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a importância dos legados de Franco Basaglia em saúde mental

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Apresentação oral 
A Importância dos legados de Franco Basaglia em Saúde Mental 
Tamara Loures Chaves¹; Larissa Bouzada de Paula²; Fabricia Creton Nery³; 
1.Discente do curso de Psicologia na Faculdade de Minas – FAMINAS, Muriaé;2. Discente do curso 
de Psicologia na Faculdade de Minas – FAMINAS, Muriaé;3. Docente do curso de Psicologia na 
Faculdade de Minas – FAMINAS, Muriaé. 
Palavras-chave: Loucura – Franco Basaglia – Reforma psiquiátrica. 
 Este trabalho, através de uma revisão bibliográfica, objetiva promover um resgate 
histórico propondo uma reflexão sobre a importância das colocações de Franco Basaglia para 
a reforma psiquiátrica em Saúde Mental. 
 Conforme Amarante (1994), Franco Basaglia foi um consagrado psiquiatra italiano, 
nascido em 1924 na cidade de Veneza. Seus feitos acerca da reforma psiquiátrica iniciaram 
após doze anos de carreira acadêmica na Faculdade de Medicina de Padova. Foi nomeado 
diretor do hospital psiquiátrico de Gorizia, um dos diferenciais que destacava Basaglia 
era o objetivo, o de transformar o hospital em uma comunidade terapêutica. Para tanto, o 
primeiro passo foi oferecer maior suporte aos portadores de sofrimento psíquico, 
proporcionando melhores tratamentos técnicos e hospedaria. Entretanto, ao se deparar com a 
miséria humana, o psiquiatra percebeu que apenas tais melhorias não seriam suficiente, o 
problema denotava uma maior dimensão no âmbito das relações entre a loucura e a sociedade, 
uma vez que a postura adotada pela medicina até então reduzia os indivíduos à intervenções 
clínicas, além de promover a segregação das pessoas consideradas improdutivas contribuindo 
para uma cultura tirana e excludente. Contudo Basaglia considerava que a psiquiatria por si só 
não seria capaz de sanar por completo o fenômeno da loucura, logo proporcionou diversas 
ações na Itália, a fim de que os hospitais psiquiátricos deixassem de promover práticas 
segregativas. 
 À luz de Arbex (2013) Franco Basaglia tinha a intenção de romper com os muros da 
hospitalização, assim como fez na Itália, ao chegar no Brasil e se deparando com situações 
críticas a respeito do tratamento, o italiano lançou propostas de mudança aos moldes 
psiquiátricos. 
 Em 1979 o Brasil foi contemplado com a visita de Basaglia, conforme relata Arbex 
(2013), após conhecer o Hospital Psiquiátrico de Barbacena, o Pedro II, conhecido como 
“Colônia”, o psiquiatra reuniu uma coletiva de imprensa e perante à todos comparou o 
hospital com um campo de concentração nazista, afirmando que em nenhum outro lugar, 
outrora visitado por ele, havia presenciado uma tragédia tão forte tal qual os tratamentos 
oferecidos no Colônia. 
Basaglia baseou-se na lei de 180 de 1973 (até hoje em vigor na Itália) para evidenciar a 
forma que se tratava a loucura, a norma intitulada de “Franco Basaglia” foi tão impactante 
que as portas dos hospícios da Itália foram fechadas. Posteriormente Figueiredo (2001) relata 
outras visitas de Franco Basaglia ao Brasil, não mais em Barbacena, porém em Belo 
Horizonte e ao Rio de Janeiro, conforme Amarante (2009), os legados Basaglianos foram 
de extrema importância para o processo de desinstitucionalização para que a clínica 
deixasse de ser interpretada segundo os moldes pinelianos, a fim de se organizar de forma a 
tender o sujeito em sua totalidade, devolvendo o valor subjetivo dos internos que outrora 
foram tomados. 
 Antes de falecer, ao concluir a escrita de seu último livro, Franco Basaglia relatava um 
desejo: o de que a história do movimento liderado por ele não fosse contada com base 
em portarias, leis, datas, atos oficiais, mas que fosse marcado por histórias de muitas pessoas 
cujas vidas fossem transformadas pelo resultado de seu trabalho. Certamente o olhar do 
italiano não era voltado para a doença do sujeito e sim para o sujeito que havia por trás da 
doença. (AMARANTE,2009) 
 Compreende-se que Franco Basaglia foi instaurador de um movimento divisor de águas no 
campo da Saúde Mental, tanto quanto nos afazeres da psicologia, uma vez que o número de 
psicólogos atuando no campo de saúde mental hoje corresponde a mais de 10% dos 
profissionais formados, pode-se pensar que os maus tratos destinados à pessoas com 
sofrimentos psíquicos aconteceram nas antiguidades, porém os fatos tratam de um passado 
não muito distante, ainda hoje se vê sequelas de internações de longo prazo, porém hoje 
com o despertar Basagliano pode- se optar por limpar não mais a sociedade da sujeira que era 
considerada a loucura, e sim as lentes com as quais se enxerga a loucura e se trata da mesma, 
a Psicologia tem grande influência nesse campo, contribui-se com estudos sócio-históricos e 
com a prática de projetos a fim de restaurar a subjetividade dos indivíduos e reinseri-los, 
porém há muito no que se pensar em relação à novas práticas de cuidados e promoção de 
autonomia. 
 
Referências 
AMARANTE, P. Uma aventura no manicômio: a trajetória de Franco Basaglia. 
História, Ciências, saúde. Manguinhos, I(1):61-77, 1994. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v1n1/a06v01n1.pdf> Acesso em 21/05/2014 
AMARANTE, P., Reforma Psiquiátrica e Epistemologia; Cad. Bras. Saúde Mental, Vol 1, 
no1, jan-abr. 2009 
http://stat.ijkem.incubadora.ufsc.br/index.php/cbsm/article/viewFile/998/1107 ACESSO EM 
21/04/2015 
ARBEX, D. Holocausto brasileiro. 1 ed. São Paulo: Geração Editorial, 013. FIGUEIREDO, 
G. R.; Comentário sobre os encontros de Ulysses Vianna Filho com Franco Basaglia. Rev 
Bras Psiquiatr. 23(1):54. 2001.

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