata, os Placodermi e os Acanthodi também possuem ossos, e a ausência de ossos em 
Chondrichthyes é uma condição derivada. Por esses aspectos, Nelson (2006 – livro “Fishes of 
the world”), não considera o termo Osteichthyes como uma nomenclatura taxonômica formal. 
Para alguns taxonomistas ictiólogos o nome Osteichthyes (nomeada por Huxley em 1880) é 
usado somente para fins didáticos, sendo que para a taxonomia filogenética atual Sarcopterygii e 
Actinopterygii são duas Classes distintas de grupos irmãos (Nelson, 2006). Nessa mesma linha, 
atualmente considera-se Acanthodii como um grupo irmão dos sarcopterígeos e actinopterígeos 
formando a Grade monofilética dos Teleostomi (Nelson, 2006). Assim, muito embora as relações 
entre esses grupos sejam sustentadas por diversos caracteres derivados compartilhados, essa 
hipótese filogenética não é amplamente aceita. 
Desse modo, abordaremos os aspectos morfológicos e taxonômicos de Sarcopterygii e 
Actinopterygii baseados nas relações filogenéticas sugeridas por Nelson (2006) ressaltando as 
características evolutivas dos principais taxa desses dois grupos de acordo com Pough et al 
(2006). 
 
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ACTINOPETERYGII 
 
 Os Osteichtyes incluem mais de 30.000 espécies que apresentam grande variedade de 
formas associadas à ocupação de diferentes nichos ecológicos nos ambientes marinhos e de 
água doce. De um modo geral são caracterizados pela presença de: ossos pré-maxilar e maxilar; 
esqueleto pelo menos em parte ossificado; opérculo ósseo recobrindo as estruturas branquiais 
(04 holobrânquias); corpo geralmente recoberto por escamas ósseas do tipo ganoíde, cosmoíde 
ou elasmoíde e um divertículo esofágico que pode ter a função de órgão respiratório acessório 
e/ou órgão de controle hidrostático (bexiga natatória do tipo fisóstoma ou fisóclista). 
A classe tem sido subdividida em 3 grupos considerados monofiléticos: os Actinoptrygii; 
os Sarcopterygii e os Dipneusti (= Dipnoi); alguns autores reconhecem ainda uma quarta 
subclasse os Brachiopterygii. 
Os Actinoptrygii foram, por muito tempo, distribuídos em três grupos: Chondrostei, 
Holostei e Teleostei. Entretanto, estudos recentes têm demonstrado que cada um destes táxons, 
com exceção de Teleostei, envolvem diferentes linhagens evolutivas e não compreendem 
grupos monofiléticos. 
Os actinopterígeos são peixes de nadadeiras raiadas, isto é, o esqueleto de suporte das 
nadadeiras é formado por vários raios de origem dérmica. Eles constituem a maioria das 
espécies conhecidas de peixes marinhos e também de águas continentais apresentando 
escamas do tipo ganóide, ou derivadas. Em teleósteos as escamas ganoíde do tipo elasmóide 
ficaram reduzidas a uma fina camada de osso com grande quantidade de colágeno, gerando 
uma estrutura leve e que confere grande flexibilidade ao corpo. 
 
Atividade prática: Morfologia geral de Teleósteos 
 
Material Biológico 
 Exemplares de Teleostei, marinhos e de água doce, previamente preparados, fixados 
em formol 10% e conservados em álcool 70%. 
 
Procedimento 
Identifique e compare entre os exemplares dispostos nas bancadas: 
 
a) Morfologia externa de Osteichthyes 
 Posição dos olhos, boca e narinas. 
 Nadadeiras nomenclatura e função. 
 Tipo de nadadeira Caudal. 
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 Número e localização das fendas branquiais. 
 Opérculo ósseo: número e função. 
 Linha lateral: localização e função. 
 Disposição e tipo de escamas. 
 
b) Morfologia interna 
 
 Função e localização da bexiga natatória 
 Localização do coração bicavitário (átrio, ventrículo, seio venoso e cone arterioso) 
 Numero de câmaras brânquiais 
 Disposição e numero de holobrânquias 
 Localização e função dos arcos branquiais 
 Artéria aorta ventral 
 Artérias branquiais aferentes 
 Localização e numero de lobos do fígado 
 Disposição da musculatura epaxial e hipo-axial (localizar miômeros e miosseptos) 
 
 
Atividade prática: Dissecação de teleósteo 
 
Material Biológico 
 Exemplares de Teleostei, de água doce frescos. 
 
Procedimentos: 
1. Coloque o peixe numa bandeja e inicie as observações da anatomia externa: 
a. Indique com os alfinetes no peixe: tipos de nadadeira, escamas, olhos, opérculo, 
narinas e cavidade bucal 
b. Esquematize em um desenho o que foi observado 
 
2. Observação e descrição da morfologia interna (Figura 3): 
a. Com a tesoura forte faça uma incisão longitudinal seguindo a linha médio-ventral, desde 
a inserção das nadadeiras ventrais até à altura das nadadeiras peitorais. A seguir faça 
quatro incisões transversais, começando nas extremidades anteriores e posteriores da 
incisão longitudinal, passando imediatamente em frente das inserções das nadadeiras. Por 
fim corte os retalhos laterais da parede do corpo por meio de duas incisões laterais e 
longitudinais. 
 Observe e indique no desenho todos os órgãos da cavidade abdominal. Para seus 
alunos solicite que eles desenhem esses órgãos. 
 
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b. Remova agora o tubo digestivo juntamente com o fígado interceptando-o à frente e 
atrás e separando-o cuidadosamente dos tecidos subjacentes: desta maneira fica a vista o 
aparelho urogenital. 
 Se for fêmea, o ovário aparece, mas perto da linha média e fixado por um ligamento 
dorsal. Identifique os ovidutos, glândula da casca, útero e abertura cloacal. Por baixo 
dos avidutos e dorsalmente em relação ao peritôneo, estão os rins, formações 
especiais de cor acastanhada, estendendo-se todo o comprimentoda cavidade 
abdominal. Identifique o ureter, “bexiga natatória” e seio urogenital. 
 Se for macho os testículos são dois compridos corpos esbranquiçados fixados por um 
delicado ligamento dorsal seguido dos canais eferentes; ligam-se à porção anterior do 
rim que se torna epidídimo seguido do canal deferente, o qual se dilata atrás, formando 
a chamada vesícula seminal ou ampola do canal deferente. Ventralmente em relação à 
ampola do canal se vê um ceco que representa um rudimento do oviduto conhecido 
vulgarmente pelo nome de “útero-masculino”. 
 Identifique também o rim, ureters, bexiga urinária, papila urogenital e cloaca. 
 
 
Desenho esquemático das estruturas internas de um peixe. 
 
c. Região branquial: por cortes tangenciais sucessivos, afaste gradual e cuidadosamente a 
parede ventral da região branquial, removendo também a porção mediana da cintura 
escapular. Em frente à cavidade abdominal da linha média temos o pericárdio. Abrindo 
cautelosamente, pomos à vista o coração. Nas paredes anteriores vemos as brânquias e 
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nas posteriores as fendas branquiais, uma mucosa em pregas abundantemente 
vascularizadas. 
 Descreva o coração e desenhe-o, identifique também os vasos sanguíneos circulação e 
as válvulas do coração. 
 Identifique os arcos branquiais cartilaginosos, o opérculo (Figura 4). Para maior 
observação dessas estruturas no sentido longitudinal, corte com uma faca o corpo 
transversalmente, um pouco atrás da nadadeira dorsal anterior. 
 Observe também a musculatura, coluna vertebral, arcos hemais, tipos de vértebras 
(côncavas nas duas partes). 
 
 
Desenho esquemático de região branquial de um peixe 
 
d. Para observação do encéfalo destaque a pele da face dorsal da cabeça e abra a 
cavidade craniana por cortes horizontais, até aparecer o encéfalo. Identifique suas partes e 
desenhe. 
e. Para estudo do olho afaste a pele em toda sua volta. A incisão tem de passar entre o 
olho e o opérculo e acompanhar os bordos das pálpebras a uma distância de mais ou 
menos um centímetro. A seguir destaque a pele entre a incisão e o olho. Introduza na órbita 
um alfinete ou tesoura fina para cortar os músculos oculares e o nervo óptico. 
 Coloque o olho num vidro-relógio e descreva suas partes. Divida o olho em duas partes 
e descreva o que viu (retina, cristalino esférico, humor vítreo e coróide com pigmento 
negro). 
 
 
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AMPHIBIA 
 
Os anfíbios, os primeiros vertebrados a ocuparem o ambiente terrestre, constituem um 
diversificado conjunto de vertebrados anaminiotas, composto por formas fósseis e recentes, cuja 
posição filogenética é ainda amplamente discutida. 
 As três ordens de anfíbios viventes Gymnophiona (cecílias), Urodela (salamandras) e 
Anura (sapos, rãs e pererecas) são frequentemente agrupados na subclasse Lissamphibia, 
constituindo um grupo monofilético suportado por algumas sinapomorfias como: dentição 
pedicelada, presença no ouvido médio de um osso denominado opérculo (não homólogo ao 
opérculo de Osteichthyes), presença de glândulas de veneno associadas ao tegumento e corpos 
adiposos situados cranialmente às gônadas. 
Os anuros (sapos, rãs e pererecas) são atualmente representados por cerca de 4.000 
espécies distribuídas por todos os continentes, exceto a Antártida. As especializações 
morfológicas para o salto constituem a característica mais marcante do grupo. As patas traseiras 
são alongadas e juntamente com os músculos formam um sistema de alavanca capaz de 
arremessar o animal no ar. As patas anteriores fortes e a cintura escapular flexível absorvem o 
impacto da aterrissagem. Outras modificações morfológicas como uma coluna vertebral curta e 
com pouca flexão lateral; presença de um íleo alongado e vértebras caudais fundidas em um 
bastão sólido denominado uróstilo, também estão diretamente associadas ao padrão de 
locomoção desenvolvido pelo grupo. Os olhos são normalmente grandes e localizados bem 
anteriormente na cabeça. Tanto as formas adultas quanto os jovens (girinos) são exclusivamente 
carnívoras. 
 
 
Atividade Prática: Morfologia geral de Anuros 
 
Material Biológico 
 Exemplares de anfíbios anuros previamente preparados, fixados em formol 10% e 
conservados em álcool 70%. 
 
Procedimento: 
 Observe as estruturas internas e externas. Depois de observar as estruturas externas, 
faça uma secção na região abdominal de acordo com o as recomendações do professor. Depois 
disso e com base nos desenhos esquemáticos, identifique nos exemplares: 
 
a) Morfologia externa 
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 Boca: posição e estruturas anexas 
 Língua protrátil: note o formato e como ela se prende 
 Coanas: dois orifícios situados na porção rostral e que comunicam a cavidade 
nasal com a oral 
 Aberturas das trompas faringotimpânicas no interior da cavidade oral 
 Abertura do esôfago: fenda transversal situada no fundo da cavidade oral 
 Fenda da glote: abertura longitudinal situada em uma protuberância as mucosa 
oral 
 Dentes vomerianos 
 Narinas: número, relação anatômica e aberturas nasais no interior da cavidade oral 
 Membrana timpânica: função e relação anatômica 
 Glândulas paratóides (se presentes): função e relação anatômica 
 Presença de calosidades nos membros locomotores: função. 
 Presença de membrana interdigital e discos adesivos nas extremidades dos dedos: 
função. 
 
 
 
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b) Morfologia interna 
 Localização e porções do coração tricavitário 
 Localização dos pulmões 
 Localização e numero de lobos do fígado 
 Localização da vesícula biliar 
 Mesentério 
 Localização do esôfago 
 Localização do estômago 
 Localização do intestino delgado e intestino grosso 
 Localização do baço 
 Localização dos rins 
 Localização das gônadas (testículos ou ovários) e corpos adiposos anexos 
 
 
 
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a) Osteologia Geral 
Observe os desenhos esquemáticos e identifique: 
 Principais ossos do crânio (vista dorsal e ventral) 
 Coluna vertebral curta 
 Uróstilo 
 Elementos que compõe a cintura e os membros torácicos 
 Elementos que compõe a cintura e os membros pelvinos 
 
 
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Atividade Prática: Anatomia de girinos de anuros 
 
 Orton (1953)elaborou uma classificação simplificada com 4 estágios principais 
baseando-se no número e forma das fileiras de dentes nos lábios, forma do bico, número e 
localização da bertura do espiráculo e a presença ou ausência de barbelas. Por outro lado, 
Gosner (1960) propôs uma divisão dos diferentes estágios de desenvolvimento dos anuros. Esta 
classificação inclui 46 estágios desde a fecundação do óvulo (estágio 1) até a reabsorção da 
cauda (estágio 46). 
Resumo da classificação proposta por Orton (1953): 
 
Estágio tipo 1 (desenvolvimento inicial) – formação do broto das brânquias externas e início do 
batimento cardíaco. 
 
Estágio tipo 2 (formação do opérculo) – brânquias externas bem desenvolvidas e recobertas 
pelo opérculo. Formação de um espiráculo único e latero-esquerdo. Diferenciação total do bico e 
dos dentículos córneos. 
 
Estágio 3 (formação dos membros) – Início da metamorfose: aparecimento dos brotos dos 
membros posteriores e perda do tubo anal. Durante esta etapa os membros anteriores estão em 
desenvolvimento no interior da cavidade opercular. 
 
Estágio 4 (reabsorção da cauda) – Final da metamorfose: rompimento do opérculo e 
emergência dos membros anteriores, perda total do bico e dos dentículos córneos. 
Desenvolvimento da boca e reabsorção total da cauda 
 
Observe ao estéreomicroscópio os diversos girinos dispostos nas bandejas. Procure 
identificar a etapa de desenvolvimento de cada um reconhecendo suas principais características. 
Observe também: 
1. Boca, dentículos córneos e papilas orais 
2. Disposição do opérculo 
3. Posição da boca 
4. Disposição dos membros anteriores e posteriores

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