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Aula 01 projeto de investimento e desenvolvimento econômico

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RELAÇÃO ENTRE A ELABORAÇÃO E A EFETIVAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO COM O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. 
A IMPORTÂNCIA DO FINANCIAMENTO DOS PROJETOS DE INVESTIMENTO.
Simone da Silva Costa
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Objetivos da aula:
Compreender o que é um projeto de investimento;
Discutir a importância do financiamento para os projetos de investimentos.
Destacar sua relevância para o desenvolvimento econômico e social.
INTRODUÇÃO
Um projeto é um EMPREENDIMENTO PLANEJADO que consiste num CONJUNTO DE ATIVIDADES inter-relacionadas e coordenadas, visando alcançar OBJETIVOS ESPECÍFICOS dentro dos limites de um ORÇAMENTO e de um PERÍODO DE TEMPO dados.” (ONU, 1984).
 SENDO O PROJETO UM EMPREENDIMENTO PLANEJADO, É IMPORTANTE COMPREENDERMOS O PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
 O planejamento empresarial é um processo sistemático e contínuo de TOMADA DE DECISÕES NO PRESENTE visando alcançar certos OBJETIVOS no futuro. 
Braga (1995) e Chiavenato (2003)
PARA CADA DECISÃO EMPRESARIAL, TEMOS UM NÍVEL ESPECÍFICO DE PLANEJAMENTO.
O resultado do PLANEJAMENTO é o 
PLANO (curso de ação)
PROPÓSITO DO PLANO: 
	
PREVER, PROGRAMAR e COORDENAR uma sequência lógica de eventos que conduzam a empresa alcançar seus objetivos e metas.
O plano procura responder as seguintes questões: 
O que?
Quando?
Como?
Onde?
Por quem?
O PROJETO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO
Criar uma empresa pressupõe a necessidade de INVESTIMENTO. 
O PROJETO, em termos econômicos, visa um PLANO DE INVESTIMENTO (HOLANDA 1983). 
Através da construção deste PLANO, o empreendedor saberá se haverá um retorno lucrativo e sustentável. 
Os recursos de capital (investimento)
Em dado projeto
Um retorno lucrativo e sustentável, onfr, 
R > C
Aplicados
Busca gerar
CONJUNTO DE INFORMAÇÕES, INTERNAS e/ou EXTERNAS À EMPRESA, que permite ESTIMAR os BENEFÍCIOS e CUSTOS de certo INVESTIMENTO.
Revela as vantagens e desvantagens de utilizar os recursos na produção de bens e serviços.
É uma SIMULAÇÃO da DECISÃO DE INVESTIR.
É o COMPROMETIMENTO DE RECURSOS realizado com o objetivo de obtenção de BENEFÍCIOS FUTUROS, durante um período razoável de tempo (HOLANDA, 1983).
INVESTIMENTO
EXEMPLOS DE INVESTIMENTOS
CONSTRUÇÃO CIVIL
SERVIÇOS
INDÚSTRIA
O projeto é classificado de acordo com o seu objetivo:
WOILER e MATIAS, 2008)
O PROJETO EM FUNÇÃO DO USO:
PROJETO DE VIABILIDADE: verifica a viabilidade a nível interno da própria empresa.
PROJETO DE FINANCIAMENTO: procura atender às exigências dos órgãos financiadores e/ou órgãos que concedem incentivos.
PROJETO FINAL: constitui-se no conjunto de informações em que a grande maioria dos parâmetros críticos para a fase de implantação já se encontra definida.
A ESTRUTURA DO PROJETO:
ECONÔMICOS: mercado, localização e tamanho
TÉCNICOS: engenharia
RECURSOS FINANCEIROS: composição do capital, financiamentos, capital de giro e outros.
RECURSOS ADMINISTRATIVOS para implantação e operação do projeto.
INSTITUCIONAIS: jurídicos, legais e do meio ambiente.
(WOILER e MATIAS, 2008)
C
O
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S
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Exemplo de PROJETO PRIVADO:
Exemplo de PROJETO PÚBLICO:
CADA PROJETO REQUER UM TIPO ESPECÍFICO DE INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO
TIPOS DE INVESTIMENTOS
EM RELAÇÃO AO FINANCIAMENTO...
 Objetiva determinar como os PROJETOS DE INVESTIMETOS serão financiados;
Pesquisa as fontes de capitais disponíveis;
Escolhe as alternativas de financiamento que ofereçam menor custo do capital;
o cronograma de financiamento deve ser coerente com o cronograma de investimentos.
Para o empreendimento entrar em operação é necessário dado volume de INVESTIMENTOS, mas de onde virão os RECURSOS?
Escolher a melhor fonte de financiamento é uma decisão complexa;
Pois, há várias alternativas para financiar um projeto;
E inúmeras possibilidades de composição das diferentes FONTES DE CAPITAL.
FONTES DE CAPITAL
Capital próprio (Passivo não exigível ou PL):
Composto pelos recursos disponibilizados pelos PROPRIETÁRIOS do empreendimento, cotistas e/ou acionistas.
O capital próprio é apresentado na forma de aportes de capital ou de lançamento de ações, no mercado fechado ou aberto. Em ambos os casos, esse capital está expresso no patrimônio líquido do demonstrativo de balanço patrimonial.
Capital próprio:
Os PROPRIETÁRIOS desejam dois tipos de retorno:
Distribuição dos dividendos;
Valorização do empreendimento, refletindo em aumento do valor das cotas de capital ou das ações.
No entanto,....
Em períodos nos quais a GERAÇÃO DE CAIXA não tenha sido
suficiente para cobrir os DESEMBOLSOS OPERACIONAIS, INVESTIMENTOS e DÍVIDAS, provavelmente, os dividendos não serão distribuídos.
Assim, o CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO é a sua REMUNERAÇÃO. 
O CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
É a melhor remuneração que o proprietário da empresa pode conseguir empregando seu dinheiro fora do empreendimento (CUSTO DE OPORTUNIDADE);
É a RENTABILIDADE MÍNIMA requerida para aplicar seus recursos na empresa;
Para medir este custo, pode-se atribuir um PRÊMIO PELO RISCO mais uma dada TAXA DE JUROS.
Quanto mais arriscado for o projeto, maior será a remuneração exigida pelos seus proprietários, aumentando o custo de capital próprio atribuído ao empreendimento. 
Capital de terceiros (Passivo Exigível)
RECURSOS aplicados no EMPREENDIMENTO originado de alguma DÍVIDA contraída junto a TERCEIROS.
Ex. fornecedores, salários e encargos sociais, impostos e taxas, empréstimos em instituições financeiras, debêntures, ou seja, os títulos de créditos.
Tais títulos podem ser negociados no curto e no longo prazo.
O capital que tem sua origem em BANCOS COMERCIAIS, BANCOS DE DESENVOLVIMENTO e INSTITUIÇÕES DE FOMENTO exige o pagamento de JUROS. 
JUROS 
É a REMUNERAÇÃO GANHA ao emprestar;
Ou O CUSTO PAGO AO TOMAR EMPRESTADO, tendo transcorrido certo período que pode ser um dia, um mês, um ano etc.
Unidades
12% ao ano = 12% a.a.
14% ao semestre = 14% a.m.
1% ao mês = a.m.
Na realização de um INVESTIMENTO, estabelece-se a remuneração desejada. 
É preciso atentar para os seguintes aspectos:
Despesas sobre o investimento: operacionais, contratuais e tributárias;
 Risco: probabilidade de não obter a remuneração e o capital de volta;
 Inflação: perda de poder aquisitivo de capital causada pela elevação generalizada de preços;
 Lucro: fixado em função das oportunidades de investimentos perdidas;
 PARA o SISTEMA BANCÁRIO, A RECEITA DO JURO deve ser suficiente para:
 Cobrir o risco;
 Cobrir as despesas;
 Cobrir a perda de poder aquisitivo do capital;
 Proporcionar lucro;
O RISCO PAÍS é um índice que mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro.
É calculado por agências de classificação de risco e bancos de investimentos.
Este indicador se concentra nos países emergentes. 
Na América Latina, os índices mais significativos são aqueles relativos às três maiores economias da região: Brasil, México e Argentina.
Fonte: http://www.portalbrasil.net/economia_riscopais.htm
o valor (taxa de juros) com o qual o país pretende remunerar os aplicadores em bônus, representativos da dívida pública.
O RISCO PAÍS é a sobretaxa que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do Tesouro dos Estados Unidos.
Fonte: http://www.portalbrasil.net/economia_riscopais.htm
Avalia-se também: 
O nível do déficit fiscal;
As turbulências políticas;
O crescimento da economia, e
A relação entre arrecadação e a dívida de um país.
A importância dos financiamentos para os projetos de investimentos.
Como vimos até agora, os financiamentos para os PROJETOS DE INVESTIMENTOS podem ser próprios ou de terceiros;
Eles possuem um CUSTO e exigem um RETORNO;
Mas, qual a sua importância para os projetos de investimentos, especialmente quando estes projetos tem por objetivo alavancar o desenvolvimento econômico e social de
um país?
É sobre este assunto que trataremos agora.
Projetos de investimentos públicos e o desenvolvimento econômico e social 
Segundo o Princípio da Demanda Efetiva formulado por Keynes e Kalecki, os GASTOS determinam as RECEITAS.
É a DEMANDA que gera a OFERTA, tanto no CURTO quanto no LONGO PRAZO;
O INVESTIMENTO é a variável-chave para a dinâmica do crescimento e mudança estrutural capitalista.
 
O MODELO DE KALECKIANO DO INVESTIMENTO EM CAPITAL FIXO (1954)
Em uma economia com estrutura
estável, o INVESTIMENTO em CAPITAL FIXO é determinado, com certo hiato temporal, pelo NÍVEL DE ATIVIDADES e pela sua TAXA DE VARIAÇÃO. 
.
O INVESTIMENTO em CAPITAL FIXO é composto:
Lucros retidos das empresas (capacidade de autofinanciamento),
Ajustes conjunturais dos lucros brutos;
Estoques de capital líquido induzidos pela demanda e, 
Pelos “fatores de desenvolvimento”, tais como: crescimento populacional, juros de longo prazo, inovações e investimento público
POSSAS (1999).
O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DEPENDE:
Do processo de ACUMULAÇÃO DE CAPITAL que permita ELEVAR A PRODUTIVIDADE do conjunto da economia, sustentando ALTAS TAXAS DE CRESCIMENTO a médio e longo prazos.
Os países que mais se desenvolveram no Pós-Guerra foram aqueles que investiram em GRANDES PROJETOS INDUSTRIAIS.
POSSAS (1999).
Projetos industriais e o desenvolvimento econômico
Os investimentos em MÁQUINAS e EQUIPAMENTOS contribuíram para o desenvolvimento econômico e social da Europa, do Japão e dos Estados Unidos. 
Esses bens provocam aumento do grau médio de TECNOLOGIA da economia (por meio do progresso técnico incorporado) e demandam pesquisa tecnológica, que são o núcleo da mudança tecnológica e industrial.
Projetos industriais e o desenvolvimento econômico e social japonês.
1944 – investimentos governamentais nas indústrias de CARVÃO e AÇO. 
O governo interviu no mercado, diretamente, por meio de controles de preços combinados com subsídios, racionamento de empréstimos e alocação de materiais importados restritos.
1950 – Além do aço e do carvão, foram investidos nas indústrias de CONSTRUÇÃO NAVAL, ENERGIA ELÉTRICA, FIBRAS SINTÉTICAS E FERTILIZANTES QUÍMICOS; 
1960 - PETROQUÍMICA, FERRAMENTAS DE MAQUINARIAS E PEÇAS, e ELETRÔNICOS. 
Estas indústrias foram selecionadas a fim de criar novas indústrias nesse período, a saber: AUTOMOBILÍSTICA, MAQUINÁRIOS ELÉTRICOS PESADOS, COMPUTADORES e INDÚSTRIAS PETROQUÍMICAS. 
Tais indústrias, por sua vez, foram consideradas “indústrias em crescimento”, com alto potencial retornos crescentes de escala, e cuja coordenação de investimentos por parte do governo era premente.
No início do processo de reconstrução japonesa, o desenvolvimento econômico do Japão foi alavancado pela política industrial;
Foram concedidos subsídios, principalmente por meio de empréstimos do Banco de Desenvolvimento do Japão, não somente para montadoras de estruturas, mas também para empresas subcontratadas.
Portanto, o FINANCIAMENTO foi uma peça fundamental para a implementação dos projetos e, consequentemente, do processo de DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO JAPONÊS.
Projetos industriais e o desenvolvimento econômico e social brasileiro.
(1956/61) – o governo lançou o Programa de Metas visando recuperar o atraso histórico e desenvolver a economia brasileira. 
Diferentemente do Japão, o Brasil não tinha poupança e recorreu aos empréstimos e financiamentos externos.
O CAPITAL INTERNACIONAL passou a controlar os PROJETOS INDUSTRIAIS voltados à produção de BENS DURÁVEIS.
Ex. Veículos automotores, eletrodomésticos, eletroeletrônicos.
O mercado financeiro doméstico não atendia a crescente demanda por crédito de longo prazo;
Logo, os projetos voltados para a dinamização do crescimento e do desenvolvimento econômico e social foram realizados por meio de capitais externos. 
No entanto, a partir da década de 1970, com as duas crises do petróleo deflagradas, ocorreu uma retração na liquidez da economia mundial e o país se viu impossibilitado de dar continuidade ao seus projetos. 
Os produtos voltados para exportação sofreram grande quedas promovendo retração na Balança Comercial;
As taxas de juros se elevaram sobremaneira.
A retração dos EMPRÉSTIMOS EXTERNOS durante a década de 1980, inviabilizou o processo de desenvolvimento adotado pelos governos militares.
Com a CRISE em curso, o BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES), passou a conceder empréstimos as empresas mais debilitadas;
Durante os anos de 1990, a ABERTURA COMERCIAL e a QUEDA NO CONSUMO, retraíram os LUCROS EMPRESARIAIS, os quais ficaram impossibilitados de se autofinanciar.
Em virtude da elevada CONCENTRAÇÃO de RENDA, grande parte da população brasileira não tem renda líquida de sobra para aplicar no MERCADO FINANCEIRO, ou seja, gerar POUPANÇA PRIVADA. 
Para verificarmos a relação entre os projetos de investimentos e o desenvolvimento econômico e social, refletimos sobre duas economias com realidades distintas: a japonesa e a brasileira;
As duas economias foram contempladas com financiamentos para realizar os seus projetos de investimentos, mostrando assim a importância do mesmo para o desenvolvimento

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