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Digestão e absorção dos Lipídios

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Digestão e absorção dos Lipídios:
BOCA ESTÔMAGO INTESTINO
Cerca de 80% dos lipídeos provenientes da dieta são predominantemente triglicerídeos.
BOCA: O início da digestão de lipídeos da alimentação não começa na boca efetivamente. 
Embora nenhuma hidrólise de triglicérideos ocorra na boca, os lipídeos estimulam a secreção da lipase das glândulas serosas na base da língua (por isso se chama lipase lingual), mas como não permanece na boca sua função é quase nula.
ESTÔMAGO:	A lipase gástrica provavelmente corresponde àquela secretada pela língua. Porém, o pH extremamente ácido do estômago não possibilita a ação integral desta lipase gástrica, diminuindo a velocidade de sua ação enzimática, havendo apenas a quebra de algumas ligações de ésteres de Ácidos Graxos de cadeia curta. 
	A ação gástrica na digestão dos lipídios está relacionada com os movimentos peristálticos do estômago, produzindo uma emulsificação dos lipídios, dispersando-os de maneira equivalente pelo bolo alimentar.
INTESTINO: A chegada do bolo alimentar acidificado (presença de gordura e proteína) no duodeno induz a liberação do hormônio digestivo colecistocinina CCK (um peptídeo de 33 aminoácidos, também denominado pancreozimina) que, por sua vez, promove a contração da vesícula biliar, liberando a bile para o duodeno e estimulando a secreção pancreática.
A colecistocinina possui, ainda, função de estímulo do pâncreas para a liberação do suco pancreático, juntamente com outro hormônio liberado pelo duodeno, a secretina. O suco pancreático possui várias enzimas digestivas (principalmente proteases e carboidratases) sendo a lipase pancreática a responsável pela hidrólise das ligações ésteres dos Lipídios liberando grandes quantidades de colesterol, Ácidos Graxos, glicerol e algumas moléculas de monoacilgliceróis.
Três enzimas hidrolíticas são encontradas no suco pancreático secretado no duodeno: lipase−pancreática, colesterol−esterase e fosfolipase A2.
triacilglicerol + 2 H2O 2-monoacilglicerol + 2 ácido gordo (3)
glicerofosfolipídeo + H2O lisofosfolipídeo + ácido gordo (4) 
colesterídeo + H2O colesterol + ácido gordo
	 Os ácidos/sais biliares são derivados do colesterol e sintetizados no fígado. São denominados primários (ácido cólico, taurocólico, glicocólico, quenodesoxicólico e seus derivados) quando excretados no duodeno, sendo convertidos em secundários (desoxicólico e litocólico) por ação das bactérias intestinais. 
	A bile, ainda, excreta o colesterol sanguíneo em excesso, juntamente com a bilirrubina (produto final da degradação da hemoglobina). 
	Sais biliares fazem a emulsificação (subs. Oleosa + subs. Não-oleosa) dos lipídeos para que a enzima lipase pancreática possa agir quebrando os triglicérideos em diglicérideos e ácidos graxos livres. 
Os diglicérideos:
30%: sofrem uma nova ação da lipase pancreática, sendo convertidos a monoglicérideos, ácidos graxos e glicerol. 
70%: são absorvidos pela mucosa intestinal.
(A emulsificação é possível pela natureza anfipática dos sais biliares; a porção polar das moléculas interage com a água, enquanto a não-polar interage com os lipídeos, desse modo, os lipídios são finalmente dispersos no meio aquoso).
	Ácidos graxos livres e monoglicerídeos produzidos pela digestão formam complexos chamados micelas, que facilitam a passagem dos lipídeos através do ambiente aquoso do lúmem intestinal para borda em escova (superfície das células da mucosa intestinal onde ocorre a absorção). 
	Os sais biliares são então liberados de seus componentes lipídicos e devolvidos ao lúmem do intestino, através da ajuda de transportadores dependentes de sódio e circulam até chegar ao fígado. Absorção dos Ácidos Biliares: A absorção dos lipídios dietéticos já terá sido tipicamente completada quando essas substâncias alcançarem o jejuno médio, em contraste, os ácidos biliares são absorvidos essencialmente na parte terminal do íleo.
Na célula da mucosa intestinal, o destino dos ácidos graxos absorvidos é determinado pelo comprimento de suas cadeias carbonadas: 
Ácidos graxos de cadeia curta (2-10 átomos de carbono) são hidrossolúveis, sendo diretamente liberados para o sangue portal sem alterações e transportados ao fígado unidos à albumina. 
Os ácidos graxos de cadeia longa são convertidos novamente em triacilgliceróis. 
A formação dos triacilgliceróis a partir dos ácidos gordos e do monoacilglicerol envolve a prévia “ativação” dos ácidos gordos: 
numa reação catalisada pela síntese de acil-CoA, os ácidos gordos reagem com o ATP e a coenzima A (CoA) gerando como produtos acil-CoA, AMP e pirofosfato. 
O resíduo acilo do acil-CoA é depois, por ação catalítica de transferases de acilo, transferido para as posições 1 e 3 do 2-monoacilglicerol com a consequente regeneração dos triacilgliceróis. 
ácido gordo + CoA + ATP acil-CoA + AMP + PPi (1) 
2-monoacilglicerol + acil-CoA 1,2-diacilglicerol + CoA (2) 
1,2-diacilglicerol + acil-CoA triacilglicerol + CoA
Assim, o triglicerideo é agrupado com colesterol, fosfolipídeos e proteínas específicas (apolipoproteínas e apoproteínas) que os tornam hidrossolúveis. 
Esses agregados lipoproteicos/lipoproteínas plasmáticas são denominados quilomícrons (QM) e são liberados para os vasos linfáticos intestinais e a seguir para o sangue.
A lipoproteína-lipase, ligada à superfície endotelial dos capilares sanguíneos, converte os triacilgliceróis dos quilomícrons em ácidos graxos e glicerol (LIPÓLISE). Então, dirigem-se para o fígado, o maior sintetizador de gordura, onde aumentam sua densidade (ganhando proteínas – VLDL, LDL ou HDL). Esses compostos são captados por vários tecidos, principalmente o adiposo e o muscular.
- VLDL (very low density lipoprotein) 80-90% de lipídios. 
- LDL (low density lipoprotein) 70% lipidios. 
- HDL (high density lipoprotein) 45% lipidios. 
	Os quilomicrons, geralmente os VLDL, saem do fígado com intenção de levar triglicérideos para os tecidos, e com a absorção de triglicerídeos, a VLDL vai aumentando sua densidade até chegar a LDL. LDL também leva triglicérideos para os tecidos. O HDL troca colesterol por triglicerídeo e leva o colesterol para o fígado e o excreta na forma de sais biliares. 
A lipoproteína-lipase é ativada por ligação a uma proteína componente dos quilomícrons, a apoproteína C−II.
 (Na célula da mucosa, os AG e monoglicerídeos são reagrupados em novos triglicerídeos, estes juntamente com o colesterol e fosfolipídeos são circundados em forma de quilomícrons (QM). Os QM são transportados e esvaziados na corrente sanguínea, e então levados para o fígado, onde os triglicerídeos são reagrupados em lipoproteínas e transportados especialmente para o tecido adiposo, tecido muscular, para o metabolismo e para o armazenamento). 
	Os lipídeos são moléculas orgânicas hidrofóbicas (apolares). Os lipídeos, portanto, precisam ser transportados de um tecido ao outro, necessitando assim de associar-se com proteínas específicas para ser transportados no sangue. As lipoproteínas plasmáticas são complexos de macromoléculas esféricas de lipídeos e proteínas específicas (apolipoproteínas ou apoproteínas) miscíveis no plasma que transportam os lipídios no sangue.
	As principais lipoproteínas plasmáticas são: quilomícrons (ou quilomicra), lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e as lipoproteínas de alta densidade (HDL).
Quilomícrons (QM):
Apresentam densidade inferior a 0,95g/mL;
São formados nas células mucosas do duodeno e jejuno durante a absorção de gorduras; 
Têm como função o transporte de colesterol e triglicerídeos exógenos, vitaminas lipossolúveis absorvidas da dieta (alimentação) para os tecidos periféricos. 
Lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL):
Apresentam densidade entre 0,95 a 1,006 g/mL;
A VLDL é produzida no fígado; 
Sua função primordial é transportar os lipídios (TG endógenos) do fígado para os tecidos periféricos; 
As VLDV são gradualmente degradadas (metabolizadas) no plasma pela ação da lípase lipoprotéicatransformando-se em VLDL remanescentes que liberam os TG, perdendo assim algumas de suas apoproteínas, sendo transformadas em IDL (lipoproteína de densidade intermediária). Estas caem na circulação e logo são captadas pelo fígado onde ocorre a degradação das IDL.
OBS: O fígado graxo ou fígado gordo (esteatose hepática) ocorre quando existe um descontrole entre a síntese hepática de triacilglicerol e a secreção de VLDL. Tais condições incluem obesidade, diabetes melito não controlado e ingestão crônica de etanol.
 Lipoproteínas de baixa densidade (LDL):
Apresentam densidade entre 1,019 e 1,063 g/mL;
Origina-se principalmente no metabolismo da VLDL, sendo os hepatócitos e células do intestino delgado os locais de sua biossíntese;
As LDL são as principais fontes de colesterol para os tecidos, exceto para o fígado e intestino. Chama-se popularmente a LDL de colesterol “ruim”. 
Lipoproteínas de alta densidade (HDL):
Apresentam densidade entre 1,019 e 1,21 g/mL;
A HDL forma-se essencialmente no plasma, estando sua biossíntese diretamente ligada à hidrólise dos quilomícrons;
A função principal da HDL é remover o colesterol livre dos tecidos extra-hepáticos e esterificá-lo utilizando a enzima LCAT (leticina-colesterol-acil-transferase) e transportar este colesterol para o fígado, onde a HDL é degradada e o colesterol excretado na forma de ácidos e sais biliares.
	O Colesterol é absorvido de modo similar aos monoglicerídeos e ácidos graxos, após ser hidrolisado da forma de éster pela esterase-colesterol pancreática. 
Os ésteres de colesteril ingeridos na dieta são emulsificados pelos sais biliares e, então, hidrolisados pela colesterol−esterase a colesterol e ácidos graxos livres:
Éster de colesteril + H2O → colesterol-elastase→ Colesterol + ácidos graxos
	As vitaminas lipossolúveis A, D, E e K também são absorvidas de maneira micelar, embora algumas formas hidrossolúveis de vitaminas A, E, K e caroteno possam ser absorvidas na ausência de sais biliares. 
QUAL A FUNÇÃO DO TECIDO ADIPOSO, DO TECIDO MUSCULAR E DO FÍGADO?
	A célula adiposa é capaz de retirar lipídios circulantes do sangue e armazená-los na forma de deposito de gordura (TG). DEPOIS OCORRERÁ A LIPÓLISE E A BETA-OXIDAÇÃO! 
	A célula adiposa também é capaz de remover glicose da corrente sanguínea, degradá-la até acetil-coA e, no interior de suas mitocôndrias, utilizá-la para a síntese de ácidos graxos, e posteriormente triglicérideos e fosfolipídios (lipogênese). Quando necessário, a gordura armazenada é hidrolisada em glicerol e ácidos graxos que são lançados na corrente sanguínea AGL, podendo ser utilizados pelo fígado e músculos (lipólise). 
	Células musculares degradam e queimam ácidos graxos até CO2 e H2O, utilizando a energia liberada para a produção de ATP que é utilizado no processo de contração muscular. 
	O fígado utiliza ácidos graxos para a produção de triglicerídeo; colesterol que é utilizado para a produção de sais biliares (HDL); corpos cetônicos que serão lançados para a corrente sanguínea e consumidos pelos músculos em caso de o excesso de acetil-CoA (beta-oxidação); excretado pelos pulmões e rins. 
Fígado é o principal sintetizador de gordura.
Na ausência de sais biliares, a absorção dos lipídeos é drasticamente reduzida com a presença excessiva de gorduras nas fezes (esteatorréia).
A concentração de ácidos graxos livres no organismo é baixa, pois suas moléculas são detergentes (formam micelas) e podem romper as membranas celulares. Após entrar nas células, provavelmente com o auxilio de proteínas, os ácidos graxos podem ser:
(1) oxidados para gerar energia; 
(2) armazenados como triacilgliceróis; 
(3) usados para a síntese de membranas.
OBS: Muitos ácidos graxos são empregados pelo fígado e células musculares, especialmente no músculo cardíaco, que prefere utilizar ácidos graxos mesmo quando houver disponibilidade de carboidratos.
Insulina
 
glucagonLipólise
Triglicerídeo Ác. Graxos + Glicerol
LÍPASE HSL
	O tecido adiposo é formado principalmente por triglicerídeos. Durante o jejum, exercício vigoroso e em resposta ao estresse, os triglicerídeos são hidrolisados (quebram suas ligações éster) em ácidos graxos e glicerol pela ação da lípase hormônio-sensível (HSL).
Os hormônios adrenalina e glucagon (secretados em resposta a baixos teores de glicemia) ativam a adenilil−ciclase na membrana plasmática dos adipócitos;
A adenilil− ciclase transforma ATP em AMPc (AMP cíclico); 
A proteína cinase dependente de AMPc, fosforila e, assim, ativa a lípase HSL; 
Os triacilgliceróis são hidrolizados em ácidos graxos e glicerol. 
	Elevados teores de glicose e de insulina exercem atividades opostas, acumulando triacilgliceróis no tecido adiposo.
No trato gastrointestinal, os lipídeos são emulsificados, digeridos por enzimas hidrolíticas e absorvidos pelas células da mucosa intestinal.
	Em razão da pouca solubilidade em meio aquoso, os lipídeos se agregam em grandes complexos, dificultando a hidrólise enzimática e a absorção intestinal. Esses obstáculos são contornados pelo emprego de agentes emulsificantes (SAIS BILIARES, FOSFOLIPÍDEOS, ENZIMAS) que aumentam a interface lipídio-água permitindo a ação das enzimas intestinais hidrossolúveis, também como a “solubilização” dos produtos de hidrólise.
Beta-oxidação (Oxidação dos ácidos graxos):
	Os ácidos graxos são degradados por oxidação em uma sequência repetitiva de reações que produzem moléculas de acetil−CoA e liberam energia. O mecanismo é conhecido como β–oxidação, na qual os ácidos graxos são degradados pela remoção de unidades de dois carbonos (acetil−CoA).
	No citosol, os ácidos graxos são ativados (R-CO-SCoA) e reagem com a carnitina, formando ácido graxocarnitina (R-CO-carnitina), num processo catalisado pela enzima carnitina acil-transferase I. Nesta forma, os ácidos graxos entram no espaço intermembranas e são transportados para a matriz através da membrana mitocondrial interna, num processo de difusão facilitada. 
	Na matriz, o grupo acil do ácido graxo é transferido para a coenzima A, liberando a carnitina que retorna para o espaço intermembranas. Este processo é catalisado pela enzima carnitina acil-transferase II. A enzima carnitil-acil transferase I é inibida por alta concentração de malonilCoA (precursor da síntese de ácidos graxos), por alta concentração de acetil-coA no citosol e alta concentração de ATP, sinalizando que os ácidos graxos não precisam entrar na mitocôndria para serem oxidados e gerarem ATP. Esta enzima (malonilCoA) é que regula a beta-oxidação de ácidos graxos.
	Nas mitocôndrias, os ácidos graxos são degradados pela oxidação com a remoção sucessiva de fragmentos de dois carbonos na forma de acetil−CoA, posteriormente oxidada a CO2 no ciclo do ácido cítrico. Em cada ciclo da β−oxidação, forma-se 1 mol de acetil−CoA (10 ATP), 1 de FADH2 (1,5 ATP) e 1 de NADH (2,5 ATP). 
	No fígado, a energia liberada pela β-oxidação é empregada para dirigir a gliconeogênese (MÚSCULO).
	Durante o jejum prolongado, a maioria dos tecidos é capaz de utilizar os ácidos graxos como fonte de energia. 
	O tecido nervoso e os eritrócitos não empregam os ácidos graxos como combustíveis.
Produção de energia na oxidação dos ácidos graxos:
	Cada volta do ciclo de β−oxidação produz um NADH, um FADH2 e uma acetil−CoA. A oxidação do NADH e do FADH2 na cadeia mitocondrial transportadora de elétrons acoplada à fosforilação oxidativa, produz 2,5 e 1,5 ATP, respectivamente. Cada molécula de acetil−CoA proveniente da β−oxidação é metabolizada a CO2 e água no ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa, com a produção de 10 ATP. No entanto, na ativação do ácido graxo são consumidos dois equivalentes de ATP (um ATP é transformado em AMP + 2Pi).
2,5+1,5+10=14 (BETA OXIDAÇÃO DOS ÁC. GRAXOS)
14-2=12 (ATIVAÇÃO DO ÁC. GRAXO)
ÁC. X (20C) -> 4 ÁC. X
20/2=10 acetil-CoA
9 VOLTAS
4x9=36
10x10=100
100+36=136
136-2=134
134x4=536
Cetose (Formação de corpos cetônicos)
	Em certas condições metabólicas, tais como, jejum prolongado,inanição e diabete melito, ocorre aumento na velocidade da β−oxidação, tornando necessário reciclar o excesso de acetil−CoA e liberar a CoA livre para novas β−oxidações. 
	No fígado, o grupo acetil da acetil−CoA é transformado em corpos cetônicos em processo chamado cetogênese. Os corpos cetônicos consistem de 2 moléculas unidas de acetil e são utilizados como combustível hidrossolúvel pelos tecidos extra−hepáticos.
Formação de corpos cetônicos à partir de acetil-CoA - Normalmente, a síntese de corpos cetônicos é relativamente baixa. Quando acumula acetil-CoA (por exemplo no diabetes hiperglicêmico ou em baixa concentração de glicose) a enzima tiolase catalisa a condensação de 2 moléculas de acetil-CoA formando acetoacetil-CoA, que, em seguida deriva os três compostos denominados de corpos cetônicos (acetoacetato, acetona e β-hidroxibutirato). As reações de síntese de corpos cetônicos ocorrem na matriz de mitocôndrias hepáticas. O HMG-CoA é também um intermediário na síntese de esterol. No pH do plasma sanguíneo, os corpos cetônicos dissociam, liberando H+ e podendo acarretar acidose metabólica (cetoacidose)
	A síntese de corpos cetônicos só ocorre no fígado e se dá a partir da β-oxidação.
	Parte do acetoacetato é reduzido a β−hidroxibutirato pela enzima β−hidroxibutirato−desidrogenase NAD+− dependente, ligada à membrana mitocondrial interna. 
	Em condições normais a formação de acetona é negligenciável, no entanto, em acúmulos patológicos de acetoacetato, a quantidade de acetona no sangue pode ser detectada no ar expirado pelo paciente.
	A presença aumentada de corpos cetônicos no sangue e na urina acompanhado de odor de acetona no ar expirado, é denominada cetose. Essa condição ocorre quando a velocidade de produção de corpos cetônicos pelo fígado excede a capacidade de sua utilização pelos tecidos periféricos, resultando em acúmulo no sangue (cetonemia). Ao ultrapassar o limiar renal, essas substâncias aparecem na urina (cetonúria).
	Os corpos cetônicos são os únicos lipídios que não necessitam ser carreados por uma proteína devido a serem hidrossolúveis.
A cetogênese ocorre em três reações:
Formação de acetoacetil−CoA: A primeira reação na formação do acetoacetato é a condensação de duas moléculas de acetil−CoA para gerar acetoacetil−CoA, catalisada pela acetil−CoA−acetiltransferase.
ACETIL-COA –( acetil−CoA−acetiltransferase)-> ACETOACETIL-COA 
Formação de HMG−CoA: A acetoacetil−CoA é convertida a HMG−CoA por condensação com uma terceira molécula de acetil−CoA pela ação da hidroximetilglutaril−CoA−sintase.
Formação de acetoacetato e acetil−CoA: A clivagem da HMG−CoA fornece o acetoacetato livre pela enzima hidroxi−metilglutaril−CoA−liase.
	Em jejum prolongado e diabete melito, como consequência do direcionamento do oxaloacetato para a formação de glicose (gliconeogênese), ocorre limitação da operação do ciclo do ácido cítrico. Desse modo, a grande quantidade de acetil−CoA produzida pela β−oxidação dos ácidos graxos no fígado é canalizada para a síntese de corpos cetônicos. Quando a formação de corpos cetônicos atinge níveis acima da capacidade compensatória dos sistemas tampões fisiológicos, desenvolve-se cetoacidose.
	O acetil é o 2º substrato mais utilizado (1º lugar - glicose) porque não necessita de proteínas para ser carreado (o acetil é hidrossolúvel).
	Vários tecidos, mais notadamente o músculo cardíaco e esquelético, empregam corpos cetônicos para gerar energia. O cérebro aumenta consideravelmente a utilização de corpos cetônicos como fonte de energia durante o período de jejum prolongado e inanição, economizando a glicose e reduzindo a degradação da proteína muscular para a gliconeogênese.
O catabolismo (DEGRADAÇÃO) dos corpos cetônicos ocorre da seguinte forma:
1. Nos tecidos periféricos, o β−hidroxibutirato é oxidado a acetoacetato;
2. O acetoacetato é então ativado pela ação de uma tioforase que emprega a succinil−CoA como fonte de CoA, formando acetoacetil−CoA;
3. Esta última sofre clivagem pela tiolase, produzindo duas moléculas de acetil−CoA que entram no ciclo do ácido cítrico.
Lipogênese
Biossíntese de ácidos graxos
	Carboidrato da dieta em excesso (em relação ao necessário para produção de energia e síntese de glicogênio) é convertido em ácidos graxos no fígado, no tecido adiposo ou nas glândulas mamárias de animais em lactação, sendo assim, o principal fator no controle da taxa de lipogênese é o estado nutricional: se uma pessoa consome uma dieta rica em carboidratos, a taxa de lipogênese aumenta, já que glicose vai fornecer o carbono para a síntese de ácidos graxos (via acetil-CoA). 
	A síntese ocorre no citosol, para onde deve ser transportado o acetil-CoA formado na mitocôndria a partir de piruvato. Como a membrana interna da mitocôndria é impermeável a acetil-CoA, os seus carbonos são transportados na forma de citrato, resultado da degradação de proteínas e carboidratos. Essa degradação resulta em acetil-CoA e oxaloacetato, que sofrem condensação, formando o citrato pela enzima citrato-sintase. 
	Nessa condição, o citrato não poderá ser oxidado pelo ciclo de Krebs, pois a isocitrato desidrogenase vai estar inibida. Sendo assim, o citrato vai ser transportado para o citosol pela tricarboxilato translocase, onde é cortado, na presença de ATP, em oxaloacetato e acetil-CoA pela enzima citrato-liase.
	O oxaloacetato é reduzido a malato pela enzima malato desidrogenase. O malato é substrato da enzima málica: nesta reação são produzidos piruvato e NADPH. 
	O resultado dessas reações é o transporte dos carbonos do acetil-CoA (na forma de citrato), com gasto de ATP, da mitocôndria para o citosol e ainda a produção de NADPH. Acetil-CoA e NADPH (ambos no citosol) podem ser utilizados para formar ácidos graxos.
	O carbono metil do acetil-CoA é “ativado” por carboxilação a malonil-CoA pela enzima acetil-CoA carboxilase. Essa reação requer ATP e bicarbonato como fonte de CO2. 
	Na 1ª etapa, o CO2 é ligado a um resíduo de biotina da enzima, usando energia derivada da hidrolise de ATP. O CO2 então é transferido para acetil-CoA. O 1º ciclo da síntese termina com a formação de butiril-ACP. 
	Para prosseguir o alongamento da cadeia, o radical butiril é transferido para o grupo SH da β-cetoacil-ACP sintase, liberando o ACP, que recebe outro radical malonil. A repetição do ciclo após mais cinco voltas (que dá um total de sete voltas) leva a formação de palmitoil-ACP, que hidrolisado, libera o ácido palmítico.
	No total, a síntese de ácido palmítico (16 C) requer 1 acetil-CoA, 1 malonil-CoA, 14 NADPH e 7 ATP (consumidos na formação de 7 malonil-CoA a partir de 7 malonil-CoA). Os NADPH têm duas origens: provém da reação catalisada pela enzima málica e das reações da via das pentoses-fosfato catalisadas por desidrogenases. Os ácidos graxos sintetizados aqui se combinam por esterificação com o glicerol com a finalidade de se produzir triglicérides armazenáveis.
Síntese de triacilgliceróis
	Os triacilgliceróis são sintetizados pela adição de acil-CoA graxo (biossintetizados ou supridos pela dieta) ao glicerol−3−fosfato ou à diidroxiacetona−fosfato. A síntese ocorre principalmente no fígado, intestino e tecido adiposo. O glicerol−3−fosfato é formado por duas vias: 
A partir da diidroxiacetona−fosfato gerada na glicólise; 
Formado a partir do glicerol pela ação da glicerol−cinase.
	A diidroxiacetona−fosfato é transformada em glicerol−3−fosfato em reação catalisada pela glicerol−3−fosfato−desidrogenase. No fígado, rim e intestino delgado ocorre a fosforilação do glicerol livre em presença de glicerol−cinase.
Os adipócitos são desprovidos de glicerol−cinase e obtém o glicerol−3−fosfato exclusivamente pela reação da glicerol−3−fosfato−desidrogenase. O glicerol livre obtido na hidrólise dos triacilgliceróis nos adipócitos não é utilizado no próprio tecido e sim, é levado ao fígado onde é transformado em glicerol−3−fosfato pela glicerol−cinase.
	Os acil−CoA empregados na síntese dos triacilgliceróis são provenientes de ácidos graxos livres ativadospela ação das acil−CoA−sintetases:
Ácido graxo + CoA + ATP → acil−CoA + AMP + PPi
1. A primeira etapa na biossíntese dos triacilgliceróis é a acilação dos dois grupos hidroxila livres do glicerol−3−fosfato por duas moléculas de acil−CoA graxo para formar diacilglicerol−3−fosfato (fosfatidato ou ácido fosfatídico) em presença da glicerol−3−fosfato−aciltransferase.
2. A enzima fosfatidato−fosfatase converte o diacilglicerol−3−fosfato (fosfatidato) em 1,2−diacilglicerol. O fosfatidato e o 1,2−diacilglicerol são precursores de triacilgliceróis e de glicerofosfolipídeos.
3. Na etapa final da biossíntese de triacilgliceróis ocorre a acilação da posição sn−3 do 1,2−diacilglicerol por meio da diacilglicerol−aciltransferase.
Digestão e Absorção de Proteínas
	As proteínas são formadas de aminoácidos unidos através de ligações peptídicas. 
A digestão de proteínas envolve o processo de hidrólise. Enzimas proteolíticas combinam íons hidroxila e íons hidrogênio derivados da água com as moléculas de proteínas para decompô-las em seus aminoácidos constituintes. Nos humanos normais essencialmente toda a proteína ingerida é digerida e absorvida.
Estômago: Pepsinogênio + HCL => pepsina
Intestino delgado (DUODENO): secreção pancreática 
(Tripsina, Quimiotripsina, Carboxipeptidase, Elastase)
Intestino delgado (CÉLULAS EPITELIAIS): A borda em escova do duodeno e do jejuno contém inúmeras peptidases (aminopolipeptidase e dipeptidases)
	
	Sabe-se que a digestão das proteínas é iniciada no estômago. Nele será secretado um tipo de enzima que é de extrema importância para a digestão das proteínas, denominada pepsinogênio. No entanto, tal enzima é inativa quando encontra um ph diferente de 2-3 (extremamente ácido). Para que a enzima obtenha um ph propício para sua atividade, as células parietais secretam um ácido denominado de ácido clorídrico (HCl), sendo que este ácido possui um ph=0,8, que quando em contato com os demais conteúdos gástricos atinge um ph ótimo para a ativação do pepsinogênio, que agora passará a se chamar pepsina. Sendo assim temos:
PEPSINOGÊNIO + ÁCIDO CLORÍDRICO = PEPSINA
	A pepsina possui uma característica muito importante, que é a capacidade de digerir o colágeno. Esta proteína é pouco afetada por outras enzimas, e é um importante constituinte do tecido conjuntivo das carnes. 
Para que as demais proteínas sejam digeridas, é necessário a digestão do colágeno em primeiro lugar. Deve-se acrescentar que a importante participação da pepsina na digestão de proteínas só corresponde de 10 a 20% da digestão total de proteínas.
	Seguida da fase de digestão de proteínas pelo estômago, vem a fase na qual estas vão para o intestino e sofrem a maior parte da digestão na primeira porção intestinal, que é correspondente ao duodeno. Nesta porção, as proteínas sofreram a ação das enzimas secretadas pelo pâncreas, sendo as principais enzimas proteolíticas a iripsona, quimiotripsina e caboxipoli-pepudase. Quanto a característica de ação destas enzimas, podemos ressaltar que tanto a tripsina, quanto a quimiotripsina podem clivar as moléculas proteicas em pequenos polipeptídios, já a carboxipolipetidase tem o poder de clivar os aminoácidos individuais das extremidades carboxila dos peptídeos. Entretanto embora as proteínas sofram diversas ações enzimáticas, apenas uma pequena porcentagem é digerida até os seus aminoácidos constituintes, sendo que a maior parte permanecerá na forma de dipeptidios, tripeptidios e alguns peptidios maiores.
	A digestão final das proteínas será feita pelas células epiteliais que revestem as vilosidades do intestino delgado. Estas células possuem microvilosidades que objetivam possuir um maior contato com o conteúdo encontrado no intestino. Nas membranas celulares encontram-se diversas peptidases, sendo que dois tipos são especialmente importantes, estas enzimas são as aminopeptidases e diversas dipeptidases. Estas enzimas têm como objetivos desdobrarem os polipeptídios maiores em tripeptidios, dipeptidios e até em alguns aminoácidos, agora por fim estes são absorvidos e transportados pela corrente sanguínea.
	Os produtos finais da digestão, na superfície celular, são aminoácidos livres, di- e tri-peptídeos, que são absorvidos por sistemas específicos de transporte de aminoácidos e peptídeos. Estes últimos são hidrolisados no compartimento citoplasmático, uma vez que, após uma refeição, o sangue portal não contem peptídeos.  O transporte dos outros aminoácidos na borda em escova envolve o co-transporte de 2 íons Na+ e o transporte no sentido contrário de 1 íon K+.
	Na digestão das proteínas (quer as da dieta quer as endógenas que são vertidas no lúmen do tubo digestivo) participam proteases/peptidases (hidrolases de proteínas) com origem nas células principais do estômago (pepsina), nas células acinares pancreáticas (tripsina, quimiotripsina, elástase e carboxipeptídase A e B) e nos enterócitos (endopeptídases, aminopeptídases e dipeptidases). Por ação destas enzimas ocorre quebra das ligações peptídicas das proteínas gerando peptídeos com tamanho cada vez menor e, no final do processo, aminoácidos. 
	A pepsina, a tripsina, a quimiotripsina, a elástase e a endopeptídase intestinal dizem-se endopeptidases porque catalisam a quebra de ligações peptídicas situadas no “interior” da estrutura primária dos seus substratos. 
	Pelo contrário, as carboxipeptídases (libertam o aminoácido da extremidade carboxílica), as aminopeptídases (libertam o aminoácido da extremidade amina) e as dipeptídases dizem-se exopeptidases porque atuam em ligações peptídicas das extremidades e da sua ação catalítica resulta a libertação de aminoácidos. 
	Embora sejam muito inespecíficas, cada uma das peptidases atua preferencialmente em ligações peptídicas que envolvam determinados aminoácidos; estas “preferências” são diferentes de enzima para enzima. As peptidases digestivas são capazes de catalisar a hidrólise das proteínas da dieta, das proteínas que fazem parte das células da mucosa que “descamam” (em constante renovação), assim como das próprias enzimas digestivas (também elas são proteínas). 
	De fato, se admitirmos uma ingestão diária de cerca 60-80 g de proteínas na dieta, uma massa semelhante de proteínas endógenas é vertida no lúmen digestivo e apenas uma fração menor (cerca de 10 g/dia) de produtos de origem proteica aparece nas fezes. 
	A pepsina é segregada no estômago como um zimogênio inativo (pepsinogênio) que, em contato com o pH ácido do estômago (presença de HCl), se hidrolisa gerando a enzima ativa (pepsina) e um polipeptídeo inativo. A separação do polipeptídeo torna o centro ativo da enzima acessível aos seus substratos. 
	A ativação do pepsinogênio também ocorre por autocatálise: a própria pepsina tem atividade hidrolítica sobre o pepsinogênio, promovendo a ativação deste à pepsina. 
Zimogênio (PEPSINOGÊNIO) + H2O enzima ativa (PEPSINA) + polipeptídeo inativo
	As proteases de origem pancreática também são segregadas como zimogênios inativos: o tripsinogênio, o quimiotripsinogênio, a pró-elastase e as pró-carboxipeptidases A e B. 
	No duodeno, a enteropeptidase/enteroquinase, que é uma protease situada no lado externo da membrana apical dos enterócitos, catalisa a hidrólise do tripsinogênio levando (de maneira semelhante ao caso do pepsinogénio) à formação de tripsina. A tripsina formada, também por ação hidrolítica, ativa o próprio tripsinogênio, mas a sua atividade é maior quando atua no quimiotripsinogênio, na pró-elástase e nas pró-carboxipeptídases A e B; nestes casos formam-se, respectivamente, a quimiotripsina, a elástase e as carboxipeptídases A e B. 
	Da ação combinada das enzimas proteolíticas pancreáticas e da pepsina resultam alguns aminoácidos livres e polipeptídeos, mas a digestão destes últimos continua por ação de ectoenzimas (endopeptídases, aminopeptídases e dipeptídases) ancoradas na membrana apical dos enterócitos mas com o centro ativo voltado para o lúmen. 
	Estes processos podem levar à formação de aminoácidos livresno lúmen intestinal, mas a absorção pode ocorrer em fases menos avançadas da digestão das proteínas.
Os produtos finais da digestão, na superfície celular, são aminoácidos livres, di- e tri-peptídeos, que são absorvidos por sistemas específicos de transporte de aminoácidos e peptídeos. Estes últimos são hidrolisados no compartimento citoplasmático, uma vez que, após uma refeição, o sangue portal não contem peptídeos.  O transporte dos outros aminoácidos na borda em escova envolve o co-transporte de 2 íons Na+ e o transporte no sentido contrário de 1 íon K+.
	A absorção ocorre nos enterócitos, cuja membrana apical tem múltiplas projeções em forma de “dedo” que se designam de microvilosidades: ao conjunto dá-se o nome de bordadura em escova. A absorção das proteínas é um processo complexo podendo fazer-se na forma de aminoácidos, de dipeptídeos, de tripeptídeos ou mesmo de proteínas inteiras. 
	A absorção de proteínas inteiras ocorre por pinocitose, sendo comum nos bebês, mas menos frequente no adulto. No polo apical dos enterócitos o transporte dos aminoácidos envolve vários simporters em que, na maioria dos casos, o Na+ é cotransportado com os aminoácidos (transporte ativo secundário em que o componente exergônico é o transporte de Na+). 
	No caso de aminoácidos com carga global positiva (como a arginina e a lisina) o transporte também depende da ação da ATPase do Na+/K+ já que a energia envolvida no processo é o potencial elétrico negativo no interior das células. No caso dos di- e tripeptídeos o único transportador conhecido é um simporter peptídeo/H+ (PEPT1) altamente inespecífico relativamente aos aminoácidos constituintes do peptídeo transportado. 
	A energia envolvida neste transporte é a que resulta do gradiente eletroquímico do protão. Os protões têm tendência a entrar nas células devido ao potencial elétrico ser negativo no interior, acoplando (via PEPT1) a entrada de di- e tripeptídeos. Os protões presentes no lúmen resultaram da acção de um trocador Na+ /H+ que catalisa a troca de um protão que sai por um ião Na+ que entra a favor do gradiente electroquímico. 10- Os di- e tripeptídeos e outros peptídeos incompletamente digeridos são maioritariamente hidrolisados por peptídases do citoplasma dos enterócitos. No pólo basal dos enterócitos os múltiplos sistemas transportadores de aminoácidos são distintos dos que existem no pólo apical e, na maioria dos casos, são uniporters, não envolvendo co-transporte de iões inorgânicos. Na maioria dos casos os aminoácidos que entraram para os enterócitos ou foram aí libertados via hidrólise de peptídeos entram na corrente sanguínea através do sistema porta hepático. No entanto, alguns aminoácidos (com particular destaque para a glutamina) são, em grande parte, oxidados nos enterócitos sendo aqui importantes nutrientes do ponto de vista energético.
Ciclo da Ureia
  	A uréia é a forma de excreção de amônia em mamíferos terrestres. 
A enzima carbamoilfosfato sintetase I (presente na micotôndria e sua atividade depende de N-acetil glutamato) catalisa a condensação da amônia com bicarbonato, para formar carbamoilfosfato. 
O ciclo da ureia tem início, na mitocôndria, com a condensação da ornitina e do carbamoilfosfato gerando citrulina, que sai da mitocôndria e reage com aspartato gerando argininosuccinato e fumarato. 
A formação da citrulina é catalisada pela transcarbamoilase, enquanto a argininosuccinato-sintetase gera argininosuccinato, que sofre a ação da argininosuccinato-liase e produz arginina. 
Finalmente a arginase transforma arginina em ureia e ornitina. Este último composto volta para a mitocôndria, dando continuidade ao ciclo. 
Este ciclo requer 4 ATP para excretar 2 moléculas de amônia na forma de ureia, através dos rins.
O ciclo da ureia é o principal mecanismo de eliminação de amônia.
AMÔNIA + BICARBONATO (carbamoilfosfato sintetase I)-> CARBAMOILFOSFATO
ORNITINA + CARBAMOILFOSFATO (transcarbamoilase)-> CITRULINA
CITRULINA + ASPARTATO (argininosuccinato sintetase)-> ARGININOSUCCINATO + FUMARATO
ARGININOSUCCINATO (argininosuccinato-liase)-> ARGININA
ARGININA (arginase)-> UREIA + ORNITINA
	Defeito na atividade de enzimas do ciclo causa aumento nos níveis de amônia circulante (hiperamonemia), que gera coma e morte. Deficiência parcial dessas enzimas causam retardamento mental, letargia e vômitos episódicos. 
Uma explicação para esses distúrbios talvez seja porque níveis altos de amônia favorecem a transformação de alfa-cetoglutarato em glutamato. Isso deve comprometer as reações do ciclo do ácido cítrico gerando uma redução na produção de ATP. Já foram identificados pacientes com deficiência de cada uma das enzimas do ciclo da ureia. O tratamento pode ser feito pela redução na ingestão de aminoácidos, substituindo-os, se necessário, pelos alfa-cetoácidos equivalentes; ou pela remoção do excesso de amônia, através da administração de fármacos que se ligam covalentemente aos aminoácidos e que são excretados através da urina.
   Benzoato e fenilacetato são exemplos de fármacos utilizados na eliminação de amônia. 
Benzoato se liga com a glicina e forma hipurato, enquanto fenilacetato liga-se com a glutamina gerando fenilacetilglutamina. Esses produtos são excretados através da urina.
O ciclo da uréia consiste em cinco reações - duas dentro da mitocôndria e três no citosol. O ciclo utiliza dois grupos amino, um do NH4+ , e um do aspartato, e um carbono do HCO3- para formar a ureia, que é relativamente atóxica. Essas reações utilizam a energia de quatro ligações de fosfato (3 de ATP, que são hidrolizados a 2 ADP e 1 AMP). A molécula de ornitina é a carregadora desses átomos de carbonos e nitrogênio.

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