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Prescrição e Decadência no Direito do Trabalho

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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Por: Thaís C. Oliveira
DECADÊNCIA
A decadência é a perda do  direito.  Portanto, é de direito material. O Código Civil de 2002, nos artigos 207 a 211, estabelece que, salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem,  suspendem ou  interrompem a prescrição.   A decadência  estabelecida em lei não  admite renúncia e deve ser decretada, de ofício, pelo juiz.  Já na  decadência contratual, a parte a quem ela aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não  pode suprir a  alegação.
Súmula n° 403 STF:  “É de  decadência o prazo de trinta dias para a instauração do inquérito judicial, a contar da  suspensão, por falta grave, de empregado estável.”
A decadência (também  chamada de caducidade) conceitua-se como a perda da possibilidade de obter uma  vantagem jurídica e garanti-la judicialmente, em face do não exercício oportuno da correspondente faculdade de obtenção.
A  decadência só  se  aplica  às ações  constitutivas  de  direito, ou  seja,  ações  cujo  o  prazo é  decadencial. 
Ex.: usucapião (aquisição do direito de propriedade), no  prazo legal;  mandado de segurança (120 dias a contar da lesão); ação rescisória (dois anos, a partir do trânsito em  julgado), dentre outras ações cíveis; Ação de Inquérito para apuração de falta grave, na Justiça do  Trabalho, no prazo de 30 dias.
 
O prazo decadencial não se interrompe e não se  suspende, corre contra tudo e contra todos, entretanto, não  será  praticado quando o ato  não  houver  expediente ou durante o  recesso forense,  nos termos da lei. 
 
PRESCRIÇÃO
A prescrição é a perda do direito de ação, considerando  o  direito material  pretendido.   Quanto à prescrição, não há  perda do  direito material.  Pois, embora prescrito o direito de ação, o  direito material em  si  continua  intacto, porém o titular  do  direito não  mais  poderá reivindicar  a  reparação  da  lesão deste  direito, mas poderá alegá-lo em defesa.
A prescrição se submete aos prazos suspensivos e interruptivos.  Uma vez ajuizada a ação o prazo prescricional fica  interrompido, bem  como  após  o  ajuizamento  da ação o prazo ficará  sujeito  aos   prazos  suspensivos.
No processo  do  trabalho a  regra   prescricional  aplicável   é  disciplinada  pela  Constituição Federal,  art. 7, inciso XXIX, que  deu  redação  ao  art. 11, da CLT.
- Artigo 7°, inciso XXIV, ipsis litteris:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)”
 
- De tal modo, na Justiça do Trabalho, temos  dois  tipos de  prescrição: bienal ou extintiva e a  prescrição quinquenal.
 
PRESCRIÇÃO  BIENAL ou EXTINTIVA -  correspondente  ao   prazo fatal de dois anos para o  ajuizamento da ação trabalhista. Assim  o  trabalhador  dispõe do  prazo  de  dois  anos  para o  ajuizamento  da  ação,  após a  extinção do contrato  de trabalho. Passado este  prazo, a lesão de  direito  material permanece, ou  seja,  continua a existir, mas o  trabalhador não   mais  poderá  reclamar. Portanto, declarada a  prescrição bienal ou extintiva pelo Poder Judiciário, haverá  uma decisão de mérito, pondo  fim ao  processo  com  resolução do mérito (art. 269, do CPC).
O mesmo procedimento será adotado  quanto à decadência, no que  pertine  às ações  constitutivas  de  direito, como por exemplo: garantia, Ação de Inquérito  para  apuração de  falta grave,  quando a  ação for  ajuizada  após  ao   prazo de trinta dias.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL ou PARCIAL - corresponde ao  prazo prescricional de cinco anos, antes do ajuizamento  da ação trabalhista, aplicável sobre a lesão do direito.
Portanto, uma vez ajuizada a ação, dentro do   prazo de  dois anos,  após a  extinção do contrato  de  trabalho, a  prescrição quinquenal/parcial será  aplicada  retroativamente, ou seja,  sua  contagem  terá  início  a  partir  da data  da  distribuição  da ação, momento  em  que  foi   interrompida  a  prescrição   quinquenal.
Exemplo: João trabalhou  em  uma  empresa durante  dez anos, tendo  sido  imotivadamente  dispensado  em 05.10.2009. No dia 25.05.2011 distribuiu uma reclamação trabalhista, pretendendo pagamento de  diferenças  salariais, horas extras e férias vencidas em todo  o  período  do pacto laboral. 
A empresa Ré  arguiu  as   prescrições bienal  e quinquenal, como  prejudiciais  de mérito.
O Juiz rejeitou  a  prescrição  bienal  e  acolheu  a prescrição   parcial.
Pergunta-se:  quais  créditos ou  direitos  estariam   prescritos  e  quais créditos  seriam  devidos? 
	
Quanto à prescrição ver as Súmulas  do  TST n°s.: 6, IX, 153, 156. 199, 206, 268, 275, 294, 308, 326, 327, 350, 362, 373, 382 entre outras.
Importante: A nova  redação do parágrafo 5°, do  art.  219, do CPC, dada pela Lei n° 11.280, art. 3°, de 16.02.2006,  trouxe  grande  polêmica na Justiça do  Trabalho e na Justiça Comum, pois passou a  considerar que,  mesmo  em  se tratando  de direitos de  natureza patrimonial, a  prescrição,  ao  contrário  do que  dispunha  antes,   poderia  ser  declarada de ofício  pelo juiz.
Obs: Parece  que  o  legislador   esqueceu-se  que a  prescrição,  diversamente  da decadência,  até a data  da reforma  do  CPC, em  caso de direito patrimonial,  não  poderia  ser  declarada de ofício, portanto constituía   matéria de  defesa do  réu, prejudicial de mérito.
A matéria encontra-se controvertida nos  diversos  TRTs, TST, TJs, STJ e no STF, considerando  que  os  trabalhadores  são hipossuficientes, tendo direito à tutela jurisdicional especial,  razão   pela  qual, as  prescrições  bienal  e   quinquenal,  somente  poderiam ou  deveriam  ser  declaradas, quando  arguidas  como   matéria de  defesa,  conforme   constava na redação   no  CPC  até 15.02.2006.
Nesse  sentido   poderemos  verificar  em  vários  acórdãos (julgados), nos TRTs e TST.
ATIVIDADE
Gabriela ajuizou   Reclamação  Trabalhista em 10.03.2013, em face do  seu ex-empregador, pleiteando diferenças salariais e indenização de férias,  no período trabalhado março de 2005 a 20.04.2011.    No  dia da Audiência em 30.08.2013 o  processo foi  arquivado.   O advogado de Gabriela ajuizou  idêntica  ação em 20.09.2013.  No  dia da  audiência Gabriela compareceu, a reclamada (empresa ré), entre outras  matérias de  defesa  arguiu  a  prescrição bienal  e a  prescrição  qüinqüenal.
Pergunta-se:   O juiz deve acolher as  prescrições arguidas?

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