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Direito Constitucional I Anotações a cerca do capítulo 1 do livro de Bernardo Gonçalves Fernandes (Teoria da Constituição) 1. O que é uma Constituição? Conceito de Constituição e Constitucionalismo. Uma advertência inicial? Não existe um conceito linear e unívoco para definição de constituição. Segundo o autor Bernardo Gonçalves a priori podemos definir como: “O modo de ser de uma sociedade” sendo este entendido como um conceito apenas de cunho sociológico. Esse tipo de constituição defendida pelo autor tinha apenas a característica material/real. 2. Os dois grandes objetivos de uma constituição. 1) A limitação do poder com a necessária organização e estruturação do Estado (Estados nacionais que já eram, mas a partir daí se afirmam como, não mais absolutos). Em consequência disso, se desenvolveram teorias consubstanciadas na praxis, como a “teoria da separação dos poderes”, além de uma redefinição do funcionamento organizacional do Estado; 2) A consecução (com o devido reconhecimento) de direitos e garantias fundamentais (num primeiro momento, com a afirmação em termos pelo menos formais da: igualdade, liberdade e propriedade de todos). Tome Nota: a partir do Século XVIII é que entramos na era das Constituições Formais o que o autor chama de constitucionalismo moldado por revolucionários e teóricos. A partir dessa data a constituição passa a ser um ordenamento racional e sistemático da comunidade plasmada em um documento escrito no qual se delimita os poderes e se fixa e/ou estabelece os direitos e garantias fundamentais. 3. As duas digressões que incorrem sobre a Constituição Formal. 1) A Constituição prevalece sobre todo o ordenamento ordinário, mesmo o posterior a ela, porque dotada de supralegalidade (doutrina da supremacia da Constituição); e 2) Se a Constituição prevalece e não sucumbe às normas ordinárias contrárias a ela, os ataques (as infringências) serão defendidos, em regra, na maioria dos países, pelo Poder Judiciário. (doutrina do controle de constitucionalidade das leis). Tome Nota: Nesses termos, a Constituição formal não é, e nem pode ser, somente escrita. Muito mais que isso, a Constituição formal atualmente (ou pelo menos, a partir do século XIX) é aquela dotada de supralegalidade e que, portanto, não pode, de maneira nenhuma, ser modificada por normas ordinárias, na medida em que não prevalecem num embate com as normas constitucionais. Ou seja, a formalidade tipicamente constitucional (Constituição formal) é observada quando uma constituição é dotada de supralegalidade. 4. Classificações das Constituições: teorias tradicionais e usuais na doutrina pátria. Após as digressões iniciais de embasamento, iremos trabalhar com as classificações constitucionais. Nesse sentido, teríamos as seguintes classificações tradicionais: a) Quanto ao conteúdo - formais e materiais: Constituição Formal: é aquela dotada de supralegalidade (supremacia), estando sempre acima de todas as outras normas do ordenamento jurídico de um determinado país. Nesse sentido, por ter supralegalidade, só pode ser modificada por procedimentos especiais que ela no seu corpo prevê, na medida em que normas ordinárias não a modificam, estando certo que se contrariarem a constituição serão consideradas inconstitucionais. Portanto, a Constituição formal, sem dúvida, quanto à estabilidade será rígida. Constituição Material: é aquela escrita ou não em um documento constitucional e que contém as normas tipicamente constitutivas do Estado e da sociedade. Ou seja, são as normas fundantes (basilares) que fazem parte do “núcleo ideológico” constitutivo do Estado e da sociedade. Sem dúvida, essas matérias com o advento do constitucionalismo (moderno) vêm sendo definidas como: Organização e estruturação do Estado e Direitos e Garantias Fundamentais. b) Quanto à estabilidade[15] – Rígida, Flexível, Semirrígida, Fixa e Imutável: Constituição Rígida: é aquela que necessita (requer) de procedimentos especiais, mais difíceis (específicos) para sua modificação. Esses procedimentos são definidos na própria Constituição. Constituição Flexível: é aquela que não requer procedimentos especiais para sua modificação. Ou seja, ela pode ser modificada por procedimentos comuns os mesmos que produzem e modificam as normas ordinárias, na lógica, por exemplo, tradicional de que lei posterior revoga lei anterior do mesmo nível hierárquico. Na verdade o entendimento se perfaz de forma simples na afirmação de que se a própria Constituição não solicitou procedimentos especiais para sua alteração é porque ela afirma a possibilidade de modificação nos moldes em que se modificam as Leis ordinárias. Um exemplo sempre citado pela doutrina clássica é o da Constituição inglesa. Constituição Semirrígida: é aquela que contem, no seu corpo, uma parte rígida e outra flexível. Nesse sentido, parte da Constituição solicita procedimentos especiais para sua modificação e outra não requer procedimentos especiais (diferenciados dos comuns que produzem normas ordinárias) para sua modificação. Chamamos atenção ainda para o fato de que para alguns doutrinadores ela é classificada como semiflexível não mudando em nada sua definição. Um exemplo de constituição semirrígida é a nossa Constituição de 1824. Fixa ou silenciosa: é a Constituição que só pode ser modificada pelo mesmo poder que a criou. (Poder constituinte originário). São as chamadas Constituições silenciosas, por não preverem procedimentos especiais para a sua modificação. Exemplo: Constituição espanhola de 1876. Imutável ou granítica: é a chamada Constituição granítica, pois não prevê nenhum tipo de processo de modificação em seu texto. São, nos dias atuais, relíquias históricas. Sem dúvida, em sociedades extremamente complexas como a nossa (moderna ou para alguns, pós-moderna), constituições graníticas estariam fadadas ao insucesso. Transitoriamente flexível: trata-se da Constituição que traz a previsão de que até determinada data a Constituição poderá ser emendada por procedimentos comuns. Após a data determinada, a Constituição só poderá ser alterada por procedimentos especiais definidos por ela. Exemplo: Constituição de Baden de Transitoriamente imutável: é a Constituição que durante determinado período não poderá ser alterada. Somente após esse período, ela poderá ser alterada.[19] Como exemplo, a doutrina cita a nossa Constituição brasileira de 1824 (Constituição do Império) que só poderia ser alterada após quatro anos de vigência. Aqui uma crítica pertinente que demonstra a precariedade dessa classificação. Na verdade, o que existe é um limite temporal na Constituição que não permite que seja reformada em um determinado lapso temporal. O exemplo da Constituição do Império de 1824 demonstra justamente isso, devendo ser considerada como semirrígida, nos moldes acima já salientados. c) Quanto à forma – escritas e não escritas: Constituição escrita: é aquela elaborada de forma escrita e sistemática em um documento único, feita de uma vez só (por meio de um processo específico ou procedimento único), de um jato só por um poder, convenção ou assembleia constituinte. Constituição não escrita: é aquela elaborada e produzida com documentos esparsos no decorrer do tempo paulatinamente desenvolvidos, de forma histórica, fruto de um longo e contínuo processo de sedimentação e consolidação constitucional. Um exemplo clássico e comumente citado é o da Constituição inglesa que é intitulada de não escrita, além de histórica e também costumeira(consuetudinária). d) Quanto ao modo de elaboração – dogmáticas e históricas: Constituição dogmática: é aquela escrita e sistematizada em um documento que traz as ideias dominantes (dogmas) em uma determinada sociedade num determinado período (contexto) histórico. Ela se equivale à constituição escrita quanto à forma. Constituição histórica: é aquela elaborada de forma esparsa (com documentos e costumes desenvolvidos) no decorrer do tempo, sendo fruto de um contínuo processo de construção e sedimentação do devir histórico. Ela se equivale à Constituição não escrita quanto à forma. O exemplo também comumente citado é o da Constituição inglesa. e) Quanto à origem – promulgadas, outorgadas e cesaristas: Constituição Promulgada: é aquela dotada de legitimidade popular, na medida em que o povo participa do seu processo de elaboração, ainda que por meio de seus representantes. Para alguns autores, ela se apresenta para como sinônimo de democrática. Como exemplo, poderíamos citar as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. Constituição Outorgada: é aquela não dotada de legitimidade popular, na medida em que o povo não participa de seu processo de feitura, nem mesmo de forma indireta. Ela também é concebida na doutrina como sinônimo de Constituição autocrática ou mesmo ditatorial. Como exemplos, poderíamos citar as Constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967. Constituição Cesarista: é aquela produzida sem a participação popular (de forma direta ou mediante representantes), mas que, posteriormente a sua elaboração, é submetida a referendum (uma verdadeira consulta plebiscitária) popular para que o povo diga sim ou não sobre o documento. Essas constituições, sem dúvida, se aproximam das Constituições Outorgadas (e se distanciam das Promulgadas), pois os processos de produção (que obviamente, conferem legitimidade ao documento constitucional) não envolvem o povo e sim algo pronto e acabado (“receita de bolo”) que, de forma não raro populista, é submetido para digressão popular. Os exemplos desse tipo de Constituição são as Constituições de Napoleão, na França, e de Pinochet, no Chile, entre outras. f) Quanto à extensão - analíticas e sintéticas: Constituição Analítica: também chamada de prolixa, é aquela elaborada de forma extensa (formato amplo), com um cunho detalhista, na medida em que desce a pormenores não se preocupando somente em descrever e explicitar matérias constitucionais (tipicamente constitutivas do Estado e da sociedade). Portanto, acaba por regulamentar outros assuntos que entenda relevantes num dado contexto, estabelecendo princípios e regras e não apenas princípios (ainda que os princípios e a estrutura chamada atualmente de principiológica possam ser dominantes). Como exemplos, podemos citar as atuais Constituições do Brasil (1988), Portugal (1976) e Espanha (1978). Constituição Sintética: é aquela elaborada de forma sucinta (resumida) e que estabelece os princípios fundamentais de organização do Estado e da sociedade preocupando-se em desenvolver no seu bojo apenas as matérias constitucionais típicas (Organização e estruturação do Estado e Direitos Fundamentais). Em regra são Constituições eminentemente principiológicas. Exemplo: Constituição Norte Americana de 1787 (EUA). g) Quanto à ideologia (ou quanto à dogmática) - ortodoxas e ecléticas: Constituição Ortodoxa: é aquela que prevê apenas um tipo de ideologia em seu texto. Exemplos recorrentemente lembrados são as Constituições da China e da ex-União Soviética. Constituição Eclética: é aquela que traz a previsão em seu texto de mais de uma ideologia, na medida em que pelo seu pluralismo e abertura agrupa mais de um viés (linha) ideológico. A atual Constituição brasileira de 1988 é um exemplo. h) Quanto à unidade documental – orgânicas e inorgânicas: Constituição Orgânica: é aquela que é elaborada em um documento único, num corpo único de uma só vez por um poder competente para tal e que contem uma articulação (interconexão) entre suas normas (títulos, capítulos, seções). Constituição Inorgânica: é aquela que não é dotada de uma unidade documental. É elaborada por textos escritos não dotados de uma interconexão que podem ser reunidos posteriormente (e solenemente) em um documento específico e ser intitulado de texto Constitucional. A doutrina cita como exemplos as atuais Constituições de Israel e da Nova Zelândia. Um exemplo interessante é o da Constituição francesa de 1875 da III República, que foi a junção de três documentos legais. i) Quanto ao sistema[26] – Principiológicas e Preceituais: Constituição Principiológica: é aquela em que predominam os princípios (embora nela possam existir regras) considerados normas (constitucionais) de alto grau de abstração e generalidade para boa parte dos doutrinadores pátrios.Um exemplo seria a atual Constituição brasileira de 1988, que atualmente é entendida, trabalhada e interpretada pelo neoconstitucionalismo como principiológica. Constituição Preceitual: é aquela em que, embora possa conter princípios, predominam-se as regras que, para boa doutrina nacional, possuem um baixo grau de abstração e um alto grau de determinabilidade. Esse tipo de Constituição que enfatiza às regras em detrimento dos princípios tende a ser essencialmente detalhista. Um exemplo citado é a Constituição do México de 1917 (Constituição de Querétaro). j) Quanto à Finalidade – Garantia, Balanço ou Dirigentes: Constituição garantia, abstencionista ou negativa: ela tem um viés no passado, visando a garantir direitos assegurados, contra possíveis ataques ao Poder Público. Trata-se de Constituição típica de Estado Liberal que caracteriza- se pelo seu abstencionismo e sua atuação negativa (de não interferência ou ingerência na sociedade). Essa Constituição também intitulada por alguns autores de Constituição-quadro foi concebida apenas como um instrumento de governo que deveria trazer a limitação ao Poder com a devida organização do Estado, assim como direitos e garantias fundamentais. Porém aqui uma observação é fulcral, qual seja: a rigor mesmo as constituições atuais tem um pouco de constituição garantia e se apresentam também como tal. Obviamente, mesmo as Constituições sociais e de Estado Democrático de direito do século XX também objetivam em certa medida a garantir direitos assegurados aos cidadãos à luz de um determinado momento histórico (contexto histórico). Constituição Balanço: visa a trabalhar o presente. Trata-se de constituição típica dos regimes socialistas (constituições de cunho marxista). Essa constituição visa a explicitar as características da atual sociedade, trazendo parâmetros que devem ser observados à luz da realidade econômica, política e social já existente. Ela realiza um balanço das planificações realizadas e explicita à sociedade o novo grau de planificação já em curso. A constituição visa adequar-se à realidade social. É importante salientar que a Constituição de cunho socialista não é uma constituição de dever-ser (Sollen), mas sim uma Constituição típica do mundo do ser (Sein), que traduz juridicamente modificações sociais que já existem na sociedade.[32] Um exemplo são as Constituições soviéticas de 1936 e de 1977. Constituição Dirigente: tem viés de futuro. É uma constituição típica de Estado social e de seu pano de fundo paradigmático (democracias-sociais, sobretudo do pós-Segunda Guerra Mundial). Constituições dirigentes são planificadoras e visam a predefinir uma pauta de vida para a sociedade e estabelecer uma ordem concreta de valorespara o Estado e para a sociedade. Ou seja, programas e fins para serem cumpridos pelo Estado e também pela sociedade. Uma das características dessas Constituições, não raro, é a presença de normas programáticas em seu bojo. Obs: A constituição do tipo Dirigente visa transforma a sociedade num ponto chamado futuro. Preocupa-se com o aperfeiçoamento constante de um país e/ou sociedade. Exemplo de sua preocupação: Erradicar a pobreza, universalizar a educação dentre outros. Temos, ainda, outras classificações que merecem serem citadas, sendo: j) Classificação quanto ao papel das Constituições: essa classificação apresentada por Virgílio Afonso da Silva e envolve um debate (ainda) atual sobre a função ou papel desempenhado por uma Constituição em um Estado e uma sociedade. Nesses termos, são analisados de forma direta a liberdade de atuação (“capacidade de conformação da ordem jurídica”) do legislador ordinário em relação à Constituição. Nesse sentido, as Constituições podem ser concebidas como: Constituição-lei: são aquelas em que a Constituição é entendida como uma norma que está no mesmo nível das outras normas do ordenamento. Nesse caso, conforme Virgílio Afonso da Silva, a Constituição não teria supremacia e nem mesmo vinculatividade formal para com o legislador ordinário, sendo “uma lei como qualquer outra” funcionando, apenas como uma diretriz para atuação do Poder Legislativo, ou seja, os dispositivos constitucionais, especialmente os direitos fundamentais, teriam uma função meramente indicativa, pois apenas indicariam ao legislador um possível caminho, que ele não necessariamente poderia seguir. Constituição- fundamento: essa concepção de constituição é também denominada de Constituição total. Nessa perspectiva, “a Constituição é entendida como lei fundamental, não somente de toda a atividade estatal e das atividades relacionadas ao Estado, mas também a lei fundamental de toda a vida social”. Sem dúvida, por essa perspectiva, o espaço de conformação do legislador é extremamente reduzido. Nesses termos, “o legislador seria uma mero interprete da Constituição e nessa concepção haveria para os outros ramos do direito pouco ou nenhum espaço livre (liberdade de conformação dos outros ramos do direito estaria mitigada)”.[36] Constituição-moldura: essa concepção que não é nova,[37] mas vem sendo objeto de constantes digressões na doutrina alemã, trabalha a constituição apenas como um limite para a atividade legislativa. Ou seja, ela é apenas uma moldura, sem tela e sem preenchimento. Nesses termos, caberá a jurisdição constitucional apenas a tarefa de controlar se o legislador age dentro da moldura. Essa concepção, nos dizeres de Virgílio Afonso da Silva, pode ser entendida como intermediária entre as duas primeiras. i) Constituições Plásticas: Constituições plásticas são aquelas dotadas de uma maleabilidade. Ou seja, são maleáveis aos influxos da realidade social (política, econômica, educacional, jurisprudencial e etc.). São Constituições que possibilitam releituras, (re)interpretações de seu texto, à luz de novas realidades sociais. A Constituição plástica pode ser flexível ou mesmo rígida, desde que permita uma nova interpretação de seu texto à luz de novos contextos sociais. Porém, é importante deixarmos consignado que alguns autores classificam as Constituições plásticas como flexíveis. h) Constituições Pactuadas ou Dualistas: são aquelas que resultam de um acordo entre o rei (monarca) e o parlamento. Buscam desenvolver um equilíbrio, não raro instável e precário, entre o princípio monárquico e o princípio da democracia. Segundo Paulo Bonavides, “elas acabam por exprimir um compromisso instável (frágil) de forças políticas rivais: a realeza debilitada de uma parte, e a nobreza e a burguesia, em franco progresso doutra”.[42] l) Constituições Nominalistas: para alguns doutrinadores são as Constituições que trazem normas dotadas de alta clareza e precisão, nas quais sua interpretação de seu texto somente é realizada por meio de um método literal ou gramatical. Essa classificação atualmente só pode ser entendida como uma relíquia histórica, pois é de se perguntar: qual constituição atualmente é interpretada e aplicada apenas pelo manuseio do método gramatical. A hipercomplexidade jurídico- social, sem dúvida, impede tal possibilidade. m) Constituições Semânticas: para alguns doutrinadores são as constituições nas quais o texto não é dotado de uma clareza e especificidade e que, portanto, não vão trabalhar apenas o método gramatical, portanto, elas vão exigir outros métodos de interpretação (ou outras posturas interpretativas). Aqui uma digressão se faz necessária: se formos utilizar os métodos clássicos de interpretação, (atualmente em xeque pelo giro hermenêutico-pragmático, que posteriormente será desenvolvido) todas as constituições atualmente (modernamente) são semânticas. Mas devemos tomar cuidado, pois esta é apenas uma conceituação ou classificação de constituição como semântica. Além desta, temos: a conceituação de Gomes Canotilho, também citada (ver nota), e ainda a conceituação de Karl Löewenstein, que será posteriormente trabalhada. n) Constituições em Branco: são aquelas que não trazem limitações explícitas ao poder de alteração ou reforma constitucional. Nesse sentido, o poder de reforma se vincula à discricionariedade dos órgãos revisores, que, sem qualquer dispositivo específico de delimitação revisional, ficam encarregados de estabelecer regras para a propositura de emendas constitucionais. Exemplos dessas Constituições podem ser citados: Constituições francesas de 1799 e 1814. o) Constituições Compromissórias: são aquelas que resultam de acordos entre as diversas forças políticas e sociais, nas quais não há uma identidade ideológica (ecletismo), sendo a Constituição resultado da “fragmentação de acordos tópicos” que explicitam uma diversidade de projetos, caracterizando a textura aberta da Constituição, que possibilita a “consagração de valores e princípios contraditórios a serem equacionados e concretizados pelos aplicadores do direito”. Essas Constituições, que trazem no seu bojo uma plêiade ideológica, acabam por fomentar a perspectiva dialógica presente no arcabouço típico de um Constitucionalismo democrático. p) Constituição Dúctil (suave) de Gustavo Zagrebelsky: essa classificação busca não trabalhar com uma dogmática (constitucional) rígida. Segundo o autor, “nas sociedades atuais, permeadas por determinados graus de relativização e caracterizadas pela diversidade de projetos de vida e concepções de vida digna”, o papel das Constituições não deve consistir na realização de um projeto predeterminado de vida, cabendo-lhe apenas a tarefa básica de “assegurar condições possíveis” para uma “vida em comum.” Ou seja, a Constituição não predefine ou impõe uma forma de vida (projeto de vida), mas sim deve criar condições para o exercício dos mais variados projetos de vida (concepções de vida digna). Nesses termos, o adjetivo suave (ou leve) é utilizado com o objetivo de que a Constituição acompanhe a descentralização do Estado e, com isso seja um espelho que reflita o pluralismo ideológico, moral, político e econômico existente nas sociedades. Ou seja, uma Constituição aberta[51] (que permita a espontaneidade da vida social) que acompanhe e o desenvolvimento de uma sociedade pluralista e democrática.[52] Essa concepção se aproxima (embora com algumas divergências) da concepção de Constituição defendida pela teoria discursiva do direito e da democracia de Jürgen Habermas que trabalha justamente a perspectiva do que podemos chamar de constitucionalismoprocedimental do Estado Democrático de Direito. q) Heteroconstituições: são constituições decretadas de fora do Estado que irão reger. São incomuns. Um exemplo é a Constituição cipriota que surgiu de acordos elaborados em Zurique, nos idos de 1960 e que foram realizados entre a Grã-Bretanha, Grécia e a Turquia.[54] Outros exemplos seriam a da inicial Constituição da Albânia desenvolvida e produzida partir de uma conferência internacional em 1913 e a Constituição da Bósnia-Herzegovínia elaborada mediante acordos prolatados em 1995. Certo também é que algumas Constituições dos países da Commenwealth foram aprovadas por Leis do parlamento Britânico, tendo como exemplo os documentos do Canadá, Nova Zelândia e Austrália.[55] Já as Autoconstituições são aquelas elaboradas e decretadas dentro do próprio Estado nacional que irão reger. Tome Nota: A constituição vigente do Brasil (a de 1998) denominada Constituição Cidadã segundo Juristas conceituados como Alexandre de Moraes e Manoel Gonçalves Ferreira Filho é classificada como sendo: Escrita, Promulgada, Rígida, Dogmática, Formal e Analítica. Porém segundo os meus estudos acrescenta-se também a esse quadro a classificação de: eclética, orgânica, principiológica, dirigente, plástica, semântica e compromissória. 5. Classificação Ontológica ou Essencialista de Karl Loewenstein. Diferente da classificação tradicional que analisa somente o texto da constituição, a classificação de Karl Loewenstein busca analisar não o texto mas o contexto da constituição; pois, segundo ele, uma constituição pode ser excelente em seu texto (democrática, promulgada) mas na prática não corresponde os ditames do seu texto. Karl Loewenstein foi um crítico em alto grau da classificação tradicional, pois segundo ele ela de nada acrescenta. Nesse sentido a definição adequada da classificação ontológica seria: Uma classificação que busca analisar a relação do texto da constituição com a realidade social. (Trata-se da relação entre o texto ideal, e, a realidade real: econômica, política, educacional e jurisprudencial do país.) Obs: Essa classificação tem cunho sociológico. Nesses termos, Karl Loewenstein, propõe as seguintes classificações: A) Constituições Normativas: são aquelas em que há uma adequação entre o texto constitucional (conteúdo normativo) e a realidade social. Há, portanto, uma simbiose do texto constitucional com a realidade social. Ou seja, a constituição conduz os processos de poder (e é tradutora dos anseios de justiça dos cidadãos), na medida em que detentores e destinatários de poder seguem (respeitam) a constituição. Como exemplos, temos: Constituição Americana de 1.787; Constituição Alemã de 1949; Constituição francesa de 1958, entre outras. B) Constituições Nominais: não há adequação do texto constitucional (conteúdo normativo) e a realidade social. Na verdade, os processos de poder é que conduzem a constituição e não o contrário (a constituição não conduz os processos de poder). Não há simbiose do texto constitucional com a realidade social, o que ocorre é um descompasso do texto com a realidade social (econômica, política, educacional, jurisprudencial etc.). Porém, é mister deixar consignado que existe um lado positivo nessas Constituições. Este é o seu caráter educacional, pedagógico. Detentores e destinatários do poder fizeram (produziram) o texto diferente da realidade social, mas, se o texto existe, ele pode, nos dizeres de Löewenstein, servir de “estrela guia”, de “fio condutor” a ser observado pelo país, que, apesar de distante do texto, um dia poderá alcançá-lo. Exemplos: as Constituições brasileiras de 1934, 1946, 1988. Sobre a atual Constituição de 1988, temos a informar que a doutrina infelizmente a classifica de forma equivocada pela classificação ontológica. Nesse sentido, Pedro Lenza, em uma das últimas edições de seu manual, a classificou como normativa (o que é em equivoco!) e, posteriormente, na última edição de sua obra (tentando desfazer o equívoco) a classifica como uma constituição que se pretende normativa. Ora toda Constituição se pretende normativa (não só a brasileira), mas uma coisa é pretender outra coisa é ser, ou seja, o que ela realmente é! Ela é, pela lógica loewenstaineana, pelo menos por enquanto, tipicamente nominal! Temos ainda, como exemplo, a Constituição alemã de Weimar de 1919, que, apesar de ser da Alemanha, explicitava um hiato (fosso) entre o seu texto e a realidade de um país arrasado e humilhado em razão da 1ª Guerra Mundial. C) Constituições Semânticas: são aquelas que traem o significado de constituição (do termo constituição). Sem dúvida, Constituição, em sua essência, é e deve ser entendida como limitação de poder. A Constituição semântica trai o conceito de constituição, pois legitima (naturaliza) práticas autoritárias de poder, ao invés de limitar o poder. A constituição semântica vem para legitimar o poder autoritário.[59] Exemplos: Constituições brasileiras de 1937 (Getúlio Vargas), 1967-69 (governo militar). Nesse sentido, para explicitar as teses de Löewenstein e a sua classificação, um quadro pode ser assim construído: Constituições Eficácia Social (Efetividade) Legitimidade Normativas Sim Sim Nominais Não Sim Semânticas Sim Não 6. Reflexões sobre as classificações tradicionais, bloco de constitucionalidade e sobre o neoconstitucionalismo. (Apurado ou Apanhado Geral) 1) Tome Nota: Nem sempre a constituição escrita é formal. Isso porque a formalidade de uma constituição está intimamente ligada a sua rigidez. Uma constituição só pode ser formal caso seja rígida. 2) Tome Nota: A constituição americana de 1787 pode ser considerada histórica? Não. Pois só é considerada histórica se for construída com documentos esparsos ao longo do tempo, o que não é o caso da constituição Estado Unidense (Americana). 3) Tome Nota: Conforme a classificação tradicional, como é classificada a nossa constituição federal de 1998? quanto ao conteúdo é formal; quanto à estabilidade é rígida (para alguns autores ela é superrígida, em razão do art. 60, § 4º da CR/88[65]); quanto à forma é escrita; quanto à origem é promulgada; quanto ao modo de elaboração é dogmática; quanto à extensão é analítica; quanto à unidade documental é orgânica; quanto à ideologia (ou a dogmática) é eclética; quanto ao sistema é principiológica; e quanto à finalidade é dirigente (embora não com o dirigismo forte de outrora atualmente relativizado por Gomes Canotilho). 4) Tome Nota: O que é mesmo constituição material? Conceito teórico: a constituição material é o conjunto de matérias escritas ou não em um documento (constituição formal) constitutivas do Estado e da sociedade. Ou seja, é o núcleo ideológico constitutivo do Estado e da Sociedade. 5) Tome Nota: Na constituição formal existe hierarquia entre as normas só formalmente constitucionais e as normas formal e materialmente constitucionais? Não, apesar de as normas materialmente constitucionais (constitutivas do Estado e da Sociedade) serem mais importantes (para a classificação ora trabalhada), segundo o STF, não há hierarquia entre as normas constitucionais. 6) Tome Nota: O conteúdo da constituição material modifica com o tempo? Sim. O conteúdo da constituição material envolve a organização do Estado e os direitos e garantias fundamentais. Esse conteúdo, conforme a doutrina ora estudada, são as matérias constitucionais desde o advento do movimento do constitucionalismo do fim do século XVII (inglês) e do fim do século XVIII(francês e norte-americano). Nesse sentido, o conteúdo da constituição material depende das matérias constitutivas do Estado em cada momento e dos direitos e garantias fundamentais, que se contextualizam paradigmaticamente a cada época. Tomando como exemplos os direitos e garantias fundamentais, temos que: a) Direitos de 1ª geração (ou dimensão): São os direitos individuais desenvolvidos, sobretudo formalmente no séc. XVIII, trata-se da liberdade, igualdade e propriedade. b) Direitos de 2ª geração (ou dimensão): São os direitos sociais desenvolvidos, sobretudo no séc. XX. Trata-se dos direitos à saúde, trabalho, educação, lazer, previdenciários e etc. c) Direitos de 3ª geração (ou dimensão): São os direitos coletivos, difusos e transindividuais, sobretudo do fim do séc. XX. Trata-se dos direitos ambientais, do consumidor, do idoso, à comunicação e etc. d) Direitos de 4ª geração (ou dimensão): Também são do fim do séc. XX e início do séc. XXI, trata-se de direitos que envolvem globalização política frente a uma globalização (excludente) econômica – luta global contra a pobreza e a exclusão.[73] Temos na visão de alguns doutrinadores,[74] direitos como por exemplo: à democracia e ao pluralismo. Acrescentamos que não apenas são agregados novos direitos como indicam as teorias sobretudo da dimensão,mas os mesmos (direitos) são relidos à luz de paradigmas (gramáticas de praticas sociais) jurídicos (visões exemplares de uma comunidade jurídica). Portanto, só para se ter um exemplo no séc. 20 não só surgem efetivamente os direitos sociais, mas também são relidos (reinterpretados) os direitos individuais. 7) Tome Nota: O que é bloco de constitucionalidade e qual a sua definição? A doutrina pátria trabalha a noção de bloco de constitucionalidade como parâmetro de controle de constitucionalidade.[79] Nesse sentido, somente a Constituição formal e suas normas constitucionais expressas ou implícitas é que servem de parâmetro para o controle de constitucionalidade, sendo este, para a corrente dominante, o nosso bloco de constitucionalidade. 8) Tome Nota: O que é e o que significa “Neoconstitucionalismo”? É um movimento teórico que trata da revalorização do direito constitucional, de uma nova abordagem do papel da constituição no sistema jurídico. Movimento este que surgiu a partir da segunda metade do século XX. Objetivam a transformação de um estado legal em um estado constitucional. O movimento procura também conferir normatividade aos princípios (ou seja obrigatoriedade). Em contrapartida esse movimento promove o ativismo judicial (que é promover proiminência ao poder judiciário). (concordo) Caminha junto com o “livre convencimento motivado”. Momento Histórico desse movimento: Pós 2º Guerra Mundial o movimento se expandiu. Pesquisar os diversos aspectos desse movimento segundo Luís Barroso. A Obra Base desse movimento é a “Neoconstitucionalismo(s) do Jurista mexicano Miguel Carbonell. 7. Dos paradigmas (ou seja das diferenças) das constituições do Estado Liberal, do Estado Social e do Estado Democrático de Direito. A) O Estado Liberal: “(...) O Direito, sob o paradigma liberal, seria um “sistema fechado de regras”, que teria por função de estabilizar expectativas de comportamento, determinando os limites e, ao mesmo tempo, garantindo a esfera privada de cada indivíduo. Com o uso de leis gerais e abstratas, busca-se garantir, ainda que apenas formalmente, a liberdade, a igualdade e a propriedade, de modo que todos os sujeitos receberiam os mesmos direitos subjetivos. É por isso que os direitos e garantias fundamentais passam a ser entendidos como verdadeiras garantias negativas da não intervenção do Estado na sociedade.”[106] À luz do raciocínio explicitado, afirmamos que a estrutura da Constituição do Estado de direito (liberal) foi essencialmente negativa (abstencionista). Nota Sobre o Estado Liberal: Devemos observar que o período do Estado Liberal gerou “a maior exploração do homem pelo homem de que se tem notícia na história da humanidade”. Nesses termos, temos jornadas de trabalho de 15 a 17 horas por dia, idosos, crianças e mulheres em rodízio nos postos de trabalho, remunerações aviltantes levando ou conduzindo milhões de desvalidos a completa miséria, além de uma fortíssima repressão a qualquer tipo de protestos, bem como um exército de mão de obra de reserva criado nas periferias, em condições degradantes, levaram à eclosão de um sem número de questionamentos e movimentos sociais (socialismo utópico, científico e anarquistas). Contexto Histórico: A falência desse estado deu-se inicio pós primeira guerra mundial (Data). B) O Estado Social: Que surge após a Primeira Guerra e se afirma após a Segunda, intervém na Economia, por meio de ações diretas e indiretas; e visa garantir o capitalismo por meio de uma proposta de bem-estar que implica a manutenção artificial da livre concorrência e da livre iniciativa, assim como a compensação das desigualdades sociais por meio da prestação estatal de serviços e da concessão de direitos sociais. Assim nessa perspectiva o estado sai do seu status de “neutralidade” e assume um papel de agente conformador (condutor) da realidade social. Estabelece formas de vida concretas impondo “pautas públicas” de “vida boa” (ou seja: que ele Estado entende como “boa” para a sociedade). Tais direitos vêm a alargar e, sobretudo, redefinir os clássicos direitos do constitucionalismo liberal: direitos de vida, liberdade, propriedade segurança e igualdade. Inicia-se a chamada “materialização dos direitos”. Observa-se também, nesse momento, o surgimento dos direitos sociais. Marca-se assim uma ruptura: tem-se uma ampliação no conjunto dos direitos fundamentais, resultante não somente de um acréscimo de direitos, mas também de uma completa alteração nas bases de interpretação (releitura) dos direitos anteriores. A estrutura da Constituição passa, então, a ser essencialmente positiva em termos de prestações que esse Estado deveria providenciar a seus (agora, tratados como) “clientes”. A Constituição prescreveria programas políticos, definindo procedimentos e estruturando competências que antes não eram de sua alçada. Nesse sentido, famosa é a citação do discípulo de Carl Schmitt, Ernst Forsthoff que afirma nitidamente alinhado a esse paradigma que o Estado Social “é um Estado que garante a subsistência e, portanto, é Estado de prestações”. Nota Sobre o Estado Social: No início da década de 70, a crise do paradigma do Estado Social começou a se manifestar com grande intensidade. Aquele que deveria ser o “cidadão” se transformou em “cliente” desse Estado gigantesco que deveria reger toda a sociedade. A prometida cidadania se transforma em um repugnante “clientelismo”,[112] segundo o qual o direito é garantido e concretizado “no limite do possível”. Esse tipo de estado acarretou também fracassou pois acarretou inúmeras crises econômicas e conseqüentemente advindas queixas ao mesmo. A concessão de cidadania advinda da ruptura do estado liberal também não foi efetivada no estado social. C) O Estado Democrático De Direito: Segundo a teoria Habermasiana a qual seguimos raciocínio e especificamente no Estado Democrático De Direito, a Constituição deve ser compreendida como a prefiguração de um sistema de direitos fundamentais que representam as condições procedimentais para a institucionalização da democracia, nos âmbitos e nas perspectivas específicas do processo legislativo, jurisdicional e administrativo; e que garante, ainda, espaços públicos informais de geração da vontade e das opiniões políticas. Nessesentido, a democracia, como princípio jurídico- constitucional a ser densificado de acordo com a perspectiva específica de cada um desses processos, significa participação em igualdade de direitos e de oportunidades, daqueles que serão afetados pelas decisões, nos procedimentos deliberativos que as preparam. Nesse tipo de estado, Temos, então, uma reconstrução da soberania popular que assume a forma jurídica por meio do processo legislativo democrático, que deve considerar a equiprimordialidade da autonomia jurídica. Por um lado, aos indivíduos são garantidas determinadas liberdades subjetivas de ação a partir das quais podem agir em conformidade com seus próprios interesses – é o que se chama de autonomia privada – “liberando” esses indivíduos da pressão inerente à ação comunicativa, qual seja, a de fundamentar moralmente todas suas ações, bastando, portanto, a referência ao direito legislado. Para tanto, é fundamental a noção de direitos fundamentais como elementos asseguradores dessa autonomia por meio da não ingerência estatal na esfera privada dos cidadãos, como já afirmava a clássica leitura liberal. Em contrapartida, o princípio discursivo democrático compreende a autonomia pública a partir da ótica da garantia de legitimidade do procedimento legislativo por meio de iguais direitos de comunicação e de participação. Trata-se, do fato, de que os sujeitos de direito têm de se reconhecer como autores das normas às quais se submetem. Como consequência, autonomias pública e privada devem estar pressupostas reciprocamente (co-originárias), sem que, contudo, uma possa gozar de supremacia sobre a outra. Nota: Ao explicitarmos as colocações atinentes à teoria discursiva de direito e da democracia, é necessário termos em mente as noções fundamentais de autonomia pública e privada dos cidadãos. Sob esse prisma, o que os paradigmas anteriores (de Estado e de Constituição) fazem é justamente matar a cidadania, não observando a nítida co-originalidade existente entre elas. Portanto o que DEVE acontecer é o que está explicitado acima, no Estado Democrático De Direito. E é por isso que esse estado não faliu e permanece em vigor até os dias atuais, Como modelo “Ideal” e forma sobressalente dos demais tipos de estados. 8. Elementos das constituições, segundo José Afonso da Silva. 1) Orgânicos – Organizam a estrutura do Estado e do Poder. (exemplo Art.1º) 2) Limitativos – Os Direitos Fundamentais mais especialmente os individuais (limitam a interferência do estado na vida da gente ou das pessoas) (Art.5º) 3) Socio-Ideológicos – Compõe os Direitos Sociais. (Art.6º) 4) Estabilização Constitucional – Normas voltadas para a defesa da constituição e da normalidade da federação – (intervenção federal, cláusulas pétreas, defesa do estado e das instituições.) 5) Formais de aplicação da constituição – ato das disposições constitucionais transitórias e preâmbulo. (depois do Art.250 e título 11º)
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