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Aula de Direito Penal Especial DOS CRIMES CONTRA A HONRA

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DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Estudo tirado dos livros:_Curso de Direito Penal, Parte Geral, autor – Rogério Greco / _Direito Penal, Parte Geral, autor – André Estefam / _Código Penal Interpretado, autor – Júlio Fabbrini Mirabete/_Tratado de Direito Penal, Parte Geral, autor – Cezar Roberto Bitencourt)/_Manual de Direito Penal, autor – Guilherme de Souza Nucci
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CALÚNIA (art. 138 do CP)
SUJEITO ATIVO 
_Qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO 
_Qualquer pessoa.
Obs.:_Inclusive a pessoa jurídica, desde que, neste caso, a imputação diga respeito à prática de crime ambiental, previsto na Lei 9.605/98.
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OBJETO JURÍDICO 
_É a honra objetiva (reputação ou imagem da pessoa diante de terceiros).
Obs.:_”Honra objetiva, é a reputação do indivíduo, ou seja, é o conceito que os demais membros da sociedade têm a respeito do indivíduo, relativamente a seus atributos morais, éticos, culturais, intelectuais, físicos ou profissionais”. (Bitencourt)
OBJETO MATERIAL 
_É a reputação da pessoa contra a qual são dirigidas as imputações ofensivas à sua honra.
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ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO 
_Caluniar é fazer uma acusação falsa, tirando a credibilidade de uma pessoa no seio social.
Obs.:_O Código Penal exige que a acusação falsa realizada diga respeito a um fato concreto definido como crime. 
Obs.:_Não pode haver calúnia ao se atribuir a terceiro, falsamente, a prática de contravenção, pois o tipo menciona somente crime.
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ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO ESPECÍFICO 
_É a vontade específica de macular a imagem de alguém. (animus calumniandi)
Obs.:_Há entendimento predominante na doutrina e na jurisprudência pela não configuração do crime contra a honra, desde que o fato ofensivo ou o insulto seja proferido fora do contexto da específica vontade de macular a reputação alheia ou o amor próprio da vítima, p.ex.:_brincadeiras, simples fofocas, os relatórios feitos em local de trabalho, os depoimentos prestados em juízo emitindo opiniões, dentre outros.
ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME 
_É o dolo.
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CLASSIFICAÇÃO
_Quanto ao Sujeito: COMUM; 
_Quanto à Conduta: COMISSIVO;
_Quanto à Consumação: INSTANTÂNEO;
_Quanto ao Resultado: FORMAL;
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_Quanto à Prática de Atos: UNISSUBSISTENTE ou PLURISSUBSISTENTE;
_Quanto à Possibilidade de Concurso: MONOSSUBJETIVO .
_Quanto ao Modo de Cometimento: de FORMA LIVRE.
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TENTATIVA
_É admissível na forma plussubsistente.
MOMENTO CONSUMATIVO
_Ocorre no momento em que a imputação falsa chega ao conhecimento de terceiros, independentemente de resultado naturalístico.
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PARTICULARIDADES
a)_pratica, igualmente, calúnia aquele que espalha ou divulga a falsa imputação de que teve conhecimento (§ 1º);
b)_admite-se calúnia contra os mortos (§ 2º). 
Obs.:_Aliás, o mesmo se diga quanto aos inimputáveis, que podem ser sujeitos passivos do crime de calúnia porque a lei fala em atribuir a prática de fato definido como crime, e não singelamente na atribuição de crime. (Nucci)
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EXCEÇÃO DA VERDADE
_É uma forma de defesa indireta, através da qual o acusado de ter praticado calúnia pretende provar a veracidade do que alegou, demonstrando ser a pretensa vítima realmente autora de fato definido como crime.
_Trata-se de um incidente processual, que é uma questão secundária refletida sobre o processo principal, merecendo solução antes da decisão da causa ser proferida, prevista no (§ 3º);
Obs.:_Se falou a verdade, não está preenchido o tipo penal.
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VEDAÇÕES À EXCEÇÃO DA VERDADE
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do Art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
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DIFAMAÇÃO (art. 139 do CP)
SUJEITO ATIVO 
_Qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO 
_Qualquer pessoa.
Obs.:_Inclusive a pessoa jurídica, que também tem imagem a preservar.
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OBJETO JURÍDICO 
_É a honra objetiva (reputação ou imagem da pessoa diante de terceiros).
OBJETO MATERIAL 
_É a reputação da pessoa contra a qual são dirigidas as imputações ofensivas à sua honra.
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ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO 
_Difamar significa desacreditar publicamente uma pessoa, maculando-lhe a reputação. Implica divulgar fatos infamantes à sua honra objetiva, sejam verdadeiros ou falsos.
Obs.:_Difamar significa imputar algo desairoso a outrem. Não se trata de qualquer fato inconveniente ou negativo, mas sim de fato ofensivo à sua reputação. Com isso, excluiu os fatos definidos como crime (que ficaram na calúnia), bem como, afastou qualquer vinculação à falsidade ou veracidade dos mesmos.
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ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO ESPECÍFICO
_É a vontade específica de macular a imagem de alguém. (animus diffamandi)
Obs.:_Há entendimento predominante na doutrina e na jurisprudência pela não configuração do crime contra a honra, desde que o fato ofensivo ou o insulto seja proferido fora do contexto da específica vontade de macular a reputação alheia ou o amor próprio da vítima, p.ex.:_brincadeiras, simples fofocas, os relatórios feitos em local de trabalho, os depoimentos prestados em juízo emitindo opiniões, dentre outros.
ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME 
_É o dolo.
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CLASSIFICAÇÃO
_Quanto ao Sujeito: COMUM; 
_Quanto à Conduta: COMISSIVO;
_Quanto à Consumação: INSTANTÂNEO;
_Quanto ao Resultado: FORMAL;
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_Quanto à Prática de Atos: UNISSUBSISTENTE ou PLURISSUBSISTENTE;
_Quanto à Possibilidade de Concurso: UNISUBJETIVO .
_Quanto ao Modo de Cometimento: de FORMA LIVRE.
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TENTATIVA
_É admissível na forma plussubsistente.
MOMENTO CONSUMATIVO
_Ocorre no momento em que a imputação chega ao conhecimento de terceiros, independentemente de resultado naturalístico.
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EXCEÇÃO DA VERDADE
_É uma forma de defesa indireta, através da qual o acusado de ter praticado difamação pretende provar a veracidade do que alegou, demonstrando ser a pretensa vítima (funcionário público, no exercício da função) realmente autora de fato.
_Trata-se de um incidente processual, que é uma questão secundária refletida sobre o processo principal, merecendo solução antes da decisão da causa ser proferida, prevista no (parágrafo único);
Obs.:_Trata-se de finalidade maior da Administração punir funcionários de má conduta. Por isso, admite-se a exceção da verdade, embora não seja crime.
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INJÚRIA (art. 140 do CP)
SUJEITO ATIVO 
_Qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO 
_Qualquer pessoa física.
Obs.:_A pessoa jurídica não tem autoestima ou amor próprio. No tocante aos inimputáveis (doentes mentais e menores), é preciso distinguir a possibilidade de serem sujeitos passivos apenas no caso concreto.
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OBJETO JURÍDICO 
_É a honra subjetiva (autoestima da pessoa, isto é, a avaliação que cada um tem de si mesmo).
OBJETO MATERIAL 
_É a autoestima da pessoa.
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ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO 
_Injuriar significa ofender ou insultar (xingar).
Obs.:_É preciso que a ofensa atinja a dignidade (respeitabilidade ou amor-próprio) ou o decoro (correção moral ou compostura) de alguém. Portanto, é um insulto que macula a honra subjetiva, arranhando o conceito que a vítima faz de si mesma.
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ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO ESPECÍFICO
_É a vontade específica de magoar e ferir a autoimagem de alguém. (animus injuriandi)
Obs.:_Há entendimento predominante na doutrina e na jurisprudência pela não configuração do crime contra a honra, desde que o fato ofensivo ou o insulto seja proferido fora do contexto da específica vontade de macular a reputação alheia ou o amor próprio da vítima, p.ex.:_brincadeiras, simples fofocas, os relatórios feitos em local
de trabalho, os depoimentos prestados em juízo emitindo opiniões, dentre outros.
ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME 
_É o dolo.
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CLASSIFICAÇÃO
_Quanto ao Sujeito: COMUM; 
_Quanto à Conduta: COMISSIVO;
_Quanto à Consumação: INSTANTÂNEO;
_Quanto ao Resultado: FORMAL;
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_Quanto à Prática de Atos: UNISSUBSISTENTE ou PLURISSUBSISTENTE;
_Quanto à Possibilidade de Concurso: UNISUBJETIVO .
_Quanto ao Modo de Cometimento: de FORMA LIVRE.
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TENTATIVA
_É admissível na forma plussubsistente.
MOMENTO CONSUMATIVO
_Ocorre no momento em que a imputação chega ao conhecimento de Ofendido, independentemente de resultado naturalístico e da ciência de terceiros.
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EXCEÇÃO DA VERDADE
_Não se admite.
PERDÃO JUDICIAL
_pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
a)_quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria (§ 1º, I);
b)_quando houver retorsão imediata, que consista em outra injúria (§ 1º, II);
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FORMAS QUALIFICADAS
a)_é o cometimento da injúria real, isto é, usando de violência ou vias de fato (§ 2º);
b)_é o cometimento da injúria racial (§ 3º);
Obs.:_Esta figura típica foi introduzida pela Lei 9.459/97 com a finalidade de evitar as constantes absolvições que vinham ocorrendo de pessoas que ofendiam outras, através de insultos com forte conteúdo racial ou discrimintório, e escapavam da Lei 7.716/89 (discriminação racial) porque não estavam praticando atos de segregação.
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c)_é o cometimento de injúria contra idoso ou deficiente (Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03);
Obs.:_Essa Lei introduziu mais duas formas de qualificação da injúria: a idade e a deficiência física ou mental. Assim os gracejos humilhantes e degradantes contra idosos e deficientes (ex.:_”não atendemos múmias”; aleijado só dá trabalho”) devem ser mais severamente punidos.
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DISPOSIÇÕES COMUNS (arts. 141 a 145)
CAUSAS DE AUMENTO DA PENA
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
Obs.:_A mácula à reputação dessas pessoas, em razão do alto cargo por elas ocupado, pode ter repercussão muito maior do que se tratar de qualquer outro indivíduo, mesmo porque tende a ofender, em muitos casos, a própria coletividade.
Obs.:_Não é permitida a exceção da verdade, nesse contexto, quando calúnia (art. 138, § 3º, II do CP).
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II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
Obs.:_Pelo interesse maior da Administração. Do mesmo modo que se permite a exceção da verdade na difamação. Puni-se com maior rigor, quem o ofenda, no exercício de suas funções, levianamente.
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III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Obs.:_Tendo em vista que os delitos contra honra afetam substancialmente a reputação e o amor-próprio da vítima, é natural punir com maior rigor o agente que se valha de meio mais propício à propagação da ofensa.
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IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
Obs.:_Excluiu-se a injúria nesta causa de aumento em face do disposto no § 3º, do art. 140, ou seja, a injúria consistente na utilização de elementos referentes à condição da pessoa idosa ou deficiente já foi qualificada. Seria um bis in idem.
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CAUSA DE AUMENTO ESPECÍFICA
_Art. 141, Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Obs.:_Devido a torpeza do agente, o legislador aplicou uma causa de aumento maior em tópico à parte.
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CAUSAS DE EXCLUSÃO DO CRIME
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
Obs.:_Diz respeito a imunidade auferida por quem litiga em juízo, terminando por se descontrolar, proferindo ofensas a parte contrária.
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II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
Obs.:_Esta causa de exclusão diz respeito à liberdade de expressão nos campos literários, artístico ou científico, permitindo que haja crítica acerca de livros, obras de arte ou produções científicas de toda ordem, ainda que sejam pareceres ou conceitos negativos. Não pode existir o animus injuriandi.
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III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Obs.:_Não teria sentido o funcionário cumprindo o dever inerente ao seu ofício, deter-se nos seus comentários somente porque, em tese, alguém se sentiria ofendido, dando margem a uma ação por crime contra a honra
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RETRATAÇÃO
Obs.:_É nitidamente uma causa de extinção da punibilidade (art. 107, VI, do CP).
Obs.:_Há necessidade de o desmentido ser proferido antes da sentença de 1º. Grau, não sendo cabível estender a sua aplicação até o trânsito em julgado.
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PEDIDO DE EXPLICAÇÕES
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Obs.:_Quando alguém profere frase dúbia, pela qual, por dedução, consegue-se chegar à conclusão de que trata de ofensa. Não há certeza da intenção, pois os meios utilizados são mascarados. Ex.:_numa sala de reunião, alguém diz “não sou eu o autor das subtrações que têm ocorrido nesta repartição.
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AÇÃO PENAL
_Se procede mediante queixa (ação privada).

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