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1. VELOCIDADE DO VENTO – Para que um engenheiro projetista possa desenvolver todas as análises sobre a ação do vento em estruturas é necessário o conhecimento das seguintes características: • direção do vento; • gradiente de velocidade do vento; • máxima velocidade do vento e indicação de ocorrência durante a vida útil da estrutura; • intensidade de turbulência e espectro de energia das rajadas – A velocidade é função da topografia do terreno, da rugosidade do terreno, da altura em relação ao nível do terreno. 1.1 Velocidade gradiente do vento – A partir de determinada altura (altura limite), a velocidade é aproximadamente constante (velocidade gradiente). 1.2 Velocidade básica do vento – Quando se quer determinar o efeito do vento em uma edificação, é necessário se conhecer qual é a velocidade máxima do vento (de forma estimada) que atuará na edificação durante sua vida útil. – É necessário um certo tempo de atuação de uma força para que toda a estrutura resistente seja solicitada. Sendo assim, a velocidade máxima instantânea do vento não tem aplicação prática na engenharia. Além disso, a duração da rajada deve ser suficiente para abranger todo o campo aerodinâmico no entorno da edificação. – Um dos critérios utilizados para se determinar a duração mínima de uma rajada, para que ela seja capaz de mobilizar toda a estrutura da edificação, é baseado nas dimensões dos turbilhões. – Rajadas rápidas devem ser consideradas para a determinação de pressões locais ou em pequenas construções. Construções em que pelo menos uma das dimensões é grande, serão afetadas apenas por rajadas de maior duração, e, consequentemente, de menor velocidade média. A NBR 6123 emprega rajada de 3s, 5s e 15s. – A velocidade básica do vento V0 é a velocidade de uma rajada de 3s, excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno, em campo aberto e plano. Esses valores de V0, são apresentados no gráfico de isopletas de velocidade básica. (pg 6) 1.3 Velocidade característica do vento: VK = S1.S2.S3.V0 • Fator S1: leva em consideração as variações locais na topografia do terreno. (pg 5) Obs.: Para os valores de θ compreendidos entre 3° < θ < 6° e 17° < θ < 45°, o valor de S1 é obtido por interpolação linear. Assim como para pontos entre A e B e entre B e C. ENG 298 – AÇÃO DOS VENTOS NA EDIFICAÇÃO Norma: NBR 6123 • Fator S2: leva-se em conta o efeito da rugosidade do terreno (determinada pela categoria), a variação da velocidade do vento com a altura em relação ao nível do terreno e as dimensões da edificação (determinada pela classe). ==> S2 = b.Fr(z/10)p (pg 9 – tabela 1) Obs.: O Fr está associada apenas à categoria II. Entretanto, ela pode ser utilizada para as demais classes, sendo observada apenas a classe da situação. • Fator S3: é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de segurança requerido e a vida útil na edificação. O nível de probabilidade (63%) e a vida útil (50 anos) adotados são considerados adequados para edificações normais destinadas a moradias, hotéis, escritórios, etc. (pg 10) – Vale ressaltar que o cálculo da velocidade característica do vento corresponde à adequação de sua velocidade básica às características da edificação e do terreno. 2. EFEITO ESTÁTICO DO VENTO Quando o período médio de separação da componente de flutuação (dinâmica) é maior ou igual a 100 vezes do que o período de vibração da estrutura, pode-se considerar o efeito do vento como sendo estático. a) Pressão dinâmica do vento: q = 0,613Vk² b) Teorema de Bernoulli: ½ρV² + P = constante c) Coeficiente de pressão – Considerando como fluído o vento e o objeto uma estrutura, como representado abaixo, tem-se uma ação externa combinada a uma ação interna. – Para um ponto genérico p, a aplicação da equação Δp = cp.q fornece, para a face externa e, para a face interna, respectivamente: cpe = Δpe/q e cpi = Δpi/q, onde cpe e cpi são, respectivamente, o coeficiente de pressão externa e o coeficiente de pressão interna. – A pressão efetiva Δp, em um ponto da superfície da edificação, é definida, então, por: • Δp = Δpe – Δpi ou, • Δp = (cpe – cpi).q Obs.: Se Δp é positiva, a pressão efetiva é de sobrepressão externa. Caso contrário, se Δp é negativa, a pressão é de sucção externa. d) Coeficiente de Força – A força global do vento Fg, que atua em uma edificação, ou parte dela, é obtida pela soma vetorial das forças devidas ao vento (força de sustentação Fs, força lateral Fl e força de arrasto Fa) que atuam em toda a edificação. O coeficiente de força global é dado por: Cg = Fg / qA (onde A é a área de incidência do vento). – A força de arrasto Fa é a componente da força global Fg na direção do vento. Ela é de fundamental importância, pois permite ao calculista determinar ações com características globais, ou seja, ações estas que serão aplicadas em toda a estrutura. e) Coeficiente de Arrasto (pg 20 – figura 4) – A partir do coeficiente de força global, pode-se definir o coeficiente de arrasto como: Ca = Fa / qA – Assim, a força de arrasto Fa pode ser calculada a partir de: Fa = Ca.q.A – Para uma edificação de planta retangular e vento não turbulento, o coeficiente de arrasto pode ser determinado em função das dimensões dessa edificação (altura, comprimento e largura). A NBR 6123 apresenta um gráfico que fornece o valor do coeficiente de arrasto em função das relações h/l1 e l1/l2 (onde l1 é a dimensão perpendicular à direção do vento, l2 é a dimensão paralela à direção do vento). – A determinação das forças devidas ao vento em uma edificação consiste no cálculo das forças de arrasto.
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