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Trabalho Novo Código Processo Civil - Comentários Artigos 464 a 480 - Perícia - Entrevista Perito

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
IPUC – Curso de Engenharia de Controle e Automação
Ana Carolina Inácio França Pereira
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Belo Horizonte
2016
SUMÁRIO
 
1 INTRODUÇÃO	3
2 COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS	4
Art. 464	4
Art. 465	7
Art. 466	10
Art. 467	11
Art. 468	11
Art. 469	13
Art. 470	13
Art. 471	14
Art. 472	15
Art. 473	15
Art. 474	18
Art. 475	18
Art. 476	18
Art. 477	19
Art. 478	20
Art. 479	21
Art. 480	22
3 ENTREVISTA	23
REFERÊNCIAS	25
ANEXOS	26
1 INTRODUÇÃO
Perito judicial é a pessoa que declara ante um tribunal e que detém a característica particular de possuir conhecimentos técnicos em determinada ciência, arte ou ofício, os quais lhe permite emitir opiniões sobre materiais relevantes para a resolução de um juízo.
Para trabalhar como perito judicial, além do conhecimento técnico da área onde pretende atuar, é necessário ter curso superior e estar registrado ao Conselho Regional da categoria. Podem exercer esta atividade funcionários públicos, aposentados, recém-formados, profissionais liberais e colaboradores de empresas normais (arquitetos, médicos, engenheiro ambiental, administrador, etc.). O perito judicial atua nas varas da Justiça Federal, Estadual e na Justiça do Trabalho.
O perito (na medida em que age como auxiliar da justiça) deve: agir honesta e imparcialmente no que tange à busca da verdade dos fatos, ou seja, idoneidade profissional; gozar de boa reputação profissional; manter-se dentro da área de sua especialidade, levando em conta apenas os aspectos técnicos e apresentando todas as possibilidades em seu laudo; ter consciência de que os quesitos envolvidos devem ser resolvidos mesmo que tomem aspectos contraditórios.
2 COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS
Art. 464 A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
Comentário: Prova pericial é o meio de prova que visa propiciar ao órgão jurisdicional a compreensão de determinado fato no processo mediante a utilização de conhecimento técnico especializado de um auxiliar especialista, chamado de perito. Esta se constitui em exame, vistoria ou avaliação. Exame é a perícia que tem como objeto bens móveis, pessoas, coisas e semoventes, como uma obra de arte, documentos, livros, exame de DNA etc. Vistoria é a perícia que tem por objeto bens imóveis. Avaliação é a perícia que tem por objeto a aferição de valor de determinado bem, direito ou obrigação.
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
 	I – a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
Comentário: O conhecimento técnico é aquele que vai além daquele comum à pessoa de cultura média. Vale lembrar que, não pode o juiz indeferir a produção de prova pericial por ter capacitação técnica especializada que lhe permite compreender o fato alegado em juízo, pois as partes têm o direito ao procedimento da prova pericial em contraditório, o que não seria possível se o juiz atuasse como perito.
“Em se tratando de matéria complexa, em que se exige o conhecimento técnico ou científico, a perícia deve ser realizada. O juiz, ainda que não esteja vinculado às conclusões do laudo pericial, não pode realizar os cálculos ‘de próprio punho’. Isso porque, com a determinação da perícia, as partes terão a oportunidade de participar da produção probatória, com a nomeação de assistentes técnicos e a formulação de quesitos. Assim, a realização da prova pericial, quando o fato a ser demonstrado exigir conhecimento técnico ou científico, é um direito da parte, não podendo o magistrado indeferi-la, ainda que possua capacitação técnica” (STJ-2ª T., Ag em REsp 184.563-AgRg, Min. Humberto Martins, j. 16.8.12, DJ 28.8.12).
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
Comentário: Desnecessária quando o fato já estiver comprovado por outros meios de prova, como ocorre com a prova documental, que pode se mostrar no caso concreto suficiente para formar o convencimento do juiz.
III – a verificação for impraticável.
Comentário: A verificação impraticável ocorre quando a ciência em seu atual estágio não pode produzir uma prova técnica ou ainda quando a fonte da prova não mais existir.
Comentário: É indiscutível que a prova pericial é o meio de prova mais complexo, demorado e caro de todo o sistema probatório. Sua necessidade está ligada a questões técnicas, por isso o objetivo da norma é determinar a dispensa da prova pericial sempre que o esclarecimento e compreensão dos fatos exijam tão somente um conhecimento comum à pessoa de cultura média (I), quando meio se mostrar desnecessário em vista de outras provas produzidas (II) , como ocorre com a prova documental, e quando a verificação do fato se mostra impraticável (III), hipótese na qual a produção de prova pericial mostra-se inútil.
§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor complexidade.
Comentário: O paragrafo destaca uma diferente forma de esclarecer um fato que depende de conhecimento especial de técnico, mas só se aplica em situações mais simples. É chamada “prova técnica simplificada”, pode ser requerida pelas partes ou pela vontade do juiz e é considerada por alguns como uma desburocratização da prova pericial. 
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.
Comentário: Nessa perícia simples, o juiz inquire o perito e os assistentes técnicos em audiência a respeito do ponto contestado que houverem informalmente examinado ou avaliado. Não há necessidade de quesitos, assistente técnico ou laudo, mas simplesmente um esclarecimento verbal por um especialista.
§ 4º Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.
Comentário: O especialista, que deve ter formação acadêmica na área, pode-se valer de qualquer recurso tecnológico ou multimídia com o fim de esclarecer os pontos controvertidos na causa.
Art. 465 O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
Comentário: A escolha e a nomeação de perito é ato do juiz e destaca-se que o perito nomeado pelo juiz deve ser especializado no objeto da perícia. Ao designar o perito, deve o juiz determinar imediatamente o prazo para a entrega do laudo pericial em juízo. Em todo caso, o perito deverá apresentar o seu laudo em cartório ou secretaria pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento (art. 477, CPC).
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
 	I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
Comentário: As partes devem apontar eventuais casos de impedimento e suspeição. Os motivos de impedimento dizem respeito à vida pessoal do juiz (art. 144, I, lI, V, VI, VII e IX, CPC) ou ao fato de funcionarem no processo seu cônjuge, companheiro, companheira ou seus parentes (art. 144, III, IV e VIII, e art. 147, CPC). São motivos de suspeição: se o juiz é amigo íntimo ou inimigo de qualquer as partes ou de seu advogado (art. 145, I, CPC), se alguma das partes for credora ou devedora sua, de seu cônjuge ou companheira ou de parentes seu ou de seu cônjuge ou companheira (art. 145, III, CPC), se o juiz recebe presentes, lembranças ou homenagens de uma das partes, ou de quem tenha interesse na causa (art. 145, II, CPC), ou se o juiz, seu cônjuge ou companheira empregam a parte (art. 145, IV, CPC).
II – indicar assistente técnico;
Comentário: As partes têm direito a nomear umassistente técnico cada uma, se quiserem, na perícia judicial. Ele terá um trabalho comum ao do perito, mas será um assessor dos litigantes, e não um perito do juízo. É de responsabilidade da parte representada o pagamento de seus serviços.
III – apresentar quesitos.
Comentário: Os quesitos são as perguntas formuladas pelas partes e pelo juízo aos peritos e objetivam o esclarecimento da questão controvertida indispensável ao deslinde da questão posta em juízo.
Comentário: O art.465 § 1º prevê que o juiz nomeará o perito e fixará de imediato o prazo para entrega do laudo. Contados 15 dias da intimação dessa decisão, as partes deverão arguir o impedimento ou suspeição do perito (I), se for o caso, indicar assistente técnico (II) e apresentar quesitos (III). 
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I – proposta de honorários;
Comentário: Proposta com os custos da realização do trabalho, que de preferencia, devem condizer com o valor da causa. 
II – currículo, com comprovação de especialização;
Comentário: Documentação que ateste seu conhecimento, especialmente na área do objeto da perícia, bem como seu histórico de atuação na profissão. 
III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.
Comentário: Endereços profissionais, com o e-mail, para que as intimações sejam facilmente dirigidas.
Comentário: Segundo o § 2º do artigo ora analisado, ciente da nomeação, o perito terá um prazo de cinco dias para apresentar sua proposta de honorários (I), indicar seu currículo, a fim de comprovar sua especialização (II), e indicar seus contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico (III) que servirá para as intimações.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95.
Comentário: Cumpridas as exigências pelo perito fixadas no §2, as partes serão intimadas a respeito da proposta de honorários do perito e terão cinco dias para se manifestar (oportunidade em que poderão pleitear a redução dos honorários periciais propostos quando se mostrarem excessivos), decidindo o juiz logo após, seguindo o adiantamento a regra do art. 95 do Novo CPC.
“Na fixação dos honorários do perito, o juiz deve considerar o valor da causa, as condições financeiras das partes, a complexidade ou as dificuldades, bem como o tempo despendido para a realização do trabalho” (RT 826/302). V. tb. JTJ 298/455.
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
Comentário: Segundo o § 4.º do dispositivo ora analisado, o juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados pelo juiz, sendo o restante pago somente quando o laudo for entregue e todos os esclarecimentos prestados.
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
Comentário: O § 5.º prevê que, quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente estabelecida, proporcionalmente à deficiência do trabalho prestado.
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
Comentário: A perícia que deve ser realizada fora da jurisdição do juízo deve ser solicitada por carta precatória (forma de comunicação entre juízos, que estão em diferentes estados ou comarcas, com objetivo de cumprir algum ato processual), ou por carta rogatória (forma de comunicação entre o judiciário de países diferentes, com objetivo de obter colaboração para prática de atos processuais), conforme o caso. Nesse caso, a nomeação de perito deve ocorrer pelo juízo deprecado ou rogado, sendo oportuna a nomeação de assistentes técnicos perante esse mesmo juízo. 
Art. 466 O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso.
Comentário: O perito, como é profissional de confiança do juiz, não precisa firmar termo de compromisso, mas deve ser imparcial, até porque está sujeito às causas de impedimento e suspeição.
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.
Comentário: Os assistentes técnicos são profissionais de confiança das partes e, portanto, não estão sujeitos às causas de impedimento ou suspeição. O fato de os assistentes técnicos não serem passíveis de impedimento ou suspeição, todavia, não significa que eles devem alterar a verdade em suas manifestações ou tumultuar o processo, podendo ser responsabilizados pela litigância de má-fé.
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
Comentário: O perito tem o dever de revelar aos assistentes técnicos todas as diligências realizadas e a realizar, permitindo-lhes acompanhá-las. Para tanto, deve comunicar nos autos, com antecedência mínima de cinco dias, todos os atos que praticará.
Art. 467 O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.
Comentário: O perito pode escusar-se alegando motivo legítimo. Constitui motivo legítimo o seu impedimento, suspeição, a sua inabilitação para o encargo por ausência de conhecimento técnico específico, bem como a alegação daqueles motivos que servem para escusa de testemunha (art. 406, CPC). O perito deve ser imparcial e, portanto, se esta imparcialidade for julgada inexistente pelo juiz o mesmo pode ser recusado.
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito.
Comentário: Ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação à imparcialidade do perito, tem o juiz de nomear no mesmo ato novo perito.
Art. 468 O perito pode ser substituído quando:
I – faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
Comentário: Quando o perito não tem o conhecimento técnico ou científico necessário, a ponto de impedir que o trabalho pericial seja realizado a contento. Trata-se de hipótese de rara ocorrência em razão de ser o próprio juiz o responsável pela indicação do perito, presumindo-se ter ciência prévia de sua capacidade. 
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
Comentário: Demora na elaboração do caso, sem motivo justo. Recomenda-se a todo custo evitar essa hipótese de substituição uma vez que todo o tempo e dinheiro já gastos não serão reembolsados. 
Comentário: O perito pode ser substituído quando carecer de conhecimento técnico ou científico (I) e quando, sem motivo justo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado (II).
§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.
Comentário: Na situação extrema de o juiz determinar a substituição do perito por descumprimento do prazo para a entrega do laudo, comunicará a ocorrência à corporação profissional da qual o perito faça parte para as devidas sanções administrativas. Poderá, também, impor uma multa, tomando por base de cálculo o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso.
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
Comentário: Substituído o perito, por qualquer razão que seja, deve ele restituir os valores que recebeu referentes aotrabalho não realizado no prazo de quinze dias. Não restituída à importância, fica ele sujeito impedimento à atuação como perito pelo prazo de cinco anos (penalidade administrativa imposta pelo juiz e que não se aplicará apenas à Vara em que houve a sua imputação, mas nacionalmente).
§ 3º Não ocorrendo à restituição voluntária de que trata o § 2o, a parte que tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá promover execução contra o perito, na forma dos arts. 513 e seguintes deste Código, com fundamento na decisão que determinar a devolução do numerário.
Comentário: Não restituída a importância voluntariamente, a parte que tiver feito o adiantamento dos honorários poderá promover execução (título executivo judicial) contra o perito, (na forma do art. 513, CPC).
Art. 469 As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento.
Comentário: O art. alude à possibilidade de as partes apresentarem, durante o curso da perícia, quesitos suplementares. É admitida a formulação de quesitos suplementares quando, no curso da perícia, surgir motivo que possa apontar para dúvida a respeito do objeto da perícia. Os quesitos podem ser respondidos pelo perito durante a própria perícia ou na audiência de instrumento e julgamento. Este deverá levar em conta o estágio de sua perícia e a complexidade envolvida nos quesitos suplementares apresentados pelas partes.
Parágrafo único.  O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos aos autos.
Comentário: O escrivão dará ciência à parte contrária sobre a junta dos quesitos aos autos.
Art. 470 Incumbe ao juiz:
I – indeferir quesitos impertinentes;
Comentário: Os quesitos devem ter por objetivo esclarecer o fato que foi fixado como controvertido, pertinente e relevante. Assim, quando o quesito não tiver por fim o esclarecimento de fato dessa espécie, deve ser considerado impertinente e, dessa forma, indeferido pelo juiz.
 
II – formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa.
Comentário: O juiz poderá formular quesitos que considere importantes ao esclarecimento da causa. Os quesitos apresentados pelo juiz revelam-se de grande importância, pois as respostas apresentadas pelo perito e pelos assistentes técnicos muito auxiliarão na adequada composição do conflito de interesses.
Comentário: Segundo o art. caberá ao juiz indeferir quesitos impertinentes (I), aqueles que não tiverem como objetivo esclarecer os fatos, e formular os que entender necessários para a adequada realização da perícia (II).
Art. 471 As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento, desde que:
I – sejam plenamente capazes;
Comentário: São pessoas plenamente capazes aquelas que tem mais de dezoito anos, que tem consciência de seus atos e que podem exprimir sua vontade.
II – a causa possa ser resolvida por autocomposição.
Comentário: Uma autocomposição é uma forma de solução do conflito pela aceitação espontânea de um dos litigantes, em sacrificar o seu interesse próprio, no todo ou em parte, em favor do interesse de outrem.
Comentário: O art. ilustra a possibilidade de as partes escolherem o perito, desde que estas sejam plenamente capazes (I) e que a causa possa ser resolvida por autocomposição (II).
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados.
Comentário: No momento de escolha do perito pelas partes, estas já devem indicar os respectivos assistentes técnicos, bem como a data e local em que será realizada – ou iniciada – a perícia.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz.
Comentário: As partes podem escolher o perito, que será imposto ao juiz independentemente de sua vontade, mas o prazo continuará a ser fixado pelo juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz.
Comentário: Para equiparar a atuação do perito indicado pelas partes, ao do indicado pelo juiz, o art. prevê que a perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz.
Art. 472 O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.
Comentário: O art. dispensa a prova pericial sempre que as partes, na inicial e na contestação, apresentarem pareceres técnicos ou documentos que o juiz considere elucidativos a respeito das questões de fato.
Art. 473 O laudo pericial deverá conter:
I – a exposição do objeto da perícia;
Comentário: Ao expor o objeto da perícia cabe ao perito indicar com precisão e forma especificada os fatos controvertidos que exigem seu conhecimento técnico para serem esclarecidos.
II – a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
Comentário: A análise técnica ou científica é a própria essência da perícia, sendo justamente em razão de tal análise que tal meio de prova é produzido. Fazendo-se um paralelo, ainda que imperfeito, com a sentença, seria a fundamentação do laudo pericial.
III – a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou;
Comentário: Trata-se da exigência de indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou. Significa dizer que não basta que o perito adote um método de análise qualquer, ainda que ele pessoalmente entenda ser aquele método o mais adequado para a realização da perícia. O perito deve se valer do método predominante na área de conhecimento relacionada ao trabalho pericial, porque com isso chegará a conclusão predominantemente aceita.
IV – resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
Comentário: Por fim, cabe ao perito responder de forma conclusiva os quesitos formulados pelas partes, pelo juiz e pelo Ministério Público, quando participar do processo como fiscal da ordem jurídica justa. Trata-se de mais um requisito intuitivo, já que de nada adiantaria a análise técnica sem as respostas aos quesitos formulados. 
Comentário: Este artigo busca regular como deve ser apresentado o laudo pericial. Assim, deve o laudo ser composto por (i) relatório (exposição do que é o objeto da perícia), (ii) fundamentação (análise técnica e indicação do método utilizado), (iii) conclusão, com respostas a todos os quesitos.
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
Comentários: O art. exige do perito a utilização de linguagem simples e com coerência lógica, com a devida justificativa de suas conclusões. Afinal, o perito formula o laudo pericial para esclarecer fatos sob uma perspectiva técnica, devendo conseguir se expressar de forma que os leigos a quem interessa a prova compreendam seu trabalho.
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.
Comentário: É uma tentativa de limitar o perito em seu laudo pericial a apenas uma conclusão descritiva dos fatos, não emitindo opiniões pessoais que excedem o exame técnico ou científico a que foi chamado realizar.
§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografiasou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
Comentário: O laudo pericial deverá conter planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia. O objetivo da norma claramente é permitir uma melhor compreensão do trabalho pericial.
Art. 474 As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.
Comentário: Órgão jurisdicional deve intimar as partes da data e local designados, pelo perito ou pelo juiz, para ter início a produção da prova pericial.
Art. 475 Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a parte, indicar mais de um assistente técnico.
Comentário: O art. permite ao juiz a nomeação de mais de um perito para a produção do trabalho pericial. Também prevê a norma em que casos tal possibilidade é concedida ao juiz, qual seja quando tratar-se de perícia complexa, que para o legislador é aquela que abranja mais de uma área de conhecimento especializado. 
Art. 476 Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.
Comentário: Se há "motivo justificado" para a não entrega do laudo pericial no prazo fixado, o juiz deve avaliar essa circunstância, para então decidir se deve conceder prorrogação para a entrega do laudo pericial. A duração da prorrogação é limitada pela lei à metade do prazo original.
Art. 477 O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Comentário: Caberá ao juiz exigir um prazo mínimo de 20 dias entre a data do protocolo do laudo pericial e a data da audiência de instrução.
§ 1º As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.
Comentário: Após o protocolo do laudo pericial em cartório as partes serão intimadas para se manifestarem no prazo comum de 15 dias sobre o laudo, mesmo tempo que os assistentes disporão para apresentar seus pareceres técnicos.
§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:
I – sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do Ministério Público;
Comentário: O pedido de esclarecimentos visa propiciar às partes, ao juiz e ao órgão jurisdicional melhor compreensão do laudo e/ou dos pareceres apresentados.
II – divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.
Comentário: Ao perito assistente cabe apresentar ao perito do juízo, caso este não tenha considerado em seu trabalho, diferentes hipóteses de interpretação, além de questionar todos os valores a fundo, a partir da origem do débito, conferindo todos os índices utilizados e sua pertinência, os termos iniciais e os cálculos efetuados, eventuais suprimentos de lacunas, passo a passo e de forma aprofundada.
Comentário: Apontando-se no pedido de esclarecimentos contradições ou inconsistências no laudo, a pedido da parte, do Ministério Público ou por iniciativa de ofício do juiz, tem o perito que esclarecer suas conclusões, no prazo de quinze dias, devendo ser intimado para tanto por meio eletrônico. 
§ 3º Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.
Comentário: Caso, mesmo após esses esclarecimentos, subsistir dúvida sobre as conclusões periciais, a pedido da parte, do Ministério Público ou por iniciativa de ofício do juiz, deve o magistrado de ordenar o comparecimento à audiência de instrução do perito.
§ 4º O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.
Comentário: O perito deve ser intimado com pelo menos 10 dias de antecedência. 
Art. 478 Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame.
Comentário: Quando a perícia tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados. Nesse caso, o diretor do estabelecimento atribuirá a perícia ao técnico que melhor lhe pareça para o desempenho do encargo. O juiz não tem o dever de nomear perito do quadro de estabelecimento oficial. 
§ 1º Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições oficiais deverão cumprir a determinação judicial com preferência, no prazo estabelecido.
Comentário: As perícias requeridas por beneficiário de assistência judiciária gratuita, já que essas pessoas não se sujeitam, em princípio, ao pagamento das custas correspondentes, podem ser elaboradas por órgãos e repartições oficiais, evitando, com isso, os custos da prova técnica particular. Nesses casos, cabe a esses órgãos e repartições a obrigação de dar preferência a essas diligências, apresentando o laudo no prazo designado pelo juiz.
§ 2º A prorrogação do prazo referido no § 1º pode ser requerida motivadamente.
Comentário: Se necessário, essas repartições podem solicitar motivadamente a prorrogação do prazo assinado pelo juiz para a entrega do laudo.
§ 3º Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas e, na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria do documento lance em folha de papel, por cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.
Comentário: Pode o perito requisitar, para fins de aferição da autenticidade da letra e firma, documentos existentes em repartições públicas. Na falta, poderá requisitar ao juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação. 
Art. 479 O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito.
Comentário: Cabe ao juiz na aplicação do art. expressamente indicar na fundamentação os motivos pelos quais não adotou as conclusões periciais, com a indicação das outras provas que entendeu suficientes à formação de seu convencimento.
Art. 480 O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.
Comentário: Não parecendo ao juiz que os fatos que foram objeto da perícia estejam devidamente esclarecidos, é admissível a designação de uma nova perícia.
§ 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
Comentário: A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira. Não pode, pois, abarcar fatos estranhos à primeira perícia. A segunda perícia tem por objetivo corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados alcançados com a primeira perícia.
§ 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.
Comentário: A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira. Por igual, o segundo parecer técnico eventualmente solicitado pela parte ao seu assistente.§ 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.
Comentário: O juiz poderá em sua fundamentação valer-se de ambas as perícias na formação de seu convencimento.
3 ENTREVISTA 
Perito: Luiz Alexandre Lincoln de Mattos
Área: Eng. Civil e Segurança do Trabalho
CREA/MG 45.930/D
1- Qual o objetivo da perícia?
Para MATTOS (2016), “É a determinação da origem, causa e mecanismo de ação de um fato, condição ou direito relativo a uma edificação ou a um problema de segurança do trabalho;”
2-Qual o procedimento para se tornar perito?
Para MATTOS (2016), “Ter qualificação profissional e experiência. Ter formação acadêmica na área e fazer curso de especialização. Requer o senso de investigação e observação, além da vocação.”
3-Quais as dificuldades do exercício de perito?
Para MATTOS (2016), “O campo de trabalho está muito concorrido em razão de mercado recessivo. Os honorários estão baixos. Essa é uma das dificuldades, já que fica muito difícil se trabalhar sem uma remuneração justa. Outra dificuldade é a ausência da implantação do processo eletrônico nas Varas Cíveis para que  os peritos tenha acesso mais rápido. Isso acarreta em muitas idas e vinda aos Fóruns para se fazer carga dos autos e demais procedimentos,  e a consequente perda de tempo.”
4- Alguma perícia realizada por você já foi necessário pedir ao juiz uma prorrogação do prazo para entrega do laudo? 
Para MATTOS (2016), “Isso normalmente acontece, já que ao longo da realização da perícia muitos fatos novos aparecem e qualquer nova ação sua tem que ser comunicada ao Juízo, através  dos autos processuais.”
5- Já foi realizado por você somente a prova técnica simplificada segundo o novo CPC? Como se deu?
Para MATTOS (2016), “De acordo com o novo CPC, a prova técnica simplificada visa a celeridade do processo. Ainda não tive a oportunidade de trabalhar com essa nova modalidade de provas. Segue abaixo o que diz o artigo 464 § 2º do NCPC:
O artigo 464, §2º dispõe expressamente que “de ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor complexidade.”.
 
Nesse caso, a denominada “prova técnica simplificada” consistirá apenas na inquirição, pelo juiz, de especialista na área (§3º), que poderá se valer de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens para esclarecer os pontos controvertidos da causa (§4º). Trata-se de importante inovação do NCPC, a permitir a desburocratização em demandas nas quais, embora exista a necessidade da prova técnica, a baixa complexidade envolvida em nada justifica que as partes se sujeitem à demorada e custosa produção da prova pericial nos moldes tradicionais, tal como previstos atualmente.”
REFERÊNCIAS
BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. et al. Código de Processo Civil e legislação processual em vigor. 47. ed. atual. e reform. São Paulo: Saraiva, 2016
NEVES, Daniel. Manual de Direito Processual Civil Volume Único. 8ª ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
MATTOS, Luiz Alexandre Lincoln de. Entrevista: Luiz Alexandre Lincoln de Mattos. (S.l.), out. 2016. Entrevista concedida a Ana Carolina Inácio França Pereira através de correio eletrônico.
TESHEINER, José. Novo CPC [74]: CPC 2015, artigos 464 a 484. Páginas de Direito. 18 dez. 2015. <http://www.tex.pro.br/index.php/novo-cpc/7465-ncpc-074> Acesso em: 19 set. 2016.
ANEXOS
ENTREVISTA 2
Perito: Jacson Paulo Tessaro
Área: Graduado em arquitetura e urbanismo, pós-graduado em Arquitetura e Design de Interiores e Engenharia de Segurança do Trabalho. Membro tecnico da implantação do primeiro programa de mobilidade urbana do Brasil. Arquiteto e Urbanista pesquisador do Guia Muito Especial do Ministério do Turismo, cidades da copa de 2014. Perito e avaliador do Tribunal Regional do Trabalho 9ª região, Tribunal na Justiça Federal do Paraná e perito cadastrado no Tribunal de Justiça do Paraná. 
1- Qual o objetivo da perícia?
Para TESSARO (2016), “Certa vez em uma palestra com um ex-presidente do STF escutei dele a seguinte frase: "A perícia é a rainha de todas as provas." O objetivo da perícia é produzir uma prova com propriedade técnica-científica”.
2-Qual o procedimento para se tornar perito?
Para TESSARO (2016), “O perito é nomeado pelo juiz, entretanto para se tornar perito é necessário ter expertise na área de atuação e atualmente como preconiza o "CPC/15" e resolução 233 do CNJ deve ser cadastrado no tribunal de justiça cujo qual será nomeado como perito”.
3-Quais as dificuldades do exercício de perito?
Para TESSARO (2016), “Eu particularmente não vejo dificuldade em estar perito em um processo, entretanto deve-se observar que o perito tem que estar em dia com suas obrigações tributárias e com seu conselho profissional de classe bem como ser pessoa idônea e não ter condenação penal. Doravante, observados esses deveres, o perito ainda necessita estar atualizado em sua área de perícia, manter a imparcialidade e dialogar com as partes, com o juízo e com os assistentes técnicos”.
4- Alguma perícia realizada por você já foi necessário pedir ao juiz uma prorrogação do prazo para entrega do laudo? 
Para TESSARO (2016), “Até hoje eu não tive a necessidade de pedir prorrogação de prazo, pois antes de aceitar a perícia faço os cálculos de honorários e de trabalho que será desprendido. Também adoto uma metodologia de trabalho que mantém uma rotina para não perder prazos”.
5- Já foi realizado por você somente a prova técnica simplificada segundo o novo CPC? Como se deu?
Para TESSARO (2016), “Muito que embora o "CPC/15" admite a prova técnica simplificada ainda não tive a oportunidade de ser nomeado para tal labor”.
ENTREVISTA 3
Perito: Odil Elias Júnior
Área: Graduado em Economia pela PUC MG com pós-graduação em Finanças e Controladoria pelo IBMEC MG e em Gestão Estratégica pela UNICAMP, expertise profissional desenvolvida em instituições financeiras privadas e empresas varejistas de grande porte, lidando com análises e previsões do comportamento da economia, análise de balanços, análise de crédito, produtos financeiros atuando com cálculos, relatórios e pareceres paras as seguintes áreas: operações de crédito, empréstimos e financiamentos CDC, Leasing, Operações do SFH - Sistema Financeiro de Habitação, cartões de crédito, conta corrente e poupança.
1- Qual o objetivo da perícia?
Para JUNIOR (2016), “O objetivo da perícia é auxiliar o magistrado no processo, daí a sua função de auxiliar do Juiz, elucidando questões de ordem técnica especializada que ele (juiz) não possui (Econômico financeira, contábil, médica, engenharia, etc ..) as quais propiciará condições objetivas e claras que irão auxiliá-lo a formar o seu convencimento a partir do trabalho técnico desenvolvido pelo perito, ou seja, o laudo pericial. Importante frisar que o perito não produz prova e jamais deve opinar sobre o processo, reservando se apenas a emitir um parecer sobre a matéria o qual foi designado a trabalhar. Esse parecer (laudo), conforme dito, auxiliará o magistrado na formação do seu convencimento.”.
2-Qual o procedimento para se tornar perito?
Para JUNIOR (2016), “Para se tornar um perito da justiça, é necessário que o profissional tenha inicialmente graduação acadêmica na área de atuação e registro profissional no respectivo conselho que o habilite a exercer a atividade profissional, mas somente isso pode ser insuficiente, pois ele precisa ter também um profundo conhecimento no tema objeto de elucidação técnica ou científica em que atuará, condição esta que o torne um expert no assunto, ou seja, tem que ser um profissional comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da prova perícial designada (Econômico Financeira, Contábil, Médica, Engenharia, etc..), além de ter também conhecimentos da prática e dos elementos técnicos que possibilitam a realização de perícias judiciais, experiência coma prática processual, com a burocracia e com a redação forense, tem que estar atualizado com as leis vigentes que envolvem a área pericial e os direitos dos cidadãos e das empresas, portanto, como pode ver, exige-se muitos conhecimentos que normalmente são adquiridos ao longo da trajetória acadêmica e profissional”.
3-Quais as dificuldades do exercício de perito?
Para JUNIOR (2016), “Entendi que a pergunta é sobre as dificuldades que se encontra para se tornar um perito, sendo assim, particularmente não vejo muitas dificuldades desde que ele seja apto ao exercício da atividade, mas, é claro que de início, naturalmente tudo é mais difícil em qualquer atividade, ainda mais neste caso onde você precisa se apresentar espontaneamente e ter a oportunidade de mostrar o seu serviço. Pra isso, é necessário estar sempre visitando as secretarias do fórum mostrando disponibilidade, conhecimentos e principalmente agilidade para o trabalho. Muito embora o NCPC tenha “democratizado” a função, os juízes ainda tendem a designar a maioria dos trabalhos, principalmente os mais complexos, para os peritos de sua confiança que os deixem tranquilos em suas nomeações sabendo que receberão um trabalho bem feito e fundamental para o seu processo decisório. Então, no começo, o perito poderá ter que "comer carne de pescoço", atuando em processos com um grau menor de dificuldade, principalmente os da Assistência Judiciária gratuita, onde os valores remuneratórios de honorários são desanimadores, no entanto, há de se levar em conta a questão social que envolve esses processos e a experiência que estará sendo adquirida”.
4- Alguma perícia realizada por você já foi necessário pedir ao juiz uma prorrogação do prazo para entrega do laudo? 
Para JUNIOR (2016), “No meu caso não, por que habitualmente já faço o pedido de prazo na petição, colocando o tempo estimado o suficiente para entrega do laudo.”.
5- Já foi realizado por você somente a prova técnica simplificada segundo o novo CPC? Como se deu?
Para JUNIOR (2016), “Não”.

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