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Conforme discutido em diversas ocasiões a formação do indivíduo em sua 
integralidade é dever da família em primeiro lugar e do estado posteriormente, ou seja, a 
construção do indivíduo como cidadão capaz de compreender e transformar a sociedade 
onde vive se dá pela coerção exercida pela família e Estado em conjunto.
A escola enquanto fato social visa desenvolver os diversos aspectos sociais do 
educando, pautados em padrões culturais e sociais vigentes. Desse ponto de vista 
enxergamos o professor como mediador; coloca os valores impostos pelo meio social e 
cria ambiente propício para o desenvolvimento do pensamento crítico, porém sem impor 
ou deixar transparecer seus valores pessoais. A sociedade idealiza um perfil ideal para o 
indivíduo, no intuito de gerar consciência coletiva , ditando de forma implícita valores e 
normas voltadas para interação ideal do indivíduo em sociedade.
A LDB, Lei de Diretrizes e Bases, regulamenta e organiza o processo de ensino e 
aprendizagem escolar, dito processo de educação formal, visto aqui como principal 
ferramenta para o desenvolvimento do indivíduo de forma integral. Além de matérias de 
cunho acadêmico, há matérias inseridas no currículo escolar a fim de desenvolver 
aspectos sociais , valores éticos e morais favorecendo a emancipação e preparando-o 
para o trabalho, vida em sociedade e exercício de cidadania de forma plena. Tal 
desenvolvimento só é possível após construção da personalidade crítica e analítica do 
cidadão em potencial. A abordagem por parte do mediador e a construção de ambiente 
favorável a construção de tal personalidade deve ocorrer de forma coerente, levando em 
conta a bagagem cultural do educando e o meio social no qual está inserido.
Apesar de constar como princípio na LDB, Lei de Diretrizes e Bases, a igualdade 
de condições para o acesso e permanência do educando em ambiente escolar e a 
garantia de padrão de qualidade, não caracterizam a realidade escolar atual. A 
disparidade na infraestrutura e investimento humano com relação a qualificação 
profissional dos mediadores de instituições públicas e privadas, é notória quando 
comparados resultados obtidos através de avaliações de larga escala, aplicadas com 
objetivo de medir qualitativamente a educação no país. Os resultados, de disparidade 
significativa, evidenciam a ineficiência do Estado com relação a execução de leis e 
politicas educacionais , que teoricamente equilibrariam a balança social, por meio da 
qualidade da educação proporcionada de formal igual para indivíduos de múltiplas classes
sociais.
Levando em conta o fato de toda política pública, voltada ou não para a educação, 
ter uma intencionalidade é interessante ponderarmos e colocarmo-nos de maneira mais 
firme diante de determinadas alterações que vem sendo sugeridas em pauta em 
assembleias dos órgãos competentes, como por exemplo , a alteração no currículo 
escolar do Ensino Médio. No que diz respeito ao poder público, a atual preocupação é um
currículo mais específico, direcionado para as áreas de maior habilidade de cada 
educando, visando torná-lo profissionalmente mais preparado o que intencional ou 
involuntariamente torna-se prejudicial ao indivíduo no que se refere a formação humana e 
o desenvolvimento do pensamento crítico, que dá condições ao indivíduo de exercer a 
cidadania de forma plena e julgar boas ou más ações posteriormente propostas. 
Indivíduos não formados integralmente não estão aptos a vida em sociedade, a entender 
o contexto social no qual estão inserido e atuar sobre o mesmo, não conseguindo se 
envolver de forma direta ou colocar-se de forma objetiva diante de situações-problema a 
que estão expostos e impossibilitados de lutar por seus interesse em meio a sociedade. 
O conhecimento, humano e acadêmico, deixou de ser diferencial e tornou-se 
essencial no que diz respeito a estabilidade econômica, do país e de cada indivíduo de 
forma particular. A busca por tal estabilidade aumenta a demanda por políticas públicas 
que favoreçam o conhecimento do currículo básico em sua totalidade e proporcionem a 
educandos de meios sociais menos abastados formação específica que no mercado de 
trabalho equipare-os ou ao menos aproxime-os a educando com maior leque de 
possibilidades quanto a meios de adquirir conhecimento. 
Nesse contexto, atribui-se a escola papel essencial na construção plena do 
indivíduo, conferindo-lhe a responsabilidade de transmitir valores subtendidos e/ou 
explícitos em seu contexto histórico-social, visto que legalmente a mesma é parte 
principal da formação profissional e humana, que correspondem a vida social do 
educando . A educação em si é dotada de poder transformador, atuando sobre indivíduos 
em construção, capacitando-os para tornar-se cada vez mais independentes e críticos, 
possibilitando compreensão e promoção de mudanças na sociedade em que estão 
inseridos. Cidadãos emancipados e com pensamento crítico e analítico desenvolvido são 
dois dos pilares essenciais para a construção de uma sociedade menos desigual, e mais 
justa no que diz respeito a distribuição de renda e mais equânime quanto a pluralidade de 
ideias.
O currículo escolar , construído a partir do plano político pedagógico da escola, 
também vem mudando ao longo da história influenciado por contextos políticos 
econômicos e sociais. O currículo tradicional que tinha como objetivo apenas de transferir 
conhecimento, foi superado dando lugar ao currículo mais moderno que baseia-se na 
teoria pós critica. A teoria pós crítica, ao contrário da tradicional considera que não há 
apenas uma forma de pensar, ensinar e apender única e absoluta. Está perspectiva foca 
no sujeito, transcendendo as questões sociais, buscando compreender também questões 
étnicas, culturais, de gênero, orientação sexual e os demais elementos próprios de cada 
um, individualmente, visando combater a exclusão de grupos semanticamente 
marginalizados e lutar por sua inclusão no meio social.
Por convenção, vemos a sala de aula como ambiente designado para execução do 
processo de ensino e aprendizagem formal, porém com avanços tecnológicos e a maior 
interação entre as partes, a sala de aula torna-se cada vez mais plural, possibilitando por 
vezes a inversão de papéis, tornando o professor aprendiz de seu próprio aluno. A 
inversão desses papéis, em momentos apropriados e de forma ordenada, enriquece a 
experiência e elevam o grau de interesse dos envolvidos, fato que consequentemente 
eleva também a qualidade do ensino e torna o ambiente escolar mais dinâmico. Dentro 
dessa dinâmica conserva-se o papel do professor de mediar, direcionar o educando para 
que se cumpra o determinado no Projeto Político-pedagógico vigente, que define a 
identidade da escola.
O professor mediador, tende a direcionar o processo de ensino-aprendizagem para 
que o mesmo não ocorra apenas de forma passiva, tornando-se uma mera transferência 
de conhecimento. É papel do mediador contribuir para que o educando desenvolva senso 
crítico e analítico e propiciar a atuação cada vez mais ativa e efetiva do mesmo em seu 
meio social. Essa contribuição é feita a partir do direcionamento e da construção do 
conhecimento, de forma que está aconteça critica e ativamente, sem influência direta do 
mediador ou de outrem. 
Enquanto instituição social a escola ainda é carente de processos e políticas 
públicas que apresentem resultados significativos, oque muitas vezes impede o educador 
de adotar uma postura mediadora, visto que por vezes os mesmos não tem condições de 
trabalho e infraestrutura adequadas a tal. Apesar de estar prevista na LDB a valorização 
do professor, o Estado e até mesmo setor privado perdem material humano por falta de 
incentivo e investimento, um educador desmotivado não é capaz de mediar um indivíduo 
em formação de forma coesa e coerente. Para que se realize o descrito no Plano 
Nacional da Educação e nosdemais programas que estabelecem metas com relação a 
qualidade da educação nos setores público e privado é essencial que se priorize o 
investimento em material humano, o material mais importante e de valor inestimável, para 
a construção de uma sociedade mais justa e menos desigual em seus diversos aspectos.
O descrito aqui, teoricamente coloca a escola como instrumento mais rápido e 
efetivo para a transformação social, mas vale lembrar que a transformação é uma troca, 
onde escola e sociedade se transformam mutuamente de forma contínua. Abstermo-nos 
ou participarmos das questões referentes a todas as esferas capazes de transformar 
nosso âmbito social são opções, cabe a nos escolhermos o caminho que nosso senso 
crítico julgar sensato, para transformar ou nos conformar com o contexto no qual estamos 
inseridos. A melhoria contínua só é possível quando torna-se contínua também a vontade 
de se promover mudança e formar novas gerações cada vez mais sensatas e com olhar 
voltado ao bem comum, não apenas ao próprio ego.

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