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O AÇO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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Revista Eletrônica de Ciências 
São Carlos, domingo, 6 de 
março de 2005. 
Número 22, Outubro / Novembro / 
Dezembro de 2003 Artigo 
O Aço na Construção Civil 
Henrique Ferraz 
Estudante de Arquitetura e Urbanismo da EESC-USP - Escola de Engenharia de São Carlos da 
Universidade de São Paulo 
e-mail: henriqueferraz_arqurb@yahoo.com.br 
Definições 
Um dos principais motivos que levaram ao tardio uso do ferro no Brasil (e 
conseqüentemente do aço), foram as altas temperaturas, necessárias para sua 
fabricação, e que encareciam seu processo de fabricação, dificultando tanto a 
popularização quanto a comercialização. Para definirmos o que é aço, 
partiremos de seu processo de fabricação, a partir do minério de ferro: sua 
matéria prima. 
A usina siderúrgica é a empresa responsável pela transformação do minério de 
ferro em aço, de maneira que ele possa ser usado comercialmente. Este 
processo tem o nome de Redução. Primeiramente, o minério – cuja origem 
básica é o óxido de ferro (FeO) – é aquecido em fornos especiais (alto fornos), 
em presença de carbono (sob a forma de coque ou carvão vegetal) e de 
fundentes (que são adicionados para auxiliar a produzir a escória, que, por sua 
vez, é formada de materiais indesejáveis ao processo de fabricação). O 
objetivo desta primeira etapa é reduzir ao máximo o teor de oxigênio da 
composição FeO. A partir disso, obtém-se o denominado ferro-gusa, que 
contem de 3,5 a 4,0% de carbono em sua estrutura. Como resultado de uma 
segunda fusão, tem-se o ferro fundido, com teores de carbono entre 2 e 6,7%. 
Após uma análise química do ferro, em que se verificam os teores de carbono, 
silício, fósforo, enxofre, manganês entre outros elementos, o mesmo segue 
para uma unidade da siderúrgica denominada aciaria, onde será finalmente 
transformado em aço. O aço, por fim, será o resultado da descarbonatação do 
ferro gusa, ou seja, é produzido a partir deste, controlando-se o teor de 
carbono para no máximo 2%. O que temos então, é uma liga metálica 
constituída basicamente de ferro e carbono, este último variando de 0,008% 
até aproximadamente 2,11%, além de certos elementos residuais resultantes 
de seu processo de fabricação. O limite de 0,008% de carbono está 
relacionado à sua máxima solubilidade no ferro à temperatura ambiente 
(solubilidade é a capacidade do material de se fundir em solução com outro), 
enquanto que o segundo - 2,11% - à temperatura de 1148° C . 
Os aços diferenciam-se entre si pela forma, tamanho e uniformidade dos grãos 
que o compõem e, é claro, por sua composição química. Esta pode ser 
alterada em função do interesse de sua aplicação final, obtendo-se através da 
adição de determinados elementos químicos, aços com diferentes graus de 
resistência mecânica, soldabilidade, ductilidade, resistência à corrosão, entre 
outros. De maneira geral, os aços possuem excelentes propriedades 
mecânicas: resistem bem à tração, à compressão, à flexão, e como é um 
material homogêneo, pode ser laminado, forjado, estampado, estriado e suas 
propriedades podem ainda ser modificadas por tratamentos térmicos ou 
químicos. 
 
Rolos de aço laminados (chapas longas enroladas). 
A Estrutura do Aço 
O aço, como os demais metais, se solidifica pela formação de cristais, que vão 
crescendo a diferentes direções, formando os denominados eixos de 
cristalização. A partir de um eixo principal, crescem eixos secundários, que por 
sua vez se desdobram em novos eixos e assim por diante até que toda a 
massa do metal se torne sólida. O conjunto formado pelo eixo principal e 
secundários de um cristal é denominado dendrita. Quando duas dendritas se 
encontram, origina-se uma superfície de contato e ao término do processo de 
cristalização, formam cada uma os graõs que compõem o metal, de modo que 
todos os metais, após sua solidificação completa, são constituídos de inúmeros 
grãos, justapostos e unidos. 
 
Esquema estrutural de uma dentrita 
A formação de cristais no ferro ocorre segundo dois tipos de reticulados: o Ø e 
ß. Ambos fazem parte de um sistema cristalino cúbico, ou seja, a unidade 
básica do cristal tem a forma de um cubo. No primeiro tipo de reticulado (Ø) 
denominado cúbico de corpo centrado (CCC), ao isolar-se a unidade básica do 
cristal, verifica-se que os átomos de ferro localizam-se nos oito vértices e no 
centro do cubo, enquanto que no segundo (ß) agora denominado cúbico de 
face centrada, os átomos ficam posicionados nos oito vértices e no centro de 
cada face do cubo. 
 
Estrutura cúbica de corpo centrado e cúbica de face centrada: representação 
esquemática e tridimensional 
Além do ferro, o aço apresenta em sua constituição carbono e elementos de 
liga. Estes elementos vão formar junto com o ferro uma solução e, de acordo 
com a temperatura e a quantidade de carbono presente, haverá a presença de 
um determinado tipo de reticulado. 
O aço é constituído de um agregado cristalino, cujos cristais (grãos) se 
encontram justapostos. As propriedades dos aços dependem muito de sua 
estrutura cristalina, ou seja, de sua composição química, do tamanho dos 
grãos, de sua uniformidade. Os tratamentos térmicos bem como os trabalhos 
mecânicos modificam em maior ou menor intensidade alguns destes aspectos 
(arranjo, dimensões, formato dos grãos) e, conseqüentemente, podem levar a 
alterações nas propriedades de um determinado tipo de aço, conferindo-lhe 
características específicas: mole ou duro, quebradiço ou tenaz, etc. 
Tratamentos do Aço 
 
 
A usinagem do aço pressupõe sistemas altamente industrializados. 
Tratamentos térmicos são o conjunto de operações de aquecimento e 
resfriamento a que são submetidos os aços, sob condições controladas de 
temperatura, tempo, atmosfera e velocidade de esfriamento. O tratamento 
térmico é bastante utilizado em aços de alto teor de carbono ou com elementos 
de liga. Seus principais objetivos: 
i. aumentar ou diminuir a dureza; 
ii. aumentar a resistência mecânica; 
iii. melhorar resistência ao desgaste, à corrosão, ao calor; 
iv. modificar propriedades elétricas e magnéticas; 
v. remover tensões internas, provenientes por exemplo de resfriamento 
desigual; 
vi. melhorar a ductilidade, a trabalhabilidade e as propriedades de corte; 
Os principais parâmetros de influência nos tratamentos térmicos são: 
· aquecimento: geralmente realizado a temperaturas acima da crítica 
(723°), para uma completa “austenização” do aço. Esta austenização é 
o ponto de partida para as transformações posteriores desejadas, que 
vão acontecer em função da velocidade de resfriamento; 
· tempo de permanência à temperatura de aquecimento: deve ser o 
estritamente necessário para se obter uma temperatura uniforme 
através de toda a seção do aço; 
· velocidade de resfriamento: é o fator mais importante, pois é o que 
efetivamente vai determinar a estrutura e consequentemente as 
propriedades finais desejadas. As siderúrgicas escolhem os meios de 
resfriamento ainda em função da seção e da forma da peça. 
Dentre os tratamentos térmicos mais utilizados, encontram-se o recozimento, a 
normalização, a têmpera e o revenido. Vejamos a seguir as principais 
características de cada um: 
• No recozimento a velocidade de esfriamento é sempre lenta e o 
aquecimento pode ser feito a temperaturas superiores à crítica 
(recozimento total ou pleno) ou inferiores (recozimento para alívio de 
tensões internas). É utilizado quando se deseja: 
· remover tensões devido a tratamentos mecânicos à frio ou à quente, 
tais como o forjamento e a laminação; 
· diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade do aço; 
· alterar propriedades mecânicas; 
· ajustar o tamanho do grão. 
• A normalização é um tratamento semelhante ao anterior quanto aos 
objetivos. A diferença consiste no fato de que o resfriamento posterior é 
menos lento. Visa refinar a granulação grosseira de peçasde aço 
fundido, que são também aplicadas em peças depois de laminadas ou 
forjadas, ou seja na maioria dos produtos siderúrgicos. É também usada 
como tratamento preliminar à tempera e ao revenido, visando produzir 
uma estrutura mais uniforme e reduzir empenamentos. 
• A têmpera consiste no resfriamento rápido da peça de uma temperatura 
superior à crítica, com a finalidade de se obter uma estrutura com alta 
dureza (denominada estrutura martensítica). Embora a obtenção deste 
tipo de estrutura leve a um aumento do limite de resistência à tração do 
aço, bem como de sua dureza, há também uma redução da 
maleabilidade e o aparecimento de tensões internas. Procuram-se 
atenuar estes inconvenientes através do revenido. 
• Já o revenido geralmente sucede à têmpera, pois além de aliviar ou 
remover tensões internas, corrige a excessiva dureza e fragilidade do 
material e aumenta a maleabilidade e a resistência ao choque. A 
temperatura de aquecimento é inferior à 723° (crítica), e os constituintes 
obtidos dependem da temperatura a que se aquece a peça. 
Os trabalhos mecânicos podem ser a frio e a quente. A laminação é um 
exemplo de trabalho mecânico a quente, sendo uma etapa de extrema 
importância, pois é através dela que se obtêm as formas adequadas dos 
produtos em aço para uso comercial (chapas, perfis, barras). O forjamento e o 
estiramento são outros exemplos. O trabalho mecânico a quente é realizado 
acima da temperatura crítica do aço (723° C), pois assim ele se torna mais 
mole e conseqüentemente mais fácil de ser trabalhado. Depois de deformados, 
os grãos do material em questão recristalizam-se, agora sob a forma de 
pequenos grãos. 
A laminação também pode ser um trabalho a frio, desta forma ela é realizada 
abaixo da temperatura crítica. Neste caso, após o trabalho, os grãos 
permanecem deformados e diz-se que o material está “encruado”. Assim como 
nos tratamentos térmicos, o encruamento altera as propriedades do material – 
aumenta a resistência, o escoamento, a dureza, a fragilidade e diminui o 
alongamento, estricção, resistência à corrosão, etc. Se o aço encruado for 
aquecido, os cristais tenderão a se reagrupar e o encruamento a desaparecer. 
Propriedades do Aço 
 
 
 
Nos processos de montagem, todas as medidas são milimetricamente 
controladas. 
Suas propriedades são de fundamental importância, especificamente no campo 
de estruturas metálicas, cujo projeto e execução nelas se baseiam. Não são 
exclusivas dos aços, mas, de forma semelhante, servem a todos os metais. Em 
um teste de resistência, ao submeter uma barra metálica a um esforço de 
tração crescente, ela irá apresentar uma deformação progressiva de extensão, 
ou seja, um aumento de comprimento. Através da análise deste alongamento, 
pode-se chegar a alguns conceitos e propriedades dos aços: 
• A elasticidade é a propriedade do metal de retornar à forma original, 
uma vez removida a força externa atuante. Deste modo, a deformação 
segue a Lei de Hooke, sendo proporcional ao esforço aplicado: 
Þ = µ . E 
onde: Þ = tensão aplicada; e µ = deformação (E = módulo de elasticidade do 
material – módulo de Young). 
Ao maior valor de tensão para o qual vale a Lei de Hooke, denomina-se 
limite de proporcionalidade. Ao ultrapassar este limite, surge a fase 
plástica, onde ocorrem deformações crescentes mesmo sem a variação 
da tensão: é o denominado patamar de escoamento. Alguns materiais – 
como o ferro fundido ou o aço liga tratado termicamente – não 
deformam plasticamente antes da ruptura, sendo considerados 
materiais frágeis. Estes materiais não apresentam o patamar de 
escoamento. 
• A plasticidade é a propriedade inversa à da elasticidade, ou seja, do 
material não voltar à sua forma inicial após a remoção da carga externa, 
obtendo-se deformações permanentes. A deformação plástica altera a 
estrutura de um metal, aumentando sua dureza. Este fenômeno é 
denominado endurecimento pela deformação à frio ou encruamento. 
• Ductilidade é a capacidade do material de se deformar sob a ação de 
cargas antes de se romper, daí sua grande importância, já que estas 
deformações constituem um aviso prévio à ruptura final do material, o 
que é de extrema importância para previnir acidentes em uma 
construção, por exemplo. A fragilidade, oposto à ductilidade, é a 
característica dos materiais que rompem bruscamente, sem aviso prévio 
(um dos principais fatores responsáveis por diversos tipos de acidentes 
ocorridos em pontes e navios). 
• A resiliência é a capacidade de absorver energia mecânica em regime 
elástico, ou seja, a capacidade de restituir a energia mecânica 
absorvida. Já a tenacidade é a energia total, plástica ou elástica, que o 
material pode absorver até a ruptura. Assim, um material dúctil com a 
mesma resistência de um material frágil irá requerer maior energia para 
ser rompido, portanto é mais tenaz. 
• A fluência é mais uma outra propriedade apresentada pelo aço e metais 
em geral. Ela acontece em função de ajustes plásticos que podem 
ocorrer em pontos de tensão, ao longo dos contornos dos grão do 
material. Estes pontos de tensão aparecem logo após o metal ser 
solicitado por uma carga constante, e sofrer a deformação elástica. Após 
esta fluência ocorre a deformação continua, levando a uma redução da 
área do perfil transversal da peça (denominada estricção). Tem relação 
com a temperatura a qual o material está submetido: quanto mais alta, 
maior ela será, porque facilita o início e fim da deformação plástica. Nos 
aços, é significativa para temperaturas superiores a 350° C, ou seja, em 
caso de incêndios. 
• É importante citar ainda a fadiga, sendo a ruptura de um material sob 
esforços repetidos ou cíclicos. A ruptura por fadiga é sempre uma 
ruptura frágil, mesmo para materiais dúcteis. 
• Por fim, temos a dureza, que é a resistência ao risco ou abrasão: a 
resistência que a superfície do material oferece à penetração de uma 
peça de maior dureza. Sua análise é de fundamental importância nas 
operações de estampagem de chapas de aços. 
Classificação dos Aços 
Não existe, ainda hoje, uma classificação dos aços considerada precisa e 
completa, principalmente com relação aos aços-liga, em que a cada dia é 
pesquisada a inclusão de novos elementos, e consequentemente obtidos 
novos aços. Ainda assim, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), 
a SAE (Society Automotive Engineers) e a ASTM (American Society for Testing 
and Materials), entre outras , possuem sistemas que tem atendido as atuais 
necessidades. 
Aços Estruturais são vergalhões para reforço de concreto, barras, chapas e 
perfis para aplicações estruturais. São aqueles que são adequados para o uso 
em elementos que suportam cargas. Os principais requisitos para os aços 
destinados à aplicação estrutural são: 
· elevada tensão de escoamento para prevenir a deformação plástica 
generalizada; 
· elevada tenacidade para prevenir fratura rápida (frágil) e catastrófica; 
· boa soldabilidade para o mínimo de alterações das características do 
material na junta soldada; 
· boa formabilidade para o material ou a peça que necessitar receber 
trabalho mecânico; 
· custo reduzido. 
Podem ser agrupados sob três classificações gerais, conforme a tensão de 
escoamento mínima especificada: 
· aços carbono: aproximadamente 195 a 260 MPa; 
· aços de alta resistência e baixa liga (ARBL): 290 a 345 MPa; 
· aços liga tratados termicamente: 630 a 700 MPa; 
Também existem aços especiais, resistentes à corrosão atmosférica, um 
fenômeno que exige atenção, principalmente, quando se vai utilizar estruturas 
de aço aparente. Há alguns aços, que mesmo sem a utilização de uma 
proteção adicional, possuem a capacidade de resistir a este tipo de corrosão de 
forma bastante superior aos aços comuns, são os chamados aços patináveis 
ou aclimáveis (em inglês, wheathering steel).Os aços patináveis foram 
introduzidos no início da década de trinta nos Estados Unidos, inicialmente 
para utilização em estradas de ferro, e mais especificamente na fabricação de 
vagões de carga. Devido às características e qualidades desses aços, que 
combinavam alta resistência mecânica com resistência à corrosão atmosférica, 
rapidamente encontraram aceitação, embora no início fossem empregados, na 
maioria das vezes, como revestimento. Comercialmente, receberam o nome de 
CORTEN, atualmente são utilizados nos mais diversos campos, principalmente 
na construção civil. No Brasil estão disponíveis sob a forma de chapas, bobinas 
e perfis soldados, possuindo denominações especiais conforme a siderúrgica 
produtora. 
Por definição, aços patináveis ou aclimáveis são um grupo de aços de baixa 
liga, com resistência mecânica na faixa de 500 MPa (limite de ruptura) e alta 
resistência à corrosão atmosférica. Tais características acontecem em função 
da presença de determinados elementos de liga, como cobre, fósforo, cromo, 
silício, níquel, manganês, vanádio, nióbio, molibdênio, entre outros, em 
combinações específicas, conforme a siderúrgica produtora. Como visto, o 
ferro ou o aço carbono comum se caracterizam normalmente por suas 
propriedades típicas permanecendo alteradas sob ação do meio envolvente. 
Mas isto pode ser modificado pela adição dos elementos de liga, embora as 
porcentagens com que estes elementos comparecem são bem pequenas. Os 
aços patináveis, quando expostos à atmosfera, iniciam a formação de uma 
camada de óxido compacta e aderente – a pátina – que funciona como barreira 
de proteção contra a corrosão. Algumas teorias tentam explicar o desempenho 
superior deste tipo de aço: 
1. Os elementos de liga (cobre em especial) retardam a velocidade de 
corrosão; 
2. Os produtos da corrosão então formados são mais homogêneos, 
compactos, favorecendo a proteção e ainda alterando as condições de 
condensação de umidade do metal base. 
É necessário observar alguns aspectos relevantes ao desenvolvimento desta 
pátina protetora: 
• A camada protetora, bem formada, só é conseguida em condições de 
umedecimento (chuva e umidade) e secagem (sol e vento); 
• O tempo de sua formação varia em função da atmosfera local, levando 
em média de 2 a 3 anos. Após esse período ela adquire uma coloração 
marrom escura; 
• Locais de retenção de grande umidade ou partes submersas não 
desenvolvem a mesma proteção, pois não estão expostos à luz solar; 
• Locais submetidos a lavagens acentuadas e constantes, tais como 
zonas de respingo em água do mar, não apresentam eficiência superior 
ao aço comum, já que a lavagem remove a pátina; 
• As regiões não expostas aos intemperismos naturais, tais como juntas 
de expansão, articulações, e regiões sobrepostas, apresentam 
comportamento crítico. 
Quanto às propriedades, são soldáveis e trabalháveis de maneira similar ao 
aço-carbono comum. Apresentam ainda média ou alta resistência mecânica, o 
que proporciona tanto uma redução no peso da estrutura quanto uma 
diminuição da espessura das chapas usadas. 
 
 
 
 
A construção civil em aço se aplica em vários locais e para diversos usos, 
como pontes, aeroportos, complexos industriais ou edifícios. 
Ainda referente aos aços resistentes à corrosão, temos também os aços 
inoxidáveis. O uso do aço inox tem crescido de forma destacável nas últimas 
décadas. Na maioria das aplicações em arquitetura, a aparência, o prestígio e 
a qualidade estética são características combinadas com as conhecidas 
considerações funcionais proporcionadas pelo material: alta resistência à 
corrosão, impacto, abrasão e durabilidade. Sendo o aspecto visual de grande 
importância na escolha e aplicação do material, são necessários cuidados 
específicos na fabricação das peças e componentes, além de, pela parte do 
arquiteto, um bom projeto de detalhamento, e, finalmente, uma execução 
adequada. Os aços inoxidáveis são ligas de ferro com a característica de 
possuírem teores de Cr (cromo) acima de 12%. Este tipo de aço é de grande 
interesse de aplicação em determinados ambientes ou situações, devido à sua 
capacidade de resistir à corrosão aliada a algumas propriedades mecânicas. 
Como nos aços patináveis, a característica de alta resistência à corrosão é 
obtida pela formação de um filme superficial, produto da reação do cromo com 
o oxigênio da atmosfera: cada vez que este filme é rompido por qualquer 
motivo (riscos, por exemplo), imediatamente ele se recompõe, desde que haja 
oxigênio disponível para a formação do óxido protetor. Tanto a resistência à 
corrosão, bem como características de fabricação, podem ser melhoradas 
através da adição de alguns elementos além do cromo. Há de se observar, 
entretanto, que nenhum material é totalmente inoxidável e, em meios 
corrosivos sua seleção deve ser realizada com o máximo de consciência e 
conhecimento de suas características e comportamento. 
Existem atualmente uma grande variedade de ligas produzidas, cada uma 
apresentando propriedades específicas em função de sua composição química. 
Nesta composição química, bem como de características metalúrgicas, é que 
estão agrupadas as três famílias dos aços inoxidáveis: austeníticos, ferríticos e 
martensíticos. Existem diversos sistemas de classificação, e será mostrado o 
padrão reconhecido pela ABNT: 
a) austeníticos: contem tipicamente 18% de cromo, 8% de níquel e 
baixo teor de carbono. Atualmente esta família responde por cerca de 
70% do total de aços inox produzidos em todo o mundo, principalmente 
em função de características como: excelente resistência à corrosão, 
alta resistência mecânica, boa soldabilidade, boa conformabilidade, 
facilidade de limpeza, durabilidade, recomendando-os à arquitetura e 
construção em geral; 
b) ferríticos: são ligas de ferro-cromo, contendo geralmente de 12 a 
17% de cromo. Apresentam boa resistência à corrosão em meios 
menos agressivos, boa ductilidade, razoável soldabilidade; 
c) martensíticos: também são ligas ferro-cromo. Uma característica 
desta família é a de poder atingir altas durezas (1379 MPa) através de 
tratamento térmico, entretanto, não são especificados para uso da 
construção civil. 
A aplicação de aços inoxidáveis como painéis de revestimento de fachadas tem 
crescido de forma positiva nos últimos anos. Comparado com os materiais 
tradicionalmente utilizados, tais como mármore, granito, cerâmica, apresenta 
algumas vantagens: 
· redução do peso do revestimento sobre a estrutura da edificação; 
· rapidez de instalação; 
· facilidade de manutenção e limpeza; 
· não liberam produtos de corrosão que atacam superfícies de alumínio 
ou zinco ou ainda que manchem outros materiais em contato 
(mármores, alvenarias, etc.). 
A aparência exterior dos edifícios pode ser brilhante ou reflexiva conforme as 
exigências ou preferências de projeto em questão. Os acabamentos mais 
reflexivos geralmente assumem as cores do meio-ambiente que o envolve, 
cores estas que variam com a alteração da luminosidade ao longo das horas 
do dia e dos meses do ano. O aço inox também tem sido bastante empregado 
no mobiliário urbano, principalmente em função de suas características de 
durabilidade, facilidade de limpeza e manutenção, além da boa resistência ao 
ataque da poluição, característica de nossas cidades, e que muitas vezes leva 
à uma rápida deterioração deste tipo de elemento. Assim, bancos de jardins, 
abrigos de ônibus, cabinas telefônicas, corrimãos de escadas, coletores de 
lixos, bancas de jornal, dentre outros aparelhos públicos em inox, já fazem 
parte da paisagem de muitas cidades brasileiras. Alguns destes exemplos 
podem ser vistos no Edifício River Park, localizado em São Paulo e Edifício 
Ponta Engenharia, localizado em Belo Horizonte, ambos revestidos com aço 
inoxidável 304 em suas fachadas.Fontes de Pesquisa: 
• BENEVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. 
São Paulo: Perspectiva, 1994. Título original: Storia 
dell’architettura moderna, Laterza & Figli. Trad. Ana M. 
Goldberger. 
• BONSIEPE, Gui. Teoria y práctica del diseño industrial. 
Barcelona: Gustavo Gili, 1978. 
• BRUNA, Paulo. Arquitetura, industrialização e 
desenvolvimento. São Paulo: Perspectiva, 1983. 
• CARDOSO, F. F. et al.. Projeto e construção de edifícios 
de aço: uso do aço na construção. São Paulo: EPUSP, 
1988. (Publicação Técnica, v. 2) 
• --------------------------. Projeto e construção de edifícios de 
aço: o mercado do aço. São Paulo: EPUSP, 1988. 
(Publicação Técnica, v. 2) 
• COSTA, C. T. O sonho e a técnica: a arquitetura do ferro 
no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1994. 
• DAL BELO, S. As estruturas com perfis e painéis de aço 
a frio. São Paulo, Revista Projeto, n.80 p. 114-5. out., 
1995. 
• DEMETERCO, P. L. Um sistema construtivo industrial de 
edificações de baixo custo como agente de otimização 
da infra-estrutura industrial nacional: o sistema-aço. In: 
SIMPÓSIO SOBRE O USO DO AÇO NA 
CONSTRUÇÃO. Ouro Preto: UFOP, 1984. p. 99-134. 
• SALES, J. J. Estudo do projeto e da construção de 
edifícios de andares múltiplos com estruturas de aço. 
Tese (Doutorado). São Carlos: Escola de Engenharia de 
São Carlos, Universidade de São Paulo, 1995. 
• TOSCANO, J. W. Arte e ciência. São Paulo, Revista 
Construção Metálica, n. 4, p. 18-20, 1991. 
• ZANETTINI, S. No problema habitacional o que falta é 
disposição política. São Paulo, Revista Construção 
Metálica, n. 5, p. 4-6, 1992. 
• Anotações em sala de aula da disciplina "Tecnologia da 
Construção Civil 1", para o curso de Arquitetura e 
Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos - 
Universidade de São Paulo, no ano de 2003, ministrada 
pelo professor Eduvaldo P. Schieri. 
 
© Revista Eletrônica de Ciências - Número 22 - Outubro / Novembro
 
/ Dezembro de 2003.

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