educacao Ambiental em nas escolas e na comunidade em Mocambique

Prévia do material em texto

Introdução 
É evidente a importância de educar e sensibilizar os humanos, para que ajam de forma responsável e com consciência sobre a preservação e protecção do meio ambiente, com vista a garantir a sanidade ambiental no presente e no futuro.
A escola como Pólo de transformação da sociedade, cabe-lhe o papel de formar e educar o aluno nas várias áreas do saber, incluindo no respeito ao meio ambiente, manifesto através de práticas que visam na protecção e preservação ambiental. O aluno por sua vez, deverá contribuir na educação ambiental da sua família e assim, na comunidade em geral.
Neste contexto o presente estudo privilegiou a busca de informações na escola, e na respectiva comunidade, sobre o grau de envolvimento desta, no combate aos problemas ambientais da comunidade local, na perspectiva de, com os seus resultados poder contribuir para a melhoria das actuais formas de participação da escola e envolvimento da comunidade, no combate aos problemas ambientais locais, intensificando deste modo, a ligação escola-comunidade.
Saneamento básico ambiental na escola primária Coca-Missava (Cidade de Xai-Xai)
Até que ponto a EP 1/2 de Coca-Missava contribui para o combate dos problemas ambientais da comunidade onde está inserida?
Localização da área em estudo
A área em estudo integra o bairro 5 Coca-Missava da cidade de Xai-Xai, local onde está inserida a EP 1/2 Graus de Coca-Missava, da ZIP Unidade 2. 
O bairro Coca-Missava localiza-se em Moçambique, província de Gaza, na parte central da Cidade de Xai-Xai, estabelecendo limites com os seguintes bairros:
Norte: Bairro Comunal A, da cidade
Oeste: Bairro Comunal A, da cidade
Sul: Bairro Comunal Unidade A e Bairro Comunal Unidade B
Este: Bairro Inhamissa A
Justificativa
As questões ambientais no ensino básico em Moçambique são tratadas de forma transversal, não havendo uma disciplina específica de EA (educação ambiental). A escola como pólo de transformação da sociedade, cabe-lhe a responsabilidade de educar o Homem nas várias áreas do saber e em diferentes matérias, incluindo sobre o meio ambiente.
Conforme o PCEB (Plano Curricular do Ensino Básico), no âmbito do CL (Currículo Local), a escola tem à sua disposição um tempo para a introdução dos conteúdos locais que julgar relevantes para a inserção adequada do educando na respectiva comunidade, para além do ensino das ciências naturais que tem como objectivo desenvolver habilidades e competências, como interpretação científica dos seres e fenómenos naturais, incluindo habilitar o aluno a usar os recursos naturais, tendo em conta a preservação do meio ambiente.
Nesta óptica, o presente estudo particularizou a pesquisa de informações na escola e na comunidade, sobre o grau de envolvimento da escola, no combate aos problemas ambientais com maior enfoque a protecção e preservação do meio ambiente, ao nível da comunidade onde está inserida, uma vez que, segundo INDE (2008:21), um dos objectivos no perfil do graduado do EB (Ensino Básico), é defender a sua saúde e promover acções para proteger e manter o meio ambiente são.
O Bairro 5 Coca-Missava, local onde está inserida a escola em estudo, vários problemas ambientais são evidentes, com destaque aos problemas ligados ao deficiente saneamento básico ambiental, caso que pode culminar com a proliferação de diversas doenças, por isso, assume-se que o presente estudo seja de extrema relevância, pois constitui mais uma ferramenta que mostra as formas de EA, levadas a cabo pela escola, e os respectivos impactos na escola e na comunidade em geral, contribuindo deste modo, através de análises académicas e fundamentos científicos, para a qualidade da EA na escola e despertar ou consciencializar a escola sobre o seu papel na protecção e preservação ambiental da comunidade onde está inserida
Educação ambiental nas escolas
A EA nas escolas, busca uma estratégia pedagógica de enfrentamento de conflitos sócio-ambientais derivados do desenvolvimento sócio-económico e industrial, com vista a proporcionar uma consciência crítica nos educandos, acerca das instituições, actores e factores sociais geradores de riscos a partir de meios colectivos de exercício da cidadania, pautados na criação de demandas por políticas públicas participativas conforme requer a gestão ambiental democrática.
Segundo GOUSSIA e ABELIOTIS (2004), apesar de os currículos conterem elementos que promovem a protecção do meio ambiente, dificilmente as escolas têm sido firmes perante esta problemática. Estes mesmos autores reafirmam ser importante que os programas de EA nas escolas deixem de ser apenas uma componente voluntária, mas sim sejam consideradas componentes obrigatórias dentro dos curricula, ao mesmo tempo que LEE (2000), refere que a EA carece de estatuto de disciplina obrigatória nos currículos vigentes, o que de certa forma condicionaria o envolvimento dos professores no processo de ensino e aprendizagem.
De acordo com GOUSSIA e ABELIOTIS (2004), É necessário que as acções de educação, abordem assuntos de âmbito nacional, mas sempre com um grande enfoque sobre realidade local, de modo que se assentem em focos concretos vividos pela população, motivando assim a sua participação activa para a mudança de atitude na gestão sustentável do ambiente. O reconhecimento de diferentes contextos e realidades a nível local é imprescindível para o desenvolvimento e implementação de projectos que sejam relevantes e apropriados às necessidades e contexto da sociedade moçambicana.
Segundo MICOA (1996), no ambiente urbano e rural, nas médias e grandes cidades, além dos meios de comunicação e outros interventores sociais, a escola é responsável pela educação do indivíduo e consequentemente da sociedade, uma vez que há um “repasse” de informações, que gera um sistema dinâmico e abrangente. A população está cada vez mais evoluída com as novas tecnologias e com cenários urbanos perdendo desta maneira a relação natural que tinham com a terra e suas culturas.
O relacionamento da humanidade com a natureza, teve início com um mínimo de interferência nos ecossistemas tem hoje culminado numa forte pressão exercida sobre os recursos naturais. A EA se constitui numa forma abrangente de educação que se propõe atingir todo cidadão através de um processo pedagógico participativo, permanente que procura incutir no educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a génese e a evolução dos problemas ambientais. (UNESCO e UNEP, 2000)
Esta fonte realça que actualmente são comuns problemas como: a contaminação dos cursos de água, a poluição atmosférica e do solo, a devastação de florestas, a caça indiscriminada e a destruição dos habitats faunísticos, entre muitas outras formas de agressão ao meio ambiente.
Neste contexto fica clara a necessidade de mudar o comportamento do Homem, na sua relação com a natureza, no sentido de promover e conceber um modelo de desenvolvimento sustentável que assegura uma gestão responsável dos recursos do planeta, de modo a preservar os interesses das gerações futuras e ao mesmo tempo atender as necessidades das gerações actuais. Neste âmbito a escola tem um papel fundamental, que é de educar o Homem no sentido responsável da preservação do meio ambiente.
Educação ambiental nas comunidades 
De acordo com MICOA (1996), os dados globais sobre o envolvimento das comunidades em actividades ligadas a EA, tendo como finalidade a gestão eficaz do meio ambiente se revelam bastante críticos e apontam como causas, ausência de políticas e acções concretas sobre a EA. Acima de tudo, a fonte acrescenta que há falta de informações actualizadas sobre assuntos ambientais, condição indispensável para se desenvolverem programas de EA em consonância com a realidade local.
Para o caso de Moçambique, a situação do fraco envolvimento da comunidade em actividades de EA se agrava devido a fraca participação das escolas nos programas de EA junto das comunidades, que em certa medida poderia contribuirpara o conhecimento dos reais problemas ambientais. (MICOA, 1996)
Segundo KRISCHICE (2002), a participação das populações nos programas de EA constitui um pressuposto decisivo para o fortalecimento dos sistemas comunitários de gestão de recursos disponíveis com o mínimo de riscos ambientais. Para este autor, tratando-se de gestão de recursos disponíveis é importante que se especifique o conceito de participação no sentido de que a população tenha espaço em todos os estágios do processo de planeamento, implementação e controlo de acções de desenvolvimento tendo em conta os interesses da comunidade, isto é, deve-se evitar a implementação de projectos, programas ou planos de acção concebidos fora e impostos à população de forma mais ou menos autoritária.
Olhando para o contexto escola, um ensino que se baseie em métodos de fraca participação dos alunos em actividades ligadas a gestão do meio ambiente, para além da deficiência ou falta de preparação adequada dos mesmos, pouco contribui para a mudança de atitudes do aluno na perspectiva de contribuir na comunidade.
Eis algumas imagens da situação do saneamento básico ambiental na escola