Buscar

Apostila de Técnicas de Estudo e Pesquisa.pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
13
U
N
ID
A
D
E 
1
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Bem-vindo à disciplina Técnicas de Estudo e Pesquisa!
Iniciaremos nosso estudo abordando o processo de investigação das
Ciências Sociais. É muito importante que você compreenda como se
desenvolve a pesquisa. Bom Estudo!
OBJETIVO:
• Compreender como funciona a pesquisa, como se define o seu
objeto de estudo e quais são os instrumentos de trabalho
utilizados para essa tarefa.
PLANO DA UNIDADE:
• O Conhecimento Científico e o Senso Comum
• A construção do Conhecimento Científico
• A neutralidade científica
Bem-vindo à primeira Unidade de Estudo.
Sucesso!
UNIDADE 1 - O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIEMENTO CIENTÍFICO
14
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O SENSO COMUM
Começamos essa unidade com uma distinção importante:
O conhecimento científico é o resultado do trabalho executado pelo
homem para compreender a natureza e a realidade social, transformando-
as de acordo com suas necessidades.
Para Galliano (1986, p. 16) “Ciência é, pois o conhecimento racional,
sistemático, exato e verificável da realidade. Por meio da investigação científica
o homem reconstitui artificialmente o universo real em sua própria mente
(...)”. O senso comum é um tipo de conhecimento que todos nós adquirimos
em nosso cotidiano através das nossas experiências. Porém, este tipo de
conhecimento não se constitui a partir de uma metodologia científica. Por
isso, sua base é a própria realidade social.
Esse tipo de conhecimento (produzido pelo senso comum) se
caracteriza como fundamento do modo como a sociedade pode ser
representada. Nesse sentido, deve ser considerado como fonte de
pesquisa criteriosamente analisado sob os rigores da metodologia
científica.
Apresentamos a seguir, um quadro resumido das características principais
do senso comum:
Conhecimento Científico e Senso Comum
IMPORTANTE
Superficial - conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente
estando junto das coisas.
Sensitivo - referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.
Subjetivo - é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos.
Assistemático - a organização da experiência não visa a uma sistematização das idéias, nem
da forma de adquiri-las, nem na tentativa de validá-las.
Acrítico - verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se
manifesta sempre de uma forma crítica.
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
15
A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
“O objeto de investigação das Ciências Sociais é histórico. Isto
significa que as sociedades humanas existem num determinado espaço
cuja formação social e configuração são específicas. Vive o presente
marcado pelo passado e projetado para o futuro, num embate entre o
que está dado e o que está sendo construído” (MINAYO, 1996, p. 13).
Podemos observar, a partir das idéias apresentadas pela autora, que
o quadro histórico-social é a base da qual devemos partir para entendermos
os fenômenos sociais.
O objeto de investigação do cientista social está localizado na realidade
social da qual ele também participa. Ou seja, as Ciências Sociais estudam e
analisam o comportamento dos grupos em sociedade: seus valores, crenças,
visões de mundo, sua relação com os outros grupos sociais etc.
Essa forma de analisar o conjunto de significados construído pelos
diferentes grupos sociais sofreu influências de várias correntes do
pensamento ao longo da história. Vamos aqui relacionar duas dessas
correntes essenciais para a nossa disciplina:
• A Corrente Positivista criada no século XIX propõe a
compreensão da realidade social a partir do uso da metodologia
das Ciências Naturais,ou seja, a sociedade deve ser percebida
como uma totalidade que pode ser quantificada e explicada de
modo objetivo;
• A Corrente Qualitativista opõe-se ao modelo de pesquisa
proposto pelo Positivismo, pois sua maior preocupação é o
entendimento dos diferentes significados construídos pelos
grupos sociais para a vida em sociedade. Aqui, a idéia de
quantificar as respostas oferecidas pela sociedade é substituída
pela análise das diversidades, das especificidades que compõem
as relações ocorridas entre os grupos sociais.
A pesquisa social não pode ignorar os diferentes procedimentos
necessários à compreensão dos fenômenos sociais. Portanto, os dados
PESQUISADOR OBJETO DE ESTUDO
Positivismo: Essa corrente
do pensamento trouxe como
influência para as ciências
sociais o uso das variáveis
(características dos fatos
sociais) para explicar os fe-
nômenos sociais. A objeti-
vidade e o uso de ferramen-
tas padronizadas são recur-
sos fundamentais para que
a realidade social se expli-
que através de generaliza-
ções e regularidades.
A corrente Qualitativista:
Em oposição ao positivismo,
essa corrente do pensamen-
to busca na compreensão da
subjetividade, o significado
da realidade social. Seu ob-
jetivo não é quantificar, mas
compreender o sentido das
crenças, dos valores e das
formas de ver o mundo que
compõem o conjunto de re-
lações sociais no qual o in-
divíduo está inserido.
UNIDADE 1 - O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIEMENTO CIENTÍFICO
16
quantitativos definem formas diferentes de entender a realidade. O seu uso
deve ser definido a partir das necessidades colocadas pela pesquisa.
O que desejamos frisar é que a pesquisa não deve ignorar as
especificidades que explicam a vida em sociedade, pois os indivíduos que
fazem parte dos grupos sociais se definem por sua subjetividade, pelos
significados atribuídos às suas ações. Ex.: Quando eu voto num determinado
candidato, estou fazendo uma opção “pessoal” por uma determinada pessoa.
Entretanto, esta escolha é o resultado da posição social que ocupo: origem
social, faixa etária, grau de instrução, ocupação profissional, ambiente familiar,
interesses sociais etc.
Portanto, estas características devem ser percebidas como parte
integrante da sociedade na qual me encontro. Somente assim, relacionando
o todo às partes, poderemos compreender de forma aprofundada quais os
significados contidos numa determinada ação.
CARACTERÍSTICAS DA CIÊNCIA
Com base em Ruiz (1988: 124-126), descrevemos de maneira mais
sistemática as características da ciência.
• Conhecimento pelas causas: a ciência se caracteriza por
demonstrar as razões dos enunciados, relacionando o fenômeno
às suas causas.
• Profundidade e generalidade de suas conclusões: a ciência
exprime suas conclusões em enunciados gerais que traduzem
a relação constante do binômio causa-efeito; generalizando o
porquê de atingir a constituição íntima e a causa comum a todos
os fenômenos da mesma espécie, conferindo à ciência a
prerrogativa de fazer prognósticos seguros.
• Finalidade teórica e prática: temos que da pesquisa fundamental
e da descoberta da verdade decorrem inúmeras conseqüências
práticas.
• Objeto formal: é a maneira peculiar, o aspecto ou o ângulo sob
o qual a ciência atinge seu objeto material (realidades físicas),
com o controle experimental das causas reais próximas
(evidência dos fatos e não das idéias).
• Método e controle: é uma investigação rigorosamente metódica
e controlada, derivando-se daí a razão da confiança nas
conclusões científicas.
• Exatidão: a ciência pode demonstrar, por via de experimentação
ou evidência dos fatos objetivos observáveis e controláveis, o
mérito de seus enunciados.
• Aspecto social: a ciência é uma instituição social, com os
cientistas membros de uma sociedade universal para a procura
da verdade e melhoriadas condições de vida da humanidade.
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
17
Como exemplo das características da ciência, temos Albert Einstein e a
teoria geral da relatividade. Einstein observou que a teoria da física de que
uma substância chamada éter permeava tudo no universo não fazia sentido,
já que não era possível detectar se uma pessoa estava ou não em movimento
no espaço e que a velocidade da luz era a mesma em todo o universo
(conhecimento pelas causas). Então, com base nestes preceitos ele cria a
teoria geral da relatividade (profundidade e generalidade de suas
conclusões).
Uma conseqüência importante desta teoria é a relação entre a massa
e a energia, conhecida pela fórmula E=mc2 (finalidade teórica e prática). Com
esta fórmula os cientistas perceberam que, se o núcleo de um átomo pesado
de urânio se fissionasse em dois núcleos de massa ligeiramente menor, uma
tremenda quantidade de energia seria liberada (objeto formal). Entre as
aplicações desta teoria, temos o raio-X na medicina, a geração de energia
elétrica pela energia nuclear e as bombas atômicas que explodiram em
Hiroshima e Nagazaki (exatidão e aspecto social).
A NEUTRALIDADE CIENTÍFICA
É sabido que, para se fazer uma análise desapaixonada de qualquer
tema, é necessário o pesquisador manter certa distância emocional do
assunto abordado. Mas será isso possível? Seria possível um padre, ao
analisar a evolução histórica da Igreja, manter-se afastado de sua própria
história de vida? Ou, ao contrário, um pesquisador ateu abordar um tema
religioso sem um conseqüente envolvimento ideológico nos caminhos de sua
pesquisa?
Provavelmente a resposta seria não. Mas, ao mesmo tempo, a
consciência desta realidade pode nos preparar para trabalhar esta variável
de forma que os resultados da pesquisa não sofram interferências além das
esperadas. É preciso que o pesquisador tenha consciência da possibilidade
de interferência de sua formação moral, religiosa, cultural e de sua carga de
valores para que os resultados da pesquisa não sejam influenciados além
do aceitável.
Concluindo, não se esqueça:
• o conhecimento científico e o senso comum são formas distintas
de entender a realidade social.
• o contexto histórico-social define o objeto de estudo das ciências
sociais.
• o modelo de pesquisa quantitativa aborda a realidade social
de forma objetiva e quantificável.
• o modelo de pesquisa qualitativista investiga a realidade social,
considerando aquilo que é específico, através do
aprofundamento dos dados.
UNIDADE 1 - O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIEMENTO CIENTÍFICO
18
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
A Pesquisa é uma atividade muito interessante e atraente. Você
começou a fazer parte deste universo de conceitos e significados. A partir de
agora, terá a oportunidade de testar seus conhecimentos sobre essa
primeira unidade.
Boa Sorte!
Crenças,
valores,
concepções
de mundo
etc.
PESQUISADOR GRUPOS SOCIAIS
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
19
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
2
A METODOLOGIA DE
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Nesta segunda unidade vamos compreender qual é a função do método
na elaboração da pesquisa. Este é um mecanismo de extrema importância
para que você realize suas atividades acadêmicas. O método aponta os
caminhos a serem seguidos pelo pesquisador, indicando qual a direção tomar,
quais os instrumentos adequados para alcançarmos um bom resultado. Pense
no método como um amigo que conhece os lugares por onde você precisa
passar e qual a melhor forma de ultrapassar os obstáculos desse caminho.
Bom Estudo!
OBJETIVO:
• Determinar a direção a ser seguida pelo pesquisador tanto no
que se refere à construção do campo teórico como no que diz
respeito às atividades práticas executadas pela pesquisa.
PLANO DA UNIDADE:
• A importância do método na elaboração da pesquisa.
• Tema da pesquisa.
• Formulação do problema.
• Delimitação do objeto de estudo.
• Formulação das hipóteses.
• Levantamento de dados.
• Análise e interpretação de dados.
• A pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa.
Bons Estudos!
20
UNIDADE 2 - A METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
 “O ponto de partida de qualquer pesquisa é a meta ou o objetivo.
Em um segundo momento, desenvolve-se um modelo do processo
que será estudado ou do fenômeno que será manipulado.
Posteriormente, vem a coleta de informações (ou utilização de dados
já coletados). Comparam-se os dados e o modelo em um processo de
avaliação, que consiste simplesmente em estabelecer se os dados e o
modelo têm sentido. Se o modelo não dá conta dos dados, procede-se
à sua revisão – modificação ou substituição. Assim, o método científico
é um processo dinâmico de avaliação e revisão.” (RICHARDSON, 1999,
p. 23).
A IMPORTÂNCIA DO MÉTODO NA ELABORAÇÃO DA PESQUISA
A elaboração da pesquisa depende diretamente de um conjunto de
procedimentos que vão sendo articulados, desde a escolha do tema até a
etapa de apresentação dos resultados.
Esses procedimentos devem estar relacionados ao tipo de pesquisa
que se deseja executar. Ou seja, o modelo de pesquisa definido pelo
pesquisador exige determinadas formas de execução. Estas formas são os
caminhos escolhidos pelo pesquisador para chegar aos dados necessários
à elaboração do trabalho.
A natureza do problema a ser estudado é que determina qual método
de pesquisa a ser utilizado!
PESQUISADOR OBJETO DE ESTUDO
METODOLOGIA CIENTÍFICA
O uso do método na pesquisa:
1ª Etapa: A partir da nossa vivência, experiências pessoais e
conhecimento teórico, definimos o:
TEMA DA PESQUISA
A primeira etapa envolve a escolha e delimitação do assunto (tema).
Ao escolher um tema para seu trabalho de pesquisa, procure algo original.
Será considerado original um assunto que, mesmo versando sobre algo já
conhecido, aborde-o sob novo ângulo, acrescentando-lhe uma particularidade
até então desconhecida. Escolha algo pelo qual você já tenha algum
IMPORTANTE
21
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
interesse ou que, de alguma forma, seja um desafio para seu pensamento,
algo intrigante e instigante para a sua imaginação.
Podem ser boas pistas investigar alguma experiência particular anterior
sua, ou a área profissional para a qual você está se encaminhando, ou algum
campo da Ciência sobre o qual você tem se interessado ultimamente. 
Lembre-se de que você vai ter que se dedicar a este assunto por muitas
horas e que, por isso, é importante que ele seja verdadeiramente de seu
interesse. 
Ex: Violência Urbana
2ª Etapa: Para que uma pesquisa seja realizada é necessário que nós
criemos um problema. De posse do tema com o qual decidimos trabalhar,
devemos construir uma indagação e buscar a solução para uma determinada
questão.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
A identificação de um problema de pesquisa é a principal etapa de
todo o processo. Nela, o pesquisador deve ser capaz de demonstrar o seu
discernimento sobre o que pretende estudar. As fontes dos problemas de
pesquisa são, geralmente, as lacunas da teoria ou da experiência profissional
que geram problemas ou indagações de pesquisa que vão provocar a
inteligência do pesquisador para a formulação de hipóteses.
ATENÇÃO: a formulação do problema da pesquisa deve ter relevância
e ser passível de ser pesquisado.
Ex:Como podemos definir o papel do Estado no processo de combate à
violência?
3ª Etapa: Essa é uma pergunta muito ampla que demonstra o nosso
interesse numa determinada área. Porém, esta indagação deve ser
especificada num determinado ponto, a partir de alguns conceitos,
objetivando a:
DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
Delimitação do tema (unicidade) é a característica que nos permite
constatar quais aspectos de um dado assunto se deseja provar ou
desenvolver, isto é, determinar o objetivo central de uma investigação
científica.
Ex.: Como podemos definir o papel desempenhado pelo Estado no
combate à violência através das suas políticas públicas, na Cidade do Rio de
Janeiro na década de 1990?
Esta caracterização inicial do nosso objeto de estudo permite que
possamos eliminar uma série de perguntas e respostas secundárias à
compreensão do nosso ponto-chave. Isto quer dizer que, a partir deste recorte
da realidade social com a qual queremos trabalhar, poderemos focar nossa
atenção em nossos objetivos, aprofundando a investigação a ser realizada.
Violência: categoria
social que exprime, neste
caso, algum tipo de coa-
ção ou uso da força. Vio-
lência sofrida por alguém
ou por um grupo de pesso-
as. (FERREIRA,1986)
Objeto de Estudo:
define-se como a área de-
limitada e problematizada
pelo pesquisador para a
investigação científica.
22
UNIDADE 2 - A METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
4ª Etapa: Definido o nosso objeto de estudo, partimos para a construção
das noções iniciais com as quais vamos estabelecer um diálogo no decorrer
da pesquisa.
FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES
Uma hipótese é uma previsão experimental ou uma explicação da
relação entre duas ou mais variáveis. É a hipótese e não o enunciado do
problema, que está sujeita ao teste empírico. As hipóteses são, portanto,
as soluções experimentais do problema ou as respostas prováveis à
indagação da pesquisa. A verificação das hipóteses constitui o cerne dos
estudos empíricos tanto quantitativos quanto qualitativos.
Ex.: Partimos da noção inicial de que o Estado (representado pelo
Governo Federal) articulou e colocou em prática na década de 1990 um
conjunto de políticas públicas voltado para o combate à violência e não à
sua prevenção. Portanto, nossa hipótese central é que a ação dessas
políticas demonstrou-se ineficaz nos diferentes segmentos da sociedade,
produzindo um crescente descrédito por parte da população carioca nas
instituições sociais.
Esta etapa exige do pesquisador um exame, ainda que inicial, da
literatura referente ao tema, para que suas formulações possam ser o produto
de um conhecimento prévio e não apenas o resultado de especulações sem
base teórica.
A hipótese de uma pesquisa é uma idéia que será submetida a uma
série de questionamentos ao longo do processo de levantamento e análise
dos dados. Isto significa que esta hipótese pode ou não ser comprovada.
5ª Etapa: A partir de agora partiremos para o contato direto com o
campo onde se localiza o objeto de estudo:
LEVANTAMENTO DE DADOS
Nessa fase, a metodologia é extremamente importante, pois ela
definirá as técnicas utilizadas pelo pesquisador, de acordo com o tipo de
trabalho desejado.
Ex.: Levantamento bibliográfico – literatura referente ao tema.
Levantamento das fontes documentais – conjunto de políticas
públicas implementadas pelo Estado: registros em relatórios, leis,
projetos etc.
Realização de entrevistas - representantes do Poder Público,
gestores e técnicos, responsáveis pelo gerenciamento das atividades
de implementação de políticas públicas do Estado.
Campo: a parte da reali-
dade social delimitada pelo
pesquisador, objetivando a
realização da pesquisa.
23
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
6ª Etapa: Este é o momento em que classificamos e organizamos os
dados levantados, procedendo a partir do uso da metodologia
a:
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Nesta etapa da pesquisa relacionamos os instrumentos
utilizados ao longo do seu processo de elaboração, produzindo uma
interpretação daquilo que investigamos durante a realização da
mesma.
Como podemos observar, a metodologia atravessa todas
as etapas da pesquisa, constituindo-se como uma bússola, indicando
uma direção a ser seguida e dimensionando os instrumentos mais adequados
para a determinação dos resultados almejados pelo pesquisador.
Lembre-se:
A PESQUISA QUANTITATIVA E A PESQUISA QUALITATIVA
A realização de uma pesquisa exige a adoção de uma série
de procedimentos como já mencionamos anteriormente. A
metodologia utilizada para a aplicação desses procedimentos varia
de acordo com o tipo de problema a ser investigado, assim como
deve estar adequada ao nível de conhecimento buscado pelo
pesquisador.
Nossa disciplina adotará uma divisão bastante ampla para
a definição da abordagem metodológica realizada no processo de
investigação científica que corresponde às necessidades apresentadas por
nossas atividades: os modelos de pesquisa quantitativa e qualitativa.
A PESQUISA QUANTITATIVA
“Amplamente utilizado na condução da pesquisa, o método
quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão
dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação,
possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança quanto
às interferências. É freqüentemente aplicado nos estudos descritivos,
naqueles que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis,
Metodologia Indica caminhos
Científica Define instrumentos
Determina critério científico
24
UNIDADE 2 - A METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
bem como nos que investigam a relação de causalidade entre
fenômenos.” (RICHARDSON, 1999, p.70).
Como podemos observar, a metodologia de base quantitativa realiza
uma abordagem dos aspectos exteriores da sociedade, ou seja, ela investiga
dados como o perfil sócio-econômico de um determinado grupo, níveis de
renda em relação à ocupação profissional, mapeamento de comportamentos
sociais, etc.. Ex.: Uma pesquisa que tem como objetivo definir e analisar o
perfil socioeconômico dos alunos dos cursos de graduação em Educação
Física de todos os campi da Universidade que ingressaram no ano de 2006.
Os instrumentos necessários para esta investigação poderiam estar
baseados em questionários, formulários, análise de fichas de inscrição dos
alunos, etc., ou seja, as técnicas de levantamento e análise dos dados neste
tipo de pesquisa variam de acordo com os objetivos da mesma. O que deve
ser enfatizado é que, sendo este um modelo de pesquisa quantitativa, temos
como princípio a extensão numérica das fontes, os dados estatísticos, o
mapeamento externo do grupo em estudo.
A PESQUISA QUALITATIVA
“Em princípio, podemos afirmar que em geral, as investigações
que se voltam para uma análise qualitativa têm como objeto situações
complexas ou estritamente particulares. Os estudos que empregam
uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de
determinado problema, analisar a interação de certas variáveis,
compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos
sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e
possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das
particularidades do comportamento dos indivíduos (...)” (RICHARDSON,
1999, p. 80).
A pesquisa de base qualitativa opera a partir do conhecimento das
particularidades e especificidades que compõem os diferentes grupos sociais
e suas formas de interação. Esse modelo de pesquisa busca a compreensão
dos valores, crenças, formas de representação social, etc., que definem a
diversidade cultural na qual a sociedade está situada.
Ex.: A pesquisa que tem como objetivo compreender e analisar o
processo de formaçãoda identidade social dos alunos do curso de
graduação em Pedagogia da Universidade dos campi São Gonçalo e Niterói,
através do estudo de um grupo de alunos que ingressou em Niterói e outro
grupo que ingressou em São Gonçalo, ambos em 2006.
Como podemos observar, o universo de estudo da pesquisa qualitativa
tem uma dimensão diferente em relação à pesquisa quantitativa. Isto
significa que o interesse da pesquisa qualitativa é conhecer em profundidade,
através de técnicas adequadas, quais os significados atribuídos pelos dois
Identidade Social:
conjunto de característi-
cas construídas pelo indi-
víduo, a partir da sua rela-
ção com o meio social
onde se insere.
25
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
grupos às suas ações, como estão representados socialmente e, ainda, como
constroem suas identidades sociais.
NÃO ESQUEÇA:
• o método é uma ferramenta essencial para a realização da
pesquisa;
• a metodologia científica demarca os caminhos a serem seguidos
pelo pesquisador, ao mesmo tempo em que define os
instrumentos necessários para a sua realização;
• a elaboração da pesquisa deve obedecer a uma série de etapas
que vão construindo passo a passo o objeto de estudo.
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Na próxima unidade estudaremos as técnicas de estudo e
pesquisa. Até lá!
Pesquisa Qualitativa
Base numérica
Quantificação de variáveis
Compreensão dos significados
Análise aprofundada dos dados
Pesquisa Quantitativa
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
27
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
3 AS TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Vamos pensar sobre a nossa disciplina e a forma como ela é
apresentada? Não tenha medo de enfrentar o desafio! Você é perfeitamente
capaz. O exercício permanente da aprendizagem conduz à eficiência e à
produtividade.
OBJETIVO:
• Identificar os instrumentos de apreensão e construção do
conhecimento através da utilização das técnicas de estudo e
pesquisa.
PLANO DA UNIDADE:
• Leitura, análise e interpretação de textos.
• A técnica do fichamento.
• O arquivo de conteúdos temáticos.
28
UNIDADE 3 - AS TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
AS TÉCNICAS DE ESTUDO
O ensino superior exige do estudante uma postura adequada às
necessidades colocadas por esta nova etapa da sua vida. Você vai perceber
uma série de transformações em diferentes níveis no que se refere à sua
vida acadêmica: a linguagem utilizada pelos textos, os exercícios realizados,
a postura do professor em relação ao ensino e à aprendizagem,
as formas de avaliação do seu conhecimento, etc.
O conteúdo da nossa disciplina chega até você, entre
outros meios, através do computador. Isto significa que a sua
dedicação ao processo de aprendizagem deverá ser bastante
assídua. Você deverá criar uma rotina de estudos que lhe permita
o contato freqüente com o material do curso e seus responsáveis.
Além da leitura obrigatória, fique atento aos textos
complementares de todas as disciplinas, pois o exercício da
leitura amplia de forma considerável a sua compreensão do mundo e da
realidade social na qual você está inserido. Sendo assim, vamos em frente!
LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS:
O estudo de um texto requer alguns procedimentos que visam a um
melhor aproveitamento do seu conteúdo. São eles:
- A primeira leitura do texto deve ser global, proporcionando ao leitor
uma visão ampla do tema tratado pelo autor.
- No momento seguinte devemos dividir o texto em partes
ou unidades de acordo com a subdivisão interna estabelecida
pelo autor.
- As partes mais importantes do texto devem ser sublinhadas
ou grifadas, assim como suas palavras-chave de acordo com os
significados que nos pareçam mais importantes e que respondam
às principais questões colocadas pelo texto.
- Em seguida, sintetizamos as principais unidades do texto,
estabelecendo uma relação entre elas.
A TÉCNICA DO FICHAMENTO
O conteúdo dos textos trabalhados por você precisa ser registrado.
Isso significa que todo material bibliográfico, documental ou proveniente
de outra fonte impressa, ao ser lido e analisado, deve ser arquivado em sua
documentação pessoal para que no momento oportuno possa ser utilizado
por você da melhor forma possível.
O fichamento consiste na reunião das principais idéias apresentadas
pelo autor no respectivo texto. Ao registrar o conteúdo dos textos, é
necessário que você o faça de forma adequada. Observe o exemplo mais a
frente.
O modelo de fichamento abaixo visa oferecer a você um quadro
sintetizado do texto. Na primeira coluna está a indicação bibliográfica, na
segunda o resumo de todo o texto e na terceira você pode fazer observações
sobre tudo o que quiser, por exemplo, o significado de uma determinada
Bibl iográf ico:
palavra que designa o
conteúdo dos livros.
Documentação
Pessoal: material
levantado e
c l a s s i f i c ado pe l o
estudante ou pesquisador,
a partir da leitura e
29
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
palavra, a correlação entre partes deste texto ou entre o pensamento deste
autor e outros autores com os quais você possa relacioná-lo, etc.
DOCUMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
 Indicação bibliográfica Resumo do texto Observações
MEADOWS, A. J. Mudança
eCrescimento.Brasília. D.F:
Ed. Briguet de Lemos, 1999.
(p. 1-14)
O autor aponta duas
referências para caracterizar
sua análise:
p.1 “(...) A natureza do
meio empregado para
transmitir informações e
as necessidades dos
membros da comunidade
científica tanto como
produtores quanto como
receptores de informação
(...)”.
Os meios utilizados pelo
pesquisador para produzir
s e u c o n h e c i m e n t o
apresentaram-se como
elementos essenciais
para o p rocesso de
construção deste tipo de
saber.
Os Primórdios da Comunicação.
A história do nascimento
da pesquisa remonta à
Grécia Antiga através da
fala e da escrita que os
gregos realizavam na
academia nos séculos V
e V I a . C . , d e b a t e s
filosóficos acerca daquilo
que consideravam relevante.
Ar is tóte les desponta
c o m o p r e c u r s o r d a
pesquisa comunicada em
f o r m a d e e s c r i t a ,
influenciando a cultura
árabe e a Europa Ocidental.
Mov imen t o s c omo o
Renascimento podem ser
considerados produtos
deste contexto histórico.
A imprensa cria condições
mu i t o f a vo r áve i s à
disseminação de informações
em populações cada vez
maiores.
p.4 “(...) Exemplares do
livro de Copérnico, por
exemplo, logo estavam
presentes nas principais
bibliotecas em todos os
lugares. De há muito,
existem correios oficiais
que percorriam caminhos
regulares em viagens a
se rv i ço do Es tado e
geralmente levavam
c o r r e s p o n d ê n c i a
particular junto com
correspondência oficial
(...)”.
Grécia Antiga
Aristóteles
Renascimento
Copérnico
30
UNIDADE 3 - AS TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
O ARQUIVO DE CONTEÚDOS TEMÁTICOS
Este tipo de registro tem como objetivo o levantamento e a classificação
de material para a pesquisa dentro de uma determinada área. Tal registro
pode estar relacionado a um curso, a uma disciplina, a um seminário, a uma
palestra, etc. Sua função é a organização do conhecimento que o estudante
ou o pesquisador acumula ao longo de um determinado período de tempo.
O registro temático é mais abrangente que o bibliográfico, pois a ele
corresponde assegurar a manutenção de informações não apenasextraídas
de leitura, mas também de aulas, conferências, seminários, trabalhos,
debates de grupos de estudo, etc. Nele devem igualmente constar as idéias
do estudante para que não se percam com o passar do tempo. Por tudo
isso, o estudante deve habituar-se a transpor para fichas de conteúdo os
apontamentos tomados em classe e fazê-lo de modo sistemático, a fim de
tê-los à disposição para consulta no momento oportuno, segundo GALLIANO
(1986).
Preste atenção neste modelo:
 DATA / LOCAL FONTE RESUMO
CONTEÚDO TEMÁTICO
Você percebeu como nós podemos tornar a aprendizagem uma tarefa
agradável e eficiente? Existem alguns mecanismos extremamente funcionais
que permitem organizar o nosso material pessoal, bem como a documentação
geral da qual não podemos prescindir em nossa vida acadêmica.
Lembre-se:
• As técnicas de estudo têm como função principal dinamizar o
processo de ensino e aprendizagem.
• Para um melhor aproveitamento da leitura dos textos procure
sempre:
√ fazer uma primeira leitura global;
√ dividir o texto em partes;
√ marcar os pontos principais;
√ relacionar todas as partes do texto;
√ fichar o conteúdo dos textos;
√ registrar todas as informações necessárias para a sua
compreensão;
√ utilizar a leitura textual, temática e interpretativa para um
entendimento mais amplo dos textos.
14/08/2005 –
UNIVERSIDADE.
Disciplina: Métodos
e Técnicas de Estudo
e Pesquisa Aula
Expositiva
O conteúdo dessa aula
destacou a importância
do registro e arquivamento
do material bibliográfico
e documental referente
ao t ema com o qua l
estamos trabalhando.
A b i b l i o g r a f i a e a
documentação são
importantes fontes de
pesquisa que guardam
os dados a serem
util izados pelo
pesquisador.
31
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
LEITURA
Saber ler e interpretar um texto é fundamental.
Na leitura, com a finalidade específica de redigir um trabalho científico,
faz-se necessário identificar as informações e os detalhes relevantes
indicados no material impresso, relacionando-os com o problema a ser
resolvido. É imprescindível analisar a consistência das informações e dados
coletados dos diversos autores.
Para facilitar o processo de leitura Severino (2000) recomenda que esta
seja feita com base nas seguintes dimensões de análise:
Análise textual: preparação do texto para a leitura. Requer o
levantamento esquemático da estrutura redacional do texto. Objetiva
mostrar como o texto foi organizado pelo autor permitindo uma visualização
global de sua abordagem. Devem-se buscar: esclarecimentos para o melhor
entendimento do vocabulário, conceitos empregados no texto e informações
sobre o autor.
Análise temática: compreensão da mensagem do autor. Requer a procura
de respostas para as seguintes questões: de que trata o texto? Qual o
objetivo do autor? Como o tema está problematizado? Qual a dificuldade a
ser resolvida? Que posições o autor assume? Que idéias defende? O que
quer demonstrar? Qual foi o seu raciocínio, a sua argumentação? Qual a
solução ou a conclusão apresentada pelo autor?
Análise interpretativa: interpretação da mensagem do autor. Requer
análise dos posicionamentos do autor, situando-o em um contexto mais amplo
da cultura filosófica em geral. Deve-se fazer avaliação crítica das idéias do
autor observando a coerência e validade de sua argumentação, a
originalidade de sua abordagem, a profundidade no tratamento do tema, o
alcance de suas conclusões. E, ainda, fazer uma apreciação pessoal das
idéias defendidas.
D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / p r o j e t o s . i n f . u f s c . b r /
a r q u i v o s / Metodologia%20da%20Pesquisa%203a%20edicao.pdf>
Acesso em: 27/12/2006
Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a
resposta a três questões básicas propostas pelo professor Francisco Platão
Savioli:
1. Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder
a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questões secundárias
da principal, isto é, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o
leitor não sabe dizer do que o texto está tratando ou sabe apenas de maneira
genérica e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou
de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o que está
diante de seus olhos. 
2. Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão?
Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião de quem
escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificá-
IMPORTANTE
32
UNIDADE 3 - AS TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta
e dispersiva. 
3. Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a
opinião dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado
pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber
reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem
feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das
idéias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com atenção o
seu percurso argumentativo.
Leitura Complementar
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho
científico. São Paulo: Cortez, 2000.
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Nesta unidade, você aprendeu como otimizar recursos para dinamizar
seu processo de apreensão do conhecimento, não só em relação à nossa
disciplina, mas também a todo o curso. A partir de agora, você deve colocar
em prática estas indicações normativas que ordenam seus trabalhos
acadêmicos.
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
33
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
4 AS FONTES DA PESQUISA
É muito importante que você esteja atento a todas as informações que
possam contribuir com o seu processo de aprendizagem.
Fique atento! Navegue através das informações oferecidas pelas
disciplinas, mas também crie o seu próprio processo de busca. Você deve
capitalizar todas as informações possíveis de forma ordenada, priorizando
sempre suas necessidades mais imediatas.
OBJETIVO:
• Relacionar os principais recursos bibliográficos e documentais
que possam servir aos objetivos da pesquisa; apontar algumas
indicações de instituições de armazenamento dessas fontes e
suas formas de utilização.
PLANO DA UNIDADE:
• Recursos da biblioteca e da Internet.
Bom estudo!
34
UNIDADE 4 - AS FONTES DA PESQUISA
RECURSOS DA BIBLIOTECA E DA INTERNET
O uso da biblioteca
A biblioteca é o lugar por excelência da pesquisa. Tradicionalmente,
essa instituição abriga o maior número de fontes bibliográficas, documentais,
iconográficas, material de imprensa, produção acadêmica (monografias,
dissertações, teses, revistas), etc.
Uma de suas referências nesta área deve ser a biblioteca da UNIVERSO,
pois ela funciona on-line e pode lhe oferecer muitas comodidades. Através do
site da Universo (www.universo.edu.br), você tem acesso a várias instituições
que disponibilizam parte de seus arquivos na internet.
Outras Instituições: RIO DE JANEIRO
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL – www.bn.br
BIBLIOTECA DO CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL- www.ccbb.com.br
ARQUIVO NACIONAL - www.mj.gov.br/an
ARQUIVO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO - www.rio.rj.gov.br/arquivo
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM - www.mis.gov.br
MUSEU HISTÓRICONACIONAL- www.museuhistoriconacional.com.br
ARQUIVO DO MUSEU IMPERIAL – www.museuimperial.gov.br
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – www.aperj.rj.gov.br
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS – www.academia.org.br
O LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Pesquisa bibliográfica é a que se efetua tentando resolver um problema
ou adquirir novos conhecimentos a partir de informações publicadas em livros
ou documentos similares (catálogos, folhetos, artigos etc.). Seu objetivo é
desvendar, recolher e analisar as principais contribuições teóricas sobre um
determinado fato, assunto ou idéia (GALLIANO, 1986, p. 109).
As bibliotecas, de um modo geral, estão informatizadas, organizam seu
material de maneira ordenada, disponibilizando-o em seções específicas
relativas ao tipo de material arquivado e ao seu respectivo conteúdo. As
obras estão classificadas a partir de três entradas:
• Autor
• Título
• Assunto
F o n t e s
Iconográficas: “Docu-
mentação visual que
constitui ou completa
obra de referência e/ou
caráter biográfico, histó-
rico, geográfico, etc.”
35
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Como devemos usar o levantamento bibliográfico?
Para começo de conversa, o levantamento bibliográfico é uma
prática que deve fazer parte da vida do estudante em todos os
momentos.
A biblioteca é um lugar muito importante na vida acadêmica.
Você vai perceber que as leituras complementares serão fundamentais
para o aprofundamento dos seus conhecimentos em todas as disciplinas.
Vimos na unidade anterior o quanto as técnicas de estudo podem
contribuir para o nosso aperfeiçoamento intelectual, assim como seu papel
na otimização das nossas atividades.
Portanto, aplique seus conhecimentos na produção de uma
documentação pessoal que possa ajudá-lo na compreensão do material
apresentado nas aulas. A biblioteca deve ser usada para uma pesquisa
permanente de todos os assuntos que necessitem de uma abordagem mais
ampla.
Explore a obra dos autores referidos em nossos estudos! Busque novos
conhecimentos através da consulta à biblioteca de instituições nas quais
você encontre o material desejado.
E na pesquisa? Como funciona o levantamento bibliográfico?
Neste caso, a biblioteca torna-se ainda mais importante, pois, a partir
da escolha do tema, a pesquisa bibliográfica é parte integrante do processo
de investigação científica.
Você deve utilizar inicialmente as informações que estão à sua
disposição: autor, assunto, título. A partir destes indicativos, comece a
aprofundar suas buscas. Vejamos:
• Se você ainda não conhece os autores que abordam o seu tema de
pesquisa, comece sua busca pelo assunto.
• Indique primeiro as palavras-chave, em seguida busque as palavras
afins.
• Parta, então, para a busca por área, conectando as diferentes infor-
mações encontradas.
• A partir deste momento, aparecerão vários autores diretamente liga-
dos ao seu tema. Relacione os principais e comece a averiguar os
livros.
• Através da nossa conhecida ficha bibliográfica, catalogue os autores e
o material encontrado nos livros. Faça primeiro uma abordagem inicial
através do índice e da introdução (nesta parte do livro, normalmente,
o autor apresenta seus objetivos, fontes utilizadas, referências teóri-
cas, metodologia aplicada ao tratamento das fontes, etc.) deste ma-
terial, em seguida selecione os mais pertinentes e execute uma leitu-
ra completa.
• Não se esqueça da técnica de fichamento já aprendida anteriormen-
te. Essa técnica será de grande utilidade para o arquivamento e a
consulta de todo o material levantado por você.
Utilize esses recursos a partir das suas necessidades e também a
partir das informações que possui. O levantamento bibliográfico deve ser
36
UNIDADE 4 - AS FONTES DA PESQUISA
abrangente. Não se limite às palavras-chave. Parta em busca de áreas afins,
pois aquele autor raro pode estar no lugar menos visível.
Você já conhece o modelo de ficha bibliográfica, porém vamos adaptá-
lo aos nossos objetivos.
FICHA BIBLIOGRÁFICA
Esse modelo de ficha bibliográfica pode ser adotado para a leitura e
classificação de qualquer outra fonte de consulta acima mencionada.
O USO DA INTERNET
A internet apresenta-se como um campo de vastas
possibilidades para o estudante e para o pesquisador. O
gerenciamento dessa atividade deve ser cuidadoso, pois são
inúmeros os problemas causados pelo uso indevido desta
fonte.
A relação de bibliotecas apresentada anteriormente é
apenas uma amostra das principais instituições as quais você
pode ter acesso através da consulta eletrônica. Com as leituras
complementares, você poderá organizar melhor seus
procedimentos de busca na internet.
Lembre-se:
• As técnicas de estudo apresentadas nas unidades an-
teriores devem ser utilizadas para ampliar seus conhe-
cimentos em todas as atividades realizadas no curso.
• A biblioteca é uma importante aliada na busca pelo aperfeiçoamento
do seu conhecimento. Utilize-a sem medo e de forma regular.
• Faça as leituras complementares indicadas nas unidades, pois estas
fontes de conhecimento são partes integrantes do seu processo de
aprendizagem; portanto, serão cobradas em todas as atividades de-
senvolvidas nesta disciplina.
BIBLIOTECA LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Autor
Título
Assunto
FICHA BIBLIOGRÁFICA
INTERNET BUSCA ARTICULADA ATRAVÉS DE SITES
 CATALOGAÇÃO DAS FONTES
Ficha Bibliográfica:
documentação de regis-
tro onde o pesquisador
arquiva informações de
livros, documentos, etc.
ÎÎÎÎÎ{ ÐÐÐÐÐ
ÎÎÎÎÎ
ÐÐÐÐÐ
37
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
LEITURA COMPLEMENTAR
SEVERINO, Antonio Joaquim. A Internet como Fonte de
Pesquisa In:___.Metodologia do Trabalho Científico. São
Paulo. Cortez. Cap. VI. 2000. p.133-142
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Nesta unidade, abordamos o uso das fontes da pesquisa. A biblioteca e
a internet são alguns dos lugares possíveis para o levantamento do material
de pesquisa. Você vai ampliar enormemente seus horizontes, a partir da
realização das atividades determinadas por todas as disciplinas. O campo é
vasto, mas a utilização metódica dos recursos disponíveis pode dinamizar
suas atividades.
Estudaremos, na próxima unidade, a elaboração do projeto de pesquisa.
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
39
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
5 A ELABORAÇÃO DO PROJETO
DE PESQUISA
Esta unidade aborda o processo de construção de um importante
instrumento da pesquisa: o projeto. Algumas unidades requerem uma
abordagem mais profunda do seu conteúdo.
Mas fique tranqüilo, pois o conteúdo será devidamente trabalhado por
nós e a sua participação terá um papel decisivo.
OBJETIVO:
• Identificar qual é o papel do projeto na pesquisa, como é
constituído e qual a sua aplicação prática na elaboração do
trabalho acadêmico.
PLANO DA UNIDADE:
• A função do projeto de pesquisa
• As etapas do projeto de pesquisa
Bom estudo!
40
UNIDADE 5 - A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
A FUNÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
A pesquisa social é uma atividade acadêmica extremamente importante
para a compreensão da realidade social. Você está aprendendo, ao longo
da nossa disciplina, os procedimentos básicos para a realização dessa
atividade.
O projeto caracteriza-se como um instrumento fundamental para o
pesquisador. Sua principal função é demarcar a direção a ser seguida em
busca da realização dos objetivos propostospela pesquisa.
Quando optamos por um determinado tema, visualizamos uma enorme
área de abrangência que vai sendo definida ao longo do processo de
delimitação do objeto de estudo (unidade II). A partir deste momento,
constituímos um campo de investigação, no qual estão inseridas nossas
fontes e conseqüentemente os dados revelados.
É exatamente nesse percurso que aparece o projeto de pesquisa,
organizando:
• O que pesquisar?
• Como pesquisar?
• Quais os objetivos da pesquisa?
• Quais as nossas referências teóricas?
• Como organizaremos nossas atividades em função do tempo
previsto para a realização da pesquisa?
• Quais os recursos necessários para a elaboração da pesquisa?
Essas são algumas perguntas básicas respondidas pelo projeto de
pesquisa. Vamos detalhar melhor estas perguntas?
AS ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISA
O que apresentaremos agora é uma visão global das etapas
constitutivas do projeto. Em seguida, você deverá proceder a
uma leitura complementar, tendo como parâmetro o modelo de
projeto instituído pela UNIVERSO (consulte leitura complementar),
inclusive com algumas informações sobre o Programa de Iniciação
Científica promovido por esta Instituição (para maiores detalhes
sobre este programa, consulte o site da UNIVERSO
www.universo.edu.br).
A Delimitação do Tema e do Problema da Pesquisa
Nessa etapa, partimos de uma determinada área de interesse para a
definição do objeto de estudo, ou seja, realizamos um recorte da realidade
social com a qual desejamos trabalhar, formulando um problema, uma
indagação que norteará o processo de investigação científica. Ex.: ÁREA DE
INTERESSE: o ensino profissionalizante e seu papel no processo de formação
de jovens aprendizes.
DELIMITAÇÃO DO TEMA / FORMULAÇÃO DO PROBLEMA: a partir desse
tema optamos por investigar qual o papel do ensino realizado por escolas
profissionalizantes no processo de formação da identidade social de jovens
Jovens Aprendizes:
a l u n o s d o s c u r s o s
profissionalizantes das
escolas estudadas na
faixa etária entre 14 e
18 anos.
41
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
na faixa etária de 14 -18 anos, no Estado do Rio de Janeiro, no período em
que a pesquisa se realizou (1995-1996) (FARIAS, 1997).
Referencial Teórico
Neste momento, definimos a estrutura teórica da pesquisa, ou seja,
apresentamos quais são os autores diretamente relacionados ao nosso tema
de pesquisa com os quais optamos trabalhar, nossas referências conceituais
e nossas categorias de análise DESLANDES apud MINAYO (1996). Ex.: para
a realização dessa pesquisa partimos da noção de “campo” definida por
Bourdieu (1989) como sendo um espaço marcado pela luta concorrencial dos
atores sociais que delimitam diversos espaços ocupados, caracterizando
suas posições na construção de determinadas relações sociais.
Utilizamos ainda a noção de “habitus” (BOURDIEU, 1989), conceito que
se caracteriza como resultado do processo de incorporação de hábitos,
costumes e valores determinantes da trajetória social dos indivíduos e de
suas vivências no âmbito das relações sociais nos orientando para a análise
da experiência incorporada através da ação pedagógica diferenciada pelos
cursos profissionalizantes, fortalecendo os valores, as normas e os princípios
sociais de reprodução familiar de um determinado segmento das classes
trabalhadoras (FARIAS, 1997).
Construção das Hipóteses
A realização de uma pesquisa exige do pesquisador uma postura crítica
e questionadora sobre a parte da realidade social com a qual vai operar.
As hipóteses da pesquisa constituem-se como pressupostos iniciais que
viabilizarão um diálogo entre o pesquisador e o seu objeto de estudo
DESLANDES apud MINAYO (1996). Ex.: o pressuposto inicial desta pesquisa
é de que o processo de aprendizagem nestes cursos profissionalizantes
caracteriza-se como uma forma de preparação na vida do jovem, capacitando-
o para o exercício da vida profissional, assim como para a sua entrada no
mundo adulto, inserindo-o em um conjunto de relações sociais com as quais
este jovem interage (FARIAS, 1997).
Justificativa
A justificativa deve conter o interesse do pesquisador pelo seu tema.
Aqui ele deve apresentar quais as contribuições teóricas e práticas produzidas
pelo seu estudo, demonstrando a relevância da sua investigação e
como esta análise contribui para a ampliação do campo de estudos
deste tema. Ex.: essa pesquisa busca compreender o campo em
que se formulam as políticas educacionais voltadas para o ensino
profissionalizante especialmente o processo de preparação do
trabalhador voltado para a indústria, onde o mercado de trabalho
exige novas qualificações do ponto de vista técnico profissional,
interferindo diretamente na construção da identidade social desses
trabalhadores, que passam a atender às exigências desta nova
ordem econômica.
Portanto, a partir desta investigação, objetivamos contribuir para a
ampliação do campo teórico em que se formulam estas concepções, assim
Identidade Social: con-
junto de características
construídas pelo indiví-
duo, a partir da sua re-
lação com o meio soci-
al onde se insere.
Categorias: palavras
que expressam signifi-
cados relativos ao con-
texto histórico em que
estão inseridas.
Atores Sociais: conjun-
to de indivíduos que
compõe a população
analisada na pesquisa.
Mundo Adulto: esta ex-
pressão tem neste caso
o significado de espaço
social onde os indivídu-
os se tornam responsá-
veis por seus atos pe-
rante o Estado e a so-
ciedade.
42
UNIDADE 5 - A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
como para a compreensão da prática de formação profissional destes jovens
trabalhadores que estão diante deste novo quadro social imposto pelo
fenômeno da globalização (FARIAS, 1997).
Objetivos
Essa etapa define quais as intenções da pesquisa e como elas devem
ser realizadas na prática, ou seja, o que pretendemos com o nosso estudo,
através do exercício de investigação da realidade social. Ex.: o objetivo desta
pesquisa é analisar o processo de formação da identidade social de jovens
trabalhadores através da prática do aprendizado de uma atividade
profissional, buscando compreender como este processo se articula com o
lugar ocupado por este jovem no mundo do trabalho (FARIAS, 1997).
Metodologia
Nosso objetivo aqui é apresentar o modo como a pesquisa será realizada,
ou seja, quais as fontes utilizadas e qual a forma de tratamento dos dados
levantados.
A metodologia não só contempla a fase de exploração de campo (escolha
do espaço da pesquisa, escolha do grupo de pesquisa, estabelecimento
dos critérios de amostragem e construção de estratégias para entrada em
campo) como a definição de instrumentos e procedimentos para análise dos
dados (DESLANDES apud MINAYO, 1996, p.43)
Ex.: nessa pesquisa, buscamos estabelecer uma relação direta entre a
perspectiva histórica, que permite entender o processo de construção social
da infância trabalhadora, e uma perspectiva atual, na qual realizamos um
estudo de caso de um grupo de jovens trabalhadores aprendizes de cursos
profissionalizantes.
Nossas fontes bibliográficas contemplam a literatura referente ao
processo de formação histórica do objeto de estudo, como também a literatura
que trata dos aspectos contemporâneos desse tema.
O mapeamento da instituição de ensino definida será feito através da
análise da documentação de criação e funcionamento da mesma,
especialmente, no que se refere aos cursos de aprendizagem industrial.
Constituiremos um grupo representativo da população total de alunos
de uma das escolas profissionalizantes, com o qual realizaremos entrevistas
de base qualitativa para o aprofundamento dos dados, relacionados às suas
experiênciascomo aprendizes dos cursos profissionalizantes dessa escola
(FARIAS, 1997).
Aspectos Éticos
De acordo com a Resolução 196 do (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE,
1996), todas as pesquisas envolvendo seres humanos devem seguir
parâmetros éticos e serem avaliadas por um Comitê de Ética em Pesquisa.
É importante ressaltar que esse documento não restringe pesquisas
envolvendo seres humanos apenas como aquelas realizadas na área da
saúde, mas todas as modalidades de pesquisa que, direta ou indiretamente,
incluam seres humanos, como aplicação de questionários ou entrevistas.
Infância Trabalhadora:
parcela da sociedade
que indica o segmento
da população infantil
(segundo o Estatuto da
Criança e do Adoles-
cente a infância locali-
za-se na faixa etária que
vai de 0 a 12 anos) que
está vinculada a algum
tipo de atividade profis-
sional.
Estudo de Caso: técnica
de pesquisa que através
da seleção de um con-
junto específico de fon-
tes realiza um estudo
aprofundado das carac-
terísticas destas fontes.
43
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Assim, ao planejar sua pesquisa, o autor deve incluir informações
sobre os aspectos éticos da metodologia empregada. Para mais
informações, consulte as páginas 23 e 24 do Manual para
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos.
Orçamento
Nessa fase devemos indicar os gastos necessários para a
realização da pesquisa. Essa é uma etapa que se aplica aos
projetos que buscam financiamento junto aos órgãos ou entidades
de pesquisa (CNPq, CAPES, FAPERJ, instituições de ensino superior, empresas,
etc.).
Cronograma de Atividades
O processo de execução da pesquisa necessita ser dimensionado em
termos de tempo. Aqui, apresentamos o conjunto de atividades
desenvolvidas pelo pesquisador de acordo com a delimitação do
período de tempo necessário para a realização dessas atividades.
Referências
Na apresentação das etapas do projeto, observa-se a citação
rápida dos autores que compõem as referências teóricas. Tais
citações são breves, porém, ao final do projeto, elas devem seguir
os procedimentos de relação desses autores de forma abrangente,
seguindo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), contemplando não só os autores citados como também aqueles
que fazem parte do nosso quadro de análise.
Linguagem, Redação e organização do texto
Recomenda-se que um texto científico apresente sua redação de forma
impessoal, evitando-se a primeira pessoa.
A sua redação exige respeito às normas técnicas de documentação,
requisitos de comunicação, de lógica e de estilo. É importante dar ao texto
que se escreve elegância, precisão, objetividade e clareza.
No trabalho redigido provisoriamente são feitas emendas ou correções
necessárias para depois se passar para sua redação definitiva. A estrutura
definitiva do trabalho vai exigir do pesquisador atenção em relação aos
requisitos de coerência e consistência na organização das idéias. É a busca
de explicações claras e robustas para conclusões ou fatos inseridos na
pesquisa. Após o trabalho pronto (e mesmo durante cada passo), se a idéia
que o pesquisador quis transmitir não ficou clara, o conteúdo deverá ser
reformulado.
O domínio de ortografia e gramática, focalizando aspectos como: uso
correto de acentuação, vírgulas, ponto-e-vírgula, sujeito concordando com
predicado e assim por diante, é de suma importância. Lembre-se: um trabalho,
por melhor que esteja quanto aos aspectos técnicos, se cheio de erros
ortográficos (por exemplo), não passa credibilidade.
A linguagem é a embalagem de suas idéias. Capriche!
44
UNIDADE 5 - A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
Vamos verificar o que aprendemos nessa unidade?
PROJETO DE PESQUISA: Instrumento de organização do trabalho de
 investigação científica.
Etapas do Projeto:
• delimitação do tema e do problema da pesquisa;
• referencial teórico;
• construção das hipóteses;
• justificativa;
• objetivos;
• metodologia;
• orçamento;
• cronograma de atividades;
• referências bibliográficas.
PESQUISA ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
 PROJETO DE PESQUISA
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Na próxima unidade, vamos estudar e conhecer o trabalho de execução
da pesquisa. Até lá!
ÎÎÎÎÎ
ÐÐÐÐÐ
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
45
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
6 O TRABALHO DE EXECUÇÃO DA PESQUISA
Na unidade anterior, você aprendeu como se elabora o projeto de
pesquisa. A partir de agora, vamos entrar diretamente no chamado trabalho
de campo. O que isto significa?
O conceito de campo já é do seu conhecimento, portanto, esse é um
trabalho de levantamento das fontes nas quais os dados da pesquisa se
localizam, demarcando o campo em que o nosso objeto de estudo está
situado. Vamos ao trabalho?
OBJETIVO:
• Apresentar o processo operacionalização da pesquisa, na qual
é realizado o levantamento e a análise dos dados relacionados
ao objeto de estudo.
PLANO DA UNIDADE:
• O trabalho de campo
• A entrevista.
Bons estudos!
46
UNIDADE 6 - O TRABALHO DE EXECUÇÃO DA PESQUISA
O TRABALHO DE CAMPO
O modelo de pesquisa com o qual vamos trabalhar é o que se refere à
pesquisa de base qualitativa. Nada impede que as técnicas da pesquisa
quantitativa sejam relacionadas à pesquisa qualitativa. Tudo depende da
natureza do objeto de estudo em questão e do tipo de resposta que se
deseja encontrar.
Entretanto, optamos pelo modelo de pesquisa qualitativa por considerá-
lo mais adequado aos nossos propósitos nessa disciplina.
O primeiro passo para a execução do trabalho de campo já foi dado.
Procedemos a um levantamento bibliográfico inicial que nos forneceu a base
teórica e conceitual com a qual vamos delinear a pesquisa.
A partir de agora, faremos contato direto com aquilo que os antropólogos
chamam de “campo”. Daremos continuidade ao exemplo apresentado na
unidade anterior.
O nosso campo, neste caso, é a escola profissionalizante, na qual
investigaremos o processo de formação da identidade social de alunos dos
cursos de aprendizagem industrial nos anos de 1995 e 1996 (FARIAS, 1997).
O grupo de alunos definido para a pesquisa foi escolhido a partir de um
número representativo da população total de alunos dessa escola. Todos
os alunos do curso eram do sexo masculino.
Como entramos no Campo?
As primeiras tentativas de entrada no campo foram muito difíceis. A escola
profissionalizante passava, neste momento, por um processo de reformulação
interna imposto pela nova ordem econômica mundial e pelas novas exigências
do mercado de trabalho, porém tentamos seguir alguns procedimentos
recomendados pelo professor orientador:
- Apresentamos de forma clara e precisa os objetivos da nossa pesquisa
aos responsáveis pela escola.
- Tomamos o cuidado de manter uma postura ética e respeitosa em
relação aos diferentes níveis hierárquicos da escola.
- Colocamos nosso trabalho à disposição para qualquer conferência de
nossos propósitos.
- O saldo desse percurso foi extremamente positivo. Conquistamos o
apoio dos professores e supervisores que se tornaram grandes aliados no
processo de pesquisa. (FARIAS, 1997).
A realização do levantamento dos dados requer o uso de algumas
técnicas que vamos apresentar-lhes agora:
A Entrevista - define-se como um diálogo organizado entre o
pesquisador e os atores sociaisque fazem parte da população
pesquisada.
A entrevista pode ser:
Î ABERTA: organizada em forma de roteiro, ela abriga os prin-
cipais temas discutidos na pesquisa. O entrevistado fala li-
Campo: a parte da reali-
dade social delimitada
pelo pesquisador, objetivando
a realização da pesquisa.
Antropólogos: cientis-
tas sociais que estu-
dam o comportamento
do homem.
Identidade Social: con-
junto de características
construídas pelo indiví-
duo a partir da sua rela-
47
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
vremente e o pesquisador executa o papel de mediador das informa-
ções oferecidas.
Î PREVIAMENTE FORMULADA: organizada em forma de questionário,
este tipo de entrevista trabalha com perguntas e respostas previa-
mente formuladas de modo que o entrevistado tenha que se adequar
às opções oferecidas por este instrumento.
Além disso, podemos usar a técnica conhecida como Observação
Participante - caracteriza-se pela inserção do pesquisador no campo. Através
desta técnica, o pesquisador anota todas as informações que podem ser
percebidas no contato direto com o objeto de estudo.
Voltando ao nosso exemplo, a metodologia utilizada em nossa pesquisa
obedeceu a uma série de etapas que marcaram todo o trabalho de campo
nessa escola profissionalizante:
- A primeira etapa constou de um mapeamento da instituição
realizado através da documentação da mesma, na qual os
objetivos e as formas de atuação nos cursos de aprendizagem
industrial, a qualificação dos técnicos e professores e a sua
relação com o mercado de trabalho configuraram-se como
importantes elementos para a compreensão do nosso campo
de pesquisa.
- Selecionamos, com o auxílio dos professores, 20 jovens
aprendizes com os quais mantivemos um contato prévio para
informá-los de nossos objetivos.
- Aplicamos entrevistas abertas em que um roteiro de perguntas
era dirigido aos alunos.
As entrevistas constavam de três partes:
1ª Um perfil socioeconômico dos alunos (sexo, idade, grau de instrução,
naturalidade, local de moradia, etc.) e dos pais dos alunos (naturalidade,
grau de instrução, profissão, etc.).
2ª Trajetória social dos alunos (tipo de escola em que cursam o ensino
fundamental, forma de entrada na escola profissionalizante, etc.).
3ª A relação do ambiente familiar com o ambiente de trabalho (valores,
crenças, visões de mundo, etc.).
Essas entrevistas foram realizadas individualmente, de forma que os
alunos pudessem falar livremente sobre os temas em questão. Em seguida,
os dados foram classificados de acordo com a temática pertinente e inseridos
no contexto histórico-social do qual esta população faz parte. (FARIAS, 1997)
Você aprendeu, nesta unidade, uma série de procedimentos necessários
à realização do trabalho de campo. Vamos relembrá-los?
- O trabalho de campo permite ao pesquisador o contato direto
com o seu objeto de estudo, contribuindo para o delineamento
da pesquisa.
 - A entrada no campo exige do pesquisador uma postura confiável
e comprometida com os objetivos da pesquisa.
Trajetória Social: per-
curso desenvolvido pelo
jovem no meio social em
que está inserido.
48
UNIDADE 6 - O TRABALHO DE EXECUÇÃO DA PESQUISA
- As técnicas de pesquisa aprendidas aqui são: o levantamento
bibliográfico e documental, a entrevista, o questionário e a
observação participante.
Essas técnicas devem ser utilizadas de acordo com a natureza do objeto
de estudo e com os propósitos da pesquisa.
LEITURA COMPLEMENTAR
MINAYO, M. C. de Souza (Org.). Pesquisa Social. Teoria,
Método e Criatividade. Rio de Janeiro: Vozes. 1996. p. 51-66.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Encerramos mais uma unidade! Estudamos, aqui, o trabalho de
levantamento e classificação das fontes relativas à pesquisa, assim como o
conjunto de técnicas pertinentes e a metodologia com a qual a pesquisa
será operacionalizada. Na próxima unidade, estudaremos como processar,
interpretar e analisar os dados coletados.
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
49
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
7 O PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO E
ANÁLISE DOS DADOS
A partir de agora, começamos o trabalho de classificação e análise dos
dados da pesquisa. A correlação entre as diferentes fontes somadas aos
conceitos produzidos permite compreender o material levantado pelo
pesquisador na sua totalidade.
Não tema ao desafio da análise. Ela é perfeitamente possível quando
estabelecemos uma relação sistemática com todos os dados levantados,
organizando este material de forma adequada ao uso da pesquisa. Vamos
ao trabalho?
Sistemática: forma de agrupamento e esquematização dos dados da
pesquisa.
OBJETIVO:
• Identificar o conjunto de instrumentos necessários para a
construção de uma visão interpretativa sobre os dados que a
pesquisa produz.
Interpretativa: forma explicativa, a partir dos dados revelados, de
demonstrar os resultados da pesquisa.
PLANO DA UNIDADE:
• A organização e a classificação dos dados da pesquisa
Bons estudos!
50
UNIDADE 7 - O PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A ORGANIZAÇÃO E A CLASSIFICAÇÃO DOS DADOS
Após essas considerações iniciais, faz-se necessário que reflitamos um
pouco sobre as finalidades da fase de análise.
Podemos apontar três finalidades para essa etapa: estabelecer uma
compreensão dos dados coletados, confirmar ou não os pressupostos da
pesquisa e/ou responder às questões formuladas, e ampliar o conhecimento
sobre o assunto pesquisado, articulando-o ao contexto cultural do qual faz
parte. Essas finalidades são complementares em termos de pesquisa social.
(GOMES apud MINAYO, 1996, p.69).
Como bem observam os autores acima referidos, a fase de análise e
interpretação dos dados é o momento em que o pesquisador articula as
diversas fontes e seus respectivos dados consultados para construção do
seu objeto de estudo.
Vamos retomar o pensamento dos autores?
- “Estabelecer uma compreensão dos dados coletados”: a leitura ampla
que articula a base teórica com o universo empírico da pesquisa permite
um entendimento aprofundado do objeto de estudo, relacionando-o ao
conjunto de fontes que compõe a pesquisa.
- “Confirmar ou não os pressupostos da pesquisa e/ou responder às
questões formuladas”: a análise dos dados permite o diálogo entre o
pesquisador e as fontes por ele consultadas, verificando as hipóteses
propostas e respondendo às questões colocadas pelo processo de
investigação científica.
- “Ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado”: a pesquisa
científica tem como uma de suas funções contribuir para a ampliação dos
campos teórico e empírico em que se realiza o estudo. O processo de
investigação da realidade social permite, através dos dados revelados, a
compreensão dos diferentes planos em que se organizam as relações sociais.
Vamos esquematizar estes procedimentos?
FONTES BIBLIOGRÁFICAS: organização, seleção e classificação dos dados
dessas fontes.
Î Classificação dos autores.
Î Classificação dos conceitos.
Î Definição das principais categorias de análise.
FONTES DOCUMENTAIS: organização, seleção e classificação dos dados
destas fontes.
Universo Empírico: da-
dos apreendidos a par-
tir da realidade social
onde se localizam as
fontes materiais da
pesquisa.
51
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
FONTES ORAIS: organização, seleção e classificação dos dados destas
fontes.
Estaé uma sugestão de agrupamento dos dados revelados pela
entrevistas, porém, você pode criar o seu próprio método de visualização
dos dados.
A partir desta classificação, você pode estabelecer a análise individual
das respostas, assim como a análise do cruzamento dos dados. De posse
desse quadro, é possível visualizar de forma global as respostas dadas pelos
entrevistados, formando uma imagem das categorias sociais que revelam o
perfil do grupo estudado.
Esses dados devem ser contextualizados historicamente de acordo com
o processo de construção social no qual o objeto de estudo está inserido,
ou seja, a interpretação dos dados exige a compreensão do quadro social,
em que tais atores realizam suas ações sociais, estabelecendo uma série
de significados reveladores de seus vínculos institucionais (família, trabalho,
escola, religião, amigos, etc.), constituindo a teia de relações sociais nas
quais atuam.
Lembre-se:
- A fase de análise e interpretação dos dados requer a organização,
seleção e classificação dos dados e de suas respectivas fontes.
- A etapa da pesquisa deve responder às questões formuladas ao longo
do trabalho de investigação da realidade social, verificando os pressupostos
iniciais com os quais o pesquisador operou ao longo da pesquisa.
- A contextualização histórico-social dos dados é fundamental para uma
compreensão ampla e aprofundada dos significados revelados pelas
informações que estes dados mostram.
LEITURA COMPLEMENTAR:
MINAYO, M. C. de Souza (Org.). Pesquisa Social. Teoria,
Método e Criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-lo
a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Processo de Construção
Social: trajetória social
em que são formulados
os diferentes significa-
dos que correspondem
às ações sociais execu-
tadas pelos indivíduos.
52
UNIDADE 7 - O PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Nessa unidade, nós trabalhamos com algumas possibilidades de análise
e interpretação dos dados. Entretanto, devemos considerar a amplitude desta
tarefa, assim como a diversidade dos procedimentos adotados nessa fase
da pesquisa, pois a natureza dos dados, os objetivos da pesquisa e o campo
de investigação são elementos definidores de como os dados devem ser
trabalhados.
Estudaremos, na próxima unidade, a apresentação e divulgação da
pesquisa.
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
53
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
8 APRESENTAÇÃO E
DIVULGAÇÃO DA PESQUISA
Finalizada a etapa de análise e interpretação dos dados, é chegado o
momento de decidirmos a forma de apresentação do nosso material.
OBJETIVO:
• Apresentar os diferentes modelos de trabalhos que se destinam
à divulgação dos resultados das pesquisas realizadas nos
cursos de graduação e pós-graduação.
PLANO DA UNIDADE:
• Os trabalhos de conclusão de curso.
Bons estudos!
54
UNIDADE 8 - APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA PESQUISA
OS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO
As normas de apresentação dos trabalhos acadêmicos são gerais, abarcando a
multiplicidade de abordagens definidas no processo de execução da pesquisa.
A entidade responsável por essas normas é a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Essa entidade tem a função de regulamentar as formas de
apresentação de todos os trabalhos acadêmicos das diferentes áreas. Entretanto,
cada instituição de ensino e pesquisa pode adotar um modelo de trabalho
fundamentado na normatização da referida entidade.
Alguns professores da UNIVERSO produziram no ano de 2004 uma
publicação que contempla um conjunto bastante abrangente de informações
relativas ao processo de elaboração e apresentação dos trabalhos
acadêmicos.
Tal publicação já foi referenciada na unidade V e será de grande valia
em seus estudos referentes às unidades VIII e IX, pois, além de abordar
tão ampla gama de indicações normativas, apresenta-se como referência
dos modelos de trabalho exigidos por nossa disciplina.
Portanto, mais do que nunca, a leitura complementar desta unidade é obrigatória
para a organização dos seus estudos.
VAMOS AO TRABALHO?
Não esqueça:
Os trabalhos acadêmicos são
regulamentados por uma normatização geral,
mas eles possuem características particulares
que devem expressar seus objetivos, a
natureza do objeto de estudo e as
particularidades das diferentes áreas do
conhecimento (SEVERINO, 2000).
A atividade de pesquisa exigida por esta
disciplina deve obedecer aos parâmetros
apresentados pela publicação indicada na bibliografia complementar obrigatória.
LEITURA COMPLEMENTAR OBRIGATÓRIA:
SIMÃO, M. & BARCELOS, R. (Org). Projetos de Pesquisa.
In:__ Manual para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos.
Niterói: UNIVERSO, 2006. O META (Manual para Elaboração
de Trabalhos Acadêmicos) é encontrado também na
ferramenta material de apoio desta disciplina no ambiente virtual de
aprendizagem.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo,
presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-lo a fixar o
conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno
e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem
(AVA). Interaja conosco!
Na próxima unidade, vamos estudar a comunicação científica e o
processo de organização lógica do texto.
1
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Graduação
TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
U
N
ID
A
D
E 
9 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
Na unidade anterior, você já teve acesso ao material bibliográfico que
será utilizado como referência para a elaboração e apresentação das nossas
atividades.
Nesta unidade, continuaremos com esse material, respondendo às
indagações referentes ao processo de organização lógica do texto, assim
como todos os procedimentos normativos para a sua formatação gráfica.
OBJETIVOS:
• Operacionalizar as exigências básicas para a apresentação dos
trabalhos de conclusão de curso, demonstrando a correta
estruturação do texto e das idéias desenvolvidas pelo autor.
PLANO DA UNIDADE:
• A preparação do trabalho acadêmico.
Bons estudos!
UNIDADE 9 - A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
www.universo.edu.br
A PREPARAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO
A apresentação da pesquisa exige uma série de procedimentos para a
sua divulgação. É essencial comunicar corretamente os resultados do
trabalho, respeitando os procedimentos formais de elaboração do texto.
O processo de elaboração da pesquisa é composto por uma
série de etapas com as quais nos familiarizamos anteriormente
e que consistem na aplicação e na habilidade para o levantamento
dos dados e o seu posterior tratamento.
Cumpridas essas etapas, chega-se ao momento de
apresentá-las à comunidade acadêmica. Essa é uma nova fase
no desenrolar da pesquisa, pois a má utilização do conhecimento
obtido através dela pode comprometer severamente todo o
trabalho realizado.
A preparação da comunicação científica é o momento em que
ordenamos as partes do nosso trabalho, ou seja, definimos a estruturação
lógica de tratamento dos dados e sua forma de apresentação.
O respeito às indicações normativas e ao modelo definido pela instituição
de ensino fazem parte dos procedimentos adotados pelo pesquisador para
que todo o seu trabalho de investigação científica seja apreciado e julgado
nas instâncias acadêmicas competentes.
Lembre-se:

Outros materiais