Buscar

Aula 1 Empresarial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Aula 1
I - O COMÉRCIO: CONCEITOS ECONÔMICO E JURÍDICO:
CONCEITO ECONÔMICO:
Resumidamente, COMÉRCIO é a atividade humana destinada a colocar em circulação a riqueza, aumentando-lhe a utilidade. Este conceito deriva das práticas sociais onde se registra:
a) o escambo (= troca): permuta dos trabalhos ou produtos diretamente entre produtor e consumidor até o surgimento de uma mercadoria-padrão que ficou conhecida pelo nome MOEDA. 
b) A economia de mercado : produção para a venda, aquisição de moeda para sua aplicação, como capital, em novo ciclo de produção.
“O comércio é aquele ramo de produção econômica que faz aumentar o valor dos produtos pela interposição entre produtores e consumidores, a fim de facilitar a troca das mercadorias.” Alfredo Rocco, por Rubens Requião
“Comércio é a atividade humana, de caráter especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis bens e serviços.” José Cretella Júnior
CONCEITO JURÍDICO:
Muitas atividades, relacionadas com a circulação de riqueza (ex. mineração, negócios imobiliários, etc.) escapam ao conceito jurídico de comércio, embora se compreendam em seu conceito econômico. E vice-versa: outras atividades encontradas em não comerciantes (emissão de letras de câmbio e de nota promissória por um particular), portanto que não são agentes econômicos, integram o conceito jurídico de comércio.
É cediço que atualmente, a Teoria dos Atos do Comércio já não satisfaz mais às exigências da economia. O Poder Judiciário tem se amparado mais na TEORIA DA EMPRESA (Código Civil Italiano de 1942 e Código Civil Brasileiro de 2.002).
Oportuno salientar que o novo Código Civil (Lei n.º 10.406, datada de 10/01/2.002), com a vacatio legis de 01 (um) ano (vide art. 2.044), ao revogar de modo expresso a Primeira Parte do Código Comercial de 1.850 (vide art. 2.045), deixou nítido o maior apreço pela opção mais moderna – a da empresa – ao dedicar todo um livro (o Livro II da Parte Especial do NCC) para o trato de assuntos agrupados sob a denominação “Do Direito de Empresa”. Os quatro títulos que compõem esse Livro inovador são:
- Do Empresário (arts. 966-980);
- Da Sociedade (arts. 981-1.141);
- Do Estabelecimento (arts. 1.142 – 1.149);
- Dos Institutos Complementares (registro, nome empresarial, prepostos, escrituração), abrangendo os arts. 1.150 – 1.195.
FONTES DO DIREITO COMERCIAL:
A) FONTES PRIMÁRIAS:
- O Código Civil de 2.002;
- legislação esparsa ou extravagante: [ ( Lei n.º 6.404/76, Lei das S/A – Lei n.º 8.955/94), (Lei de Franquias – Lei n.º 8.934/94), (Lei que regulamenta a Propriedade Industrial – n.º 9.279/96) ].
B) FONTES SECUNDÁRIAS:
- Os costumes comerciais (ex.: O cheque pré-datado).
- Os princípios gerais do direito (art. 4º da LICC) – a equidade (= o operador do direito, quando imbuído de conhecimentos adequados e arrimado pela consciência ética, aplica ao caso concreto a regra que estabeleceria se fosse legislador); a jurisprudência e a analogia (ex.: Lei do Protesto – Lei n.º 9.492 de 10/09/1.997).
2. História e Evolução do Direito Empresarial 
 2.1. A primeira fase (subjetiva). A época das Corporações de Ofício 
 O Direito Comercial tem suas raízes na Idade Média, onde se tinha uma sociedade ainda extremamente feudal, mas já com iminentes sintomas do crescimento do comércio e ascensão da classe burguesa. O poder político era altamente descentralizado e não havia um direito que amparasse de forma satisfatória a atividade mercantil. É nesse contexto, e apoiado pela burguesia (classe que praticava o comércio), que surge o Direito Comercial, advindo da necessidade de se criar um direito autônomo, com regras e princípios próprios voltados à regulamentação da atividade mercantil. Este momento é conhecido como a primeira fase do Direito Comercial. Nesta primeira fase, a sua principal característica era o seu caráter subjetivista. Ou seja, o critério que permitia que se aplicassem as regras do Direito Comercial dependia se o sujeito fazia ou não parte das chamadas Corporações de Ofício (poderosas entidades burguesas que reuniam artesãos e comerciantes europeus e gozavam de significativa autonomia frente aos senhores feudais e ao poder real). Dessa forma, bastava que uma das partes fosse comerciante (participasse de uma corporação) para que a relação entre elas fosse regulamentada pelo direito comercial, adotando-se, portanto, um critério subjetivo (porque com base no sujeito) para a definição do seu âmbito de incidência. Outra importante característica dessa primeira fase eram as suas normas pseudo-sistematizadas, sem a participação estatal, oriundas dos usos e costumes e nascidas da própria dinâmica da atividade negocial. Isso explica oinformalismodo direito empresarial até os dias de hoje. 
2.2. A segunda fase (Objetiva). O código napoleônico e os atos de comércio 
 Com o advento do Estado Absolutista nasce a necessidade do Estado regulamentar não só as normas de direito civil, mas também as de direito comercial. Este deixa de ser um direito corporativo, de classe, onde as corporações detinham o monopólio jurisdicional do comércio, passando a ser um direito estatal, regulamentado e imposto pelo Estado. É nesse contexto que na França napoleônica editam-se dois monumentais, porém distintos, sistemas jurídicos: o Código Civil (1804) e o Código Comercial (1808). A denominada segunda fase do direito comercial. Neste momento surge a teoria dos atos de comércio, que passou a ser o novo critério para delimitação do campo de incidência do direito comercial. A caracterização do comerciante não mais dependia se ele fazia ou não parte das corporações de oficio, mas sim se ele praticava ou não atos de comércio. Ou seja, não dependia mais do sujeito, mas sim do objeto (por isso dita objetiva) que ele praticava. Se praticavaatos de comércio em caráter habitual e profissional comerciante era. E sendo comerciante, estava submetido às normas comerciais. 
Este sistema "bipartido" tendo como critério delimitador os atos de comercio repercutiu em todos os países de tradição romana, entre eles o Brasil. A sua influência foi clara na edição do código comercial brasileiro de 1850, que trouxe como objeto do direito comercial a figura do comerciante, assim entendido como a pessoa física ou jurídica praticante, habitual e profissionalmente, de atos de comércio. A definição de atos de comércio, porém, não constava no código. Veio posteriormente no regulamento nº 737 de 1850, onde constava um rol enumerativo dos atos de comércio.
2.3. A terceira fase (subjetiva moderna). A teoria da empresa 
 A teoria da empresa nasceu na Itália fascista de Mussolini com a edição do CodiceCivile de 1942, que promoveu a unificação formal do direito privado, onde as relações civis e comerciais passaram a ser disciplinadas num único diploma legislativo. Neste momento surge um novo sistema de regulamentação das atividades econômicas dos particulares. Atividades até então deixadas fora do âmbito de incidência do direito comercial, como era o caso das prestações de serviços, das negociações imobiliárias, da agricultura e agropecuária passaram a fazer parte do sistema jurídico comercial, submetendo-se às mesmas regras aplicáveis às atividades comerciais. Inicia-se a terceira fase do Direito Comercial, onde este deixa de cuidar de uma atividade específica chamada mercancia e passa a disciplinar uma forma específica de se exercer uma atividade econômica, uma forma específica de se produzir ou circular bens ou serviços: a forma empresarial.

Outros materiais