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CONTABILIDADE GERAL II-‐ PROFESSORA SILVANA AGUIAR DEPRECIAÇÃO – MÉTODOS DE CÁLCULO E QUESTÕES DO EXAME DE SUFICIÊNCIA DEPRECIAÇÃO Conceito de Ativo Imobilizado Parcela do Ativo que se compõe dos bens destinados ao uso (não à venda, apesar de poderem ser vendidos, normalmente após o seu uso) e à manutenção das atividades da empresa, inclusive os de propriedade industrial ou comercial. São elementos que servem a vários ciclos operacionais da empresa, às vezes por sua vida toda. Estão incluídos entre tais elementos, também, aqueles que, pertencentes à empresa, se destinam a servir no futuro ao processo operacional, caso estejam à espera de utilização no lugar de outros em operação, ou estejam sendo preparados para serem utilizados. Um edifício, um equipamento, um automóvel, etc., utilizados por uma fábrica são ativos imobilizados dessa fábrica, são inversões básicas, uma propriedade, usadas no processo operacional e não mantidas com o objetivo de venda. Um terreno, sendo preparado para receber novas instalações, é também um Ativo Imobilizado, porque, embora ainda não seja usado no processo operacional, é uma inversão básica e de caráter permanente adquirida com a intenção de vir a ser utilizadas no processo operacional e já sendo colocado em condições de ser usado. Os elementos do Ativo Imobilizado (também chamado de ativo fixo) só podem ser tangíveis É tangível o elemento que tem um corpo físico, tal como um edifício ou uma máquina. O elemento intangível é o caso de uma patente ou um direito autoral, cujo valor reside nos direitos de propriedade que são legalmente conferidos a seus possuidores. Estes últimos elementos são agrupados num tópico – grupo – à parte, denominado de Ativos Intangíveis. Conceito de Depreciação A maior parte dos elementos que constituem o ativo imobilizado tem sua vida útil limitada no tempo, e a maioria deles, após seu uso, produz um valor de venda inferior ao investido em sua aquisição (às vezes, não provoca nada de valor final de venda). Esse valor final de venda, após o uso, de um Ativo Imobilizado costuma ser chamado de valor residual. Assim digamos que um equipamento seja comprado por R$ 100.000 e utilizado, por exemplo, por seis anos em média; e após esse período, que seja normal conseguir vende-‐lo por aproximadamente 10% do valor original de compra (supondo que não haja inflação significativa). Com isso, seu valor residual é de aproximadamente R$ 10.000. Isso significa que uma parte do dinheiro investido originalmente na aquisição do ativo imobilizado é recuperada por sua venda final, mas a maior parte não. Com isso, é preciso que consideremos, na apuração do resultado desses seis anos, que um valor de R$ 90.000,00 será transformado em despesa. Assim, do resultado produzido durante esses seis anos será necessário deduzirmos esse total de R$ 90.000 porque isso significará dizer que do dinheiro a ser produzido nesse período uma parte não será lucro, e sim recuperação de parte do custo investido no imobilizado. Em outras palavras, precisamos depreciar esses R$ 90.000, transformando esse valor em despesa. Logo, depreciação é o processo de transformar em despesa um pedaço do valor de aquisição de um ativo imobilizado destinado ao uso, já que ele não será recuperado pela venda do bem a que se refere. É a diferença entre o custo de aquisição e o valor residual de um ativo destinado ao uso. Valor Contábil dos Elementos do Ativo Imobilizado O custo de um elemento imobilizado deve incluir não só o valor pago ao vendedor, como também todos os gastos feitos até que o elemento esteja em condições de entrar em atividade no processo operacional da empresa. Ex> O custo de construção de um edifício deve incluir todos os gastos com contratos, impostos, taxas, honorários dos arquitetos, salários dos administradores de obras, seguro e outros custos similares que ocorrem durante a construção. Se uma máquina é construída pela própria empresa, deve ser contabilizada pelo custo de construção, e não pelo custo de aquisição de elemento idêntico ou semelhante existente no mercado. Incluem-‐se também no custo do imobilizado os encargos financeiros suportados pela empresa e incorridos durante o tempo de sua construção ou operação. Após estarem prontos esses ativos, os encargos financeiros passam ser considerados despesas financeiras. Problema de Depreciação: a) problema da estimação da vida útil b) problemas da estimação da parcela do custo recuperável ao fim da vida útil ( valor residual de venda) c) problema da escolha do método Métodos de Cálculo: Quotas constantes: Quota de depreciação = custo – valor residual __________________________ n. de períodos de vida útil estimada Ex. Custo do Bem.: R$ 5.500 Valor residual;R$ 500 Total da depreciação a ser considerada: R$ 5.000 Vida útil estimada: 5 anos Aplicando a fórmula: 5.500 – 500 / 5 = 1.000 Método da Soma dos Algarismos dos Anos: As quotas de depreciação são calculadas da seguinte forma: somam-‐se os algarismos que vão desde a unidade até o algarismo que representa o número de anos de vida útil do bem. No exemplo anterior, teríamos: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 A quota de depreciação do 1. Ano sera calculada pela multiplicação de uma fração cujo denominador é 15 e cujo numerador é o ultimo número da série acima, pelo valor a ser depreciado. Para as quotas seguintes, o processo é o mesmo, com a diferença dos numeradores das frações que vão diminuendo noa ordem inversa da série, da seguinte forma: Quota do 1. Ano: 5/ 12 x 5.000 = 1.667 Quota do 2. Ano-‐ 4/15 x 5.000= 1.333 Quota do 3. Ano-‐ 3/14 x 5.000 = 1.000 Quota do 4. Ano 2/15 x 5.000= 667 Quota do 5. Ano 1/15 x 5.000 = 333 O método pode ser usado na ordem inversa. Método do Saldo Decrescente: Também é denominado método Exponencial. Calculam-‐se as quotas de depreciação pela multiplicação de um percentual fixo sobre o valor contábil que vai crescendo ano a ano. A fórmula para determinação da percentagem fixa é a seguinte: 1 -‐ !"#$% !"#$%&'(!"#$% !" !!"! Onde n é o número estimado de anos de vida útil do elemento. Usando o exemplo anterior % anual = 1 -‐ !""!.!""! = !!!! % anual: 1 – 0,61904 = 0,38096 = 38,096% Quota do 1. Ano = 38,096% x R$ 5.500,00 = R$ 2.095,28 Quota do 2. Ano = 38,096% x $ 3.404,72 = R$ 1.297,06 Quota do 3. Ano = 38,096¨x 2.107,66 = R$ 802,93 Quota do 4. Ano = 38,096% x 1304,73 = R$ 497,05 Quota do 5. Ano = 38.096% x R$ 807,68 = R$ 307,69 Valor residual: R$ 807,68 – 307,69 = R$ 500,00 Método de Unidades Produzidas: Quota de Deprec. Anual = 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑥𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑠𝑒𝑟𝑒𝑚 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑚 Método de Horas de Trabalho Quota de depreciação anual: 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑥𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑚 EXAME DE SUFICIÊNCIA: Questão 14 Uma sociedade empresária possui um bem que consta no seu imobilizado, em 31.12.2013, composto pelos seguintes valores: Custo de aquisição $ 80.000 (-) Depreciação Acumulada $ 20.000 (-) Perda estimada por redução ao valor recuperável $ 5.000 Em 2.1.2014, o bem foi vendido à vista por R$ 54.000,00. O resultado apurado nesta operação é uma perda de: . a) R$ 1.000,00. . b) R$ 6.000,00. . c) R$ 21.000,00. . d) R$ 26.000,00. Questão 41 De acordo com a NBC TG 27(R1) – Imobilizado, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção CORRETA. . A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil, desde que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. . A reparação e manutenção de um ativo evitam a necessidade de depreciá- lo. . O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo de sua vida útil estimada. . O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser contabilizada como retificação de erro de período anterior. A sequência CORRETA é: a) F,F,V,V. b) F,V,F,V. c) V,F,V,F. d) V,V,F,F. Questão 7. Uma Sociedade Empresária adquiriu um equipamento, por R$25.000,00, para uso em suas atividades. Para deixá-lo em condições de uso, foi necessário gastar mais R$1.500,00. O equipamento ficou pronto para uso no dia 2.1.2014, e a empresa estima usar o equipamento por 5 anos. O valor residual é estimado em R$2.500,00, para qualquer método de depreciação adotado. A vida útil estimada do equipamento é de 12.000 horas. O equipamento tem capacidade para produzir 8.000 unidades de produto. O equipamento foi utilizado durante todo o ano de 2014; operou por 2.600 horas; e produziu 1.800 unidades. Com base nos dados acima, é CORRETO afirmar que a despesa com depreciação, no ano de 2014, foi de: . a) R$4.800,00, apurados com base no Método das Quotas Constantes. . b) R$5.416,67, apurados com base no Método das Horas de Produção. . c) R$5.962,50, apurados com base no Método das Unidades Produzidas. . d) R$7.500,00, apurados com base no Método da Soma dos Dígitos. 20. Uma prefeitura adquiriu dez ambulâncias, no valor total de R$660.000,00. Após um estudo, decidiu-se por realizar a depreciação utilizando-se o Método da Soma dos Dígitos na forma decrescente, pois esse método reflete o padrão em que os benefícios econômicos futuros e o potencial de serviços dessas ambulâncias serão consumidos pela prefeitura. Informações: . _ As ambulâncias entraram em operação imediatamente à sua chegada, ocorrida no dia 2.1.2014. . _ A vida útil dessas ambulâncias é de 4 (quatro) anos. . _ Foi determinado um valor residual das 10 (dez) ambulâncias, em um total de R$132.000,00. Com base nas informações acima, o Valor Líquido Contábil, ao final do terceiro ano, será de: a) R$475.200,00. b) R$184.800,00. c) R$132.000,00. d) R$105.600,00. EXERCICIOS PARA FIXAÇÃO – DEPRECIAÇÃO 1) A Companhia Expert iniciou suas operações em 01.01.2010. Nesta data, comprou as seguintes máquinas à vista: Máquina A-‐ R$ 3.200 – vida útil estimada, 5 anos, com valor residual de R$ 200; Máquina B-‐ R$ 5.400 – vida útil estimada, 6 anos, sem valor residual; Máquina C-‐ R$ 4.800,00 – vida útil estimada, 10 anos, sem valor residual. Em 01.08.2011, uma máquina D, com vida útil estimada em 8 anos e valor residual de R$ 200, foi comprada a vista da cia Carioca,por $ 9.800. Em 01.07.2013, a máquina E, com vida útil estimada em 10 anos, sem valor residual, foi comprada por R$ 7.200 a vista. Em 25.12.2015, foi verificado que a máquina C se tornaria obsoleta em fins de 2017, e o custo ainda não depreciado deveria ser alocado pelo tempo em vida reestimado. Em 01.04.2015, a máquina A foi vendida por R$ 1.000 a vista. Foi comprada, nesta data, a máquina F, que substituiria a máquina A, pelo preço de R$ 5.800 a vista. A vida útil estimada da máquina F é de 10 anos com valor residual de R$ 200, Em 01.09.2015, a máquina E foi vendida por R$ 4.000 à vista. a) preparar quadros demonstrando a despesa de depreciação e a depreciação acumulada das diversas máquinas, apropriando as despesas de depreciação e apurando os resultados das vendas ocorridas até 31.12.2015. Utilize as Contas de Máquinas, Depreciação Acumulada-‐ Máquinas, Despesas de Depreciação e Resultado na Venda do Imobilizado. Referências: Conselho Federal de Contabilidade. Exame de Suficência 2015 e 2014. IUDIíCIBUS, Sérgio et al. CONTABILIDADE INTRODUTÓRIOA. São Paulo: Atlás, 2010. IUDICIBUS, Sérgi o et al. MANUAL DE CONTABILIADE SOCIETÁRIA. São Paulo, Atlas, 2010. BÔNUS – COMO CALCULAR DEPRECIAÇÃO NA HP12c Método das Quotas constantes F SL – Straight Line – método linear- quotas constantes Introduza o custo original do bem, usando PV Introduza o valor de resgate do bem, usando FV. Se for 0, pressione 0 FV Introduza a vida útil esperada do bem (em anos) usando N Método da Soma dos Dígitos dos Anos F SOYD – sum of the years digits Ex. Valor do bem: R$ 1.000.000,00 Valor residual; R$ 50.000,00 Vida útil: 5 anos DIGITE 1000.000 FV 50 000 PV 5 N F SL (no visor R$ 190.000) Se fosse pelo método da soma dos anos: 1 000 000 fv 50 000 pv 5 n 1 f SOYD (no visor 316.666,67) – quota do primeiro ano 2 F SOYD (no visor R$ 253.333,33) - quota do segundo ano e assim sucessivamente
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