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M3 Biologia RICARDO LUIZ PRATA PONTES 1 cor preto DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS - PARTE III Reino Metazoa Introdução ............................................................... 3 Critérios de Classificação dos Metazoários ........... 3 Estudo dos Filos 1 - Filo Porifera ou Spongiaria (Poríferos ou Espongiários).............................6 2 - Filo Celenterata ou Cnidaria (Celenterados ou Cnidários) ............................8 3 - Filo Platyhelminthes (Platelmintos) ................ 11 4 - Filo Asquelminthes ou Nemathelminthes (Asquelmintos ou Nematelmintos) .................18 5 - Filo Mollusca (Moluscos) ...............................22 6 - Filo Annelida (Anelídeos) ...............................25 7 - Filo Arthropoda (Artrópodes).........................28 8 - Filo Echinodermata (Equinodermas) ..............30 9 - Filo Hemichordata (Hemicordados) ...............32 10 - Filo Chordata (Cordados) ..............................32 Origem da Vida Introdução .............................................................44 1 - Abiogênese e Biogênese ................................44 2 - Hipóteses sobre a Origem da Vida ................45 3 - As Idéias de Oparin ........................................46 4 - Experimento de Miller .....................................47 5 - Experimento de Fox ........................................47 6 - Evolução dos Sistemas Energéticos dos Seres Vivos ..............................................47 A re pr od uç ão p or q ua lq ue r m ei o, in te ira o u em p ar te , v en da , e xp o si çã o à v e n d a , a lu g u e l, a q u is iç ã o , o cu lta m e n to , e m p ré st im o , tr o ca o u m a n u te n çã o e m d e p ó si to s e m au to riz aç ão d o de te nt or d os d ire ito s au to ra is é c rim e pr ev is to no C ód ig o P en al , A rt ig o 18 4, p ar ág ra fo 1 e 2 , co m m ul ta e p en a de r ec lu sã o de 0 1 a 04 a no s. Biologia 2 cor preto Evolução Introdução ......................................................................... 48 1 - Teorias Evolucionistas ................................................ 48 2 - Evidências da Evolução ............................................. 50 3 - Especiação ................................................................ 51 4 - Genética de Populações ............................................ 53 Ecologia Introdução ......................................................................... 54 1 - Níveis de Organização estudados em Ecologia ......... 54 2 - Conceitos Básicos ..................................................... 55 3 - Cadeia Alimentar........................................................ 56 4 - Pirâmides Ecológicas ................................................ 57 5 - Teia Alimentar ............................................................. 58 6 - Sucessão Ecológica................................................... 58 7 - Ciclos Biogeoquímicos ............................................... 59 8 - Relações Ecológicas ..................................................63 9 - Poluição ......................................................................69 Fisiologia Humana Introdução .........................................................................70 I - Sistema Circulatório ...................................................70 II - Sistema Respiratório ..................................................72 III - Sistema Excretor ........................................................75 IV - Sistema Digestivo .......................................................77 V - Sistema Nervoso ........................................................79 VI - Sistema Endócrino .....................................................81 Tecnologia ITAPECURSOS 3 cor preto 33333Biologia - M3 DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS - PARTE III REINO METAZOA INTRODUÇÃO O Reino Metazoa compreende organismos pluricelulares, eucariontes e heterótrofos. A maioria de seus representantes apresentam tecidos diferenciados que se especializam no desempenho de funções. O reino Metazoa é dividido nos seguintes filos: Poríferos, Celenterados, Platelmintos, Asquelmintos, Moluscos, Anelídeos, Artrópodos, Equinodermas, Hemicordados e Cordados. Os diversos filos existentes no reino Metazoa são agrupados de acordo com determinadas características que passamos a estudar agora e que denominamos Critérios de Classificação. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS METAZOÁRIOS 1- Simetria É a divisão imaginária do corpo de um animal em metades opostas que devem ser simétricas uma à outra. 1.1 - Simetria Radial Quando divididos por qualquer plano que passe pela boca apresentarão metades simétricas. Como exemplos, temos os celenterados e os equinodermas adultos. ORAL boca plan o rad ial ABORAL 1.2 - Simetria Bilateral Só podem ser divididos em duas metades iguais e opostas por um único plano longitudinal e mediano. Possuem um único plano de simetria. Como exemplos, temos os Platelmintos, Asquelmintos, Moluscos, Anelídeos, Artrópodos, larvas de Equinodermas, Hemicordados e Cordados. 1.3 - Assimetria Não possuem plano de simetria. Os poríferos são exemplos de animais assimétricos. 2 - Segmentação ou Metamerização Consiste na repetição de partes do corpo ao longo de sua extensão. Os segmentos que se repetem são denominados metâmeros e podem ou não ser iguais. Tecnologia ITAPECURSOS 4 cor preto 44444 Biologia - M3 2.1 - Segmentação Homônoma É aquela em que os metâmeros são iguais, exceto o primeiro e o último. Ocorre nos anelídeos. 2.2 - Segmentação Heterônoma É aquela em que os metâmeros são diferentes e se agrupam formando diversas regiões. Aparece nitidamente nos Artrópodos e nos Cordados. 3- Esqueleto É uma estrutura de sustentação e proteção presente em um grande número de animais. Pode ser externo ou interno. 3.1 - Esqueleto Externo Chamado exoesqueleto, aparece em moluscos e artrópodos. 3.2 - Esqueleto Interno Chamado endoesqueleto, aparece em equi- nodermas e cordados. 4 - Número de Folhetos Embrionários Na fase embrionária chamada gástrula ocorre a formação dos folhetos embrionários. A gástrula pode apresentar dois ou três folhetos embrionários. Se a gástrula possui dois folhetos embrionários, o animal é diblástico ou diploblástico e os folhetos serão ectoderma e endoderma. São diblásticos os poríferos e os celenterados. Se a gástrula possui três folhetos embrionários, o animal é triblástico ou triploblástico e os folhe- tos serão ectoderma, mesoderma e endoderma. São triblásticos os Platelmintos, Asquelmintos, Moluscos, Anelídeos Artrópodos, Equinodermas, Hemicordados e Cordados. Gástrula de um animal Diblástico B mesoderma Gástrula de uma animal Triblástico ectoderma endoderma A Tecnologia ITAPECURSOS 5 cor preto 55555Biologia - M3 5 - Presença de Celoma O celoma verdadeiro é uma cavidade totalmente revestida por mesoderma. Trata-se da futura cavidade geral do corpo onde estarão contidos os órgãos internos. Os animais triblásticos podem ou não apresentar celoma. Quanto à presença do celoma, os animais podem ser classificados em: 5.1 - Acelomados Não apresentam celoma. A cavidade corpórea é preenchida por tecido de origem mesodérmica. Os platelmintos são animais acelomados. 5.2 - Pseudocelomados Apresentam um “falso celoma”. Este é delimitado parcialmente pormesoderma e endoderma. Os Asquelmintos são animais pseudocelomados. 5.3 - Celomados ou Eucelomados Apresentam um celoma verdadeiro. Os Moluscos, Anelídeos, Artrópodos, Equinodermas, Hemicordados e Cordados são celomados. ENDODERMA MESODERMA ECTODERMA ECTODERMA MESODERMA PSEUDOCELOMA ENDODERMA Acelomado Pseudocelomado Celomado ECTODERMA MESODERMA CELOMA ENDODERMA A classificação quanto ao celoma deve ser utilizada apenas para animais triblásticos. No entanto, alguns autores consideram Poríferos e Celenterados, apesar de serem diblásticos, como sendo animais acelomados. São conhecidos dois padrões diferentes de formação do mesoderma e do celoma, que são: a) Formação Esquizocélica O mesoderma é formado a partir de células endodérmicas que revestem o arquêntero. Ocorre multiplicação dessas células que posteriormente se organizam formando uma membrana que delimita o celoma. O celoma assim formado é denominado esquizoceloma e os animais que o possuem são chamados esquizocelomados. São esquizocelomados os moluscos, anelídeos e artrópodos. b) Formação Enterocélica O mesoderma é formado a partir de duas evaginações do endoderma que revestem o arquêntero, formando bolsas localizadas entre o ectoderma e o endoderma. Essas bolsas se separam do endoderma, havendo diferenciação do mesoderma e celoma. O celoma assim formado é denominado enteroceloma e os animais que o possuem são chamados enterocelomados. São enterocelomados os equinodermas, hemicordados e cordados. Arquêntero celoma Esquema de embriões em corte transversal mostrando os dois padrões de formação de celoma. À esquerda, formação esquizocélica e, à direita, enterocélica. Note que o resultado final é o mesmo. Tecnologia ITAPECURSOS 6 cor preto 66666 Biologia - M3 6- Destino do Blastóporo O blastóporo é uma abertura formada na fase de gástrula que comunica o arquêntero com o exterior. O blastóporo pode originar boca ou ânus. Conforme sua evolução, os animais podem ser: 6.1 - Protostômios São aqueles em que o blastóporo origina a boca. São Protostômios os Celenterados, Platelmintos, Asquelmintos, Moluscos, Anelídeos e Artrópodos. 6.2- Deuterostômios São aqueles em que o blastóporo origina o ânus. São Deuterostômios os Equinodermas, Hemicordados e Cordados. Gastrulação com formação do arquêntero e do blastóporo ESTUDO DOS FILOS 1 - FILO PORIFERA OU SPONGIARIA (Poríferos ou Espongiários) Latim (porus = poro/ferre = possuir) 1.1 - Características Gerais Apresentam o corpo perfurado por poros que permitem a entrada de água no corpo. São os únicos metazoários que não possuem tecidos diferenciados, apresentando grande simplicidade na organização corporal. São animais diblásticos, e assim não podem formar celoma. São, em sua maioria, assimétricos, podendo apresentar simetria radial em alguns representantes. São assegmentados e seguiram uma linha evolutiva diferente de todos os outros filos, sendo, por isso, caracterizados como parazoários. Todos os poríferos são aquáticos, sendo a grande maioria marinhos, vivendo fixos a um substrato (animais sésseis). As poucas espécies de água doce pertencem à família Spongillidae. 1.2 - Estrutura do Corpo de uma Esponja Simples Uma esponja simples assemelha-se a um vaso, fixado ao substrato pela região inferior. O corpo é perfurado por poros que permitem a entrada de água no corpo juntamente com nutrientes e oxigênio. A cavidade interna é denominada átrio ou espongiocele e na extremidade superior do corpo localiza-se uma abertura maior denominada ósculo, por onde ocorre a eliminação de água, restos digestivos e gás carbônico. Micrômeros Macrômeros Blastocele Arquêntero Blastóporo Tecnologia ITAPECURSOS 7 cor preto 77777Biologia - M3 A parede do corpo de uma esponja apre- senta quatro tipos celulares básicos: a) Pinacócitos São células achatadas que formam a epiderme, responsáveis pelo reves- timento e proteção do corpo. b) Porócitos São células derivadas dos pinacó- citos que ficam ao redor dos poros. c) Coanócitos São células que forram a cavidade atrial das esponjas mais simples. São dotadas de um flagelo que promove a circulação de água pelo corpo, além de capturar alimentos e promover a digestão intracelular. d) Amebócitos São células que se movimentam através de pseudópodos localizadas na camada gelatinosa (mesogléia) que fica entre as camadas externa e interna. São células indiferenciadas, podendo originar qualquer outro tipo celular. Realizam digestão intracelular complementar, transportam os produtos da digestão para outras células, formam gametas, gêmulas (formas de resistência) e espículas (estruturas de sustentação). Observação: Na mesogléia encontramos em algumas esponjas, além dos amebócitos, estruturas esqueléticas calcárias ou silicosas denominadas espículas. Em outras esponjas encontramos uma rede de fibras de espongina (proteína que fornece sustentação). Espículas calcárias Espículas silicosas Espongina ósculo coanócito poro porócito amebócito espícula espícula pinacócito átrio ou espongiocela 1.3 - Reprodução das Esponjas a) Assexuada Tipos: Regeneração - Pedaços de esponjas que contenham amebócitos podem crescer e reconstituir uma esponja de tamanho normal para a espécie. Brotamento ou Gemação ou Gemiparidade - São formadas expansões superficiais denominadas brotos ou gemas que crescem e formam novas esponjas. Estas podem se desgarrar da esponja mãe, apresentando vida isolada, ou crescer unidas a ela formando colônias. Gemulação - Nas esponjas de água doce é comum a formação de inúmeras pequenas estruturas de resistência, as gêmulas. Cada gêmula é um conjunto de amebócitos protegidos por uma compacta camada de espículas. As gêmulas suportam bem a época da seca e ao voltarem às águas, seus amebócitos se organizam, constituindo novas esponjas. Gema Formação da gema Gêmula, em corte � Espículas Amebócitos Tecnologia ITAPECURSOS 8 cor preto 88888 Biologia - M3 b) Sexuada As esponjas não possuem gônadas e os espermatozóides e óvulos são formados por diferenciação dos amebócitos. Algumas esponjas são monóicas insuficientes (espermatozóides e óvulos amadurecem em épocas diferentes) e outras são dióicas. A fecundação é interna e do zigoto resulta uma larva ciliada, a anfiblástula. Ela sai da esponja e, ao se fixar, origina um novo animal. Assim, o desenvolvimento embrionário é externo e indireto (com fase larval). espermatozóides Reprodução sexuada em uma esponja de sexos separados. � óvulo fecundação interna A larva anfiblástula nada através do ósculo maior aumento Invaginação larva anfiblástula inversão e fixação abre-se o ósculo 1.4 - Sistemas Orgânicos As esponjas não apresentam tecidos diferenciados e, portanto, não formam sistemas ou aparelhos. A digestão é exclusivamente intracelular no interior dos coanócitos e amebócitos. A circulação, a respiração e a excreção são feitas por simples difusão. 2 - FILO CELENTERATA OU CNIDARIA (Celenterados ou Cnidários) Grego (koilos = cavidade/enteron = intestino/knidos = urtiga) 2.1 Características Gerais São os primeiros animais na escala evolutiva a apresentar uma cavidade digestiva (cavidade gastrovascular), daí serem classificados como enterozoários. Esse fato justifica o nome celenterado (cavidade intestinal), já que no interior dessa cavidade ocorre intensa digestão extracelular. O termo cnidário se deve à presença de células urticantes epidérmicas denominadas cnidoblastos, usados na defesa e captura de alimento. Todos os celenterados são aquáticos, sendo a grande maioria marinhos. Há duas formas diferentes de celenterados: pólipo e medusa. Os pólipos são cilíndricos, de movimentos muito lentos e apresentam umacoroa de tentáculos circundando a boca na extremidade livre do corpo. Podem ser isolados, como a anêmona do mar ou formar colônias, como na maioria dos corais. As medusas são discoidais e livre-natantes com tentáculos pendentes nos bordos. São sempre isoladas, não formando colônias. A - Corpo de um pólipo B - Corpo de uma medusa 1 e 6 - tentáculos 2 e 7 - epiderme 3 e 8 - gastroderme 4 e 9 - cavidade gastrovascular 5 e 10 - boca Os celenterados são diblásticos, protostômios assegmentados e radialmente simétricos. 1 2 3 4 5 6 7 8 10 A B Tecnologia ITAPECURSOS 9 cor preto 99999Biologia - M3 2.2 - Estrutura de um Cnidoblasto cnidocílio tampa nematocisto filamento urticante núcleo A espinhos filamento urticante desenrolado B A - Cnidoblasto carregado B - Cnidoblasto descarregado São as células típicas dos celenterados usadas na defesa e captura de alimento. No interior do cnidoblasto encontramos uma estrutura denominada nematocisto que contém um filamento mergulhado em um líquido tóxico. Na região voltada para o exte- rior, existe uma expansão denominada cnidocílio que, ao sofrer um estímulo mecânico, funciona como um detonador, liberando o filamento enrolado mergulhado em um líquido urticante de ação paralisante. Os cnidoblastos se encontram na região dos tentáculos do animal. 2.3 - Reprodução dos Celenterados a) Assexuada - Só ocorre em pólipos. Tipos: Regeneração - É muito acentuada nas hidras e anêmonas, onde pedaços desses animais podem reconstituir um animal de tamanho normal para a espécie. Brotamento ou Gemação ou Gemiparidade - São formadas expansões superficiais denominadas brotos ou gemas que crescem e formam novos celenterados. Estes podem se desgarrar do pólipo mãe, apresentando vida isolada, ou crescer unidos a ele formando colônias. Estrobilização - Certos pólipos, especialmente os da classe Scyphozoa, sofrem fragmentações transversais espontâneas, formando pequenos segmentos denominados estróbilos. Cada estróbilo se modifica e origina uma medusa. A B Brotamento em Hidra A - Formação do broto B - O broto forma tentáculos e uma nova hidra é formada. O próximo passo será a hidra jovem desprender-se do indivíduo genitor e fixar-se em um substrato qualquer. Estrobilização em um cifopólipo (pólipo da classe Scyphozoa). Observe a formação de larvas de medusas denominadas éfiras que originam medusas adultas. Cifopólipo Éfira Estrobilização Cifomedusa Tecnologia ITAPECURSOS 10 cor preto 1010101010 Biologia - M3 b) Sexuada - Ocorre em pólipos e medusas. Os celenterados são os primeiros animais a apresentar gônadas (testículos e ovários) que formam espermatozóides e óvulos. Alguns celenterados são monóicos insuficientes e outros são dióicos. A fecundação em geral é externa (podendo ocorrer na cavidade gastrovascular). O desenvolvimento pode ser direto (sem fase larval) como nas hidras. Nas formas marinhas, é indireto e origina uma larva ciliada denominada plânula. c) Metagênese ou Alternância de Gerações É uma alternância regular entre as formas pólipo e medusa. Os pólipos se reproduzem assexuadamente, originando medusas. As medusas se reproduzem sexuadamente, originando pólipos. Em muitas espécies que sofrem metagênese, a fase predominante é a polipóide; em outras espécies, no entanto, a fase predominante é a medusóide. Observaremos, agora, a metagênese que ocorre em Obelia (a fase de pólipo é predominante) e em Aurelia (a fase de me- dusa é predominante). É importante salientar que, para que a alternância de gerações se processe, deve haver uma alternância entre processos sexuado e assexuado de reprodução para fechar o ciclo. Metagênese em Obelia sp. A fase polipóide é séssil e assexuada, enquanto a fase medusóide é sexuada e de natação livre. O desenvolvimento é indireto, aparecendo a plânula ciliada como fase larval. No quadrado do canto inferior, à esquerda, está representado o aspecto geral de uma colônia de Obélia, que mede cerca de 5 cm, aproximadamente. Metagênese em Aurelia aurita (água viva) A medusa masculina produz espermatozóides que fecundam o óvulo no interior da medusa feminina (fecundação interna). O zigoto começa seu desenvolvimento nos braços orais da fêmea, libertando-se posteriormente e originando a plânula ciliada. Esta nada algum tempo, fixa-se e dá origem a um pólipo assexuado, o cifístoma. Este, por estrobilização, origina larvas, as éfiras, as quais se transformarão em medusas dos dois sexos. testículos ovário espermatozóides hidra jovem embrião pequeno pólipo Reprodução sexuada em hidra FASE POLIPÓIDE (assexuada) gastrozóides medusa jovem brotos de medusa FASE MEDUSÓIDE (sexuada) medusas livre-natantes espermatozóide óvulo zigoto FECUNDAÇÃO EXTERNA Plânula (larva ciliada) Tecnologia ITAPECURSOS 11 cor preto 1111111111Biologia - M3 2.4 - Sistemas Orgânicos Sistema Digestivo O tubo digestivo é incompleto, ou seja, desprovido de ânus. A digestão é intracelular e extracelular (no interior da cavidade gastrovascular). São os primeiros animais enterozoários. Sistema Circulatório Não há. O transporte de substâncias ocorre por difusão (circulação por difusão). Sistema Respiratório Não há. As trocas gasosas ocorrem através da epiderme, por difusão. Sistema Excretor Não há. A excreção se faz por difusão, sendo os excretas lançados na água. Sistema Nervoso É do tipo difuso ou em rede. Não existem gânglios e os neurônios formam uma rede em toda a extensão do corpo sem haver uma estrutura centralizadora. Surge, pela primeira vez na escala zoológica, o arco reflexo simples constituído da célula sensorial que capta o estímulo e gera o impulso nervoso, o neurônio que conduz o impulso nervoso até a célula efetuadora da resposta e a célula mioepitelial responsável pela contração. Sistema Reprodutor O sistema reprodutor apresenta gônadas, alguns representantes são monóicos insuficientes e outros dióicos. 2.5 - Classificação dos Celenterados Os celenterados são estudados em três classe: Hydrozoa, Scyphozoa e Anthozoa. HABITAT METAGÊNESE FORMA PREDOMINANTE FORMAÇÃO DE COLÔNIAS NA FASE PREDOMINANTE PRINCIPAIS REPRESENTANTES ANTOZOÁRIOS Marinho Não ocorre Só existe a forma pólipo - Ocorre (maioria dos corais) - Podem ser isolados (anêmona-do-mar) Actinia sp (Anêmona-do-mar) Madrepora sp (coral) Gorgonia sp (coral) CIFOZOÁRIOS Marinho Ocorre Medusa Não ocorre Aurelia aurita (água-viva) HIDROZOÁRIOS Marinho (maioria) Dulcícola (Hidra) Ocorre Pólipo - Ocorre (obélia e caravela) - Podem ser isolados (hidra) Hydra viridis Obelia brasiliensis Physalia pelagica (caravela) 3 - FILO PLATYHELMINTHES (Platelmintos) Grego (platy = achatado/helminthes = verme) 3.1- Características Gerais São vermes que apresentam o corpo achatado dorsoventralmente. Ao contrário dos Poríferos e Celenterados, são animais triblásticos e o mesoderma ocupa todos os espaços entre o ectoderma e o endoderma, não ocorrendo a formação de celoma, o que os caracteriza como acelomados. Apresentam uma nítida simetria bilateral, são protostômios, enterozoários e assegmentados, com exceção dos cestódeos (tênias e similares) que possuem o corpo segmentado. Os platelmintos apresentam um habitat muito variado. As espécies de vida livre (Planárias) vivem em água doce, salgada e na terra úmida, enquanto as espécies parasitas (Schistosoma, Fasciola, Taenia, etc) apresentam adaptações especiais a esse tipo de vida. O corpo dos platelmintos é recoberto por uma epiderme com cutícula ou cílios, várias camadas de musculatura e um tecido conjuntivo de preenchimento de origem mesodérmica. TecnologiaITAPECURSOS 12 cor preto 1212121212 Biologia - M3 3.2 - Reprodução dos Platelmintos a) Assexuada Tipos: Regeneração - Ocorre entre os Turbelários. Pedogênese - é o desenvolvimento de um óvulo não fecundado na fase larval, ou seja, uma partenogênese na fase larval. Observamos a ocorrência de pedogênese nos ciclos de vida do Schistosoma mansoni e da Fasciola hepatica. b) Sexuada A maioria dos platelmintos são monóicos insuficientes, mas alguns representantes são monóicos suficientes (realizam autofecundação), e outros são dióicos. O Schistosoma mansoni é dióico e apresenta um nítido dimorfismo sexual, ou seja, a identificação de macho e fêmea é feita facilmente, baseada em caracteres morfológicos externos. Os machos são menores, mais grossos e têm uma cutícula com pequenos espinhos. Ventralmente, ele apresenta um canal longitudinal (canal ginecóforo) que abriga a fêmea, bem longa e fina, de cutícula lisa. Macho e fêmea apresentam, cada um, duas ventosas na região ante- rior do corpo. Nos platelmintos, a fecundação é interna e o desenvolvimento é indireto nas espécies parasitas e direto nas de vida livre. 3.3 - Sistemas Orgânicos Sistema Digestivo Os platelmintos apresentam tubo digestivo incompleto, com exceção dos cestódeos, que não possuem tubo digestivo, absorvendo através da pele os nutrientes resultantes da digestão do hospedeiro (todos os cestódeos são parasitas). A digestão é intracelular e extracelular. Sistema Circulatório Não há. O transporte de substâncias ocorre por difusão (circulação por difusão). Sistema Respiratório Não há. As trocas gasosas ocorrem através da pele, por difusão. É muito comum falarmos em respiração cutânea ou tegumentar. Dimorfismo sexual em Schistosoma mansoni VENTOSAS CANAL GINECÓFORO Regeneração em planárias Tecnologia ITAPECURSOS 13 cor preto 1313131313Biologia - M3 Sistema Excretor As unidades fundamentais do sistema excretor dos platelmintos são as células flama ou solenócitos ou protonefrídios. Elas se interligam por canalículos e o produto de excreção, retirado do tecido conjuntivo, é eliminado diretamente para o exterior através de poros dorsais. Cada célula flama possui um tufo de flagelos no interior de um canalículo, para onde passa a solução a ser excretada. Célula flama Tecido conjuntivo Canal excretor Excretas solúveis Células flama dos Platelmintos células nervosas A gânglio cerebral cordão nervoso longitudinal B Sistema Reprodutor O sistema reprodutor apresenta gônadas e a maioria dos platelmintos são monóicos insuficientes devido ao fenômeno da dicogamia. Dicogamia representa a maturação dos gametas masculinos e femininos em épocas diferentes. Isso faz com que tais animais realizem a fecundação cruzada. Em Taenia sp pode ocorrer autofecundação. O Schistosoma mansoni é dióico, com nítido dimorfismo sexual. 3.4 - Classificação dos Platelmintos Os platelmintos são estudados em três classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoda. CESTÓDEOS Parasitas Epitélio com cutícula protetora Ausente Hermafroditas Indireto Presente Taenia solium Taenia saginata MODO DE VIDA EPIDERME SISTEMA DIGESTIVO SEXO DESENVOLVIMENTO SEGMENTAÇÃO PRINCIPAIS REPRESENTANTES TURBELÁRIOS Livre Epitélio ciliado Incompleto (sem ânus) Hermafroditas Direto Ausente Dugesia tigrina (planária) TREMATÓDEOS Parasitas Epitélio com cutícula protetora Incompleto (sem ânus) Hermafroditas ou dióicos com dimorfismo sexual Indireto Ausente Schistosoma mansoni Fasciola hepatica Sistema Nervoso Pela primeira vez na escala zoológica ocorre uma centralização do sistema nervoso, que é do tipo ganglionar ventral. São formados dois gânglios cerebrais (gânglio é uma estrutura nervosa com grande concentração de neurônios) de onde partem dois cordões nervosos que percorrem longitudinalmente o corpo do animal, emitindo ramificações que se distribuem por todo o corpo. Nas planárias, há olhos muito simples que permitem ao animal detectar não só a intensidade luminosa mas a direção de incidência da luz. A. Sistema nervoso dos celenterados (difuso ou em rede) B. Sistema nervoso dos platelmintos (ganglionar ventral) Tecnologia ITAPECURSOS 14 cor preto 1414141414 Biologia - M3 3.5 - Principais Doenças Causadas por Platelmintos Esquistossomose Ciclo Evolutivo Os vermes adultos permanecem acasalados no interior das veias mesentéricas, hepáticas e da parede intestinal. Aí, após a fecundação, as fêmeas fazem a postura dos ovos em vasos bem próximos à luz intesti- nal. Cada ovo tem grande espinho lateral que provoca ulceração na mucosa intestinal, com sangramento e inflamação. Com as fezes da pessoa parasitada, esses ovos atingem o meio ambiente, podendo chegar à água doce (lagoas, tanques, reservatórios, charcos). Aí, cada ovo origina uma larva ciliada, o miracídio, que se locomove ativamente e pode penetrar no corpo de um caramujo planorbídeo do gênero Biomphalaria (Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea ou Biomphalaria tenagophila). Nas vísceras do caramujo, o miracídio transforma-se em esporocisto que, por pedogênese, forma milhares de cercárias. As cercárias possuem o corpo oval, com duas ventosas e uma longa cauda muscular bifurcada, com a qual podem se locomover na água depois de deixar o caramujo (hospedeiro intermediário). As cercárias permanecem vivas e com poder de infestação até mais ou menos sessenta horas depois de terem saído do caramujo. Podem, nesse período, penetrar na pele humana, causando uma forte irritação local com coceira (dermatite cercariana). AGENTE ETIOLÓGICO TRANSMISSÃO FORMA INFECTANTE CICLO VITAL HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO PENETRAÇÃO DO PARASITA HABITAT DO PARASITA PROFILAXIA ESQUISTOSSOMOSE (Barriga d’água) Schistosoma mansoni Penetração de cercárias através da pele. cercárias heteroxeno Caramujo do gênero Biomphalaria Ativa Sistema porta-hepático Educação sanitária. Saneamento básico. Evitar nadar em lagoas suspeitas. Combate ao caramujo vetor. Tratamento da população doente. CISTICERCOSE Taenia solium Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos de Taenia solium ovo embrionado - X - Homem Passiva Tecido muscular e nervoso Educação sanitária. Saneamento básico. Tratamento da popu- lação com teníase, já que o homem com essa doença elimina ovos do parasita nas fezes. Tratamento da popula- ção com cisticercose. TENÍASE Taenia solium Taenia saginata Ingestão de carne de porco (Taenia solium) ou de boi (Taenia saginata) crua ou mal passada contendo cisticercos. cisticerco heteroxeno Porco (T. solium) e Boi (T. saginata) Passiva Intestino Educação sanitária. Saneamento básico. Evitar comer carne de porco ou de boi crua ou mal passa- da de procedência desconhecida. Fiscalização nos matadouros. Melhoria das condi- ções criatórias. Tratamento da po- pulação doente. Tecnologia ITAPECURSOS 15 cor preto 1515151515Biologia - M3 Durante a penetração, as cercárias, perdem a cauda e tornam-se mais afiladas, transformando-se em esquistossômulos. Estes caem na circulação san- güínea e são enviados a todo o organismo, mas apenas os que alcançam o sistema porta são capazes de evoluir. Nessa localização, os esquistossômulos se alimentam e se desenvolvem, transformando-se em machos e fêmeas trinta dias após a penetração das cercárias na pele. Daí, migram acasalados para o plexo hemorroidário, onde farão oviposição. Os primeiros ovos são vistos nas fezes cerca de quarenta dias após a contaminação do homem (hospedeiro definitivo). A esquistossomose mansônica tem uma fase aguda inicial, com mal-estar, cansaço,problemas gastrointestinais e dor de cabeça. Segue-se um período intestinal, com graves distúrbios digestivos, fezes com muco e sangue e cólicas. Na fase crônica ocorre grande inflamação do fígado e baço, além da típica ascite ou barriga d’água, que deixa o ventre muito volumoso e é uma característica marcante dessa verminose. Ciclo evolutivo de Schistosoma mansoni 1- OVO 2- MIRACÍDIO 3- ESPOROCISTO 4 5 6 ESPOROCISTO COM CERCÁRIAS 7 CERCÁRIA 9 10 11 12 - VERMES ADULTOS 13 CASAL EM CÓPULA I II III I - Penetração ativa da cercária através da pele do homem. Desenvolvimento dos parasitas no organismo do homem, acasala- mento e postura. II- Os ovos nas fezes humanas liberam miracídios na água. III- Contaminação do planorbídeo (caramujo Biomphalaria), formação dos esporocistos e das cercárias que fecham o ciclo, uma vez penetradas no homem. 1- Ovo com espinho lateral. 2- Miracídio 3- 4- 5- 6- Desenvolvimento do esporocisto formando cercárias. 7- Cercária 9- 10- 11 - Esquistossômulos 12- Vermes adultos 13- Vermes adultos acasalados Tecnologia ITAPECURSOS 16 cor preto 1616161616 Biologia - M3 Representação simplificada do Ciclo Evolutivo da Esquistossomose CIRCULAÇÃO Esquistossomose MESENTÉRIO INTESTINO VEIAS HOMEM SAEM COM AS FEZES POSTURA DE OVOS VERMES ADULTOS PENETRAÇÃO NA PELE CERCÁRIA ÁGUA OVO MIRACÍDIO ESPOROCISTO CARAMUJO ESPOROCISTO Teníase Morfologia dos Parasitas A teníase é determinada pela presença do verme adulto de Taenia solium ou de Taenia saginata no intestino humano, ambas conhecidas como solitárias. Cada tênia apresenta três regiões formando o corpo: escólex, colo e estróbilo. Escólex - É uma dilatação situada na extremidade anterior do corpo relacionada à fixação do parasita na parede intestinal do hospedeiro. Em Taenia solium o escólex apresenta quatro ventosas e uma estrutura denominada rostro, formado por uma série de ganchos ou acúleos. Em Taenia saginata não há formação de rostro. Colo - Situado abaixo do escólex, relaciona-se com a formação de novos segmentos denominados proglotes, que integrarão o seu corpo. Estróbilo - É formado por uma série de segmentos denominados proglotes ou anéis, que podem ser de três tipos: jovens, maduros e grávidos. Os proglotes jovens não possuem órgãos reprodutores; os maduros já possuem órgãos reprodutores masculinos e femininos e os grávidos são proglotes em cujo interior já houve fecundação. A estrutura dominante de um proglote grávido é o útero ramificado e cheio de ovos. Os proglotes grávidos, repletos de ovos, se desprendem do corpo do verme e são expelidos por via anal. À medida em que se distanciam do escólex, os proglotes vão amadurecendo sexualmente, tornando-se maduros e podendo, assim, realizar autofecundação. Tecnologia ITAPECURSOS 17 cor preto 1717171717Biologia - M3 Taenia solium Ciclo Evolutivo - O homem parasitado elimina em suas fezes proglotes grávidos repletos de ovos embrionados. Se ingeridos pelo porco, cada ovo eclode no intestino do animal originando um embrião mais ou menos circular com seis ganchos em um dos pólos. Esse embrião é denominado oncosfera ou embrião hexacanto. Ele perfura a mucosa intestinal do porco, cai no sangue e é conduzido até os tecidos. Nesse local, a oncosfera cresce e origina a larva cisticerco, que pode ser observada a olho nu. A partir do momento em que o homem ingere carne de porco crua ou mal passada contaminada com cisticercos, ele se contamina. No intestino humano, as larvas cisticercos originam vermes adultos. rostro com ganchos órgão copulador A - Escólex de Taenia solium B - Escólex de Taenia saginata ventosa A B ventosas poro genital vagina testículos útero cordão nervoso canal excretor ovário glândula da casca glândula vitelínica Proglote maduro de Taenia saginata Ganchos Ventosa colo VERME ADULTO Proglote maduro MEIO AMBIENTE útero com ovos Casca OVO SAI COM AS FEZES HUMANAS Espinhos LARVA ONCOSFERA (NO INTESTINO DO PORCO) CISTICERCO (NA MUSCULATURA DO PORCO. PODE TAMBÉM OCORRER NO HOMEM) ESCOLEX EM EVAGINAÇÃO DO CISTICERCO (NO INTESTINO HUMANO) NO HOMEM desenvolve-se Parede intestinal humana Proglotes jovens NO PORCO Ciclo Evolutivo da Taenia solium� Taenia saginata Apresenta ciclo semelhante, tendo o boi como hospedeiro intermediário. A teníase determinada tanto por Taenia solium quanto por Taenia saginata provoca indisposição abdominal, diarréia e vômitos. Cisticercose A partir do momento em que o homem ingere ovos de Taenia solium contaminando a água ou alimentos, ele adquire a cisticercose. Pode ocorrer também a auto- infestação quando há ruptura de proglotes grávidos do verme adulto no intestino, liberando ovos embrionados. Os ovos eclodem e liberam os embriões hexacantos que caem no sangue. Os embriões atingem os tecidos humanos, onde se desenvolvem, formando os cisticercos. Tecnologia ITAPECURSOS 18 cor preto 1818181818 Biologia - M3 Os cisticercos instalam-se nos tecidos humanos e o quadro clínico pode ser agravado quando a larva cisticerco aloja-se no cérebro, olhos e coração. No cérebro, pode determinar cefaléia, desmaios, dificuldade locomotora e até loucura. Nos olhos, a larva pode atingir o humor vítreo e mesmo a retina, causando cegueira parcial ou total. No coração, pode ocorrer alteração da função das válvulas cardíacas e diminuição da capacidade bombeadora. É importante salientar que, na cisticercose, o homem funciona como hospedeiro intermediário, uma vez que os cisticercos estarão alojados em seu organismo. 4 - FILO ASQUELMINTHES OU NEMATHELMINTHES (Asquelmintos ou Nematelmintos) Grego (askon = saco / helminthes = verme) 4.1 - Características Gerais São vermes que apresentam o corpo cilíndrico e alongado. São animais triblásticos, protostômios assegmentados, bilateralmente simétricos e enterozoários. A maioria dos asquelmintos são parasitas pertencentes à classe Nematoda, existindo algumas espécies de vida livre pertecentes à classe Nematomorpha. O habitat é muito variado, assim como as dimensões dos animais. Não apresentam cílios em nenhum tecido e seus espermatozóides deslocam-se por pseudópodos. 4.2 - Reprodução dos Asquelmintos a) Assexuada Tipo: Partenogênese - Consiste no desenvolvimento de um óvulo não fecundado que ocorre com o Strongyloides stercoralis. b) Sexuada Todos os asquelmintos são dióicos e apresentam dimorfismo sexual. A fêmea é mais alongada e mais fina que o macho. A fecundação é interna e o desenvolvimento é indireto. Dimorfismo sexual em Ascaris lumbricoides. Os vermes adultos medem de 30 a 40 cm de comprimento. 4.3 - Sistemas Orgânicos Sistema Digestivo São os primeiros animais a apresentar tubo digestivo completo que termina em ânus. A digestão é intracelular e extracelular. Sistema Circulatório Não há. O transporte de substâncias ocorre por difusão principalmente através do líquido pseudocelomático (circulação por difusão). Sistema Respiratório Não há. As trocas gasosas ocorrem através da pele, por difusão. É muito comum faIarmos em respiração cutânea ou tegumentar. Tecnologia ITAPECURSOS 19 cor preto 1919191919Biologia - M3 Poro excretor Canal comum Canal anterior Núcleo Canal em H Canal posterior Sistema Excretor Apresenta dois longos canais laterais lembrando a letra H. Por isso, podem ser chamados de canais em H ou canais excretores laterais. Esses canais percorrem longitudinalmente a cavidade pseudocelomática recolhendo os resíduos tóxicos do metabolismo. Um poro excretor se encarrega de eliminar os excretas. Sistema Nervoso É do tipoganglionar ventral, semelhante ao dos platelmintos. Observa-se um anel nervoso periesofageano de onde saem vários cordões nervosos, formando um anel dorsal e um ventral. AGENTE ETIOLÓGICO TRANSMISSÃO FORMA INFECTANTE CICLO VITAL HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO PENETRAÇÃO DO PARASITA HABITAT PROFILAXIA ASCARIDÍASE Ascaris lumbricoides Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos do parasita. Ovo embrionado Monoxeno Passiva Intestino Educação sanitária. Saneamento básico. Lavar os alimentos crus. Lavar as mãos antes das refeições. Tratamento da população doente. AMARELÃO (opilação) Ancylostoma duodenale Necator americanus Penetração de larvas filarióides através da pele e ingestão de água ou alimentos contaminados com larvas filarióides. Larva filarióide Monoxeno Passiva e Ativa Intestino Educação sanitária. Saneamento básico. Não andar descalço em locais suspeitos. Lavar os alimentos crus. Lavar as mãos antes das refeições. Tratamento da população doente. ENTEROBIOSE (oxiurose) Enterobius vermicularis Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos do parasita. Ingestão direta dos ovos presentes nas mãos do indivíduo que coça a região anal. Ovo embrionado Monoxeno Passiva Intestino Educação sanitária. Saneamento básico. Lavar os alimentos crus. Lavar as mãos antes das refeições. Trocar e ferver as roupas íntimas e de cama diariamente. Tratamento da população doente. ELEFANTÍASE (filariose) Wuchereria bancrofti Picada da fêmea do mosquito Culex fatigans que deposita larvas microfilárias que penetram pela pele. Larva microfilária Heteroxeno Fêmea do mosquito Culex fatigans Ativa Sistema linfático Combate ao inseto vetor. Tratamento da população doente. Sistema Reprodutor O sistema reprodutor apresenta gônadas e todos os asquelmintos são dióicos, com notável dimorfismo sexual. 4.4 - Classificação dos Asquelmintos Os asquelmintos são estudados em duas classes: Nematomorpha e Nematoda. Classe Nematomorpha - Compreende animais de vida livre e habitat aquático. São semelhantes a fios de cabelos, daí serem conhecidos como vermes cabelos. Exemplo: Gordius Classe Nematoda - Compreende animais parasitas. Exemplos: Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Enterobius vermicularis e Wuchereria bancrofti. 4.5 - Principais Doenças Causadas por Asquelmintos Tecnologia ITAPECURSOS 20 cor preto 2020202020 Biologia - M3 Ascaridíase Ciclo Evolutivo Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. A ascaridíase se caracteriza por distúrbios digestivos como vômitos, cólicas e obstrução intestinal. Pode haver também crises convulsivas, emagrecimento e complicações pulmonares. Os ovos do Ascaris saem com as fezes humanas e permanecem no ambiente por muito tempo (até anos) como ovos embrionados que, ao serem ingeridos, liberam microscópicas larvas no intestino do novo hospedeiro. Aí as larvas (rabditóides) perfuram a mucosa, caem na circulação e atingem, em seqüência, o coração e os pulmões. Perfuram os alvéolos, sobem pelos brônquios e traquéia e chegam à faringe, de onde são deglutidas com a saliva. Voltam assim ao tubo digestivo, transformando-se rapidamente em vermes adultos. O ciclo reprodutor se completa em apenas um hospedeiro, falando-se então em parasita monoxeno. As larvas provocam problemas pulmonares, como bronquites e infecções; irritação das mucosas faríngea, traqueal e nasal, com tosse seca e coceira na garganta. Muitas vezes o sono é perturbado. Ciclo Evolutivo do Ascaris lumbricoides IN FE S TA Ç Ã O P O R V IA O R A L OVO DEGLUTIDO PU LM ÃO FÍG ADO OVO COM LARVA LARVA RABDITÓIDE LIBERAÇÃO DE LARVAS NO INTESTINO VERMES ADULTOS INTESTINAIS ADULTA POSTURA DE OVOS OVO FECUNDADO OVO FÉRTIL 1 8 7 6 5 2 9 3 10 4 11 C B Tecnologia ITAPECURSOS 21 cor preto 2121212121Biologia - M3 Amarelão - ou opilação ou mal da terra ou ancilostomose ou necatoriose ou doença do Jeca Tatu larvas filarióides infectantes em poucos dias. Admite-se que, em condições naturais favoráveis, estas larvas possam sobreviver até seis meses. Encontrando o hospedeiro, estas larvas penetram ativamente através da pele e alcançam a circulação, onde poderão chegar aos pulmões. Após migrarem ou serem transportadas até a faringe, são deglutidas e alcançam o intestino delgado onde completam o amadurecimento e iniciam a postura dos ovos. O ciclo também pode ocorrer através da penetração passiva com ingestão de larvas filarióides. Vale ressaltar que, nesse caso, não há fase pulmonar no ciclo. Ciclo Evolutivo Machos e fêmeas são semelhantes e medem aproximadamente 1 cm de comprimento. A principal diferença entre os dois agentes etiológicos é observada na cápsula bucal, onde o Necator apresenta um par de placas cortantes e o Ancylostoma, dois pares de dentes. Ambos são hematófagos, o que leva o paciente a um quadro de anemia profunda, com perda de sangue nas fezes. O doente fica, então, pálido, amarelado; daí o nome amarelão. O ciclo mais freqüente é através da penetração ativa do agente infectante. Os ovos embrionados são eliminados juntamente com as fezes do hospedeiro. Uma vez no solo, os ovos eclodem e libertam larvas rabditóides que evoluirão para Ciclo Evolutivo com penetração ativa VERMES ADULTOS NO INTESTINO ESÔFAGO FARINGE PULMÕES CIRCULAÇÃO OVOS NAS FEZES OVOS NO SOLO LARVAS RABDITÓIDES LARVAS FILARIÓIDES PENETRAÇÃO PELA PELE Enterobiose ou Oxiurose Ciclo Evolutivo Os vermes adultos habitam a porção terminal do intestino grosso e as fêmeas fecundadas, em movimentos contínuos nas bordas do ânus, provocam intenso prurido, nervosismo e insônia (em alguns casos). As fêmeas fecundadas realizam a postura dos ovos no intestino grosso. Os ovos são liberados nas fezes e mesmo no intervalo entre as defecações. Pode ocorrer a contaminação das roupas íntimas, roupas de cama, mãos, água e alimentos e a ingestão desses ovos embrionados contamina o homem. Os ovos eclodem e, no intestino, originam larvas rabditóides que evoluem para vermes adultos. É muito comum a auto-infecção que consiste na ingestão de ovos embrionados expelidos pelo próprio indivíduo. É muito comum em crianças que, ao coçar a região anal, contaminam as mãos, podendo levá-las à boca. Elefantíase ou Filariose Ciclo Evolutivo O mosquito fêmea Culex fatigans contaminado, ao picar o homem, deposita as larvas microfilárias sobre a pele. Essas larvas penetram ativamente através da pele, atingem os vasos sangüíneos e chegam ao sistema linfático, onde originam os vermes adultos. Os vermes adultos provocam obstruções nos vasos linfáticos, levando a um derramamento de linfa e caracterizando, assim, um edema que atinge normalmente os membros superiores e inferiores, podendo atingir também a bolsa escrotal e as mamas. Ciclo evolutivo da Wuchereria bancrofti � Mosquito picando o homem Animal adulto entope a circulação linfática do homem Larva no sangue do homem Larva escapando da probóscide do mosquito Tecnologia ITAPECURSOS 22 cor preto 2222222222 Biologia - M3 5 - FILO MOLLUSCA (Moluscos) latim (mollis = mole) 5.1 - Características gerais São metazoários que apresentam o corpo mole comumente envolvido por uma concha calcária e constituído de três partes: cabeça, massa visceral e pé. A cabeça possui, em geral, tentáculos, boca e olhos A massa visceral, formada pelos órgãos internos, é recoberta por uma dobra da pele denominada manto ou pálio, que secreta a concha. O pé, geralmente musculoso, é muito contrátil e apresenta muitas células glandulares. Os moluscos exploram os mais diversosambientes. Há espécies em terra úmida, como os caracóis e as lesmas e outras na água doce e no mar. Há espécies de alguns milímetros, enquanto certas lulas gigantes, que vivem nas grandes profundidades, podem ter mais de dez metros. A maioria dos moluscos apresentam um exoesqueleto representado pela concha calcária. No entanto, polvos e lesmas são desprovidos de concha e as lulas apresentam uma concha interna denominada pena ou siba. São animais triblásticos; esquizocelomados, protostômios, assegmentados, bilateralmente simétricos, enterozoários e de vida livre. 5.2 - Reprodução dos Moluscos A maioria dos moluscos são dióicos e algumas espécies são monóicas insuficientes. A reprodução é sexuada, com fecundação externa, desenvolvimento indireto e formação de larvas denominadas véliger, gloquídio e trocófora, com exceção de alguns cefalópodos e das formas terrestres, que apresentam fecundação interna e desenvolvimento direto. Larvas de Moluscos - A - Véliger /B - Gloquídio C - Trocófora Observe que as larvas véliger e trocófora são ciliadas. A larva gloquídio não apresenta cílios e se comporta como parasita das brânquias de peixes. 5.3 - Sistemas Orgânicos Sistema Digestivo Apresentam tubo digestivo completo e a digestão é intracelular e extracelular. A maioria dos moluscos apresenta no interior da boca uma estrutura denominada rádula, que funciona como um aparelho ralador e triturador de alimento. Essa estrutura nada mais é que uma placa raladora denteada que reduz o alimento a frações menores, facilitando a ação das enzimas digestivas. pé boca concha ânus Gancho Músculo adutor A B C Valva Olho Tentáculos Rádula Mandíbula Boca PéCabeça de Caramujo em corte. Observe a rádula. Tecnologia ITAPECURSOS 23 cor preto 2323232323Biologia - M3 Sistema Circulatório Os moluscos apresentam um sistema circulatório aberto ou lacunar, com exceção dos cefalópodos. No sistema circulatório aberto observamos que, do coração, saem artérias que terminam em lacunas ou hemoceles onde o sangue se mistura aos líquidos intercelulares, entrando em contato direto com os tecidos. Esse sangue leva alimento e oxigênio às células, recolhendo os restos metabólicos e gás carbônico produzidos. Liquido Intercelular SANGUE LACUNA SANGÜÍNEA Sistema Circulatório Aberto coração aurícula ventrículo vaso sangüíneo brânquias lacunas dos tecidosrim lacunas dos tecidos Sistema Circulatório Aberto Sistema Respiratório Na maioria dos moluscos, a respiração é branquial, mas alguns podem respirar através da pele e outros através de “pulmões”. Na verdade, os moluscos não apresentam verdadeiros pulmões e o que se observa é que, nas formas terrestres, a cavidade do manto é muito vascularizada e funciona como um verdadeiro pulmão. A cavidade do manto é o espaço existente entre o manto e a massa visceral. Dentre os moluscos “pulmonados”, destacam-se os caramujos Biomphalaria e Lymnaea, hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni e da Fasciola hepatica, respectivamente. Sistema Excretor Os moluscos excretam através de vários nefrídios agrupados, formando os chamados rins nefridiais. Cada nefrídio é constituído de: a) Nefróstoma - funil ciliado que recolhe os excretas do líquido celomático. b) Nefroducto - canal envolvido por uma rede de capilares sangüíneos que conduz os excretas até o nefridióporo. c) Nefridióporo (poro excretor) - abertura ventral localizada na superfície do corpo por onde ocorre a eliminação dos excretas. sangue que chega vaso sangüíneo vesícula nefridióporo sangue que sai nefróstoma ciliado túbulos do nefrídio capilares sangüíneos Nefrídio de um Anelídeo Observe a rede de capilares sangüíneos que envolvem o nefroduto. À medida em que o líquido contendo os excretas percorre o nefroduto, ocorrem trocas entre esse líquido e o plasma sangüíneo que circula nos capilares que envolvem o nefroduto, aumentando, assim, a concentração do líquido a ser excretado. Tecnologia ITAPECURSOS 24 cor preto 2424242424 Biologia - M3 Sistema Nervoso O sistema nervoso é do tipo ganglionar ventral com vários pares de gânglios de onde partem nervos para todo o organismo. Nos cefalópodos, os olhos atingem alto grau de funcionalidade. Sistema Reprodutor O sistema reprodutor apresenta gônadas. A maioria dos moluscos são dióicos, sendo os gastrópodos monóicos insuficientes. 5.4 - Classificação dos Moluscos Os moluscos são estudados em três classes principais: Pelecypoda, Gastropoda e Cephalopoda. 5.5 - Importância para o Homem A utilização dos moluscos é variada e muito antiga. Os moluscos servem principalmente como iscas para predadores e como alimento. Como fonte de alimento destacam-se os mexilhões, ostras, polvos e lulas. As pérolas naturais fornecem jóias de adorno cujo valor estimulou a criação de viveiros de ostras para a produção de pérolas artificiais. A diversidade e beleza das conchas despertou e desperta a curiosidade de muitos colecionadores, o que possibilitou uma maior divulgação desses animais. Muitos botões de madrepérola para roupas foram feitos com conchas. Atualmente, as conchas são pulverizadas e servem como fonte de cálcio para aves domésticas e como adubo para vegetais. PELECÍPODOS (bivaldos ou lamelibrânquios) Pé desenvolvido. Concha bivalva. GASTRÓPODOS Com rádula Com rádula Sem rádula (são animais filtradores) Branquial Branquial-cutânea- “pulmonar” Branquial Marinhos, dulcícolas ou terrestres MarinhosMarinhos ou dulcícolas Dióicos Desenvolvimento indireto Ostras Mariscos Mexilhões pé Hermafroditas Desenvolvimento direto Caramujos Lesmas Dióicos Desenvolvimento direto Polvos Lulas Nautilus Argonauta Pé desenvolvido. Cabeça com pares de tentáculos. Concha univalva ou bivalva. Cabeça e massa visceral desenvolvidos. Concha interna, externa ou ausente. CEFALÓPODOS MORFOLOGIA EXTERNA E CONCHA SISTEMA DIGESTIVO RESPIRAÇÃO HABITAT REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO PRINCIPAIS REPRESENTANTES FIGURA Tecnologia ITAPECURSOS 25 cor preto 2525252525Biologia - M3 A substância escura expelida como meio de defesa pelas lulas foi usada como tinta nankin para desenhos. Há também moluscos que são prejudiciais ao homem como os hospedeiros intermediários de vermes parasitas (caramujos Biomphalaria e Lymnaea) ou os caramujos que destróem plantações. Observações a) A Neopilina galatheae é um molusco primitivo que vive no fundo do mar e é estudada na classe Monoplacophora. Os primeiros exemplares dessa espécie foram coletados no litoral da Costa Rica em 1952. Esse molusco vive em grandes profundidades e, assim, pouco se conhece de sua biologia. b) Os polvos e lulas são dotados de uma glândula produtora de tinta escura, que pode ser esguichada, turvando a água e prejudicando a visão e o olfato de eventuais predadores. 6 - FILO ANNELIDA (Anelídeos) Latim (annelus = anel) 6.1 - Características Gerais São vermes que apresentam o corpo segmentado em anéis. Observamos que os anéis que formam o corpo são basicamente idênticos de modo que esses animais apresentam segmentação homônoma. Os anelídeos são metazoários triblásticos, esquizocelomados, protostômios e bilateralmente simétricos. Muitos anelídeos são dotados de cerdas quitinosas, estruturas implantadas na parede do corpo e que, retraindo- se ou expandindo-se, conferem aspecto liso ou áspero ao animal. Esses movimentos das cerdas, associados à ação muscular e nervosa, participam do mecanismo locomotor. Podem habitar os ambientes marinho, dulcícola e terrestre úmido. Os anelídeos marinhos (poliquetas) vivem enterrados na areia das praias ou em tubos por eles construídos. 6.2 - Reprodução dos Anelídeos a) Assexuada Tipo:Esquizogênese - Ocorre entre os Poliquetas e consiste na fragmentação do corpo em pequenos segmentos na região posterior. Esses segmentos se diferenciam em novos indivíduos. Esquizogênese em Poliqueta b) Sexuada Algumas espécies são monóicas insuficientes e outras são dióicas. O fenômeno da dicogamia justifica a fecundação cruzada realizada pelos indivíduos monóicos. A fecundação é interna e o desenvolvimento é direto, exceto nos poliquetas, que apresentam desenvolvimento indireto com presença de larva denominada Trocófora. Larva Trocófora Tecnologia ITAPECURSOS 26 cor preto 2626262626 Biologia - M3 6.3 - Sistemas Orgânicos Sistema Digestivo Os anelídeos apresentam tubo digestivo completo que termina em ânus. A faringe desses animais apresenta uma dilatação que recebe o nome de moela. A moela apresenta as paredes muito musculosas e suas contrações trituram o alimento facilitando a ação das enzimas intestinais. O intestino desses animais é dotado de duas expansões laterais, os cecos intestinais, e uma prega longitudinal, o tiflossole. Ambos aumentam a superfície de absorção dos produtos da digestão. moela com paredes musculosasfaringe dobra interna do intestino (tiflossole) boca ânus músculos da faringe intestino ceco intestinal Tubo Digestivo de uma Minhoca Sistema Circulatório O sistema circulatório é fechado, já que os vasos sangüíneos apresentam total continuidade no interior dos tecidos. O sangue é vermelho em função da hemoglobina encontrada no plasma. Esse pigmento realiza o transporte de gases respiratórios pelo corpo do animal. Nas minhocas há quatro ou cinco pares de vasos com capacidade contrátil, que são, portanto, corações. Rede capilar na circulação fechada TECIDO SANGUE Sistema Circulatório Fechado Sistema Respiratório Brânquias Tubo Poliqueta Tubícola com Brânquias A maioria dos anelídeos não apresenta sistema respiratório e a troca de gases ocorre diretamente através da pele, que é muito vascularizada (respiração cutânea). Nos poliquetas, o sistema respiratório é formado por brânquias que se ramificam na região anterior do corpo. Sistema Excretor O sistema excretor é constituído por nefrídios, havendo um par por segmento. Sistema Nervoso É do tipo ganglionar ventral com dois gânglios cerebróides e um cordão nervoso duplo de onde partem nervos para todo o corpo. Sistema Nervoso de uma Minhoca GÂNGLIOS CEREBRÓIDES ESÔFAGO CONECTIVO PERIESOFÁGICO GÂNGLIOS VENTRAIS Circulação em Minhoca VASO DORSAL CORAÇÕES VASO SUB-INTESTINAL ESÔFAGO PAPO FARINGE MOELABOCA Sistema Reprodutor O sistema reprodutor apresenta gônadas. Algumas espécies são monóicas insuficientes e outras dióicas. Tecnologia ITAPECURSOS 27 cor preto 2727272727Biologia - M3 6.4 - Classificação dos Anelídeos Os anelídeos são estudados em três classes: Oligochaeta, Polychaeta e Hirudinea. A classificação é baseada no número de cerdas que são pequenos filamentos quitinosos presentes na pele. A - Classe Oligochaeta - Oligoquetas Grego -oligo = pouco / khaite = cerda Apresentam poucas cerdas no corpo. Movimentam-se através das cerdas e de contrações da musculatura do corpo. São de habitat terrestre e dulcícola. Seus representantes são hermafroditas com fecundação cruzada e interna, sendo o desenvolvimento direto. Próximos à região anterior, existem alguns anéis diferenciados, formando uma estrutura denominada Clitelo, responsável pela secreção de uma cápsula que envolve os ovos na época da postura. São representados pelas minhocas e minhocuçus, animais úteis para a agricultura já que cavam túneis e galerias subterrâneas, facilitando a drenagem e o arejamento do solo. B - Classe Polychaeta - Poliquetas Grego - polys = muito / khaite = cerda Apresentam muitas cerdas no corpo. Movimentam-se através das cerdas e de contrações da musculatura do corpo. As cerdas estão implantadas em expansões laterais do corpo denominadas Parapódios. São todos marinhos e alguns são sésseis, vivendo no interior de tubos construídos por eles próprios. (Poliquetas tubícolas) Os poliquetas são animais dióicos que apresentam fecundação interna e desenvolvimento indireto com formação de larva trocófora. Seus principais representantes são Nereis sp e os tubícolas. C - Classe Hirudinea - Hirudíneos ou aquetas Latim (hirudo = sanguessuga) Não apresentam cerdas no corpo e movimentam-se através de contrações da musculatura do corpo. Vivem em água doce, salgada e terra úmida. Os hirudíneos são animais hermafroditas com fecundação cruzada e interna, sendo o desenvolvimento direto. O corpo apresenta uma ventosa para sucção de sangue em cada extremidade, sendo, assim, considerados ectoparasitas hematófagos. São representados pelas sanguessugas. Nereis (Poliqueta) Ventosas Sanguessuga (Hirudíneo) Minhoca (Oligoqueta) CLITELO PARAPÓDIOS COM CERDAS TENTÁCULOS Tecnologia ITAPECURSOS 28 cor preto 2828282828 Biologia - M3 7 - FILO ARTHROPODA (Artrópodos) Grego (arthros = articulação / podos = pés, patas) 7.1 - Características Gerais O filo Arthropoda inclui animais que se caracterizam por apresentar patas articuladas. Constitui o mais vasto grupo zoo- lógico, abrigando mais de 800.000 espécies vivendo no mar, na água doce, na água salobra, no solo e no meio aéreo. O corpo dos artrópodos é revestido por um exoesqueleto quitinoso secretado pela própria epiderme. A quitina é um polissacarídeo nitrogenado que apresenta importante função estrutural, constituindo também a parede celular dos fungos. A presença desse exoesqueleto limita o crescimento dos artrópodos, fazendo com que esses animais sofram mudas periódicas ou ecdises. A muda consiste na eliminação do esqueleto velho e duro denominado exúvia e formação de outro novo, mole e maior. No início, o novo exoesqueleto permite que o animal cresça. Enquanto ele não endurece, o artrópodo fica relativamente desprotegido, procurando refúgio em locais mais seguros. São animais triblásticos, esquizocelomados, protostômios, bilateralmente simétricos, enterozoários e segmentados. Os metâmeros que constituem o corpo são diferentes uns dos outros, de modo que esses animais apresentam segmentação heterônoma. O gráfico ao lado representa uma comparação do crescimento dos artrópodos e dos animais não artrópodos, sem esqueleto ou com esqueleto interno, como os vertebrados. No gráfico, os pontos A e B indicam a ecdise (perda do exoesqueleto). Os segmentos a e b indicam fases de grande crescimento enquanto não foi produzido ainda o novo esqueleto. Os segmentos C e D indicam fases de intermuda, sem aumento em tamanho. 7.2 - Sistemas Orgânicos Sistema Digestivo O tubo digestivo é completo, com boca e ânus. A digestão é intracelular e extracelular. Existem espécies carnívoras, herbívoras e, em menor número, espécies parasitas. As peças bucais (mandíbula, maxilas, quelíceras, pedipalpos) estão adaptadas para mastigação, sucção, etc. Sistema Circulatório O sistema circulatório é do tipo aberto ou lacunar, semelhante ao dos moluscos. O sangue pode ou não conter o pigmento hemocianina. Trata-se de um pigmento azul que realiza o transporte de gases. Assim, o transporte de gases pelo sangue depende da presença da hemocianina. Sistema Respiratório A respiração efetua-se através de brânquias, traquéias e filotraquéias. Esses tipos de sistema respiratório serão estudados na classificação dos artrópodos. Sistema Excretor É representado por túbulos de Malpighi na maioria das espécies. Alguns representantes excretam por glândulas coxais e, outros, por glândulas verdes ou antenais. Esses tipos de sistema excretor serão estudados na classificação dos artrópodos. Sistema Nervoso É do tipo ganglionar ventral. A fusão de vários gânglios na cabeça ou no cefalotórax forma uma massa cerebróide, da qual partemdois cordões nervosos com um gânglio para cada segmento. Desses gânglios saem vários nervos periféricos para todas as partes do corpo. As estruturas sensoriais localizam-se nas antenas, pêlos, olhos, órgãos auditivos e estatocisto (órgão de equilíbrio). Sistema Reprodutor O sistema reprodutor apresenta gônadas. A maioria dos artrópodos são dióicos existindo alguns crustáceos monóicos insuficientes. A fecundação é geralmente interna e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto, nesse caso com uma ou mais fases larvais. Em algumas espécies, é comum a partenogênese e a poliembrionia. TAMANHO TEMPO NÃ O A RT RÓ PO DO A B C D a b Crescimento nos artrópodos Tecnologia ITAPECURSOS 29 cor preto 2929292929Biologia - M3 7.3 - Classificação dos Artrópodos Os artrópodos são estudados em cinco classes: Insecta, Crustacea, Arachnida, Diplopoda e Chilopoda. Crustacea (camarão) Insecta (gafanhoto) Arachnida (aranha) Diplopoda (piolho-de-cobra) Chilopoda (centopéia) Diversidade dos artrópodos DIVISÃO DO CORPO NÚMERO DE PATAS NÚMERO DE ANTENAS NÚMERO DE ASAS RESPIRAÇÃO EXCREÇÃO ALGUNS REPRESENTANTES INSETOS Cabeça Tórax Abdome 3 pares (Hexápodos) 1 par (Díceros) Ausentes (Ápteros) 1 par (Dípteros) 2 pares (Tetrápteros) Traqueal Túbulos de Malpighi Pulga Mosca Barata CRUSTÁCEOS Cefalotórax Abdome 5 pares ou mais (Decápodos) 2 pares (Tetráceros) Ausentes (Ápteros) Branquial Glândulas verdes ou antenais Siri Lagosta Tatuzinho de jardim ARACNÍDEOS Cefalotórax Abdome 4 pares (Octópodos) Ausentes (Áceros) Ausentes (Ápteros) Filotraqueal Túbulos de Malpighi Glândulas coxais Aranha Escorpião Carrapato DIPLÓPODOS Cabeça Corpo alongado 2 pares por segmento 1 par (Díceros) Ausentes (Ápteros) Traqueal Túbulos de Malpighi Piolho de Cobra QUILÓPODOS Cabeça Corpo alongado 1 par por segmento 1 par (Díceros) Ausentes (Ápteros) Traqueal Túbulos de Malpighi Lacraia Centopéia Tecnologia ITAPECURSOS 30 cor preto 3030303030 Biologia - M3 8 - FILO ECHINODERMATA (Equinodermas) Grego (echinos = espinho / derma = pele) 8.1 - Características Gerais Os equinodermas constituem um grupo de animais exclusivamente marinhos que apresentam a pele revestida por espinhos. Apresentam um endoesqueleto formado de placas calcárias derivado do mesoderma. Na sua fase larval, os equinodermas possuem simetria bilateral, enquanto nos adultos a simetria é radial (pentarradial). São animais triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, enterozoários e assegmentados. Entre os equinodermas, não há espécies parasitas nem formas coloniais. São todos animais de vida livre que vivem tanto nas praias quanto em grandes profundidades. Apesar de a definição da palavra equinoderma ser “corpo coberto de espinhos”, algumas espécies não os apresentam, como os pepinos e lírios do mar. O endoesqueleto formado por placas calcárias pode apresentar, além dos espinhos, estruturas denominadas pedicelárias. Cada pedicelária é uma espécie de pequena pinça com dois ou três artículos móveis que fazem a limpeza da superficie do corpo e capturam alimentos. Como exemplos de equinodermas temos: estrelas-do-mar, serpentes-do-mar, ouriços-do-mar, pepinos-do- mar e lírios-do-mar. 8.2 - Reprodução Os equinodermas são animais dióicos sem dimorfismo sexual. A reprodução pode ser assexuada e sexuada. Assexuada - Tipo: Regeneração É muito acentuada entre as estrelas-do-mar. Sexuada - Tipo: Fecundação. A fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, existindo vários tipos de larvas que sempre apresentam simetria bilateral. As principais larvas são bipinária, braquiolária, auriculária e doliolária. 8.3 - Sistemas Orgânicos Sistema Digestivo O tubo digestivo é completo, com exceção dos ofiuróides (serpentes do mar) que não apresentam ânus quando adultos. Em torno da boca são observadas as pedicelárias, que capturam o alimento. Nos ouriços-do- mar observa-se uma estrutura no interior da boca formada por cinco dentes caIcários que trituram o alimento. Essa estrutura é denominada lanterna de Aristóteles. Os ouriços-do-mar raspam algas das rochas, enquanto as estrelas-do-mar são carnívoras e se alimentam muitas vezes de ostras vivas, atacadas pela abertura das valvas da concha. A digestão é intracelular e extracelular. Sistema Ambulacrário Também denominado sistema hidrovascular ou sistema vascular aquífero, relaciona-se com a locomoção, fixação, excreção e respiração do animal. Esse sistema é dotado de uma placa calcária porosa denominada Placa Madrepórica ou Madreporito localizada na superfície externa do corpo. É também constituído por canais (circular e radiais), ampolas com músculos e pequenos pés ambulacrários. Todo o conjunto oco contém internamente água do mar, que penetra no sistema através da placa madrepórica. Através dos canais, a água atinge os pés ambulacrários, que são dotados de paredes musculares e ampolas que acumulam líquido. As variações de pressão do líquido no sistema determinam a expansão ou retração dos pés, fato que culmina com o deslocamento do animal. Os pés ambulacrários são dotados de ventosas nas extremidades relacionadas à fixação do animal. Artículos móveis Músculo Placa PEDICELÁRIA ESPINHO MÓVEL DE OURIÇO Peças do Esqueleto Tecnologia ITAPECURSOS 31 cor preto 3131313131Biologia - M3 Placa madrepórica Canal pétreo Ampolas Canal circular Pés ambulacrários Canal radial Músculos em várias direções Canal radial Músculos longitudinais Á gu a Ampola Pé ambulacrário Sistema Ambulacrário Sistema Circulatório Não há um sistema circulatório típico, mas um conjunto de canais e lacunas, o Sistema Hemal, de disposição radial e não bem delimitado da cavidade celomática. Alguns autores falam em sistema circulatório aberto bem reduzido. Não há coração nem sangue. Sistema Respiratório É constituído por brânquias. Ocorre também respiração por difusão no sistema ambulacrário na medida em que ocorre circulação de água no sistema ambulacrário. Sistema Excretor É muito reduzido. Células denominadas amebócitos recolhem os excretas dos espaços intercelulares levando-os até o sistema ambulacrário. Os excretas atingem os pés ambulacrários. São eliminados por difusão. Sistema Nervoso É muito reduzido. Não há verdadeiros gânglios, e sim um anel nervoso ao redor da região bucal de onde saem nervos radiais. Sistema Reprodutor Apresenta gônadas. Todos os equinodermas são dióicos sem dimorfismo sexual. Não há órgãos copuladores e a fecundação é externa. Observação: Acredita-se que os equinodermas tenham sua origem filogenética na regressão de um tipo de animal mais evoluído e ativo, pois suas larvas apresentam simetria bilateral, enquanto os adultos são radialmente simétricos, apresentam hábitos sedentários e os sistemas nervoso, circulatório e excretor são muito reduzidos. Entretanto, a presença de endoesqueleto mesodérmico, deuterostomia, enteroceloma e semelhança larval com hemicordados e cordados sugerem que os equinodermas tenham se originando de um ancestral comum aos hemicordados e cordados. Deuterostômios Cord ados Equino derma s Hemicordados Protostômios Moluscos Artrópodes Anelíd eo Nematelmi ntos (Asquelmintos) Platelmintos Celenterados Diblásticos Poríferos (Parazoários) Ancestrais Árvore evolutiva dos Metazoários Tecnologia ITAPECURSOS 32 cor preto 3232323232 Biologia - M3 9.2 - Importância Evolutiva Os hemicordados apresentam considerável importância evolutiva por representarem um elo de transição entre equinodermas e cordados. Esse fato toma por base a deuterostomia,o endoesqueleto mesodérmico, o enteroceloma e a semelhança larval. Essas características são observadas nos três filos mencionados: equinodermas, hemicordados e cordados. 10 - FILO CHORDATA (Cordados) Grego (khorde = corda) 10.1 - Características Gerais Encontramos no Filo Chordata três características que são consideradas como as mais importantes e que estão presentes em todos os seus representantes, pelo menos em alguma fase de sua vida. São elas: 1 - Notocorda: Bastão gelatinoso localizado dorsalmente ao tubo digestivo. Funciona como primeira estrutura de sustentação do corpo de um cordado. 2 - Tubo nervoso dorsal: Formado a partir do ectoderma, este tubo originará o sistema nervoso do cordado. 3 - Fendas branquiais faringeanas: Aberturas formadas na faringe do embrião que podem servir para filtração de alimento (Anfioxo) ou para a respiração (Peixes). Nos vertebrados terrestres, essas fendas esboçam-se no embrião, porém nunca no animal adulto. Além das três características citadas anteriormente como sendo as mais importantes, os cordados são triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, segmentados, bilateralmente simétricos, enterozoários, possuem um coração ventral e uma epiderme pluriestratificada (exceto os Protocordados). 10.2 - Origem A hipótese mais provável a respeito da origem dos Cordados é que eles vieram da mesma linha evolutiva da qual derivaram os hemicordados. Admite-se que larvas bipinárias de equinodermas asteróides originaram por pedogênese (*) larvas tornárias de hemicordados. Larvas de hemicordados, por sua vez, originaram larvas de urocordados que evoluíram para cefalocordados adultos. * (Pedogênese consiste no desenvolvimento de um óvulo sem fecundação na fase larval). 9 - FILO HEMICHORDATA (Hemicordados) Grego (hemi = metade / khorde = corda) 9.1 - Características Gerais Os hemicordados são animais marinhos de aspecto vermiforme que vivem na zona das marés, no interior de galerias escavadas na areia. O representante típico é o Balanoglossus, que pode ter mais de um metro de comprimento. O termo hemicordado se deve à presença de uma estrutura de sustentação do corpo que foi por muitos anos confundida com uma notocorda vestigial. No corpo do Balanoglossus, reconhecemos nitidamente duas partes: uma probóscide ou tromba, com um colarinho na base e um tronco alongado. A tromba funciona como uma espécie de êmbolo na perfuração de fundas galerias na areia lamacenta das praias. O animal se nutre de partículas alimentares trazidas pela água, que acaba saindo pelas fendas branquiais. Os hemicordados apresentam fendas branquiais faringeanas, tubo nervoso dorsaI, mas não apresentam uma verdadeira notocorda, fato que não nos permite classificá-los como cordados. São animais triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, assegmentados, enterozoários e bilateralmente simétricos. São animais dióicos com fecundação externa e desenvolvimento direto ou indireto, com presença de larva denominada tornária. Probóscide Região terminal Colarinho Região branquial Região genital Região hepática Balanoglossus Tecnologia ITAPECURSOS 33 cor preto 3333333333Biologia - M3 10.3 - Classificação Observações: 1) Os � Ostracodermi foram os primeiros animais vertebrados e viveram há cerca de 380 milhões de anos. As evidências indicam que esses animais habitaram a água doce, desaparecendo, mais tarde, em conseqüência do hábito parasita dos ciclóstomos. 2) Os � Placodermi foram os primeiros peixes e viveram há cerca de 350 milhões de anos. As evidências indicam que esses peixes habitaram tanto as águas doces como os mares, já apresentando mandíbulas verdadeiras e nadadeiras pares. 10.3.1 - Grupo Acrania (Protocordados) Compreende animais invertebrados sem caixa craniana. São todos marinhos, estudados em dois subfilos: Urochordata ou Tunicata e Cephalochordata. A - Sub-Filo Urochordata ou Tunicata (Urocordados ou Tunicados) São animais marinhos de hábitos bentônicos (vivem no fundo) quando adultos. O corpo tem forma de um saco fixo ao fundo e a parede do corpo é denominada Túnica, constituída de uma substância denominada tunicina, que é um isômero da celulose. O termo urocordado significa notocorda na cauda. No entanto, observamos que a cauda é encontrada somente na fase larval, já que ela se perde juntamente com a notocorda na metamorfose. Assim, a sustentação é desempenhada pela notocorda apenas na fase larval, enquanto no adulto a sustentação é desempenhada pela TÚNICA, daí o termo ”tunicado”. Os representantes típicos são as Ascídias, que apresentam respiração branquial. A água penetra no corpo pelo sifão inalante e sai pelo sifão exalante, como podemos observar na figura. CLASSE – – � Ostracodermi Cyclostomata � Placodermi Chondrichthyes Osteichthyes Amphibia Reptilia Avis Mammalia GRUPO ACRANIA (Protocordados) CRANIATA (Vertebrados) SUB-FILO Urochordata ou Tunicata Cephalochordata Agnatha (sem mandíbula) Gnathostomata (com mandíbula) SUPERCLASSE – – – Pisces Tetrapoda Fendas faringeanas Túnica Ovário Testículo Estômago Intestino Sifão exalante Gânglio nervoso Sifão inalante B - Sub-Filo Cephalochordata (Cefalocordados) São animais marinhos que possuem a notocorda ao longo de toda a região dorsal do corpo tanto na fase larval quanto no adulto. Apresentam o corpo achatado lateralmente e vivem parcialmente enterrados em areia de águas rasas. O único representante desse subfilo é o anfioxo, que não é um animal muito conhecido mas tem grande importância biológica, especialmente em estudos de embriologia comparada dos cordados. Filogeneticamente, ele pode ser interpretado como uma transição entre os protocordados e os vertebrados mais simples, os ciclóstomos. Tecnologia ITAPECURSOS 34 cor preto 3434343434 Biologia - M3 O anfioxo apresenta respiração branquial e as correntes de água são mantidas por batimento de cílios na faringe. São, portanto, animais filtradores. tubo neural notocorda boca faringe branquial ceco digestivo ânus atrióporo Anfioxo, em corte longitudinal 10.3.2 - Grupo Craniata Compreende os animais vertebrados com caixa craniana. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VERTEBRADOS Os animais vertebrados são classificados no filo Chordata e grupo Craniata. Possuem uma caixa craniana protegendo o encéfalo e apresentam as seguintes características gerais: • Esqueleto interno e articulado de constituição cartilaginosa ou óssea. Quando o esqueleto é cartilaginoso, a notocorda, formada no embrião, permanece no adulto. • Circulação fechada com coração ventral apresentando duas, três ou quatro cavidades. • Respiração branquial, pulmonar ou cutânea. • Tubo digestivo completo terminando em cloaca ou ânus. A cloaca é uma abertura comum aos sistemas digestivo, excretor e reprodutor, enquanto o ânus é uma abertura exclusiva do sistema digestivo. • Encéfalo com 10 ou 12 pares de nervos cranianos. • Excreção efetuada por rins que podem ser de três tipos: Rins Pronéfricos - Localizados na região anterior do corpo, são formados no embrião de todos os vertebrados. Recolhem os excretas diretamente do celoma. Rins Mesonéfricos - Localizados na região mediana do corpo, recolhem os excretas tanto do celoma quanto do sangue. Rins Metanéfricos - Localizados na região posterior do corpo, recolhem os excretas apenas do sangue. • Pecilotérmicos ou homeotérmicos. Animais pecilotérmicos são aqueles cuja temperatura do corpo varia em função da temperatura ambiental, já que não apresentam um mecanismo termorregulador. Animais homeotérmicos são aqueles cuja temperatura corporal é constante devido à presença de um mecanismo termorregulador. Enquanto os pecilotérmicos são caracterizados como animais de sangue frio, os homeotérmicos
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