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GLITZ Comercio internacional 2016

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ATORES PRIVADOS E 
REGULAÇÃO DO COMÉRCIO 
INTERNACIONAL 
Este material foi desenvolvido para o propósito exclusivo de 
suporte de atividades de sala de aula durante o semestre 
2016-2. 
Este material: 
NÃO SUBSTITUI AS LEITURAS OBRIGATÓRIAS, 
RECOMENDADAS OU INDICADAS; 
NÃO CORRESPONDE À APOSTILA OU TODA MATÉRIA 
LECIONADA; 
NÃO DEVE SER UTILIZADO COMO REFERÊNCIA DE 
ESTUDO; 
NÃO DEVE SER COPIADO ou DECORADO. 
NÃO SE AUTORIZA A DIVULGAÇÃO DO MATERIAL OU SUA 
TRANSFERÊNCIA, A QUALQUER TÍTULO, A TERCEIROS. 
 
ADVERTÊNCIA 
PARTE 1 – TEORIA GERAL 
LOCALIZAÇÃO 
Neste item serão abordados: 
Conceito, características e objeto do Direito 
Comercial Internacional e do Direito 
Internacional econômico; 
Atores internacionais: tradicionais e novos 
atores; 
Fontes e métodos do Direito internacional 
comercial e econômico. 
 
 
CAPÍTULO 1 – CONCEITO, 
OBJETO, SUJEITO E FONTES 
1. COMÉRCIO INTERNACIONAL 
Inexistência de “legislador” global x relações 
convencionais entre Estados. 
Superação da divisão clássica entre Direito 
Internacional Público e Privado. 
Direito Internacional de Cooperação x Direito 
Internacional de Coexistência 
Crescimento econômico e pacificação. 
O longo século XX. 
Bloco Capitalista x Bloco Socialista. 
Regionalismo x Universalismo 
 
 
 
CENÁRIO 
DIREITO COMERCIAL 
INTERNACIONAL 
Segundo LIMA PINHEIRO é “a disciplina jurídica 
que estuda o Direito Privado das relações do 
comércio mundial”. 
Mas reconhece que a expressão “comércio 
internacional” é empregado em dois sentidos: 
1) Conjunto de transações econômicas 
realizadas entre Estado (macroeconômicas); 
2) Relações entre operadores econômicos que 
entram em contao co a vida econômica de mais 
de um Estado. 
DIREITO PRIVADO? 
 Resolução da ONU 
de criação da 
UNCITRAL (link). 
Relatório do 
Secretário Geral que 
serviu de base para a 
Resolução (link). 
Direito do Comércio Internacional – “é o 
conjunto de regras que regem a 
organização das relações internacionais 
macro-econômicas”. 
Neste sentido é sinônimo de Direito 
Econômico Internacional (Carreau e 
Juillard). 
 
DIREITO PÚBLICO? 
INTERNACIONAL? 
 O principal critério econômico de 
internacionalidade seria a “transferência 
de valor através de fronteiras”. 
Do ponto de vista jurídico este critério 
não é suficiente: importante acrescentar a 
relevância jurídica da operação. 
Assim: necessidade de preenchimento de 
um critério jurídico + critério econômico. 
RELEVÂNCIA POLÍTICA 
Fonte: OMC 
RELEVÂNCIA ECONÔMICA 
 
 
 
Fonte: OMC 
Fonte: OMC 
RELEVÂNCIA JURÍDICA 
Fonte: OMC 
Interdependência entre Estados 
(cooperação); 
Tendência à uniformização/harmonização 
jurídica. 
Atuação de sujeitos não tradicionais; 
Valorização de soluções alternivas de 
controvérsias ; 
Distinção entre Direito público e privado 
perde nitidez; 
Vocação supraestatal. 
CARACTERÍSTICAS 
POPULAÇÃO GLOBAL 
DESAFIOS GLOBAIS 
World Economic Forum - RELATÓRIO 
PARA PESQUISA 
Estatísticas econômicas globais (link). 
Estatísticas econômicas brasileiras 
(link). 
Conjunto normativo da OMC (link). 
Veja o mapa interativo do transporte 
marítimo. 
 
 
 
PARA SABER MAIS... 
Entrevista do Prof. Luiz Olavo Baptista 
(link); 
Entrevista do Prof. Hermes Marcelo Huck 
(link); 
Entrevista do Prof. José Carlos de 
Magalhães (link). 
Entrevista do Prof. Celso Lafer (link). 
Unidos pelo comércio (link). 
 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Direito do comércio internacional (link). 
João Grandino Rodas - A Segunda Guerra 
Mundial transformou o Direito 
Internacional (link). 
Comércio internacional e crescimento 
econômico - Sarquis José Sarquis (livro). 
As relações entre o comércio internacional 
e desenvolvimento – Welber Barral (link). 
CARREAU, Dominique; JUILLARD, Patrick. Droit international 
économique, 3. ed., Paris: Dalloz, 2007. 
LAFER, Celso. Comércio internacional: fórmulas jurídicas e 
realidades político-econômicas. In Revista de Direito Mercantil, 
Industrial, econômico e Financeiro, n° 13. São Paulo: RT, 1974, p. 71-
85. 
MELLO, Celso D. de Albuquerque. Direito internacional econômico. 
Rio de Janeiro: Renovar, 1993. 
PRADO, Mauricio Almeida; SANTANA, Renata Duarte de (Org.). O 
Brasil e a Globalização: pensadores do Direito internacional. São 
Paulo: Editora de Cultura, 2013. 
PINHEIRO, Luís de Lima. Direito Comercial Internacional. Coimbra: 
Almedina, 2005. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
2. ATORES DO COMÉRCIO 
INTERNACIONAL 
2.1 - O ESTADO 
PAPEL DO ESTADO 
Desde 1648 (Tratado de Westfália) se implanta na 
Europa um modelo de ordem internacional 
centrada na figura do Estado. 
O modelo jurídico que daí surge é centrado na 
soberania ESTATAL: 
que centraliza a produção normativa, 
que centraliza o uso da força, 
que centraliza a cobrança de impostos, 
que centraliza a diplomacia; 
Etc. 
 
 
TRATADO DE WESTFÁLIA 
Coloca fim na Guerra dos 30 anos: que havia 
oposto a maior parte das casas reais 
europeias e tinha sido travada basicamente 
em território alemão. 
Consolida a França como grande potência. 
Consolida a noção de Estado-nação e de 
monarquia absoluta. 
Consolida a igualdade e liberdade religiosas. 
RESUMO 
Não há legislador universal. 
Mas cada Estado, em seu espaço de 
poder, exerce seu poder soberano 
(excludente de qualquer outro). 
As relações entre Estados se dão com 
bases convencionais (Tratados). 
Isso porque Estados são iguais entre si. 
São soberanos! 
 
 
ESTADO EM CRISE 
Este modelo se reformula com as constantes 
mudanças do modelo de produção. 
Persiste, no entanto, a noção de centralidade 
do Estado soberano. 
Este tipo de raciocínio ainda é visível, por 
exemplo, nos movimentos separatistas: País 
Basco, Irlanda do Norte, Kosovo, 
Cursdistão, etc. 
SEPARATISMO NA EUROPA 
ESTADO EM CRISE 
Ao lado da permanência da noção de soberania, 
percebe-se que o conceito deixa de ser absoluto: 
Criação da ONU e de seu Conselho de 
Segurança; 
Criação de Tribunais Penais com jurisdição 
internacional; 
Reconhecimento de normas oriundas de fontes 
alheias ao Estado; 
Reconhecimento de outros atores internacionais 
(alguns com influência nacional). 
 
No Direito Comercial Internacional os 
Estados atuam baseando-se em dois 
princípios: soberania e livre determinação 
(Carreau) 
Historicamente o crescente papel 
econômico dos Estados está ligado ao 
processo de descolonização e recuperação 
econômica do pós-guerra. 
 
ESTADOS 
Participação do Estado no 
desenvolvimento econômico interno: seja 
por necessidade ou opção ideológica. 
Exemplos: empresas nacionais de 
exploração de Petróleo, Cias. Aéreas, etc. 
A atuação do Estado acaba influindo no 
comércio internacional: vide caso Embraer. 
ESTADOS 
A interação econômica entre Estados e 
privados (estrangeiros/investidores) se dá 
na mesma base de “desigualdade” 
assegurada nacionalmente? 
Como os conflitos havidos nestas relações 
serão resolvidos? 
Como lidar com as imunidades de 
jurisdição e execução? 
ESTADOS 
Problemas específicos 
RESUMO 
 Se em dado momento se pode afirmar que: 
Nem sempre o Estado é o único detentor 
de poder em seu território; 
Nem sempre o Estado é o único agente 
criador de norma em seu próprio território; 
Pergunta-se: o Estado é de fato, 
absolutamente, soberano? 
2.2 - NOVOS ATORES 
INTERNACIONAIS 
NOVOS ATORES INTERNACIONAIS 
 A sociedade internacional é fortemente 
descentralizada. 
 Diversos“atores” atuam de modo a criar 
normas e a se relacionar por meio delas. 
 Sujeitos não tradicionais, o que isso quer 
dizer? 
 Organizações Internacionais; agentes 
econômicos, empresas transnacionais, 
particulares, etc. 
 
Seriam entidades intergovernamentais criadas 
pelo acordo entre Estados (Tratados), com 
caráter permanente e objeto específico 
definido nos respectivos estatutos. 
Características: 
Ao contrário dos Estados (que têm jurisdição 
ampla), estão adstritas aos limites impostos 
pelo Estatuto. 
As decisões dependem da deliberação entre 
os Estados e não de ato unilateral. 
 
 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
FUNDO MONETÁRIO 
INTERNACIONAL 
Concebido em 1944 durante a Conferência de Bretton Woods. 
Objetivos: 
Promover a cooperação monetária internacional; 
Facilitar a expansão e crescimento balanceado do comércio 
internacional; 
Promover a estabilidade do comércio; 
Auxiliar no estabelecimento de um sistema multilateral de 
pagamentos; e 
Tornar aceesíveis recursos (com as salvaguardas 
adequadas) para membros que estejam experimentando 
dificuldades na balança de pagamentos. 
Atualmente são membros. 
Confira: http://www.imf.org/external/index.htm 
 
CONFERÊNCIA DA HAIA 
 Organização intergovernamental para 
progressiva unificação do Direito 
internacional privado. 
Diversos são os tratados provenientes de 
seus esforços, especialmente em matéria 
de Direito de família. 
Confira: https://www.hcch.net/en/home 
 
Em português CNUDMI – Comissão das Nações 
Unidas para o Direito Mercantil Internacional. 
Criada em 1966 para fomentar a harmonização 
e unificação do direito comercial internacional. 
Entre outras, responsável pelos trabalhos e 
aprovação da Convenção de Viena de 1980 sobre 
compra e venda internacional de mercadorias 
(CISG) e pela Lei modelo de arbitragem de 2002. 
Confira: http://www.uncitral.org/ 
UNCITRAL 
Instituto Internacional de Unificação do Direito Privado, 
sediado em Roma, criado em 1926. 
Foi responsável: Convenção de Haia de 1964 sobre a formação 
do contrato de compra e venda internacional de bens móveis; 
da Convenção de Bruxelas de 1970 sobre contrato de turismo; 
da Convenção de Washington de 1973 sobre testamento 
internacional; da Convenção de Genebra de 1983 sobre 
representação nas vendas internacionais e da Convenção de 
Ottawa de 1988 sobre leasing internacional. 
DESTAQUE: Princípios Unidroit 
Confira: http://www.unidroit.org/news 
UNIDROIT 
ATUAÇÃO DOS 
PARTICULARES 
 Objeto do “Direito Comercial 
Internacional” 
 Diversas são as formas com que os 
agentes particulares podem atuar no 
mercado internacional. 
 Destacam-se algumas deles: 
 As chamadas empresas multinacionais; 
 Os contratos internacionais 
 O investimento estrangeiro. 
SUGESTÃO DE LEITURA 
RODAS - Voluntarismo possibilita que 
Estado se retire de organização 
internacional (artigo). 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: 
um breve estudo sobre a Organização dos 
Estados Americanos – Carla Piffer (artigo). 
3. FONTES DA REGULAÇÃO DO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL 
PROJEÇÃO 
A atuação de diferentes atores estaria 
criando um espaço “público” transnacional 
fora do sistema internacional dos Estados. 
Qual(is) a(s) consequência(s) disso? 
Enfraquecimento do poder Estatal, este cederia 
espaço de decisão a outros centros de poder. 
Estes “novos centros de poder” obedeceriam a 
interesses próprios (ideologia) não 
necessariamente relacionados ao bem público. 
 
Esta atuação é ainda mais marcante na criação, 
interpretação e aplicação de um novo conjunto 
de fontes normativas. 
 Estas fontes são de diferentes origens (nacionais 
x internacionais; públicas x privadas; oficiais ou 
não); 
 Também se destaca a preferência pelo 
informalismo (para fazer frente a necessidade de 
eficácia, rapidez e tecnicidade). 
FONTES 
Atos unilaterais de um Estado: leis, 
decretos, julgados, etc. 
Exemplo: decisão de um tribunal sobre 
determinado elemento de conexão 
sendo aplicável a um caso concreto. 
Exemplo: LINDB; Jurisprudência do STF 
sobre ordem pública; Regimento Interno 
do STJ; legislação aduaneira, etc. 
 
 
FONTES NACIONAIS 
Tratados (bilaterais ou plurilaterais); 
Exemplo: Acordo de Marrakech (institui a OMC); CISG. 
Costumes internacionais 
Exemplo: Princípio da livre navegação 
Acordos infraestatais; 
Modelos de convenção/lei; 
Exemplo: Lei modelo de Arbitragem da UNCITRAL 
Atos unilaterais de organizações internacionais 
Exemplo: Resoluções da OIT 
FONTES 
INTERNACIONAIS 
Baseadas nos esforços dos operadores do comércio 
internacional (empresários, câmaras, etc.). 
Além das fontes tradicionais, acrescentam-se outras. 
Por exemplo: costume, cláusulas contratuais padrão, 
contratos modelo, estatutos arbitrais, decisões arbitrais. 
Novos desafios: (i) soft law; (ii) lex mercatoria. 
Métodos: internacionalização; hamonização e 
uniformização. 
FONTES PRIVADAS 
Câmara de Comércio Internacional de Paris 
é instituição privada, criada em 1919. 
Objetivos: representar todos os setores de atividade 
econômica internacional; contribuir para a harmonização 
e liberdade das relações comerciais no domínio jurídico e 
econômico e fornecer serviços especializados e 
pragmáticos à comunidade de negócios internacional 
DESTAQUE: responsável pelos incoterms e pela UCP e 
por diversas cláusulas modelo. 
Confira: http://www.iccwbo.org/ 
CCI 
SOFT LAW 
O que? 
 Soft law são padrões normativos não vinculantes (não 
legais), mas que podem ser adotados pelas partes 
voluntariamente. Por exemplo: ISO9000. 
Por que? 
Certas áreas da técnica são tão precisas que não são 
alcançadas pelas regulamentação estatal. 
Como? 
Tais padrões, corporativos, setoriais, etc. acabam, de 
alguma forma, se consolidando e se tornando de uso 
imperativo. Passam a não só influenciar a condução da 
conduta, mas a interpretação dos contratos e sua execução. 
 
RESTATEMENT 
Tentativa de uniformização do 
Direito contratual em âmbito 
internacional e regional. 
Exemplos: 
Princípios UNIDROIT relativos 
aos contratos comerciais 
internacionais (2010) (link) 
Princípios Europeus do Direito 
dos Contratos (link). 
CLÁUSULAS PADRÃO 
Padronização de contratos e influência na 
própria redação contratual. 
Exemplos: 
Creative commons (link) (artigo). 
Cláusulas de risco: hardship (livro), força 
maior e incoterms (artigo). 
Cláusulas arbitrais e de foro (exemplo). 
Considerandos e “glossários”. 
 
CLÁUSULA PADRÃO - Exemplo 
“Você resolverá qualquer reivindicação, causa de 
ação ou disputa (reivindicação) decorrente de ou 
relacionada exclusivamente à esta Declaração ou ao 
Facebook no tribunal distrital americano, para o 
distrito do norte da Califórnia, ou um tribunal 
estadual localizado no condado de San Mateo, e 
você concorda em submeter-se à jurisdição pessoal 
de tais tribunais com o propósito de pleitear todas 
essas reivindicações. As leis do estado da Califórnia 
regem esta Declaração, bem como as alegações que 
surjam entre você e nós, independentemente de 
conflitos nas disposições legais.” 
LEX MERCATORIA 
O que? 
 Lex mercatoria seria o Direito autônomo aplicável 
ao comércio internacional. 
Por que? 
Defende-se que como estas transações não estão 
presas a nenhum país em especial, elas seriam 
autônomas aos seus ordenamentos. Além disso, 
precisariam de um Direito especializado. 
Como? 
Tal direito seria buscado a partir de fontes próprias: 
costumes, contratos, laudos arbitrais, etc. 
 
INTERNACIONALIZAÇÃOO que? 
 Diálogo entre fontes de Direito interno e 
internacional. 
Por que? 
Resposta às necessidade econômicas e sociais, 
especialmente em razão da chamada 
“Globalização”. 
Como? 
Troca de ferramentas jurídicas, desenvolvimento 
de estudos de Direito comparado, etc. 
(complementariedade – Borba Casella) 
HARMONIZAÇÃO 
Aproximação normativa por meio da 
adequação da legislação interna dos 
diferentes países. 
Embora diferentes, as legislações 
nacionais são “parecidas” (guardam os 
mesmos elementos e princípios básicos). 
Exemplo: a Lei modelo de arbitragem da 
UNCITRAL 
 
LEI MODELO UNCITRAL 
UNIFORMIZAÇÃO 
Identidade normativa por meio da criação 
de instrumentos internacionais únicos que 
congreguem o maior número possível de 
Estados partes. 
As legislações nacionais são iguais. 
Exemplo: Convenção de Viena de 1980 
(CISG). 
 
CISG 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Adauto Suannes - O costume como fonte do Direito 
Internacional: relembrando Nuremberg (link). 
João Grandino Rodas - Fonte de Direito Internacional e 
interno, o costume pode fazer a diferença (link). 
Miguel Moura e Silva - As Fontes E Os Princípios Do Direito 
Internacional Económico (link). 
Hans van Loon - Los desafíos actuales de la Conferencia de La 
Haya con especial atención a América Latina – algunas 
reflexiones y sugerencias (link). 
Los instrumentos de la conferencia de la haya de derecho 
internacional privado que facilitan el desarrollo de los 
negocios internacionales y las inversiones – Ignacio 
Goicoechea (link). 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Frederico Glitz - Apontamentos sobre o Conceito 
de Lex Mercatoria.(link). 
Hermes Marcelo Huck - Lex mercatoria – 
horizonte do Direito Internacional (link). 
Marcos Valadão - O soft law como fonte formal 
do Direito Internacional Público (link). 
Beatriz Schiffer Durães - O indivíduo: sujeito de 
Direito Internacional Público (link). 
 
PARTE 2 – DIREITO DO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL 
LOCALIZAÇÃO 
Neste tópico serão abordados: 
Conceito, características e princípios do 
Direito Internacional econômico; 
 Multilateralismo x regionalismo: 
conceito, exemplos e noções gerais; 
OMC: conceito, estrutura e principais 
temas. 
 
 
 
CAPÍTULO 1. NOÇÕES GERAIS 
DESENVOLVIMENTO DE UM DIREITO 
INTERNACIONAL ECONÔMICO 
O que? 
 Em um sentido amplo, seria o conjunto de regras que regem as 
operações econômicas de todas as naturezas que se desenvolvessem 
para além de um ordenamento jurídico. Mas, em um sentido mais 
adequado é estrito e nele seria o conjunto de regras que regem a 
organização das relações internacionais macro-econômicas. (Carreau e 
Juillard, p. 02-03) 
Por que? 
 É um direito de proteção (baseado na preservação da independência 
política dos Estados) e de incitação (baseado no enriquecimento dos 
Estados que conduz a sua interdependência) (Carreau e Juillard, p. 07) 
Como? 
 Por meio da regulamentação de “diferentes aspectos das relações 
internacionais, como investimento estrangeiro, integração econômica, 
organizações internacionais econômicas, moeda, regime jurídico do 
estrangeiro, etc.” (Mello, p. 79) 
 
 
PRINCÍPIOS DO DIE 
O Estado não pode adotar relações comerciais 
discriminatórias. 
O Estado não pode impedir o pagamento de lucros 
a investimentos estrangeiros. 
Os Estados devem cooperar para a estabilização 
dos preços. 
Os Estados devem evitar o dumping. 
Os Estados devem evitar barreiras comerciais. 
Os Estados em desenvolvimento têm direito à 
assistência econômica. 
Os Estados são soberanos sobre seus recursos. 
Efetividade (realista). 
Segundo Mello este realismo assegura as 
consultas entre Estados, mas, por outro lado, 
acaba incentivando o domínio dos ricos sobre os 
pobres. 
Igualdade formal 
A crítica que se faz é que a desigualdade 
econômica importa em desigualdade de fato. 
Desenvolve-se o Direito Internacional do 
Desenvolvimento e o fundamento para 
desigualdade de votos (por exemplo FMI) 
CARACTERÍSTICAS 
GATT (1964-67) – adoção do princípio da 
não reciprocidade (vantagens unilaterais 
de países desenvolvidos ao 
subdesenvolvidos). 
GATT (1973-79) – sistema geral de 
preferência – exportação de produtos 
manufaturados de países 
subdesenvolvidos. 
 
APLICAÇÃO 
Conjunto normativo impreciso 
As normas são menos rígidas e menos formais. As 
regras acabam sendo mais dinâmicas e pragmáticas. 
As obrigações são mais vagas. 
Sanções “brancas” 
O descumprimento das normas de DIE acabam 
sendo sancionadas de formas alternativas (exclusão 
de novos programas, compensações, embargos, 
etc.). 
Solução de controvérsias 
Se dá por negociações ou participação em painéis 
dos diferentes órgãos. 
CARACTERÍSTICAS 
“O Direito Internacional econômico não pode 
esquecer de que ao regulamentar o fato 
econômico nas relações internacionais ele 
está lidando diretamente com os direitos 
humanos que têm inclusive um valor 
“supralegal”.” (MELLO, p. 93). 
João Grandino Rodas - Integração econômica 
deve servir ao bem da humanidade (artigo). 
 
LIMITAÇÕES 
RESPOSTAS 
JURÍDICAS 
Diante dessas características quais os 
instrumentos jurídicos utilizáveis? 
O Direito internacional econômico é um 
ambiente de pluralidade de agentes 
(inclusive não-estatais). 
Busca-se uma maior flexibilidade das 
sanções de modo a adaptá-las às exigências 
típicas do ambiente econômico e a sua 
eficácia. 
SANÇÕES ECONÔMICAS 
Sanções brancas, o que isso significa? 
As sanções são promovidas pelo próprio interessado. 
Não há agente central que aplica “pena”. 
Formas: 
Represálias–de caráter econômico ou não. São 
excepcionais e devem ser aplicadas de forma 
proporcional, sem causar danos a terceiros. 
Exemplo: embargo (proibição de exportação e 
importação), boicote (interrupção de relações 
comerciais por governos ou particulares). 
Contramedidas. Resposta a ato ilícito. Tentativa de que 
a prática cesse. 
 
SOLUÇÃO DE 
CONTROVÉRSIAS 
Valorização de formas “alternativas” de 
composição de conflitos. 
Composição, mediação e arbitragem. 
Algumas organizações mantém estrutura e 
órgãos para a solução de conflitos, p. ex., 
OMC e MERCOSUL. 
Interessante que os laudos arbitrais 
acabam compondo “jurisprudência” e 
influenciando novos julgamentos. 
Veja os Laudos do Mercosul. 
 
CLÁUSULA DA NAÇÃO MAIS 
FAVORECIDA 
Pressupostos teóricos: 
Liberação dos entraves comerciais cria vantagens 
econômicas; 
Organização do comércio descentralizada é mais 
eficiente. 
Conceito: “qualquer vantagem, favor, imunidade ou 
privilégio concedido por uma Parte Contratante a um 
produto originário de ou destinado a qualquer outro 
país, será imediatamente e incondicionadamente 
estendido ao produto similar, originário do território 
de cada uma das outras partes contratantes ou ao 
mesmo destinado.” (GATT, art. I) 
 
CLÁUSULA DA NAÇÃO MAIS 
FAVORECIDA 
Exceções: 
Comércio fronteiriço, uniões aduaneiras e zonas 
de livre comércio. 
Crítica: 
A liberação do comércio leva em conta os 
interesses das nações mais desenvolvidas, 
especialmente em uma lógica de “divisão social 
do trabalho” (Lafer, p. 73). Melhor seria a 
reciprocidade real (levando em conta as 
condições dos países subdesenvolvidos). 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Aspectos geopolíticos do GATT e da OMC (link). 
Vera Thorstensen - SISTEMAS DE REGULAÇÃO DO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL EM CONFRONTO: o 
marco dos estados e o marco das transnacionais 
(link). 
Marlon Tomazette - A necessidade de 
regulamentação multilaretal do comércio 
internacional: protecionismo x liberalização (link). 
Luiz Henrique Maisonnett - Um panorama 
históricodo direito internacional econômico: 
desafios para um mundo globalizado (link). 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CARREAU, Dominique; JUILLARD, Patrick. 
Droitinternationaléconomique, 3. ed., Paris: Dalloz, 2007. 
FARIA, Werter R. Exceções à cláusula de nação mais favorecida no 
sistema comercial internacional e integração fronteiriça dos países 
do Mercosul. In CAMARGO, Ricardo Antônio Lucas (org.). 
Desenvolvimento econômico e intervenção do Estado na Ordem 
Constitucional: estudos jurídicos em homenagem ao Professor 
Washington Peluso Albino de Souza. Porto Alegre: Sérgio Antônio 
Fabris, 1995, p. 183-201. 
LAFER, Celso. Comércio internacional: fórmulas jurídicas e 
realidades político-econômicas. In Revista de Direito Mercantil, 
Industrial, econômico e Financeiro, n°13. São Paulo: RT, 1974, p. 71-
85. 
MELLO, Celso D. de Albuquerque. Direito internacional econômico. 
Rio de Janeiro: Renovar, 1993. 
 
CAPÍTULO 2 - MULTILATERALISMO X 
REGIONALISMO 
O que é o fenômeno? 
Tendência no comércio internacional de proliferação 
de acordos regionais ao mesmo tempo em que se 
aprofundam as tentativas de adoção de sistemas 
multilaterais. 
Exemplo: OMC (multilateral) x Mercosul (regional) 
Qual a preocupação? 
Movimentos regionais poderiam acabar com os 
esforços de integração multilateral (fragmentação) 
Qual razão desta tendência? 
Em termos econômicos, estimular o livre comércio e 
incentivar o desenvolvimento econômico. 
MULTILATERALISMO X REGIONALISMO 
Bretton Woods – instituição dos órgãos reguladores da 
economia internacional no final da II Guerra Mundial: 
FMI, BIRD e OIC. 
Sem que a OIC passasse pelo Congresso americano, 
aprovou-se o GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e 
Comércio) direcionado a redução das tarifas 
alfandegárias. 
Como o GATT não era uma organização (mas um 
acordo), o mecanismo adotado foi de que a concessão 
feita a um país participante, automaticamente 
estender-se-ia aos demais. 
Outra construção do GATT é a de que uma vez 
interiorizada a mercadoria, ela não poderia ser 
discriminada. 
 
BREVE HISTÓRICO 
As negociações para as reduções tarifárias e outros 
problemas do comércio internacional eram feitas 
em rodadas periódicas, com adoção do sistema 
arbitral para solução de eventuais demandas. 
Entretanto, a possibilidade que o relatório do 
painel fosse bloqueado por qualquer país, a 
possibilidade de escolha dos acordos específicos 
dos quais o Estado faria parte e a possibilidade de 
alegação de práticas anteriores ao GATT foram 
fatores que causaram grande entrave às 
negociações. 
 
GATT 
Essas problemáticas foram levadas a rodada 
Uruguai (1986/1994) e dela resultou, entre outras 
medidas, a criação da Organização Mundial do 
Comércio (OMC). 
A OMC traz uma grande contribuição no tocante 
ao sistema de solução de controvérsias que 
tornou-se mais complexo (prazos para constituição 
e funcionamento dos painéis, defesa e regra do 
consenso apenas para rejeição do relatório). Cabe 
a este órgão, ainda, coibir a imposição unilateral 
de sanções econômicas. 
Países membros. 
 
OMC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Brasil 
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=369) 
 
RODADAS DE NEGOCIAÇÃO 
Rodada Período Países Assunto 
Genebra 1947 23 Tarifas 
Annecy 1949 13 Tarifas 
Torquay 1950 - 1951 38 Tarifas 
Genebra 1955 - 1956 26 Tarifas 
Dillon 1960 -1961 26 Tarifas 
Kennedy 1964 - 1967 62 Tarifas e antidumping. 
Tóquio 1973 - 1979 102 Tarifas, Medidas não tarifárias, Cláusula de Habilitação. 
Uruguai 1986 - 1993 123 
Tarifas, Agricultura, Serviços, Propriedade Intelectual, 
Medidas de Investimento, novo marco jurídico, OMC. 
Doha 2001 - ? 149 
Tarifas, Agricultura, Serviços, Facilitação de Comércio, 
Solução de Controvérsias, “Regras”. 
OMC 2016 
Existiram mais de 420 acordos regionais em 
vigor (link) 
Conceito: “todo acordo bilateral, regional e 
plurilateral de natureza preferencial” (ARC) 
acordos pelos quais são oferecidos, 
reciprocamente, tratamento comercial mais 
favorável a parceiros regionais. 
Problema téorico: Como compatibilizar o 
conteúdo dos acordos regionais e a cláusula 
da nação mais favorecida? 
 
 
ACORDOS REGIONAIS 
O art. XXIV do GATT e seus parágrafos prevêem a autorização para 
integração regional. 
O art. V do GATS permite a liberalização do comércio por meio dos acordos 
regionais. 
Esta exceção do GATT aplica-se: uniões aduaneiras; áreas de livre comércio 
e acordos de transição. 
Estes acordos devem: 
 não criar situação tarifária mais restritiva para os países do GATT não 
participantes do acordo; 
 No caso de acordos de transição, estabelecer cronograma para união 
aduaneira ou área de livre comércio; 
 Os acordos não precisam conter eliminação tarifária total, mas 
substancial. 
 No caso do serviços (GATS) deve ter cobertura setorial substancial e 
ausência ou eliminação de discriminação 
Lista de acordos. 
ACORDOS PREFERENCIAIS 
Existem acordos que não estabelecem a 
necessidade de reciprocidade (cláusula de 
habilitação). 
Permite que países em desenvolvimento celebrem 
acordos regionais em condições mais favoráveis 
que os acordos gerais (produtos originários de 
países em desenvolvimento, para redução de 
tarifas, ou outras medidas específicas em favor 
daqueles países). 
Por exemplo, UE (para países africanos do Caribe 
ou do Pacífico) ou EUA (para os países do Caribe e 
dos Andes). 
ACORDOS PREFERENCIAIS NÃO 
RECÍPROCOS 
PARA SABER MAIS... 
 
Bloco econômicos (link) 
 
Organização Mundial do Comércio (link) 
 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
A OMC e o regionalismo do século XXI: 
estratégia de imposição de modelos 
normativos? (link). 
O redimensionamento da OMC no trato dos 
Acordos Comerciais Regionais (link). 
O regime jurídico das integrações político-
econômicas regionais (link). 
Regionalismo e multilateralismo: 
compatibilização e a posição brasileira nas 
negociações (artigo). 
 
 
 
 
 
 
BARRAL, Welber (org.) O Brasil e a OMC: os interesses brasileiros e 
as futuras negociações multilaterais. Florianópolis: Diploma Legal, 
2000. 
LAFER, Celso. A OMC e a regulamentação do comércio internacional: 
uma visão brasileira. Porto Alegre: Livraria do advogado, 1998. 
LILLA, Paulo Eduardo; SUCHODOLSKI, Sérgio Gusmão. Conflitos de 
jurisdição entre a OMC e os acordos regionais de comércio: o caso 
do MERCOSUL. In LIMA, Maria Lúcia L. M. Padua; ROSENBERG, 
Barbara (coord.) O Brasil e o contencioso na OMC. São Paulo: 
Saraiva, 2009, p. 149- 193. 
THORSTENSEN, Vera; JANK, Marcos S (coord.). O Brasil e os grandes 
temas do Comércio Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2005, p. 
21-35; 209-239. 
VIZO, Roberto. A sucessão entre organizações internacionais e a 
transformação do GATT em OMC. In DAL RI JÚNIOR, Arno; OLIVEIRA, 
Odete Maria de. Direito internacional econômico em expansão: 
desafios e dilemas. Ijuí: Unijui, 2003, p.171-193. 
 
REFERÊNCIAS 
2.1 - REGIONALISMO 
Comunidade Regional: organização 
intergovernamental, criada por tratados, 
normalmente voltada a integração 
econômica. 
Justificativa: econômica, principalmente, por 
meio de melhor inserção no mercado 
mundial. 
Motivo: exceção à aplicação da cláusula da 
nação mais favorecida. 
REGIONALISMO 
Conceito: Forma mais simples de 
integração, envolve, apenas, concessão de 
regime preferencial a certos setores 
econômicos ou industriais. 
Assemelha-se a uma forma de 
cooperação. 
Exemplo: ALADI 
ÁREA DE PREFERÊNCIA TARIFÁRIA 
Conceito: Remoção de barreiras (tarifárias 
e não-tarifárias)ao comércio, mas 
preservação da autonomia em relação à 
tarifa aplica a terceiros países. 
Em âmbito externo não existe uma 
política comum de importação e 
exportação de mercadorias. 
Cada Estado negocia individualmente 
com os demais países fora do bloco. 
Exemplo: NAFTA 
ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO 
Conceito: Remoção de barreiras ao 
comércio e adoção de tarifa comum com 
relação a terceiros países (TEC). 
 Os Estados adotam política comum 
para importar produtos para o mercado 
do bloco econômico. 
Exemplo: MERCOSUL 
UNIÕES ADUANEIRAS 
Conceito: Forma de integração que 
assegura aos bens, capitais, serviços e 
pessoas ampla liberdade de circulação. 
Exemplo: União européia. 
MERCADO COMUM 
Para alguns autores haveria 
desdobramento do mercado comum. 
Conceito: Além da garantia de livre 
circulação, alia processo de harmonização 
e uniformização de políticas econômicas e 
monetárias. 
Exemplo: União européia. 
UNIÃO ECONÔMICA 
Segundo Halperín existem também questões mínimas essenciais 
para a integração econômica: 
determinação inicial do novo espaço econômico, a partir de um 
critério de inclusão – exclusão de países e de regras comuns 
frente a terceiros países; 
 regime de liberalização comercial e eventualmente, preparação 
de uma política comum de comércio exterior e de mobilidade de 
fatores dentro do esquema. 
Um sistema de lealdade competitiva que permita legitimar as 
vantagens relativas; 
Reconhecimento de determinados desequilíbrios e assimetrias 
estruturais e os conseqüentes tratamentos discriminatórios para 
sua redução. 
 Uma estrutura institucional apta para o desenvolvimento das 
funções essenciais: condução política e a conseqüente 
administração comunitária, a solução de controvérsias e o 
controle da legalidade. 
 
INTEGRAÇÃO ECONÔMICA 
Sentimento regional surge no período em que 
vários países da América Latina tornavam-se 
independentes. 
Simon Bolívar lançou, em 1822, a idéia de uma 
Confederação entre as ex-colônias espanholas. 
Já em 1823 o Presidente Monroe, em um discurso 
diante do Congresso norte-americano, proclamou 
a "América aos americanos". 
Embora este sentimento seja antigo sua 
concretização jurídica (na forma de instrumentos 
de cooperação regional) só se concretizará após a 
segunda grande guerra com a criação da OEA. 
 
REGIONALISMO AMERICANO 
Criado em 1969 (como Pacto Andino). 
Objetivos: 
promover o desenvolvimento equilibrado e harmônico dos 
países membros (por meio da integração e cooperação 
econômica e social); 
Acelerar crescimento e geração de emprego; 
Facilitar a participação no processo de integração regional; 
Promover melhor inserção dos países membros no 
contexto econômico internacional; 
Fortalecer a solidariedade regional e reduzir as diferenças 
de desenvolvimento; 
Melhorar o nível de vida de suas respectivas populações. 
http://www.comunidadandina.org/ 
COMUNIDADE ANDINA 
MAPA 
Criado em 1972 após a transformação do mercado 
comum (CARIFTA). 
Objetivos: 
melhorar nível de vida e trabalho; 
pleno emprego; 
desenvolvimento econômico acelerado, 
coordenado e sustentável; 
expansão do comércio com terceiros países; 
aumento da produção e produtividade. 
 http://www.caricom.org/ 
 
CARICOM 
MAPA 
Criada em 1980. 
Objetivos: a criação, a curto prazo, de uma zona de 
preferência econômica e estabelecer progressivamente, a 
longo prazo, um mercado comum latino-americano 
encorajando o comércio recíproco, a complementação e a 
cooperação econômica. 
Fundamentos: o pluralismo (político e econômico); 
flexibilidade; convergência; tratamento diferenciado 
determinado caso a caso. 
Não é propriamente uma zona de livre comércio, mas fórum 
de cooperação encarregado de estabelecer uma gama de 
preferências econômicas e comerciais. (MICALI, p.418/419) 
http://www.aladi.org/ 
 
Associação Latino-americana 
de Integração (ALADI) 
MAPA 
Criado em 1992. 
Objetivos: 
 supressão progressiva de todos os obstáculos 
tarifários e não-tarifários nas trocas comerciais entre 
os três países membros (EUA, Canadá e México). 
favorecer a concorrência leal dentro da zona de livre 
comércio; 
aumentar os investimentos das partes nos demais 
países, assegurar a proteção e respeito dos direitos 
de propriedade intelectual; etc. 
https://www.nafta-sec-alena.org/Home/Welcome 
 
NAFTA 
MAPA 
União das Nações Sul-americana. 
Criada em 2008. 
Objetivos: 
http://www.unasursg.org/es/objetivos-
especificos 
http://www.unasursg.org/ 
 
UNASUL 
GOMES, Eduardo Biacchi. Blocos econômicos solução de 
controvérsias: uma análise comparatista a partir da União européia 
e Mercosul, 2. ed., Curitiba: Juruá: 2006. 
HALPERIN, Marcelo. El Mercado Comum del Sur y un nuevo sistema 
regional de relaciones economicas multilaterales. In: Análise 
Conjuntural. Curitiba: IPARDES jul/ago 1991, v. 13, n.78, p. 1-10. 
MICALI, Isabella Soares. Le Marché commun de Cône Sud Mercosur 
et les autres mécanismes d'intégration et de coopération sur le 
continent américain – un panorama comparatif. In Mercosul: seus 
efeitos jurídicos, econômicos e políticos nos estados-membros. 
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1995, p.401-444. 
THORSTENSEN, Vera; JANK, Marcos S (coord.). O Brasil e os grandes 
temas do Comércio Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2005, p. 
21-35; 209-239. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
2.2 – UNIÃO EUROPÉIA 
A globalização transforma a noção de soberania. 
 A constatação da crescente interdependência dos 
Estados e da necessidade de mútua cooperação 
alavancou a busca de soluções que compatibilizem 
a noção de soberania e a necessidade de maior 
integração entre os Estados. 
Uma dessas noções é a da Supranacionalidade. 
Trata-se, basicamente de se aceitar instância acima 
e independente dos Estados, superar a regra da 
unanimidade e na prevalência do direito 
comunitário. 
 
FUNDAMENTO TEÓRICO 
O exemplo é a União Europeia 
Os Estados abriram mão de regular certas 
matérias, remetendo-as ao Direito 
comunitário. 
 Há polêmica sobre sua natureza: tese da 
soberania divisível x atribuição de 
competências à Comunidade (soberania 
compartilhada). 
 
FUNDAMENTO TEÓRICO 
 
Antecedentes: Comunidade do Carvão e Aço (1951) – França, 
Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. 
Tratado da Comunidade Econômica Européia (1957) – objetivava o 
estabelecimento de mercado comum e de aproximação econômica. 
Em 1986, o ato único estabeleceu como meta a criação de mercado 
comum até 1992. 
Em 1992 foi celebrado o Tratado de Maastricht que entrou em vigor 
em 1°/01/1993, criando a UE. 
Em 1997 adota-se a moeda única (Tratado de Amsterdã) e em 2001 
o Tratado de Nice prepara a instituição para entrada de novos 
membros. E o Tratado de Lisboa consolida mecanismos mais efetivos 
de funcionamento. 
Em 2012 a EU recebe a o Nobel da Paz. 
HISTÓRICO 
PARA SABER MAIS... 
 
Brexit – saída britânica da União Européia 
(Brexit). 
 
FUTUROS MEMBROS? 
Função: organizar de forma coerente e 
solidária as relações entre os Estados 
membros. 
“Pilares”: existência do mercado comum (ou 
união econômica); cooperação na defesa 
externa e cooperação policial e judicial. 
Tratados constitutivos: http://europa.eu/eu-
law/decision-making/treaties/index_pt.htm . 
http://europa.eu/index_pt.htm 
 
 
UNIÃO EUROPÉIA 
Trata-se de entidade sui generis (nem 
confederada, nem federada) de caráter 
comunitário. 
Os Estados conservam sua soberania, 
delegando parte de seus poderes aos órgãos 
comunitários. 
A competênciada União é limitada e 
exclusiva às matérias a ela delegadas (por 
exemplo, agricultura, livre circulação de 
mercadorias e pessoas, concorrência, etc.). 
NATUREZA JURÍDICA 
É dividida em órgãos permanentes (Parlamento, 
Conselho, Comissão, Tribunal de Justiça e Tribunal 
de Contas), auxiliares, financeiros e políticos. 
Parlamento: Representação dos cidadãos da 
União. Não possui competência legislativa, mas 
fiscalizatória. 
Conselho: órgão executivo de competência 
intergovernamental e supranacional. Compostos 
pelos Estados, as decisões são tomadas por 
maioria. Exerce a atividade legislativa (diretivas, 
reocmendações e pareceres). 
 
 
ESTRUTURA 
Comissão: zela pelo cumprimento das 
obrigações comunitárias. Sua atuação é 
independente dos interesses dos Estados. Possui 
iniciativa legislativa (proposição). 
Tribunal de Justiça: competência para questões 
decorrentes de infrações ao Direito comunitário. 
Também tem competência consultiva, a pedido 
de Estado. 
Tribunal de Contas: órgão fiscalizador das 
contas comunitárias. 
ESTRUTURA 
VEJA AINDA… 
 
 
Tribunal de Justiça da União Européia (link) 
Uma das maiores conseqüências do modelo 
europeu é a adoção de um Direito comunitário. 
Ele é diverso do direito interno e do direito 
internacional. 
Obriga Estados e suas respectivas populações. 
Visa à integração, coordenação da 
supranacionalidade e seu teor incorpora-se 
automaticamente ao direito de cada Estado 
(com primazia sobre o direito interno). 
DIREITO COMUNITÁRIO 
Rege-se pelos princípios: 
da subsidiariedade (o governo central só é chamado 
quando o regional não puder decidir); 
do acervo comunitário (o novo membros deve 
aceitar a integralidade do acervo já existente); 
Proporcionalidade (os deveres são proporcionais à 
satisfação do interesse público); 
Proteção dos direitos fundamentais; 
Supremacia do direito comunitário sobre o direito 
naciona; 
Aplicabilidade direta do direito comunitário pelos 
países membros. 
DIREITO COMUNITÁRIO 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Artigos 
Artigos 
O Estado e o Direito na União europeia e 
no Mercosul – Fernando Mânica (artigo) 
 
 
 
ARAUJO, Luis Ivani de Amorim. Das organizações internacionais. Rio de 
Janeiro: Forense, 2002. 
GOMES, Eduardo Biacchi. Blocos econômicos – solução de 
controvérsias: uma análise comparativa a partir da União Européia e 
Mercosul, 2.ed., Curitiba: Juruá, 2006. 
JO, Hee Moon. Introdução ao direito internacional, 2. ed., São Paulo: 
LTr, 2004. 
QUADROS, Fausto de. O princípio da subsidiariedade no direito 
comunitário após o tratado da União Européia. Coimbra: Almedina, 
1995. 
REIS, Márcio Monteiro. Mercosul, União Européia e Constituição: a 
integração dos Estados e os ordenamentos jurídicos. RJ: Renovar, 
2001, p.07-80. 
THORSTENSEN, Vera; JANK, Marcos S (coord.). O Brasil e os grandes 
temas do Comércio Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2005, p. 21-
35; 209-239. 
 
REFERÊNCIAS 
2.3 – MERCOSUL 
GERAL 
Tratados constitutivos. 
Depoimentos dos principais atores. 
Site: http://www.mercosur.int/ 
Características: 
Não há direito comunitário, nem supranacionalidade. 
Inexiste delegação de competência. 
Relações entre Estados ainda se regem pela 
obrigatoriedade de tratados (bilaterais) e reciprocidade. 
Direito produzido pelo bloco precisa ser incorporado 
pelos diferentes países, de acordo com suas respectivas 
legislações. 
Decisões tomadas em consenso. 
 
 
 
Conselho do mercado Comum (CMC): conduz a 
política do bloco e a tomada de decisões, é 
composto pelos chanceleres dos Estados 
membros. 
Grupo do Mercado Comum (GMC): é o órgão 
executivo e seus membros são indicados pelos 
respectivos países. 
Comissão de Comércio do Mercosul (CCM): zela 
pelo funcionamento da união aduaneira 
fiscalizando o cumprimento das políticas 
comerciais do bloco. Para esta finalidade tem 
competência normativa. 
ESTRUTURA DECISÓRIA 
Comissão Parlamentar Conjunta (CPC): 
representa os parlamentos nacionais, 
buscando harmonização legislativa. 
Foro consultivo econômico e social (FCES): 
representa setores econômicos e sociais, 
buscando assessorar a tomada de decisões; 
Secretaria do Mercosul: órgão de natureza 
operacional. 
Veja infográfico. 
ESTRUTURA CONSULTIVA 
Art. 41 do Protocolo de Ouro Preto 
Tratado de Assunção; 
Acordos e protocolos assinados no âmbito 
do protocolo de Ouro Preto; 
Decisões do CMC, as Resoluões do GMC e 
as diretrizes da CCM. 
Essas normas têm caráter obrigatório, mas 
devem ser incorporadas aos respectivos 
ordenamentos jurídicos. 
FONTES JURÍDICAS 
O Protocolo de Brasília havia adotado a arbitragem 
como método de solução de controvérsias. 
Inicialmente provisória, essa adoção se confirmou 
como o Protocolo de Ouro Preto de 1994. 
O protocolo de Olivos prevê a possibilidade de os 
Estados membros optarem por escolher o foro 
regional ou multilateral (OMC) para solucionar o 
conflito. 
Se escolhido o regional, não se poderá recorrer ao 
Multilateral. (art. 1º). 
Veja os Laudos do Mercosul. 
 
 
ESTRUTURA DE SOLUÇÃO DE 
CONTROVÉRSIAS 
Negociação direta: (art. 4º) Prazo 15 dias. 
Intervenção do GMC – as partes podem optar pela negociação 
coletiva via GMC ou recorrer diretamente ao proc. Arbitral. 
(art. 6º, 1). 
Procedimento Arbitral: composto de duas instâncias 
Grau de Recurso; Tribunal Permanente de Recursos (art. 17). 
Possibilidade de revisão do laudo arbitral. 
Recurso deve versar unicamente sobre questões de direito. 
A decisão é tomada por maioria. 
A decisão é irrecorrível. Caberá recurso de esclarecimento (15 
dias). Eventuais divergências sobre o cumprimento do laudo 
serão submetidas ao próprio Tribunal (art. 30). 
Mais detalhes 
 
 
SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS 
VEJA AINDA… 
 
 
Solução de controvérsias no MERCOSUL 
(link) 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Eliane Octaviano Martins – Sistema de solução de 
controvérsias do Mercosul (artigo). 
Larissa Basso – As decisões arbitrais do Mercosul e os 
Princípios da Integração no bloco (artigo). 
Joseli Gomes – Uma análise da proteção do 
consumidor no Mercosul (artigo). 
Sonia Camargo - O Processo de Integração Regional: 
Fronteiras Abertas para os Trabalhadores do Mercosul 
(artigo). 
Integração e democracia – Wilson Almeida e Hadassah 
Santana (artigo) 
O MERCOSUL (link) 
ARAUJO, Luis Ivani de Amorim. Das organizações internacionais. Rio 
de Janeiro: Forense, 2002. 
BERTOLDI, Marcelo M. aspectos jurídicos fundamentais do 
Mercosul. In Temas da Advocacia empresarial. Curitiba: Juruá, 1999. 
p. 203-220. 
GOMES, Eduardo Biacchi. Blocos econômicos – solução de 
controvérsias: uma análise comparativa a partir da União Européia e 
Mercosul, 2.ed., Curitiba: Juruá, 2006. 
JO, Hee Moon. Introdução ao direito internacional, 2. ed., São Paulo: 
LTr, 2004. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
2.4 – ORGANIZAÇÃO 
MUNDIAL DO COMÉRCIO 
Fundada em 1995 como sucessora do GATT. 
É o principal órgão internacional de 
regulamentação comercial. 
Tem por objetivo liberalização do comércio 
mundial. 
É estruturada em torno de dois tipos de acordos: 
multilaterais (obrigam todos os membros da OMC) 
e plurilaterais (facultativos, obrigando apenas os 
interessados). 
http://www.wto.org/ 
CARACTERÍSTICAS 
É composta de diversos países que se dividem em 
desenvolvidos, em desenvolvimento e menos 
desenvolvidos; 
Teoricamente há maiores privilégios para os países 
menos desenvolvidos e em desenvolvimento (por 
exemplo cláusula de equiparação). 
Atualmente há nova rodada de negociações 
envolvendo: (i) implantação da OMC; (ii) agricultura; 
(iii) comércio e investimento;(iv) serviços, (v) 
propriedade intelectual; (vi) transparência em 
compras governamentais; (vii) práticas de 
concorrência; (viii) acesso a mercado para produtos 
não agrícolas; (ix) antidumping e subsídios; (x) solução 
de controvérsias; meio ambiente. 
HISTÓRICO 
Fórum de negociação (art. 3º do Tratado 
de Marrakesh). 
Também administração a solução de 
controvérsias envolvendo comércio 
internacional (art. 3º). 
As negociações lá travadas acabariam 
constituindo obrigações a serem 
cumpridas pelos Estados. 
FUNÇÕES 
Administrar os acordos comerciais e fazê-los 
cumprir; 
Fórum de negociações comerciais; 
Monitoramento das políticas comerciais nacionais; 
Solução de controvérsias; 
Assistência técnica e treinamento. 
 
Objetivo: liberalização do comércio 
Tratados 
FUNÇÕES 
Não Discriminação - Está contido no Art. I e no Art. III do GATT 
1994 no que diz respeito a bens e no Art. II e Art. XVII do 
Acordo de Serviços. 
Nação mais favorecida (Art. I) - um país é obrigado é 
estender aos demais Membros qualquer vantagem ou 
privilégio concedido a um dos Membros. 
Princípio do tratamento nacional (Art.III) - impede o 
tratamento diferenciado de produtos nacionais e 
importados. 
Previsibilidade: consolidação dos compromissos tarifários 
para bens e das listas de ofertas em serviços, além das 
disciplinas em outras áreas da OMC, como TRIPS, TRIMS, 
Barreiras Técnicas e SPS que visam impedir o uso abusivo dos 
países para restringir o comércio. 
 
PRINCÍPIOS GERAIS 
Concorrência Leal: A OMC tenta garantir não só um comércio mais 
aberto mas também um comércio justo, coibindo práticas 
comerciais desleais como o dumping e os subsídios, que distorcem 
as condições de comércio entre os países. 
Proibição de Restrições Quantitativas: O Art. XI do GATT 1994 
impede o uso de restrições quantitativas (proibições e quotas) como 
meio de proteção. 
Tratamento Especial e Diferenciado para Países em 
Desenvolvimento: Este princípio está contido no Art. XXVIII bis e na 
Parte IV do GATT 1994. Lista-se uma série de medidas mais 
favoráveis aos países em desenvolvimento que os países 
desenvolvidos deveriam implementar. 
PRINCÍPIOS GERAIS 
Conferência ministerial: órgão decisório, formado por 
representantes de cada país membro com capacidade 
de tomar decisões. 
Conselho Geral: reune-se sempre que necessário e é 
constituído de representantes de todos os membros. 
Reune-se como órgão de solução de controvérsias e 
órgão de exame de das políticas comerciais. 
Conselhos setoriais. Submetidos ao Conselho Geral 
referem-se a áreas específicas (Comércio, Serviços, 
Propriedade intelectual, etc.). 
Comitês especializados e Secretariado. 
ÓRGÃOS 
A OMC e os Direitos humanos – Rogério 
Taiar e Camilla Capucio (artigo) 
A Organização Mundial do Comércio 
(livro) 
Entendendo a OMC (manual) 
A Organização Mundial do Comércio 
(livro). 
SUGESTÃO DE LEITURA 
AGUILLAR, Fernando Herren. Direito econômico, 2. ed., São Paulo: 
Atlas, 2009. 
BARRAL, Welber (org.) O Brasil e a OMC: os interesses brasileiros e 
as futuras negociações multilaterais. Florianópolis: Diploma Legal, 
2000. 
LAFER, Celso. A OMC e a regulamentação do comércio internacional: 
uma visão brasileira. Porto Alegre: Livraria do advogado, 1998. 
THORSTENSEN, Vera; JANK, Marcos S (coord.). O Brasil e os grandes 
temas do Comércio Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2005. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
2.4.1 – DEFESA COMERCIAL 
O comércio internacional se diferencia do comércio 
interno pela diversidade de encargos fiscais, trabalhistas 
e pela existência de barreiras aduaneiras. 
A liberalização do comércio compreende justamente a 
eliminação desses obstáculos. 
Por outro lado, a liberalização tem na concorrência um 
de seus pilares. 
Esta concorrência deve ser leal e quando desenvolvida 
de forma saudável beneficia mercado e consumidor. 
Leia mais (artigo). 
DEFESA COMERCIAL 
O que é? 
Quando preço praticado no mercado exportador é 
inferior ao praticado no mercado importador. 
Causa dano ou ameaça de dano à indústria nacional 
do mercado importador. 
Comprovado que o dano decorre desta prática (nexo 
de causalidade), o país importador poderá impor 
medidas antidumping ao produto importado, 
normalmente relacionadas com a cobrança de 
percentual do valor do produto (de modo a torná-lo 
mais caro). 
DUMPING = PREÇO DE EXPORTAÇÃO < VALOR 
NORMAL 
DUMPING 
EXEMPLO 
Diferenciações 
Underselling - venda de um produto a um preço 
abaixo de seu custo de produção. 
Preço predatório- venda abaixo do preço normal 
com intenção clara de eliminação da 
concorrência. 
Dumping é distinto de ambos: não há necessidade 
de o preço ser inferior ao custo, nem a existência 
da “intenção” . 
Dumping ≠ subsídios; 
Dumping ≠ antitrust 
DUMPING 
“Para as finalidades do presente Acordo 
considera-se haver prática de dumping, isto é, 
oferta de um produto no comércio de outro 
país a preço inferior a seu valor normal, no 
caso de o prego de exportação do produto 
ser inferior àquele praticado no curso normal 
das atividades comerciais para o mesmo 
produto quando destinado ao consumo no 
país exportador.” (art. II, 1, Acordo 
Antidumping) 
 
CONCEITO JURÍDICO 
Segundo Barral há “tentativa de ampliar o 
conceito de dumping para caracterizar a 
concorrência internacional firmada sobre 
diferenças estruturais entre países 
desenvolvidos e em desenvolvimento.” (p.13) 
Dumping social 
Dumping cambial 
Dumping ambiental. 
NOVOS TIPOS 
DE DUMPING 
Incluído na rodada Uruguai, redundou no 
acordo antidumping (AARU). 
O instrumento é marcado pela tentativa de 
limitar o acesso às medidas antidumping 
(muito utilizadas como medidas de 
protecionismo). 
Isso deve ao apelo político da medida e a 
desnecessidade de concessão de benefícios 
aos estados exportadores (que acontece 
quando aplicadas salvaguardas). 
DUMPING 
Tipificação – medidas antidumping somente podem ser 
aplicadas nos casos previsto no art. VI do GATT. 
Exclusividade – nenhuma outra medida contra dumping 
pode ser adotada fora daquelas previstas no AARU. 
Objetividade – as medidas devem ser aplicadas de forma 
a neutralizar ou impedir o dumping 
Não-cumulação – não se pode aplicar, ao mesmo tempo, 
medidas compensatórias e antidumping. 
Princípio da isenção tributária limitada – isenção de 
tributos ao produto nacional, os quais possam recair 
sobre produto similar importador não enseja 
antidumping. 
 
PRINCÍPIOS 
Caracterização do dumping: somente se aplicam 
os direitos antidumping se houver “ introdução de 
um produto a preço inferior ao normal, no 
mercado importador.” (Barral, p. 179) 
A comparação do valor se dá com o produto 
similar (AARU, art. 2.8). 
Exceções: não há vendas de produtos similares 
ou comparação não é possível em razão de 
condições específicas do mercado. Neste caso a 
comparação será feita com preço de exportação 
para terceiro país ou com o cálculo dos custos 
envolvidos. 
ELEMENTOS 
Determinação do dano: deve existir dano material 
a uma indústria nacional, ameaça de dano 
material a uma indústria nacional ou atraso real na 
implantação de indústria nacional. 
A prova é indispensável, levando-se em conta 
critérios objetivos: (i) volume das importações 
com dumping e (ii) seus efeitos sobre os preços 
domésticos e o impacto sobre a indústria 
nacional do produto similar. 
É indispensável demonstrar que é a importação 
com dumping que causa dano à indústria 
nacional (nexo de causalidade). 
ELEMENTOS 
Medidas temporárias – antes de encerrado o 
procedimento para apuração do dumping. 
Estas medidas poderão ser aplicadas 
(i) se a investigaçãotiver sido iniciada, o 
aviso dela publicado e a oportunidade de 
defesa ter sido dada; 
(ii) tenha ocorrido uma determinação 
preliminar de dumping; 
(iii) as medidas sejam necessárias para 
impedir a continuidade do dano. 
 
 
MEDIDAS TEMPORÁRIAS 
A decisão sobre a imposição ou não de um direito 
antidumping (desde que preenchidos os 
requisitos) é de competência do país-membro. 
A imposição se dá sobre a totalidade da margem 
de dumping. 
Esta medida permanecerá em vigor enquanto 
perdurar a necessidade de evitar a prática de 
dumping. 
Uma vez aplicada a medida, deve ser oportunizado 
ao país membro meios adequados de questionar 
sua aplicação. 
IMPOSIÇÃO DE DIREITOS 
ANTIDUMPING 
Caso não se alcance solução amigável a questão é 
encaminhada a OSC. 
Exemplos: 
Venezuela (bens tubulares para a exploração de 
petróleo); 
EUA (tomates secos provenientes do México) 
Guatemala (cimento Portland proveniente do México) 
EUA (uréia sólida proveniente da Alemanha) 
Filipinas (coco seco) 
EUA (suco de laranja proveniente do Brasil) 
EUA (algodão proveniente do Brasil) 
 
EXEMPLOS 
VEJA AINDA… 
 
Dumping (link) 
 
E leia: 
Dumping e Direito internacional econômico 
(artigo) 
A definição do produto nas investigações de 
dumping (artigo). 
BARRAL, Welber. Medidas antidumping. In BARRAL, Welber 
(org.) O Brasil e a OMC: os interesses brasileiros e as futuras 
negociações multilaterais. Florianópolis: Observador Legal, 
2000. p. 391-410. 
BARRAL, Welber. Dumping e comércio internacional: a 
regulamentação antidumping após a rodada Uruguai. Rio de 
Janeiro: Forense, 2000. 
MARQUES, Frederico do Valle Magalhães. O ‘dumping’ na 
Organização Mundial do Comércio e no Direito brasileiro – 
Decreto n. 1602/95. in CASELLA, Paulo Borba; MERCADANTE, 
Araminta de Azevedo (Coords.) Guerra Comercial ou 
Integração Mundial pelo Comércio? A OMC e o Brasil. São 
Paulo: LTr, 1998, p. 291-329. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
2.4.2 – SUBSÍDIOS E MEDIDAS 
COMPENSATÓRIAS 
“(…) vantagem indevida concedida pelo 
Estado, e que beneficia determinadas 
empresas ou setores.” (Casella, p. 371) 
Por que são problemáticas? 
Introduzem desequilíbrios no mercado 
criando concorrência desleal; 
Diferenciam-se do dumping pois são atos de 
Estado. 
A questão que fica é aberto é: qual o limite 
da atuação do Estado na economia? 
SUBSÍDIOS 
Limites de sua definição são muito 
imprecisos: 
Doações e empréstimos a baixo custo são 
claras formas de subsídios; 
Investimento em infra-estrutura, pesquisa, 
educação também seriam? 
A questão passa a ser política quando 
envolve proteção de importantes setores 
comerciais e industriais (vide questão agrícola 
européia). 
SUBSÍDIOS 
São definidos como incompatíveis com o livre 
comércio (art. VI do GATT). 
Há nítida tentativa de institucionalização da 
discussão: cria-se Acordo que é obrigatório 
para todos os membros da OMC. 
Também é criado Comitê de Subsídios e 
medidas Compensatórias que analisa os 
subsídios introduzidos ou mantidos pelos 
membros. 
REGULAMENTAÇÃO 
Qualquer subsídio deve ser notificado ao 
Comitê de forma a permitir sua avaliação. 
Além disso, qualquer membro pode 
solicitar informações sobre a natureza de 
subsídio concedido (art. 25.9 do Acordo). 
Os subsídios proibidos são autorizados aos 
países em desenvolvimento. 
 
 
REGULAMENTAÇÃO 
Art. 1° do Acordo: 
 Haja contribuição financeira por um governo ou órgão público: 
 (i) quando a prática do governo implique transferência direta de fundos (por 
exemplo, doações, empréstimos e aportes de capital), potenciais 
transferências diretas de fundos ou obrigações (por exemplo garantias de 
empréstimos); 
 (ii) quando receitas públicas devidas são perdoadas ou deixam de ser 
recolhidas (por exemplo, incentivos fiscais tais como bonificações fiscais); 
 (iii) quando o governo forneça bens ou serviços além daqueles destinados a 
infra-estrutura geral ou quando adquire bens; 
 (iv) quando o Governo faça pagamentos a um sistema de fundos ou confie ou 
instrua órgão privado a realizar uma ou mais das funções descritas nos incisos 
(i) a (iii) acima, as quais seriam normalmente incumbência do Governo e cuja 
prática não difira de nenhum modo significativo da prática habitualmente 
seguida pelos governos; 
HIPÓTESES 
Especificidade – subsídio é caracterizado pela 
especificidade. Se for generalizado não é subsídio 
(art. 2°). 
Caracterizam-se como especificidade (segundo 
Departamento de Comércio Americano): 
Limitação jurídica de acesso; 
Pouco acesso fático; 
Discricionaridade na concessão. 
Dano: a ilegalidade do subsídio está condicionada 
à apuração de dano. 
CARACTERÍSTICAS 
Proibidos: são os subsídios que se 
fundamentam no fomento à exportação ou 
substituição de importações de produtos não 
agrícolas (art. 3°); 
Permitidos: subsídios não específicos ou 
destinados a desenvolvimento (por exemplo, 
pesquisa e educação, auxílio a regiões menos 
desenvolvidas, auxílio em razão de exigências 
ambientais). De qualquer forma devem ser 
notificados ao Comitê (arts. 8° e 9°). 
 
TIPOS DE SUBSÍDIOS 
Para subsídios proibidos (art. 4°): 
 
PROCEDIMENTO 
1. Negociação 
(30 dias) 
Solução 
amigável 
2. Abertura de 
painel 
3. Recurso Solução 
Retirado 
Não 
retirado 
4. Retaliação 
Subsídios acionáveis: auxílios 
governamentais que podem causar prejuízos 
aos interesses econômicos de outro membro 
(vinculados ao comércio internacional) (art. 
5°): 
Dano à indústria doméstica; 
Anulação de benefícios; 
Prejuízo grave (impedimento de 
importação de produtos similares ou 
crescimento não razoável do market share). 
 
TIPOS DE SUBSÍDIOS 
Para subsídios acionáveis (art. 5°): 
 
PROCEDIMENTO 
1. Análise 
prévia dos 
efetiso 
adversos 
Solução 
amigável 
2. Abertura de 
painel 
3. Recurso Solução 
Retirado 
Não 
retirado 
4. Retaliação 
Determina o valor das medidas 
compensatórias. 
A competência para apuração é das 
autoridades nacionais (art. 14). 
Esta competência deve estar lastreada em 
legislação nacional e apresentar método 
claro e específico de quantificação. 
Relacionado à apuração do dano 
MONTANTE 
A determinação de dano será baseada em provas 
positivas e compreenderá exame objetivo (art. 15): 
(a) do volume das importações subsidiadas e de 
seu efeito sobre os preços dos produtos 
similares no mercado nacional; e 
(b) o conseqüente impacto dessas importações 
sobre os produtores nacionais de tais produtos. 
 
Em suma: dano material à indústria doméstica; 
ameaça de um tal dano ou atraso para 
estabelecimento de tal indústria. 
DANO 
“O exame do impacto das importações subsidiadas sobre a 
produção nacional incluirá avaliação de todos os fatores e 
índices econômicos relevantes relacionados com o estado 
da produção, inclusive redução real ou potencial da 
produção, vendas, participação no mercado, lucros, 
produtividade, retorno de investimentos ou utilização da 
capacidade, fatores que afetem os preços internos, efeitos 
negativos reais ou potenciais sobre o fluxo de caixa, 
estoques, emprego, salários, crescimento, capacidade de 
levantar capital ou investimentos e, quando se trate de 
agricultura, se houve sobrecarga nos programas 
governamentais de apoio. Essa lista não é exaustiva, nem 
poderá um desses fatores ou um conjunto deles fornecer 
orientação decisiva.” (art. 15.4) 
 
DANO 
São as medidas cabíveis quando identificados 
subsídios e seus montantes. 
Tem por objetivo eliminar os efeitos danosos 
do subsídio. 
São aplicados na forma de “tributo especial”. 
São aplicados por meio de procedimentos 
administrativosdo próprio país prejudicado. 
Apesar da competência nacional devem 
obedecer certas regras previstas no Acordo. 
 
MEDIDAS 
COMPENSATÓRIAS 
A reclamação deve ser formulada de forma 
escrita por mais da metade da indústria 
nacional da mercadoria (art. 11.4). 
A reclamação deve comprovar o subsídio, os 
danos e a relação de causa e efeito entre 
eles. 
Há exigência de publicidade (informação e 
das decisões), contraditório (oitiva de todos 
os interessados), ampla defesa (possibilidade 
de revisão das medidas) 
MEDIDAS 
COMPENSATÓRIAS 
Caso do Algodão (DS267) envolvendo a 
concessão, pelos EUA, de subsídios. 
Caso do Açúcar (DS 266) envolvendo 
concessão, pela Europa, de subsídios. 
Caso Embraer (DS46) envolvendo 
financiamento à exportação de aeronaves. 
Caso do Coco em pó (DS30) 
EXEMPLOS 
2.4.3 – SALVAGUARDAS 
São medidas que visam 
“aumentar, temporariamente, a proteção para 
uma indústria doméstica que esteja sofrendo 
prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave 
decorrentes do aumento de importação de 
rpodutos que se destinem ao mesmo mercado 
em que esssa indústria atua” (THORSTENSEN, 
p.159) 
Não visam defesa contra práticas desleais, mas ao 
prejuízo causado por aumento abrupto de 
importações (cláusula de escape). 
SALVAGUARDAS 
Países protecionistas que passam por 
períodos de abertura do mercado; 
Proteção a setores que perdem 
competitividade (sunset industries) de 
modo a permitir período de adaptação; 
Países com problemas de balança de 
pagamentos. 
HIPÓTESES 
Aumento das importações deve ter 
ocorrido por circunstância imprevista; 
Aumento, absoluto ou relativo, das 
importações pode causar ou causa 
prejuízo (art. 2° e 4°). 
Investigação (art. 3°) e comprovação do 
dano ou ameaça. 
REQUISITOS 
Geral: Acordo sobre Salvaguardas (ASG) 
Específica: têxteis e agropecuários. 
Medidas de Salvaguarda Provisória: são aplicadas em circunstâncias 
críticas, nos casos em que qualquer demora possa causar prejuízo 
grave de difícil reparação, devendo ser aplicadas em forma de 
elevação do imposto de importação. Sua aplicação terá duração 
máxima de duzentos dias, podendo ser suspensa por decisão 
interministerial antes do prazo final estabelecido. (art. 6°) 
Medidas de Salvaguarda Definitiva: são aplicadas, na extensão 
necessária, para prevenir ou reparar o prejuízo grave e facilitar o 
ajustamento da indústria doméstica, serão aplicadas em forma de 
elevação do imposto de importação ou restrições quantitativas. Sua 
aplicação terá duração de 4 anos, podendo ser estendida (art. 7°). 
REGULAMENTAÇÃO 
elevação do imposto de importação; 
restrições quantitativas (distribuição de quotas), 
considerando a média das importações nos últimos 
três anos, a não ser que exista uma justificativa clara 
de que é necessário um nível diferente para prevenir a 
ameaça de prejuízo grave ou reparar o prejuízo grave. 
Na aplicação da medida de salvaguarda, a indústria 
doméstica deverá apresentar programa de ajuste a ser 
implementado durante a vigência da medida. 
A medida será aplicada pela autoridade nacional 
competente após procedimento administrativo . 
APLICAÇÃO 
Caso do Aço (DS248) (EUA x Europa); 
Caso dos calçados (DS121) (Argentina x 
Europa); 
Caso Line Pipe (DS202); 
 
 
 
EXEMPLOS 
2.4.4 – OUTRAS FORMAS DE 
DEFESA 
Existem dois tipos de barreiras ao 
comércio internacional: tarifárias e não 
tarifárias. 
Barreiras tarifárias: impostos levantados por 
governos estrangeiros sobre os bens 
importados. As tarifas aumentam o preço com 
que os bens importados são vendidos naquele 
país, tornando-os, portanto, menos 
competitivos em relação aos bens produzidos 
localmente. 
 
 
BARREIRAS 
 COMERCIAIS 
Barreiras não-tarifária: não se referem ao pagamento de impostos. 
Podem decorrer da necessidade de atendimento a requisitos 
técnicos ou administrativos. Exemplos: 
barreiras técnicas, 
quotas de importação, 
controles cambiais, 
 licenciamento de importação (automático ou não), proibição 
total ou temporária, 
estabelecimento de preços mínimos ou de referência, inspeção 
prévia, serviços ou componentes nacionais obrigatórios, 
Exigências especiais de embalagem, rotulagem, etc. 
Agente governamental importador único ou condições especiais 
para compras estatais; 
Vigilância sanitária na importação. 
 
 
BARREIRAS 
 COMERCIAIS 
São barreiras comerciais derivadas da utilização de 
normas ou regulamentos técnicos não transparentes ou 
que não se baseiam em normas internacionalmente 
aceitas ou, ainda, decorrentes de procedimentos da 
avaliação da conformidade não transparentes e/ou 
dispendiosos, bem como de inspeções excessivamente 
rigorosas. 
 Objetivos legítimos: aqueles implementados como requisitos de 
segurança nacional, de prevenção de práticas desleais de 
comércio, de proteção da saúde e de segurança humana, de 
proteção da saúde animal e vegetal e de proteção do meio-
ambiente; 
 
 
BARREIRAS 
TÉCNICAS 
Medidas sanitárias: necessidade de 
implementação de processo específico de 
produção; Requisitos de origem; Quarentena; 
Inspeção e certificação (inclusive amostragem e 
análise; Rotulagem; Restrições quanto a 
composição (aditivos, resíduos, etc.). 
Medidas ambientais: medidas protetivas de fauna 
e flora, etc. 
Medidas de consumo: proibição de certas 
substâncias potencionalmente danosas, 
rotulagem, etc. 
PRÁTICA 
Tem por objetivo encorajar o 
desenvolvimento de normas e sistema de 
avaliação de conformidade de modo a não 
criar obstáculos ao comércio. 
Discussões no órgão de solução de 
controvérsias giram em torno do conceito 
de tratamento nacional e não 
discriminação. 
 
ACORDO SOBRE 
BARREIRAS TÉCNICAS 
Limitação de acesso de carne bovina in natura na Europa, EUA e 
Japão proveniente de países em que a febre aftosa não foi 
erradicada; 
Castanha do Pará e limitação de seu ingresso na Europa em razão da 
aflatoxina. 
Soja exportada para Europa e a necessidade de certificação acerca 
da trangenia. 
Caso dos padrões para Gasolina (EUA x Brasil); 
Caso da classificação aduaneira do frango desossado congelado 
(DS269); 
Caso do Amianto (DS135) (Canadá x Europa); 
Caso dos Golfinhos 
Caso dos hormônios - proibição de importação de carne boniva 
 
 
EXEMPLOS 
VEJA AINDA… 
 
Barreiras sanitárias (link) 
Barreiras tributárias (link) 
 
E leia: 
Luiz Henrique Maisonnett – Barreiras 
técnicas na OMC (dissertação) 
 
BARRAL, Welber (Org.). O Brasil e a OMC: os interesses 
brasileiros e as futuras negociações multilaterais. 
Florianópolis: Diploma Legal, 2000. 
CASELLA, Paulo Borba; MERCADANTE, Araminta de 
Azevedo (Coords.) Guerra Comercial ou Integração 
Mundial pelo Comércio? A OMC e o Brasil. São Paulo: LTr, 
1998. 
LIMA, Maria Lúcia L. M. Padua; ROSENBERG, Barbara 
(Coord.). O Brasil e o Contencioso na OMC. São Paulo: 
Saraiva, 2009. Tomos I e II. 
THORSTENSEN, Vera; JANK, Marcos S. (Coord.). O Brasil e 
os grandes temas do comércio internacional. São Paulo: 
Aduaneiras, 2005. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
2.4.6 – SOLUÇÕES DE 
CONTROVÉRSIAS 
Uma terceira e muito importante função da OMC é a 
administração do Sistema de Solução de Controvérsias da 
OMC. 
O GATT não continha regras sobre um sistema para a solução 
de controvérsias entre as partes contratantes. 
Isso porque, como foro de negociações que era, o GATT 
ressaltava a solução diplomática dos conflitos. 
O desenvolvimento do comércio internacional após a Guerra 
Fria também gerou o aumento dos conflitos dele oriundos. 
Nessa medida se fez necessária a criação de instrumentos de 
solução de controvérsias eficientes dentro da organização da 
OMC (até mesmo porque os órgãosjurisdicionais nacionais 
não são adequados para esta tarefa). 
 
SOLUÇÃO DE 
CONTROVÉRSIAS 
O sistema do GATT, no entanto, possuia uma grande falha: a 
possibilidade de qualquer país bloquear as decisões (ou seja, 
ela somente seria aplicada se houvesse consenso). 
Barral destaca, ainda: 
A) linguagem vaga, com poucas definições sobre o 
procedimento; 
b) pouca transparência sobre o procedimento e os acordos 
eventualmente adotados pelas partes contratantes 
envolvidas na controvérsia; 
C) existência de vários procedimentos, a depender da 
matéria em discussão; 
d) pressão dos governos mais poderosos sobre os membros 
do painel. 
Solução de controvérsias 
Um dos temas de reforma da Rodada Uruguai era, 
justamente, o sistema de solução de controvérsias. 
Estabelecido pelo Entedimento sobre solução de 
controvérsias (ESC) (DSU – dispute settlement 
understanding) em 1994. 
Tem por objetivo dotar o sistema de segurança e 
previsibilidade. 
 A solução, contudo, contém “o unilateralismo político 
da interpretação e da aplicação de represálias” (Lafer) 
Segundo a doutrina sua maior importância consiste na 
aplicação efetivas das sanção. 
 
 
 
SOLUÇÃO DE 
CONTROVÉRSIAS 
“O Sistema de Solução de Controvérsias da OMC é 
elemento central para trazer segurança e 
previsibilidade ao sistema multilateral de comércio. Os 
Membros reconhecem que ele serve para preservar os 
direitos e as obrigações dos Membros sob os acordos 
abrangidos, e para esclarecer os dispositivos daqueles 
acordos existentes segundo as regras habituais de 
interpretação do direito internacional público. As 
recomendações e as decisões do DSB não podem 
aumentar ou diminuir os direitos e as obrigações 
estabelecidas nos acordos abrangidos.” (Artigo 3.2 do 
ESC) 
ESC 
“O objetivo do mecanismo de solução de 
controvérsias é dar solução positiva a uma 
controvérsia. Uma solução mutuamente 
aceitável às partes em disputa e, 
consistente com os acordos abrangidos, é 
sem dúvida preferida”. (Art. 3.7 ESC) 
ESC 
Segundo Barral as principais características do sistema são: 
1. Trata-se de um sistema quase judicial, tornado 
independente das demais partes contratantes e dos demais 
órgãos da OMC; 
2. cria um mecanismo obrigatório para os Membros da OMC, 
sem necessidade de acordos adicionais para firmar a 
jurisdição daquela organização internacional em matéria de 
conflitos relativos a seus acordos; 
3. O sistema é quase automático, e somente poderá ser 
interrompido pelo consenso entre as partes envolvidas na 
controvérsia, ou pelo consenso entre todos os Membros da 
OMC para interromper uma fase (“consenso reverso”); 
CARACTERÍSTICAS 
4. O sistema pode interpretar as regras dos acordos da 
OMC, mas não aumentar nem diminuir os direitos e 
obrigações de seus Membros; 
5. O sistema termina com a possibilidade, várias vezes 
adotada durante o GATT, de que um Membro da OMC 
possa impor sanções unilaterais em matéria comercial, 
sem que a controvérsia tenha sido previamente 
avaliada pela OMC; 
6. Finalmente, o ESC determina a exclusividade do 
sistema para solucionar controvérsias envolvendo 
todos os acordos da OMC, eliminando desta forma a 
proliferação de mecanismos distintos, como ocorria à 
época do GATT-1947. 
 
CARACTERÍSTICAS 
Ao contrário do GATT, mais lastreado na prática 
reiterada, o ESC trata-se de tratado internacional (rule-
guided). 
O ESC promoveu a uniformização do modelo de 
procedimento, independentemente da matéria. 
O sistema de solução de controvérsias é competente 
para resolver quaisquer controvérsias entre os 
Membros da OMC que derivem dos acordos firmados 
no âmbito da OMC, inclusive de seu acordo 
constitutivo (art. 1.1). 
Alguns acordo possuem procedimentos adicionais (art. 
1.2). 
REGULAMENTAÇÃO 
No procedimento não se questionará o 
acordo da OMC ou as normas do GATT, 
mas a interpretação dada pelos diferentes 
interessados que possuem status jurídico 
igual. 
A OMC não estabelece sanção, mas 
mecanismo de compensação. 
 
 
REGULAMENTAÇÃO 
A reclamação de um membro tem que 
estar fundamentada: 
No fato de que qualquer benefício decorrente 
do acordo estar sendo anulado ou prejudicado 
(nullification); 
No fato de que se está impedido alcançar 
qualquer objetivo do acordo estar sendo 
impedido (impairment). 
RECLAMAÇÃO 
Ao mesmo tempo, o membro precisa demonstrar que: 
 (a) falha de outro Membro em cumprir as obrigações previstas no 
acordo (“reclamação por violação”); ou 
 (b) aplicação por outro Membro de qualquer medida, conflitante 
ou não com as regras do acordo (“reclamação sem violação”); ou 
 (c) existência de qualquer outra situação (“reclamação 
situacional”). 
Importante: o Membro reclamante precisa demonstrar apenas que 
a medida ou legislação nacional reclamada conflita com uma regra 
vigente do conjunto normativo da OMC. Comprovado este conflito, 
presume-se que haja uma diminuição dos benefícios acordados, 
sem que o Membro reclamante tenha que comprovar efetivamente 
esses prejuízos. 
FUNDAMENTO 
Discricionaridade ampla – não se exige 
interesse “jurídico” para reclamação. 
“… acreditamos que um Membro tem a 
discricionariedade ampla para decidir trazer 
um caso contra outro Membro sob o DSU. 
A linguagem do Artigo XXIII:1 do GATT 1994 
e do Artigo 3.7 do DSU sugere, além disso, 
que é esperado de um Membro analisar e 
auto-regular para determinar se um caso é 
frutífero ou não.” (Caso Bananas III) 
INTERESSE 
Acesso ao Sistema de Solução de Controvérsias da OMC é limitado aos 
Membros da OMC. 
 “Pode ser relevante enfatizar que o acesso ao processo de solução de 
controvérsias da OMC é limitado aos Membros da OMC. Esse acesso 
não está disponível, segundo o acordo da OMC e os acordos abrangidos 
da forma em que existem atualmente, aos indivíduos ou às organizações 
internacionais, governamentais ou não-governamentais. Somente os 
Membros podem ser partes em uma disputa submetida a um painel, e 
somente Membros "que tenham um interesse substancial em uma 
matéria que está sendo analisada por um painel”, podem se transformar 
em terceira parte nos procedimentos do painel. Assim, de acordo com o 
DSU, somente Membros que são partes em uma controvérsia, ou que 
notificaram ao DSB seu interesse em se tornar terceiras partes em tal 
controvérsia, têm um direito legal de apresentar petições e tê-las 
consideradas por um painel.” (Órgão de apelação – Caso Camarões). 
Possibilidade de terceiros participarem desde que guardem substancial 
interesse. 
PARTES 
O ESC prevê em diversas passagens a 
necessidade de tratamento especial aos 
países em desenvolvimento. Normalmente 
são expressões gerais e mais destinadas à 
retórica. 
Uma medida é destacada: determina que o 
Secretariado da OMC preste assistência 
jurídica adicional aos países em 
desenvolvimento, mas resguardando sua 
imparcialidade 
PAÍSES EM 
 DESENVOLVIMENTO 
No caso Bananas III (CE x Santa Lucia) 
consolidou-se o entendimento de que 
pode haver a participação de advogados 
privados no sistema de solução de 
controvérsias da OMC, desde que sejam 
indicados como componentes da 
delegação oficial dos Membros envolvidos. 
ADVOGADOS 
Um problema correlato se refere à intervenção de 
organizações não-governamentais no sistema de 
solução de controvérsias da OMC. 
Essas entidades não têm direito de ser parte no 
procedimento, e seus interesses teriam que ser 
apresentados aos respectivos governos. 
O problema concreto surgiu quando o Órgão de 
Apelação, no caso Bismuto, aceitou pareceres não 
solicitados. 
A questão ainda é debatida. 
AMICUS CURIAE 
Desta forma, o ESC prevê, como instâncias obrigatórias, as consultas entre 
os Membros envolvidos na controvérsia e a decisão quase-judicial

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